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O cálculo de população da edificação é uma etapa que pode ser considerada ainda como
“estudo preliminar”. Isso deve-se ao fato de que o valor apresentado no cálculo de população vai ser
a base para analisar, antes mesmo de dar início ao projeto em algum software, os seguintes itens
abaixo:
Assim, esse e-book tem por finalidade instruir quais são os passos para fazer o cálculo de
população de uma edificação ou área de risco, bem como qual é o formato adequado para
apresentação desse cálculo na prancha de projetos, além de como listar as medidas de segurança
exigidas para uma edificação com área inferior a 750m² e altura inferior a 12m. Nessa sequência, será
perceptível a influência de já obter-se um valor que representa a população da edificação ou área de
risco, pois esse número resultante influenciará diretamente nos critérios usados para isentar, ou não,
algumas medidas de segurança. Já os temas “quantidade de unidades de passagens” e “largura
mínima”, serão abordados em um outro guia, o qual terá como principal assunto a medida de
segurança saída de emergência.
Vale ressaltar que este documento não exclui o uso obrigatório de normas federais, estaduais
e municipais. Portanto, sempre que precisar fazer cálculo de população e listar medidas de segurança
para alguma edificação, use este documento como guia e sempre consulte todas as normas
relacionadas.
Notas:
(A). Os parâmetros dados nesta tabela são os mínimos aceitáveis para o cálculo da população. Em
projetos específicos, devem ser cotejados com os obtidos em função da localização de assentos,
máquinas, arquibancadas e outros, e adotados os mais exigentes, para maior segurança.
(B). As capacidades das unidades de passagem (número de pessoas que passa em 1 minuto) em
escadas e rampas estendem-se para lanços retos e saída descendente. Nos demais casos devem sofrer
redução como abaixo especificado. Estas percentagens de redução são cumulativas, quando for o caso.
(B.1) Lanços ascendentes de escadas, com degraus até 17,0 cm de altura: redução de 10%.
(B.2) Lanços ascendentes de escada com degraus até 17,5 cm de altura: redução de 15%.
(B.3) Lanços ascendentes de escadas com degraus até 18,0 cm de altura: redução de 20%.
(B.4) Rampas ascendentes, declividade até 10%: redução de 1% por grau percentual de
inclinação (1% a 10%).
(C). Em apartamentos de até dois dormitórios, a sala deve ser considerada como dormitório; em
apartamentos maiores (três e mais dormitórios), as salas de costura, gabinetes e outras dependências
que possam ser usadas como dormitórios (inclusive para empregadas) são considerados como tais. Em
apartamentos mínimos, sem divisões em planta, considera-se uma pessoa para cada 6,0 m²de área de
pavimento.
(E). Por ”Área” entende-se a “Área do pavimento” que abriga a população em foco, exceto as áreas de
sanitários, escadas, rampas e corredores; quando discriminado o tipo de área (por ex.: área do
alojamento), é a área útil interna da dependência em questão.
(F). Auditórios e assemelhados, em escolas, bem como salões de festas e centros de convenções em
hotéis são considerados nos grupos de ocupação F-2, F-6 e outros, conforme o caso.
(G). As cozinhas e suas áreas de apoio, nas ocupações F-6 e F-8, têm sua ocupação admitida como no
grupo D, isto é, uma pessoa por 7,0 m² de área.
(H). Em hospitais e clínicas com internamento (H-3), que tenham pacientes ambulatoriais, acresce-se
à área calculada por leito, a área de pavimento correspondente ao ambulatório, na base de uma pessoa
por 7,0 m².
(J). A parte de atendimento ao público de comércio atacadista deve ser considerada como do grupo C.
(L). Em edificações com áreas destinadas aos serviços de tele atendimento e similares deverá ser
levado em consideração o leiaute da edificação e a previsão do número de funcionários que
permanecerão no ambiente. Quando não for possível a apresentação do leiaute, deverá ser
considerada a proporção de 2 (duas) pessoas/m².
