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Ele deslizava pelas dimensões, flutuando pelos astros dos mundos de todos.

Há sempre uma luz no fim


do túnel, quando você chega até lá. Sim, você se sente vazio em vida, mas em morte também. Não há
refúgio na morte, ela apenas lhe abraça e lhe joga, novamente, para o mundo. Mas não o seu, ela lhe
deixa vagar e vagar por entre todo o universo. Ah, o que não dariam os ciêntistas viciados em
conhecimento para ver isso! O quê não dariam!

Os significados do mundo, das artes, da história estava tudo ali. Pena que Stanley não fosse inteligente o
suficiente para perceber isso. Para ele, estava condenado por toda a eternidade. Não percebia as
maravilhas de tudo aquilo. Não ouvia o telefone tocar em Andrômedra, ou a luz indo viajar. Oh, Stanney,
por que não olhar tudo o que o tempo; o universo; as estrelas podem oferecer?

Pobre, pobre Stanley. Bonito no exterior, vazio por dentro. Não pensava em nada além de si mesmo.
Estava cego.

Cego pois tinha deixado tudo para trás. Cego pois perdeu seu amor, pois não viveu além do que poderia,
pois não fez nada em vida ao qual poderia se orgulhar.

Pobre, pobre Stanley. Perdido em grandes corredores e botões. Pobre, pobre Stanley... Em sua grande
solidão, Stanley olhou furioso para o quê havia se tornado, e bradou furioso, gritando consigo mesmo:
"Não preciso de sua pena, voz estúpida! Não preciso que você narre meus erros, que você esfregue na
minha cara o que fiz ou não fiz! Não preciso disso!"

Parou, enfurecido. Olhou para todos os lados, procurando pelo o motivo de sua raiva, não percebendo
que tinha raiva de si mesmo. Bufou, deslizando pelas dimensões, quando percebeu que ninguém lhe
escutaria. Ninguém, Stanley.

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