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1ª Edição

MATHEUS S.
BORGES

SEM DIFICULDADES
HIPERESTÁTICA

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hiperestática sem dificuldades 1

HIPERESTÁTICA SEM
DIFICULDADES

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Aprenda um dos conteúdos mais temidos da
engenharia de uma forma extremamente simples e
objetiva!

Matheus Silveira Borges

1ª edição
hiperestática sem dificuldades 2

Direitos autorais © 2023 Matheus Silveira Borges

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser


reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação, ou
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico,
mecânico, fotocópia, gravação ou outro, sem a permissão expressa do
autor.

ISBN: Não disponível na etapa de pré-venda!

Quer citar este livro? Use a seguinte referência:

BORGES, Matheus Silveira. Hiperestática sem dificuldades. 1ª Edição.


Januária, 2023. 71 p. ISBN: -

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Eu dedico este trabalho à minha amada esposa


Camila e aos meus filhos Antônio e Helena, fontes
eternas de minha alegria.

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Durante a faculdade, estude, faça pesquisa, extensão, estágio, etc. Mas


tenha em sua mente que sem amigos, tudo isso será uma corrida
solitária!

Por isso, busque todo o conhecimento que existe no mundo da


engenharia para que você ganhe o mundo. Porém, não se esqueça de
transformar seus colegas de sala de amigos em irmãos!

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AUTOR E ILUSTRADOR

Matheus Silveira Borges é um professor de Engenharia Civil apaixonado


por estruturas, didática e arte.

Formado em Engenharia Civil (2015), Especialista em Estruturas na

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Construção Civil (2016) e Mestre em Modelagem Computacional e
Sistemas (2018), atualmente desenvolve projetos na área de ilustrações
didáticas para o ensino de engenharia.

É professor e pesquisador do IFNMG desde 2015. Ainda, é pai, esposo e


cristão (daqueles que respeitam profundamente quem não é).

Em 2022, descobriu ser portador de uma doença hereditária


degenerativa, que o faz correr contra o tempo na busca por fazer história
na educação superior brasileira, seu grande sonho e objetivo de vida.
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MATERIAL COMPLEMENTAR

Este livro é acompanhado de vídeo aulas de apoio ao aprendizado. Para


acessá-las, basta clicar no link a seguir:

Acesso às vídeo aulas

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ÍNDICE

Revisão de conceitos 9

1.1 O que é, de fato, uma força 9

2.2 Os famosos deslocamentos 10

2.3 Os inesquecíveis Graus de Liberdade 11

2.4 A misteriosa Rigidez 12

2.5 Diagramas de esforços 13

2.6 Tipos de Análise Estrutural 14

A tal da Estaticidade 16

2.1 O que é estaticidade de uma estrutura 16

2.2 Como verificar a estaticidade de uma estrutura 18

2.2 Porque precisamos de métodos específicos para resolvermos


estruturas hiperestáticas? 20

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2.3 Métodos disponíveis para solução de estruturas hiperestáticas 21

Exercícios 22

Método das Forças 26

3.1 O funcionamento do método 26

3.2 Consideração de recalque 30

Exercícios 31

Método dos Deslocamentos 37

4.1 O funcionamento do método 37

Exercícios 44

Método da Rigidez Direta 47

5.1 O funcionamento do método 47

Exercícios 55

Método da Distribuição de Momentos ou Processo de Cross 58


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6.1 O funcionamento do método 58

Exercícios 74

Aplicações práticas 76

7.1 Redirecionamento de cargas 76

7.2 Otimização Estrutural 77

Referências Bibliográficas 80

Respostas dos Exercícios 81

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1
Revisão de conceitos
Neste capítulo, separei os principais conceitos que você precisará
para entender os métodos de solução de estruturas hiperestáticas,
assunto principal do nosso livro.

1.1 O que é, de fato, uma força

O conceito de força parece ser um dos mais simples que temos na


física. Porém, logo perceberemos que não é bem assim.

A primeira coisa que vou destacar aqui e que pode deixar qualquer
um confuso é que você nunca viu ou sentiu uma força.

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Sério, Matheus? Sim! Super sério! Mas não se preocupe, que vou te
explicar tudo isso!

Quando você aperta a ponta de uma caneta na sua mão, você


intuitivamente acha que está sentindo a força da caneta. Mas não é bem
isso. O que você na verdade sente é uma pressão exercida pela força, que
na verdade, é sentida em função da área de contato que a caneta tem
com a sua mão.
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Então vamos aproveitar e desconstruir essa ideia de que força é


algo que a gente precisa ver na prática, pois isso, sem instrumentos de
medida (tal como uma balança), fica bem difícil de ser feito!

Ah! Mas então porque a gente calcula tudo usando a tal da força?
Porque, apesar de não conseguirmos vê-la ou senti-la, ela existe. E é essa
fantasma que acaba derrubando prédios por aí e que, portanto, deve ser

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bem compreendida por nós.

2.2 Os famosos deslocamentos

Na engenharia de estruturas, o deslocamento apresenta a mesma


ideia que vemos na física para esse mesmo termo. É basicamente a
distância percorrida por algo.

Porém, aqui, o deslocamento será não de objetos propriamente


ditos, mas de pontos (ou nós) das nossas peças estruturais.
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E para que esses deslocamentos são importantes para nós?

Porque os métodos que utilizaremos nesse livro utilizam uma


estratégia em comum que envolve os deslocamentos: o equilíbrio

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estrutural no campo das forças e dos deslocamentos.