(L.1). Para as demais áreas da edificação deverão ser aplicados os critérios estabelecidos na
tabela.
(M). Havendo ocupações secundárias tais como depósitos, fábricas, locais de reunião de público,
dentre outras, no PSCIP referente à divisão principal H-4, deverão ser adotados os parâmetros
específicos para cada ocupação secundária para cálculo de população.
(N). O dimensionamento das saídas de emergência em divisões H-5 deverá ser feito com base na
população informada pelo responsável pela edificação, sendo este cálculo de responsabilidade
do Responsável Técnico. Neste caso, deverá constar no PSCIP declaração informando que o
dimensionamento atende às normas específicas do sistema prisional.
(P). Para salões de festa, caracterizados como ocupação secundária, pertencentes a edifícios
residenciais, poderá ser admitida a limitação de público para fins de dimensionamento das saídas de
emergência, com redução de, no máximo, 02 UP, respeitando-se a largura mínima de 1,10m prevista
no item 5.4.2 da IT 08 – Saídas de Emergência em edificações.
EXEMPLO: Imagine que o projeto a ser estudado seja uma edificação do grupo A-2 (habitação
multifamiliar, ou seja, uma edificação com vários apartamentos). Essa edificação possui 3 pavimentos,
com 2 apartamentos por pavimento e cada apartamento possui 2 quartos de casal com 12m² cada, 1
quarto de solteiro com 10m² e uma sala com 15m². Faça o cálculo de população para um pavimento.
Considere que todos os pavimentos sejam iguais (pavimento tipo).
Após esse procedimento, identifique na segunda coluna da Tabela 1 qual a divisão que
mais se aproxima com o estabelecimento estudado para fazer o projeto de combate a
incêndio. Ex: A-1; A-2; etc.
Divisão
A-1 e A-2
Feito isso, identifique na terceira coluna da Tabela 1 qual o coeficiente para cálculo de
população a tabela 1 está sugerindo para que seja usado para esse tipo de edificação.
Ex: X pessoas por m²; X pessoas por sala de aula; etc.
População (A)
1. Número de dormitórios:
Quartos de casais: 2
Quarto de solteiro: 1
Total de dormitórios: 3
Quartos: 3
Sala: 1
Total de dormitórios: 4
P=nxc
Onde:
P = população do pavimento;
n = nº de dormitórios por pavimento a serem considerados;
c = coeficiente sugerido pela tabela 1 para cada classificação de edificação.
P=8x2
P = 16 pessoas/pavimento
Pop. Total = 3 x 16
Pop. Total = 48 pessoas
É interessante colocar esse cálculo por pavimento, pois, como mencionado anteriormente, o
cálculo de população da edificação ou área de risco é apresentado na prancha de projetos juntamente
ao dimensionamento das saídas de emergência, e esse dimensionamento é feito em função do
pavimento de maior população da edificação – assunto melhor abordado no e-book próprio para
saídas de emergência em edificações.
Assim, tem-se:
Notas específicas:
Notas genéricas:
EXEMPLO: Liste as possíveis medidas de segurança para a edificação citada no exemplo já visto.
Considere que essa edificação possua uma altura inferior a 12m.
Iluminação de Emergência X²
Saída de Emergência X
Sinalização de Emergência X
Extintores X
Feito isso, identifique se algum X possui algum índice. Caso tenha, é necessário
fazer a leitura da nota específica indicada.
Neste caso, o índice representa a nota específica de número 2, responsável pela isenção da medida
de segurança Iluminação de Emergência nas edificações térreas com área menor ou igual a 200m² e
população inferior a 50 pessoas. Como a edificação mencionada no exemplo não é térrea, portanto,
ela não estará isenta da medida de segurança Iluminação de Emergência.
Portanto, a edificação estudada deverá possuir como medida de segurança: Iluminação de
Emergência; Saída de Emergência; Sinalização de Emergência e Extintores.
A partir dessa listagem, é hora de colocar a mão na massa e realizar o dimensionamento de cada uma
dessas medidas!