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A horror history
– Por Zakiel
Sinopse
Capítulos
__________________________
— Prefácio... 0 — 5
— Equipe Acácia...
— A Reunião...
— Investigação...
— Devoção...
— Amor...
— Miséria...
— Lembrar...
— Oblito...
O Prefácio
31 de Outubro de 2010
18:50 pm
A Reunião
Ao longe, um local meio que “se destacava”
em meio a tantas casas e construções por
perto, era meio que um bar. Este bar tinha
um letreiro que deixava na cara o seu
próprio nome: “Santo Neco”. As ruas
estavam vazias neste ponto do dia, a
vizinhança era quieta, tudo estava tão
quieto... E então, alguém abre a enorme
porta que o bar tinha, e assim, entravam
duas pessoas distintas. Um homem alto,
supostamente não muito musculoso que
tinha um cabelo loiro lambido para a direita,
tinha óculos de grau e vestia uma espécie de
jaleco por cima de um colete e uma veste
branca, além de uma calça esquisita, talvez
sendo de alfaiataria? Não se sabe. E, ao seu
lado, uma mulher não muito sorridente, seu
cabelo curto e porte médio, uns talvez 1.78
de altura. Ela vestia um palitó preto por
baixo de um enorme sobre–tudo preto, meio
aconchegante pelo o que dá para olhar. A
mulher jogava um cigarro que antes estava
em sua mão para fora, antes de entrar. O
clima dentre eles estava muito esquisito, ao
lado, o rapaz demonstrava nervosismo e
ansiedade, não tinha nem coragem de olhar
para a outra ao seu lado, e do outro, uma
pessoa intimidadora que aparenta estar
irritada. Eles adentraram mais a fundo,
olharam o redor, todo aquele aspecto do bar,
mesas de plástico com marca de cerveja
típicos do Brasil, uma mesa de sinuca ao
canto esquerdo; uma máquina de karaokê
mais encostada na parede; uma... máquina
de fliperama mais ao fundo do canto direito;
e por fim, o que era para ser o balcão de
atendimento do bar, surpreendente com
alguns 'docezinhos, que chamaram a atenção
do 'quatro–olhos, indo até eles e pegando
alguns pacotinhos. Contudo, o foco não era
este, e, indo até perto da geladeira mais a
direita do balcão, a mulher — que via um
painel — digitou alguns números ou letras, e
o eletrodoméstico mexeu um pouquinho,
fazendo um baixo barulho, pois parecia ter
se deslocado de certa forma, e agora, era
revelado uma fresta que levava a uma
escadaria.
18:20 PM
18:45
Ambos descem do veículo, já com seus
equipamentos prontos, suas armas,
munições, mini–rádios e dentre outros
equipamentos essenciais para a missão,
inclusive, lanternas. E então, se vêem com a
única opção de: seguir em frente. Haviam
dito que era por aqui, eles resmungavam, e,
ligando as lanternas, iluminaram a estrada
de terra, mesmo sendo visível muito pouco lá
do fundo, deu para ver enormes arbustos,
como se não tivessem sido cortados faz muito
tempo. Violeta e Francisco foram na frente,
pois suas armas estavam com lanternas,
Anthony foi o último, planejando guardar as
costas de seus aliados, e o resto foi no meio.
A trilha continuou por cerca de dois minutos,
até finalmente encontrarem uma construção,
não estava quebrada, mas estava bem mal
esteticamente por fora, raízes crescendo
pelas paredes e tetos, a tinta se corroendo e
mostrando os tijolos por baixo, e, eles
tinham certeza que agora sim era o local que
queriam encontrar desde o começo. Na
entrada, além daquelas raízes crescendo,
eles vêem duas pilastras que sustentam uma
espécie de cobertura, e uma plataforma com
três degraus, logo ao lado da porta tinha
uma cadeira de madeira, daquelas que as
‘senhoras de idade usavam para se balançar;
no chão jogados, alguns objetos de vidros e
outros de metal; em ambas às direções
tinham caminhos para se seguir; e por fim,
duas janelas pequenas, mas largas, em
ambos os lados da porta. Essas janelas
estavam barricadas, mas a porta era de
vidro, dava pra ver o mínimo por estar
escuro. — O vidro utilizado na porta era
diferente, parecia que embaçava a visão
tento por dentro quanto por fora.—
O som dos arbustos se mexendo
graças ao clima, o vento passando e
entregando um ar gélido, era tudo estranho
pois momentos antes, o ar estava fresco, o
vento estava calmo, e finalmente prestando
mais atenção aos pés, é visto uma névoa
expeça, que apenas chegava aos pés
daquelas seis pessoas, que, mesmo estando
agasalhadas e protegidos, sentem um frio,
mas não aquele frio comum que todos
sentimos, mas sim, o frio que o medo te trás,
quando está prestes a te congelar num
pequeno momento de reação contra o perigo.