2.3 Os inesquecíveis Graus de Liberdade

Imagine que você irá jogar um videogame. Para isso, você irá
utilizar um joystick (ou como chamamos por aqui de manete). Perceba
que essa manete já tem os locais certos em que você pode deslocar o
controle após aplicar uma força.

Esses locais foram pré-definidos pelo fabricante do videogame e


correspondem exatamente às movimentações que os jogos precisam. A
imagem a seguir ilustra tudo isso:
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Os graus de liberdade são, portanto, as direções em que o joystick
pode se movimentar. Em uma estrutura, as coisas funcionam da mesma
maneira. Consideramos que um pilar tem um grau de liberdade vertical
caso ele possa, em nosso cálculo e de alguma forma, se movimentar
nessa direção.

A definição dos graus de liberdade é extremamente importante


para qualquer modelagem estrutural, já que isso vai definir desde qual

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modelo iremos utilizar até quais esforços solicitantes teremos ao fim da
análise estrutural.

2.4 A misteriosa Rigidez

A rigidez é a quantidade de força que eu preciso para fazer algo


deformar (ou deslocar). A ideia é que, caso eu não consiga fazer essa
força, esse algo vai ficar parado, sem sofrer nada de deformação. Ou
seja, quanto mais rígida alguma coisa é, mais força eu preciso fazer para
conseguir deformá-la.

Eu confesso que esse é um dos conceitos mais difíceis de visualizar


que você conhecerá neste livro. E como tudo aqui é desenhado, então
vamos para mais uma ilustração mostrando essa ideia da rigidez.

Imagine que você pegou uma mola e vai aplicar uma determinada
força.
hiperestática sem dificuldades 13

Se a mola for mais dura (muito rígida), você tem que aplicar mais
força para conseguir apertá-la totalmente. Agora, se ela for mole (pouco
rígida), você terá que aplicar menos força.

Com isso, vemos que a quantidade de força que temos que aplicar
para apertar a mola está em função de sua rigidez.

Na engenharia de estruturas, a rigidez ganha outra dimensão de


importância. Analogamente às molas, na engenharia teremos peças mais
ou menos rígidas, dependendo das propriedades mecânicas dos
materiais e das propriedades geométricas das seções transversais.

E o legal é que essa rigidez é o produto do módulo de elasticidade


do material com alguma propriedade geométrica. Então, quanto maior o

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módulo de elasticidade e essa propriedade geométrica, mais rígida será a
estrutura.

2.5 Diagramas de esforços

Os diagramas de esforços são gráficos que utilizamos para definir


o comportamento da estrutura mediante algum cenário.

Ao projetarmos em um software (ou manualmente), topamos com


alguns tipos de diagramas de esforços que devem ser analisados por nós.
Abaixo, segue uma tabelinha bem simples sobre eles:

Tipo de Diagrama Para que ele serve

Cortante Serve para entendermos como ficará


as tensões cisalhantes. Em vigas de
concreto armado, definirá, por
exemplo, como ficarão os estribos.
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Momento Fletor Indica como ficarão as tensões


normais por conta da flexão. É talvez
o mais utilizado dos Diagramas. No
concreto armado, ele é responsável
pelo dimensionamento de vigas e
pilares (e lajes também).

Normal Representa como as trações e


compressões uniformes atuam em
uma peça. Normalmente, é o mais
simples dos Diagramas e aparece
frequentemente em pilares.

Torsor Em estruturas planas, esse Diagrama


não costuma aparecer. Porém, em
estruturas espaciais, tal como uma
estrutura real que modelamos em
um software comercial, ele aparece.
Normalmente, tem um desenho
simples, mas um entendimento
complicado.

Aqui neste livro, não iremos focar na construção de diagramas e

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sim na utilização dos métodos de solução de estruturas hiperestáticas.

2.6 Tipos de Análise Estrutural

Entenda de uma vez por todas a diferença entre uma análise linear
e uma análise não linear de estruturas!

Imagine alguém bem forte pegou um saco de cimento e colocou


sobre o ombro. Como ele é forte o bastante, durante o transporte desse
peso, seu corpo vai ficar alinhado e sua musculatura nem vai cansar
muito...

Se fôssemos fazer uma análise estrutural dessa situação,


poderíamos fazer usando a análise linear tranquilamente, pois
desalinhamentos e fadigas não são problemas!
hiperestática sem dificuldades 15
Agora, imagine que alguém que não é tão forte (tipo eu rsrs) vai
pegar o mesmo saco de cimento! Logo nos primeiros passos carregando
esse peso, o corpo dele vai desalinhar e os músculos logo vão cansar!

Quando o corpo desalinha, começa a ser impactante no


comportamento estrutural a não linearidade geométrica, pois esforços
adicionais começam aparecer por conta das inclinações que surgiram
(aquela ideia que faz parecer que algo pesa chumbo depois de um tempo
que estamos carregando rsrs)!

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E quando os braços e pernas começam a cansar, eles vão perdendo


a força para conseguir levar o peso. E é exatamente isso que é a nossa
não linearidade física!
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2
A tal da Estaticidade
2.1 O que é estaticidade de uma estrutura

A estaticidade de uma estrutura diz respeito à possibilidade ou não


dela se movimentar. Quando temos restrições suficientes para que uma
estrutura não se desloque, consideramos que ela está estática.

Mas e como são, no fim das contas, classificadas as estruturas pela


ótica da estaticidade? É o que vamos aprender agora!

Para isso, imagine que você foi à padaria de bicicleta. Existem três
formas de deixá-la enquanto você compra o pão.

