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Unidade de Aprendizagem 1
Conjuntos (Parte 1)
Apresentação
Vamos nesta aula, elaborar, a partir de sua relação com o mundo físico e
do cotidiano, as noções de elemento, conjunto, propriedades comuns e de como
estas geram os conceitos de classes, categorias, que a área científica utiliza.
Esperamos que você compreenda e perceba que, assim como temos a
linguagem corrente para conversarmos, as ciências usam a linguagem da
Matemática como meio de comunicação.
Mostraremos que os símbolos matemáticos são apenas uma linguagem
que você deve aprender para poder conversar no “matematiquês”. Mas não se
assuste: não iremos nos aprofundar tanto nessa linguagem, apenas
forneceremos uma base para que o seu trato com as ideias sobre conjuntos se
desenvolva de modo válido e sem ambiguidades.
Para começar
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Refletindo um pouco mais sobre a existência de vários tipos de
agrupamento, é possível observar que não apenas nós, seres humanos, mas todo
ser vivo e tudo o que podemos imaginar pode ser associado a pelo menos um
grupo ou coleção, muitas vezes, caracterizado por uma propriedade. Veja alguns
exemplos:
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números, conjuntos, resultados possíveis de um experimento, atributos etc,
podem ser caracterizados como objetos, em Matemática, toda coleção de
objetos é denominada de Conjunto. Cada objeto de um conjunto é denominado
elemento.
Em geral, todos os elementos de um conjunto têm uma propriedade
comum (além da propriedade de pertencerem ao mesmo conjunto). Qualquer
objeto que tem essa propriedade pertence ao conjunto e qualquer objeto que
não tem essa propriedade não pertence ao conjunto.
Estendendo o primeiro dos exemplos anteriores, sabemos que Rosa,
Cravo, Margarida e Crisântemo têm a propriedade comum de serem flores
(pertencem ao conjunto das flores). Martelo, caneta e xícara não pertencem ao
conjunto das flores por não possuir essa propriedade comum (ser uma flor).
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CONCEITO
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Fundamentos
1. Conjuntos
DICA
Perceba que você não lida com a noção de conjunto apenas de um
jeito matemático e formal. Você usa diariamente essa ideia de
conjuntos em quaisquer momentos em que se vê agrupando ou
participando de um agrupamento, e algumas figuras deste texto
já lhe forneceram essa ideia. Veja que no seu dia a dia você nota
pessoas de um mesmo grupo social ou profissional juntas em
alguma sala ou instituição, as frutas agrupadas na gaveta da
geladeira, os objetos de escrita (lápis, caneta, borracha etc)
agrupados em um estojo, os livros agrupados numa estante, as
roupas agrupadas em gavetas e cabides, os brinquedos das
crianças numa caixa e as figurinhas agrupadas em um álbum. São
alguns exemplos desses agrupamentos.
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Figuras 2 e 3: agrupamentos que tem a noção de conjunto.
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Podemos ler assim: C é o conjunto formado por a, e, i, o, u.
d) Conjunto dos números inteiros pares de 2 a 50: D={ 2, 4, 6, 8, ... , 50}
Podemos ler assim: D é o conjunto formado por 2, 4, 6, 8, reticências,
50.
Neste caso, poderíamos representar o conjunto D listando todos os seus
elementos. Mas, como D tem muitos elementos, em vez de listar todos eles,
utilizamos as reticências para indicar todos os números inteiros pares que estão
entre 8 e 50 (do 10 ao 48).
As reticências podem ser usadas nos casos em que o conjunto tem muitos
elementos e é possível compreender quais são os demais elementos a partir da
representação de uma listagem parcial deles no conjunto. No caso do conjunto
D, sabemos que cada número par, a partir do segundo elemento, pode ser obtido
somando-se 2 ao anterior. Embora não nos preocupemos com uma ordem
específica dos elementos na representação de um conjunto, quando utilizamos
as reticências, essa ordenação é necessária aos elementos listados, para permitir
a percepção da “regra” (ou “padrão”) que caracteriza os demais elementos.
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f) Conjunto dos números inteiros: ℤ = {...,–2, –1, 0, 1, 2, 3,...}
Podemos ler assim: ℤ é o conjunto formado por: reticências, -2, -1, 0, 1,
2, 3, reticências.