Enfim, eles estranham, mesmo sabendo que
ali era o local que sabiam ter uma
membrana quase totalmente exposta, estava
fina até demais para seus gostos. Por um
momento, eles até acharam que ouviram
alguma coisa, passos que correm pelos
arbustos, um mal pressentimento que vinha
a atazanar o menor do grupo, que falava
balbuciando muitas vezes.
— G... Gente...
— Talvez tenha algo na mata, não?
— Ah?!
— É isso que você iria dizer. — Falou
Violeta, virando para o menor.— Deve ter
sido algum bicho do mato. O pior que pode
acontecer é você dar de cara com alguma
criatura lá dentro. Relaxa aí, “novato”.
—Okay, okay.
Jhonatan nunca sequer disfarçou seu
medo, mesmo sabendo dos riscos e doque ele
iria encontrar, sempre demonstrou ter medo.
Por que entrei nesta vida desde e o começo?
Por quê?! Ele sempre pensou assim. E agora,
não era mais nenhum barulho de fora que
chamava atenção, não era nenhum objeto ou
caminho, a porta, ela parecia chamar pelos
agentes, aqueles que tinham lanternas nas
armas apontaram para a porta e se
aproximaram, Anthony sacou sua arma de
lâmina e ficou no meio, até eles finalmente
ouvirem:
— AAAAAH!
Era desconhecido, mas sem dúvidas, é
um grito de agonia e total desespero,
abafado por dentro da portas, e parecia estar
próximo, passos começavam a ser ouvidos de
forma totalmente frenética correndo na
direção do vidro e uma silhueta de “face
branca com beje” se amostrou no vidro
embaçado, e empurrou aquela porta com
força.
Um homem, desnutrido; sujo;
fedorento, com um cabelo espetado e
estatura média, faixas que sobrepuseram o
olho esquerdo e boa parte da face, menos sua
boca e suas orelhas, acabava de cair diante
aos pés do mais alto, que como uma reação
desprevenida e rápida, apontou a lâmina
para seu pescoço, quase chegando perto o
bastante para cortar. No fundo, Francisco
forçou seu olhar, mas tinha certeza, na
penumbra do corredor agora que foi aberta,
uma silhueta passou, e passou muito rápida.
— O que diabos?! Tinha gente lá
dentro?!
— Tinha algo lá dentro...
Olhando para o homem, Anthony
percebeu a face de desespero dele, as veias
saltando dos olhos quase enlouquecidos, e a
sua boca que tremia, sem conseguir falar
mais nada, além de sons que não se
completavam. O maior guardou sua arma e
se abaixou, ficando na mesma altura que o
outro, segurando suas bochechas com os
palmares, firmando o olhar apenas nele.
— Ei! Ei! Olha pra cá!
O homem segurou firme os pulsos de
Anthony que mal sentia ser apertado graças
a falta de força que era exercida contra ele
mesmo.
— Fica calmo, homem! Estamos com
você, não vamos fazer mal! Não vamos fazer
nada! Calma! — Falava alto, tentando
estabilizar o rapaz.
— N..... N.... Não.... NÃO! NÃO!! ME
SOLTE! ME SOLTE ABERRAÇÃO!
— Eu não sou nada do que você viu lá
dentro! Se acalma, homem!
E, a respiração ofegante, a sensação
que dominava o pobre desnutrido, ia
passando, ele voltava a respirar fundo e a se
acalmar, mas, as lágrimas tomavam total
conta de sua face aterrorizada, molhando até
mesmo suas faixas. Com certeza está
assustado, assustado com tudo o que deve
ter visto e pelas pessoas que acabara de ver.
Pensou, até perceber que os pulsos eram
soltos, e o outro parava de tremer, soltando
sua face, que ainda encarava sua face.
— Hey, fique calmo...
— Mas que merda ele estava fazendo
lá dentro?! — Exclamou Zero.
— Não importa, Zero!
Anthony olhou para o homem e
estendeu sua mão, segurando na dele para
segurar e levantar o próprio, apoiando–o
nele mesmo encarando os demais.