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1. Sem cadeado e sem colocar uma das rodas em um suporte


(bicicletário). Neste caso, as únicas restrições de movimento que temos
são as reações de apoio das rodas. Se alguém chegar e pedalar a
bicicleta, ela irá andar, não é mesmo?
hiperestática sem dificuldades 17
Quando as reações de apoio não garantem que a estrutura ficará
parada sob a aplicação de algum esforço, classificamos a estrutura como
Hipostática!

2. Para não deixar a bicicleta "solta", você colocou uma das rodas
em um suporte. Assim, uma reação de apoio foi acrescentada às demais,
atingindo a quantidade necessária de reações para ela ficar paradinha!

Agora, não tem como fazer a bicicleta andar (a não ser que alguém
retire a roda do suporte, tornando ela hipostática novamente).

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Quando a quantidade de reações de apoio é exatamente a
necessária para garantir que a estrutura ficará parada sob a aplicação
de algum esforço, classificamos a estrutura como Isostática!

3. Se você quiser restringir ainda mais as possibilidades de


movimentação da sua bicicleta, você tem a opção de colocar um
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cadeado. Assim, ao menos mais uma reação de apoio é adicionada às
demais.

Perceba que a reação de apoio do cadeado é algo a mais, e que


você colocou para garantir que realmente a bicicleta não vai poder
movimentar!

Quando você tem mais reações do que de fato necessário, nós


chamamos a estrutura de Hiperestática!

O interessante é que essa ideia de ter mais reações de apoio


sempre traz uma impressão de segurança, já que estamos provendo mais
condições de suporte do que necessárias. Porém, isso nem sempre é
verdadeiro, já que, por diversos fatores, podemos ter estruturas
hiperestáticas com menos segurança do que uma isostática.

Outra coisa: quando aumentamos a quantidade de reações de


apoio, alteramos o método de solução destas estruturas já que,
matematicamente, elas deixam de ser estaticamente determinadas e

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passam a ser estatisticamente indeterminadas. Na prática matemática,
passamos a ter mais incógnitas do que equações dentro do sistema linear
que usamos para encontrar as reações de apoio.

Para que então, consigamos ter estruturas seguras e funcionais


com características hiperestáticas, precisamos entender bem como se
dão seus funcionamentos.

2.2 Como verificar a estaticidade de uma estrutura

Para conseguirmos determinar qual classificação uma estrutura


está, precisamos fazer a seguinte análise:

1. Contabilize o número de barras NB que constituem a nossa estrutura.

2. Contabilize a quantidade de forças reativas/restritivas FR que


trabalham na estrutura.

3. Agora, faça a seguinte verificação:


hiperestática sem dificuldades 19

Se… A nossa estrutura será…

3xNB > FR Hipostática

3xNB = FR Isostática

3xNB < FR Hiperestática

Se a estrutura for hiperestática, é importante definir o grau


hiperestático da mesma. O grau hiperestático (GH) pode ser definido pela
seguinte relação:

Essa definição será útil desde a escolha do método até a definição


de como serão feitos os cálculos. Mais detalhes serão transmitidos nos
capítulos específicos de cada método!

Exemplo Resolvido
1. Verifique o grau de estaticidade da estrutura abaixo:

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Iniciaremos nosso exemplo contabilizando o número de barras NB. Neste
caso, como temos apenas uma viga, teremos apenas uma barra.
Portanto, NB = 1.

Percebemos também que os apoios estão funcionando da seguinte forma:


A = engaste, B = apoio móvel e C = engaste.
hiperestática sem dificuldades 20

Com isso, temos FR = 7.


Agora, iremos fazer a verificação final:

Como a inequação ficou com o <, ao consultar a tabela anterior,


percebemos que a nossa estrutura é hiperestática.

2.2 Porque precisamos de métodos específicos para resolvermos


estruturas hiperestáticas?

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Imagine que você irá calcular uma estrutura como a desenhada
abaixo:

Nela, percebemos a seguinte modelagem estrutural:


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Buscando compreender como ficam as reações de apoio nessa
estrutura, iremos perceber que o engaste tem três reações e o apoio
móvel uma. A ilustração a seguir mostra isso:

Se fizermos a verificação do grau de estaticidade, iremos perceber


que essa estrutura é hiperestática, já que apresenta uma reação de apoio
a mais do que necessário para manter a estaticidade. Na prática, neste
tipo de estrutura, a gente cai em um sistema linear com um tanto de
variável desconhecida e somente um pouco de equações para trabalhar.
Com isso, não conseguimos resolvê-las e determinar suas reações de

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apoio.

Por isso, precisamos de alguma estratégia que elimine as reações a


mais, tornando o número de variáveis igual ao número de equações da
estática. Para isso, é necessário o emprego dos métodos de solução de
estruturas hiperestáticas, que é o que veremos daqui em diante neste
livro!

2.3 Métodos disponíveis para solução de estruturas hiperestáticas

Na atual literatura, temos diversos métodos que podem ser


utilizados para solucionar estruturas hiperestáticas. Dentre os mais
clássicos, temos o método das forças e método dos deslocamentos.

E, como é possível obtermos implementações matriciais usando o


método dos deslocamentos, este acabou ganhando diversas variações,
como o método da rigidez direta e o dos elementos finitos,
hiperestática sem dificuldades 22
computacionalmente implementáveis e que resolvem problemas
gigantescos com pouquíssimo tempo de processamento.