Observe que os números estão ordenados (do menor para o maior). Neste
caso as reticências apareceram duas vezes no conjunto, indicando que há uma
grande quantidade de números inteiros menores que -2 e também de números
inteiros maiores que 3.
{𝑥 | 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑥 }
Exemplos:
a) M = {x | x é um número inteiro positivo ímpar}
que se lê: M é o conjunto de todos os elementos x tal que x é um número
inteiro positivo ímpar.
b) N = {x | x é mês com exatamente 30 dias}
que se lê: N é o conjunto de todos os elementos x tal que x é um mês
com exatamente 30 dias.
c) P = {x | x é capital da Bahia}
que se lê: P é o conjunto de todos os elementos x tal que x é capital da
Bahia.
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Os conjuntos M, N e P também podem ser representados por meio da
listagem dos seus elementos. Tente fazer isso!
M
a e
i
o
u
2
1
4
3
6 5
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c) O conjunto R das grandes regiões brasileiras:
Figura 6: Conjunto das regiões brasileiras.
R
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sul
Sudeste
Papo Técnico
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∈: pertence a
∉: não pertence a
Atenção
A relação de pertinência associa, necessariamente, um elemento
e um conjunto, nesta ordem:
“Elemento” ∈ “Conjunto”
ou
“Elemento” ∉ “Conjunto”
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“Maria é bonita”, matematicamente, corresponde a dizer que Maria é
elemento do conjunto das pessoas bonitas, ou que Maria pertence ao conjunto
das pessoas bonitas. Agora, preste muita atenção na dica a seguir:
DICA
Caro(a) aluno(a), ao longo desta e das próximas Unidades de
Aprendizagem, você perceberá que lhe forneceremos, ao longo do
texto, sugestões para que você resolva, naquele momento, algum
exercício do Momento da Verdade. É uma forma de fazer o
exercício no momento em que você acaba de ler alguns itens
teóricos pertinentes a ele. É claro que é apenas uma sugestão,
afinal o aluno pode optar por fazer toda a lista de exercícios
quando terminar a leitura do capítulo. Você decide!
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Logo: J = K e J ≠ L.
Logo: A = B.
Logo: D ≠ E.
PAPO TÉCNICO
Perceba uma definição que existe na literatura matemática, e que
você deve ter observado nos exemplos anteriores: quando
escrevemos explicitamente os elementos de um conjunto, a ordem
dos elementos é indiferente (veja o exemplo (a)) e não se
considera a repetição de um mesmo elemento (veja os exemplos
(b) e (c))
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2. Conjuntos Finitos e Conjuntos Infinitos
Você deve ter percebido nos exemplos anteriores que podemos ter
conjuntos com um número finito de elementos. Observe nos exemplos os
conjuntos que têm um número 𝑛 de elementos, 𝑛 inteiro não-negativo.
Exemplos:
a) P = { x | x é capital da Bahia}
b) Q = { x | x é número de CPF de uma determinada pessoa}
Exemplos:
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a) R = { x | x é número par e ímpar}
b) S = { x | x é número inteiro que satisfaz a equação x² = –9 }
c) T = { x | x é mês do ano que, na língua portuguesa, começa com C }
d) U = { x | x é televisão em quatro dimensões}
e) V = { x | x é palavra da língua portuguesa que inicia com Ç}
ATENÇÃO
Se algum dia você prestar algum concurso público ou mesmo uma
prova (teste ou dissertativa) para alguma instituição, tome cuidado
na hora de escrever o conjunto vazio. As notações universais são
Ø e { }, mas é muito comum o aluno escrever {Ø}. Na lógica da
teoria que ora apresentamos, esse conjunto é um conjunto
unitário, cujo único elemento é o conjunto vazio. Doido, não?
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2.2 Conjuntos Numéricos
Todos os números com os quais você lida no seu dia a dia para contagem,
cálculos, medidas e medições, pertencem a importantes conjuntos infinitos que
você já teve contato ao longo de sua vida escolar. São os seguintes Conjuntos
Numéricos:
Conjunto dos Números Naturais: ℕ
Conjunto dos Números Inteiros: ℤ
Conjunto dos Números Racionais: ℚ
Conjunto dos Números Irracionais: 𝕀
Conjunto dos Números Reais: ℝ
ATENÇÃO
A mesma explicação sobre a notação para o conjunto vazio vale
também para os conjuntos que acabamos de mencionar. Ou seja,
represente os números reais com o símbolo ℝ, e não com o
símbolo { ℝ }.