— Eu vou tirar ele daqui, vou levar
ele pro carro, alguém vem comigo? Quem
ficar pode ver mais o lugar por mim.
— Pff...
— Err.... Eu vou com você! — Falou
Jhonatan, sem pensar duas vezes no que
responder, seu medo falava mais alto que a
sua consciência.
— Muito bem, venha então. Zero,
averigua o local pra gente? Por favor.
— Argh... Tá bom! Eu vou cobrir essa,
‘vamo lá gente.
Zero se virou, e Anthony apenas foi
caminhando junto ao ruivo para fora dos
arbustos e daquele lugar, chegando até o
carro enquanto sentava o homem ali, ligando
o farol para ter uma melhor iluminação.
Assim, se sentou ao lado do enfaixado
enquanto Jhonatan aguardou perto do carro.
— Então, como está agora? Aqui está
melhor?
— N.... Não entrem lá.... Não entrem,
não, entrem, lá.... Não, não não... Não não...
— O quê tem lá dentro? O que você
viu, senhor? Preciso que me fale,
imediatamente. — Perguntou Aflito.
— Coisas horríveis, não tem nada de
bom lá, não tem nada lá! Só tem morte,
APENAS MORTE!
Ele parecia enlouquecer novamente, e,
como um movimento automático, o maior
abraçou aquele homem que mesmo longe,
estava traumatizado e desesperado, suas
lágrimas encharcaram as bandagens e ele
não conseguia pensar em outra coisa a não
ser toda aquela cena, e naqueles passos que
estavam atrás dele. Chorava e chorava, até
voltar a sua consciência, pois era inútil
chorar, o pior já passou, a vida insignificante
foi poupada, por pouco. Ergueu sua cabeça e
olhou para os dois, e, nesse ponto, Anthony
estava afastado esperando ele terminar seu
momento de choro.
— Não entrem lá dentro, vocês vão
morrer, vocês vão ficar loucos, loucos!
— Senhor, me fala o que você viu lá
dentro, nós precisamos saber disso senhor,
sem essa informação, não poderemos ajudar!
Estamos aqui para garantir sua segurança.
— Por favor, não, não, não...
O ruivo se aproxima, e se agacha,
olhando para a face do homem enquanto
encostou seu palmo na bochecha dele,
encarando olho a olho.
— Primeiro, qual o seu nome? Sabe
me dizer?
— E.... Erick, só Erick.
— Então, Erick. Tinha mais alguém lá
dentro? Era só você?
— Eles morreram... Todos morreram,
todos! Eu não... Eu não sei o motivo,
estavam todos mortos! Tinha sangue....
Pulsando.... Eram pulsações, eu me sentia
atraído por eles!
— Eles quem? Como assim, todo
mundo lá morreu?
Enquanto isso, após ouvir o que Erick
falava, Anthony se afastou um pouco dos
dois que estavam conversando e ligou o
mini-rádio, se comunicando com os outros
que estavam lá do outro lado da linha, na
estrutura.
— Alô, alguém na escuta? — Chiados
— Então, estávamos conversando com o
homem, ele se chama Erick. Não entrem lá
dentro ainda, até nós voltarmos, okay?!
Ambos recebem essa mensagem, e
Violeta é a primeira a responder, ligando seu
rádio e questionando o homem.
— Como assim não é para entrar? Nós
temos que entrar querendo ou não, tá tudo
lá dentro.
— Escuta, não entrem até nó
voltarmos, estamos entendidos?!
— Ah, tá bem, tá bem!
— Câmbio desligo.
Anthony desliga o mini-rádio, e volta
para mais perto dos dois, observando, até
que a conversa entre eles está melhor
pensava o maior, agora podendo ouvir o que
era dito.
— Tá bom, Tá bom. Sobre o que você
viu, tinha mais algo lá? Alguma... Coisa
derivada dessa visão perturbada?
— Não... Só tinha corpos.... Carne
pulsando, mas, eu ouvi um barulho. E depois
disso eu corri ouvindo alguma coisa metálica
se arrastando até mim. Foi aí que eu vi a
porta, e, e....
— Tá tudo bem, calma. Venha,
levante–se.
Jhonatan se levantou, segurando a
mão do homem que estava tremendo,
levantando ele junto. Então, apoiou–o em si,
e ficou servindo de apoio, enquanto olhava
para Anthony.
— Então, ele... Pode ficar no carro?
Ele não está nem um pouco bem, eu já
retirei tudo que eu pude dele. Pra pelo
menos ser útil.
