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INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA

APRESENTAÇÃO

CURRÍCULO LATTES

Professora Genilda de Lourdes Maurício Guimarães

● Especialista em Didática e Metodologia do Ensino.


● Graduada em Licenciatura em Matemática.
● Tempo de atuação como professora no Estado do Paraná 40 anos.
● Disciplina de Matemática para as turmas de 1º e 2º graus.
● Professora Conteudista do Curso de Licenciatura em Matemática no Ensino a
distância (UniFCV/UniFatecie).

Professora Vanice Vieira Fernandes

● Especialista em Tecnologias Aplicadas ao Ensino a Distância.


● Especialista em Gestão e Docência no Ensino Superior.
● Cursando Segunda Licenciatura em Pedagogia.
● Graduada em Licenciatura em Matemática.
● Tutora Educacional (UniFCV).
● Professora Conteudista do Curso de Licenciatura em Matemática no Ensino a
distância (UniFCV/UniFatecie).

#CURRÍCULO LATTES#
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA

Olá, caro(a) acadêmico(a)!

Seja bem-vindo(a) à disciplina de Introdução à Matemática para o curso de


Licenciatura em Matemática. Você já venceu algumas etapas de seu curso e chegou
até aqui, meus parabéns!
Ao escrever um material didático, a primeira coisa que nos vem à mente é seu
público-alvo. Na composição desta apostila, em nenhum momento tivemos a pretensão
de chegar a um material definitivo, o qual servisse de base para todos os demais, mas
de produzir um material que atraísse os estudantes àquela que, por vezes, é
considerada a matéria mais difícil.
Sempre que foi possível, optamos pela simplicidade. Dessa maneira, ainda que
tenha escapado de certa rigidez matemática, esperamos que este material fomente a
vontade de descobrir e desenvolver a nobre ciência de Carl Friedrich Gaus.
Uma das características mais marcantes da Matemática é o extenso uso de
notações para expressar ideias e conceitos dessa ciência. A capacidade de
compreender e se expressar usando esses símbolos e criar sua própria nota é
fundamental para o seu desenvolvimento matemático.
Para compor este material, organizamos uma introdução, seguida de quatro
unidades criteriosamente analisadas, selecionadas para dar sustentação à presente
discussão, conclusão, referências, leituras complementares, indicações de livros,
filmes, entre outros.
● Unidade I, intitulada "Conjuntos", com os subtópicos: Conceito e definição
de conjuntos. Extensão ou enumeração. Compreensão. Diagrama de
Venn-Euler. Pertinência. Conjuntos especiais: conjunto vazio, conjunto
unitário, conjunto numérico, conjunto universo, conjunto complementar.
Subconjuntos, continência e igualdade de conjuntos. Operações com
conjuntos: união de conjuntos, intersecção de conjuntos, diferença entre
conjuntos, complementar de um conjunto. Conjunto das partes de um
conjunto.
● Unidade II, intitulada "Funções", com os subtópicos: Conceito e definição
de função. Notação de função. Domínio de uma função. Tipos de função:
simetria, função par, função ímpar, crescimento de uma função.
Classificação das funções: função injetora, função sobrejetora, função
bijetora, função composta, função inversa. Funções de primeiro e
segundo graus: função polinomial do primeiro grau, raiz de uma função do
primeiro grau, funções do primeiro grau e seus gráficos, função polinomial
do segundo grau, raízes de uma função do segundo grau, funções do
segundo grau e seus gráficos, funções polinomiais, raízes das funções
polinomiais, função exponencial, gráficos de funções exponenciais, base
da função dada pelo número 𝑒.
● Unidade III, intitulada "Equações Exponenciais e Logarítmicas", com os
subtópicos: Potenciação e propriedades. Produto de potenciação: produto
de potência de bases iguais, Potência de uma potência, potência de um
produto, quociente de potência de bases iguais, potência com expoente
negativo, potência de um quociente. Equações e Inequações
Exponenciais: equação exponencial, inequação exponencial. Logaritmo.
Propriedades de logaritmos: logaritmo do produto, logaritmo do quociente,
logaritmo de potência, mudança de base de logaritmo. Equações
logarítmicas. Inequações logarítmicas.
● Unidade IV, intitulada “Progressões”, com os subtópicos: Progressões
aritméticas (PA). Conceito e Classificação. Fórmula do termo geral de
uma PA Fórmula da soma dos termos de uma PA. Progressões
geométricas (PG). Fórmula geral da PG. Fórmula da soma dos termos de
uma PG finita. Fórmula da soma dos termos de uma PG infinita. Diferença
entre PA e PG.
Mas atenção: conhecer símbolos matemáticos e saber usá-los corretamente,
não significa que você é um matemático ou sabe fazer matemática. Assim como
conhecer a notação musical não significa que você é um músico ou sabe fazer música.
Por outro lado, não conhecer a notação matemática ou não saber usá-la do modo
correto poderá lhe trazer dificuldades de aprendizado (de novas ideias matemáticas) e
impedir você de desenvolver todo o seu potencial.

Bons estudos a todos!


Professora Genilda de Lourdes Maurício Guimarães
UNIDADE I
CONJUNTOS
Professora Genilda de Lourdes Maurício Guimarães
Professora Vanice Vieira Fernandes

Plano de Estudo:
• Conceito e definição de conjuntos;
• Extensão ou enumeração;
• Compreensão;
• Diagrama de Venn-Euler;
• Pertinência;
• Conjuntos especiais: conjunto vazio, conjunto unitário, conjunto numérico, conjunto
universo, conjunto complementar;
• Subconjuntos, continência e igualdade de conjuntos;
• Operações com conjuntos: união de conjuntos, intersecção de conjuntos, diferença
entre conjuntos, complementar de um conjunto;
• Conjunto das partes de um conjunto.

Objetivos de Aprendizagem:
• Descrever e representar conjuntos;
• Estabelecer a relação de pertinência ou não entre um elemento e um conjunto;
• Determinar o conjunto das partes de um conjunto;
• Determinar à união, interseção, diferença entre conjuntos;
• Conhecer o Diagrama de Venn-Euler;
• Representar e reconhecer subconjuntos.
INTRODUÇÃO

Prezado(a) acadêmico(a)!

Seja bem-vindo(a) à Unidade I da disciplina de Introdução à Matemática, para


o curso de Licenciatura em Matemática. Nesta primeira unidade, intitulada "Conjuntos",
abordaremos os seguintes itens: Conceito e definição de conjuntos. Extensão ou
enumeração. Compreensão. Diagrama de Venn-Euler. Pertinência. Conjuntos
especiais: conjunto vazio, conjunto unitário, conjunto numérico, conjunto universo,
conjunto complementar. Subconjuntos, continência e igualdade de conjuntos.
Operações com conjuntos: união de conjuntos, intersecção de conjuntos, diferença
entre conjuntos, complementar de um conjunto. Conjunto das partes de um conjunto.
Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o
tema de nossa primeira unidade.

Boa leitura!
1 CONCEITO E DEFINIÇÃO DE CONJUNTOS

Na década de 1970, em meio à Guerra Fria, avanços da então União das


Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) levaram os Estados Unidos a rever o
currículo de Matemática. Surgiu, então, a matemática moderna, que teve como
principal componente uma teoria que unificava álgebra, aritmética e geometria: a teoria
de conjuntos.
Mas o que são os conjuntos? Conjunto é um agrupamento de termos com
características parecidas. Como comparação, pense numa coleção de objetos.
Neste tópico, não entraremos em nenhuma abordagem axiomática complicada
da Teoria dos Conjuntos, e conter-nos-emos em aceitar o seguinte: um conjunto é
qualquer coleção, dentro de um todo de objetos definidos e distinguíveis, chamados
elementos, de nossa intuição ou pensamento. Esta definição intuitiva de um conjunto
foi dada primeiramente por Georg Cantor (1845-1918), que criou a teoria dos conjuntos
em 1895. (SAMPAIO, 2016).

(a) O conjunto de todas as cadeiras na sala de aula de Teoria dos Conjuntos;


(b) O conjunto de todos os estudantes desta universidade;
(c) O conjunto das letras a, b, c e d;
(d) O conjunto das regras de uso do laboratório de informática;
(e) O conjunto de todos os números racionais cujo quadrado é 2;
(f) O conjunto de todos os números naturais;
(g) O conjunto de todos os números reais entre 0 e 1. (SAMPAIO, 2016).

Um conjunto que contém apenas um número finito de elementos é chamado um


conjunto finito; um conjunto infinito é um conjunto que não é finito. Exemplos de (a) a
(e) acima são todos de conjuntos finitos, e Exemplos (f) e (g) são de conjuntos infinitos.
(SAMPAIO, 2016).
Conjuntos são frequentemente designados fechando-se entre chaves os
símbolos que representam seus elementos, quando for possível fazê-lo. Assim, o
conjunto no Exemplo (c) é {𝑎; 𝑏; 𝑐; 𝑑} e o conjunto no Exemplo (f) pode ser denotado
por {1, 2, 3,...}. O conjunto do Exemplo (e) não tem elementos; um tal conjunto é
chamado o conjunto vazio, sendo denotado pelo símbolo ⊘. (SAMPAIO, 2016).
Para simbolizar os conjuntos usamos uma letra maiúscula do nosso alfabeto
latino, e letras minúsculas para denotar elementos. Estudaremos agora as formas
como os conjuntos podem ser representados.

1.1 Extensão ou enumeração

Os elementos são colocados entre parênteses ou chaves e separados por


vírgula ou ponto e vírgula.
Fonte: Oliveira (2016, p. 14).

_____________________________________________________________________
Observação
A ordem dos elementos não importa e eles nunca se repetem no conjunto.
______________________________________________________________________

1.2 Compreensão

Muitas vezes é mais fácil e rápido representar um conjunto por meio de uma
propriedade:

Fonte: Oliveira (2016, p. 14).


____________________________________________________________________
Observação:
A barra (|) lê-se: tal que, de maneira que, de modo que. Ou seja, o conjunto é formado
por x elementos que apresentam determinadas propriedades.
_____________________________________________________________________

1.3 Diagrama de Venn-Euler

Para ilustrar definições, resultados e demonstrações da teoria de conjuntos, é


muito comum usar uma representação gráfica por curvas fechadas simples, tais como
círculos, ovais ou poligonais. Tal representação recebe o nome de diagrama de Venn.
(KIRILOV, 2017).
Em outras palavras conjuntos podem ser representados graficamente por
diagramas de Venn-Euler, que são regiões planas delimitadas por curvas fechadas.
Eventualmente os elementos podem ser explicitados no interior do diagrama.
(OLIVEIRA, 2016).
Num diagrama de Venn, os elementos do conjunto são indicados por pontos
internos da região delimitada por essas curvas e os elementos que não pertencem ao
conjunto são representados por pontos externos a essa região, como no exemplo
abaixo.
Exemplo:
O diagrama de Venn, abaixo, auxilia na identificação de quais elementos estão
em cada um dos conjuntos 𝐴 = {𝑎, 𝑏, 𝑑}e 𝐵 = {𝑏, 𝑐, 𝑒}, enquanto que o elemento 𝑓 não
pertence a nenhum desses conjuntos.

Fonte: adaptado de Kirilov (2017, p. 25).

O estilo usado no diagrama de Venn acima é o mais comum, o universo U foi

representado por um retângulo e os demais conjuntos por círculos contidos nesse


retângulo. Note que neste modelo de visualização nenhum elemento pode ser
representado por pontos exatamente em cima de uma curva fechada que delimita uma
região (nas fronteiras).

______________________________________________________________________
Importante: Diagramas de Venn são excelentes ferramentas para nos ajudar a
visualizar um problema, principalmente para gerar exemplos e contra-exemplos.
Entretanto, argumentos e raciocínios baseados em diagramas de Venn não servem
como demonstração da validade de uma proposição. (KIRILOV, 2017, p. 25).
______________________________________________________________________
1.4 Pertinência

Relação entre um elementos e um conjunto: ou um elemento faz parte de um


conjunto (pertence) ou não faz (não pertence).
Símbolos:
∈= 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒
∉ = 𝑛ã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒

Definição: quando um dado objeto 𝑏 é elemento de um conjunto 𝐵, dizemos que


𝑏 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎 𝐵.
Notação: empregamos o símbolo ∈, chamado de símbolo de pertinência, para
notar a relação de pertinência entre um elemento e um conjunto. Para o contrário da
pertinência, empregamos o símbolo ∉.
Exemplos:

1 ∈ {1, 2, 3, 4}
1∉{𝑥|𝑥 é 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑝𝑎𝑟}
5 ∈ {𝑥|𝑥 é 𝑢𝑚 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 í𝑚𝑝𝑎𝑟}
10∉{𝑥|𝑥 é 𝑢𝑚 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑜}
1.5 Conjuntos especiais

a) Conjunto vazio: É o conjunto sem elementos. É notado pelo símbolo ⊘. Os


Conjuntos vazios devem ser explicitados com o par de chaves sem elementos.

Exemplos:
⊘ = {}
Se 𝐴 é um conjunto vazio, então 𝐴 = {}.

b) Conjunto unitário: É o conjunto com um único elemento.

Exemplos:
𝐴 = {1}
𝐵 = {𝑎}
𝐶 = {𝐵𝑖𝑎}

c) Conjuntos numéricos: São conjuntos constituídos de números.

Exemplos:
Conjunto dos números naturais (inteiros não negativos) ou 𝑁 = {0, 1, 2, 3, 4,...}
Conjunto dos números inteiros ou 𝑍 = {... − 3, − 2, − 1, 0, 1, 2, 3,...}
Conjunto dos números racionais ou 𝑄 (número racionais são aquelas que
podem ser expressos na forma de uma razão de inteiros, como 1/3, − 7/11
etc… Dízimas periódicas como 0, 445544...também são racionais)
Conjunto dos números reais ou ℜ (conjunto dos números racionais e
irracionais)
Conjunto dos números complexos ou 𝐶.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre os conjuntos numéricos, em especial conjunto dos


números naturais, conjunto dos números inteiros, números racionais, geratriz de uma
dízima periódica, conjunto dos números irracionais, números reais, intervalos e
operações com intervalos, acessa o livro intitulado “Matemática” do autor Carlos
Alberto Maziozeki De Oliveira, páginas 22-25.

Fonte: Oliveria (2016).

