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Criando minha Fanfic

Prólogo
E se o mundo tivesse acabado? E se só houvesse um final triste?
No mundo dos multiversos, geralmente vemos porcentagens altas de finais
felizes. O mocinho salva a cidade, os heróis lutam uma guerra infinita, o
vilão sarcástico se sacrifica pelo espaço tempo... Mas há teias em que essas
historias não terminaram bem assim.
Oi, eu sou a Leitora. A analista de mundos, a viajante do tempo, a única que
conhece todos os alternativos. Quando eu nasci e de onde eu vim pouco
importa,apenas saibam que eu sou atemporal, e não tenham certeza de que
sou uma pessoa. Eu passo de mundo em mundo, os estudando, vivendo
aventuras, odiando minha vida. Experimentar coisas novas, viver coisas
diferentes, sempre é superestimado, mas algo que eu percebi é: ninguém é
satisfeito.
Mundo 00012 Relato 1.0
Era um dia chuvoso, e nesse alternativo a chuva tinha cores. Notei que os
minerais eram mais vibrantes e mais solúveis, o que tornava desse um
mundo vibrante. Eu visitei as teias de tempo e espaço em ordem aleatória,
tempos aleatórios, e dessa vez eu tirei uma grande loteria: estavam em
festa. Aquele mundo vibrante também possuía pessoas vibrantes. Todas
estavam vestidas de maneira parecida, algumas tinham o rosto de um artista
estampado em suas camisetas, outras o seu nome escrito em cartazes. Harry
Styles. Esse nome me rondou em alguns alternativos, em alguns haviam
mais 4 garotos suados com cara plastificada que cantavam com ele. Um
cantor, considerado em muitos mundos o melhor. Eca. Uma das garotas
beijava uma foto dele em tamanho real, não entendia como ele atraía tanta
atenção em tantos mundos. Algo que havia percebido é que essência é
diferente de personalidade. Cada versão de alguém possuía uma
personalidade, mas a essência era a mesma. Entenda assim: se você é
mocinho em um mundo, não será vilão em outro. Nesse caso, se artista é a
essência de Harry ele sempre perfumará algum tipo de arte em todos os
mundos.
Como você deve ter notado, eu não comecei de maneira positiva. Esse
também era um mundo que terminaria mal, eu só estava lá para observar.
Era o objetivo. Mas, não foi bem assim, obviamente. Não tenho paisagens
para descrever, nem luzes flutuantes para admirar, parecia apenas mais um
mundo a beira da ruína. E por alguma razão essas pessoas estavam
festejando. Como eu disse, era um dia chuvoso, a chuva era colorida e o
Harry Styles ia cantar, eu não via motivo para todos estarem sorrindo e se
divertindo. ‘Helloou' seu mundo está se desfazendo, acordem e comecem a
agir! Eu

observava tudo aquilo abismada, o que esse homem tinha de especial? Foi
estão que eu vi um clarão, vindo do chão e se dividindo em varias colunas,
um holofote. O show ia começar. Eu me aproximei do palco o máximo que
pude, queria entender a magica por trás dele, qual era o remédio que
acalmava o pânico inerente?
Eu precisaria de aquarelas e alguns alucinógenos para descrever as
sensações que aquele show me causou. Ele falava de paz, de amor e de
propósito. Ele fazia você esquecer dos seus problemas e abraçar o que você
queria sonhar. Ele era cores, sons, vibrações e emoções. Ele cantava e o céu
mudava de cor, talvez pelo nível de poluição atmosférica, as nuvens
balançavam e a chuva dançava. O sol já não tinha mais brilho porque a luz
maior era ele. Eu nunca me imaginei naquela situação, precisava conhece-
lo. Eu não seria a menina despojada que lê um livro durante o show para
chamar a atenção dele, eu seria diferente dessas garotas, eu o persegui.
Uma vantagem de ser leitora é que os cenários mais óbvios já são
dedutíveis, se eu falar “e viveram felizes” você com certeza finaliza com o
“para sempre” na sua mente. Quanto mais você estuda os alternativos, mais
você percebe que as narrativas seguem padrões, é fácil saber o que vem a
seguir. Mas dessa vez eu não estava observando, eu estava agindo. Eu sabia
que em situações assim sempre aconteciam uma dessas duas coisas: ou ele
vai ser um babaca falso e eu vou me decepcionar, ou ele vai se apaixonar
por mim.
Eu o segui para o camarim (Como? Eles nunca explicam isso mesmo...), eu
não queria saber se ele era realmente bonito ou se cheirava a melancia
adocicada, eu só precisava colher materiais de estudo. Talvez, o segredo
dele pode ajudar a acalmar o caos de outros mundos. Eu precisava
aprender, só isso, nunca pensei que o que aconteceu aconteceria.
Mundo 00012 Relato 2.0
Eu caminhava pelo o camarim, tentando não parecer suspeita no meio de
tantas pessoas com pose de importantes, não achava meu alvo e não
desistiria tão facilmente. Não deveria ser difícil, um homem de 1,90cm,
tatuado e o único com roupas coloridas, onde ele se esconderia?
Eu percebi o pavor no olhar da equipe técnica, fiquei assustada, será que
eles teriam me descoberto? Tentei parecer natural e sorrir para alguns,
todos pareciam preocupados com algo, correndo contra o tempo.
- O show, o show tem que acontecer! O público o espera! - alguém gritava
- Temos que acha-lo, estamos horas atrasados!
- Parem. Temos que notificar a segurança, já faz 24 horas que não o vemos
- disse
alguém que parecia comandar
- Não podemos simplesmente falar para o publico que perdemos Harry
Styles -
adicionou a primeira voz
Nesse momento eu não entendi a situação. Eu estava votando de um show
que não
devia ter acontecido, eu estava alucinando? Minha cabeça girava de
possibilidades. Calmamente eu caminhei para fora do local, eu tonteava e
tentava entender o que tinha acontecido.

.. .
Eu não lembro o que aconteceu antes de acordar, eu lembro de sair do
camarim, apagar, e acordar numa nave similar a minha, mas com certeza
não era a minha. Ela era oval, para perfurar as teias sem causar danos, era
de um metal preto que mantinha a temperatura agradável em todos os
ambientes, tinha janelas do tamanho de paredes para observar o que
acontecia e tinha um capitão no meio para guiar. O capitão era eu, mas eu
não era a pessoa que estava guiando a nave, tampouco a nave era minha.
O desespero se apossava de meu corpo, a adrenalina e a ansia de me salvar
me fizeram levantar no ímpeto. Eu pensava no que fazer, como agir, o que
havia acontecido?Quem era essa pessoa?
- Quem é você e como consegue me ver?- disse o chegar perto de quem
agora
parecia claramente um homem
- Ah! Você acordou. Eu pergunto o mesmo para você, Leitora.

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