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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
JORNALISMO

ASSESSORIA DE IMPRENSA DA POLÍCIA MILITAR


DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

MARLISA DE OLIVEIRA AMORIM NEVES

Rio de Janeiro
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
JORNALISMO

ASSESSORIA DE IMPRENSA DA POLÍCIA MILITAR


DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Monografia submetida à Banca de Graduação


como requisito para obtenção do diploma de
Comunicação Social – Jornalismo.

MARLISA DE OLIVEIRA AMORIM NEVES

Orientador: Profº Gabriel Collares Barbosa

Rio de Janeiro
2010
FICHA CATALOGRÁFICA

NEVES, Marlisa de Oliveira Amorim.


Assessoria de Imprensa da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro / Marlisa de
Oliveira Amorim Neves. Rio de Janeiro, 2010.

Monografia (Graduação em Comunicação Social - Jornalismo) – Universidade


Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Escola de Comunicação – 2010.

Orientador: Gabriel Collares Barbosa


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO

TERMO DE APROVAÇÃO

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, avalia a Monografia Assessoria de


Imprensa da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, elaborada por Marlisa de
Oliveira Amorim Neves.

Monografia examinada:
Rio de Janeiro, ___ de _______________ de 2010.

Comissão Examinadora:

Orientador: Prof. Dr. Gabriel Collares Barbosa


Doutor em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação – UFRJ
Departamento de Expressão e Linguagens - UFRJ

Prof. Dr. Paulo César Castro de Souza


Doutor em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação – UFRJ
Departamento de Métodos e Áreas Conexas - UFRJ

Prof. Dr. Sebastião Amoedo de Barros


Doutor em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação – UFRJ
Departamento de Métodos e Áreas Conexas - UFRJ

Rio de Janeiro
2010
NEVES, Marlisa de Oliveira Amorim. Assessoria de Imprensa da Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro. Orientador: Prof. Dr. Gabriel Collares. Rio de Janeiro:
UFRJ/ECO. Monografia em Jornalismo.

RESUMO

Uma organização, seja ela pública ou privada, precisa estabelecer comunicação com
seus públicos. Sendo assim é importante analisar a Comunicação Organizacional e seus
desdobramentos. Uma de suas áreas é a assessoria de imprensa, que tem como função
produzir, em linguagem jornalística, material de divulgação da Corporação para ser exibido
ou trabalhado pelos meios de comunicação. Esta monografia traça um retrato da Assessoria de
Imprensa da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, delineando sua trajetória desde sua
criação até os dias de atuais. O objetivo do estudo é refletir sobre a importância estratégica da
Assessoria de Imprensa tendo esse setor da PMERJ como estudo de caso. A metodologia
baseou-se em entrevistas com os assessores da Corporação, bem como uma pesquisa de
campo com os jornalistas que diariamente solicitam informações da Polícia Militar. A partir
do estudo pode-se delinear como a Assessoria de Imprensa da PM é avaliada hoje pelos
profissionais que a procuram. Assim, pode-se traçar propostas de mudanças que visem
aprimorar o relacionamento da Corporação com a imprensa e com isso acarretar a melhora de
sua Imagem Institucional perante a sociedade fluminense.

1. ASSESSORIA DE IMPRENSA. 2. POLÍCIA MILITAR. 3. COMUNICAÇÃO


SOCIAL. 4. PESQUISA DE CAMPO. 5. IMAGEM INSTITUCIONAL.
A todos os policiais militares do Estado
do Rio de Janeiro, que diuturnamente
arriscam suas vidas pela sociedade.
AGRADECIMENTO

À Deus pela proteção e saúde. Ao super


marido, Daniel Neves, sempre
compreensivo e presente, deu dicas
pertinentes para o engrandecimento dessa
monografia. Aos meus pais, Samuel e
Marli Amorim, que mesmo distantes
fisicamente estão sempre ao meu lado. As
policiais e jornalistas civis da Assessoria de
Imprensa da Polícia Militar pelo
companheirismo e ajuda oferecida no
transcorrer do processo. Aos meus sogros,
Suely e Wilson Neves, pela força e
compreensão ofertada. Por fim, ao
indispensável orientador Gabriel Collares
pelo fundamental apoio à concretização
dessa monografia.
Marlisa Neves
“Quando algo sai errado no relacionamento
com a imprensa, são poucos os assessores que
fazem um exercício de humildade e buscam
erros nas próprias práticas, no comportamento
ou no comportamento do
assessorado.”(MAFEI, 2009, p.101)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 BREVE HISTÓRICO DA ASSESSORIA DE IMPRENSA

2.1 Das relações públicas à assessoria de imprensa


2.2 Assessoria de Imprensa no Brasil
2.3 Assessoria de Imprensa em instituições militares
2.3.1 Exército
2.3.2 Marinha
2.3.3 Aeronáutica
2.3.4 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
2.4 Relações Públicas x Assessoria de Imprensa

3 ASSESSORIA DE IMPRENSA PRIVADA X PÚBLICA

3.1 Assessoria de Imprensa


3.2 Órgãos Privados x Públicos: pontos comuns
3.3 Órgãos Privados x Públicos: diferenças evidentes
3.4 Polícia Militar: assessoria de órgão público ou seria privado?

4 ASSESSORIA DE IMPRENSA DA POLÍCIA MILITAR

4.1 Aspecto histórico


4.2 Coordenadoria de Comunicação Social
4.3 Assessoria de Imprensa na PM/5
4.3.1 Organograma
4.3.2 Porta Voz
4.3.3 Relacionamento com a imprensa
4.3.4 Ferramentas de trabalho
4.3.5 Jornalistas civis
4.3.6 Dificuldades e peculiaridades
4.4 Assessoria de Imprensa na Coordenadoria de Comunicação Social
4.4.1 Organograma
4.4.2 Porta Voz
4.4.3 Relacionamento com a imprensa
4.4.4 Ferramentas de trabalho
4.4.5 Jornalistas e rotinas de trabalho
4.4.6 Dificuldades e peculiaridades

5 PESQUISA DE CAMPO E ANÁLISE DE DADOS

5.1 Metodologia da pesquisa


5.2 Análise dos resultados
5.2.1 Perfil dos jornalistas pesquisados
5.2.2 Análise do questionário
5.3 Análise dos jornais impressos

6 CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

ANEXOS
1

1. INTRODUÇÃO

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) é uma organização


bicentenária, e tem como missão servir e proteger a população do Estado do Rio de Janeiro. A
eficiência do seu serviço depende diretamente da colaboração e do apoio que recebe dos seus
públicos, interno e externo. Caso contrário, a eficiência e eficácia dos seus serviços
diminuirão e estarão em julgamento a integridade e capacidade dos seus integrantes.
Nos telejornais, nos programas de rádio, nas páginas das revistas e jornais, é
corriqueira as manchetes mencionando a atuação da Polícia Militar. Aliado a este fato, sabe-se
que a opinião pública, em parte, é influenciada pela posição adotada pelos meios de
comunicação. Diante desses fatos, é de fundamental relevância que a Corporação preocupe-se
com as informações veiculadas a seu respeito nas diversas mídias. É preciso ficar atento para
que sua imagem institucional não seja maculada, prejudicando assim os serviços prestados por
seus componentes.

Como as Polícias podem dar uma guinada em seus rumos a ponto de serem
percebidas pela população como a Instituição devotada ao cidadão, com
homens que enfrentam a morte diariamente pelo bem estar de outros? O quê
as Polícias podem fazer para trocar a desconfiança e a incredulidade pela
confiança e respeito de uma sociedade cada vez mais desconfiada? Não há
respostas simples, até mesmo porque as perguntas não são simples. Todavia,
não há mais como protelar uma mudança que não seja menos que radical.
Uma mudança de idéias e pensamentos, de atitudes, de comportamentos é
fundamental para este tempo. (CALDAS & LEITÃO, 2007. p. 14)

A comunicação é uma arma poderosa para que qualquer instituição atinja seus
públicos, fortalecendo sua imagem institucional e, acima de tudo, conhecendo suas
motivações, expectativas e necessidades. Neste contexto, a assessoria de imprensa é peça
chave para promover esta mudança e seu estudo torna-se de fundamental importância.
A elaboração desta monografia tem como premissa alcançar não só a graduação, mas
um sentimento de realização pessoal. Sendo chefe da assessoria de imprensa e membro da
Corporação, o tema a ser abordado torna-se óbvio. O estudo avalia a assessoria de imprensa
da PMERJ, elaborando um diagnóstico desde sua origem até a situação atual da Corporação.
Foram ouvidos relatos dos próprios assessores, além dos jornalistas que diariamente solicitam
informações da Instituição.
O objetivo geral desta monografia é apresentar uma análise pormenorizada da
assessoria de imprensa da PMERJ, que é uma das seções da Coordenadoria de Comunicação
Social (CComSoc) da Instituição. A idéia é descrever – através de uma pesquisa por
2

amostragem – a avaliação do setor pelos jornalistas que a procuram diariamente, apresentando


suas peculiaridades e dificuldades, bem como propostas de mudanças para melhorar a
eficiência do setor.
Os objetivos específicos englobam a valorização da mesma perante a própria
Instituição, gerando reflexão para a melhoria do quadro atual. Avaliar a assessoria de
imprensa é fundamental, porque vai permitir uma análise objetiva do que deve ser modificado
para gerar maior produtividade e exposição positiva da Instituição.
O referencial teórico sobre o tema é vasto, seja no que diz respeito ao histórico da
atividade desempenhada por uma assessoria de imprensa, seja na conceituação das diferenças
e semelhanças entre os serviços prestados por uma assessoria de imprensa do setor público e
as assessorias privadas. Entretanto a bibliografia sobre assessorias de imprensa em
organizações militares é praticamente inexistente. Existe um branco científico. As próprias
instituições não possuem material satisfatório sobre os históricos das atividades
desempenhadas.
A metodologia desse trabalho baseou-se num estudo descritivo analítico, procurando
reunir e analisar a função exercida por uma assessoria de imprensa para o setor militar através
da literatura especializada em revistas, periódicos, boletins, dissertações ou teses e meio
eletrônico. Paralelo a isso foi realizado um estudo sobre as atividades desempenhadas
especificamente na assessoria de imprensa da PM desde sua origem até os dias de hoje,
através da aplicação de questionário ao grupo de assessoras de imprensa da Corporação e a
um grupo de amostragem dos jornalistas que “cobrem” a Polícia Militar.
A pesquisa teve como período de referência os meses de maio e junho de 2010. O
público alvo totalizou 212 jornalistas, que compõe o quadro de profissionais que
rotineiramente fazem contato com a assessoria. A amostra foi constituída de 22 (vinte e dois)
jornalistas, o que representa 10,3% do quadro investigativo delimitado pelo universo dos
jornalistas que procuram a PM.
Cabe ressaltar que a pesquisa será apresentada sem identificar os sujeitos pesquisados,
as assessoras e os jornalistas. Tal medida tornou-se necessária em virtude de se evitar
qualquer situação desagradável em apontar erros ou apresentar críticas ao setor. Vale destacar
que a pesquisa com os jornalistas foi extremamente complexa por conta do receio de alguns
em sofrer represálias caso tivessem seus dados expostos.
Este trabalho é composto por seis capítulos do seguinte modo:
3

O primeiro capítulo trata-se desta presente introdução, que dá uma visão geral do
estudo, contextualizando a justificativa para sua realização, apresentando os objetivos e o
referencial teórico.
O segundo capítulo trata do breve histórico da assessoria de imprensa no mundo e no
Brasil, traçando também a história das assessorias militares e apresentando o debate entre a
atividade de relações públicas versus assessoria de imprensa.
No terceiro capítulo apresenta-se a diferença em lidar com uma assessoria de imprensa
de órgão público em contraposição ao setor privado, apresentando seus pontos comuns e as
diferenças evidentes. Além disso, é feita uma breve análise da assessoria de imprensa da
PMERJ: uma seção pública com características de privada.
O quarto capítulo trata da assessoria de imprensa da Polícia Militar propriamente dita,
seu histórico, atividades desempenhadas, peculiaridades e dificuldades, apresentando um
contraponto entre as atividades exercidas na então Quinta Seção do Estado Maior (PM/5) e
atualmente na Coordenadoria de Comunicação Social (CComSoc).
No quinto capítulo é apresentada a pesquisa desenvolvida com os jornalistas que
“cobrem” a Instituição, abordando a aplicação dos questionários e a análise dos resultados
obtidos na pesquisa de campo. É ainda realizada uma análise de quatro jornais do Rio de
Janeiro em relação as notícias que tratam da PMERJ.
E, por fim, o sexto capítulo traz a conclusão do estudo, bem como as propostas de
mudanças de comportamentos por parte da assessoria de imprensa e da instituição PMERJ.
Ao final do trabalho textual estão os anexos com os questionários aplicados e alguns
documentos citados no transcorrer do estudo.
4

2. BREVE HISTÓRICO DA ASSESSORIA DE IMPRENSA

Neste capítulo será feito uma breve análise sobre a evolução da assessoria de imprensa
no mundo, no Brasil e nas Instituições militares do país. E ao final será dado um enfoque
pormenorizado das atividades de relações públicas e assessoria de imprensa, relacionando
pontos comuns e as peculiaridades de cada área. Pretende-se assim, contextualizar a atividade
de uma assessoria de imprensa para mais adiante aprofundar as atividades desempenhadas por
este setor na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

2.1 Das relações públicas à assessoria de imprensa

Pesquisando a origem da atividade de relações públicas observa-se que ela se


confunde com o surgimento das assessorias de imprensa. Até hoje se discute os limites das
atividades desempenhadas por um relações públicas e por um assessor de imprensa. Essa
questão será apresentada no último tópico deste capítulo; porém, para resumir, sabe-se que
ambas as atividades realizam a mediação entre as ações comunicativas de uma organização e
seus respectivos públicos e são desempenhadas por profissionais da área da comunicação.
Retornando ao contexto histórico, Chaumely e Huisman (apud DUARTE, 2008, p.34),
ao proporem o sentido e a função das relações públicas, apontam Homero, Xenofonte e
Sócrates como precursores do ramo, mas não com as técnicas empregadas hoje.
O processo foi gradual. No final do século XVIII, nos Estados Unidos, um grupo de
revolucionários comandados por George Washington preocupados com o repasse de
informações oficiais contratou o escritor Samuel Adams para realizar um trabalho de
divulgação. Já em 1829, Amos Kendall dava início à relações públicas governamental. Ele
organizou um setor bem estruturado de imprensa, durante o governo de Andrew Jackson. O
“The Globe” foi considerado como o primeiro house organ1.
Mas somente em 1906 que o jornalista norte-americano Yve Lee fundou em Nova
York o primeiro escritório de relações públicas do mundo. John Rockfeller2 foi o primeiro
cliente. A tarefa não foi fácil. Rockfeller foi acusado de mandar atirar contra seus empregados
que estavam em greve. Lee conseguiu amenizar a crise perante a opinião pública por meio de

1
Veículo impresso ou eletrônico, periódico, de comunicação institucional, dirigido ao público interno
(funcionários e seus familiares) e/ou a determinados segmentos do público externo (vendedores, acionistas,
clientes, fornecedores etc.). (RABAÇA & BARBOSA apud LIMA. 1996. p.30)
2
John Davison Rockefeller Nixon foi um homem de negócios norte-americano, fundador da primeira companhia
petrolífera norte americana, a Standard Oil. (Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/John_
Davison_Rockefeller Acesso em: 20/06/2010)
5

ações estratégicas, como por exemplo, orientar seu cliente a dispensar os guarda costas e
colaborar nos trabalhos de investigação. Além disso, foram encaminhadas aos editores dos
jornais locais, algumas informações relevantes para a população. Um exemplo de sua
estratégia comunicacional está explícito no texto que segue:

Este não é um serviço de imprensa secreto. Todo nosso trabalho é feito às


claras. Pretendemos fazer a divulgação de notícias. Isso não é agenciamento
de anúncios. Se acharem que o nosso assunto ficaria melhor na seção
comercial, não o usem. Nosso assunto é exato. Maiores detalhes, sobre
qualquer questão, serão dados prontamente. E qualquer diretor de jornal
interessado será auxiliado, com o maior prazer, na verificação direta de
qualquer declaração de fato. Em resumo, nosso plano é divulgar,
prontamente, para o bem das empresas e das instituições públicas, com
absoluta franqueza, à imprensa e ao público dos Estados Unidos,
informações relativas a assuntos de valor e de interesse para o público. (LEE
apud DUARTE, 2008, p.36)

Com essa postura, o jornalista gerou na imprensa americana uma espécie de tolerância
às crises de grande repercussão. Ele abriu as portas das instituições para as quais trabalhava, e
mostrou os processos produtivos, maquinários e profissionais técnicos que, por sua vez,
davam explicações sobre o funcionamento dessas empresas. Tais iniciativas
complementaram-se com o estímulo do contato entre dirigentes e jornalistas. Lee conseguiu
que as informações enviadas à imprensa fossem divulgadas, pois levava o jornalista a se
interessar pelo assunto e apurar. Ele transmitia credibilidade à notícia. Os jornalistas
publicavam. Seus argumentos eram informação de qualidade, gratuita, exata e de interesse
público. A partir da experiência bem sucedida de Lee, diversas empresas, e também órgãos
públicos, começaram a adotar serviços de assessoria de imprensa no mundo todo. Lee
conquistou o título de fundador da relações públicas, berço da assessoria de imprensa.
Logo a atividade se expandiu para outros países. Segundo Duarte (2008, p.40), em
1950 já existiam agências e/ou departamentos de relações públicas em pelo menos sete países
da Europa: Holanda, Inglaterra, Noruega, Itália, Bélgica, Suécia e Finlândia.