— Você ainda pergunta? É claro né!
Não podemos levar ele pra nenhum lugar,
então me parece justo deixar ele no carro.
Daí você me conta tudo.
— Ah, okay. — Olha para o lado —
Você vai ficar descansando no carro, tudo
bem? Não vamos te levar lá de volta, e você
está seguro, fica tranquilo.
— T... Tá bom, tá bom... Não entrem
lá, em hipótese alguma! Não entrem lá! Por
favor.
— Tudo bem.
Ele levou Erick para o carro, o
trancando lá enquanto encarava Anthony de
forma medrosa.
— E então?
— Vamos com o pessoal.
Agora, após toda a mensagem de
rádio, Violeta se reúne com os outros, lá em
baixo da plataforma para falar sobre o que
fazer enquanto os outros dois não voltavam
até o lugar.
— Então, o Anthony disse para não
entrarmos ainda, temos que esperar às
informações do tal do Erick. Então, devemos
vasculhar os corredores da direita e
esquerda aqui fora. Vocês querem se dividir
já que estamos em quatro?
— Por mim nós iríamos lá pra dentro,
mas já que não temos lá tanta escolha!
Vamos fazer isso de se dividir.
— Você só sabe resmungar, Zero. —
Falou Francisco, encarando Zero. — Bem, se
for assim, eu posso ir com a Violeta.
— Hm... Nos separar em um lugar
como este não é a melhor opção, mas, como é
no lado de fora, por mim tudo bem. Onde me
encaixarem eu vou.
— Certo, então, Francisco vem comigo
e Zero com o Veríssimo vão juntos, é isso?
— É... Infelizmente.
— Para de ser assim, Zero!
— Me obriga!
Veríssimo arquea sua sobrancelha
direita e cruza os braços, não entendendo
muito bem o que era dito, e estava até que
sem paciência graças aos resmungos do tal
Zero. E, suspirou, questionando.
— Vamos ficar parados assim mesmo?
Não acham que quanto mais nós ficarmos
parados aqui, mais vamos demorar para
resolver esse caso?
— Ele tem razão, vamos lá então! Eu
e o Francisco vamos para a direita,
encontramos vocês lá atrás.
— Tudo bem.
Finalmente, eles deixaram de
conversar e se arrumaram, cada um subindo
e se dividindo para um lado. Zero com
Veríssimo foram para a esquerda e
Francisco com Violeta para a direita.
Primeiro, estamos na visão do grupo 2,
Veríssimo, está atento, sendo ardiloso a cada
passo, é claro que podia ter algo lá fora. E
não podia arriscar ficar de guarda–baixa
naquele momento. Já Zero, olhava para os
arredores com sua lanterna, e, virando a
lanterna para baixo, na parte dos arbustos,
onde, viu um objeto reluzindo mais que a
luz, como se estivesse “refletindo”. Ali em
cima, não iria conseguir ver mais doque isso,
teria que descer com seu colega.
— Ou, Novato.
— Sim?
— Vamos descer, tem algo lá embaixo
nos arbustos, pode ser algo útil.
— Uh... Se você diz, estou “a suas
ordens” por enquanto.
— Ótimo.
Com a lanterna apontada para o
mesmo lugar que antes estava o tal “item”, se
sentando na plataforma e se impulsionando
para frente, o que o fez cair — de pé, por sorte
— lá em baixo, em meio aos arbustos.
Veríssimo fez a mesma coisa, pulando e
seguindo o moreno.
— Onde que está?
— Por aqui, tá perto.
Fala Zero, abrindo caminho até alguns
passos para frente, abaixando a luz até
encontrar o objeto que mais refletia a luz. E,
caminhando mais alguns passos, bateu a luz
no lugar certo, rapidamente se abaixando e
analisando o objeto. Era de metal com um
cabo de madeira, a parte metálica tinha um
formato meio de concha, como se fosse uma
pá, ou uma colher grande.
— Aqui, Aqui.
Falou puxando com a mão livre aquele
objeto, finalmente tendo a noção do quê que
era, era aquelas pequenas pás usadas para
jardinagem, tirar terra e colocar as plantas e
tudo mais, estava suja, talvez tivessem
escavado ali à pouco? Era o que Zero
desconfiava. Se levantou e virou para
Veríssimo, mostrando a pá.
— Era isso aqui.
— Uma... Pá pequena?...
Era claro a expressão que estranhava
o objeto, mas que estava decepcionado por ter
tido que ir lá embaixo apenas para ver uma
pá.