No entanto, apesar de termos diversas opções para utilizarmos,


neste livro, iremos focar nos que normalmente são empregados em cursos
de graduação em engenharia, ou seja:

● Método das Forças


● Método dos Deslocamentos
● Método da Rigidez Direta
● Processo de Cross

Exercícios

1. Classifique as estruturas abaixo quanto à estaticidade. Se for


hiperestática, defina o grau de hiperestaticidade.

a)

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b)
c)

e)
d)
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f)

2. Se uma estrutura possuir menos restrições de deslocamento do que o


suficiente para manter a estaticidade, ela será denominada hipostática.
O que isso implica, em termos práticos? Existe alguma estrutura nas mais
diversas engenharias que possa/deve ser hipostática? E na engenharia
civil?

3. Se uma estrutura possuir mais restrições de deslocamento do que o


suficiente para se manter estática, ela será classificada como

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hiperestática. Quais as vantagens e desvantagens desse tipo de
estrutura?

4. O contraventamento, por meio de tirantes e escoras, é uma forma de


aumentar o grau de estaticidade de uma estrutura. Assim, um pórtico que
ora estava sendo hipostático, se transformará em isostático, por exemplo.
Assim, para os pórticos abaixo, execute (desenhando e provando
matematicamente) o contraventamento para garantir uma
hiperasticidade.
b)
a)
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3
Método das Forças
O método das forças é uma das mais clássicas formas de “quebrar”
a superioridade de variáveis em relação às equações disponíveis. A ideia
dele é basicamente equilibrar os deslocamentos causados em uma
estrutura com as forças excedentes que tornaram a estrutura
hiperestática.

3.1 O funcionamento do método

No método das forças, nós criamos dois subsistemas estruturais e


os comparamos buscando o equilíbrio entre forças e deslocamentos. Para

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resolver uma estrutura pelo método das forças, siga os seguintes passos:

1. Escolha a reação de apoio excedente. Nesta estrutura, fica mais fácil


escolher By, já que você acaba “eliminando” o ponto B do problema, já
que lá só tinha a reação By.

2. Monte os subsistemas. Neste caso, teremos um subsistema 1 com


todas as características da viga original, mas com a retirada da reação
hiperestática sem dificuldades 27
de apoio a mais e um subsistema 2 com a retirada das ações originais da
viga e a inserção de uma reação unitária no lugar da que retiramos.

3. Faça o estudo dos deslocamentos para cada subsistema. A ideia


aqui é utilizar as equações da elástica de cada caso para determinar o
deslocamento no ponto onde estava a reação retirada.

4. Equilibre os subsistemas. Aqui, iremos considerar que a estrutura


como um todo deve está equilibrada em termos de forças e
deslocamentos. Assim, iremos equilibrar os subsistemas por meio de um
coeficiente de ajuste chamado coeficiente de flexibilidade.

5. Encontre as reações de apoio. Aqui, determinamos as reações de


apoio. Se a estrutura inicial tiver apenas uma reação excedente, ela será
o próprio coeficiente de flexibilidade.

Exemplo Resolvido 1

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Determine as reações de apoio da viga acima utilizando o método das
forças.

- Q = 10 kn/m, E = 20GPa, I = 5 x 10^-4 m^4

Resolução
Para resolvermos esta questão, podemos particionar a estrutura em dois
subsistemas.

O primeiro será este:


hiperestática sem dificuldades 28

O segundo, que contém a reação excedente, será este:

Agora, podemos usar as formulações já disponíveis na literatura para


determinar as deflexões no ponto A.

A deflexão em A por conta do subsistema 1

Segundo a literatura, temos que:

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No entanto, o sentido das abscissas está ao contrário na representação
da tabela. Portanto, vamos considerar o x = 4,20 (de B para A) ao invés de
1,00.

Assim, temos que:


hiperestática sem dificuldades 29
Agora, desprezando o balanço de 1m à esquerda, temos uma situação de
engaste com carga concentrada na ponta, que tem a seguinte equação
da elástica:

Como o sentido de representação também está ao contrário, precisamos


pegar os valores de x no sentido oposto. Assim, xA = 4,20m.

Agora, considerando no lugar de Ay a atuação de uma força unitária,


teremos que:

Agora, podemos montar a equação e determinar o coeficiente de


flexibilidade do sistema:

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Como sabemos, nessas condições, f = Ay = 27,54 KN

Fazendo o somatório de forças verticais, podemos constatar que By =


24,46 KN

Fazendo um equilíbrio de momentos, teremos:


hiperestática sem dificuldades 30
3.2 Consideração de recalque

Uma das aplicações mais interessantes do Método das Forças é a


de recalques de apoio.

A ideia consiste basicamente em utilizar um recalque diferencial já


conhecido na equação que equilibra as forças e os deslocamentos. Com
isso, conseguimos determinar o rearranjo das forças pós-recalque, ou
seja, considerando a não linearidade geométrica da estrutura.

Exemplo Resolvido 2
Agora, considere que, na estrutura do Exemplo Resolvido 1, teremos um
recalque de fundação de 5mm para baixo no apoio A. Com isso,
determine as novas reações de apoio utilizando o método das forças.

Resolução

Agora, vamos considerar o recalque de 5mm para baixo no apoio A. A


equação constitutiva permanece a mesma, mas agora, a igualdade nos
leva ao valor do recalque.

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Com isso, By = 26,49KN e


hiperestática sem dificuldades 31
Para comprovar os resultados, podemos modelar a estrutura no Ftool:

Que apresentará as seguintes reações de apoio:

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Exercícios

1. Para o sistema estrutural acima:

a) Determine as reações de apoio utilizando o método das forças.

b) Trace os diagramas de Força Cortante e Momento Fletor.


hiperestática sem dificuldades 32

2. Para o sistema estrutural acima:

a) Determine as reações de apoio utilizando o método das forças.

b) Trace os diagramas de Força Cortante e Momento Fletor.

