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Corrente continua e alternadas

A diferença é o sentido da tal corrente. Uma corrente elétrica nada mais é que um fluxo de
elétrons (partículas que carregam energia) passando por um fio, algo como a água que
circula dentro de uma mangueira. Se os elétrons se movimentam num único sentido, essa
corrente é chamada de contínua. Se eles mudam de direção constantemente, estamos
falando de uma corrente alternada. Na prática, a diferença entre elas está na capacidade de
transmitir energia para locais distantes. A energia que usamos em casa é produzida por
alguma usina e precisa percorrer centenas de quilômetros até chegar à tomada. Quando essa
energia é transmitida por uma corrente alternada, ela não perde muita força no meio
caminho. Já na contínua o desperdício é muito grande. Isso porque a corrente alternada
pode, facilmente, ficar com uma voltagem muito mais alta que a contínua, e quanto maior é
essa voltagem, mais longe a energia chega sem perder força no trajeto. Se todos os sistemas
de transmissão fossem em corrente contínua, seria preciso uma usina em cada bairro para
abastecer as casas com eletricidade. O único problema da alta voltagem transportada pela
corrente alternada é que ela poderia provocar choques fatais dentro das residências. "Por
isso, a alta voltagem é transformada no final em tensões baixas. As mais comuns são as de
127 ou 220 volts", . Portanto, a corrente que chega à tomada de sua casa continua sendo
alternada, mas com uma voltagem bem mais baixa. Já a corrente contínua sai, por exemplo,
de pilhas e baterias, pois a energia gerada por elas, usada nos próprios aparelhos que as
carregam, não precisa ir longe. Também há muitos equipamentos eletrônicos que só
funcionam com corrente contínua, possuindo transformadores internos, que adaptam a
corrente alternada que chega pela tomada.

Mão simples e mão dupla

Modo como os elétrons se movem determina o tipo de corrente

Alternada

Nesse tipo de corrente, o fluxo de elétrons que carrega a energia elétrica dentro de um fio
não segue um sentido único. Ora os elétrons vão para a frente, ora para trás, mudando de
rota 120 vezes por segundo. Essa variação é fundamental, pois os transformadores que
existem numa linha de transmissão só funcionam recebendo esse fluxo de elétrons
alternado. Dentro do transformador, a voltagem da energia transmitida é aumentada,
permitindo que ela viaje longe, desde uma usina até a sua casa

Contínua

Aqui o fluxo de elétrons passa pelo fio sempre no mesmo sentido. Como não há
alternância, essa corrente não é aceita pelos transformadores e não ganha voltagem maior.
Resultado: a energia elétrica não pode seguir muito longe. Por isso, a corrente contínua é
usada em pilhas e baterias ou para percorrer circuitos internos de aparelhos elétricos, como
um chuveiro. Mas ela não serve para transportar energia entre uma usina e uma cidade
Corrente continua em alta tensão

Os sistemas de corrente contínua em alta tensão (CCAT ou em inglês HVDC) são uma
alternativa para a transmissão de grandes blocos de energia (acima de 1500 MW) a longas
distâncias (acima de 1000 km).

Os sistemas de corrente contínua também são utilizados no intercâmbio entre dois sistemas
defasados ou em freqüências diferentes (por exemplo, Brasil e Argentina ou Brasil e
Paraguai). Neste caso são usados sistemas "back-to-back", onde as estações conversoras
estão no mesmo edifício (não há linha de transmissão).

Na implementação inicial dos sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica,


foram apresentadas opções em corrente alternada e corrente contínua. O sistema de corrente
alternada foi escolhido pela praticidade do uso de transformadores e custo inferior dos
geradores e motores.

O uso de corrente alternada permite que a energia seja transmitida, elevando-se a tensão
com transformadores. Como o desenvolvimento da eletrônica de potência, o aumento da
demanda e as distâncias entre geradores e centros de carga, a proposta de corrente contínua
torna-se viável.

Vantagens
O custo de uma linha de transmissão é essencialmente o peso dos cabos utilizados,
compostos de alumínio, aço e ligas. O cabo também define essencialmente as perdas, que
são proporcionais ao quadrado da corrente. O sistema em corrente alternada é trifásico,
necessitando de três conjuntos de cabos. Para corrente contínua, necessita-se somente de
dois conjuntos de cabos, um para cada pólo. Alternativamente pode-se usar somente um
pólo, usando o terra como retorno.

Uma linha em corrente contínua pode interligar dois sistemas em corrente alternada, que
podem estar fora de sincronismo ou em freqüências diferentes (veja, por exemplo, Itaipu).
Estas linhas também aumentam a estabilidade do sistema, pelo desacoplamento entre
sistemas, e pela possibilidade de controle do fluxo de potência. Este controle também
permite o chaveamento suave, evitando o surgimento de transitórios indesejáveis.