#SAIBA MAIS#

d) Conjunto Universo: Denotado por ∪, é o conjunto que contém todos os


elementos de interesse para um determinado problema.
e) Conjunto complementar de um conjunto 𝐴 em relação a ∪. É o conjunto de
todos os elementos do conjunto universo ∪ que não pertencem a 𝐴.
1.6 Subconjuntos, continência e igualdade de conjuntos

Um conjunto pode estar dentro de outro (contido) ou não (não contido), da


mesma maneira que pode ter outro dentro dele (contém) ou não ( não contém).
Símbolos:
⊂= 𝑒𝑠𝑡á 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜
⊃= 𝑐𝑜𝑛𝑡é𝑚
⊄ = 𝑛ã𝑜 𝑒𝑠𝑡á 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜
⊅ = 𝑛ã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡é𝑚

Dessa maneira:

Fonte: Oliveira (2016, p. 15).


A parte aberta do símbolo deve estar voltada para o conjunto maior. Quando
ambos têm o mesmo número de elementos, tanto faz usar os símbolos ⊂ ou ⊃.
______________________________________________________________________
Observações
1. Quando um conjunto não tem elementos, dizemos que ele é vazio e é representado
por {} ou ⊘.
2. O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto, inclusive dele mesmo.
______________________________________________________________________

Definição: Se todo elemento de um conjunto 𝐴 pertence a um conjunto 𝐵, então 𝐴 é


denominado subconjunto de 𝐵.
A definição de subconjunto denota uma relação de continência entre conjuntos.
Se 𝐴 é subconjunto de 𝐵, podemos dizer de forma equivalente que 𝐴 está contido em 𝐵
, 𝐵 contém 𝐴, ou ainda 𝐵 é parte de 𝐴.
Notação: Se 𝐴 é subconjunto de 𝐵 (ou “𝐴 está contido em 𝐵”, ou “𝐵 contém 𝐴”), então
notamos 𝐴 ⊂ 𝐵. Caso contrário, notamos 𝐴 ⊄ 𝐵. O símbolo ⊂ é chamado de símbolo
de continência.

Exemplo:
Se 𝐴 = {1, 2}e 𝐵 = {1, 2, 3}, então 𝐴 ⊂ 𝐵 , pois os elementos 1 e 2 de A
pertencem a B. Por outro lado, temos 𝐵 ⊄ 𝐴, pois nem todos os elementos de B
pertencem a A (há, neste caso, uma exceção, o elemento 3).
É importante observar que a relação de continência expressa pelo símbolo ⊂
envolve dois conjuntos apenas, nunca um elemento e um conjunto ou dois elementos.

Definição: Se A é subconjunto de B e B é subconjunto de A, então dizemos que


A e B são iguais quando 𝐴 ⊂ 𝐵 e 𝐵 ⊂ 𝐴, então 𝐴 = 𝐵.
Assim, {1, 2} ⊂ {1, 2} e {1, 2} ⊃ {1, 2}, logo {1, 2} = {1, 2}.
1.7 Operações com conjuntos

O estudo das operações entre conjuntos vem da facilidade que elas trazem para
a resolução de problemas numéricos do cotidiano. Utilizaremos algumas ferramentas
gráficas, como o diagrama de Venn-Euler, para definir as principais operações entre os
mais conjuntos, sendo elas: união de conjuntos, intersecção de conjuntos, diferença
entre conjuntos e complementar de um conjunto.

1.7.1 União (ou reunião) de conjuntos

Símbolo: ∪
Chamamos de união de dois conjuntos A e B (𝐴 ∪ 𝐵)o conjunto formado por
todos os elementos de A e de B.
Matematicamente:
𝐴 ∪ 𝐵 = { 𝑋 ∈ ℜ | 𝑥 ∈ 𝐴 𝑜𝑢 𝑥 ∈ 𝐵}

Exemplos:
Nos diagramas de Venn-Euler apresentados, 𝐴 ∪ 𝐵 = {1, 2, 3}.
Fonte: Oliveira (2016, p. 16).

1.7.2 Intersecção de conjuntos

Símbolo: ∩
Chamamos de intersecção entre dois conjuntos A e B (𝐴 ∩ 𝐵) o conjunto
formado pelos elementos comuns a ambos os conjuntos, ou seja, aqueles que
aparecem nos dois ao mesmo tempo.
Matematicamente:
𝐴 ∩ 𝐵 = {𝑥 ∈ ℜ | 𝑥 ∈ 𝐴 𝑒 𝑥 ∈ 𝐵}
Exemplos

Fonte: Oliveira (2016, p. 16-17).

1.7.3 Diferença entre conjuntos

Símbolo: −
Pela diferença de dois conjuntos A e B chegamos a um terceiro conjunto,
formado pelos elementos que pertencem ao conjunto A e não a B.
Matematicamente:
𝐴 − 𝐵 = {𝑥 ∈ ℜ| 𝑥 ∈ 𝐴 𝑒 𝑥 ∉ 𝐵}

Exemplos:
Fonte: Oliveira (2016, p. 17).

1.7.4 Complementar de um conjunto

𝐵
Símbolo: 𝐶 𝐴

𝐵
Se 𝐵 ⊂ 𝐴, então 𝐶 𝐴
= 𝐴 − 𝐵, ou seja, se 𝐵 for subconjunto de 𝐴, então o

complementar de 𝐵 em relação a 𝐴 será calculado pela diferença de conjuntos 𝐴 − 𝐵.


“De uma maneira informar, podemos dizer que o complementar é o conjunto dos
elementos que faltam para que o menor conjunto se transforme no maior”. (OLIVEIRA,
2016, p. 16-17).
Exemplos:
Fonte: Oliveira (2016, p. 18).

1.8 Conjunto das partes de um conjunto

Símbolo: 𝑃
É o conjunto formado por todos os subconjuntos possíveis de um dado conjunto.
Por definição, o conjunto vazio é subconjunto dele mesmo, ou seja, ⊘⊂⊘.
______________________________________________________________________
Importante: Na teoria dos conjuntos, a existência do conjunto das partes não é tida
como óbvia. Como a existência de um conjunto das partes não é consequência do
axioma da especificação, um novo axioma é necessário; este axioma é habitualmente
chamado o Axioma do Conjunto das Partes e pode ser assim enunciado: Para cada
conjunto, existe um conjunto de conjuntos que consiste de todos os subconjuntos do
conjunto dado. (SAMPAIO, 2016).
______________________________________________________________________

Por exemplo, se 𝐴 = {1, 2}, então 𝑃(𝐴) = {⊘, {{1}, {2}, {1, 2}}. Ou seja, para
chegarmos ao número de subconjuntos de um conjunto, basta calcularmos 2 elevado
ao número de elementos do conjunto. Dessa maneira, sabendo que 𝑛(𝐴) = 2, então
𝑛𝑃(𝐴) = 2² = 4.
Se calcularmos os subconjuntos das letras da palavra 𝐶𝐴𝑆𝐴, veremos que o
conjunto será formado por {𝐶, 𝐴, 𝑆}.Como esse conjunto tem 3 elementos, o número de
subconjuntos será dado por 2³ = 8.

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Observações
1. Muitas vezes, representamos as operações entre conjuntos como regiões dentro
deles. Assim, podemos representar as operações a seguir desta forma:

Fonte: Oliveira (2016, p. 19).

2. Exercícios que apresentam elementos de 2 ou 3 conjuntos são mais facilmente


resolvidos quando representados por diagramas, começando pelas interseções.
______________________________________________________________________

Exemplos:

1. Entre 100 pessoas pesquisadas, 60 usam a marca A e 70 a B. Sabendo que 50


usam ambas as marcas, quantas pessoas não usam nenhuma delas?
Fonte: Oliveira (2016, p. 19).

Assim, 20 + 50 + 10 +nenhuma = 100, logo 20 pessoas não utilizam nenhuma


das marcas.
Resposta: 20 pessoas não usariam nenhuma delas.

2. Um jornal entrevistou certo número de pessoas sobre suas opções de viagem de


férias e chegou às seguintes respostas:
● 40 pessoas disseram viajar à Europa;
● 40 pessoas preferiam os Estados Unidos;
● 35 pessoas desejam viajar pelo Brasil;
● 25 viajariam para Europa e Estados Unidos;
● 20 viajariam para Brasil e Estados Unidos;
● 15 disseram que viajariam aos três destinos;
● 10 não gostam de viajar.

Quantas pessoas foram entrevistadas?


Fonte: Oliveira (2016, p. 19).

Assim, 𝑛 = 10 + 5 + 5 + 10 + 15 + 5 + 10 + 10 = 70.
Resposta: Ao todo 70 pessoas foram entrevistadas.

REFLITA

Muitas das falhas da vida acontecem quando as pessoas não percebem o quão perto
estão quando desistem. (Thomas Edison).

#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) acadêmico(a),

Chegamos ao final da Unidade I, na qual estudamos “um pouco” sobre: Conceito


e definição de conjuntos. Extensão ou enumeração. Compreensão. Diagrama de
Venn-Euler. Pertinência. Conjuntos especiais: conjunto vazio, conjunto unitário,
conjunto numérico, conjunto universo, conjunto complementar. Subconjuntos,
continência e igualdade de conjuntos. Operações com conjuntos: união de conjuntos,
intersecção de conjuntos, diferença entre conjuntos, complementar de um conjunto.
Conjunto das partes de um conjunto.
Assim, convidamos você, estudante, a consultar as indicações de leitura
complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento.

Boa leitura!
LEITURA COMPLEMENTAR

Acadêmico(a) para complementar seu estudo sobre conjuntos, consulte as fontes


indicadas a seguir.

● CANDAL, D. Fundamentos de Matemática. Rio de Janeiro: SESES, 2015.


Disponível em:
https://profhubert.yolasite.com/resources/LIVRO%20PROPRIET%C3%81RIO%2
0%E2%80%93%20Fundamentos%20da%20matematica.pdf Acesso em: 02
ago. 2021.
● VASCONCELOS, V. F. Teoria dos Conjuntos - um estudo introdutório. Trabalho
de Conclusão e Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 2018.
Disponível em:
https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/23976/1/teoriaconjuntos.pdf
Acesso em: 02 ago. 2021.
● MARQUES, G. da C.Fundamentos de Matemática I. Introdução à Teoria dos
Conjuntos. Disponível em:
https://midia.atp.usp.br/plc/plc0001/impressos/plc0001_01.pdf Acesso em: 02
ago. 2021.
LIVRO

• Título.
Teoria dos números e teoria dos conjuntos
• Autor.
Fernando Ferreira
• Editora.
Editora InterSaberes
• Sinopse
Ao contrário do que se imagina, o estudo da matemática é simples, desde que seja
realizado de maneira criteriosa. Assim, é fundamental ter como base uma sequência
lógica de conteúdos, com textos que dialogam com o estudante e exemplos de
exercícios resolvidos. Esta obra tem o propósito de facilitar o estudo da matemática.
Por isso, os temas presentes são abordados de forma didática e descomplicada, com
ilustrações e propostas de exercícios. Embarque nesta jornada repleta de novos
conhecimentos e descubra quanto o estudo da matemática pode ser prazeroso e
empolgante.
FILME/VÍDEO

• Título.
O Jogo da Imitação
• Ano.
2014
• Sinopse.
Baseado na história real de Alan Turing, matemático considerado o pai da computação,
o filme é sobre sua atuação na Segunda Guerra Mundial. Com um grupo de
pesquisadores, ele busca decodificar as as mensagens enviadas pelos alemães para o
exército, ajudando os ingleses a prever as próximas ações no conflito.
Além desse desafio, Turing tem dificuldade de se relacionar com as pessoas ao seu
redor, mas para desvendar as codificações deve aprender a trabalhar em equipe.
• Link do vídeo (se houver).
Disponível na Netflix, no Google Play e no YouTube.
REFERÊNCIAS

KIRILOV, A. Introdução a Teoria de Conjuntos - para estudantes que estão


ingressando na Matemática. 14 de novembro de 2017. Disponível em:
file:///C:/Users/agele/Downloads/itc01-UFPR-2017.pdf. Acesso em: 03 ago. 2021.

LUIZ, R. Operações com conjuntos. Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/matematica/operacoes-com-conjuntos.htm Acesso em:
03 ago. 2021.

OLIVEIRA, C. A. M. de. Matemática. Curitiba: Editora InterSaberes, 2016. (Coleção


EJA: Cidadania Competente, v.6). [Livro eletrônico]. https://plataforma.bvirtual.com.br/ .
Acesso em:

SAMPAIO, J. O Conceito de Conjunto. In. _____. Notas de aula da Disciplina


Introdução à Teoria dos Conjuntos. 2016. UFSCar. Disponível em
https://www.dm.ufscar.br/profs/sampaio/itc.html. Acesso em: 03 ago. 2021.
UNIDADE II
FUNÇÕES
Professora Genilda de Lourdes Maurício Guimarães
Professora Vanice Vieira Fernandes

Plano de Estudo:
• Conceito e definição de função;
• Notação de função;
• Domínio de uma função;
• Tipos de função: simetria, função par, função ímpar, crescimento de uma função;
• Classificação das funções: função injetora, função sobrejetora, função bijetora, função
composta, função inversa;
• Funções de primeiro e segundo graus: função polinomial do primeiro grau, raiz de
uma função do primeiro grau, funções do primeiro grau e seus gráficos, função
polinomial do segundo grau, raízes de uma função do segundo grau, funções do
segundo grau e seus gráficos, funções polinomiais, raízes das funções polinomiais,
função exponencial, gráficos de funções exponenciais, base da função dada pelo
número 𝑒.

Objetivos de Aprendizagem:
• Entender o que é função e sua notação;
• Entender o que é domínio e imagem;
• Perceber a diferença entre funções crescentes e decrescentes;
• Reconhecer funções de primeiro e de segundo graus, polinomiais e exponenciais;
• Entender gráficos dos tipos de funções;
• Extrair raízes das funções polinomiais.
INTRODUÇÃO

Prezado(a) acadêmico(a)!

Seja bem-vindo(a) à Unidade II da disciplina de Introdução à Matemática, para


o curso de Licenciatura em Matemática. Nesta segunda unidade, intitulada "Funções",
estudaremos os seguintes itens: Conceito e definição de função. Notação de função.
Domínio de uma função. Tipos de função: simetria, função par, função ímpar,
crescimento de uma função. Classificação das funções: função injetora, função
sobrejetora, função bijetora, função composta, função inversa. Funções de primeiro e
segundo graus: função polinomial do primeiro grau, raiz de uma função do primeiro
grau, funções do primeiro grau e seus gráficos, função polinomial do segundo grau,
raízes de uma função do segundo grau, funções do segundo grau e seus gráficos,
funções polinomiais, raízes das funções polinomiais, função exponencial, gráficos de
funções exponenciais, base da função dada pelo número 𝑒.
Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o
tema de nossa primeira unidade.