3. Para o sistema estrutural acima:

a) Determine as reações de apoio utilizando o método das forças.

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b) Trace os diagramas de Força Cortante e Momento Fletor.

c) Dimensione a viga para o Momento Fletor.

Tensão Normal Admissível = 15MPa

Seção no formato = a x 2a

4. Para o sistema estrutural acima:

a) Determine as reações de apoio utilizando o método das forças.

b) Trace os diagramas de Força Cortante e Momento Fletor.


hiperestática sem dificuldades 33
c) Dimensione a viga para o Momento Fletor.

Tensão Normal Admissível = 15MPa

Seção no formato = a x 2a

5. Para o sistema estrutural acima:

a) Determine as reações de apoio utilizando o método das forças.

b) Trace os diagramas de Força Cortante e Momento Fletor.

c) Dimensione a viga para o Momento Fletor.

Tensão Normal Admissível = 15MPa

O formato da seção deve ser escolhido por você!

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6. Para o sistema estrutural acima:

a) Determine as reações de apoio utilizando o método das forças.

b) Trace os diagramas de Força Cortante e Momento Fletor.

c) Dimensione a viga para o Momento Fletor.

Tensão Normal Admissível = 15MPa

O formato da seção deve ser escolhido por você!


hiperestática sem dificuldades 34

7. Para o sistema estrutural acima:

a) Determine as reações de apoio utilizando o método das forças.Trace os


diagramas de Força Cortante e Momento Fletor.

b) Dimensione a viga para o Momento Fletor.

Tensão Normal Admissível = 15MPa

O formato da seção deve ser escolhido por você!

8. Dada a estrutura abaixo, faça os seguintes itens de projeto:

a) Calcule as reações de apoio da viga abaixo:

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b) Agora, suponha que o apoio A recalcou 11mm para baixo e o apoio B
5mm para baixo. Após os recalques, o que irá alterar na estrutura?

9. Dada a estrutura abaixo, faça os seguintes itens de projeto:

OBS: Seção de 10cm x 20cm.


hiperestática sem dificuldades 35
a) Calcule as reações de apoio.

b) Dimensione o cabo B. σ = 50MPa.

c) Agora, considere que este cabo sofrerá uma deformação normal em


decorrência do carregamento imposto. E = 150GPa.

d) Com o deslocamento ocorrido no ponto B por conta da deformação


normal do cabo B, recalcule as reações de apoio.

e) O que você consegue deduzir de tudo o que foi calculado?

10. Abaixo, vemos uma estrutura que funciona de uma forma bem
interessante: linearmente, temos uma estrutura que se comporta com um
engaste em A e um apoio móvel em B, ambos com condição de contorno
de deslocamento nulo.

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No entanto, considerando uma hipótese da ocorrência de uma não
linearidade relevante, o apoio em B começa a ter um comportamento não
linear de ordem geométrica que pode impactar o comportamento global
da estrutura.

a) Considerando que, dentro dessa não linearidade, os deslocamentos em


B podem trazer um comportamento inesperado, surge a seguinte dúvida:
Se alterarmos a seção transversal da viga (aumentando a sua rigidez),
esse deslocamento e, consequentemente seu impacto sobre o
comportamento global da estrutural, seriam menores? Explique
matematicamente o porquê da sua resposta.
hiperestática sem dificuldades 36
b) Qual seria a influência de uma redução intencional do diâmetro do
cabo em B sobre a ação de arrancamento dos parafusos em A (ação axial
nos parafusos atuando no cisalhamento do contato das buchas +
parafusos com o sólido de apoio em A) que constituem o engaste?
Explique matematicamente o porquê da sua resposta.

c) Explique o contexto que fundamenta a não consideração de cargas


horizontais em vigas pelo Método das Forças.

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hiperestática sem dificuldades 37

4
Método dos Deslocamentos
O Método dos Deslocamentos consiste basicamente em determinar
os graus excedentes por meio de um equilíbrio entre a rigidez dos
vínculos à um deslocamento com as forças atuantes.

É um dos mais clássicos e importantes métodos da engenharia de


estruturas, servindo de base para a grande maioria dos métodos de
solução de estruturas atualmente utilizados.

4.1 O funcionamento do método

Dada a estrutura abaixo, podemos calcular as suas reações de

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apoio pelo método dos deslocamentos.

Para tal, siga os seguintes passos:

1. Enrijeça os nós internos: Basicamente, nesta etapa, iremos enrijecer


todas as ligações internas (porém, de forma alternada. Mais detalhes
adiante) colocando “chapas de aço imaginárias”.
hiperestática sem dificuldades 38

2. Aplique um deslocamento unitário: Agora, iremos aplicar um


deslocamento unitário, como por exemplo uma rotação unitária na(s)
ligação(ões) enrijecidas com nossa(s) “chapa(s) de aço imaginária(s)”.
Assim, teremos um comportamento da elástica conforme ilustrado
abaixo:

3. Determine as rigidezes dos apoios nesta situação deformada. Nesta


etapa, precisamos determinar as rigidezes de cada ligação. Para tal,

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iremos usar a tabela abaixo (disponível de forma completa nos Anexos
deste livro):

Fonte da Imagem: Tecgraf - PUC


OBS: Os d’ não necessitam ser utilizados neste caso.
hiperestática sem dificuldades 39
Porém, cabe aqui ressaltar que para o método funcionar, a gente só
precisa mesmo de um valor de rigidez, que é a relativa ao grau de
liberdade que a gente deslocou ou rotacionou no passo anterior.

No exemplo acima, aplicamos uma rotação unitária em B. Por isso, agora,


basta calcular o momento em B. O restante da rigidezes a gente pode
deixar para encontrar depois.