2.2 Assessoria de Imprensa no Brasil

Segundo Duarte (2008, p.82) a assessoria de imprensa no Brasil surgiu em 1909,


quando o presidente Nilo Peçanha criou o informativo “Secção de Publicações e Biblioteca do
Ministério da Agricultura”, que tinha como uma das principais finalidades difundir
informações à imprensa sobre o setor, a partir de notícias e notas. Essa foi a primeira
iniciativa com características assemelhadas a “assessoria de imprensa” no Brasil.
6

Após isso, a empresa Light fundou o Boletim Light, o 1º house organ no Brasil, no ano
de 1923. A General Motors do Brasil também desenvolveu sua revista, em 1926.
A partir da revolução de 1930 e com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, o país
assistiu ao maior esforço até então realizado para unir práticas de relações públicas e de
assessoria de imprensa com o objetivo de erguer a imagem pública de um governante. A “Voz
do Brasil”, que conhecemos até hoje, por exemplo, foi criada nessa ocasião, mais
especificamente em 1934, para reforçar a estratégia personalista de poder. (MAFEI, 2008,
p.35).
Durante o governo de Vargas, foi criado também o Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP), em pleno Estado Novo, com finalidade de estabelecer serviço de
atendimento à imprensa ligado ao Gabinete Civil. A idéia principal era divulgar os atos do
Presidente e obras realizadas naquele período. Nessa época, a divulgação e a censura se
fundiram.
Após a II Guerra Mundial e a eleição de Juscelino Kubitschek, somados os
investimentos das grandes multinacionais, surgiram às práticas de assessoria de imprensa, que
foram sendo adotadas aos poucos por empresas nacionais e pela administração pública.
Durante a ditadura militar, a assessoria de imprensa ganhou mais espaço. No governo
de Emílio Garrastazu Médici (1969-1975) foi criada a AERP (Assessoria Especial de
Relações Públicas). Seu objetivo era de fazer propaganda do regime autoritário. Eram
enviados press releases3 oficiais a imprensa. A avalanche de textos que chegavam às
redações, a maioria deles mal redigidos, cheios de adjetivos elogiosos aos governantes e sem
conter notícias de interesse público, contribuiu para que muitos jornalistas tratassem os
assessores de imprensa com preconceito e/ou indiferença. (MAFEI, 2008, p. 35). Os
profissionais das repartições públicas eram vistos como pessoas que escondiam os verdadeiros
fatos da imprensa e entendiam os jornalistas como inimigos mortais.
Em meados de 1961 surgiu na Volkswagen a primeira assessoria de imprensa do setor
privado do país. Foi fundada pelos jornalistas Alaor Gomes e Reginaldo Finotti, ambos
profissionais de redação da época. Os citados jornalistas criaram em 1971 a agência Unipress,
que consolidou um novo modelo jornalístico de assessoria de imprensa.
A partir de 1970, entidades, empresas e empresários descobriram que o assessor de
imprensa era figura indispensável. Desde então, a atividade vem se profissionalizando e
ganhando outra dimensão de trabalho. Nessa década, dá-se a rápida expansão das assessorias

3
Significa “informação liberada para a imprensa”. (MAFEI. 2009. p.69)
7

de imprensa como mercado de trabalho jornalístico, mas ainda sobre o forte controle da
informação para a opinião pública, em decorrência da ditadura.
No final da década de 70, surgem mudanças para o segmento. Muitos jornalistas
foram demitidos por entrarem em greve e as redações foram obrigadas a contratar
profissionais menos experientes para desenvolver o trabalho. Foi também nessa época que
surgiram jornais, revistas e anúncios sobre as instituições e órgãos de forma mais profissional.
Os jornalistas, apesar das demissões, ganharam benefícios, como horário fixo de trabalho,
salário bem maior que os oferecidos pelas redações e outras vantagens.
Em meados da década de 80, os sindicatos e entidades de classes dos profissionais de
comunicação começam a surgir, e com eles uma clara disputa pela reserva de mercado. Os
profissionais começaram a se reunir para trocar experiências e opiniões. Eles passam a definir
as especificidades das profissões de comunicação e a se mobilizar para que os jornalistas
tivessem garantia no cargo de assessor de imprensa. A Federação Nacional dos Jornalistas
(FENAJ) estabeleceu e lançou o Manual de Assessoria de Imprensa, trabalho conjunto com
comissões formadas por vários sindicatos do país.
Foi nessa época que o Brasil começou a implantar a ruptura entre assessoria de
imprensa e relações públicas, consolidando-se como experiência única de assessoria de
imprensa jornalística no mundo, já que a maioria dos países não considerava a assessoria de
imprensa como prática jornalística.

Os profissionais de assessoria de imprensa são, antes de tudo, jornalistas.


Eles vieram preencher uma lacuna atendida indevidamente por profissionais
de outros setores, entre eles recursos humanos, marketing e promoções. Seu
trabalho visa contribuir para o aperfeiçoamento da comunicação entre a
instituição, seus funcionários e a opinião pública. Dentro de uma perspectiva
social que privilegia essa última, a assessoria de imprensa agiliza e
complementa o trabalho do repórter, subsidia-o e lhe oferece alternativas
adequadas, garantindo o fluxo de informações para os veículos de
comunicação – porta vozes da opinião pública. (RIBEIRO apud DUARTE,
1985)

2.3 Assessoria de Imprensa em instituições militares

Pela peculiaridade da atividade de assessoria de imprensa em instituições militares, foi


realizada uma pesquisa nas Corporações do Brasil e se concluiu que o Exército foi a primeira
força a possuir um setor de relações públicas que abrangia a atividade de assessoria de
imprensa. A seguir será apresentado o momento histórico da criação do setor de Comunicação
Social em cada uma das forças. Cabe ressaltar que se pesquisou também o Corpo de
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Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, por ser a instituição que mais se assemelha
em estrutura com a PMERJ.

2.3.1 Exército

O Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEX) tem, como data de


criação, o dia 24 de março de 1981, mas suas origens remontam ao ano de 1951, quando
surgiu a 6ª Divisão (Relações Públicas), criada no então Gabinete do Ministro da Guerra. Nos
anos seguintes, o órgão foi sendo aperfeiçoado para melhor cumprir sua finalidade. Evoluiu
para Serviço em 1962; Comissão Diretora em 1964; Centro em 1971; e Assessoria em 1975.
A Assessoria transformou-se no Centro de Comunicação Social do Exército. Sediado em
Brasília, é de competência do CCOMSEX planejar, desenvolver e coordenar as atividades do
Sistema de Comunicação Social do Exército (SISCOMSEX). É, também, o principal órgão
de assessoramento do Comandante do Exército em assuntos dessa área, além de ter a função
de preservar e divulgar a imagem do Exército junto à sociedade.

2.3.2 Marinha

O Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM) foi criado em 5 de abril de


1961 com o nome de Serviço de Relações Públicas da Marinha. Ele é responsável por
divulgar as atividades da Marinha do Brasil junto à sociedade e às mídias brasileiras e
internacionais. Atualmente é composto por 23 oficiais e 53 praças, divididos nas assessorias
de Planejamento, Produção e Divulgação, Relações Públicas e Imprensa. O CCSM tem sede
em Brasília e faz parte da estrutura organizacional do Gabinete do Comandante da Marinha,
como Assessoria de Comunicação Social. Dentre os produtos realizados pelo CCSM,
merecem destaque os folderes, cartazes, filmes institucionais, o informativo mensal NOMAR
e a manutenção do sítio da Marinha do Brasil na internet.

2.3.3 Aeronáutica

O Centro de Relações Públicas da Aeronáutica surgiu em 30 de abril de 1970. A partir


daí houve uma grande preocupação para saber como a sociedade enxergava a Força Aérea e
sua missão. Hoje existem mais de 200 representantes da área de comunicação espalhados pelo
Brasil, em diversas unidades, integrantes do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica
9

(SISCOMSAE) que compõe o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica


(CECOMSAER) com sede em Brasília. Em 2007, a Força Aérea Brasileira lançou a primeira
edição do Manual de Redação e de Assessoria de Imprensa. É a segunda publicação da coleção
que já reúne o Manual de Eventos.

2.3.4 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro

O Serviço de Relações Públicas no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de


Janeiro (CBMERJ) foi criado em março de 1956 por conta das festividades do centenário da
Corporação. O Serviço era subordinado diretamente ao Comandante Geral, assim como hoje.
No entanto o nome da seção mudou com o passar dos anos. Em data não registrada, tornou-se
Quinta Seção do Estado Maior Geral, conhecida como BM-5 (Relações Públicas). E em
junho de 2001 assumiu o título de Assessoria de Comunicação Social. A seção tem
intermediado a veiculação de notícias referentes a Secretaria de Saúde e Defesa Civil,
prestando esclarecimentos necessários à população, promovendo eventos culturais e a
integração da Corporação e a comunidade.

2.4 Relações Públicas x Assessoria de Imprensa

Ainda hoje no campo da Comunicação Social se discute as diferenças entre o papel de


um assessor de imprensa e de um relações públicas. A dúvida é gerada pela falta de
delimitação clara na atuação dos dois profissionais e também pela disputa de um território
reservado que ambos os profissionais defendem. Deixando de lado as questões corporativas se
percebe que ambas as práticas são complementares e indispensáveis.
Sabe-se que o profissional de relações públicas é responsável pela comunicação
organizacional. Ele constrói, mantém ou reformula a reputação de uma instituição, de maneira
ética e estratégica. Este profissional também concilia interesses e estabelece a integração e o
diálogo entre as instituições e os diversos segmentos da opinião pública. E, dentro dessa
função específica, está incluída a atividade de assessoria de imprensa, que nada mais é do que
estabelecer relações com os meios de comunicação e seus agentes, com o objetivo de se tornar
fonte de informação confiável e requisitada.
A assessoria de imprensa trata da gestão do relacionamento entre uma pessoa física,
entidade, empresa, órgão público e a imprensa. Sua principal tarefa é estabelecer ligação
direta entre uma organização do primeiro, segundo ou terceiro setores e a mídia, com vistas a
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atingir a opinião pública. Entende que o profissional de relações públicas trabalha o


relacionamento de uma empresa com seus stakeholders (segmentos de público). Já a
assessoria de imprensa tem sua atuação centrada no relacionamento da organização com um
determinado público: os meios de comunicação de massa.

Toda as vezes em que uma reportagem é veiculada na mídia, a informação


atinge os mesmos públicos alvo das relações públicas, de uma forma mais
generalista e com o respaldo da credibilidade que o tratamento jornalístico
confere a ela. Reconheço as controvérsias referentes a esse tema, mas sou
partidária da idéia de que administrar os procedimentos relativos à imprensa
corresponde à atuação específica do jornalista na função de assessor.
(MAFEI. 2009. p.40)

Uma atividade não exclui a outra, já que ambas trabalham com a imagem de uma
pessoa, empresa ou instituição. As profissões são complementares, cada uma na sua área, mas
com propósitos comuns: promover a imagem. Se a atividade de RP visa estabelecer e manter
compreensão entre uma instituição e os diferentes públicos a que esteja diretamente ligada, a
assessoria de imprensa administra as informações jornalísticas e o seu fluxo das fontes para os
veículos de comunicação e vice-versa. Tem seu foco centrado no relacionamento da empresa
com a imprensa e a área editorial. O trabalho do assessor de imprensa e do relações públicas
deve ser pautado pela convergência e não pela concorrência.
A principal função como relações públicas é o planejamento estratégico. Saber se
comunicar de forma correta, na hora certa, utilizando os instrumentos corretos é decisivo para
atingir o êxito naquilo que se propõe.
O assessor de imprensa precisa escrever bem, conhecer a dinâmica de uma redação e
ter um bom relacionamento com a mídia. É fundamental a figura do assessor, pois a empresa
precisa adquirir uma linguagem única, agindo com ética e transparência. O papel do assessor
é transmitir as coisas boas que a empresa faz, esclarecer os pontos fracos para que não haja
ruído e distorção na comunicação e ter habilidade para lidar com a imprensa e com os
públicos em momentos de crise.
Resumindo, relações públicas e assessoria de imprensa são atividades
complementares. A assessoria de imprensa lida diretamente com a imprensa, cuidando da
imagem do seu assessorado e o relações públicas têm como principal função a reputação
positiva de uma instituição frente a seus diversos públicos.
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3. ASSESSORIA DE IMPRENSA PRIVADA x PÚBLICA

Este capítulo apresenta uma breve análise do trabalho desempenhado por assessorias
de imprensa de órgãos privados e públicos. Serão apresentados os pontos comuns e as
diferenças mais marcantes. O objetivo é situar as atividades desempenhadas pela assessoria de
imprensa da Polícia Militar e marcar assim suas peculiaridades.

3.1 Assessoria de imprensa

A assessoria de imprensa é um das áreas da Comunicação Social. Sua principal tarefa


é tratar do relacionamento entre uma pessoa, entidade, empresa ou órgão público e a
imprensa.
No Brasil, os profissionais que desempenham a função de assessoria de imprensa
costumam ter formação em jornalismo ou em relações públicas. Como já foi dito no capítulo
anterior, em outros países, a função não é reconhecida como jornalística e sim, como de
relações públicas. No entanto não é só nessa confusão que a atividade de uma assessoria de
imprensa está inserida. Existem outras.
Jornalista ou assessor? É comum muita discussão entre uma definição e outra. Nem
todo jornalista é assessor, mas todo o assessor de imprensa é jornalista ou pelo menos deveria
ser. Sendo assim, vale aqui delimitar a função de um jornalista com a de um assessor de
imprensa:

Jornalista é o sujeito que trabalha na imprensa e cumpre a tarefa de levantar


informações para transmissão ao público. Seu compromisso fundamental é
com o leitor, o telespectador, o ouvinte, o internauta. Já assessor de imprensa
é o sujeito que trabalha para uma empresa ou pessoa ou órgão público para
"plantar" na imprensa noticiário simpático a quem lhe paga os serviços
prestados. Seu compromisso é com o cliente. Não há nada de
particularmente errado nisso, é claro. (ABRAMO. 20104)

Alguns ainda podem chegar a confundir a atividade desempenhada por um assessor de


imprensa com publicidade. No entanto, são formas de comunicação distintas. A publicidade
utiliza-se de espaços pagos na imprensa, são os anúncios de um produto, serviço ou empresa.
Já a assessoria de imprensa deve conquistar a cobertura editorial com reportagens, notas em
colunas, entre outros recursos, que tenham apelo noticioso e não comercial. É a divulgação

4
Disponível em: http://comunicatudo.blogspot.com/2010/03/jornalista-assessor-de-imprensa-ou.html. Acesso
em 20/05/2010.
12

espontânea de assuntos referentes ao cliente, tarefa bem mais complexa por envolver
avaliações subjetivas.
Uma assessoria de imprensa trabalha para um assessorado, que pode ser pessoa física
ou jurídica. Empresas, personalidades, médicos, advogados, músicos, instituições e
organizações como empresas estatais, autarquias, governos, partidos, sindicatos, clubes,
ONGs, costumam utilizar serviços de assessoria de imprensa. O interesse pela assessoria, em
geral, é determinado pela sua capacidade de gerar informações que causem interesse público,
que contenham o chamado valor notícia.

3.2 Órgãos Privados X Públicos: pontos comuns

As atividades desempenhadas por uma assessoria de imprensa em órgãos privados são


as mesmas do setor público. No entanto, é claro, que existem algumas peculiaridades, mas a
essência da atividade é a mesma.
Dentre os principais pontos comuns na atuação de uma assessoria de imprensa de uma
instituição pública ou privada está a necessidade de profissionalização dos assessores e a
agilidade da resposta. Hoje, com a modernização e a facilidade tecnológica, as assessorias de
imprensa precisam atuar com a agilidade necessária para dar resposta às demandas, tanto do
cliente quanto dos veículos de comunicação. Uma assessoria de imprensa só será eficiente se
for considerada pelos jornalistas como um serviço útil e confiável e, para isso, é preciso
respeitar a velocidade da notícia e repassar informações consistentes e coesas.
O alinhamento do pensamento corporativo também é outra necessidade comum a
ambas às assessorias. É necessário frisar que além de informar a grande mídia, é importante
também provar ao público interno a eficiência do trabalho desempenhado. O reconhecimento
interno é fundamental para tornar o serviço indispensável à organização.
A preocupação constante com a reputação do cliente também é um fator comum.
Ambas devem primar pela credibilidade do seu produto. O fortalecimento da imagem é deve
ser a principal meta. Para isso, os assessores devem ter contato permanente com o cliente,
não apenas atendendo às solicitações da imprensa, mas propondo também fatos geradores de
notícias e descobrindo assuntos internos que gerem exposição positiva na mídia.
13

3.3 Órgãos Privados X Públicos: diferenças evidentes

É importante lembrar que as instituições públicas são obrigadas a difundir os planos,


as decisões políticas e os atos administrativos, sob pena de descumprirem um dos seus
princípios vitais: a publicidade. Sendo assim, nas assessorias de imprensa de órgãos públicos,
a quantidade de assuntos a serem divulgados é imensa: eventos culturais, visitas políticas,
programas desenvolvidos etc. Por estes motivos, percebe-se que o setor público tem a
vantagem de ser constantemente interesse da mídia e, assim, emplacar uma matéria torna-se
tarefa mais fácil. Segundo Sartor5 (2009), é através desta visibilidade midiática que as
organizações buscam justificar suas ações e disputar o apoio ou simpatia da opinião pública.
Já no setor privado, por conta de fatores econômicos, é necessário criar um bom argumento
que transforme o cliente em informação jornalística de interesse da imprensa.
Em função deste oficialismo das notícias oriundas do setor público, cabe ao assessor
desse setor ser ainda mais criativo nas suas estratégias de comunicação e capaz no
relacionamento com a imprensa. Segundo Mafei (2009, p. 54), por serem organizações
públicas, possuem alta visibilidade e conseqüentemente são chamados com freqüência a
prestar contas de suas ações, independentemente de quererem ou não “aparecer.”

Os assessorados da área pública, como o governo, em todas as instâncias


(federal, estadual e municipal), sabem que é o caráter fiscalizador que pauta
as matérias sobre o setor. Por intermédio da imprensa, os poderes
constituídos prestam conta das ações à população e esse é o objetivo
principal de uma assessoria de imprensa para este segmento. (MAFEI. 2009,
p.55)

Porém pelo fato do setor público ser bem mais exposto à mídia, ele sofre mais com a
busca pelo furo de reportagem, pelo escândalo, o que torna as situações de crises mais
freqüentes nesta esfera. E por isso é preciso que o assessor público tenha conhecimento
aprofundado da sua instituição, e ainda paciência e senso de equilíbrio para lidar com o
assunto, com a imprensa e com o assessorado.
A profissionalização das assessorias de imprensa não é prerrogativa da iniciativa
privada, no entanto no setor público esse processo é mais lento. Órgãos públicos, em geral,
têm sistemas de assessoria menos eficientes e estruturados que os da iniciativa privada. Não é,
no entanto um mercado aberto, já que normalmente os assessores são concursados ou
indicados, mas as oportunidades são diversas.

5
Disponível em: http://www.abrapcorp.org.br/anais2009/pdf/GT2_Basilio.pdf Acesso em: 02/06/2010.
14

A ética que rege a assessoria de imprensa do órgão público é a mesma que serve para a
iniciativa privada, ou deveria ser, e as prerrogativas são também as mesmas. No entanto,
ainda há dificuldades no setor público, onde as tentativas de dominar a mídia, vincular a ação
editorial ao processo publicitário ou personalizar as ações tentem a serem maiores. Esta talvez
seja a principal diferença entre o assessor de imprensa do setor privado e o de um órgão
público, onde efetivamente é mais difícil para o profissional não incorporar o papel do
assessorado.
Outras diferenças dizem respeito ao atendimento e a transparência. Uma instituição
privada pode escolher sobre o que, para quem ou quando vai falar. Atitude que o setor público
não deve tomar, principalmente quando é a única fonte oficial de um determinado tema.
Sendo assim, o esforço das assessorias públicas é enorme no sentido de compatibilizar o
interesse da imprensa com a disponibilidade de porta vozes da instituição. Para isso é
necessário buscar soluções alternativas e, em casos extremos, convocar uma coletiva de
imprensa. O fundamental é dar uma posição do órgão para o caso. Deve-se prizar pela
transparência.

3.4 Polícia Militar: assessoria de órgão público ou seria privado?

A Polícia Militar, como um órgão público visto como vital para a sociedade, ou seja,
relevante para a opinião pública, é naturalmente bastante requisitada pelos jornalistas.
A PMERJ, como indica a sigla, é localizada no Rio de Janeiro, estado que
historicamente possui uma imprensa que destaca ainda mais a violência em comparação a
outros estados da federação. Para esta constatação há diversas explicações como, por
exemplo, o fato das comunidades carentes do Rio estarem dentro da cidade, enquanto em São
Paulo, por sua vez, ficam isoladas.