Boa leitura!
1 CONCEITO E DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO

O conceito de função é um das noções mais fundamentais da Matemática é


geralmente apresentado às pessoas de uma forma intuitiva, algo como: uma função de
𝐴 em 𝐵 é uma regra que associa a cada elemento de 𝐴 um único elemento do conjunto
𝐵. (KIRILOV, 2017).
O maior problema nesse modo de apresentar o conceito de função é estabelecer
precisamente o que se entende por “uma regra”. Uma forma honesta de evitar esse
problema é usar a linguagem de conjuntos e relações que desenvolvemos até aqui
para definir precisamente o conceito de função. (KIRILOV, 2017).
Estudante, você pode pensar em uma função como uma máquina, na qual os
valores 𝑥 do domínio são colocados dentro da máquina (que faz papel da função) para
produzir os valores 𝑦 da imagem. Para indicar que 𝑦 vem de uma função de 𝑥, usamos
a notação de função de Euler, dada por 𝑦 = 𝑓(𝑥) (você pode ler “𝑦 igual a 𝑓 de 𝑥” ou
“o valor de 𝑓 em 𝑥” . Aqui, 𝑥 é a variável independente e 𝑦 = 𝑓(𝑥)é a variável
dependente. Vide figura 1.
Figura 1 - Um diagrama de uma “máquina”para compreender função

Fonte: adaptado de Bonafini (2019, p.65).

Uma função pode ser escrita como a relação entre os elementos do domínio e
os elementos da imagem. A Figura 2(a) mostra uma função que relaciona elementos do
domínio 𝑋 com os elementos da imagem 𝑌. A Figura 2(b) apresenta uma relação que
não é de uma função, uma vez que a regra de que o elemento 𝑥1associa a um único

elemento de 𝑌não ocorre.

Figura 2 O diagrama em (a) retrata uma relação de 𝑋em𝑌, que é uma função. O diagrama em
(b) retrata uma relação de 𝑋em𝑌, que não é uma função

Fonte: adaptado de Bonafini (2019, p. 66).

A unicidade do valor da imagem é muito importante para você, acadêmico(a)


entender seu comportamento. Saber que 𝑓(2) = 8 e, posteriormente, verificar que
𝑓(2) = 4 é uma contradição. O que acontece é que jamais teremos uma função
definida por fórmula ambígua como 𝑓(𝑥) = 3𝑥 ± 2.
Outra forma de observar funções é graficamente. O gráfico da função 𝑦 = 𝑓(𝑥)
é o conjunto de todos os pontos (𝑥, 𝑓(𝑥)), com 𝑥 pertencente ao domínio de 𝑓. Você
pode visualizar os valores do domínio sobre o eixo horizontal 𝑥, como também os
valores da imagem sobre o eixo vertical 𝑦, tomando como referência os pares
ordenados (𝑥, 𝑦) do gráfico de 𝑦 = 𝑓(𝑥).

SAIBA MAIS

Acadêmico(a), acesse os links abaixo, para saber mais sobre funções, domínio e
imagem.
http://educacao.globo.com/matematica/assunto/funcoes/conceito-de-funcoes.html
https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/funcao.htm

#SAIBA MAIS#

REFLITA

Você sabe como reconhecer funções a partir de gráficos? Lembrem-se de que para
que o conjunto represente uma função, cada elemento do domínio deve ter no máximo
um elemento correspondente no contradomínio.

Fonte: A autora (2021).

#REFLITA#
1.2 Notação de função

Estudante para apresentarmos uma função, precisaremos de três componentes:

1) O primeiro conjunto, em que escolhemos os elementos para os quais


procuraremos as imagens correspondentes. Esse conjunto é o domínio
da função.
2) O segundo conjunto, em que procuramos as imagens dos elementos do
domínio. Esse conjunto é o contradomínio da função.
3) A sentença matemática que conduz os elementos do domínio até a
imagem correspondente a ele no contradomínio.
𝑓: 𝐷 → 𝐶𝐷com 𝑦 = 𝑓(𝑥)

Vejamos alguns exemplos:

(a) Consideremos os conjuntos 𝐴 = {0, 1, 2, 3, 5}e 𝐵 = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}. Vamos


definir a função 𝑓 de 𝐴 em 𝐵 com 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 1. Tomamos um elemento do
conjunto A, representado por 𝑥, substituímos este elemento na sentença 𝑓(𝑥),
efetuamos as operações indicadas e o resultado será a imagem do elemento 𝑥,
representada por 𝑦.

𝑓: 𝐴 → 𝐵
𝑦 = 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 1
(b) Consideremos os conjuntos 𝐴 = {− 1, 1, 2, 5}e 𝐵 = {0, 1, 2, 3, 17, 24, 33}. Vamos
2
definir a função 𝑓 de 𝐴 em 𝐵 com 𝑓(𝑥) = 𝑥 − 1. Assim, teremos os dados a
seguir.
2
A imagem do elemento − 1representada por 𝑓(− 1) = (− 1) − 1 = 0 ,ou
seja, o par (− 1, 0) ∈ 𝑓.
2
A imagem do elemento 1representa por 𝑓(1) = 1 − 1 = 0, ou seja, o par
(1, 2) ∈ 𝑓.
2
A imagem do elemento 2 representa por 𝑓(2) = 2 − 1 = 3, ou seja, o par
(2, 3) ∈ 𝑓.
2
A imagem do elemento 5 representada por 𝑓(5) = 5 − 1 = 24, ou seja, o par
(5, 24) ∈ 𝑓.

Notemos aqui, estudante que existem dois elementos do conjunto 𝐴 com uma
mesma imagem no conjunto 𝐵. Isso é permitido pela definição de função. O que não
pode ocorrer é um mesmo elemento com mais de uma imagem ou um elemento sem
imagem.
2
𝑓: 𝐴 → 𝐵; 𝑢 = 𝑓(𝑥) = 𝑥 − 1
______________________________________________________________________
Observação
No estudo das funções é muito frequente utilizarmos, tanto para primeiro
conjunto como para segundo conjunto de uma função, o conjunto dos números reais.
Nessas condições, convencionou-se que podemos omitir a colocação dos dois
conjuntos e a função será denominada, simplesmente, função real. Para uma função
real, basta apresentarmos a sentença matemática que relaciona os elementos do
domínio às imagens no contradomínio.
Exemplo:
3
Para apresentarmos a função 𝑓 de 𝑅 em 𝑅 com 𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 3, bata apenas
3
dizermos que é uma função real com 𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 3.
1.3 Domínio de uma função

O domínio de uma função é representado pelos valores de 𝑥 que podemos


aplicar na função. Normalmente, dizemos que uma função é uma relação de ℜ em ℜ
ou 𝑓: ℜ → ℜ. Isso significa que tanto no domínio todos os números são reais, mas há
exceção.
Considere a seguinte função:
1
𝑓(𝑥) = 𝑥
.
1
Se 𝑥 for 0, então 𝑓(0) = 0
e não existe divisão por zero. Temos, portanto, um

caso de exceção. Assim, devemos explicitar o domínio como sendo 𝑑𝑜𝑚(𝑓) = ℜ − {0}
*
ou ℜ .

Outro exemplo é 𝑓(𝑥) = 𝑥. Perceba que essa função não permite que 𝑥 seja

negativo. Note que 𝑓(− 1) = − 1 não é um número real. Logo, 𝑑𝑜𝑚(𝑓) = ℜ.


Observe que devemos excluir do domínio os valores para os quais a função não
está definida.

SAIBA MAIS

Você sabia que existem regras de cálculo do domínio?


Para ampliar seus conhecimentos sobre a temática indicamos a leitura do livro
intitulado “Matemática” do autor Carlos Alberto Maziozeki De Oliveira, páginas 38-39.

Fonte: Oliveria (2016).

#SAIBA MAIS#

1.4 Tipos de função

Antes de abordarmos os tipos de função, precisamos ter bem claro um conceito


utilizado na sua classificação: a simetria.

1.4.1 Simetria

Em matemática, quando falamos em simetria, pensamos sempre em um


referencial. Por exemplo, os pontos B, C e D no gráfico, a seguir, são os simétricos do
ponto A em relação aos eixos X,Y e em relação à origem, nessa ordem. (OLIVEIRA,
2016).
Fonte: Oliveira (2016, p. 41).

Em outras palavras, o simétrico de um ponto é outro ponto que está a uma


mesma distância de certo referencial, só que do lado oposto.

1.4.2 Função par

Uma função é par se para todo 𝑥 do seu domínio 𝑓(𝑥) = 𝑓(− 𝑥). O gráfico
desse tipo de função é simétrico em relação ao eixo 𝑌.
Veja alguns exemplos:

(a) 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(𝑥)


(b) 𝑦 − 𝑥²

(c) 𝑓(𝑥) = 𝑥⁴ − 𝑥²

______________________________________________________________________
Observação
Uma função polinomial é par quando todos os expoentes da variável são pares. Assim,
6 4 2
𝑓(𝑥) = 2𝑥 − 5𝑥 + 3𝑥 é par; enquanto que 𝑦 = 2𝑥² − 5𝑥 não é.
______________________________________________________________________
1.4.3 Função ímpar

Uma função é ímpar quando 𝑓(𝑥) = − 𝑓(− 𝑥). Em relação ao gráfico, o de


uma função ímpar será simétrica em relação à origem.
Veja alguns exemplos:
(a) 𝑓(𝑥) = 𝑥³

1
(b) 𝑓(𝑥) = 𝑥
(c) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛(𝑥)

______________________________________________________________________
Observação
1. Uma função polinomial é ímpar quando todos os expoentes da variável foram
5 3 3
ímpares. Desse modo, 𝑓(𝑥) = 2𝑥 − 2𝑥 − 5𝑥 é ímpar, mas 𝑓(𝑥) = 3𝑥 − 4𝑥 = 1
3 0
não é, pois pode ser escrita como 𝑓(𝑥) = 3𝑥 − 4𝑥 = 1𝑥 .
2. Quando a função não apresenta nenhuma dessas características, dizemos que ela
não é par nem ímpar.
______________________________________________________________________

1.4.4 Crescimento de uma função

Outro conceito de função que você estudante vai entender de forma fácil
graficamente é a propriedade de ser crescente, decrescente ou constante sobre um
intervalo.

Definição: Uma função 𝑓 é crescente sobre um intervalo se, para quaisquer dois
valores de 𝑥 no intervalo, uma variação positiva em 𝑥 resulta em uma variação positiva
em 𝑓(𝑥).
1 2 1 2
(a) Função crescente: Quando para todo 𝑥 do domínio 𝑥 < 𝑥 ⇒ 𝑓(𝑥 ) < 𝑓(𝑥 ) ,

dizemos que a função é crescente. Observe os gráficos, a seguir,


característicos desse tipo de função.
Na prática, basta analisar o gráfico da esquerda para a direita e verificar se ele
está subindo.

Definição: Uma função 𝑓 é decrescente sobre um intervalo se, para quaisquer dois
valores de 𝑥 no intervalo, uma variação positiva em 𝑥 resulta em uma variação negativa
em 𝑓(𝑥).
(b) Função decrescente: Quando, para todo 𝑥 do domínimo
1 2 1 2
𝑥 < 𝑥 ⇒ 𝑓(𝑥 ) > 𝑓(𝑥 ) , dizemos que a função é decrescente. Perceba que,

nesse caso, os gráficos descem da esquerda para a direita.

Definição: Uma função 𝑓 é constante sobre um intervalo se, para quaisquer dois
valores de 𝑥 no intervalo, uma variação positiva em 𝑥 resulta em uma variação nula em
𝑓(𝑥).
1 2 1 2
(c) Função constante: Quando 𝑥 < 𝑥 ⇒ 𝑓(𝑥 ) = 𝑓(𝑥 ) .
SAIBA MAIS

Temos quatro maneiras de representar uma função:


1. Verbalmente através de uma frase que descreve como a variável de entrada
está relacionada com a variável de saída;
2. Numericamente por uma tabela ou uma lista de pares ordenados que
correspondem aos valores de entrada juntamente com valores de saída;
3. Graficamente através dos pontos em um gráfico em que a entrada é
representada no eixo horizontal e os valores de saída são representados pelo
eixo vertical;
4. Algebricamente por uma equação por uma equação contendo as variáveis de
interesse.

Fonte: Bonafini (2019, p. 69).

#SAIBA MAIS#

1.5 Classificação das funções


Os tipos de funções podem ser classificados de acordo com o seu
comportamento com relação à regra uma única saída para cada entrada. Confira a
seguir os principais tipos.

1.5.1 Função injetora (ou injetiva)

1 2 1 2
Uma função é injetora se qualquer 𝑥 ≠ 𝑥 implicar 𝑓(𝑥 ) ≠ 𝑓(𝑥 ). Ou seja, se
tomarmos dois elementos diferentes do domínio, suas imagens também serão
diferentes. É importante observar que isso só ocorre se a função for crescente ou
decrescente em todo seu domínio.

Função crescente e injetora

Função não crescente e não injetora

1.5.2 Função sobrejetora


É toda função em que 𝐼𝑚(𝑓) = 𝐶𝑑𝑜𝑚(𝑓), ou seja, a imagem da função é o
segundo conjunto todo. Qualquer 𝑦 será imagem de algum 𝑥.
Observe os gráficos a seguir. A função (𝐼) é sobrejetora, pois, para qualquer que
seja o 𝑥, existe um 𝑦, tal que 𝑦 = 𝑓(𝑥).
A função (II) não é sobrejetora, pois existe 𝑦 que não é imagem de nenhum 𝑥.

Fonte: adaptado de Oliveira (2016, p. 48).

Em diagramas:

Sobrejetora, 𝐶𝑑𝑜𝑚(𝑓) = 𝐼𝑚(𝑓).

Fonte: adaptado de Oliveira (2016, p. 48).


Não é sobrejetora, pois existe elemento de B que não é imagem de nenhum
elemento de A.

1.5.3 Função bijetora

Uma função será bijetora quando for ao mesmo tempo injetora e sobrejetora. A
função do primeiro grau, cujo gráfico é uma reta, é bijetora. A função do segundo grau,
cujo gráfico é uma parábola, não é bijetora.

1.5.4 Função composta

Quando desejamos associar duas ou mais funções, trabalhamos com a


composição de funções. Vide o exemplo de Oliveria (2016, p. 49) abaixo:
Nesse ponto, é interessante lembrarmos dos produtos notáveis:

Fonte: adaptado de Oliveira (2016, p. 50).

1.5.5 Função inversa

Uma função admite inversa, ou seja, é inversível, se, e somente se, for bijetora.
−1 −1
Esse tipo de função é representado por 𝑓 (𝑥) ou 𝑦 .
Uma maneira prática de analisar uma função inversa é lembrar do máximo: o
−1
que 𝑓faz, 𝑓 desfaz.
A imagem de uma é o domínio da outra:
Fonte: adaptado de Oliveira (2016, p. 50).

