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ISSN 1517-2244
Dezembro, 2004
Belém, PA
Foto: Giorgio Venturieri

Meliponicultura I: Caixa
Racional de Criação

Giorgio Venturieri1

Entre os criadores de abelhas nativas, 2,5 cm


corte
vista frontal
existem aqueles que quando encontram 2,5 cm F
orifício de ventilação superior

um ninho, cortam a árvore e trazem o E


cortiço para próximo de sua casa, para 3,1 cm
futuramente continuar a extrair o mel. melgueira 2
Outro tipo de criador é aquele que
A B
transfere o ninho para uma caixa de
C
madeira, mas leve e fácil de manejar.
Contudo, o método mais inteligente melgueira 1
para se criar as abelhas indígenas sem
ferrão é aquele em que o criador é
observador, procura aprender um pouco
mais sobre a vida das abelhas e utiliza sobre ninho
as chamadas “caixas racionais”, que
facilitam a multiplicação dos ninhos e a
colheita do mel. Este modelo de caixa é
adequada para várias espécies de
uruçus paraenses, especialmente a orifício de entrada
ninho
1 cm
cinzenta (Melipona fasciculata), a 3,1 cm

amarela (M. flavolineata) a taquaruçu


E
(M. seminigra do Tapajos) e a boca-de-
orifício de ventilação inferior
renda-do-para (M. seminigra pernigra).

Eng. Agrôn., D.Sc., Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal 48, CEP 66 095-100, E-mail: giorgio@cpatu.embrapa.br
1
2 Meliponicultura I: Criação Racional de Criação

“Caixa-cabocla”: nessa caixa os Quantidade de peças:


agricultores de Bragança, PA,
chegam a produzir cinco litros de A=8
mel por ano. Estas caixas são B=8
inconvenientes no momento da C=2
colheita, havendo a morte de D=4
abelhas e a contaminação do mel
E=2
no momento em que ele escorre
pelo fundo da caixa. F=4

25,0cm
18,0cm

A
23,0cm

B melgueira
C

Melgueira totalmente preenchida com potes


de mel de uruçu-cinzenta. Em uma
A melgueira como esta, podem caber até
1,0cm

2,0cm 1.350 ml.


10 cm

A
A caixa é o mais importante item do criador, ela deve ser de
D madeira que não empene, já bem seca, resistente a cupins e
se possível, não muito pesada. As melhores madeiras são o
cedro e o mogno, mas várias outras espécies podem ser
utilizadas, como o lourinho, andiroba, marupá, louro-faia,
B sobreninho
angelin, entre outras. É recomendável que a caixa seja
pintada, de preferência com tinta acrílica, que é solúvel em
água e bastante resistente, esta prática irá aumentar o
tempo de vida da caixa. Para criadores interessados na
produção de mel orgânico, a pintura da caixa não é reco-
mendada, neste caso o cuidado com a umidade e cupins
2,5cm
tampa ou fundo terão que ser redobrados.

2,5cm
3,1 cm

F corte bandejas
8,0cm

1,0cm

E
Meliponicultura I: Criação Racional de Criação 3

Este modelo de caixa é fruto da idéia original de Virgílio de Portugal-Araújo, modificada por Paulo
Oliveira, Warwick Kerr e Giorgio Venturieri

orifício de ventilação superior


(deve ser maior que o inferior, é
importante para a saída do excesso
de umidade do interior da caixa)

tampa

melgueira 2
potes de (é colocada somente depois
alimento que a colônia está forte,
podendo ainda receber
uma terceira melgueira)

melgueira 1
(quando o ninho é
muito fraco, deve ser
colocada posteriormente)

sobreninho
favos
de cria
divisória dos ninhos
(importante no processo
de desmembramento
dos ninhos)

ninho
base

fundo
orifício de
entrada

orifício de ventilação inferior


circulação (permanece fechado até que
a colônia fique suficientemente forte)
do ar

Comunicado Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Comitê de Presidente: Joaquim Ivanir Gomes
Técnico,123 Embrapa Amazônia Oriental publicações: Membros: Gladys Ferreira de Sousa, João Tomé de
Endereço: Trav. Enéas Pinheiro s/n, Caixa Postal 48 Farias Neto, José Lourenço Brito Júnior, Kelly de Oliveira Cohen,
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1a edição Revisão de texto: Regina Alves Rodrigues
1a impressão (2004): 300 Editoração eletrônica: Euclides Pereira dos Santos Filho

CGPE 5273

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