A imprensa paulista, para o bem ou para o mal, nunca teve o olhar forte para
a cidade. O Estadão sempre foi voltado para o exterior, até recentemente as
manchetes eram internacionais. A Folha era na questão nacional. Quando a
Folha se firma, nos anos 80, é na economia e principalmente na política. Ela
se firma nacionalmente na cobertura das Diretas Já. Há uma discussão
freqüente na Folha: por que não damos manchetes de cidade? No Estadão é
mais raro ainda. No Rio, nossa tradição é de manchete de cidade, que foi
sempre muito bem coberta. A cidade do JB tinha os melhores especialistas
em tudo que é área e a do Globo também. A cidade, a infra-estrutura, o
abastecimento de água, tudo. Outro aspecto é a geografia do Rio. Quando fui
morar em São Paulo me sentia na Europa, porque da minha casa para o
trabalho eu não via miséria. Quando saí de lá a miséria já era bem mais
visível, mas ela está afastada, na periferia. Aqui está em todos os bairros.
15

Um terceiro item é que as matérias do Rio publicadas nos jornais de São


Paulo são feitas pelas sucursais, onde estão repórteres do Rio. É uma
perspectiva de cobertura diferente da visão dos repórteres que estão em São
Paulo. (BERBARA. 2003.6)

Sendo assim as batalhas, confrontos e as diversas ações que envolvem a polícia do Rio
ficam mais evidentes e aparentam maior freqüência e, portanto, os jornalistas do país acabam
por destacar as ações da polícia do Rio, mais precisamente da Polícia Militar, por
desempenhar o policiamento ostensivo, ou seja, mostrar-se fardada à sociedade. Pelos
motivos expostos, a assessoria da PM é requisitada não só pela imprensa carioca, mas também
por veículos de todo o Brasil, especialmente os de São Paulo e até internacionalmente. Ainda
mais com a realização de eventos de proporções internacionais na cidade, como a Copa do
Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Nesse âmbito, os assessores de imprensa da PM funcionam como uma espécie de
peneira que filtram as demandas e repassam as informações oficiais da Instituição. Mas
mesmo que algumas informações provenientes da assessoria tenham necessariamente que ser
aprovada pelo alto escalão da Corporação, hoje não há jornalistas sem respostas. Em situações
mais polêmicas o que acontece é uma posição mais vaga, menos assertiva. Falar de corrupção
ou outras questões polêmicas dentro da Polícia Militar não é comum. Apenas após
procedimentos administrativos apuratórios é que essas informações começam a sair da
assessoria e somente por informes oficiais.
Nesse aspecto pode-se dizer que a assessoria de imprensa da Polícia Militar exerce
também atividades típicas de uma assessoria privada: seleciona o que pode ser divulgado, ou
seja, segura informações que poderiam prejudicar ainda mais sua imagem perante a
sociedade. Neste ponto é importante destacar que o sigilo investigativo é utilizado algumas
vezes para mascarar o desserviço realizado por membros da Corporação. Há casos que a
transparência é fortemente prejudicada, fato que não deveria ocorrer em organizações do setor
público, o que acaba trazendo descrédito a Instituição.
Vale destacar que, a partir da morte do jornalista Tim Lopes em junho de 2002, surgiu
a discussão em torno da presença dos jornalistas nos locais de conflito. A segurança do
profissional deve superar a averiguação local dos fatos. Dessa forma, hoje os profissionais da
imprensa dependem ainda mais das informações fornecidas pela Corporação para produzirem
suas matérias. Fato que gerou o aumento considerável das demandas diárias da assessoria.

6
Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/al021220032.htm. Acesso em: 02/06/2010.
16

“O telefone da assessoria de imprensa não pára: a PM é notícia o tempo todo.” A frase


da assessora traduz o dia-a-dia do seu trabalho. Elas estão lá para responder perguntas e
oferecer dados para aqueles que noticiam questões de segurança na cidade, o que quase
sempre envolve alguma ação da Polícia Militar.
17

4. ASSESSORIA DE IMPRENSA DA POLÍCIA MILITAR

Este capítulo trata da assessoria de imprensa da Polícia Militar de forma


pormenorizada, seu histórico, o trabalho desempenhado pela então Quinta Seção do Estado
Maior Geral e como são exercidas as atividades nos dias de hoje, agora denominada
Coordenadoria de Comunicação Social (CComSoc). Aqui será feito um apanhado geral de
toda a rotina da seção, que engloba o planejamento, a execução e a avaliação das atividades,
comparando as mudanças ocorridas na assessoria após transformar-se em CComSoc.

4.1 Aspecto histórico

Em 1975 foi criada a Quinta Seção do Estado Maior Geral da Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro7, sendo responsável pela execução da política de assuntos civis,
compreendendo as atividades de relações públicas. A PM/58, como era conhecida, ficava
subordinada ao Chefe do Estado Maior Geral da Corporação, segundo homem na hierarquia
da Instituição.
Antes do seu surgimento, todos os assuntos que necessitavam de alguma resposta eram
esclarecidos pelo Gabinete do Comandante Geral que reproduzia as informações através da
coletiva de imprensa. Após a criação da Quinta Seção, o atendimento à imprensa passou a ser
feito pelo chefe da seção, sem o assessoramento de um jornalista. Somente após 23 anos de
seção, em abril de 1998, a PM/5 contou com o apoio profissional de um jornalista civil que
trabalhou cerca de dois anos e foi substituído por outra jornalista que está há mais de 10 anos
no cargo.
Em 2010, o Comandante Geral extinguiu a Quinta Seção do Estado Maior e em seu
lugar criou a Coordenadoria de Comunicação Social9, que abrange três áreas da
Comunicação: Assessoria de Imprensa, Relações Públicas e Publicidade, além da parte
administrativa e de ensino. Na atual conjuntura, a Coordenadoria tornou-se uma seção
independente, ligada diretamente ao Comandante Geral10. Atualmente a CComSoc está sob a
coordenação do Tenente Coronel Henrique Lima de Castro Saraiva, oficial que não possui
formação na área.

7
Boletim da PM nº 165 de 07 Novembro 75 – Anexo 1
8
A nomenclatura PM/5 referia-se a Quinta Seção do Estado Maior da Polícia Militar. A primeira seção (PM/1)
é a responsável pelo setor de pessoal; a segunda (PM/2) era a parte da inteligência, mas também foi transformada
em Coordenadoria; a terceira (PM/3) pelo planejamento das operações; e a quarta (PM/4), logística.
9
Boletim da PM nº 036 de 01 Março 10 – Anexo 2
10
Boletim da PM nº 076 de 04 Maio 10 – Anexo3
18

4.2 Coordenadoria de Comunicação Social

A Coordenadoria de Comunicação Social é formada por cinco subseções, a saber:


Coordenação, Divisão Administrativa, Assessoria de Imprensa, Divisão de Relações
Públicas, Publicidade e Propaganda e Divisão de Ensino e Capacitação.
A Coordenação compreende o Coordenador e o Subcoordenador responsáveis pela
gestão da subseção. De acordo com o Regulamento Interno da Coordenadoria de
Comunicação Social11 a função de Coordenador deve ser exercida por um Coronel, último
posto da hierarquia militar. Já a de Subcoordenador fica a cargo de um Tenente Coronel.
Entretanto atualmente esta determinação não é seguida, sendo o Coordenador um Tenente
Coronel e o Subcoordenador um Major. É importante destacar que este descumprimento da
norma acarreta alguns entraves ao bom desempenho do serviço da CComSoc, já que o
Coordenador emite corriqueiramente determinações aos demais Comandantes, Chefes e
Diretores de Unidades, que são, em alguns casos, Coronéis, ou seja, hierarquicamente mais
antigos. Este fato gera desgastes, pois alguns oficiais mais antigos que o Coordenador ficam
incomodados em receber algumas orientações, gerando situações embaraçosas e até mesmo o
descumprimento de ordens.
A Divisão Administrativa compreende a Secretaria, Setor de Pessoal e Setor de
Logística. Esta divisão controla toda documentação da Coordenadoria; executa os serviços de
recepção, protocolo e arquivo; realiza os serviços de expediente, correspondência e
publicações; controla o efetivo e as escalas de serviço; entre outras funções burocráticas.
A Divisão de Relações Públicas, Publicidade e Propaganda possui o Setor de
Planejamento e Gerenciamento de Projetos, o Setor de Criação e Mídia e a Equipe de
Foto/Filmagem e Edição. Esta subseção está sendo estrutura. É, porém, responsável pelo
planejamento e gerenciamento dos projetos que visem estreitar as relações entre a Corporação
e os públicos interno e externo; produção de campanhas institucionais e desenvolvimento de
estratégias de promoção e divulgação da imagem da Instituição nas diversas formas de mídia;
planejamento, organização e supervisionamento das campanhas e projetos a serem
desenvolvidos nas unidades da Corporação, orientando quanto à execução das atividades de
Comunicação Social e ainda registrando e documentando os eventos de interesse da PMERJ,
mantendo um arquivo atualizado e disponível para as demais seções da Coordenadoria.

11
Boletim da PM nº 056 de 30 Mar 10 – Portaria/PMERJ nº 0341/2010 de 29 Março de 2010 – Anexo 4
19

A Subseção de Ensino e Capacitação é formada pelo Setor de cursos, estágios,


simpósios e conferências e pelo Setor de convênios. Esta subseção ainda não está
desempenhando atividades. Permanece em fase de estruturação. Ele deve realizar o
planejamento, organização e desenvolvimento de cursos, estágios, simpósios e conferências
nas áreas de Comunicação Social, a fim gerar capacitação a policiais militares e estabelecer
convênios/parcerias com entidades públicas e privadas para proporcionar o aprimoramento e a
capacitação profissional dos policiais.
A Assessoria de Imprensa que é o foco deste capítulo será pormenorizada nos tópicos
que seguem. No entanto será feita uma divisão da Assessoria de Imprensa antes da criação da
Coordenadoria de Comunicação Social e a Assessoria depois, com a finalidade de mostrar a
evolução da seção bem como demarcar diferenças no desempenho das atividades exercidas.

4.3 Assessoria de Imprensa na PM/5

A Assessoria de Imprensa da PMERJ só começou realmente a ganhar corpo e ser


reconhecida como uma subseção da PM/5 a partir de 1998 com a chegada de um profissional
civil. Neste subitem serão analisados os 12 primeiros anos da Assessoria de Imprensa da
Polícia Militar dentro da estrutura da PM/5.
Para traçar a evolução histórica da seção foi realizada uma pesquisa com as assessoras.
Ela contou com um questionário de oito questões abertas específicas do setor, além do perfil
de cada uma delas. 12

4.3.1 Organograma

Na antiga PM/5 o fluxo de informações iniciava-se no jornalista civil, que respondia


pela Assessoria de Imprensa e dependendo do assunto repassava a questão ao Chefe da Seção,
que autorizava a resposta ou então consultava o Chefe do Estado Maior, seu superior
imediato. Este, por sua vez, providenciava a resposta ou a levava para o Comandante Geral
para decisão final. Esse fluxo de informações era longo e demorado, o que acarretava muitas
vezes a perda do deadline do jornalista solicitante. Fato repetitivo que maculava a imagem da
Corporação e a distanciava dos profissionais da imprensa.

12
Entrevista com as assessoras - Anexo 5
20

O jornalista responsável possuía como staff o policial do setor de monitoramento, que


recebia as informações das salas de situação dos batalhões e a equipe de foto/filmagem, que
realizava a cobertura dos eventos da Corporação; além de produzir material para confecção
dos jornais e revistas da PMERJ.
Somente a partir de 2007 a assessoria de imprensa contou com a presença de dois
oficiais; no entanto, por desconhecimento específico na área, todo o gerenciamento continuou
a cargo da jornalista civil. As oficiais agilizavam a apuração das demandas, mas a
elaboração das respostas era realizada pela jornalista. No final de 2008 com a chegada de uma
oficial em formação na área, a coordenação e gerenciamento foram repassadas a ela.
No quadro que segue está representado ao fluxo de informações existentes na
Assessoria de Imprensa da PM/5.
21

4.3.2 Porta Voz

Na PM/5 o porta voz era necessariamente o Chefe da Seção, que não possuía nenhum
tipo de treinamento como media training13 e na maioria das vezes sequer tinha formação na
área. Dos 38 chefes que a seção teve nesses 35 anos apenas dois tinham formação em
Comunicação Social.
Apesar da existência de um porta voz, não era comum o pronunciamento. A maioria
das questões eram respondidas através de notas, enviadas por fax e mais recentemente por
email. Situação que distanciava ainda mais a Corporação da imprensa e causava insatisfação
dos jornalistas.
Houve, no entanto, entre 2004 a 2006 um chefe da seção que reverteu essa lógica,
concedendo com freqüência entrevistas aos meios de comunicação e cobrando direito de
resposta aos veículos. Esse período foi marcado pela grande interação da Corporação com a
mídia e do fortalecimento da assessoria de imprensa. Porém o período foi curto e com atuação
personalizada.

4.3.3 Relacionamento com a imprensa

O relacionamento com a mídia era normalmente distante e só ocorria quando


provocado pela própria imprensa. As demandas eram recebidas através de telefone e fax. Nos
últimos três anos da seção como PM/5 foi implementado a comunicação por endereço
eletrônico, antes disso não havia internet como ferramenta de trabalho.
Devido à carência de pessoal, o jornalista civil era sobrecarregado de tarefas. Em dias
que a PMERJ era a pauta, ocorria muitas vezes acumulo de questões que não chegavam a ser
respondidas. Nessas ocasiões era comum a escolha das prioridades a partir do veículo
solicitante. Por exemplo, demandas da TV Brasil eram colocadas de lado, já as da Rede Globo
respondidas com agilidade.
Houve ainda chefes da seção que ignoravam certas demandas, não permitindo que
fosse enviada qualquer tipo de respostas, nem mesmo uma satisfação ao jornalista.
Como já foi mencionado, cabe lembrar que entre 2004 e 2006, o relacionamento com a
imprensa foi fortalecido, o chefe da seção além de se mostrar disponível, promovia eventos

13
Cursos para determinados funcionários da empresa, com objetivo de prepará-los para atuarem como fontes ou
porta vozes para contato com a imprensa, além de estabelecer dúvidas sobre o trabalho feito pela assessoria e o
funcionamento dos veículos de comunicação. (JUNQUEIRA. 1997. p. 25)
22

para interagir com a mídia. Eram cafés da manhã e almoços com a presença do Comandante
Geral da PMERJ.

4.3.4 Ferramentas de trabalho

O clipping14 dos jornais diários era a ferramenta de trabalho mais importante. Dela se
tinha uma idéia das possíveis demandas do dia. Ela era confeccionada manualmente pelos
policiais do setor administrativo da seção e ficava pronta por volta das 10h. O boletim interno
da Polícia Militar também era uma fonte rica de dados que poderiam ser convertidos em
releases15 para imprensa e para o público interno.
Outra importante fonte de informação era o rádio e por isso os principais programas
eram gravados e arquivados pelo setor de monitoramento, que a princípio funcionava junto
à assessoria de imprensa. Os noticiários da TV também eram fontes. O policial do setor de
monitoramento extraia as entrevistas concedidas por membros da Corporação e
confeccionava um documento que era remetido diariamente ao Comandante Geral, para que
tivesse conhecimento dos assuntos que a Corporação era pauta e o que seus integrantes
falaram a respeito. Essa medida era tomada também como forma de controle, já que qualquer
policial militar só pode conceder entrevistas aos meios de comunicação com autorização do
seu comandante.
Em 2000 foi criado o site da Corporação, com espaço para notícias. Durante a
semana, as manchetes eram produzidas pela jornalista civil, enquanto nos finais de semana,
eram os policiais militares da sala de monitoramento que produziam a notícia de acordo com
um modelo pré-definido. Esta situação gerou por muitas vezes incompreensão no texto e até
mesmo erros crassos de português.

4.3.5 Jornalistas civis

Como já foi dito, somente em 1998 a Corporação contratou um jornalista civil para
trabalhar como assessor de imprensa. Antes esta função era desempenhada pelo Chefe da
Seção, que recebia as demandas por telefone sob o controle de sua secretária. Este jornalista

14
Reúne matérias veiculadas, de interesse do assessorado. Ajuda a avaliar a exposição dos concorrentes e do
setor de atuação, evidencia a imagem do cliente na mídia, com as devidas percepções de quando e por que ela se
altera. (MAFEI. 2009. p. 72)
15
Textos enviados à imprensa com notícias ligadas a Instituição – eventos, pesquisas, curiosidades, enfim, toda
informação que possa ser transformada em notícias. (JUNQUEIRA. 1997. p. 24)
23

civil permaneceu na seção por apenas dois anos, juntamente com outra jornalista que
realizava o “PM noticiário”, um jornal para o público interno.
Com a saída desses profissionais, em 2000 a seção contratou outra jornalista civil, que
permanece até hoje na função. Em 2007 mais uma jornalista civil foi incorporada ao setor e
em 2008 chegou a última que forma a equipe atual.
No entanto, em 2007, também houve a figura de outro jornalista civil que tinha a
função especifica de assessorar o Comandante Geral. Ele não ficava na assessoria de
imprensa, só dava uma passada rápida diariamente, via qual era a demanda do dia e
assessorava diretamente o Comandante Geral. Esse tipo de assessoramento durou menos de
um ano. Quando o Comandante Geral mudou, o jornalista foi demitido.
Entre 2003 e 2008 a assessoria de imprensa contou com apoio de dois estagiários, que
eram constantemente renovados. Eles não tinham autonomia, raramente apuravam as
demandas, exerciam mais a produção de release e de matérias para os jornais e revistas
corporativos. Porém a partir de 2008 o chefe da seção proibiu a existência deles por
considerar a seção um setor altamente estratégico. Ele tinha receio do vazamento de
informações indesejadas.

4.3.6 Dificuldades e peculiaridades

A principal dificuldade desta época era a falta de infraestrutura da seção e carência de


pessoal especializado para o serviço. Não havia computadores para todos e era necessário
fazer revezamento. Os chefes mudavam constantemente. Em média, não duravam um ano no
cargo. Não tinham formação na área, o que prejudicava muito a elaboração e o cumprimento
de metas. Havia chefes que queriam a produção de revistas semestrais, outros trimestrais e
outros não queriam que tivesse revista.
O serviço era realizado no improviso. Não havia um planejamento para situações de
crise ou condutas padrões a serem adotadas para temas polêmicos. Nada era arquivado.
Somente no final de 2008, começou-se a criar um arquivo.
No início os jornalistas civis tiveram grande dificuldade de comunicação com os
comandantes de batalhão ao apurar as demandas da imprensa, porém após vários contatos
foram criados laços de confiança e credibilidade. A intervenção da Secretaria de Segurança
era inexistente. Não havia contato, tampouco troca de informações.
As jornalistas acompanhavam o Comandante Geral e o Chefe da PM/5 em qualquer
entrevista até 2008, quando o então chefe da seção suprimiu esse tipo de assessoramento.
24

4.4 Assessoria de Imprensa na Coordenadoria de Comunicação Social

A mudança de PM/5 para CComSoc a princípio só ocorreu no nome. Nada foi


modificado. Todo o serviço desempenhado pela Assessoria de Imprensa foi mantido. A
diferença veio ocorrer em dois momentos distintos. Primeiro o organograma foi reformulado
e, com isso, o fluxo de informações tornou-se menor, agilizando mais as repostas. A
Coordenadoria tornou-se um setor independente, subordinado apenas ao Comandante Geral.
Houve um aumentou a autonomia. Outra alteração do cenário foi a contratação de um novo
jornalista civil. No entanto, esse episódio tornou-se uma questão complexa, mal resolvida e
geradora de embaraços. Fato que será mais bem explicado nos subitens que seguem.