Desvantagens
O uso de corrente contínua em um sistema de corrente alternada necessita de subestações
conversoras, no qual convertem a energia entre os dois sistemas. Basicamente as
conversoras são compostas por tiristores de alta potência, uma tecnologia cara em relação
aos sistemas de corrente alternada.
Outro equipamento necessário para a conversão são os filtros, tanto nos lados de corrente
contínua quanto a de alternada. Os filtros de corrente contínua permitem o alisamento da
forma de onda, reduzindo o "ripple".

Apesar de o sistema ser em corrente contínua, existe uma absorção de potência reativa de
ambas as conversoras, devido à ação dos tiristores. Os filtros de corrente alternada são
necessários para compensá-los.

Os sistemas atuais carecem de disjuntores específicos, devido a dificuldade de interromper


altas correntes. O controle da corrente é realizado pelas subestações conversoras, através
dos tiristores. Logo ainda não existem redes em CCAT, somente linhas interligando dois
pontos, ou sistemas multi-terminais que devem ser controlados como um todo.

As linhas de corrente contínua também apresentam peculiaridades: o campo elétrico é


polarizado unidirecional mente, ao contrário da corrente alternada, originando uma corrente
iônica e o surgimento de cargas espaciais.

O aterramento também deve ser cuidadosamente projetado: em caso de operação


monopolar da linha, o aterramento injetará altas correntes no solo, podendo culminar em
um secamento e um aumento irreversível da resistividade, inutilizando todo o sistema.

Durante os primeiros anos de fornecimento de eletricidade, a corrente contínua foi


determinada como padrão nos Estados Unidos e Edison não pretendia perder todos os
royalties das patentes. A corrente contínua trabalhava bem com lâmpadas incandescentes,
aparelho de maior consumo quantitativo, e com motores. Poderia ser diretamente utilizada
em baterias de armazenamento, promovendo valiosos níveis de carga e reserva energética
durante interrupções de operação dos geradores. O sistema de Edison inviabilizava
qualquer motor a corrente contínua. Ele inventou um medidor para permitir que os clientes
fossem taxados pelo uso de energia proporcionalmente ao consumo, mas o medidor apenas
funcionava a partir de corrente contínua. Até 1882, estas eram as únicas vantagens técnicas
significantes do sistema de corrente contínua.

A partir do seu trabalho com campos magnéticos rotacionais, Tesla desenvolveu um


sistema de geração, transmissão e uso da energia elétrica proveniente de corrente alternada.
Ele foi parceiro de George Westinghouse no comércio desse sistema. Westinghouse
comprou previamente os direitos das patentes do sistema polifásico de Tesla e outras
patentes para transformadores de corrente alternada de Lucien Gaulard e John Dixon Gibbs.
Circuito RL

Um circuito resistor-indutor (circuito RL), filtro RL ou malha RL, é um dos mais


simples filtros eletrônicos de resposta de impulso infinita analógicos. Ele consiste de um
resistor e de um indutor, podendo estar ligados tanto em série quanto em paralelo, sendo
alimentados por uma fonte de tensão

Existem três componentes básicos destes circuitos analógicos: o resistor (R), o capacitor
(C) e o indutor (L). Estes podem ser combinados em quatro importantes circuitos, o circuito
RC, o circuito RL, o circuito LC e o circuito RLC, com as abreviações indicando quais
componentes são utilizados. Estes circuitos, entre eles, exibem um grande número de tipos
de comportamentos que são fundamentais em grande parte da eletrônica analógica. Em
particular, eles são capazes de atuar como filtros passivos. Este artigo considera o circuito
RL, em ambas as ligações paralela e série, como mostrado nos diagramas.

Na prática, entretanto, os capacitores (e os circuitos RC) são normalmente mais utilizados


que os indutores visto que eles são fabricados mais facilmente e são geralmente menores
fisicamente, particularmente para os valores mais elevados nas grandezas dos componentes.

Este artigo se baseia no conhecimento da representação complexa das impedâncias


e no conhecimento da representação de sinais no domínio da frequência.

Impedância complexa
A impedância complexa ZL (em ohms) de um indutor com indutância L (em Henrys) é:

Estado sinusoidal constante

O estado sinusoidal constante é um caso especial em que a tensão de entrada consiste de


uma sinusóide pura (sem nenhum decaimento exponencial). Como resultado, temos

e a avaliação de s se torna
Circuito série

Circuito RL série

Vendo o circuito como um divisor de tensão, vemos que a voltagem sobre o indutor é dada
por:

e a voltagem sobre o resistor é dada por:

Resposta de impulso

A resposta de impulso para cada voltagem é a transformada de Laplace inversa de função


de transferência correspondente. Ela representa a resposta de um circuito a uma voltagem
de entrada consistindo de um impulso ou de uma função delta.