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vamos apenas melhorar um pouco a notação para o número de elementos de um
conjunto.
DICA
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Se um conjunto B não é finito, então B tem infinitos elementos. Num
conjunto infinito não é possível estabelecer um número natural que indique a
quantidade de elementos do conjunto ou explicitar todos os seus elementos
devido à sua “grande quantidade”.
Mas... é preciso observar que há conjuntos com grande quantidade de
elementos que são aparentemente infinitos, porém, são finitos!
Essa ideia é observada quando pensamos nas pessoas que habitam o
planeta Terra. Existe um número finito de pessoas habitantes do nosso planeta
que é determinado quando são realizados os censos demográficos. A Organização
das Nações Unidas (ONU) divulgou em 2013 uma população mundial de 7,2
bilhões de pessoas; a estimativa é de que em 2050 a população atinja 9,6 bilhões.
Portanto, continuará sendo finita. Recursos naturais do planeta, como água
potável, existem em quantidade finita. O dinheiro no mundo também existe em
uma quantia finita. Outros exemplos são: o conjunto dos sites disponíveis na
internet, o conjunto dos grãos de areia de uma praia, o conjunto dos fios de
cabelo numa cabeça, o conjunto de todas as árvores no estado de São Paulo,
dentre outros.
A questão dos conjuntos infinitos está relacionada ao fato de sempre
existir um elemento do conjunto além daqueles que se é capaz de determinar
finitamente, como nos casos dos Conjuntos Numéricos infinitos que citamos.
Bem, achamos que você, agora que leu sobre tantas coisas conceituais em
Matemática, esteja um pouco cansado (a). Como atividade de relaxamento,
propomos a você o último exercício do Momento da Verdade, o de número 5.
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ANTENA PARABÓLICA
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2. Dentre as opções a seguir, assinale a alternativa que melhor representa o
valor da renda familiar do seu domicílio:
Até R$ 500,00;
Acima de R$ 500,00 e no máximo R$ 1.000,00;
Acima de R$ 1.000,00 e no máximo R$ 2.000,00;
Acima de R$ 2.000,00 e no máximo R$ 3.000,00;
Acima de R$ 3.000,00 e no máximo R$ 5.000,00;
Acima de R$ 5.000,00 e no máximo R$ 8.000,00;
Acima de R$ 8.000,00.
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software para não aceitar essa resposta (ou seja, “receber” apenas números
inteiros), ou ainda fazer um arredondamento: 1,6 2. Claro que a viabilidade
desse procedimento depende muito da pesquisa, e você também deve estar se
perguntando: por que o número de banheiros de uma residência poderia servir
para uma pesquisa social? Não daremos agora a resposta a essa pergunta, mas
você pode refletir sobre isso e exercitar sua observação. Voltaremos a essa
questão oportunamente, nas aulas de função.
Finalizando, perceba que na 2ª questão não há a necessidade de se digitar
um número inteiro; para receber esse número digitado pelo usuário em condições
de não haver mensagens de erro, o informata responsável deve programar o
software para receber um número real com duas casas decimais.
Glossário
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E agora José?
Nesta aula você aprendeu os conceitos básicos de Conjuntos e as relações
de pertinência que irá aplicar praticamente em todas as áreas da Matemática
daqui para frente. Corresponde a você ter aprendido os conceitos intuitivos sobre
Conjuntos, bem como a linguagem mais formal que envolve esse assunto.
Não deixe de verificar as atividades pertinentes a esta aula; se você ainda
não trabalhou com o Momento da Verdade, faça agora mesmo!
Nas próximas aulas você aprenderá como aplicar os conhecimentos
adquiridos nas relações entre dois ou mais conjuntos e todas as suas implicações
no seu cotidiano.
Referências
http://www.onu.org.br/populacao-mundial-deve-atingir-96-bilhoes-em-2050-
diz-novo-relatorio-da-onu/ Disponível em 02 de setembro de 2013.
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