4. Determine a reação de apoio relativa ao grau de liberdade


deslocado

Para tal, utilize as tabelas de reações de apoio constantes no seguinte


link.

5. Agora, monte a seguinte equação com os valores já encontrados:

6. Encontre a deslocabilidade d.

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7. Determine a reação de apoio excedente ou as demais reações!

Exemplo Resolvido 1

Determine as reações de apoio da estrutura acima.

OBS: Considere neste exemplo EI = 1, Q = 10KN/m, L1 = 4m e L2 = 3m.

Resolução
1. Enrijeça os nós internos: Como apenas o nó B é interno neste
problema, basta que coloquemos uma “chapa imaginária” em B:
hiperestática sem dificuldades 40

2. Aplique um deslocamento unitário: Agora, iremos aplicar um


deslocamento unitário em B. Aqui, não faz diferença aplicar um
deslocamento de translação ou rotação, já que os resultados devem dar
os mesmos.

Porém, aqui neste exemplo, vou aplicar um deslocamento rotacional em B


no valor de 1 radiano. Com isso, o seguinte aspecto deformado surgirá
(de mentirinha, já que essa etapa não tem nada de realidade).

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Agora, usamos nossa tabela de coeficientes de rigidez para definir a
rigidez da ligação em B:
hiperestática sem dificuldades 41
3. Determine as rigidezes dos apoios nesta situação deformada.

Bem, somando esses dois coeficientes de rigidez já com seus valores,


teremos:

4. Determine a reação de apoio relativa ao grau de liberdade


deslocado.

Como mencionei anteriormente, a gente precisa agora de calcular apenas


a reação de momento em B, visto que é neste nó que estamos
trabalhando.

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Calculando os valores, teremos:
hiperestática sem dificuldades 42

5. Agora, monte a seguinte equação com os valores já encontrados:

6. Encontre a deslocabilidade d

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7. Determine a reação de apoio excedente ou as demais reações!

Para isso, precisamos encontrar as reações R1 (que usa as forças


originais da estrutura) e a R2 (que usa as rigidezes) na mesma tabela que
encontramos as informações anteriores.

Como exemplo, vamos determinar aqui o valor de Ay, ou seja, a reação


de apoio vertical em A.

Pelas nossas tabelas, temos que:


hiperestática sem dificuldades 43

Com isso, teremos Ay* = 3/8.

Agora, precisamos encontrar a reação de apoio pela ação das cargas.


Pela tabela, temos:

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Com isso, teremos Ay = 20KN.

Substituindo na equação abaixo, teremos:


hiperestática sem dificuldades 44

Pronto! E agora, quer encontrar as demais reações de apoio para treinar?


Olha o resultado das reações de apoio abaixo:

Exercícios

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1. A seguinte estrutura seria executada em uma residência. No entanto,
um engenheiro, ao lançar a estrutura no software, inseriu a carga de 10
KN/m em todo o comprimento da estrutura, pensando assim está
trabalhando a favor da segurança.

a) Supondo que todas as fundações sejam do tipo estacas (que suportam


reações positivas e negativas) e, analisando somente pela ótica das
fundações, a modelagem não fidedigna do engenheiro apresentará
problemas? Justifique sua resposta usando o método dos deslocamentos
como ferramenta.
hiperestática sem dificuldades 45
b) Com a modelagem não fidedigna do engenheiro, a viga terá algum
problema? Justifique sua resposta usando o método dos deslocamentos
como ferramenta.

c) Considerando que a flecha é a integral dupla do momento, qual análise


você faz da flecha do trecho B-C entre as situações real e não-real?

2. O entendimento do comportamento estrutural é um dos principais


quesitos para o desenvolvimento de um bom projeto/laudo. Em uma
situação em que você foi contratado e será necessário a confecção de um
laudo técnico, temos uma estrutura que foi construída com as seguintes
características:

Para a confecção do laudo técnico, determine as seguintes informações:

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a) Reações de apoio.

b) Diagramas de força cortante e de momento fletor.

Agora, por meio dos resultados numéricos obtidos, dê o seu parecer


técnico no que tange aos seguintes assuntos:

3. Dada a estrutura abaixo, faça os seguintes itens de projeto:

a) Calcule as reações de apoio.

b) Represente os diagramas de força cortante e de momento fletor.


hiperestática sem dificuldades 46
c) O que você propõe para melhorarmos o lançamento desta estrutura?

d) Supondo que essa flecha ultrapasse o limite permitido pela norma,


qual seria a sua proposta de intervenção? OBS: Sua proposta precisa ser
notadamente mais econômica do que o atual sistema e não alterar o
posicionamento dos pilares, interferindo na arquitetura.

4. Faça a análise estrutural completa (reações de apoio e diagramas de


esforços) da estrutura abaixo:

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hiperestática sem dificuldades 47

5
Método da Rigidez Direta
O método da rigidez direta é uma aplicação matricial do Método
dos Deslocamentos. É uma forma bem interessante de começar os
estudos dos métodos numéricos de análise estrutural.

5.1 O funcionamento do método

Para melhor compreensão do método, vamos resolver os seguintes


exemplos resolvidos:

1. Dada a barra tracionada abaixo, faça o que se pede:

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Considere EA = 1

a) Construa a matriz de rigidez da barra.