4.4.1 Organograma

Um dos aspectos que temos que analisar é o fluxo da informação para divulgação pela
assessoria, que tem como principais atores:

Hoje a Assessoria de Imprensa da CComSoc é formada por dez pessoas, a saber: uma
oficial, três jornalistas civis e seis praças.
25

A oficial é responsável pela coordenação dos trabalhos e autorização de respostas. As


demandas mais sensíveis são repassadas ao chefe da seção, se possível, já com uma resposta
pré formulada, necessitando somente da aprovação. As jornalistas civis fazem a ligação direta
com a imprensa – principalmente por telefone e email – apuram as demandas com os
comandantes de unidades, produzem releases sobre a Corporação, abastecem o site da
PMERJ com notícias e monitoram os sites jornalísticos da web. Duas policiais realizam as
tarefas de controle e arquivo de dados importantes para a assessoria, como clipping diário,
separação das matérias positivas e negativas, estatística, controle e arquivo dos emails
respondidos, além de também atender a imprensa pelo telefone e monitorar os sites de
notícias.
É necessário ressaltar ainda o apoio da sala de monitoramento, que é funciona 24 horas
em regime de escala por um sargento ou cabo. O policial de serviço grava todos os noticiários
da TV Record, TV Globo e TV Bandeirantes preenchendo um relatório diário sobre as
matérias veiculadas que tratem da Corporação, que são anexados ao DVD onde a matéria foi
gravada. Também são gravados outros programas que sabidamente tratarão da PMERJ. O
policial realiza ainda ronda telefônica às salas de situação dos batalhões da região
metropolitana, anotando em ficha específica as ocorrências policiais de vulto em andamento e
repassando ao Coordenador de Comunicação, a oficial e as jornalistas da assessoria de
imprensa. Vale ressaltar que este policial também recebe ligações dos jornalistas em busca de
informações sobre ocorrências em andamento ou o estado de saúde de um policial
hospitalizado. Este tipo de demanda é esclarecida de imediato pelo policial do monitoramento
sem repasse as jornalistas civis.
É necessário dizer que paralelo ao trabalho feito pela assessoria há também a atuação
de outro jornalista civil pertencente a empresa de comunicação que possui a conta do governo
do estado. Ele atua diretamente com o Comandante Geral da PMERJ. Não há interação dele
com as assessoras. Somente em raros casos, quando ele responde alguma demanda que foi
solicitada para a assessoria, há o repasse das respostas para conhecimento. O relacionamento
entre eles é inexistente.

4.4.2 Porta Voz

Atualmente a Corporação possui múltiplos porta vozes, dependendo do tipo de


demanda. A seguir está descriminado o porta voz designado para cada demanda:
26

1º Escalão - Comandante Geral


 Coletivas de fatos Institucionais;
 Fatos Gravíssimos;
 Grandes prisões ou apreensões.
2º Escalão - Coordenador de Comunicação Social
 Fatos Graves;
 Institucional;
 Demandas delegadas pelo Comandante Geral.
3º Escalão - Comandantes, Chefes, Diretores e Porta Vozes da
Coordenadoria de Comunicação
 Fatos pontuais do dia-a-dia (operações, ocupações, troca de tiros etc.)
 Repercussão na área de policiamento sob sua responsabilidade.

Hoje o chefe da seção não é o porta voz em potencial da Corporação como era
antigamente. O Capitão Ivan Blaz do Batalhão de Operações Policias Especiais (BOPE), é o
porta voz da CComSoc. Ele está a disposição da Coordenadoria para atender as demandas
operacionais da Corporação, principalmente na implantação de uma nova Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP). Por ser uma pessoa altamente comunicativa, possuir experiência
profissional nas diversas áreas conflagradas do estado e estar cursando uma pós graduação em
Gestão Estratégica da Comunicação, o Capitão Blaz foi a pessoa mais indicada para exercer a
função.
Com o objetivo de formar novos porta vozes para a CComSoc foi realizado em
fevereiro deste ano, um Estágio de Comunicação Estratégica para oficiais da Corporação, com
duração de uma semana. Ele contou com a exposição de temas relevantes para a melhoria da
Imagem Institucional, media training da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM)
e ainda palestras com diversos jornalistas conceituados na área da segurança. Porém, ao final
do estágio, após a seleção dos oficiais que mais se destacaram e que poderiam desempenhar a
função de porta vozes, a movimentação dos mesmos não foi permitida por seus chefes
imediatos. A CComSoc continuou com apenas um porta voz. Há ainda o projeto de construir
uma equipe com três porta vozes, sendo um deles uma mulher. A intenção é que a policial
feminina transmita informações de cunho mais humanitário, como campanhas educativas e
sociais realizadas pela Instituição.
27

4.4.3 Relacionamento com a imprensa

Com a entrada da empresa de comunicação do governo, o trabalho da assessoria de


imprensa melhorou consideravelmente. Perdeu-se o estado de conforto. A princípio o
profissional contrato foi designado para atuar junto com as assessoras na CComSoc. No
entanto após pequeno período ele foi realocado para o Gabinete do Comandante Geral.
A entrada da mencionada empresa gerou disputa de mercado. As assessoras, inclusive
a oficial, tiveram receio de perder espaço. O atendimento melhorou, as respostas dos emails
tornaram-se mais rápidas. Hoje, não há email sem resposta quase que imediata, mesmo que
seja – “estamos apurando sua demanda”, “em breve retornaremos o contato”. A forma de
enviar releases para a imprensa foi padronizada. O volume de releases para o site e para os
jornalistas cresceu consideravelmente. Toda a rotina da seção foi potencializada.
Com tudo isso, o relacionamento melhorou muito, mas ainda está longe de ser o ideal.
A pluralidade e disponibilidade de porta vozes também ajudaram na melhora do
relacionamento. Hoje o clima está mais ameno e com menos cobranças.
No entanto as assessoras reclamam muito da falta de preparo dos jornalistas que
cobrem a área policial. “Eles ligam e mandam emails sem saber o que ou sobre quem
realmente precisam apurar. Não fazem uma pesquisa prévia.” – desabafa uma delas.
Reclamam também do preconceito. Para elas muitos fazem o contato com a assessoria por
pura formalidade, já que estariam com a “pauta fechada”. Pela percepção delas os jornalistas
tornaram-se preguiçosos. Suspeitam que a proliferação de assessorias reduziu a atividade de
apuração. Dizem que o telefone e o email são as ferramentas mais usadas pelos que apuram
polícia. “Poucos vão a campo.”, defendem as assessoras.

4.4.4 Ferramentas de trabalho

Na CComSoc destacam-se as seguintes ferramentas: o clipping diário pela web dos


jornais do Rio de Janeiro e das principais revistas do país e o boletim interno da PMERJ com
informações da Corporação.
Os contatos com os jornalistas são feitos através dos telefones e emails. As demandas
são recebidas e respondidas quase que exclusivamente através do email corporativo. Evita-se
ao máximo respostas por telefone, impedindo, segundo o órgão, qualquer “falha” no
entendimento da informação repassada.
28

Como forma de controle dos acontecimentos do dia, há o monitoramento constante


dos sites de notícias, dos blogs/twitter, dos programas de TV e rádio e das salas de operações
dos batalhões da região metropolitana.
Para divulgação dos eventos internos e ocorrências policiais são confeccionados
16
releases para o site e para repasse através do mailing17 da área policial das redações
jornalísticas do Rio de Janeiro e dos órgãos de segurança pública do estado. Há ainda a
relação de todas as assessorias de imprensa das diversas Polícias Militares do Brasil. É
comum a assessoria de imprensa ser requisitada por jornalistas para sua inclusão no mailing.
Para controle e planejamento, realiza-se o clipping diário18 dos jornais impressos com
base no “clipping da web” (governamental); estatística mensal por veículo de comunicação,
das matérias positivas, negativas e outras, publicadas nos jornais impressos do Rio 19;
estatística mensal por assunto das matérias positivas e negativas divulgadas nos jornais
impressos do Rio20; estatísticas gerais da Corporação (número de mortos em serviço e de
folga, apreensão de drogas e armas, número de policias expulsos, número total de policiais
dividido por sexo), arquivo de assuntos polêmicos (ex-policiais, recuperação de policiais
dependentes químicos, policial gay) e projetos sociais, entre outros.
Há ainda o arquivo vivo e digital dos emails respondidos, bem como das fotos e vídeos
relevantes para divulgação.

4.4.5 Jornalistas e rotina diária

Como mencionado, são três jornalistas civis que trabalham na assessoria de imprensa,
juntamente com uma oficial. Esta última coordena as atividades e organiza as tarefas. Atua
como supervisora. Em casos específicos, quando é preciso ir a alguma outra seção do Quartel
General ou falar com a alta cúpula da PMERJ para solucionar as questões propostas pela
imprensa, o contato é feito pela oficial ou pelo Coordenador de Comunicação Social.
Como já foi dito, uma das jornalistas está há 10 anos no cargo. Ela ingressou na
assessoria através de licitação, para a qual teve que criar uma empresa. Portanto, é pessoa
jurídica, e seu contrato é renovado anualmente. As outras duas são contratadas pela
Corporação como assessoras técnicas.

16
www.policiamilitar.rj.gov.br
17
Lista com nomes, telefones e endereços dos contatos do assessor, que deve estar sendo constantemente
atualizada. (JUNQUEIRA. 1997. p. 24)
18
Clipping - Anexo 6
19
Estatística matérias positivas e negativas por veículo - Anexo 7
20
Estatística matérias positivas e negativas por tema - Anexo 8
29

A com mais tempo de Corporação, por ser pessoa jurídica tem uma jornada de trabalho
maior do que a das outras jornalistas: trabalha 8 horas por dia, enquanto as assessoras técnicas
trabalham 6 horas. As três dividem seus horários para que a assessoria sempre tenha uma
jornalista presente e no horário de maior demanda, duas.
O trabalho na seção propriamente dita começa às 8h da manhã com apenas uma das
assessoras, que fica até as 14h. Outra chega às 10h e sai às 18h, e a terceira entra às 14h e sai
às 20h. Ou seja, no horário de maior demanda, de 10 às 18h, sempre há duas assessoras. No
entanto a assessoria está disponível 24 horas, já que a oficial, as assessoras e o policial do
monitoramento possuem telefone funcional.
As três jornalistas exercem as mesmas atividades e mesmo grau de autonomia.
Atendem os jornalistas por telefone e recebem as questões da imprensa por email, que
dependendo do assunto, caso não possam apurar são repassadas a oficial. Na ausência desta,
as jornalistas repassam aos outros oficiais da Coordenadoria e só podem respondê-las após a
aprovação de um deles.
Há ainda plantão nos finais de semana, que são realizados em regime de revezamento
entre as assessoras. Nas situações de maior relevância há o repasse para a oficial ou ao
Coordenador de Comunicação Social.
Atualmente a assessoria não conta com estagiários e de acordo com as assessoras seu
papel é dispensável. Os motivos apresentados são: a natureza sigilosa do trabalho e a
existência de policiais que já as auxiliam. No entanto uma das assessoras julga necessário a
presença de estagiários apenas para confeccionar jornais, boletins e outros impressos, mas
fora da assessoria.
Cabe ressaltar que nenhuma das assessoras possui direito a férias ou qualquer tipo de
licença trabalhista, já que não possuem carteira assinada. Este fato gera desgaste e falta de
motivação nas assessoras. No entanto para amenizar a situação são concedidas entre duas a
três folgas no mês para cada uma delas, dependendo da escala nos fins de semana. E
normalmente uma vez por ano é concedida entre uma a duas semanas de folga, depende da
autorização do chefe da seção.

4.4.6 Dificuldades e peculiaridades

Três jornalistas não é número suficiente para responder as demandas diárias e ainda
produzir pautas favoráveis. Por conta da enorme carga de trabalho e preocupação com a
comunicação externa, a Polícia Militar sofre com graves problemas em sua comunicação
30

interna, o que acaba gerando reflexos negativos para sua imagem. A inexistência do
endomarketing acaba gerando o desconhecimento e com isso a desvalorização de um setor tão
importante estrategicamente para a Instituição.
O desconhecimento também é grande por parte dos jornalistas que cobrem a área de
segurança. Muitos desconhecem a estrutura da Polícia Militar e também seus regulamentos, o
que torna o trabalho da assessoria mais lento e complexo. Muitos profissionais não sabem
sequer a diferença entre a Polícia Civil e Polícia Militar. Há jornalistas que ligam para a
assessoria de imprensa da PM e solicitam entrevistas com delegados.
Entre as dificuldades, destaca-se também a falta de uma política séria de Comunicação
Corporativa. A Instituição não dá o valor devido a sua imagem. São comuns os casos que as
assessoras tomam conhecimento de uma ocorrência policial de vulto pela própria imprensa.
Muitos comandantes preferem repassar diretamente suas ocorrências, sem informar a
assessoria. Situações como estas dificultam e causam descrédito a assessoria, que fica
literalmente “vendida” pela própria Corporação. É importante que as informações sejam
centralizadas na assessoria, para que o jornalista busque as informações que necessitam em
um só lugar, evitando assim, ruídos na comunicação.
Outra grande dificuldade está na alta rotatividade dos chefes, somente em 2009 foram
4 (quatro) diferentes chefes, o que torna o serviço personalizado e sem continuidade. Cada
chefe tem uma política própria. A seção não tem identidade, depende do chefe.
A peculiaridade mais relevante está em ser uma assessoria de imprensa pautada pela
mídia, o volume de demanda é tão grande que o trabalho das assessoras limita-se muitas vezes
a apurar e responder perguntas. Nada, além disso. Isso subaproveita a atuação da seção, que
poderia apurar e produzir boas pautas para a imprensa.
31

5. PESQUISA DE CAMPO E ANÁLISE DE DADOS

Este capítulo apresenta os resultados obtidos através da pesquisa realizada com os


jornalistas que cobrem a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Com ela se tem a
percepção de como a assessoria de imprensa da PM é observada pelos interlocutores de todos
os dias, os jornalistas. Com isso pode-se traçar estratégias de melhorias para o setor,
aperfeiçoar o relacionamento com a mídia e ainda promover o marketing institucional. É
apresentada ainda uma breve análise de quatro veículos de comunicação impressos do Rio em
relação às notícias que envolvem a Polícia Militar com a finalidade de demonstrar como a
Corporação é tratada pelos diferentes veículos.

5.1 Medotologia da pesquisa

A metodologia utilizada nesse trabalho monográfico baseou-se num estudo descritivo


analítico, desenvolvido através uma pesquisa realizada por questionário aberto.
A escolha do questionário, como o instrumento de coleta de dados, foi feita
considerando ser ele o modelo de enquete que permite maior abrangência do conhecimento
sobre a opinião do grupo de amostragem, além de não expor o pesquisador à influência das
opiniões emitidas pelo grupo pesquisado.
A pesquisa de campo com os jornalistas teve como período de referência os meses de
maio e junho de 2010, abrangendo uma amostra representativa do grupo desejado: 22
jornalistas de um universo de 212 que compõem os jornalistas catalogados pela assessoria de
imprensa por requisitarem com freqüência informações da Corporação. A amostra representa
um percentual de 10,3% do quadro investigativo delimitado pelo universo dos jornalistas que
“cobrem” a Instituição.
O questionário foi constituído de 05 (cinco) questões abertas, além de um espaço para
outras considerações. As informações solicitadas foram de dois tipos: 1) Dados pessoais:
idade, ano e local de formação, local de trabalho, função que desempenha, experiência
profissional e editoria que mais gosta de atuar, e; 2) Perguntas abertas sobre a assessoria de
imprensa da PM.
As questões foram encaminhadas através de mensagem eletrônica a todos os 212
jornalistas. A opção pelo email se deu para evitar que os pesquisados reconhecessem a oficial
da assessoria de imprensa como a pesquisadora, evitando com isso respostas
“comprometidas”.
32

A princípio foi feito contato somente com 40 jornalistas, de quatro jornais impressos
do Rio (O Globo, O Dia, Extra e Jornal do Brasil), que mais fazem contato com a assessoria
de imprensa. Porém, devido ao baixíssimo retorno das respostas, foram incluídos aos poucos
mais jornalistas de diferentes veículos de comunicação até que se chegou ao total de 212
jornalistas.
Pode-se aferir que os jornalistas tiveram receio em responder o questionário por medo
de represálias, já que o email os identificariam. Alguns jornalistas solicitados se recusaram a
responder o questionário por não se sentirem a vontade com o tema abordado e houve também
quem exigisse que os dados não fossem divulgados em nenhuma hipótese. Sendo assim, as
entrevistas estão expostas em anexo, porém sem identificar os jornalistas.21

5.2 Análise dos resultados

Com a finalidade de expor com maior clareza e nitidez os resultados obtidos através da
pesquisa, foram adotadas duas formas de demonstração para cada questão respondida. Uma
por tabela, para análise quantitativa, e a outra por gráfico, para análise percentual. Os
resultados serão apresentados de acordo com a ordem que seguiu o questionário, começando
com a apresentação do perfil dos jornalistas respondentes, em seguida as perguntas
formuladas com os resultados obtidos.

5.2.1 Perfil dos jornalistas pesquisados

O perfil dos jornalistas que requisitam informações é de extrema importância para que
a assessoria conheça melhor estes profissionais, podendo com os dados obtidos chegar a
algumas considerações que visem melhorar o desempenho da seção e a relação nem sempre
amistosa entre ambos.
É preciso destacar que na elaboração do perfil houve itens com mais de uma resposta,
que serão sinalizadas ao longo da apresentação dos resultados

21
Entrevistas com os jornalistas - Anexo 9
33

IDADE
Tabela 1 – Idade em quantidade Gráfico 1 – Idade em percentual

N:22
IDADE QUANT
20 – 29 anos 07 13,64%
30 – 39 anos 05
31,82%
40 – 49 anos 03
50 – 59 anos 04 18,18%
Não respondeu 03
Fonte: Questionário aplicado 13,64% 22,73%

20 – 29 anos 30 – 39 anos
40 – 49 anos 50 – 59 anos
Não respondeu
Fonte: Questionário aplicado

A pesquisa revelou que o público analisado concentrou-se na faixa etária dos 20


(vinte) anos, representando um percentual de 31,82%. Porém houve empate entre o percentual
da faixa etária dos 40 (quarenta) anos e os que não responderam. A partir dos dados não há
como precisar em qual faixa etária a maioria está, já que o número de pesquisados que não
responderam pode modificar as demais faixas. No entanto, pode-se destacar o maior número
de pesquisados na faixa etária abaixo dos 30 anos, sinalizando para uma maior atividade dos
jornalistas jovens, com menos vivência profissional. O pesquisado mais novo tem 20 anos e o
mais velho 56. A idade média ficou em 37 anos.