A resposta de impulso para o indutor é

Resposta de entrada zero (ZIR)

A resposta de entrada zero, também chamada de resposta natural, de um circuito RL


descreve o comportamento do circuito após ele ter atingido as voltagens constantes e ser
desconectado de qualquer fonte de alimentação. Ela é chamada de resposta de entrada zero
porque não requer nenhum sinal de entrada.
Considerações no domínio da frequência

Estas são expressões no domínio da frequência. Uma análise delas irá mostrar quais
frequências os circuitos permitem a passagem ou rejeita. Esta análise se concentra em uma
consideração sobre o que acontece com estes ganhos conforme a frequência se torna muito
grande ou muito pequena

Isto mostra que, se a saída é obtida através do indutor, as baixas frequências são atenuadas
(rejeitadas) e a altas frequências passam. Desta forma, o circuito se comporta como um
filtro passa-altas. Entretanto, se a saída é obtida através do resistor, as baixas frequências
passam e as altas frequências são rejeitadas. Nesta configuração, o circuito se comporta
como um filtro passa-baixas.

A faixa das frequências que o filtro permite a passagem é chamada de largura de banda. O
ponto no qual o filtro atenua o sinal pela metade de sua tensão não filtrada é nomeado como
frequência de corte. Isto requer que o ganho do circuito seja reduzido para

Então sob corrente contínua (0 Hz), a tensão do resistor está em fase com a tensão do sinal
enquanto a tensão do indutor está 90° à sua frente. Conforme a frequência aumenta, e
tensão do resistor ver a ter um atraso de 90° com relação ao sinal e a tensão do indutor fica
em fase com o sinal.

Considerações no domínio do tempo

Esta seção se baseia no conhecimento de e, a constante logarítmica natural.

O método mais direto de derivar o comportamento no domínio do tempo é utilizando-se a


transformada de Laplace das expressões para VL e VR dadas acima. Isto efetivamente
transforma . Assumindo uma entrada de passo (i.e. Vin = 0 antes de t = 0 e Vin = V
posteriormente)

Resposta de passo da voltagem do indutor


Desse modo, a voltagem sobre o indutor tende a 0 conforme o tempo passa, enquanto a
voltagem sobre o resistor tende a V, como é mostrado nos gráficos. Isto é de acordo com o
conceito intuitivo de que o indutor terá apénas uma voltagem entre seus terminais enquanto
o circuito estiver com mudanças de corrente, conforme o circuito atinge seu estado fixo,
não existem mais mudanças de corrente e praticamente nenhuma tensão sobre o indutor.

Estas equações mostram que um circuito RL série possui uma constante de tempo,
usualmente representada por τ = L / R sendo o tempo que a voltagem leva para descer
(sobre L) ou subir (sobre R) até 1 / e de seu valor final. Desta forma, τ é o tempo que VL
leva para atingir V(1 / e) e o tempo que VR leva para atingir V(1 − 1 / e).

A taxa de mudança é uma fracional por τ. Desta forma, indo de t = Nτ a t = (N +


1)τ, a voltagem irá atingir cerca de 63% de seu valor quando t = Nτ, quando estará próximo
de seu valor final. Então a voltagem de L terá caido serca de 37% após τ, e praticamente
zero (0.7%) após cerca de 5τ. A Lei da voltagem de Kirchoff implica que a tensão sobre o
resistor irá "subir" com a mesma taxa de variação. Quando a fonte de alimentação é então
substituída por um curto-circuito, a voltagem sobre R cai exponencialmente em função de t
de V a 0. R será descarregado a cerca de 37% após τ, e praticamente totalmente
descarregado (0.7%) após cerca de 5τ. Note que a corrente, I, no circuito se comporta da
mesma forma que a voltagem através de R, de acordo com a Lei de Ohm.

O atraso nos períodos de subida/descida neste caso é causado pela força contra-eletromotris
do indutor que, conforme a corrente que flui sobre ele tenta mudar, impede a corrente (e
dessa forma a voltagem sobre o resitor) de subir ou descer mais rápido que a constante de
tempo do circuito. Visto que todos os fio possuem alguma indutância e resistência, todos os
circuitos possuem uma constante de tempo. Como resultado, qunado a fonte de alimentação
é ligado, a corrente não atinge instantaneamente seu valor de operação, V / R. A subida leva
uma série de constantes de tempo para se realizar. Se isto não ocorresse, a corrente atingiria
seu estado operacional instantaneamente, e campos elétricos extremamente fortes seriam
gerados devido à mudança brusca no campo magnético, isto poderia levar à geração de
arcos elétricos, possivelmente danificando os componentes ou mesmo os usuários.

Estes resultados podem ser derivados resolvendo-se as equações diferenciais que


descrevem o circuito:
Circuito paralelo

Circuito RL paralelo

O circuito RL paralelo é geralmente de menor interesse que o circuito série. Isto ocorre em
maior parte pelo fato de a tensão de saída Vout ser igual à tensão de entrada Vin. Como
resultado, este circuito não atua como um filtro no sinal de entrada, a menos que este seja
alimentado por uma fonte de corrente.

Com impedâncias complexas:

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