Esta questão tem como objetivo apenas a construção da matriz de


rigidez k da estrutura acima. Para resolvê-la, temos que inicialmente
organizar as informações que temos. Um primeiro passo será identificar
as barras e os nós, as coordenadas cartesianas dos nós e os graus de
liberdade de cada nó (cada nó tem dois graus de liberdade).
hiperestática sem dificuldades 48

Agora, nós iremos calcular λx e λy:

Com os valores de λx e λy calculadores, iremos construir a matriz de


rigidez k, conforme modelo abaixo:

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Substituindo os valores, teremos:

Por questões práticas, não há problemas em deixar a resposta assim


mesmo. Se fôssemos implementar essa matriz em algum software, essa
multiplicação seria feita de forma bem simples. E o interessante de deixar
assim é que para qualquer dimensão da barra, teremos esse mesmo
formato da matriz, mudando apenas o AE/L.
hiperestática sem dificuldades 49
a) Calcule as reações de apoio

Para calcular as reações de apoio, a seguinte equação é válida:

onde Q é o vetor de cargas, K a matriz de rigidez global (neste caso, a


matriz local é a mesma matriz global, visto que temos apenas um
elemento).

Se detalharmos essas matrizes, teremos:

Assim, temos que alimentar os vetores e matrizes com o que conhecemos.


Assim, teremos:

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Assim, podemos encontrar o seguinte sistemas de equações:

Ou seja,
hiperestática sem dificuldades 50
Assim, com um único sistema matricial, conseguimos encontrar as
reações de apoio e o deslocamento no ponto B (dFx), que é de 20 (neste
exemplo, como usamos um EA unitário, este deslocamento não faz
sentido geométrico).

Exemplo Resolvido 1
Dada a treliça abaixo, faça o que se pede:

Considere EA = 1

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a) Determine as matrizes de rigidez de cada elemento

Inicialmente, precisamos organizar as informações da nossa estrutura:

Agora, nós iremos calcular λx e λy para os Elementos 1 e 2:


hiperestática sem dificuldades 51

Com os valores de λx e λy calculados, iremos construir a matriz de rigidez


k de cada Elemento, conforme modelo abaixo:

Assim, k1 pode ser determinada da seguinte forma:

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Já k2 pode ser determinada da seguinte forma:

b) Determine as matrizes de rigidez global K.

A matriz de rigidez global K agora será construída! A ideia é preencher a


seguinte matriz global com os valores de cada matriz local:
hiperestática sem dificuldades 52

Agora, é só fazer a anotação de cada posição das linhas e colunas de


acordo com o número do grau de liberdade. Para valores da matriz local
k1, vou usar a cor verde. Para os valores da matriz local k2, vou usar a cor
vermelha.

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Nas posições não anotadas, teremos valor nulo. Para as posições onde
apenas um valor foi preenchido, este será o valor da posição. Para
posições onde mais de um valor foi preenchido, devemos somá-los para
indicar o valor final desta posição. Assim, teremos:
hiperestática sem dificuldades 53

Ou seja, nossa matriz de rigidez global K será:

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c) Calcule as reações de apoio.

Para calcular as reações de apoio, a seguinte equação é válida:

onde Q é o vetor de cargas e K a matriz de rigidez global. Se detalharmos


essas matrizes e substituirmos as cargas nodais q e também os
deslocamentos nodais d, teremos a seguinte equação matricial. OBS: Os
hiperestática sem dificuldades 54
apoios em A e B tem condições de contorno de deslocamentos
translacionais = 0. Por isso, os deslocamentos associados aos graus de
liberdade 3, 4, 5 e 6 são nulos::

Com a equação matricial montada, podemos extrair o sistema de


equações:

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Como iremos precisar encontrar d5 e d6, iremos condensar as


informações que temos e montar um novo sistema de equações:
hiperestática sem dificuldades 55

Poderíamos resolver esse sistema com qualquer método visto em


GAAL ou Cálculo Numérico, mas como esta parte não é foco de nossa
disciplina, vou utilizar uma aplicação web para tal, disponível no site
https://matrixcalc.org/pt/slu.html.

Com isso, achamos d5 = 383/5 e d6 = -20. Usando esses valores,


podemos encontrar By como -10KN. Ou seja: Ax = 10KN, Ay = 10KN, Bx = 0
e By = -10KN. Modelando a mesma estrutura no Ftool, teremos como
resposta:

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Ou seja, a nossa abordagem do Método da Rigidez encontra os mesmos


resultados do Ftool.

Exercícios
hiperestática sem dificuldades 56
1. Considerando a treliça abaixo ilustrada e os seus conhecimentos do
Método da Rigidez Direta:

Considere a rigidez das barras como constante e unitária em toda a


estrutura.

a) Construa a matriz de rigidez local de cada elemento.

b) Construa a matriz de rigidez global.

c) Calcule as reações de apoio.

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d) Calcule os esforços normais em cada barra.

2. As treliças são um tipo de estruturas reticuladas com uma aplicação


imprescindível na engenharia. Isso se dá pelo fato delas serem
organizadas de forma otimizada pela ótica topológica, ou seja, os
materiais são distribuídos de forma com que a eficiência total da
estrutura aumente, quando comparamos com outros tipos de estruturas
reticuladas, como por exemplo as vigas. No entanto, quanto tratamos de
treliças, muitas das vezes temos estruturas com cálculo
consideravelmente complexo, dada a quantidade de elementos que a
compõem. Nesse sentido, a utilização de estratégias de análise estrutural
que otimizem este processo é algo de grande valia para os projetistas de
estrutura. Dentre essas estratégias, temos o Método da Rigidez, que por
meio da simples relação entre forças e deslocamentos por meio da
rigidez, cálculos relativamente complexos tornam-se possíveis. Assim,
hiperestática sem dificuldades 57
considerando a treliça abaixo ilustrada e os seus conhecimentos do
Método da Rigidez:

Onde,

E = 200GPa

Seção Circular com ϕ 40mm

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a) Construa a matriz de rigidez local de cada elemento.

b) Construa a matriz de rigidez global.

c) Calcule as reações de apoio.


hiperestática sem dificuldades 58

6
Método da Distribuição de Momentos ou
Processo de Cross
O Processo de Cross é um método iterativo de cálculo de estruturas
hiperestáticas sem deslocabilidades externas do tipo translação, ou seja,
para estruturas que necessariamente tem engaste ou apoio fixo em suas
extremidades.