O processo de enxugamento a que foram submetidas as redações nos


últimos anos levou à substituição de profissionais mais experientes e
mais talhados por repórteres iniciantes. Muitos talentos foram
descobertos nos cursos de trainees, o que é louvável, diante da
dificuldade dos jovens se inserirem no mercado de trabalho. Mas a
muitos desses profissionais falta a vivência e a maturidade para
identificar o que realmente rende uma boa matéria. Geralmente,
dedicam todo o tempo na tentativa de simplesmente cumprir as pautas
recebidas. E dão o sangue para provar que conseguem. (MAFEI, 2009.
p. 100)
34

ESCOLARIDADE
Tabela 2 – Escolaridade em quantidade Gráfico 2 – Escolaridade em percentual

N:22
QUANT
Superior Incompleto 3
Superior Completo 16
Pós Graduação 2
Mestrado 1
Fonte: Questionário aplicado

Fonte: Questionário aplicado

A escolaridade observada da maioria, 72,73%, está no nível superior completo. Fato


que futuramente poderá ser revertido por conseqüência da lei que desobriga o jornalista a
possuir diploma. Dos jornalistas analisados apenas três possuem especialização em alguma
área, número bastante reduzido para jornalistas que cobrem uma área específica, segurança
pública. Observa-se ainda a existência de jornalistas não formados, 13,64%. Estes podem ser
estagiários ou ainda um profissional mais experiente que não possui diploma 22, já que o
mesmo não era exigido antes dos anos 70.
O mestrado citado na pesquisa é na área de administração pública, o que para um
profissional que cobre a PM é de grande valia, já que este entenderá com facilidade os
tramites administrativos para compra e descarga de material, por exemplo, um assunto
corriqueiro na Corporação e que muitos jornalistas não compreendem.

22
Jornalista provisionado: É a pessoa que cumpre a função de jornalista, mas não é formada. Ela tem uma
autorização do Ministério do Trabalho. Além de escrever corretamente, cabe ao repórter uma apuração ética,
contextualizada, seguindo parâmetros e antevendo situações vivenciadas durante o curso, que acabam sendo
reproduzidas no contato direto com as fontes de informação. (MARTINS & SILVA. Disponível em:
www.almanaquedacomunicacao.com.br/.../salvadorlopesmartins_esdrasdomingosdasilva.doc Acesso em:
25/06/2010)
35

ANO E LOCAL DE FORMAÇÃO


Tabela 3 – Década em quantidade Gráfico 3 – Década em percentual

N:22
QUANT
1981-1990 4
1991-2000 4
2001-2010 11
Não respondeu 3
Fonte: Questionário aplicado

Fonte: Questionário aplicado

A partir da análise dos dados obtidos na pesquisa, percebe-se que 50% dos jornalistas
pesquisados possuem no máximo nove anos de formado. Fato que corrobora com a pouca
idade observada na Tabela e Gráfico 1, o que também influência na pouca experiência
profissional e falta de especialização dos mesmos. Através dos dados também se pode extrair
que as três pessoas que não responderam este item são as que possuem nível superior
incompleto, o que reforça o resultado da Tabela e Gráfico 2.
O jornalista que apresentou maior tempo de formado tem 28 anos de diploma, já o
mais recente formou-se este ano, 2010. A seguir será apresentado os locais de formação dos
profissionais pesquisados.

Tabela 4 – Local em quantidade

N:22
QUANT
Faculdades Integradas Hélio Alonso 5
Faculdade Getúlio Vargas 1
Pontifícia Universidade Católica 2
UniverCidade 1
Universidade Estácio de Sá 2
Universidade Federal Fluminense 1
Universidade Federal do Rio de Janeiro 3
Universidade Gama Filho 1
Universidade Salgado de Oliveira 1
Não respondeu 5
Fonte: Questionário aplicado
36

Gráfico 4 – Local em percentual

Fonte: Questionário aplicado

Sobre os locais de formação obteve-se um total de nove diferentes universidades. As


Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) foi a que apresentou maior número de
formados, 22,72%. Porém este índice foi igual ao número de pessoas que não divulgaram o
local de formação. É preciso ressaltar que três dos pesquisados não são formados ainda, como
observado na Tabela e Gráfico 3. Entre as universidades públicas, somente duas foram
citadas. A Universidade Federal do Rio de Janeiro obteve maior número de profissionais, três.

LOCAL DE TRABALHO
Tabela 5 – Local em quantidade Gráfico 5 – Local em percentual
N:22
QUANT
Jornal Estado de São Paulo 1
Jornal Extra 1
Jornal O Dia 1
Jornal O Globo 2
TV Bandeirantes 1
TV Brasil 3
Jornal Estado de …

TV Globo 2
Globonews

Inpress
G1
Jornal O Dia

Rádio BandNews

Free Lance
TV Bandeirantes

TV Globo

TV Record

R7
Jornal O Globo

SBT TV

Não respondeu
TV Brasil
Jornal Extra

SBT TV 1
TV Record 3
Globonews 1
G1 1
R7 1
Rádio BandNews 1
Inpress 1 Fonte: Questionário aplicado
Free Lance 1
Não respondeu 1
Fonte: Questionário aplicado
37

Foram apresentados 16 (dezesseis) locais de trabalho, sendo a maior concentração de


jornalistas da TV Brasil e TV Record. Cabe ressaltar que esta última é líder em solicitações à
assessoria de imprensa segundo estatísticas da própria seção. Outro fato relevante está na
presença de um profissional free lance e de uma empresa de comunicação que abastece outros
veículos. Na análise a partir da divisão dos locais de trabalho por tipo do veículo de
comunicação, observou-se que os jornalistas que trabalham na televisão foram os que mais
responderam à pesquisa, 45,45%. Como pode ser observado a seguir.

Tabela 6 – Veículo em quantidade Gráfico 6 – Veículo em percentual

N:22
QUANT 4,54%
9,09% 22,72%
Impressos 5
Portal Internet 3
Rádio 1
13,63%
TV 10
45,45% 4,54%
Outros 2
Não respondeu 1
Fonte: Questionário aplicado Impressos Portal Internet
Rádio TV
Outros Não respondeu
Fonte: Questionário aplicado

ATIVIDADE DESEMPENHADA
Tabela 7 – Atividade em quantidade Gráfico 7 – Atividade em percentual

N:23
QUANT
Apuradora 1
Chefe de redação 1
Editor 4
Estagiário 1
Gerente de Jornalismo 1
Pauteira 1
Produtor 4
Repórter 10
Fonte: Questionário aplicado

Fonte: Questionário aplicado

Sobre a atividade desempenhada a maioria dos questionados disse desempenhar a


função de repórter. Há de se ressaltar que houve um caso de mais de uma resposta, ou seja,
uma pessoa que desempenha duas funções num mesmo veículo. Outro ponto interessante
encontra-se na descrição da atividade de estagiário, como se esta estivesse a parte de qualquer
outra função em uma redação de jornal, seja de impresso, internet, rádio ou TV.
38

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Tabela 8 – Experiência em quantidade Gráfico 8 – Experiência em percentual

N:40
QUANT
Assessoria de Imprensa 9
Impresso 10
Internet 5
TV 11
Rádio 4
Não respondeu 1
Fonte: Questionário aplicado

Fonte: Questionário aplicado

Em alguns casos foram dadas mais de uma resposta para este item. A experiência
profissional da maioria pesquisa é em televisão, 27,50%. Resultado compatível com o maior
número de jornalistas questionados serem profissionais de TV, como foi observado pela
Tabela e Gráfico 6. O jornal impresso ficou na segunda colocação com 25%.
Um ponto interessante apresentado na pesquisa está no fato de 22,50% dos
profissionais questionados terem alguma experiência em assessoria de imprensa. É importante
destacar que as três assessoras civis da Polícia Militar possuem experiência em redação, todas
conhecem a sua rotina. Juntando os dados levantados, é fácil deduzir que a situação
apresentada deveria facilitar a relação entre assessores e jornalistas, já que ambos entendem o
papel desempenhado pelo outro, o que nem sempre ocorre.
39

EDITORIA QUE MAIS GOSTA DE ATUAR


Tabela 9 – Editoria em quantidade Gráfico 9 – Editoria em percentual

N:32
QUANT
Cidade 9
Ciência 1
Cultura 2
Economia 3
Esportes 2
Geral 5
Polícia 4
Política 3
Saúde 2
Tecnologia 1
Fonte: Questionário aplicado Fonte: Questionário aplicado

No quesito editoria que mais gosta de atuar, surgiu uma estranha surpresa: a maioria
dos profissionais pesquisados não tem preferência pela editoria policial. Resultado esperado
tendo em vista o público pesquisado. A editoria favorita da maioria foi cidade, com 28,12%,
que na maioria dos casos engloba assuntos policiais, mas não especificamente. A editoria
policial ficou em terceiro lugar com 12,50% das preferências.
Outro fator interessante é que surgiram preferências totalmente fora do metiê policial,
como tecnologia, saúde, economia, ciência e cultura, dado que demonstra a insatisfação de
alguns profissionais com o trabalho desempenhado, o que pode afetar seriamente a
produtividade e desmotivar a realização de uma especialização na área. Cabe ressaltar que
alguns deram mais de uma resposta para a pergunta, surgindo assim um universo superior de
respostas em relação ao número de pesquisados.

5.2.2 Análise do questionário

Pergunta 1: Como você avalia a assessoria de imprensa da PMERJ?


Tabela 10 – Avaliação em quantidade Gráfico 10 – Avaliação em percentual

N:22
QUANT
Boa 6
Regular 7
Ruim 9
Fonte: Questionário aplicado

Fonte: Questionário aplicado


40

Como as perguntas foram abertas para que o entrevistado tivesse maior possibilidade
de expor suas idéias, utilizou-se um critério subjetivo para definir três parâmetros de
avaliação: boa, regular e ruim. A avaliação boa foi dada para as respostas que efetivamente
fizeram elogios a ação da assessoria. Regular foram as que não elogiaram, nem criticaram, ou
então simplesmente a definiram como regular. A avalição ruim foi dada aos que criticaram,
que fizeram ressalvas, que apontaram dificuldades.
A partir do critério exposto se chegou ao resultado apresentado na Tabela e Gráfico
10. A avaliação ruim atingiu 40,90% dos pesquisados. Entre as respostas dadas por esse grupo
de profissionais destaca-se algumas expressões como: “atendimento horrível”,
“corporativista”, “relação beligerante”, “serviço impessoal”, “resistência”, “burocratização do
acesso da imprensa”, “reativa”, “paciência dos assessores é zero”.
Já os que a consideraram como regular, 31,81%, utilizaram expressões como:
“razoável”, “tem dia que atende maravilhosamente, mas tem dia que nem atende o telefone”,
“melhorou”, “apresentou mudanças”, “satisfatório”, “se esforça”, “regular”.
Os que avaliaram como boa, 27,27%, declararam: “muito positiva”, “organizada e
rápida no retorno”, “avalio da melhor maneira possível”, “eficiente”, “boa”.
Destaca-se que a proximidade dos resultados das avaliações ruim e regular, diferença
inferior a 10%, sinaliza para a necessidade de mudanças nas atividades desempenhadas pela
seção. O serviço não está sendo bem visto pelo seu “consumidor primário”. Segundo MAFEI
(2009. p.107), quando os problemas com a mídia forem recorrentes, não importa se grandes
ou corriqueiros, é necessário revisar a estratégia de comunicação e repensar as práticas de
relacionamento com a imprensa.
41

Pergunta 2: Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a assessoria


de imprensa da PMERJ? Por quê?
Tabela 11 – Dificuldades em quantidade
N:29
QUANT
Acomodação dos assessores 1
Atendimento péssimo 3
Dependência hierárquica (burocratização) 3
Falta de compromissos com prazos 1
Falta de confiança 1
Falta de informações sobre ocorrências diárias 1
Lentidão do retorno 7
Muita demanda 1
Pouco efetivo 1
Respostas incompletas 3
Segurar informações 1
Sem dificuldades 6
Fonte: Questionário aplicado

Gráfico 11 – Avaliação em percentual

Fonte: Questionário aplicado

Alguns dos pesquisados deram mais de uma resposta para pergunta. Entre as onze
diferentes dificuldades apresentadas, a lentidão no retorno, ou seja, a falta de agilidade nas
respostas foi a que obteve maior destaque, 24,13% dos jornalistas a indicaram. No entanto,
seis pesquisados disseram não encontrar dificuldades com a assessoria de imprensa, número
idêntico aos que avaliam a assessoria como boa ou positiva na Tabela e Gráfico 10.
As reclamações que ficaram empatadas em terceiro lugar foram o mau atendimento
dispensado pelas assessoras ao telefone, as respostas vagas e ainda a dependência hierárquica
42

para autorizar as demandas. Esta última está diretamente relacionada com a lentidão do
retorno. “A resposta enviada é mínima, com poucos detalhes e ainda demora.”, reclama um
dos pesquisados.
Segundo outro entrevistado, a Polícia Militar tem “dificuldade em abrir a Corporação
para a sociedade”, sendo assim, “alguns assessores se acomodam na função”. Outro jornalista
corrobora com a afirmação, “geralmente a assessoria não quer buscar informações nas Salas
de Operações dos batalhões.” E houve reclamações mais incisivas, “não costumamos confiar
na ASCOM23 da PM, até porque, muitas vezes, ela não pode nos passar a verdade dos fatos.”
Em contraposição às dificuldades apresentadas houve respostas do tipo “as assessoras
de imprensa são simpáticas e parceiras.”

Pergunta 3: O que você julga necessário mudar no relacionamento da assessoria


de imprensa com a mídia?
Tabela 12 – Mudanças em quantidade
N:26
QUANT
Aumentar a agilidade 1
Aumentar a transparência 4
Aumentar o efetivo 2
Aumentar o profissionalismo 4
Melhorar a comunicação interna 1
Melhorar a qualidade na resposta 1
Nada 5
Pautar a imprensa 6
Promover eventos com a imprensa 1
Sem resposta 1
Fonte: Questionário aplicado

23
Sigla utilizada para referir-se a uma Assessoria de Comunicação.
43

Gráfico 12 – Mudanças em percentual

Fonte: Questionário aplicado

Esta pergunta também obteve, em alguns casos, mais de uma resposta. Entre as
mudanças apontadas, pautar a imprensa foi a mais citada, 23,07%. Os profissionais que a
mencionaram defendem que a assessoria de imprensa da PM precisa ser proativa. Precisa
sugerir boas idéias de pauta aos jornalistas e não ficar esperando ser procurada por eles.
“Existem duas maneiras de se fazer assessoria, creio eu. Uma, dedicando-se apenas a
responder demandas (mais fácil) e outras „pautando‟ a imprensa com idéias de matérias para a
imprensa. Sugiro que a segunda opção seja mais utilizada pela PM.”, declarou um dos
entrevistados.
Segundo as assessoras da PM ser proativo na Instituição é tarefa bastante complicada,
já que muitas vezes as informações não são repassadas em tempo hábil e em grande parte
devido ao grande fluxo de demandas diárias. Segundo os dados da assessoria são em média 16
diferentes demandas diárias, que requerem tempo de apuração e elaboração de respostas. Uma
das assessoras desabafa, “os comandantes poderiam se convencer de que a assessoria de
imprensa é um instrumento de marketing e que deve ser usado para melhorar a imagem da
PM junto a sociedade e junto aos jornalistas. Dar mais crédito ao trabalho jornalístico, no
sentido de colaborar mais conosco mandando suas ocorrências positivas ou nos colocando a
par de qualquer evento em seu batalhão, por exemplo”.
Ressalta-se que 19,23% dos pesquisados, ou seja, cinco jornalistas, não apontaram
qualquer necessidade de mudança por parte da assessoria. Fato que tem relação direta com as
seis avaliações positivas que recebeu dos pesquisados.
44

As mudanças que figuraram em segundo lugar foram a necessidade de aumentar a


transparência e o profissionalismo, ambas com 15,38%. “Creio que os assessores não podem
esquecer que as demandas, mesmo as consideradas de difícil resposta, devem ter resposta. O
silêncio de uma assessoria, uma nota coberta sem a devida resposta, deixa mal o questionado,
ou a Instituição.”, defende um dos pesquisados. Outro jornalista reforça a idéia, “esconder
informação é prejudicial para construir relacionamentos de confiança e, normalmente, cria
uma antipatia no repórter na hora de escrever sua matéria. A assessoria poderia ter o papel de
construir uma ponte entre seu cliente e os jornalistas, passar informações e até cobrar que elas
sejam utilizadas com responsabilidade.”

Pergunta 4: Quais são as notícias da polícia militar que mais atraem a atenção do
leitor do jornal para o qual trabalha?
Tabela 13 – Temas em quantidade Gráfico 13 – Temas em percentual

N:33
QUANT
Corrupção policial 6
BOPE 1
Erros de ações policiais 2
Movimentação de comandos 1
Operações policiais 14
Sem respostas 3
UPP 6
Fonte: Questionário aplicado

Fonte: Questionário aplicado

Essa pergunta foi realizada com a finalidade de comprovar ou não a idéia que as
notícias negativas da PM são as que mais chamam a atenção do público em geral. Observou-
se que tal premissa não se comprova. Segundo os jornalistas, as matérias que mais chamam a
atenção do público são as ações policiais corriqueiras, 42,42%. Em seguida, porém com um
percentual bem inferior, 18,18%, aparece a corrupção policial empatada com as noticiais
sobre Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), que são matérias essencialmente positivas.
Esta constatação será legitimada a seguir quando for apresentado a pesquisa com os dados dos
clippings da própria assessoria da PM.
45

Pergunta 5: O que a assessoria de imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar


a imagem da Instituição? Por quê?
Tabela 14 – Temas em quantidade
N:24
QUANT
Abandonar o vício da obscuridade 5
Aumentar a agilidade 3
Criação de novas mídias para divulgação 1
Divulgar outras ações policiais 7
Manter-se atualizada 1
Promover debates com a sociedade 1
Promover eventos com jornalistas 3
Não respondeu 3
Fonte: Questionário aplicado

Gráfico 14 – Temas em percentual

Fonte: Questionário aplicado

Entre as medidas apontadas para a melhoria da imagem da Corporação, novamente


aparece a necessidade de maior divulgação das ações policiais, com 29,16%, como por
exemplo, ações assistencialistas, relatórios, estatísticas, vídeos, entre outras coisas. “Divulgar
mais ações humanitárias da Corporação, promover debates com a sociedade. A PM precisa
estar mais próxima da população e mostrando ser uma aliada de confiança.”, defende um
profissional.
Em seguida é indicado o abandono da obscuridade, ou seja, maior transparência,
como outra medida para melhorar a imagem da Polícia Militar, 20,83%.
Outra sugestão diz respeito a promoção de eventos entre a Corporação e os jornalistas,
como forma de aproximação e quebra de barreiras. “Sugiro que procurem mais jornalistas e
46

diretores de redação para reuniões com o Comandante da PM e outros quadros da Corporação.


Também façam o inverso e marquem visitas dos homens forte da PM às redações do Rio de
Janeiro. É desta forma que começará a surgir uma imagem melhor da Corporação, hoje
completamente maculada.”, declara um dos jornalistas pesquisados.

Pergunta 6: Outras considerações

As considerações foram realizadas por apenas sete dos vinte e dois jornalistas
entrevistados, porém alguns citaram mais de um assunto. Entre elas, o que chamou maior
atenção foi a que sugeriu que as assessoras da PM fizessem curso de etiqueta, demonstrando
claramente o descontentamento no atendimento dispensado.
Outro ponto relevante foi na indignação de um deles ao referir-se ao modo como a
assessoria de imprensa recebe as demanda, por endereço eletrônico. Segundo as assessoras
esse meio de comunicação foi o escolhido por dar maior segurança a Instituição em relação as
respostas oferecidas, mas há casos de respostas por telefone, como por exemplo, o balanço
das ocorrências do dia a dia.
Um dos pesquisados fez uma interessante sugestão, a organização de programas
específicos para os jornalistas, como cursos, palestras e debates, como forma de estreitar a
relação entre eles e também abrir a Instituição para as dúvidas mais corriqueiras, evitando
dessa forma futuras solicitações equivocadas ou desnecessárias.
Outra consideração enfatizou a necessidade de se permitir que o policial da ocorrência
possa conceder entrevistas, evitando a morosidade de aguardar o pronunciamento do
Comandante do Batalhão. Segundo as assessoras, o que ocorre nesses casos não é o
impedimento de conceder entrevistas, mas sim a necessidade de informar e solicitar ao chefe a
autorização para tal, o que causa lentidão no processo. Há um projeto de capacitação de porta
vozes para todas as unidades da Corporação, o que capacitaria policiais militares a
concederem entrevistas sem que a assessoria de imprensa necessitasse intervir com
orientações básicas.