1.6 Funções de primeiro e segundo graus

Figura 3 - Mapa mental sobre funções de 1 grau

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Figura 4 - Mapa mental sobre funções de 2 grau


Fonte: Elaborado pela autora (2021).

1.6.1 Função polinomial do primeiro grau

A função polinomial do grau 1 é qualquer função dada pela expressão:

𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏

onde 𝑎 e 𝑏 são constantes e 𝑎 ≠ 0. Em outras palavras, onde 𝑎 coeficiente angular, e 𝑏


, coeficiente linear, são números reais, com 𝑎 ≠ 0, para todo 𝑥 ∈ ℜ.
Se nessa função 𝑎 = 1 e 𝑏 = 0 denominamos essa função de identidade, onde
𝑓(𝑥) = 𝑥.
Você, estudante, sabia que a função polinomial do primeiro grau também é
conhecida como função afim.

1.6.1.2 Raiz de uma função do primeiro grau


A raiz de uma função do grau 1 é o valor para qual 𝑓(𝑥) = 0, tal que podemos
escrever:
0 = 𝑎𝑥 + 𝑏
Onde:
𝑏
𝑥= − 𝑎

Exemplo: Considere a função


𝑓(𝑥) = 5𝑥 − 3.
Determine:
a) Os coeficientes angular e linear da função.
Para determinar os coeficientes basta você estudante comparar a expressão
acima com a equação 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 e diretamente temos que 𝑎 = 5 e
𝑏= − 3.
b) A raiz desse polinômio.
No caso da raiz de uma função do primeiro grau, basta que usemos a equação
𝑏
𝑥= − 𝑎
e assim escrever:
(−3) 3
𝑥= − 5
= 5
ou 0, 6

SAIBA MAIS

A criação do termo função é atribuída ao alemão Gottfried Leibniz, que usou a


palavra para descrever uma quantidade relacionada a uma curva, inclinação ou um
ponto qualquer situado sobre ela. Leibniz e Isaac Newton são considerados os pais do
cálculo moderno, em particular o desenvolvimento integral e regra do produto. Genial,
Leibniz também desenvolveu trabalhos nos campos da lei, religião, política, história,
literatura, lógica, metafísica e filosofia.

Fonte: Oliveira (2016, p. 79).

#SAIBA MAIS#

1.6.1.3 Funções do primeiro grau e seus gráficos

Uma função do grau 1 é uma função polinomial de grau 1 e, assim, tem a forma:
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, onde 𝑎 e 𝑏 são constantes e 𝑎 ≠ 0.

Se, em vez de 𝑎 , utilizarmos 𝑚 como o coeficiente principal e considerarmos a


notação 𝑦 = 𝑓(𝑥), então essa equação passa a ser familiar, pois representa uma reta
inclinada dada por:
𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑏

O coeficiente angular 𝑚 de uma reta não vertical que passa pelos pontos (𝑥1, 𝑦1)
𝑌2−𝑌1
e (𝑥2, 𝑦2)é dado por 𝑚 = 𝑋2−𝑋1
.

A equação da reta que passa pelo ponto (𝑥1𝑦1) e tem coeficiente angular 𝑚 é

𝑦 − 𝑦−1 = 𝑚 (𝑥 − 𝑥1). Essa é a equação geral da reta.

Retas verticais não são gráficos de funções porque elas falham no teste da linha
vertical. Uma reta no plano cartesiano é o gráfico de uma função do primeiro grau se, e
somente se, ela é uma reta inclinada ou uma reta horizontal.
A taxa média de variação de uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) entre 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏, com
𝑓(𝑏)−𝑓(𝑎)
𝑎 ≠ 𝑏, é 𝑏−𝑎
.

A função do primeiro grau definida para todos os números reais tem uma taxa
média de variação constante, diferente de zero, entre quaisquer dois pontos sobre seu
gráfico.
Quando a função está definida para valores de 𝑥 que sejam maiores ou iguais a
zero, então podemos dizer que o valor inicial da função é do por 𝑓(0). Nesse caso, se
𝑓(0) = 𝑏, então o início do gráfico está no ponto (0, 𝑏), localizado no eixo vertical 𝑦.
Ela é chamada simplesmente de taxa de variação da função do primeiro grau. O
coeficiente angular 𝑚 na fórmula 𝑓(𝑥) = 𝑚𝑥 + 𝑏 é a taxa de variação da função do
primeiro grau.

Fonte: Bonafini (2012, p. 74).

1.6.1.4 Função polinomial do segundo grau

A função polinomial do grau 2 é qualquer função dada pela expressão:

2
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐
Onde 𝑎, que determina a concavidade da parábola, 𝑏, que define a inclinação da curva,
e 𝑐, ponto em que a parábola intercepta o eixo 𝑦 são números reais, com 𝑎 ≠ 0, para
todo 𝑥 ∈ ℜ.

1.6.1.5 Raízes de uma função do segundo grau

As raízes de uma função polinomial do grau 2 são valores importantes para


análise da parábola, eles podem ser obtidos pela relação.
2
−𝑏± 𝑏 −4𝑎𝑐
𝑥= 2𝑎

2
Onde o termo 𝑏 − 4𝑎𝑐 é denominado de discriminante e é representado pela
letra grega delta maiúsculo (∆), tal que:

● Se o discriminante for maior que zero (∆ > 0) obteremos duas raízes reais;
● Se o discriminantes for igual à zero (∆ = 0) obtemos apenas uma única raiz
real;
● Se o discriminante for menor que zero (∆ < 0) não haverá raízes reais.

1.6.1.6 Funções do segundo grau e seus gráficos

Uma função do segundo grau (também conhecida como função quadrática) é


2
uma função polinomial de grau 2 da forma 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐, onde 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são
constantes reais e 𝑎 ≠ 0. Você estudante pode observar que o gráfico de toda função
do segundo grau é uma parábola de concavidade para cima ou para baixo, porque é
2
derivado do gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑥 por uma sequência de translações, reflexões,
“esticamentos” e “encolhimentos”.

2 2
Figura 5: O gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑥 mostrado com (a) 𝑔(𝑥) =− (1/2)𝑥 + 3 e (b)
2
ℎ(𝑥) = 3(𝑥 + 2) − 1.
Fonte: adaptado de Bonafini (2012, p. 75).

2
O gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 , com 𝑎 > 0, é uma parábola com concavidade para
cima. Quando 𝑎 < 0, o gráfico é uma parábola com concavidade para baixo.
Independentemente do sinal de 𝑎, o eixo vertical 𝑦 é a reta de simetria para o gráfico de
2
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 . A reta de simetria para uma parábola é seu eixo de simetria. O ponto sobre
a parábola que cruza seu eixo de simetria é o vértice da parábola. Pelo fato de uma
função do segundo grau ser sempre uma parábola com concavidade para cima ou para
baixo, seu vértice é sempre o ponto mais baixo ou o ponto mais alto da parábola. O
2
vértice de 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 é sempre a origem, como pode ser visto na Figura 6.

2
Figura 6: O gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 para a(a) 𝑎 > 0 e (b) 𝑎 < 0.

Fonte: adaptado de Bonafini (2012, p. 75).


2
Expandindo 𝑓(𝑥) = 𝑎(𝑥 − ℎ) + 𝑘 e comparando os coeficientes resultantes
2
com a forma quadrática padrão 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐, onde os expoentes de 𝑥 são
organizados em ordem decrescente, obtendo assim a fórmula para ℎ e 𝑘.

2
𝑓(𝑥) = 𝑎(𝑥 − ℎ) +𝑘
2 2
= 𝑎(𝑥 − 2ℎ𝑥 + ℎ ) + 𝑘
2 2
= 𝑎𝑥 + (− 2𝑎ℎ)𝑥 + (𝑎ℎ + 𝑘)
2
= 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐

2+𝑘
Como 𝑏 =− 2𝑎ℎ e 𝑐 = 𝑎ℎ na última linha desenvolvida anteriormente, você
2
estudante tem ℎ = − 𝑏/2𝑎 e 𝑘 = 𝑐 − 𝑎ℎ . Usando essas fórmulas, qualquer função
2
do segundo grau 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐 pode ser reescrita na forma

2
𝑓(𝑥) = 𝑎(𝑥 − ℎ) +𝑘

Essa é a forma canônica para uma função do segundo grau, o que torna fácil a
identificação do vértice e o eixo de simetria do gráfico da função.
2
−(𝑏 +4𝑎𝑐)
O valor de 𝑘 também é conhecido como 2𝑎
.
Fonte: Bonafini (2012, p. 74).

1.6.1.7 Funções polinomiais

Acadêmico(a) uma função polinomial de grau zero é função constante e o


gráfico é uma reta horizontal paralela ao eixo 𝑥. Uma função polinomial de grau 1 é
uma função do primeiro grau, seu gráfico é uma reta inclinada. Uma função polinomial
de grau 2 é uma função do segundo grau, seu gráfico é uma parábola. Considere agora
funções polinomiais de graus mais altos. Estas incluem as funções cúbicas (polinomiais
de grau 3) e funções quárticas (polinomiais de grau 4). Já vimos que uma função
polinomial de grau 𝑛 pode ser escrita na forma

𝑛 𝑛−1 2
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 + 𝑎𝑛−1 𝑥 + ... + 𝑎2 𝑥 + 𝑎1𝑥 + 𝑎0 , com 𝑎𝑛 ≠ 0.

Abaixo você estudante pode ver algumas definições importantes associadas às


funções polinomiais e a essa equação.

Definição: O vocabulário dos polinômios


𝑛 𝑛−1
Cada monômio na soma (𝑎𝑛𝑥 + 𝑎𝑛−1𝑥 , ..., 𝑎0) é um termo do polinômio.

Uma função polinomial escrita nessa forma, com termos apresentado graus
descendentes, está na forma-padrão.
As constantes 𝑎𝑛, 𝑎𝑛−1, ..., 𝑎0 são os coeficientes do polinômio.
𝑛
O termo 𝑎𝑛𝑥 é o termo principal e 𝑎0 é o termo constante.

Toda função polinomial está definida e é contínua para todos os números reais.
Além de os gráficos serem sem quebra, pulo nem buraco, eles também não têm
“bicos”. Gráficos típicos de funções cúbicas e quárticas são demonstrados nas figuras 6
e 7.
Imagine retas horizontais passando através dos gráficos nas figuras 7 e 8, como
se fosse o eixo horizontal 𝑥. Cada intersecção corresponde a uma raiz da função.
Podemos concluir que funções cúbicas têm, no máximo, três raízes, e as funções
quárticas têm, no máximo, quatro raízes. As funções cúbicas apresentam, no máximo,
dois extremos locais, e as funções quárticas, três extremos locais. Essas observações
generalizam o resultado.

Figura 7: Gráfico de quatro funções cúbicas típicas: (a) dois com coeficientes principal positivo
e (b) com coeficiente principal negativo

Fonte: adaptado de Bonafini (2012, p. 83).


Figura 8: Gráficos de quatro funções quárticas típicas: (a) dois com coeficiente principal
positivo e (b) dois com coeficiente principal negativo

Fonte: adaptado de Bonafini (2012, p. 83).

1.6.1.8 Raízes das funções polinomiais

Encontrar as raízes de uma função 𝑓 é equivalente a encontrar os valores de 𝑥


por onde o gráfico de 𝑦 = 𝑓(𝑥) passa no eixo horizontal 𝑥, que são as soluções da
equação 𝑓(𝑥) = 0. Uma ideia é fatorar a função polinomial.
Se uma função polinomial 𝑓 é apresentada na forma fatorada, cada fator
(𝑥 − 𝑘) corresponde a uma raiz 𝑥 = 𝑘, e se 𝑘 é um número real, então o par ordenado
(𝑘, 0)é um ponto por onde o gráfico passa no eixo horizontal 𝑥.
3 2
Quando o fator é repetido, como na função 𝑓(𝑥) = (𝑥 − 2) (𝑥 − 1) , você
pode considerar que a função polinomial tem uma raiz repetida. A função 𝑓 tem duas
raízes repetidas. O fato 𝑥 − 2 ocorre três vezes, então 2 é uma raiz de multiplicidade 3.
De maneira similar, − 1 é uma raiz de multiplicidade 2. A definição seguinte generaliza
esse conceito.

Definição: Multiplicidade de uma raiz de uma função polinomial.


𝑚 𝑚−1
Se 𝑓 é uma função polinomial e (𝑥 − 𝑐) é um fato de 𝑓 , mas (𝑥 − 𝑐) não
é., então 𝑐 é uma raiz de multiplicidade 𝑚 de 𝑓.
Uma raiz de multiplicidade 𝑚 ≥ 2 é uma raiz repetida. Observe na Figura 9 que
3 2
o gráfico de 𝑓(𝑥) = (𝑥 − 2) (𝑥 + 1) encosta no eixo horizontal 𝑥 no par ordenado
(− 1, 0) e cruza o mesmo eixo no par ordenado (2, 0). Isso também pode ser
generalizado.

3 2
Figura 9: O gráfico de 𝑓(𝑥) = (𝑥 − 2) (𝑥 + 1) .

Fonte: adaptado de Bonafini (2012, p. 85).

Fonte: Bonafini (2012, p. 85).

SAIBA MAIS

Você sabia que a autoria das funções polinomiais de 1 a 4 grau é incerta?


Os italianos Ciccolò Tartaglia e Girolamo Cardano disputam o posto. Tartaglia
ganhou uma competição para resolver as equações cúbicas. Cardano publicou primeiro
a solução, mesmo tendo jurado que não faria isso. Pobre, Tartaglia - que significa gago
em italiano - ficou gago por um golpe de um soldado francês em seu rosto. Como não
conhecia seu nome pela família paterna, decidiu adotar o nome que o destino lhe dera.

Fonte: Bonafini (2012, p. 87).

#SAIBA MAIS#

1.6.1.9 Função exponencial

É dito que uma função é exponencial, quando ela é escrita como:

𝑥
𝑓(𝑥) = 𝑎

Onde 𝑎 é um número constante e diferente de zero e a principal característica dessa


função é que a parte variável, representada por 𝑥, se encontra no expoente.
Para calcular o valor da função exponencial 𝑎 para um valor determinado 𝑥
eleva-se a base 𝑎 ao expoente 𝑥 e multiplica-se a base por ela mesma o valor do
expoente considerado.