— É, uma pá! Não tinham falado algo
como... Sei lá, que os frequentadores desse
lugar escondiam coisas na terra?
— Eu não me lembro... Mas se eu não
me engano sim, o Senhor falou sobre isso
com a gente.
— Então, talvez tenha alguma coisa
enterrada por aqui?
— Hm... É, não é um raciocínio tão
ruim assim.
Veríssimo se mostrou surpreso com a
resposta óbvia de seu colega, guardando seu
florete e cruzando os braços enquanto
aguardou uma próxima decisão doque fazer,
encarando Zero. Que, pensou mais um pouco
e apontou sua luz para o chão, caminhando
mais para dentro dos arbustos, ele
provavelmente estava procurando algum
sinal de algo escavado, ou parecido. O
castanho não fez nada além de acompanhar
e aguardar novidades. O homem, andou,
andou e andou, e nisso, chegou a um ponto
que chamou muita atenção, e que
provavelmente não seria facilmente
perceptível para “pessoas” sem algum
treinamento investigativo ou algo parecido.
Zero se agachou e iluminou mais de
perto, mostrando um relevo de terra mal–
ajeitada, e com algumas gramas ao redor.
Para ele, era fácil desconfiar de algo assim,
poderia ou não ter algo ali, não é? Claro que
sim, tudo tinha sua possibilidade ali. Pegou
a pequena pá, entregou sua arma para que
Veríssimo iluminasse e após tudo isso,
começou enfincando a lâmina da pequena pá
na terra, e foi retirando o monte pouco por
pouco, jogando para frente, até revelar um
buraco um pouco “fundo”, que, quando
iluminado, só mostrou um bilhete, ou talvez
uma tira de folha velha que não tinha nada
escrito. Era simplesmente lixo.
— Ah! Que merda?! Tá em branco.
— Pff... — O castanho deu risada —
Vamos subir, cara. A gente tem que
terminar de ver o resto lá em cima. Depois
vemos isso com o grupo reunido.
— Tá bom..... — Demonstrava certo
ódio pela situação, mesmo sendo por nada.
Se levantou e pegou sua arma, e eles
finalmente saíram lá de baixo da
plataforma, subindo novamente lá em cima e
voltando pelo mesmo caminho de antes,
agora tendo aquela pá. Quem estava na
frente novamente era Zero, iluminando.
Aquela sensação.... Aquela maldita sensação
de que você está correndo perigo, que você
vai sumir ali mesmo em questões de
mínimos segundos. Isso amedrontava a
mente dos dois ali, que resistem e continuam
a caminhar lentamente, a madeira do piso
daquela plataforma rangia, em um barulho
insuportável e irritante, parecia que quanto
mais pesados os passos ficavam, mais o
barulho era alto. Levemente incomodados,
eles prosseguiram sem mais nada de
importante para vasculhar, ali estava vazio,
e o clima continuava naquele ar frio e
amedrontoso.
Agora, no outro lado dos corredores, a
direita, Violeta caminhava apontando sua
arma de fogo, iluminando o caminho graças
à lanterna que ela tinha. Sabe o instinto de
que você não está protegido em um lugar?
Que tem alguma coisa bem embaixo do seu
nariz, te observando tão de perto, e você não
consegue ver? Olhos que percorrem seu
corpo, lhe causam arrepios de desconforto e
te alerta, você deve voltar. Era isso que os
dois que caminhavam naquele corredor
sentiam, um arrepio, um desconforto;
Francisco olhou para baixo, teve a sensação
de que algo estava nos arbustos, como se
fosse um vulto, desaparecendo em um piscar
de olhos. A face gélida do Quatro–olhos já
denunciava o que ele sentia, se já não fosse
por isso, começou a suar, não só na face, seu
corpo inteiro estava assim, esquisito.
— V.... Violeta! — Exclamou
gaguejando — Me espera, não me deixa
sozinho! Por favor!!
Vendo melhor, Violeta já estava mais
fora de vista, o rapaz estava sozinho ali,
confuso e aflito, acelerou seus passos que
começavam a fazer sons altos graças à
madeira do piso, e foi desacelerando na
medida que se aproximava da curvatura que
levava para a parte de trás da construção.
Mas, antes, Francisco passou por uma
pequena rachadura, que dava a uma brecha
para ver o lado de dentro da construção. Ele
se sentiu atraído, era como se o “mundo” ao
redor parasse de lhe dar interesse, era
apenas ele e aquela pequena brecha. Toc...