5.3 Análise dos jornais impressos

A assessoria de imprensa da Polícia Militar analisa os quatro jornais impressos do Rio


que mais solicitam informações da Corporação, são eles: O Globo, Extra, O Dia e Jornal do
Brasil. A análise é realizada através do clipping diário destes veículos, separando as notícias
47

positivas (P) – que exaltam a Corporação de alguma forma; notícias negativas (N) – que
denigrem a imagem da PM; e as outras notícias (O) – que são as ocorrências policiais do dia a
dia, com apenas relatos, sem posicionamento.
A título de análise geral será apresentado o resultado do ano de 2009 e a partir disso
feitas algumas considerações importantes.

O GLOBO EXTRA O DIA JB


P N O P N O P N O P N O
Total 148 326 697 166 392 749 220 408 858 65 114 304
% 13 28 59 13 30 57 15 27 58 13 24 63

Desta análise se extrai diversas informações, sendo que a principal delas derruba o
mito de que a mídia só destaca as informações negativas da polícia. Na verdade, os resultados
revelam que a PM têm nos jornais impressos um excelente veículo de divulgação de suas
ações e que neles predominam os “feitos” policiais, quando se imaginava que predominassem
as críticas. Os quatro jornais analisados dão maior enfoque às matérias que mostram a polícia
“em ação”, realizando prisões, operações e apreensões de várias naturezas. Este tipo de
notícia soma mais de 50% de todas as demais que tratam da Polícia Militar nos veículos
analisados.
Há de se discutir a classificação “outras notícias”, já que se analisado friamente toda
ação policial quando executada dentro da lei pode ser considerada positiva, uma vez que este
o seu papel na sociedade. Uma prisão, apreensão, assistência, auxílio no trânsito, enfim, todos
os serviços desempenhados conforme a lei por um policial é essencialmente positivo, pois
contribui para a preservação da ordem pública. Considerando esta visão, a lógica do senso
comum seria revertida, pois as notícias vinculadas seriam em média 70% positivas à
Corporação, como pode ser observado no quadro abaixo:

O GLOBO EXTRA O DIA JB


P N P N P N P N
Total 845 326 915 392 1078 408 369 114
% 72 28 70 30 73 27 76 24
48

Por outro lado, analisando somente as matérias positivas e negativas, excluindo as


consideradas outras notícias, conclui-se que as negativas são bem superiores. As matérias que
maculam de alguma forma a Instituição são mais de 60%, já as positivas não passam de 36%,
como pode ser observado na tabela abaixo:

O GLOBO EXTRA O DIA JB


P N P N P N P N
Total 148 326 166 392 220 408 65 114
% 31 69 30 70 35 65 36 64

Desse quadro se compreende também que o Extra é o que apresenta maior percentual
de matérias de cunho negativo em relação aos outros jornais analisados, somando 70%. Já o
Jornal do Brasil é o que apresenta o maior índice de mais matérias positivas, 36%. Outra
observação está no fato do jornal O Dia ser o que mais aborda assuntos relativos à Polícia
Militar, tanto negativa como positivamente. Essas informações são fundamentais para traçar
estratégias de ação da assessoria de imprensa perante a mídia.
A assessoria realiza ainda a partir do clipping a análise pormenorizada das matérias
positivas e negativas, catalogando os assuntos mais recorrentes em cada uma das categorias.
Deste estudo estatístico retira-se que o desempenho profissional em ações coletivas, ou seja,
operações policiais bem sucedidas é o assunto que mais geram matérias positivas da
Corporação. Entre as matérias negativas está o envolvimento de policiais militares em
atividades delituosas. A partir disso pode-se concluir que há uma tendência na consolidação
de um jornalismo de fiscalização das ações policiais no Rio de Janeiro.
49

6. CONCLUSÃO

O objetivo do presente estudo foi alcançado: avaliar a Assessoria de Imprensa da


Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro através de pesquisa com as assessoras e com os
jornalistas que a procuram diariamente, de forma a subsidiar a Corporação na melhoria do
setor.
De acordo com a pesquisa realizada, cerca de 41% dos jornalistas pesquisados
consideram a Assessoria de Imprensa da PM ruim, 32% regular e somente 27% boa. Assim,
compreende-se que é necessária uma revisão da estratégia de comunicação do setor e a
reformulação das práticas de relacionamento com a imprensa.
Constatou-se na pesquisa que a falta de agilidade no retorno das respostas e o mau
atendimento dispensado pelas assessoras foram as reclamações mais constantes do trabalho
desempenhado pela Assessoria de Imprensa da PM. Vale destacar que a falta de agilidade está
diretamente relacionada ao organograma da Corporação. Questões mais delicadas precisam
necessariamente passar pelas mãos de várias pessoas até que seja dado o aval final, o que
causa muita das vezes a perda do deadline. Porém, é fato a existência de acomodação por
parte do policial do monitoramento e até das assessoras com as demandas julgadas menos
interessantes advindas de veículos de “pouca expressão”. Nestas ocasiões a resposta é
protelada. Outro fator relevante nesta questão é a ocorrência de dias com diversas demandas
ao mesmo tempo, o que gera uma lentidão natural nas respostas, devido à necessidade de
apurações concomitantes.
No que tange o mau atendimento, não há justificativa, apenas ressalvas. A existência
de duas assessoras com longa experiência profissional, uma com mais de 10 anos só na PM e
outra com mais de 25 anos de profissão, gerou nas mesmas a diminuição da paciência e
compreensão em determinadas situações. O contato constante de profissionais com menos
vivência e pouco conhecimento da Instituição, aliado a profissionais que procuram a
assessoria apenas para comprovar pauta e não para apurar com seriedade, causam nas
assessoras uma certa desconfiança e até irritação. Sabe-se que esta postura deve ser evitada a
todo custo, mas há casos que fogem do controle profissional. Uma saída é procurar
alternativas para o atendimento, que será uma das propostas de mudanças exposta a seguir.
No que tange outras situações apontadas na pesquisa como a falta de transparência e a
necessidade de pautar mais a imprensa, é preciso compreender melhor as dificuldades
enfrentadas pela assessoria da PM. Muitos jornalistas acusam a falta de transparência da
Instituição, mas não entendem que há impedimentos previstos em lei. A Polícia Militar possui
50

dois grandes complicadores que impedem a total transparência das suas ações: o sigilo
investigativo em casos de procedimentos apuratórios internos e o planejamento estratégico de
suas ações. Ambos não podem ser divulgados por questões que o próprio nome já diz: sigilo e
estratégia. O fato da Polícia Civil muitas vezes não seguir a mesma doutrina da Polícia Militar
pode ser considerado com um dos maiores complicadores para o entendimento dos jornalistas,
que fazem constantes comparações. A assessoria de imprensa da PM tem como método de
trabalho não divulgar nome ou foto de policiais investigados, não divulgar efetivo e não
adiantar a ocorrência de operações futuras para mídia. Estes casos causam desconforto e
aborrecimento, pois alguns jornalistas não compreendem a necessidade estratégica de se
preservar certas informações. É claro que já existiram casos que este sigilo ou estratégia
foram utilizados pela Corporação como forma de amenizar uma situação desagradável. No
entanto, hoje a cúpula da PM sabe que há situações nas quais o melhor a fazer é assumir o
erro publicamente e promover ações que previnam novos equívocos.
Sobre a necessidade de pautar mais a mídia, ou seja, agir proativamente, é fato
inquestionável, porém há um grande empecilho que prejudica esta prática: a falta de
valorização do setor dentro da própria Instituição. Alguns Comandantes de Batalhão
repassam, muitas vezes, informações diretamente a imprensa, sem informar a assessoria. Fato
que deixa o setor “no furo”. A comunicação interna da Corporação é frágil, o que prejudica
muito a divulgação das suas boas ações.
Por conta do exposto, não resta dúvida de que são necessárias ações mais consistentes
cujo intuito seja o de trazer a Polícia Militar para o mundo da excelência na Comunicação
Social. Tais ações devem ser abrangentes, preventivas, frutos de planejamento minucioso e
detalhado, amparado por sólida teoria acerca do assunto e jamais esporádicas, individuais ou
apenas reativas. O embasamento conceitual, a pesquisa que deu suporte a este trabalho, bem
como o apanhado de notícias veiculadas diariamente pela mídia, apontam para esta
necessidade. É uma questão de sobrevivência.
Diante deste quadro são propostas mudanças que visam alterar o panorama atual:
Aumentar a agilidade das respostas. É um risco continuar pensando a PM nos
moldes estritamente militares. Estamos, há muito, em outros tempos. Se por um lado
ser militar ajuda em questões como controle e mobilização, ele parece massacrar o
pensamento de mudança. Uma das propostas para diminuir a burocratização do setor
seria a conscientização dos Comandantes, Chefes e Diretores da Instituição a partir de
palestras e debates sobre o assunto, que contassem com a participação de jornalistas
para melhor embasar a questão e gerar maior aproximação entre eles.
51

Melhorar o atendimento. Colocar pessoas capacitadas apenas para filtrar os


telefonemas. As policiais da PM que já trabalham no setor fariam a triagem das
ligações e só em caso de necessidade as repassariam as assessoras. Esta atitude
dinamizaria o tempo das assessoras que muitas vezes são interpeladas por questões
que não são de sua competência e ainda personalizaria o atendimento por uma policial
militar.
Curso e/ou cartilha para jornalistas conhecerem melhor a Instituição. Os
principais assuntos tratados devem focar nos meandros administrativos, como os
procedimentos apuratórios e seus possíveis desmembramentos. É importante que os
jornalistas entendam a importância do sigilo investigativo e da estratégia operacional e
saibam onde eles se fundamentam. O objetivo é entender a estrutura da Corporação, o
que é realizado em cada lugar, os projetos desenvolvidos, a formação dos policiais, os
treinamentos e outras informações que não são vistas nas manchetes dos jornais. De
uma forma geral, o curso e/ou a cartilha, aproximará os jornalistas da Instituição e
ainda ajudará no trabalho da assessoria de imprensa, na medida em que muitos
questionamentos serão sanados por definitivo e pautas equivocadas certamente serão
menos corriqueiras.
Criação de um Manual da Assessoria de Imprensa da PM. A padronização das
atividades desenvolvidas pelo setor é de extrema importância, pois evitará que as
constantes trocas de chefia interfiram na seqüência dos trabalhos, trará uniformidade
para as ações e previsão para gerenciamento de possíveis crises.
Motivar as assessoras a partir de reciclagem educacional constante. A Corporação
deve incentivar e proporcionar a participação dos assessores em cursos de
especialização na área. É fundamental para a constante atualização do profissional no
mercado. Todo o profissional deve primar pela reciclagem de seus conhecimentos.
Promover aproximação com a imprensa através de eventos periódicos com os
jornalistas. Sabe-se que as relações interpessoais se estabelecem melhor no “tête-à-
tête”. Os contatos unicamente por telefone e email distanciam os sujeitos da relação.
Promover encontros com os jornalistas que cobrem a PM através de cafés da manhã,
almoços e lanches da tarde, é uma forma de estreitar os laços profissionais e tornar a
relação menos formal. Além disso, proporciona também maior conhecimento do
jornalista sobre a Instituição e promove a transparência das ações de ambos os lados.
52

Aumentar a verba orçamentária da CComSoc para que se possam investir em


comunicação independente. A Polícia Militar precisa se tornar independente das
notícias vinculadas exclusivamente na mídia convencional. Para isso é necessário a
criação de novas mídias que possam promover as ações da Corporação, como blog,
twitter, revistas, jornais, rádio, vídeos entre outros. No entanto todos esses recursos
necessitam de verbas para serem concretizados, fato que hoje é inviável na CComSoc.
Capacitar oficiais e praças a lidarem com a mídia. A PM precisa capacitar seus
policiais a lidarem de forma eficaz com a mídia para que no futuro o policial da
“ponta”, o da ocorrência diária, seja capaz de conceder uma entrevista satisfatória e
repassar informações pertinentes, promovendo a imagem da Corporação. O policial
militar deve ter noção da lógica dos veículos de comunicação, o que vende jornal,
saber como a Corporação é vista na mídia e porquê dessa imagem. É preciso que o
policial tenha conhecimentos básicos de media training.
Os resultados desta breve pesquisa podem ser norteadores do planejamento e
implementação de políticas, projetos e programas visando melhorar o serviço desempenhado
pela Assessoria de Imprensa da Polícia Militar. E ainda, “semente” de outros estudos mais
aprofundados no setor. Entre as pesquisas possíveis está a análise da influência que os
releases distribuídos pela assessoria têm sobre o conteúdo de um determinado veículo.
Enfim, o estudo de caso da Assessoria de Imprensa da Polícia Militar é uma
contribuição para que sejam adotadas medidas que visem valorizar o setor na Instituição,
reconhecendo os benefícios que suas atividades têm na Imagem Corporativa. É indispensável
que a PMERJ foque na estratégia de ter uma Assessoria de Imprensa de excelência. Tal
condição é extremamente oportuna e fundamental, dada a exposição na mídia, pois sabendo
trabalha-la, poderá haver o fortalecimento da Instiuição perante a sociedade e com isso a
legitimidade por melhorias salariais e das condições de trabalho do policial militar. Segundo
Leitão (2007, p. 8), não há como fugir da imprensa. O segredo é estar preparado para lidar
com ela. E bem preparado.
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aproximação e distanciamento na práxis jornalística. UFRJ. Orientador: Gabriel Collares
Barbosa. Rio de Janeiro, 2006.
ANEXOS
ANEXO 1
ANEXO 2
ANEXO 3
ANEXO 4
ANEXO 5

ASSESSORA 1

Dados do entrevistado(a)
Idade: 32 anos
Escolaridade: Superior Completo
Ano e local de formação: 2002, Faculdades Integradas Hélio Alonso
Experiência profissional: Jornal Divulga, Jornal Sentinela Ambiental, Assessoria de
Imprensa da Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria de Justiça, Secretaria de Infância e
Juventude e Gilson Martins e do Corpo de Bombeiro.

Questionário
1) Quando começou a trabalhar na Assessoria de Imprensa da PMERJ? Como se deu o
ingresso na Instituição?
Comecei em janeiro de 2008, quando houve um processo de seleção da qual eu participei. No
caso do meu currículo foi selecionado pelo site do sindicato dos jornalistas.
2) Houve alguma dificuldade no início da sua atividade como assessora da PMERJ?
Caso positivo, especifique.
De saber o que pode e o que não pode ser dito. Quanto às questões sigilosas. O medo de
divulgar algo que pudesse prejudicar ou causar uma repercussão ruim. Sempre tenho muito
cuidado com isso. Além disso, são muitas unidades, muitos chefes. No começo achava
impossível gravar. Mas depois acostumei inclusive com as freqüentes trocas de comando.
3) A assessoria de imprensa da PMERJ já teve estagiários? Como era o trabalho deles?
Você julga necessário a sua utilização deles? Por que?
Sim. Eles auxiliavam no trabalho básico de buscar notícias pertinentes a polícia nos jornais,
clipping, textos mais simples, atendimento a jornalistas. No atual momento não, porque as
soldados, apesar de não serem jornalistas formadas, auxiliam nessa parte e já conhecem a
rotina.
4) Como era a assessoria antes e como ela é agora, o que mudou desde o seu ingresso?
Antes apenas uma pessoa fazia a assessoria. Eu fui a terceira a integrar a equipe de civis. A
mudança foi gradativa. Eu vejo que agora temos uma equipe diversa, integrada e com
conhecimento para atender jornalistas.
5) Como era feito o atendimento à imprensa antes da Assessoria de Imprensa ser
estrutura?
Por telefone. Agora tudo é por e-mail e com arquivo de respostas.
6) Quais são as maiores dificuldades da assessoria?
A relação com a imprensa. É o que acontece com quase todas as editorias. Os jornais querem
pegar uma falha, um problema nosso e transformar em seu "furo". Quando eles conseguem
rende dias, ficam naquele assunto e acabam pautando outros jornais. Já o que produzimos de
positivo tem pouco espaço na imprensa.
7) O que precisa mudar para melhorar o relacionamento com a imprensa?
O relacionamento é esse mesmo. Eles precisam da gente. Não podemos deixar de auxiliá-los,
de respondê-los para estabelecermos uma relação de confiança, solidificar isso. Também é
importante que as informações sejam centralizadas na assessoria, para o jornalista buscar
informações em um só lugar.
8) Como a Corporação lida com a Assessoria de Imprensa?
Já foi pior, mas ainda pode melhorar. Os comandantes poderiam se convencer de que a
assessoria de imprensa é um instrumento de marketing e que deve ser usado para melhorar a
imagem da PM junto a sociedade e junto aos jornalistas. Dar mais crédito ao trabalho
jornalístico, no sentido de colaborar mais conosco mandando suas ocorrências positivas ou
nos colocando a par de qualquer evento em seu batalhão, por exemplo.

ASSESSORA 2

Dados do entrevistado(a)
Idade: 58 anos
Escolaridade: 1985, Superior Completo
Ano e local de formação: Faculdades Integradas Hélio Alonso
Experiência profissional: Jornal do Brasil, Jornal O Globo, Jornal O Dia, repórter de
campanhas políticas, TV Brasil, GNT.

Questionário
1) Quando começou a trabalhar na Assessoria de Imprensa da PMERJ? Como se deu o
ingresso na Instituição?
Junho de 2008., quando o então comandante geral, coronel Ubiratan Aguiar, achou necessário
implantar um “staff” de comunicação na Corporação.
2) Houve alguma dificuldade no início da sua atividade como assessora da PMERJ?
Caso positivo, especifique.
Não.
3) A assessoria de imprensa da PMERJ já teve estagiários? Como era o trabalho deles?
Você julga necessário a sua utilização deles? Por que?
Sim. Atendimento ao público. Não. Pela natureza do trabalho, acho prescindível a presença de
estagiários.
4) Como era a assessoria antes e como ela é agora, o que mudou desde o seu ingresso?
A Assessoria da PM funcionava somente com uma jornalista. A vinda de mais jornalistas
facilitou a comunicação com a mídia, pois o trabalho começou a ser compartilhado.
5) Como era feito o atendimento à imprensa antes da Assessoria de Imprensa ser
estrutura?
Era realizada de maneira precária.
6) Quais são as maiores dificuldades da assessoria?
Infraestrutura operacional e física.
7) O que precisa mudar para melhorar o relacionamento com a imprensa?
A exemplo das redações faz-se necessária uma reunião de pauta (intermediária) na troca de
turnos dos assessores. A Comunicação Interna da Coordenadoria é frágil. Uma reunião
semanal para estreitar diálogos com todos os envolvidos na Comunicação é de fundamental
importância.
8) Como a Corporação lida com a Assessoria de Imprensa?
O atual Comandante não interage com os assessores da Coordenadoria. Ele tem um assessor
especial. Já a relação da Assessoria com os comandantes de batalhões tem sido essencial, pois
as informações passadas por eles facilitam o trabalho da Assessoria com a mídia.