Exemplo: Considere a função:


𝑥
𝑓(𝑥) = 2
sendo 𝑥 = 5 determine o valor da função nessa condição.
Nessa condição teremos:
5
𝑓(5) = 2
𝑓(5) = 2 · 2 · 2 · 2 · 2
𝑓(5) = 32
Um problema comum é que em algumas situações é conhecido o valor da
função e da base, mas não é conhecido o seu expoente. Nessa situação deve-se
reescrever o valor encontrado com a base correspondente, a fim de determinar o valor
do expoente.

1.6.1.10 Gráficos de funções exponenciais

2 𝑥
Estudante você pode perceber que as funções 𝑓(𝑥) = 𝑥 e 𝑔(𝑥) = 2 envolvem
uma base e uma potência, porém com características diferentes.
2
● Para 𝑓(𝑥) = 𝑥 , a base é a variável 𝑥 e o expoente é a constante 2; 𝑓 é tanto
uma função potência como uma função monomial conhecida.
𝑥
● Para 𝑔(𝑥) = 2 , a base é a constante 2e o expoente é a variável 𝑥; 𝑔é uma
função exponencial. Veja a Figura 9.

𝑥
Figura 10: Esboço de 𝑔(𝑥) = 2

Fonte: adaptado de Bonafini (2012, p. 88).

A definição das funções exponenciais é: sejam 𝑎 e 𝑏 constantes reais, uma


função exponencial em 𝑥 é uma função que pode ser escrita na forma
𝑥
𝑓(𝑥) = 𝑎 . 𝑏
onde 𝑎 é diferente de zero, 𝑏 é positivo e 𝑏 ≠ 1. A constante 𝑎 é o valor de 𝑓 quando
𝑎𝑥 = 0 e 𝑏 é a base.
Para conhecer uma função exponencial caro(a) estudante você precisa
conhecer suas características. Funções exponenciais estão definidas e são contínuas
para todos os números reais.
Não existe propriedade de potenciação para expressar o valor de uma função
𝑥
exponencial quando o expoente é 𝑖𝑟𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙. Por exemplo, se 𝑓(𝑥) = 2 , então
π π
𝑓(π) = 2 , porém você estudante sabe que o 2 significa? O que pode-se fazer são
apenas aproximações, como mostra a Tabela 1:

𝑥
Tabela 1: Valores de 𝑓(𝑥) = 2 para números racionais aproximando π por 3, 14159265.

𝑥 3 3,1 3,14 3,141 3,1415 3,14159

2
𝑥 8 8,5... 8,81... 8,821... 8,8244... 8,82496...

Fonte: A autora (2021)

𝑥
Tabela 2: Valores para uma função exponencial 𝑓(𝑥) = 𝑎 . 𝑏

Fonte: adaptado de Bonafini (2012, p. 91).

Na tabela 2 vemos que, quando 𝑥 cresce uma unidade, o valor da função é


multiplicado pela base 𝑏. Essa relação acarreta a seguinte fórmula recursiva.
Fonte: Bonafini (2012, p. 92).

1.6.1.11 A base da função dada pelo número 𝑒

𝑥
A função 𝑓(𝑥) = 𝑒 é uma função de crescimento exponencial. Vamos fazer um
resumo também para essa função exponencial.

Fonte: Bonafini (2012, p. 94).


𝑥
Como 𝑓(𝑥) = 𝑒 é crescente, então é uma função de crescimento exponencial;
logo 𝑒 > 1. Mas o que é o número 𝑒?
A letra 𝑒 é a inicial do último nome de Leonhard Euler (1707-1783), que foi quem
𝑥
introduziu a notação. Como 𝑓(𝑥) = 𝑒 tem propriedades especiais de cálculo que
simplificam muitas contas, então 𝑒 é a base natural da função exponencial, que é
chamada de função exponencial natural, vide Figura 11.

𝑥
Figura 11: O gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑒 .

Fonte: adaptado de Bonafini (2012, p. 94).


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) acadêmico(a),

Chegamos ao final da Unidade II, no qual estudamos brevemente sobre:


Conceito e definição de função. Notação de função. Domínio de uma função. Tipos de
função: simetria, função par, função ímpar, crescimento de uma função. Classificação
das funções: função injetora, função sobrejetora, função bijetora, função composta,
função inversa. Funções de primeiro e segundo graus: função polinomial do primeiro
grau, raiz de uma função do primeiro grau, funções do primeiro grau e seus gráficos,
função polinomial do segundo grau, raízes de uma função do segundo grau, funções do
segundo grau e seus gráficos, funções polinomiais, raízes das funções polinomiais,
função exponencial, gráficos de funções exponenciais, base da função dada pelo
número 𝑒.
Assim, convidamos você, estudante, a consultar as indicações de leitura
complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento.

Boa leitura!
LEITURA COMPLEMENTAR

Acadêmico(a) para complementar seu estudo sobre funções, consulte as fontes


indicadas a seguir.

● MUNDO EDUCAÇÃO. Função. Disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/funcao.htm Acesso em: 05 de
agosto de 2021.
● MARQUES, G. da C.Fundamentos de Matemática I.Funções. Disponível em:
https://midia.atp.usp.br/plc/plc0001/impressos/plc0001_02.pdf Acesso em: 05 de
agosto de 2021.
LIVRO

• Título.
Funções
• Autor.
Heliana Cloccia Campiteli e Vicente Coney Campiteli
• Editora.
• Sinopse .
Destinado a professores de matemática do ensino fundamental e médio, este livro
aborda o conceito de função, um dos temas mais centrais da matemática, destacando
a importância da utilização de recursos significativos, obtidos através de episódios da
história da matemática, de fatos do dia-a-dia e de objetos concretos, como ferramentas
pedagógicas.
FILME/VÍDEO

• Título.
Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind)
• Ano.
• Sinopse.
O filme conta a história do matemático norte-americano John Nash (1928-2015). Na
constante busca por uma “ideia original”, Nash transforma seus estudos na
Universidade de Princeton em obsessão, causando problemas de relacionamento. Sua
incrível capacidade de decifrar códigos e padrões acaba lhe rendendo um emprego no
governo norte-americano. Aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua
genialidade, tornando- aclamado. Mas, acometido pela esquizofrenia, se transforma em
um homem sofrido e atormentado. Após anos de luta para se recuperar, ele consegue
retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o Nobel.
• Link do vídeo (se houver).
WEB

• Funções: Noções Básicas (Aula 1 de 15). Aula inicial sobre o assunto funções. Uma
noção básica sobre o assunto, sem perder o foco no aprofundamento.

• Link do site.
https://www.youtube.com/watch?v=SPZqQ5qn3P0
REFERÊNCIAS

BONAFINI, F. C. (Org.). Matemática. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil,


2019. https://plataforma.bvirtual.com.br/

KIRILOV, A. Introdução a Teoria de Conjuntos - para estudantes que estão


ingressando na Matemática. 14 de novembro de 2017. Disponível em:
file:///C:/Users/agele/Downloads/itc01-UFPR-2017.pdf Acesso em: 03 de agosto de
2021.

OLIVEIRA, C. A. M. de. Matemática. Curitiba: Editora InterSaberes, 2016. (Coleção


EJA: Cidadania Competente, v.6). [Livro eletrônico]. https://plataforma.bvirtual.com.br/

SHIGUEKIYO, C. T. Enciclopédia do estudante: matemática I. São Paulo: Moderna,


2008.
UNIDADE III
EQUAÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS
Professora Genilda de Lourdes Maurício Guimarães
Professora Vanice Vieira Fernandes

Plano de Estudo:
• Potenciação e propriedades;
• Produto de potenciação: produto de potência de bases iguais, Potência de uma
potência, potência de um produto, quociente de potência de bases iguais, potência com
expoente negativo, potência de um quociente;
• Equações e Inequações Exponenciais: equação exponencial, inequação exponencial.
• Logaritmo;
• Propriedades de logaritmos: logaritmo do produto, logaritmo do quociente, logaritmo
de potência, mudança de base de logaritmo;
• Equações logarítmicas;
• Inequações logarítmicas.

Objetivos de Aprendizagem:
• Estudar os seguintes conteúdos: potenciação e suas propriedades, equações e
inequações exponenciais, definição de logaritmo, propriedades de logaritmos e
equações logarítmicas, inequações logarítmicas.
INTRODUÇÃO

Prezado(a) acadêmico(a)!

Seja bem-vindo(a) à Unidade III da disciplina de Introdução à Matemática,


para o curso de Licenciatura em Matemática. Nesta primeira unidade, intitulada
"Equações Exponenciais e Logarítmicas", estudaremos os seguintes itens: Potenciação
e propriedades. Produto de potenciação: produto de potência de bases iguais, Potência
de uma potência, potência de um produto, quociente de potência de bases iguais,
potência com expoente negativo, potência de um quociente. Equações e Inequações
Exponenciais: equação exponencial, inequação exponencial. Logaritmo. Propriedades
de logaritmos: logaritmo do produto, logaritmo do quociente, logaritmo de potência,
mudança de base de logaritmo. Equações logarítmicas. Inequações logarítmicas.
Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o
tema de nossa primeira unidade.

Boa leitura!
1 POTENCIAÇÃO E PROPRIEDADES

A potenciação também pode ser chamada de exponenciação, e é a


representação da multiplicação sucessiva de um número por ele mesmo, ou seja, é a
multiplicação de fatores iguais.
É possível escrever a definição de potenciação da seguinte maneira: Seja o
número 𝑎 pertencente ao conjunto dos números reais e o número 𝑛 pertencente ao
conjunto dos números naturais, tal que 𝑎 elevado a 𝑛 é igual ao número 𝑎 multiplicado
por ele mesmo 𝑛 vezes:

𝑎 ∈ ℜe𝑛 ∈ ℵ
𝑛
𝑎 = 𝑎. 𝑎. 𝑎. ...
𝑛 vezes

Chamamos o número 𝑎, que é o número multiplicado por ele mesmo, de


base. Chamamos o número 𝑛, que é o número de vezes que a base é multiplicada, de
expoente. O resultado da multiplicação será a potência.
1.1 Produto de potenciação

1.1.1 Produto de potência de bases iguais:

𝑚 𝑛 𝑚+𝑛
𝑎 . 𝑎 =𝑎

Essa propriedade indica que quando temos a multiplicação de potências com a


mesma base, deve-se manter a base e somar os expoentes.

1.1.2 Potência de uma potência:

𝑚 𝑛 𝑚.𝑛
(𝑎 ) =𝑎

Essa propriedade indica que, quando temos a potência de uma potência, a base
permanece e os expoentes são multiplicados.

1.1.3 Potência de um produto:

𝑛 𝑛 𝑛
(𝑎 . 𝑏) =𝑎 . 𝑏

A terceira propriedade indica que podemos transformar a potência do produto


em um produto de potências.

1.1.4 Quociente de potência de bases iguais:

𝑚
𝑎 𝑚−𝑛
𝑛 = 𝑎 ,𝑎 ≠ 0
𝑎

Quando temos o quociente de potência de bases iguais, devemos manter a base


e subtrair os expoentes.
1.1.5 Potência com expoente negativo:

−𝑛
𝑎 = ( )
1
𝑎
𝑛
,𝑎 ≠ 0

Essa propriedade indica que, quando o expoente da potência é negativo,


trocamos o lugar entre o numerador e o denominador da base e o expoente torna-se
positivo.

1.1.6 Potência de um quociente:

( ) 𝑎
𝑏
𝑛
=
𝑎
𝑏
𝑛 ,𝑏 ≠ 0

A última propriedade apresentada indica que, para a potência de um quociente,


deve-se transformá-la em um quociente de potências.
1.2 Equações e Inequações Exponenciais

1.2.1 Equação exponencial

Toda equação que apresenta a incógnita no expoente é denominada de equação


exponencial. Ela deve ter a base maior do que zero e esta base deve ser diferente de
1.
Veja os exemplos abaixo:

𝑥+3 𝑥
2 = 8 4 = 64

Para resolver uma equação exponencial podemos transformar a igualdade dada


em potências de bases iguais, e assim trabalhamos apenas com os expoentes,
"simplificando" as bases dos dois lados da igualdade:

𝑥 𝑦
𝑎 =𝑎
𝑥=𝑦
Veja o exemplo:
𝑥+3
2 = 8
𝑥+3 3
2 =2
𝑥+3 =3
𝑥+3 −3 = 3 −3
𝑥=0

CASO HIPOTÉTICO

Vamos pensar neste caso hipotético para entendermos a equação exponencial:

Fonte: adaptado de Elias; et.al. (2020, p. 62).

Resolução:
𝑡
1 000 . 2 = 512 000
𝑡 512 000
2 = 1 000

𝑡
2 = 512
𝑡 9
2 =2
𝑡=9
Desse modo, podemos concluir que se passaram 9 horas para que a cultura
tenha atingido o número de 512 000 bactérias.
Estudante, algumas equações exponenciais demandam o uso de propriedades
de potência antes da fatoração. Observe:

𝑥+2 𝑥+3
2 +2 = 384

Para resolvermos essa equação adotar algumas propriedades de potências.


Estudante, a multiplicação de potências de mesma base resulta na soma de expoentes.
Assim, podemos transformar as somas dos expoentes em multiplicações de potências:

𝑥+2 𝑥 2
2 = 2 . 2
𝑥+3 𝑥 3
2 = 2 . 2

Se fizermos a substituição na equação original, teremos:

𝑥 2 𝑥 3
2 . 2 + 2 . 2 = 384

O próximo passo é colocarmos o fator comum em evidência e resolver a


equação:

𝑥 2 3
2 . (2 + 2 ) = 384
𝑥
2 . (4 + 8) = 384
𝑥
2 . 12 = 384
𝑥 384
2 = 12

𝑥
2 = 32
𝑥 5
2 =2
𝑥=5
Caso a equação apresente subtração no expoente, é possível utilizarmos a
propriedade de quociente de potência de bases iguais. Vejamos o exemplo a seguir:

Fonte: adaptado de Elias et al. (2020, p. 64).

1.2.2 Inequação exponencial

Toda inequação que apresenta a incógnita no expoente é denominada de


inequação exponencial. Vale lembrar que as inequações são desigualdades, e auxiliam
a determinar um intervalo, de maneira que uma desigualdade dada seja válida, como
no exemplo abaixo:
2 5
𝑥 <3

A inequação apresentada acima não é exponencial porque não apresentou


incógnita no expoente. Vejamos outro exemplo, agora de uma inequação exponencial:

𝑥+4
2 > 8
𝑥+4 3
2 >2
𝑥+4 >3
𝑥+4 −4 > 3 −4
𝑥> −1

Ao analisarmos a reta dos números reais, a resolução desta inequação fica à


direita do número − 1:

Fonte: Adaptado de Elias, Rocha e Nesi (2020, p. 19).