Toc.... Toc. Era o barulho que a parede
emitiu, estava abafado, num intervalo médio
de um som do outro. — madeira rangendo —
ele se aproximou, curioso e medroso como
sempre, tocou na parede o primeiro sinal,
ouviu novamente: Toc.... Toc... Toc.
Aproximou seu rosto, parecia olhar para
dentro da parede, e... Tic, Tac. Tic, Tac. Era
o som de um velho relógio de pêndulo.
Parece relaxante, ouvir aquele som
enquanto balança, balança e balança, é algo
único para o homem.
— OU! VEM LOGO SEU ‘FROUXO!
NÃO TEMO TEMPO. — Gritou a mulher
retornando aflita, parecendo que se assustou
com aquela ausência. — O que você está
bobeando aí?!
—Ah!! V... Violeta?! — Tomou um
susto, quase que um choque que o acordou
daquele sentimento anestésico, e se viu na
plataforma.— Por que diabos você me deixou
sozinho?!
Foi em direção da mulher da forma
mais rápida possível, e a madeira, rangendo.
Ela apenas agarrou o pulso do rapaz com
força, e o levou com ela lá para trás daquele
lugar, sem perder nenhum contato com o
próprio.
Não havia mais nada de interessante
para ver naquele ambiente até então, a
menos que explorasse lá em baixo da
plataforma, vai que encontram mais sobre
isso tudo? Não foi isso que eles pensaram,
pelo menos, é isso que eles aparentam.
— Olha só... Você, nunca mais, me
deixa sozinho! Entendeu?! Você quase me
matou!!!
— Deixa de ser dramático! Você ficou
para trás porquê quis! Eu ainda fui te
buscar, tá legal?! Além do mais, você parece
ser muito lerdo também, cara.
— Só por favor, não me deixa mais
sozinho assim! — Falou com certa
tremedeira, que retornou a dominar seu
corpo.
Então, a mulher foi mais para frente,
lá atrás era até que mais “diferente” se fosse
olhar um por certo ângulo: tinham três
degraus que levavam para baixo da
plataforma, e mostravam um caminho de
terra até muitos arbustos altos, que se
forçasse o olhar, mostra bancos de concreto;
mesas abaixo de árvores, com vários bancos;
muitos insetos pelo chão; e dentre outros.
Parecia ser meio que uma pequena
praça para os pacientes e psiquiatras, ao ar
livre. Mas, como lá na frente, os matos e
arbustos não eram aparados a muito tempo.
Bem, olhando para outro lado, agora focando
na estrutura, viu uma porta de ferro, meio
enferrujada, mas ainda parecia resistente.
— Hey, vem cá.
— Ué? — Francisco teve uma
expressão de dúvida e curiosidade, e se
aproximou ao chamado da mulher. — Que
que foi agora?
— Vamos tentar abrir? — Apontou
para a porta à frente. — Vai que a gente dá
sorte!
— O que você pretende fazer pra
abrir? Muito provavelmente está trancada.
— Ah! Qualquer coisa a gente vai
chutar com tudo, entendeu?! — Falou
confiante e com certa impaciência, ela
finalmente encontrou motivo para
“danificar” uma porta que, por incrível que
pareça, era um objetivo desde sua
adolescência. — Tudo certo?
— Meu senhor.... Tá tá! Tenta aí.—
Suspiro. — Mas pode dar muito errado, e
você sabe.
Soltou um riso após a última frase de
seu amigo, e levou seus palmos até as barras
que ao lado diziam: “Puxe”, e, em um puxão.
— estava trancada —, apenas fazia altos
barulhos metálicos e enferrujados, já era
difícil fazer a porta se mover graças a tanta
ferrugem acumulada principalmente na
parte de baixo. E, um suspiro se ouviu vindo
do opositor.
— Eu disse que provavelmente estaria
trancado... — falou em um ar de desânimo, e
coçou a nuca.
— Ah mas! Então agora a gente vai
chutar até abrir!?
— O quê?! Não mesmo!
— Francisco, você vai me ajudar!
— Não conte comigo para isso, não
mesmo!!
Enquanto os dois falavam alto
naquele lugar, Zero e Veríssimo finalmente
chegavam até o lado de trás da estrutura,
meio confusos com o motivo do falatório tão
alto, e sabiam que deveriam ser mais baixos,
se não alguma coisa poderia sentir ou vir até
ambos.
— Ou! Fiquem quietos! O que é que
está rolando?!
— A Violeta quer arrombar essa
porta!