ASSESSORA 3

Dados do entrevistado(a)
Idade: 40 anos
Escolaridade: Superior Completo
Ano e local de formação: 1994 - Universidade Estácio de Sá
Experiência profissional: Rádio Universidade, Jornal Notícias, SBT TV, Editora Ao Livro
Técnico, Assessoria de Imprensa do Artur da Távora e Henry Charles e TV Brasil.
Questionário
1) Quando começou a trabalhar na Assessoria de Imprensa da PMERJ? Como se deu o
ingresso na Instituição?
Entrei na PM em abril de 2000. Fui convidada pelo então Chefe da PM/5 Coronel Nilton
Lourenço.
2) Houve alguma dificuldade no início da sua atividade como assessora da PMERJ?
Caso positivo, especifique.
No início, os comandantes dos batalhões e chefes não aceitavam uma jornalista civil na Seção
de Relações Públicas, até então não era conhecida como Assessoria de Imprensa. Alguns
chegavam até desligar o telefone na minha cara. Foram momentos difíceis. Mas com o tempo
fui adquirindo a confiança e o respeito deles, hoje muitos são meus amigos.
3) A assessoria de imprensa da PMERJ já teve estagiários? Como era o trabalho deles?
Você julga necessário a sua utilização deles? Por que?
Sim, vários estagiários. Eram três para assessoria de imprensa, um para Relações Públicas e
um para propaganda e marketing. Onde trabalhamos é um lugar onde “notícias” sigilosas são
constantes. Acho interessante que na área de jornalismo os estagiários pudessem confeccionar
jornais, boletins, impressos em geral. Relações Públicas, endomarketing e propaganda e
marketing, realizando campanhas.
4) Como era a assessoria antes e como ela é agora, o que mudou desde o seu ingresso?
Como falei era conhecida como Relações Públicas. Trabalhava sozinha, não tinha mais
nenhum jornalista. Quando entrei, fiz algumas mudanças na “sala de monitoramento”, uma
delas era que eles trabalhassem diretamente ao meu lado. As respostas para os jornalistas
eram por telefone. As “crises” eram via fax. Divulgação, lembretes, pautas, tudo por fax. As
mudanças vieram aos poucos. Os chefes que iam entrando acrescentavam mudanças. Quando
o então Major Frederico Caldas assumiu a Chefia, ele dividiu Relações Públicas e Assessoria
de Imprensa. Inaugurou a primeira página virtual da PMERJ. As mudanças começaram a
crescer a partir da chefia do Frederico. As informações eram mais concentradas na Assessoria,
não tínhamos tanta pressa em dar as notícias de imediato, tínhamos mais independência. Não
assumíamos responsabilidades de outros órgãos. Talvez por ser a única jornalista, assessorava
diretamente o assessor, acompanhava em todas as entrevistas, o que não ocorre mais e acho de
suma importância. Com a entrada de outras jornalistas o trabalho ficou menos pesado. A
assessoria melhorou sem dúvida nenhuma, mas acredito que estamos menos independentes.
Algumas coisas melhoraram, mas outras pioraram.
5) Como era feito o atendimento à imprensa antes da Assessoria de Imprensa ser
estrutura?
Já escrevi na resposta anterior. Ah, tínhamos cafés da manhã com os jornalistas, também é
muito importante.
6) Quais são as maiores dificuldades da assessoria?
Confiança na Assessoria.
7) O que precisa mudar para melhorar o relacionamento com a imprensa?
A imprensa é como uma onda. Ela vai de acordo com o chefe, com o comandante, o que
interessa a ela. Não acho que o relacionamento entre a PM e a imprensa seja ruim. Mas
poderia voltar com o café da manhã por exemplo.
8) Como a Corporação lida com a Assessoria de Imprensa?
Não lida. O atual comandante ignora completamente a assessoria a imprensa. Se cruzarmos
com ele em um evento, por exemplo, ele não vai nos identificar como jornalistas que
trabalham na assessoria de imprensa da PMERJ, ou seja, pra ele também. Por isso, ele é mal
"assessorado". Quando vai dar uma entrevista fala muito, sem objetividade. Com certeza ele
não tem noção do nosso empenho aqui para resolver, driblar e até mesmo comprar brigas com
a imprensa. Sinceramente, acho uma pena, com nossa experiência, tanto ele quanto nós só
tínhamos a ganhar. Não era assim nos comandos anteriores, eles pediam nossa opinião,
interagiam diretamente conosco. Não tinha telefone sem fio, até porque a assessoria tem que
trabalhar diretamente "ao lado", sala a sala com o "Chefe".
ANEXO 6

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Clipping CComSoc

( ) O GLOBO ( ) EXTRA ( x ) O DIA ( ) JB DATA: 31/MAI/2010

MATÉRIAS RELACIONADAS:

( 2 ) PMERJ ( / ) POSITIVAS ( / ) NEGATIVAS ( 2) OUTROS

MATÉRIAS RELACIONADAS A ENTIDADES AFINS:

ENTIDAD JORNALIST TÍTULO PÁG.


E A
( ) PM - N -Maria Inez -Gol da pacificação na Tijuca -4
( ) PM - P -Leslie Leitão -Adriano suspeito de ligação com bando -12
(x) PM - O derrubou helicóptero polícia
( ) PM - N
( ) PM - P
( ) PM - O
( ) PM - N
( ) PM - P
( ) PM - O
ANEXO 7

NOTÍCIAS NOTÍCIAS
RESULTADO
MÊS / 2009 POSITIVAS NEGATIVAS
MENSAL
Quantidade Quantidade
Janeiro 21 23 Déficit
Fevereiro 40 67 Déficit
Março 52 80 Déficit
Abril 38 95 Déficit
Maio 42 138 Déficit
Junho 28 101 Déficit
Julho 203 198 Superávit
Agosto 33 80 Déficit
Setembro 22 91 Déficit
Outubro 48 92 Déficit
Novembro 8 33 Déficit
Dezembro 79 35 Superávit
TOTAIS
614 1.033 DÉFICIT
(Resultado do Período)
ANEXO 8

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

QUADRO ESTATÍSTICO DE NOTÍCIAS

NOTÍCIAS NEGATIVAS

Quantida Percentual
Mês Assunto Total
de
Políticas salariais e estruturais 3 11,54%
Medidas Administrativas da PMERJ 3 11,54%
Declarações do Presidente/ 1 3,85%
Governador
Declarações do Secretário -- --
Negligências e imperícias de 4 15,38%
policiais militares fora do serviço
Envolvimento de policiais militares 5 19,23%
com atividades delituosas
Morte de policiais militares em -- --
serviço
Morte de policiais militares de folga 1 3,85%
Ações delituosas sobre as -- --
instalações da PMERJ
Março
Opiniões de cidadãos 1 3,85% 26
de 2010
Agressões físicas a policiais -- --
militares
Agressões verbais a policiais -- --
militares
Denuncias -- --
Policiais militares baleados em -- --
serviço
Policiais militares baleados em folga 1 3,85%
Outros tipos de violência em geral 5 19,20%
Pessoas mortas/ baleadas 1 3,85%
Dados Estatísticos de Segurança 1 3,85%
Decisões Judiciais -- --
Ocorrência com Ex-PMs/
-- --
Reformados
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

QUADRO ESTATÍSTICO DE NOTÍCIAS

NOTÍCIAS POSITIVAS

Quantidad Percentua
Mês Assunto Total
e l
Ações de responsabilidade social – –

Declarações de cidadãos --

Desempenho profissional --
--
em ação individual

Desempenho profissional
2 14,28%
em ação coletiva

Políticas Estratégicas
4 28,57%
Governamentais

Políticas Governamentais
Março 4 28,57%-
de Benefícios 14
de 2010
Infraestrutura 2 14,28%

Dados Estatísticos 1 7,14%

Declarações do Governador -- --

Declarações do Secretário -- --

Decisões Judiciais -- --

Elogios em colunas -- --

Planejamento Policial Militar 1 7,14%


ANEXO 9

ENTREVISTA Nº 01

Dados do entrevistado(a)
Idade: 26 anos
Escolaridade: Superior Completo
Ano e local de formação: 2004 - Universidade Estácio de Sá
Local de trabalho: Jornal Extra (Infoglobo)
Atividade desempenhada: Repórter de Geral - Polícia e Cidade
Experiência profissional: TV SerraMar (atual Inter TV), Jornal O Momento, Rádio Estação,
Rádio Sucesso FM, TV Zoom, Groove Propaganda, Universidade Estácio de Sá, Secretaria de
Estado de Segurança
Editoria que mais gosta de atuar: Geral

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
O atendimento feito pelo consultor Gustavo de Almeida é muito bom, mas aquele realizado
no setor de Relações Públicas (P5) é horrível.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Lentidão no retorno, falta de compromisso com prazos, insistência em segurar informações e
respostas incompletas.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
O setor precisa ser profissionalizado.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Aquelas relacionadas à corrupção policial.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Trabalhar a informação solicitada como uma forma de ser mais transparente, abandonando o
vício da obscuridade. Qual mais clara for a PM, menos difícil serão as mudanças necessárias
para a sua evolução.
Outras considerações:
A Assessoria da PM adota dois procedimentos absurdos: só aceitar demandas por e-mail e
encaminhar perguntas para os comandantes de batalhões responderem. Estas respostas são
sempre evasivas e, raramente, têm alguma informação aproveitável.

ENTREVISTA Nº 02

Dados do entrevistado(a)
Idade: 38
Escolaridade: Superior - Bacharel em Comunicação Social / Jornalismo
Ano e local de formação: 2000 / FACHA / RJ
Local de trabalho: Redação O GLOBO
Atividade desempenhada: Repórter
Experiência profissional: Rio
Editoria que mais gosta de atuar: Rio / Cidade

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Corporativista. Embora a relação com os órgãos de imprensa tenha melhorado nos últimos
meses, a assessoria funciona mais como um instrumento de defesa à PM do que como
um elemento de intermediação. Com isso, a relação entre os repórteres e os assessores, sejam
eles civis ou militares, é geralmente beligerante. Isso acaba se estendendo para toda a
corporação. Uma de nossas colegas, a repórter Vera Araújo, chegou a ser expulsa do QG da
PM depois de fazer uma reportagem que contrariou o comando.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
A maior dificuldade, por mais incrível que pareça, é conseguir informações sobre as
ocorrências diárias. Informações sobre roubos, assaltos ou acidentes. Geralmente a assessoria
não quer buscar informações nas Salas de Operações dos batalhões. Já os policiais ou não
querem parar seu trabalho para dar informações, ou simplesmente não informam com medo
de passar algo que não deveriam.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Não respondeu.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Atualmente, as UPPs são viraram a estrela do noticiário. Creio que é porque nosso leitor está
na Tijuca e na Zona Sul, onde as unidades foram instaladas.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Não respondeu.
Outras considerações:
Acho que a Corporação deveria se abrir mais ao diálogo. Organizar programas para
jornalistas - como cursos, debates, palestras - para estreitar sua relação com os órgãos de
imprensa.

ENTREVISTA Nº 03

Dados do entrevistado(a)

Idade: 45 anos.
Escolaridade: Graduação e Pós graduação.
Ano e local de formação: 1987. FACHA.
Local de trabalho: Jornal O GLOBO.
Atividade desempenhada: Repórter.
Experiência profissional: 25 anos
Editoria que mais gosta de atuar: Rio, Política, Esportes.

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
É uma atividade totalmente controlada, que parece ser monitorada seguindo normas
hierárquicas militares. O assessor de imprensa civil da PM é tratado como subalterno, no
estrito sentido do termo. O serviço de relações públicas da Polícia Militar é um dos segmentos
da PM ligados ao comandante da corporação. é classificado como PM-5. o relações-públicas é
sempre um oficial, que obedece fielmente aos interesses corporativos. Não há serviço mais
impessoal do que o RP da PM. E a relação com as várias mídias tem sido bastante ruim ao
longo de pelo menos 20 anos.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
A dependência hierárquica.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
A falta de transparência, principalmente.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Atualmente, reportagens sobre as unidades de Polícia Pacificadora, as bem-sucedidas UPPs. E
notícias sobre transgressões disciplinares, desvios de conduta, casos de corrupção.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Não respondeu.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 04

Dados do entrevistado(a)

Idade: Não respondeu.


Escolaridade: Ensino Superior Completo
Ano e local de formação: UFRJ (2007)
Atividade desempenhada: Jornalista
Experiência Profissional: O Povo (2004) / Shell (2005) / O Dia (2006 – 2010) / Revista Veja
(2010)
Editoria que mais gosta de atuar: Política

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Considero o trabalho das assessoras muito prejudicado, pois ainda há uma certa resistência de
setores militares em falar com jornalistas. Tanto que os repórteres têm mais fontes na Polícia
Civil do que na Militar. É ridiculamente mais fácil ter acesso a um inquérito tocado em uma
delegacia do que a um IPM.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Pelo simples fato de ter dificuldade em abrir a corporação para a sociedade, acredito que
alguns dos assessores se acomodam na função e acabam deixando de cumprir com o seu
papel.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Existem duas maneiras de se fazer assessoria, creio eu. Uma, dedicando-se apenas a responder
demandas (mais fácil) e outras „pautando‟ a imprensa com idéias de matérias para a imprensa.
Sugiro que a segunda opção seja mais utilizada pela PM.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Darei um panorama sobre os dois veículos em que trabalhei. O Dia: Matérias factuais (ou
seja, do dia-dia): Operações da polícia e resultados (prisões e material apreendido),
movimentações de pessoal na corporação (mudanças em postos de comando) e resultados de
IPMs e ações da Corregedoria. Matérias especiais: Análise de números globais (resultados
mensais, trimestrais ou anuais de violência, apreensões e outros) que o ISP disponibiliza;
novos projetos e compras da polícia. Vale muito falar do BOPE por exemplo. Revista Veja:
UPPs e entrevistas grandes.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Sugiro que procurem mais jornalistas e diretores de redação para reuniões com o comandante
da PM e outros quadros da corporação. Também façam o inverso e marquem visitas dos
homens forte da PM às redações do Rio de Janeiro. É desta forma que começará a surgir uma
imagem melhor da corporação, hoje completamente maculada.
Outras considerações:
É importante deixar claro que com o comandante Mario Sergio a situação já melhorou muito.
Vale lembrar que na época do coronel Gilson Pitta, a abertura da PM à imprensa era zero.
Mas o trabalho pode melhorar ainda mais.
ENTREVISTA Nº 05

Dados do entrevistado(a)
Idade: 26
Escolaridade: Graduação em Jornalismo
Ano e local de formação: 2010 - Rio de Janeiro (Universidade Salgado de Oliveira)
Local de trabalho: G1 – Organizações Globo
Atividade desempenhada: Editor Conteúdo Web
Experiência profissional: Editor Conteúdo Web – G1
Editoria que mais gosta de atuar: Rio de Janeiro (Policial, Cidade e Saúde)

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Se tratando de uma instituição pública, não há surpresas em avaliar a assessoria da PM como
razoável. Em tempo, existem instituições públicas que oferecem um serviço de qualidade (ex:
Assessoria da Polícia Federal). A assessoria da PM tem dia que nos atende maravilhosamente,
mas tem dia que nem atende ao telefone.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Em casos de grande crise, como o helicóptero da PM que foi abatido no Morro dos Macacos,
a assessoria da PM fica inchada, bastante atarefada. Nessas situações, a comunicação com
eles sempre é difícil, pois dão muitas informações desencontradas, além do pouco efetivo para
atender à demanda de jornalistas que entram em contato.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Os profissionais lá presentes são esforçados, no entanto, necessitam de efetivo para dar conta
em dias de grande crise. Alguns comandantes de batalhão deixam seus contatos diretamente
conosco, o que facilita a comunicação na hora da apuração. Diversas vezes o comandante nos
passava informação que, meia hora depois, a assessoria de imprensa nem tinha conhecimento.
Então acho que deve haver uma comunicação mais apurada entre batalhões e assessoria.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Operações em comunidades e apreensão de armamentos e drogas.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Como toda assessoria de imprensa, a da PMERJ não é diferente e tenta minimizar casos
aparentemente importantes. Não creio que eles estejam fazendo um trabalho errôneo, já que
seguem regras de seus superiores e o código de ética do jornalismo.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 06

Dados do entrevistado(a)
Idade: 35
Escolaridade: Superior Completo
Ano e local de formação: 2000
Local de trabalho: Portal de Notícias R7/Benfica
Atividade desempenhada: Redator/Repórter
Experiência profissional: Repórter da Folha de SP, O Dia, Jornal do Brasil, Folha Dirigida e
assessor de imprensa das Barcas S/A
Editoria que mais gosta de atuar: Polícia

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Melhorou. Há mais jornalistas agora para atender e ainda voltaram com o plantão com um PM
que passa informações. Sem falar, que tem também um relações públicas que também atende
a imprensa. Mas precisa melhorar muito principalmente na agilidade das informações. Aos
finais de semana, muitas vezes, os jornalistas que ficam de plantão na assessoria não são
localizados pelo celular.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Conseguir as informações. Na maioria dos casos, a resposta enviada é mínima, com poucos
detalhes e ainda demora.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
A resposta vir com mais rapidez e mais detalhada.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Grandes operações em favelas que resultem em grandes apreensões e muitas mortes; policiais
envolvidos em casos de corrupção.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Trabalhar em assessoria de imprensa é complicado. Muitas informações, principalmente
aquelas que tratam de irregularidades cometidas por policiais militares, precisam ser bem
trabalhadas para serem divulgadas. Para a imprensa, a melhor forma é atender da melhor
forma possível.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 07

Dados do entrevistado(a)
Idade: 27
Escolaridade: Superior Completo
Ano e local de formação: 2003 / PUC
Local de trabalho: Rádio BandNews FM
Atividade desempenhada: Chefe de Redação
Experiência profissional: Vídeo Clipping, assessoria de imprensa do BNDES, repórter e
âncora da TV Bandeirantes
Editoria que mais gosta de atuar: Cidade

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Muito positiva!
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Não observo atualmente alguma dificuldade relevante.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Sem ressalvas a fazer.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Ações que "cortem a própria carne", ou seja, quando a corporação resolve ser rígida no
combate a crimes internos.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Acho que isso passa muito mais pela postura dos policiais e comandantes do que pela
assessoria de imprensa. A única coisa que poderia ser feita pela assessoria é divulgar mais
ações humanitárias da corporação, promover debates com a sociedade. A PM precisa estar
mais próxima da população e mostrando ser uma aliada de confiança.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 08

Dados do entrevistado(a)
Idade: 25
Escolaridade: Superior Completo
Ano e local de formação: 2009 - Estácio de Sá Rio de Janeiro
Local de trabalho: SBT
Atividade desempenhada: Produção do Jornal do SBT
Experiência profissional: Produção de TV, Webnews, Reportagem e Produção Editorial
Editoria que mais gosta de atuar: Produção de TV - Geral, Cultura, Política, Economia.