Para resolver uma inequação exponencial é preciso levar em consideração sua


base. São duas situações:

𝑥 𝑦
1. 𝑎 > 𝑎 → 𝑥 > 𝑦 (𝑠𝑒 𝑎 > 1)

Quando a base for maior do que 1 , o sinal se mantém ao simplificar as bases,


como no exemplo dado anteriormente.

𝑥 𝑦
2. 𝑎 < 𝑎 → 𝑥 < 𝑦 (𝑠𝑒 0 < 𝑎 < 1)
Quando as bases iguais estiverem entre zero e 1, ao simplificar essas bases, o
sinal inverte, como no exemplo abaixo:

( )
1
2
(𝑥−1)
≥ ( )
1
2
2

1
Perceba que 2
= 0, 5 , ou seja, está entre zero e 1. Sendo assim, o sinal

precisa ser invertido ao simplificarmos as bases:

𝑥−1 ≤2
𝑥−1 +1 ≤ 2 +1
𝑥≤3
3 LOGARITMO

Nem sempre tivemos calculadoras e todos os outros recursos tecnológicos que


nos auxiliam em cálculos variados. Antigamente, desenvolver longos cálculos com
multiplicação e divisão eram tarefas complexas, até mesmo, para grandes
matemáticos. Vários cientistas estudaram métodos que pudessem simplificar tais
cálculos e, assim, no ano de 1614, John Napier (1550-1617) elaborou a primeira tábua
de logaritmos.
Figura 1: Tábua de logaritmos

Fonte: adaptado de Elias et al. (2020, p. 67).

Napier percebeu que poderia simplificar determinados cálculos ao transformar


multiplicações em somas e divisões em subtrações por meio das propriedades de
potenciação.
Por exemplo, suponha que você, estudante, deseje calcular 32 . 64. Ao substituir
esses números e utilizar a propriedade da multiplicação de potências de mesma base,
5 6 11
você obteria: 2 . 2 = 2 .
11
Caso você, estudante, saiba o valor de 2 , não terá êxito no cálculo do produto,
mas, se houvesse uma tabela com os resultados de potências, saberia o valor de
32 . 64. Foram tabelas como essa que auxiliaram os matemáticos durante anos em
cálculos de multiplicação e divisão com números com muitos algarismos.
Basicamente, nesse raciocínio, há a substituição de um número considerado de
difícil resolução por uma potência. Para isso, escolhia-se uma base e encontrava-se o
expoente apropriado. Assim, para substituir o número 32 do nosso exemplo, primeiro
era determinada a base a ser utilizada e, em seguida, o expoente que validaria a
substituição. A esse procedimento, foi dado o nome de logaritmo (𝑙𝑜𝑔).
O logaritmo de 32 na base 2, então, é o número 5, já que 5 deve ser o expoente
de 2 para o resultado ser 32, ou seja: 𝑙𝑜𝑔232 = 5.

A operação inversa à potenciação é denominada logaritmo. Podemos escrever


a definição de logaritmo da seguinte maneira:
𝑥
𝑎 = 𝑏 ⇔ 𝑥 = 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑏 para 𝑎 e 𝑏 positivos e para 𝑎 ≠ 1.

Temos que: 𝑎 é a base do logaritmo, 𝑏 é o logaritmando, e 𝑥 é o logaritmo. O uso


de logaritmo auxilia a resolver equações ou inequações exponenciais cujas bases são
diferentes, e quando não conseguimos transformá-las de maneira que fiquem iguais.
Como a seguinte equação:

𝑥
2 = 3

Para uma maior compreensão em relação ao conteúdo de logaritmo, vemos um


exemplo abaixo:

𝑙𝑜𝑔625 5 = 𝑥
𝑥
625 = 5
1

(54) 𝑥
= 52
1
4𝑥
5 = 52
1
4𝑥 = 2

1 1 1
4𝑥. 4
= 2
. 4

1
𝑥= 8

SAIBA MAIS

Em homenagem a Napier, foi dado o nome de 𝑙𝑜𝑔𝑎𝑟𝑖𝑡𝑚𝑜 𝑛𝑒𝑝𝑒𝑟𝑖𝑎𝑛𝑜 ao log de base


𝑒 (𝑙𝑜𝑔𝑒𝑏 = 𝑙𝑛𝑏). Também conhecido como 𝑙𝑜𝑔𝑎𝑟𝑖𝑡𝑚𝑜 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙, tem como base o

número irracional 𝑒 = 2, 71828...

#SAIBA MAIS#
3.1 Propriedades de Logaritmos

Agora, vamos conhecer as propriedades dos logaritmos que são capazes de


auxiliar na resolução de exercícios que envolvam 𝑙𝑜𝑔.

3.1.1 Logaritmo do produto

Em uma mesma base, o logaritmo do produto de dois números positivos será


igual a soma do logaritmo de cada um destes números, ou seja:

𝑙𝑜𝑔𝑐(𝑎. 𝑏) = 𝑙𝑜𝑔𝑐𝑎 + 𝑙𝑜𝑔𝑐𝑏

Para 𝑐 > 0 e 𝑐 ≠ 1 e para 𝑎 > 0 e 𝑏 > 0.

3.1.2 Logaritmo do quociente

Em uma mesma base, o logaritmo do quociente de dois números positivos será


igual a diferença entre o logaritmo de cada um destes números, ou seja:

𝑙𝑜𝑔𝑑( ) = 𝑙𝑜𝑔 𝑚
𝑚
𝑛 𝑑
− 𝑙𝑜𝑔𝑑𝑛

Para 𝑑 > 0 e 𝑑 ≠ 1 e para 𝑚 > 0 e 𝑛 > 0.

3.1.3 Logaritmo de potência

Um logaritmo para o qual o seu logaritmando é uma potência, pode ser reescrito
de maneira que o expoente do logaritmando passe a multiplicar o logaritmo dado, sem
o expoente, ou seja:
𝑛
𝑙𝑜𝑔𝑎𝑏 = 𝑛. 𝑙𝑜𝑔𝑎𝑏

Para 𝑎 > 0 e 𝑎 ≠ 1 e para 𝑏 > 0.

Para utilizar as propriedades logarítmicas dadas acima, é preciso que os


logaritmos estejam em uma mesma base; contudo, existem situações nas quais
encontramos logaritmos com bases diferentes. Para trabalhar com estes logaritmos,
precisamos primeiramente transformá-los de maneira que suas bases fiquem iguais.
Para isso, fazemos um processo de mudança de base.

3.1.4 Mudança de base de logaritmo

Sejam os números reais 𝑎, 𝑏 e 𝑐positivos e 𝑎 ≠ 1 e 𝑐 ≠ 1, temos:

𝑙𝑜𝑔𝑐𝑏
𝑙𝑜𝑔𝑎𝑏 = 𝑙𝑜𝑔𝑐𝑎

Exemplos:

1. Expresse na base 5 o logaritmo dado:

𝑙𝑜𝑔57
𝑙𝑜𝑔37 = 𝑙𝑜𝑔53

2. Calcule 𝑙𝑜𝑔155 sabendo que 𝑙𝑜𝑔453 = 𝑎 e 𝑙𝑜𝑔455 = 𝑐:

𝑙𝑜𝑔455 𝑐 𝑐 𝑐
𝑙𝑜𝑔155 = 𝑙𝑜𝑔4515
= 𝑙𝑜𝑔45(3.5)
= 𝑙𝑜𝑔453+𝑙𝑜𝑔455
= 𝑎+𝑐

3.2 Equações Logarítmicas


Uma equação que tenha a variável no logaritmo, seja na base do logaritmo, seja
no logaritmando, ou nos dois, será chamada de equação logarítmica. Para resolver
esse tipo de equação, podemos utilizar as propriedades apresentadas anteriormente,
bem como a definição.
Vejamos algumas formas com que se apresentam essas equações:

1. Se tivermos uma equação na qual a igualdade for logaritmos de bases iguais,


podemos simplificá-la, igualando somente o logaritmando, ou seja:

𝑙𝑜𝑔𝑎𝑏 = 𝑙𝑜𝑔𝑎𝑐

𝑏=𝑐

É preciso verificar se a condição de existência do logaritmo é atendida.


Lembramos que a base deve ser maior do que zero e diferente de 1 , e lembrando
especialmente que o logaritmando deve ser maior do que zero.

2. Se tivermos uma equação na qual a igualdade for entre um logaritmo e um


número real, aplicamos a definição de logaritmo e resolvermos a equação, ou
seja:

𝑥
𝑙𝑜𝑔𝑎𝑏 = 𝑥 → 𝑎 = 𝑏

3. Em algumas equações podemos substituir o logaritmo presente por uma


variável, para resolvê-las. Veja o exemplo abaixo:

3. 𝑙𝑜𝑔3𝑥 + 𝑙𝑜𝑔3𝑥 = 8

Por substituição tomamos 𝑙𝑜𝑔3𝑥 = 𝑦 e aplicamos na equação acima:

3. 𝑦 + 𝑦 = 8
4𝑦 = 8
8
𝑦= 4

𝑦=2

Como 𝑙𝑜𝑔3𝑥 = 𝑦, temos que:

𝑙𝑜𝑔3𝑥 = 2

Pela definição:

2
3 = 𝑥
9=𝑥

SAIBA MAIS

Como vimos, o logaritmo pode ser utilizado para resolver equações


𝑥
exponenciais que não podem ser colocadas na mesma base: 2 = 3.
Para resolver essa equação, precisamos conhecer o valor de alguns logaritmos
e aplicar suas propriedades:

𝑥
𝑙𝑜𝑔2 = 𝑙𝑜𝑔3
𝑥. 𝑙𝑜𝑔2 = 𝑙𝑜𝑔3
𝑙𝑜𝑔3
𝑥= 𝑙𝑜𝑔2

Nesse caso, utilizaríamos o valor do logaritmo de 3 e do logaritmo de 2 para


determinar o valor de 𝑥.
Vejamos, estudante, outra aplicação do conteúdo de nossa unidade.
Determinados estudos indicam que a temperatura de um produto que acabou de sair
do forno precisa reduzir para 65º 𝐶 para que ele possa ser tocado pelas mãos
humanas, sem que aconteçam queimaduras. A temperatura de um bolo de cenoura,
−0,8𝑡
por exemplo, é dada pela expressão: 𝑇 = 200. 2 + 25.
Nessa expressão, 𝑇 representa a temperatura e 𝑡 o tempo transcorrido, em
minutos, após a retirada do bolo do forno. Dado 𝑙𝑜𝑔 2 = 0, 30, qual o tempo necessário
para que possa segurar um pedaço desse bolo, sem se queimar?
Nesse caso, teremos o valor de 𝑇 = 65º 𝐶 .
Logo:

−0,8𝑡
65 = 200. 2 + 25
−0,8𝑡
40 = 200. 2
40 −0,8𝑡
200
=2
1 −0,8𝑡
5
=2
−1 −0,8𝑡
5 =2

Nesse momento, podemos utilizar logaritmo:

−1 −0,8𝑡
𝑙𝑜𝑔5 = 𝑙𝑜𝑔2
− 1. 𝑙𝑜𝑔5 = − 8, 8𝑡. 𝑙𝑜𝑔2
10
− 1. 𝑙𝑜𝑔2 2
= − 0, 8𝑡. 𝑙𝑜𝑔2

− 1. (𝑙𝑜𝑔10 − 𝑙𝑜𝑔2) = − 0, 8𝑡. 𝑙𝑜𝑔2


− 1. (1 − 0, 30) = − 0, 8𝑡. 0, 30
− 0, 70 = − 0, 24𝑡
0,70
0,24
= 𝑡

𝑡 ≅2, 917 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠 ≅ 2 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑒 55 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠


Fonte: Elias, Rocha e Nesi (2020).

#SAIBA MAIS#

3.3 Inequações Logarítmicas

As inequações têm incógnitas envolvidas com logaritmo são chamadas de


inequações logarítmicas. Observe alguns exemplos:

(a)𝑙𝑜𝑔3𝑥 > 10

(b) 𝑙𝑜𝑔(𝑥 − 5) < 𝑙𝑜𝑔 𝑥 + 2

(c) 𝑙𝑜𝑔0,7𝑥 > 12

Assim como procedemos de modo diferente conforme a base das inequações


exponenciais, nas inequações logarítmicas devemos observar os valores das bases
para definirmos se manteremos ou invertemos o sinal da desigualdade.
𝑙𝑜𝑔𝑎𝑥 > 𝑙𝑜𝑔𝑎𝑦 → 𝑥 > 𝑦 (𝑠𝑒 𝑎 > 1)

Quando a base for maior que 1, o sinal se mantém.


𝑙𝑜𝑔𝑎𝑥 > 𝑙𝑜𝑔𝑎𝑦 → 𝑥 < 𝑦 (𝑠𝑒 0 < 𝑎 < 1)

Quando as bases iguais estiverem entre 0 e 1, o sinal inverte-se.


Além disso, devemos verificar a condição de existência de 𝑙𝑜𝑔 ao resolver
inequações. Veja este exemplo:

𝑙𝑜𝑔0,1(𝑥 − 5) > 𝑙𝑜𝑔0,12

Devemos observar se base e logaritmando atendem às seguintes condições:


● A base é positiva e diferente de 1 e está entre 0 e 1.
● O logaritmando é maior que 0.
Ou seja, 𝑥 − 5 > 0. Logo, 𝑥 > 5.
Com a base está entre 0 e 1, devemos inverter o sinal da inequação:
𝑥−5 <2
𝑥<2 +5
𝑥<7
Desse modo, temos duas condições para analisar: 1) condição de existência
𝑥 > 5 e 2) inequação 𝑥 > 7. Observe a Figura 2 a seguir.

Figura 2: Reta numérica com as condições da inequação logarítmica

Fonte: adaptado de Elias; et.al. (2020, p. 76).

Por fim, podemos perceber que, para satisfazer às duas condições ao mesmo
tempo, teremos um intervalo aberto, que vai de 5 até 7, representado na Figura 3.

Figura 3: Reta numérica com a solução da inequação logarítmica

Fonte: adaptado de Elias; et.al. (2020, p. 76).


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) acadêmico(a),

Chegamos ao final da Unidade III, no qual estudamos brevemente sobre:


Potenciação e propriedades. Produto de potenciação: produto de potência de bases
iguais, Potência de uma potência, potência de um produto, quociente de potência de
bases iguais, potência com expoente negativo, potência de um quociente. Equações e
Inequações Exponenciais: equação exponencial, inequação exponencial. Logaritmo.
Propriedades de logaritmos: logaritmo do produto, logaritmo do quociente, logaritmo de
potência, mudança de base de logaritmo. Equações logarítmicas. Inequações
logarítmicas.
Os conteúdos desta unidade podem auxiliar em situações cotidianas, pois
encontramos crescimento e decrescimento exponencial em variados acontecimentos
do nosso dia a dia.
Assim, convidamos você, estudante, a consultar as indicações de leitura
complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento.

Boa leitura!
LEITURA COMPLEMENTAR

Acadêmico(a), para complementar seu estudo sobre Equações Exponenciais e


Logarítmicas, consulte as fontes indicadas a seguir.

● GOUVEIA, R. Função Logarítmica. 2021. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/funcao-logaritmica/ Acesso em: 10 ago. 2021.
● TANAKA, H. S. Equação exponencial. 2021. Disponível em:
https://www.todoestudo.com.br/matematica/equacao-exponencial Acesso em: 10
ago. 2021.
● MARTINS, E. B.; PEREIRA, A. C. C.; FONSECA, P. H. S. Redescobrindo o
conceito de logaritmo por meio da construção da régua de cálculo linear. Revista
Eletrônica Debates em Educação Científica e Tecnológica, v.6,n.3,p.47-65,
Setembro, 2016.
LIVRO

• Título.
Organizações exponenciais: Por que elas são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais
baratas que a sua (e o que fazer a respeito).
• Autor.
Michael S. Malone (Autor), Salim Ismail (Autor), Yuri Van Geest (Autor), Gerson
Yamagami (Tradutor)
• Editora.
Alta Books
• Sinopse .
Bem-vindo à época das mudanças exponenciais, o melhor momento para se viver. É o
momento em que a concorrência não é mais a empresa multinacional no exterior, mas
o cara em uma garagem no Vale do Silício ou em Bandra (Mumbai), utilizando as mais
recentes ferramentas on-line para projetar e imprimir a partir da nuvem sua última
criação. Essas empresas estão cada vez mais rápidas, contam com pessoas cada vez
mais capazes de se reinventar a uma velocidade ímpar. São pessoas e empresas
extremamente criativas. Como aproveitar todo esse poder criativo? Como construir
uma empresa que seja tão ágil, hábil e inovadora como as pessoas que farão parte
dela? Como competir nesse acelerado mundo novo? Como se organizar para
expandir? A resposta é a organização exponencial.

FILME/VÍDEO

• Título.
O Homem que Viu o Infinito
• Ano.
2015
• Sinopse.
Outra película baseada numa história real. Dessa vez o público conhece a vida do
matemático indiano Srinivasa Ramanujan (1887–1920), um dos mais influentes do
século XX. De origem humilde e sem formação acadêmica, ele contribuiu para a
matemática com diversos trabalhos, como teoria dos números e séries infinitas. O
filme mostra sua relação de amizade com Godfrey Harold Hardy e o conflito entre a
razão (matemática) e a crença de que suas teorias eram de origem divina
REFERÊNCIAS

ELIAS, A. P. de A. J.; et.al. Fundamentos de Matemática. Curitiba: InterSaberes,


2020.

ELIAS, A. P. de A. J.; ROCHA, F. S. M.; NESI, T. L. Fundamentos de matemática.


Curitiba: Contentus, 2020.
UNIDADE IV
PROGRESSÕES
Professora Genilda de Lourdes Maurício Guimarães
Professora Vanice Vieira Fernandes

Plano de Estudo:
• Progressões aritméticas (PA);
• Conceito e Classificação;
• Fórmula do termo geral de uma PA;
• Fórmula da soma dos termos de uma PA;
• Progressões geométricas (PG);
• Fórmula geral da PG;
• Fórmula da soma dos termos de uma PG finita;
• Fórmula da soma dos termos de uma PG infinita;
• Diferença entre PA e PG.

Objetivos de Aprendizagem:
• Abordar os seguintes conteúdos: progressões aritméticas e progressões geométricas.
INTRODUÇÃO

Prezado(a) acadêmico(a).

Seja bem-vindo(a) à Unidade IV da disciplina de Introdução à Matemática,


para o curso de Licenciatura em Matemática. Nesta primeira unidade, intitulada
“Progressões”, abordaremos os seguintes itens: Progressões aritméticas (PA). Conceito
e Classificação. Fórmula do termo geral de uma PA Fórmula da soma dos termos de
uma PA. Progressões geométricas (PG). Fórmula geral da PG. Fórmula da soma dos
termos de uma PG finita. Fórmula da soma dos termos de uma PG infinita. Diferença
entre PA e PG.
Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o
tema de nossa primeira unidade.

Boa leitura!
1 PROGRESSÕES ARITMÉTICAS (PA)

Progressões aritméticas (PA) é uma sequência de números onde a diferença


entre dois termos consecutivos é sempre a mesma. Essa diferença constante é
chamada de razão da PA.
Todos os dias deparamo-nos com situações do tipo:
● O juro da poupança neste ano será de 0,5% ao mês.
● A compra de certo bem material gera um carnê com 24 parcelas de R
$120,35.
No primeiro caso, o montante é encontrado multiplicando mês a mês o capital
por um valor fixo e, no segundo, o valor pago é o resultado da soma das parcelas
pagas.
Sequências ou sucessões são conjuntos, finitos ou não, cujos elementos são
dispostos entre parênteses e separados por vírgulas (ou ponto e vírgulas, quando
forem números decimais):
● (0, 1, 2, 3, 4)
● (− 2, 0, 8, − 19, − 1, 0, 2, 7)
● (1,1,1,1,1,....)
● (1,4,9,16,25,36,49)
Toda sequência pode ser escrita como (𝑎1, 𝑎2, 𝑎3, ..., 𝑎𝑛, ...), em que 𝑎 representa

o termo e 𝑛 é o índice, que indica a posição do termo, sempre contando da esquerda


para a direita.
Assim, considerando a sequência (1, 5, 9, 13, 17), então 𝑎2 + 𝑎5, é o mesmo que

5 + 17 = 22; e 𝑎3 − 𝑎4, 9 − 13 = − 4.

É possível encontrar uma sequência com base em uma fórmula geral. Por
*
exemplo, veja como os cinco primeiros termos da sequência 𝑎𝑛 = 5𝑛 + 1, 𝑛 ⊂ ℵ

foram encontradas:
𝑎1 = 5 . 1 + 1 = 6

𝑎2 = 5 . 2 + 1 = 11

𝑎3 = 5 . 3 + 1 = 16

𝑎4 = 5 . 4 + 1 = 21

𝑎5 = 5 . 5 + 1 = 26

SAIBA MAIS

Sequências numéricas 241 Na Matemática, estudamos conjuntos numéricos


(conjuntos cujos elementos são números) quando os elementos desses conjuntos são
dispostos obedecendo a uma determinada regra, o que chamamos de sequência
numérica.
As sequências numéricas estão estreitamente associadas aos processos de
contagem e ao desenvolvimento dos sistemas de numeração. Toda sequência
numérica possui uma ordem para organização dos seus elementos, assim podemos
dizer que em qualquer sequência os elementos são dispostos da seguinte forma:
(𝑎1, 𝑎2, 𝑎3, 𝑎4, ..., 𝑎𝑛, ...)ou (𝑎1, 𝑎2, 𝑎3, 𝑎4, ..., 𝑎𝑛), onde 𝑎1 é o primeiro elemento,

𝑎2 o segundo elemento, e assim por diante: 𝑎𝑛 é o enésimo elemento.


Fonte: Paraizo (2021).

#SAIBA MAIS#

1.1 Progressões aritméticas (PA): conceito e classificação

São sucessões em que cada termo a partir do segundo é igual ao anterior


somado a um valor fixo chamado 𝑟𝑎𝑧ã𝑜 (𝑟). São exemplos de PA:
● (1, 11, 21, 31, 41, …)
𝑟 = 10 (𝑃𝐴 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒)
● (6, 3, 0, − 3, − 6, − 9, − 12)
𝑟 = − 3 (𝑃𝐴 𝑑𝑒𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒)
● (2𝑥, 7𝑥, 12𝑥, 17𝑥, …)𝑟 = 5𝑥
1 1 3
● 1, 2
, 0, − 2
, − 1, − 2

1
𝑟 =− 2

● 7, 7, 7, 7, 7, ...)
𝑟 = 0 (𝑃𝐴 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)

ATENÇÃO!

O que é uma progressão aritmética? É muito comum trabalharmos com


sequências numéricas, ainda que consigamos prever os próximos termos, nem sempre
a sequência pode ser classificada como uma progressão aritmética. Para isso, é
necessário que exista uma razão e que, com base no primeiro termo, os termos
posteriores sejam construídos a partir do termo anterior mais a razão.
Exemplo:
(2, 5, 8, 11, 14, 17, 20, 23,...)
Essa é uma sequência que pode ser classificada como progressão aritmética,
pois a razão 𝑟 = 3 e o primeiro termo é 2.

(1, 2, − 2, 3, − 3, 4, − 4,...)

Essa sequência não é uma progressão aritmética, por mais que ela tenha uma
regularidade e a gente consiga prever os próximos termos, não há uma soma de uma
razão que gere o próximo termo.
Além da classificação quanto ao comportamento, uma progressão pode ser
finita, quando ela possui uma quantidade limitada de termos, ou infinita, quando ela
possui quantidade infinita de termos. Uma progressão pode ser classificada como
crescente, decrescente ou constante, e essa classificação depende diretamente do
valor da razão 𝑟.
Para classificar a PA, precisamos compreender o cálculo da razão. Dada a
sequência, para encontrarmos a razão, basta fazer a subtração de um termo pelo seu
antecessor. Quaisquer dois termos consecutivos da PA geram a razão, ou seja, a
diferença de dois números consecutivos será sempre igual a 𝑟.
● Crescente:
(− 9, − 3, 3, 9, 15, 21)
𝑟 = 21 − 15 = 6
Essa é uma PA crescente de razão 𝑟 = 6. Sempre que a razão for positiva, a PA
será crescente. Note que o segundo termo é maior que o primeiro, o terceiro é maior
que o segundo, e assim sucessivamente.
● Constante:
(1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1)
𝑟=1 −1 = 0
Essa é uma PA constante de razão 𝑟 = 0. Note que os termos são sempre
iguais.
● Decrescente:
(10, 8, 6, 4, 2, 0, − 2)
𝑟 = 8 − 10 = −2
Essa é uma PA decrescente, de razão 𝑟 = − 2. Sempre que a razão for
negativa, a progressão será decrescente.

1.2 Fórmula do termo geral de uma PA

Para facilitar, tomemos a progressão (4, 7, 10, 13, 16, 19, 22) como exemplo.
Assim:

● 7 = 4 + 3, ou seja, 𝑎2 = 𝑎1 + 1𝑟;

● 10 = 4 + 3 + 3, ou seja, 𝑎3 = 𝑎1 + 2𝑟;

● 13 = 4 + 3 + 3 + 3, ou seja, 𝑎4 = 𝑎1 + 3𝑟.


Analisando esses ítens, concluímos que:

𝑎𝑛 = 𝑎1 + (𝑛 − 1) . 𝑟

Em que:

● 𝑎𝑛 é um termo qualquer de ordem 𝑛 (pode ser também o último);

● 𝑎1 é o primeiro termo;

● 𝑛 é o número de termos;
● 𝑟 é a razão.

Portanto, estudante, a fórmula serve para descobrir qualquer um dos quatro


elementos.
Podemos representar uma PA como uma sequência de pontos sobre uma reta,
tais pontos pertencentes ao 1º ou 4º quadrante do plano cartesiano. Vejamos o
exemplo.
Figura 1: Exemplo de uma PA de razão 3, pois cada termo da sequência é obtido
adicionando 3 ao termo anterior.

______________________________________________________________________
Exemplos
1. Calcule o 100º termo da PA (1, 5, 9, 13,...).
Pela fórmula, sabemos que: 𝑎100 = 𝑎1 + (100 − 1) . 𝑟

Então: 𝑎100 = 1 + 99 . 4 = 397

2. Calcule o número de termos da PA (7, 14, 21, 28,..., 735).


𝑎𝑛 = 𝑎1(𝑛 − 1) . 𝑟

735 = 7 + (𝑛 − 1) . 7
735 = 7 + 7𝑛 − 7
735 = 7𝑛
𝑛 = 105
Fonte: (OLIVEIRA, 2016, p. 75).
______________________________________________________________________
1.3 Fórmula da soma dos termos de uma PA

Johann Carl Friedrich Gauss, o Príncipe da Matemática, quando era ainda aluno
nas séries iniciais do ensino fundamental, recebeu de seu professor a incumbência de
somar todos os números naturais entre 1 e 100. Pouco tempo depois, Gauss
apresentou ao professor o cálculo pronto, o que provocou surpresa. Ele havia deduzido
a fórmula da soma dos termos da PA.
Gauss percebeu que, se a sequência fosse disposta de maneira crescente e
depois decrescente e em seguida somadas, chegava-se a:

Assim procedendo, percebeu que havia 100 parcelas iguais a 101.


A soma, portanto, é (101 . 100) : 2, uma vez que Gauss somou toda a
sequência duas vezes. Dessa maneira, a fórmula pode ser escrita da seguinte forma:

(𝑎1+𝑎𝑛) . 𝑛
𝑆𝑛 = 2

______________________________________________________________________
Exemplo
Calcule a soma dos 100º primeiros números ímpares.
Primeiramente, precisamos achar o 100º número natural ímpar, uma vez que o
conhecemos apenas os primeiros (1, 3, 5, 7, 9,...). Assim:
𝑎100 = 𝑎1 + (100 − 1) . 𝑟

𝑎100 = 1 + 99 . 2 = 199

Só então podemos calcular a soma:


(𝑎1+𝑎𝑛) . 𝑛 (1+199) . 100 200 . 100
𝑆100 = 2
= 2
= 2
= 100 . 100 = 10 000
______________________________________________________________________
Exemplo
Encontre o vigésimo termo da sequência (1, 3, 5, 7 . . .) e calcule a soma dos 20
primeiros termos.
Dados:
𝑎1 = 1

𝑟 = 2 →Para descobrir 𝑟, observe a progressão. O próximo número é sempre o


anterior mais 2: 1 + 2 = 3; 3 + 2 = 5 ...
𝑛 = 20
𝑎20 =?

Resolução:
𝑎𝑛 = 𝑎1 + (𝑛 − 1) . 𝑟

𝑎20 = 1 + (20 − 1) . 2

𝑎20 = 1 + (19) . 2

𝑎20 = 1 + 38

𝑎20 = 39

O vigésimo termo da sequência é o número 39.