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
As assessorias de maneira geral passam por um problema muito sério, a burocratização do
acesso da imprensa aos órgãos oficiais e aos seus representantes. Contar com o intermédio da
assessoria de imprensa para solucionar uma questão urgente é quase impossível. As
assessorias de imprensa de órgãos oficiais, ao contrário das privadas, parecem ter incorporado
ao seu perfil de atuação a postura do funcionalismo público. Isto dificulta e muito o trabalho
da imprensa, tendo em vista que o conteúdo noticioso é produzido 24h. Relacionando o
problema diretamente à assessoria de imprensa da PMERJ, é necessário dizer que é comum
que emissoras sejam privilegiadas com informações em detrimento de outras, bem como a
resposta demorada de questionamentos da imprensa sobre acontecimentos cotidianos. A
assessoria de imprensa da PM não é pró-ativa, não produz pesquisas relacionadas a
corporação que possam gerar interesse à imprensa, assim como também não realiza pesquisas
solicitadas pela imprensa em tempo hábil para a veiculação.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
A burocracia e as dificuldades geradas para embarreiramento da imprensa.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Principalmente, a pró-atividade.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Notícias sobre o comportamento do PM, investigações, acompanhamento de operações
policiais, etc.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Se eles passarem a focar na geração de pautas que incluam a corporação já ajudaria a
veiculação de material que poderia agregar valor à imagem da Instituição.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 09

Dados do entrevistado(a)
Idade: 28
Escolaridade: Superior Completo
Ano e local de formação: 2004 / Rio de Janeiro (UniverCidade)
Local de trabalho: TV Record Rio
Atividade desempenhada: editora de texto
Experiência profissional: Passei pelas redações jornalísticas da Rede TV!, CNT e TV
Record.
Editoria que mais gosta de atuar: Cidade e Polícia
Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Organizada e rápida no retorno dos pedidos cotidianos.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Em casos de grande comoção social, temos que esperar a respostas dos comandantes dos
batalhões envolvidos serem passada aos assessores e muitas vezes a demora nesse processo
dificulta o fechamento do jornal.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Acho necessária a promoção de encontros que promovam a aproximação de jornalista e
assessoria, principalmente com produtores e apuradores.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Homicídios e crimes com imagens de circuito interno.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Se aproximar dos jornalistas e tentar, sempre que possível, facilitar a produção das matérias.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 10

Dados do entrevistado(a)
Idade: 40 anos
Escolaridade: Superior completo
Ano e local de formação: 1995 - PUC
Local de trabalho: Rede Record de Televisão / Balanço Geral e Jornal da Record
Atividade desempenhada: Produtora (de interna e externa)
Experiência profissional: Jornal, Rádio, Revista e TV
Editoria que mais gosta de atuar: Polícia (Segurança Pública)
Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
A gestão do atual comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio, apresentou muitas
mudanças, principalmente na relação com a imprensa. Ele setorizou a assessoria de imprensa,
ou seja, os entrevistados são conforme a relevância do assunto. Apenas em um caso de
extrema importância se faz necessária a entrevista do próprio comandante-geral. Dessa
forma, a instituição se faz mais preservada. A atuação de um exemplar assessor de imprensa,
capitão Ivan Blaz, cujas respostas são satisfatórias além de muito contundentes ajuda em
muito nosso trabalho. Antes, tudo era centralizado em apenas um profissional de comunicação
na assessoria de imprensa da PM, o que o deixava saturado e insuficiente para as demandas da
imprensa.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Em decorrência da explicação acima citada, não tenho qualquer problema relacionado à
comunicação com aquele setor. Faço as solicitações as quais necessito e as respostas vêm de
forma imediata. Independente de serem favoráveis ou não ao que preciso.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Após inúmeras gestões com este setor deteriorado, posso afirmar com muita tranqüilidade que
estou muito satisfeita com o trabalho apresentado.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Não apenas para o veículo para o qual trabalho, mas pela experiência que tenho, as notícias
que mais chamam a atenção do público de um modo geral são guerra entre facções (invasão
de um bando ao reduto de outro bando rival) e quando há falhas na investida policial
(geralmente questionáveis), como o caso do policial que confundiu uma furadeira com uma
Pistol Uzi.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Na verdade, a assessoria de imprensa da PM do Rio não pode mudar um quadro resultante de
erros herdados de gestões anteriores. É o governo do Estado que precisa investir. A imagem
da polícia é e sempre será conseqüência de situações tais como valorizar o policial com
salários dignos além de investir em seu profissionalismo. Acompanhamento psicológico
também é de extrema necessidade. Acompanhei e ainda acompanho incursões policiais em
morros e favelas e NENHUM salário no mundo paga os riscos os quais as tropas estão
submetidas numa situação como essa. O poder bélico dos marginais está cada vez mais forte.
Mas o bandido não sabe atirar, ele é detentor do poder das armas. O policial tem técnica, mas
por outro lado não tem investimento sobre sua capacitação. A marginalidade herdou forças a
partir de gestão de governos anteriores. Hoje, o policial sai para o trabalho sem a certeza de
que vai voltar para casa. Com o salário que recebe se vê obrigado a fazer os chamados 'bicos'
para que possa se sustentar assim como a sua família. De certa forma, ele volta a vestir sua
farda sem dormir, cansado, estressado e diante das ruas, as consequências de tudo isso tendem
a ser as piores. Ressalto que me refiro sempre ao bom policial, cumpridor de suas obrigações.
Infelizmente há uma errônea idéia de que há uma quantidade muito maior de policiais com
desvio de conduta, o que não é verdade. O fato de policiais militares estarem mais expostos
leva a população a esse tipo de conclusão. Infelizmente.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 11

Dados do entrevistado(a)
Idade: Não respondeu.
Escolaridade: Terceiro Grau Completo
Ano e local de formação: 2008 / UFRJ
Local de trabalho: TV GLOBO
Atividade desempenhada: Produção de Reportagem
Experiência profissional: Não respondeu.
Editoria que mais gosta de atuar: Rio

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
É uma assessoria basicamente reativa às demandas da imprensa. Limita-se a responder o que é
perguntado, e faz isso com eficiência. Avalio positivamente em comparação com outras
assessorias de órgãos da segurança publica (como a da polícia civil e a da secretaria de
segurança).
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Não tenho dificuldade de relacionamento com esta assessoria. Particularmente, as assessoras
de imprensa são simpáticas e parceiras. O porta-voz, capitão Ivan Blaz, também.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Acho que eles poderiam atuar de forma proativa, divulgando noticias positivas que muitas
vezes são pouco divulgadas.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Creio que ações positivas, como pacificação de comunidades, chamam tanta atenção quanto
ações desastrosas, como a recente morte de um morador do Andaraí que estava com uma
furadeira na mão.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Já respondido.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 12

Dados do entrevistado(a)
Idade: 27 anos
Escolaridade: superior completo
Ano e local de formação: 2009 -Niterói
Local de trabalho: TV BRASIL
Atividade desempenhada: Pauteira
Experiência profissional: assessoria de imprensa e TV BRASIL
Editoria que mais gosta de atuar: Economia

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Não posso dizer que a ASCOM da PM é atenciosa com os jornalistas, acho que a demanda é
muito grande e por isso a paciência dos assessores é zero, o que dificulta a resposta aos
jornalistas.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
O tratamento que recebemos dos assessores é muito ruim, mesmo falando com todo respeito e
atenção não obtemos a informação coerente. Não costumamos confiar na ASCOM da PM, até
porque, muitas vezes, ela não pode nos passar a verdade dos fatos.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Tudo! Apesar da ASCOM ser bem antiga, a mudança no tratamento com a imprensa seria
fundamental.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Operações.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Melhorar o tratamento com a imprensa.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 13

Dados do entrevistado(a)
Idade: 39
Escolaridade: Pós Graduação em andamento
Ano e local de formação: 1993, FACHA
Local de trabalho: Free lance
Atividade desempenhada: repórter, editora de sites
Experiência profissional: 20 anos, em revistas, jornais e internet
Editoria que mais gosta de atuar: ciência, tecnologia, saúde

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Hoje, razoável. Nas gestões anteriores, péssima.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Grosseria das assessoras, não respondiam aos e-mails, não atendiam aos pedidos. Era um
obstáculo, não uma assessoria. Agora melhorou.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Mais preparo dos profissionais, mais abertura e transparência da corporação.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Reflexões. É um site de reportagens aprofundadas, não de notícias do dia-a-dia.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Favorecer a comunicação, em vez de atrapalhar; divulgar informações de interesse público;
não reproduzir a lógica militar de centralização do poder.
Outras considerações:
A presença de um assessor especial melhorou muito o rendimento. As duas assessoras
antigas lá deviam fazer um curso de etiqueta.

ENTREVISTA Nº 14

Dados do entrevistado(a)
Idade: 56
Escolaridade: Superior Incompleto
Ano e local de formação: Não respondeu.
Local de trabalho: Jornal O DIA
Atividade desempenhada: repórter da área de segurança e justiça
Experiência profissional: Trabalhei em quase todos os jornais do rio e há 32 anos sou
repórter dos jornais O DIA, meia hora e O DIA online
Editoria que mais gosta de atuar: qualquer uma para fazer jornalismo investigativo, minha
principal especialidade

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Poderia ser melhor para acabar com a burocracia e tornar a assessoria uma parceira daqueles
que nela buscam notícias.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
O retorno é demorado, o que prejudica a informação para quem precisa de notícia em tempo
real para abastecer o online e principalmente para a chefia ser acionada diante de uma grande
notícia que mereça cobertura urgente.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Contratar mais profissionais na ASCOM para atender a necessidade do serviço.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Sem comentários.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Atender sempre um profissional com a rapidez da notícia.
Outras considerações:
Acho que a imprensa deve mostrar o lado bom da PM e divulgar ações de policiais que
mereçam virar notícia.

ENTREVISTA Nº 15

Dados do entrevistado(a)
Idade: Não respondeu.
Escolaridade: Superior incompleto
Ano e local de formação: Dez/2010
Local de trabalho: TV Globo
Atividade desempenhada: Estagiário
Experiência profissional: Jornal do Brasil, Destak-Rio
Editoria que mais gosta de atuar: Cidade/Rio

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Sempre que precisei de ajuda, ela foi dada. Avalio da melhor maneira possível.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Nenhuma, como disse, sempre que precisei, as assessoras da polícia estavam dispostas a
ajudar.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Da assessoria de imprensa, nada.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Notícias de cidade e segurança, como um todo, recebem amplo interesse dos telespectadores.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
A imagem da instituição é mais ampla do que a assessoria e reflete o trabalho de milhares de
policiais. Mas estar sempre atualizada e bem informada sobre a atuação da corporação são
meios da assessoria melhorar a imagem da PMERJ.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 16

Dados do entrevistado(a)
Idade: 50 anos
Escolaridade: Superior Completo
Ano e local de formação: 1982, Universidade Gama Filho
Local de trabalho: TV Brasil
Atividade desempenhada: Reportagem
Experiência profissional: Rádio, TV, assessoria de imprensa
Editoria que mais gosta de atuar: Geral

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Eficiente.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Não tenho, tem respondido as necessidades do cotidiano.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Creio que os assessores não podem esquecer que as demandas, mesmo as consideradas de
difícil resposta, devem ter resposta. O silêncio de uma assessoria, uma nota coberta sem a
devida resposta, deixa mal o questionado, ou a instituição.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
As de ações positivas.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Sempre resposta rápida e polícia na rua porque a sensação de segurança passada pelo
policiamento ostensivo inibe a marginalidade.
Outras considerações:
Niterói e São Gonçalo ainda são municípios carentes de policiamento ostensivo. O numero
reduzido de policiais pode explicar a situação atual, que deve ser revertida com urgência já
que a instalação de UPPs fez um movimento na bandidagem para os municípios vizinhos.

ENTREVISTA Nº 17

Dados do entrevistado(a)
Idade: 33 anos
Escolaridade: Mestrado (Administração Pública)
Ano e local de formação: 2005 - Ebape/FGV
Local de trabalho: GloboNews (RJ)
Atividade desempenhada: repórter/editor
Experiência profissional: 11 anos atuando na GloboNews e TV Globo/Brasília
Editoria que mais gosta de atuar: esporte e economia

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Satisfatório.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ?
Nenhuma em particular. Mas dificuldade de jornalista, principalmente da GloboNews, que
tem jornal de hora em hora, é conseguir informações com agilidade.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Em geral, assessor de imprensa "protege" seu cliente de jornalistas. Esta visão poderia ser
alterada para o responsável por "facilitar" a comunicação de seu cliente com jornalistas.
Esconder informação é prejudicial para construir relacionamentos de confiança e,
normalmente, cria uma antipatia no repórter na hora de escrever sua matéria. A assessoria
poderia ter o papel de construir uma ponte entre seu cliente e os jornalistas, passar
informações e até cobrar que elas sejam utilizadas com responsabilidade.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
A PM sempre vem associada ao noticiário sobre violência. Não que ela seja a causa dela, mas
sempre existe alguma informação da PM em reportagens que exploram casos de violência.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
A PM poderia ter mais iniciativa em divulgar estatísticas, levantamentos de crimes. A
investigação cabe à polícia civil, mas poderia haver algum relatório sobre apreensão de armas
etc. O setor de inteligência da PM poderia produzir mais material, principalmente de vídeo,
para disponibilizar para a TV. Para evitar que fique a imagem de que "a PM prende e a Polícia
Civil resolve o caso". Afinal, sempre são os delegados que falam nas reportagens como
"autoridade policial".
Outras considerações:
Entendo que a PM seja uma instituição militar e, conseqüentemente, respeite hierarquias. Mas
algum tenente que comanda operações de apreensão de drogas, prisões etc. poderia gravar
entrevistas (sonoras). Esperar um coronel pra falar não contribui muito. Perde o factual e
normalmente são resposta previsíveis e que não acrescentam nada. Por isso a Polícia Civil
acaba tendo mais destaque nas reportagens.
ENTREVISTA Nº 18

Dados do entrevistado(a)
Idade: 41 anos
Escolaridade: Superior Completo
Ano e local de formação: 1991 – FACHA
Local de trabalho: REDE RECORD
Atividade desempenhada: Apuradora
Experiência profissional: Apuração, produção, assessoria de imprensa, campanha eleitoral
Editoria que mais gosta de atuar: Cidade

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Regular.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Pegar nota pé cedo, a partir das 6 horas da manhã, quando chego no trabalho.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Ter mais transparência na hora de passar informações do factual, principalmente na hora de
mediar dados colhidos nos batalhões.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Morte, prisão, apreensão.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Divulgar somente a verdade, sem esconder os fatos.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 19

Dados do entrevistado(a)
Idade: 20 anos
Escolaridade: Superior incompleto
Ano e local de formação: -
Local de trabalho: TV Bandeirantes
Atividade desempenhada: Produtora
Experiência profissional: Apenas o estágio na TV Bandeirantes como apuradora e
produtora.
Editoria que mais gosta de atuar: Rio / cidade

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
A assessoria da PMERJ é demorada para atender aos pedidos da imprensa e muitas vezes não
está a par dos acontecimentos da cidade. Muitas vezes tenho informações das salas de
operação e de contatos nos batalhões que a assessoria não confirma. Já tive casos de ter que
dizer que já sabia de uma informação por outras fontes para que eles passassem a admitir que
o caso aconteceu.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
A demora como já mencionei, porque precisamos que tudo seja feito rapidamente para entrar
no jornal. Muitas vezes entramos em contato com a assessoria e não recebemos uma resposta
satisfatória, por isso é sempre melhor falar diretamente com o policial responsável ou que
participou de alguma ação. É claro que esse tipo de atitude é passar por cima da assessoria, o
que causa desconforto entre o veículo e os assessores.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Acho que falta na assessoria da PM a visão marqueteira das assessorias de imprensa do
governo, da prefeitura e das empresas particulares. É impressionante como
enfrentamos dificuldades para divulgar ações boas e vitórias da PM através da assessoria.
Alguns dias atrás, inclusive, fiz um pedido para a ASCOM da PM e a assessora me disse que
só poderia me dar uma resposta no outro dia, pois não estava conseguindo falar com o capitão
que autorizaria nossa matéria. Arrisquei e liguei para o capitão, que me atendeu na mesma
hora.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Acredito que matérias sobre operações e crimes chamam a atenção do telespectador, mas
também procuramos fazer matérias sobre as UPPs, que são bastante atraentes para quem
assiste. Falamos sobre os cursos e ações sociais oferecidas pelas UPPs, da diminuição da
criminalidade nas áreas próximas às favelas pacificadas e das melhorias para os bairros, como
valorização dos imóveis e segurança. Essas matérias são bastante assistidas tanto por quem
mora nos bairros beneficiados quanto por quem aguarda a inauguração de uma UPP
próxima às suas casas.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
A ASCOM da PM deve aproveitar mais as chances de promover boas ações da policia e
também dar mais respostas para a imprensa, para que os jornalistas confiem que a resposta vai
chegar e não liguem diretamente para os policiais, atrapalhando seu trabalho.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 20

Dados do entrevistado(a)
Idade: 56 anos
Escolaridade: Superior
Ano e local de formação: 1984/UFRJ
Local de trabalho: TV BRASIL
Atividade desempenhada: Gerente de Jornalismo
Experiência profissional: Chefe de redação, diretora do canal GNT/Globosat e, atualmente,
gerente jornalismo da TV BRASIL.
Editoria que mais gosta de atuar: Geral.

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
A resposta da PMERJ tem que ser a mais rápida possível e a assessoria se esforça e, atende
sim, quando depende somente dela.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Com a assessoria dificuldade nenhuma. Estão sempre presentes.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Nada.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
As de apelo popular. Caso lá de Vila Isabel (o PM matou um rapaz que fazia uma pessoa de
refém), por exemplo.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Divulgar através de jornais, revistas as ações da PM que a população desconhece.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 21

Dados do entrevistado(a)
Idade: 53 anos
Escolaridade: Superior
Ano e local de formação: 1985 – Universidade Federal Fluminense
Local de trabalho: Estado de São Paulo
Atividade desempenhada: Repórter
Experiência profissional: Apuração, produção, assessoria de imprensa, campanha eleitoral
Editoria que mais gosta de atuar: Cultura

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Boa.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Não com as ASCOM e sim quando os superiores se negam a falar.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
O produto da ASCOM da PMERJ é cruel, não há o que mudar, é só tocar mesmo.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
Quando efetuam operações positivas, prendendo marginais.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Mais produtos, visibilidade é fundamental.
Outras considerações:
Não respondeu.

ENTREVISTA Nº 22

Dados do entrevistado(a)
Idade: 39 anos
Escolaridade: Superior Completo
Ano e local de formação: 2000 - FACHA
Local de trabalho: INPRESS
Atividade desempenhada: repórter, assessoria de imprensa
Experiência profissional: apuração, produção, assessoria de imprensa
Editoria que mais gosta de atuar: geral

Questionário
Como você avalia a Assessoria de Imprensa da PMERJ?
Boa.
Qual é a maior dificuldade no seu relacionamento com a Assessoria de Imprensa da
PMERJ? Por quê?
Não tive, sempre fui atendida, digo, na maioria das vezes.
O que você julga necessário mudar no relacionamento da Assessoria de Imprensa com a
mídia?
Nada.
Quais são as notícias da Polícia Militar que mais atraem a atenção do leitor do jornal
para o qual trabalha?
As que envolvem tragédias. Exemplos: erros de policiais ou eliminação de marginais com
ações ousadas.
O que a Assessoria de Imprensa da PMERJ deve fazer para melhorar a imagem da
Instituição? Por quê?
Comunicar-se através de outras mídias, por exemplo, um canal de rádio, jornal etc.
Outras considerações:
Não respondeu.

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