𝑎1+𝑎𝑛
𝑆𝑛 = 𝑛 . 2

1+39
𝑆20 = 20 . 2

40
𝑆20 = 20 . 2

𝑆20 = 20 . 20

𝑆20 = 400

A soma dos vinte primeiros termos da sequência é 400.


______________________________________________________________________
2 PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS (PG)

Progressões geométricas (PG) são sequências ou sucessões em que cada


termo a partir do segundo é igual ao anterior multiplicado por um valor constante
chamado 𝑟𝑎𝑧ã𝑜 (𝑞):
● (1, 2, 4, 8, 16, 32, ...)
𝑞 = 2, (𝑃𝐺 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑎)
25 25
● (100, 50, 25, 2
, 4

1
𝑞 = 2
(𝑃𝐺 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒 𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑎)

● (7, − 14, 28, − 56, 112, ...)


𝑞= − 2 (𝑃𝐺 𝑎𝑙𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑎)
● (8, 8, 8, 8, 8, 8, 8)
𝑞 = 1 (𝑃𝐺 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)
2.1 Fórmula geral da PG

Para facilitar o entendimento, tomemos uma PG e verifiquemos o que acontece


com o cálculo de um termo qualquer a partir do primeiro. Seja a PG
(2, 6, 18, 54, 162, 486, ...), então:

𝑎2 = 2 . 3 = 𝑎1 . 𝑞
2
𝑎3 = 2 . 3 . 3 = 𝑎1 . 𝑞 . 𝑞 = 𝑎1 . 𝑞
3
𝑎4 = 2 . 3 . 3 . 3 = 𝑎1 . 𝑞 . 𝑞. 𝑞 = 𝑎1 . 𝑞
4
𝑎5 = 2 . 3 . 3 . 3 . 3 = 𝑎1 . 𝑞. 𝑞. 𝑞. 𝑞 = 𝑎1 . 𝑞

Assim, concluímos que:


𝑛−1
𝑎𝑛 = 𝑎1. 𝑞

Em que:

● 𝑎𝑛 é um termo qualquer (normalmente o último);

● 𝑎1 é o primeiro termo;

● 𝑛 é o número de termos;
● 𝑞 é a razão (única letra que difere da PA).

______________________________________________________________________
Exemplos
1) Calcule o 20º termo da PG (1, 2, 4, 8, …).
𝑛−1
𝑎𝑛 = 𝑎1 . 𝑞
20−1 19 19
𝑎20 = 𝑎1 . 𝑞 = 1. 2 = 2 (que pode ficar na forma de potência mesmo).
2) Calcule o número de termos da PG (1, 3, 9, …, 2 187).
Substituímos os valores na fórmula geral
𝑛−1
𝑎𝑛 = 𝑎1 . 𝑞
𝑛−1
2 187 = 1 . 3
7
Fatorando 2 187, temos 3 :
𝑛−1
37 = 3 → 7 = 𝑛 − 1 →𝑛 = 8

______________________________________________________________________

2.2 Fórmula da soma dos termos de uma PG finita

Existem duas fórmulas conhecidas para calcular a soma dos termos de uma PG,
cada uma delas empregada de acordo com a necessidade:
𝑛
𝑎1. (𝑞 −1)
𝑆𝑛 = 𝑞−1

Ou ainda:
𝑎1. 𝑞− 𝑎1
𝑆𝑛 = 𝑞−1

𝑆𝑛 = 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑛 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑃𝐺

𝑎1 = 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎

𝑞 = 𝑟𝑎𝑧ã𝑜
𝑛 = 𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜 𝑠𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎
A primeira fórmula é mais interessante, pois normalmente não se conhece o
último termo da PG.
______________________________________________________________________
Exemplos
1) Calcule a soma dos termos da PG (1, 2, 4, 8, 16,..., 1 024).
O primeiro problema é saber quantos termos tem a PG. Para isso, precisamos
usar a fórmula geral:
𝑛−1
𝑎𝑛 = 𝑎1 . 𝑞
𝑛−1
1 024 = 1 . 2
10
Fatorando 1 024, chegamos a 2 .
10 𝑛−1
2 = 2
10 = 𝑛 − 1
𝑛 = 11
Agora, podemos calcular a soma:
𝑛
𝑎1. (𝑞 −1) 11
1 . (2 −1)
𝑆𝑛 = 𝑞−1
= 2−1
= 2 048 − 1 = 2 047

2) Determine o sexto termo da progressão geométrica (2, 6, 18, 54...) e, em


seguida, calcule a soma dos seis primeiros termos. Para resolver esse exercício,
devemos calcular a razão (𝑞). Para isso, efetue as divisões:
6
3
= 3
18
3
= 3
54
18
= 3

Com isso, verificamos que a razão da PG é 3. Sabemos que 𝑎1 = 2 e 𝑛 = 6,

substitua os valores na fórmula:


𝑛−1
𝑎6 = 𝑎1. 𝑞
6−1
𝑎6 = 2. (3)
5
𝑎6 = 2. (3)

𝑎6 = 2. 243

𝑎6 = 486

O sexto termo da PG é o número 486. Vamos agora calcular a soma dos seis
primeiros termos da sequência.
𝑛
𝑎1. (𝑞 −1)
𝑆𝑛 = 𝑞−1
6
2. (3 −1)
𝑆𝑛 = 3−1

2. (729−1)
𝑆𝑛 = 3−1

2. (728)
𝑆𝑛 = 2

1 456
𝑆𝑛 = 2

𝑆𝑛 = 728

A soma dos seis primeiros termos da progressão geométrica é igual a 728.


______________________________________________________________________

2.3 Fórmula da soma dos termos de uma PG infinita

Por mais incrível que pareça, é possível calcular uma soma infinita, mas para
isso é fundamental que − 1 < 𝑞 < 1(ou seja, a razão deve estar entre − 1e 1) e que 𝑞
seja diferente de zero (𝑞 ≠ 0).
Usaremos para símbolo da soma infinita 𝑆∞. Dessa maneira:

𝑎1
𝑆∞ = 1−𝑞

______________________________________________________________________
Exemplo
1) Calcule a soma dos termos da seguinte PG:
1 1
(3, 1, 3
, 9
, ...).
1
Para começar, a razão é 𝑞 = 3
, ou seja, está entre − 1e 1.

Assim:
𝑎1 3 3 9
𝑆∞ = 1−𝑞
= 1 = 2 = 3
1− 3 3

______________________________________________________________________
3 DIFERENÇA ENTRE PA E PG

A comparação entre as progressões é muito comum, e as diferenças estão na


definição de cada uma delas. Na progressão aritmética, a partir do primeiro termo,
existe uma razão r que é somada ao primeiro termo para gerar o segundo termo, logo,
de um termo para o outro, a diferença sempre é igual à razão. Já na progressão
geométrica, a partir do primeiro termo, a razão 𝑞 é multiplicada pelo primeiro termo
para gerar o segundo termo, logo a divisão do termo pelo seu antecessor sempre vai
ser igual à razão.
Os termos de uma progressão geométrica crescente aumentam muito mais
rápido que os termos de uma progressão aritmética. Isso pode ser visto no exemplo a
seguir, em que as progressões possuem mesma razão e mesmo valor inicial, mas uma
é geométrica e a outra é aritmética.
Progressão aritmética de termo 𝑎1 = 1 e 𝑞 = 2:

𝑎1 = 1

𝑎2 = 1 + 2 = 3

𝑎3 = 3 + 2 = 5

𝑎4 = 5 + 2 = 7

𝑎5 = 7 + 2 = 9
𝑎6 = 9 + 2 = 11

𝑎7 = 11 + 2 = 13

𝑎8 = 13 + 2 = 15

𝑎9 = 15 + 2 = 17

𝑎10 = 17 + 2 = 19

A sequência será (1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19,...).

Progressão geométrica de termo 𝑎1 = 1 e 𝑞 = 2:

𝑎1 = 1

𝑎2 = 1 . 2 = 2

𝑎3 = 2 . 2 = 4

𝑎4 = 4 . 2 = 8

𝑎5 = 8 . 2 = 16

𝑎6 = 16 . 2 = 32

𝑎7 = 32 . 2 = 64

𝑎8 = 64 . 2 = 128

𝑎9 = 128 . 2 = 256

𝑎10 = 256 . 2 = 512

A sequência será (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512,...).


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) acadêmico(a),

Chegamos ao final da Unidade IV, na qual abordamos os seguintes itens:


Progressões aritméticas (PA). Conceito e classificação. Fórmula do termo geral de uma
PA Fórmula da soma dos termos de uma PA. Progressões geométricas (PG). Fórmula
geral da PG. Fórmula da soma dos termos de uma PG finita. Fórmula da soma dos
termos de uma PG infinita. Diferença entre PA e PG.
Assim, convidamos você, estudante, a consultar as indicações de leitura
complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento.

Boa leitura!
LEITURA COMPLEMENTAR

Acadêmico(a), para complementar seu estudo sobre Equações Exponenciais e


Logarítmicas, consulte as fontes indicadas a seguir.

● LEAL, A. C. Aprofundando o estudo de sequências e progressões no ensino


médio. Dissertação. Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná em Curitiba - PROFMATUTCT.
Curitiba, 2017. Disponível em:
https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2981/1/CT_PROFMAT_M_Leal%
2C%20Adriano%20Carlos_2017.pdf Acesso em: 10 ago. 2021.

● LIMA, V. S. de. Progressões aritméticas e geométricas: história, conceitos e


aplicações. Disponível em: http://revistaintellectus.com.br/artigos/2.12.pdf
Acesso em: 10 ago. 2021.

● NEVES, T. D.; SOARES, F. dos S. Progressões Aritmética e Geométrica: visões


a partir dos livros de Aritmética e Álgebra de Serrasqueiro e Ottoni. Revemop,
Ouro Preto, MG, v.1,n.2, p.313-316, maio/ago.2019. Dispon;ivel em:
https://www.researchgate.net/publication/332810773_Progressoes_Aritmetica_e
_Geometrica_visoes_a_partir_dos_livros_de_Aritmetica_e_Algebra_de_Serrasq
ueiro_e_Ottoni Acesso em: 10 ago. 2021.
LIVRO

• Título.
Aritmética. 1.463 Problemas Resolvidos e Explicados. Ensino Fundamental, Ensino
Médio, Vestibular e Concursos

• Autor.
Prof. Darcy Chaves Silveira (Autor), Prof.ª Maria Sueli Gomes Saldanha (Autor), Prof.ª
Laura de O. Ramalho Misiti (Autor)
• Editora.
Ícone
• Sinopse .
Matemática fácil e sem mistérios! “Este livro de Matemática, que o mercado ora recebe,
é consideravelmente diferente dos demais por uma série de fatores, conforme será
visto pelos leitores. Entretanto, vale destacar que, embora o mercado editorial possua
um vasto acervo nessa área, pode-se afirmar que esta obra classifica-se como “única”
no gênero. Os Professores Darcy Chaves Silveira, Maria Sueli Gomes Saldanha e
Laura de O. Ramalho Misiti centraram esforços na solução e explicação dos problemas
apresentados, o que torna o estudo autoinstrucional, de modo que os leitores
percebam, naturalmente, as diversas passagens matemáticas de forma simples e
objetiva, o que facilitará o entendimento das soluções apresentadas. A Matemática é
apresentada ao leitor de uma forma desmistificada, já que os autores “dissecam”
literalmente as soluções dos problemas propostos, levando a uma aventura prazerosa
em torno dos diversos temas abordados. Esta obra, destinada tanto ao leitor dos níveis
fundamental e médio, como àquele que busca sucesso nos vestibulares e concursos, é
totalmente focada na solução dos problemas de aritmética fundamental, o que o leva a
viajar de maneira fascinante pelas trilhas das 1.463 soluções apresentadas, passo a
passo e minuciosamente explicadas. Uma boa viagem com muito prazer!” Prof. Dr.
Carlos Rivera. Aritmética e introdução à Álgebra: 1.463 problemas resolvidos e
explicados: ensino fundamental, ensino médio, vestibular e concursos. Principais temas
abordados: • Teoria dos conjuntos • Sistema de numeração decimal e não decimal •
Conjunto dos números naturais ou números de contagem • Conjunto dos números
inteiros • Múltiplos e divisores • Conjunto dos números racionais • Conjunto dos
números reais • Unidades de medidas • Introdução à álgebra, • Razões, proporções e
médias • Regra de três • Porcentagem • Noções de matemática financeira • Os
princípios fundamentais da contagem • Noções de lógica • Misturas e ligas •
Curiosidades da matemática.
FILME/VÍDEO

• Título.
A Prova (Proof)
• Ano.
2005
• Sinopse.
Nesta ficção, nos deparamos com a trajetória de Catherine, uma jovem filha de um
gênio matemático que em seus últimos anos de vida sofre de esclerose. Durante os
anos que cuida do pai, se vê atormentada com a possibilidade de ter herdado a
facilidade para a matemática, mas também os problemas mentais. Tudo piora quando
um dos ex-alunos do pai cisma em procurar provas de um teorema nos papéis
deixados por ele. Baseado no livro “A Prova”, de David Auburn, ganhador do prêmio
Pullitzer.
• Link do vídeo: https://filmow.com/a-prova-t7596/
REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, C. A. M. de. Matemática. Curitiba: Editora InterSaberes, 2016. (Coleção


EJA: Cidadania Competente, v.6).

PARAIZO, R. F. Progressões aritméticas e progressões geométricas. 2021. e-Tec


Brasil - Matemática Instrumental. Aula 10. Disponível em:
http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/585/Aula_10.pdf?sequence=10&isAllo
wed=y. Acesso em: 10 ago. 2021.
CONCLUSÃO GERAL

Chegamos, caro(a) acadêmico(a), ao fim de mais uma pequena jornada, que


teve como objetivo principal oferecer ao estudante instrumentos que proporcionem
noções e conhecimentos do arcabouço matemático.
Estudamos ao longo das quatro unidades “um pouco” sobre conjuntos, funções,
equações exponenciais e logarítmicas, bem como progressões (aritméticas e
geométricas).
Sendo assim, caro(a) acadêmico(a), chegamos ao final dos nossos estudos
relacionados a essa temática, mas reforço o que disse inicialmente, o texto
apresentado não esgota todas as possibilidades de pensar e refletir acerca das
temáticas abordadas. Espero que esses estudos tenham lhe oportunizado momentos
importantes e oportunos para a compreensão das análises realizadas ao longo da
disciplina.
Desejo a você, estudante, sucesso e inúmeras realizações profissionais.
Até breve!

Professoras Genilda de Lourdes Maurício Guimarães e Vanice Vieira Fernandes.

Você também pode gostar