Ele pode ser aplicado em cálculos de vigas, grelhas e pórticos


planos e espaciais. Apesar de não ser utilizado hoje com muita frequência
pelos escritórios de engenharia, este método marcou um período onde as
estruturas de concreto armado estavam em ascensão e não tínhamos

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ferramentas computacionais para o cálculo destas estruturas, que são
caracterizadas por altos graus de hiperestaticidade.

Assim, no atual cenário da engenharia de estruturas, aprendemos


este método não para aplicações tradicionais de engenharia, mas para
um passo a mais na compreensão do comportamento de uma estrutura
hiperestática.

6.1 O funcionamento do método

Considere uma resolução do sistema hiperestático abaixo usando o


Processo de Cross. OBS: Considere neste exemplo EI = 1, Q = 10KN/m, L1 =
4m e L2 = 3m.
hiperestática sem dificuldades 59

1. A aplicação do método consiste inicialmente na consideração de um


sistema hipergeométrico (SH). Basicamente, nesta etapa, iremos enrijecer
todas as ligações internas colocando “chapas de aço imaginárias”.

2. Agora, iremos aplicar uma rotação unitária na(s) ligação(ões)


enrijecidas com nossa(s) “chapa(s) de aço imaginária(s)”. Assim, teremos
um comportamento da elástica conforme ilustrado abaixo:

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Nesta etapa, precisamos determinar as rigidezes de cada ligação. Para
tal, iremos usar a tabela abaixo:
hiperestática sem dificuldades 60
OBS: Os d’ não necessitam ser utilizados neste caso.

Ou seja, teremos como K em cada ponto:

A B C

1/2 1 4/3 2/3

Agora, para cada lado do(s) nó(s) interno(s), teremos que calcular os
Fatores de Distribuição d:

Como temos apenas o nó B como nó interno (neste exemplo), teremos:

3. Agora, iremos particionar nossa estrutura nos pontos em que

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colocamos nossa(s) “chapa(s) de aço imaginária(s)”:

Com a nossa estrutura particionada, iremos calcular os momentos de


engastamento perfeito (ver tabela disponível no Classroom) em cada
ponto e preencher a tabela abaixo:

A B C

40/3 -40/3 15/2 -15/2


hiperestática sem dificuldades 61
4. Agora, iremos fazer a distribuição de momentos no(s) nó(s) interno(s).
Para isso, começaremos encontrando o nosso Momento Total em B (soma
do momento de cada lado das estruturas particionadas).

A B C

40/3 -40/3 15/2 -15/2

- -40/3 + 15/2 = -35/6 -

Agora, iremos multiplicar nosso Momento Total em B pelos fatores de


distribuição db (com sinal trocado):

A B C

40/3 -40/3 15/2 -15/2

-40/3 + 15/2 = -35/6

1001/400 3997/1200

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Agora, precisamos distribuir esses momentos para os nós externos. No
entanto, isso somente deve ser feito se este nó externo for um engaste,
que é o caso deste exemplo. Nós articulados não recebem momentos, e
portanto, não devem ser considerados no momento da distribuição dos
momentos que vem dos nós internos. É aceito ainda que um nó externo
engastado recebe, pela metodologia do Processo de Cross, metade do
valor de momento que encontramos na etapa anterior. Assim, teremos:

A B C

40/3 -40/3 15/2 -15/2

-40/3 + 15/2 = -35/6

1001/400 3997/1200
hiperestática sem dificuldades 62

1001/800 3997/2400

Agora, iremos fazer o somatórios dos momentos (em azul), obtendo como
resultado os momentos fletores em cada ligação (em vermelho):

A B C

40/3 -40/3 15/2 -15/2

-40/3 + 15/2 = -35/6

1001/400 3997/1200
1001/800 3997/2400

14,58 -10,83 10,83 -5,83

Ao modelarmos a estrutura no Ftool, teremos:

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Aqui, percebemos algo um tanto curioso. O momento da ligação em A
está com o sinal oposto ao encontrado pelo Processo de Cross. O
momento em B seria o referente ao lado esquerdo do ponto B e o
momento em C é o que encontramos de fato. Por que isso ocorreu?

Os diagramas (momento, cortante, normal e torsor) são dados pelas


esforços internos na viga (ou outro elemento). Ou seja, não usamos
esforços de ligação para desenhar os diagramas! Isso é de fundamental
importância!

Assim, o que nós encontramos em A, essencialmente é o que ilustro


abaixo:
hiperestática sem dificuldades 63

Porém, esse M = + 14,6 apenas indica o momento fletor na ligação, onde o


+ especifica que este momento é anti-horário. E isso é bem verdade!
Porém, este momento, por sua vez, precisa ter um binário de momento M
com sinal trocado em um ponto infinitesimal após a ligação para que
ocorra um equilíbrio. E esse ponto infinitesimal é exatamente o primeiro
ponto da viga. E esse binário de momento é exatamente a reação interna
de momento na primeira seção transversal infinitesimal da viga. E é
exatamente esse momento que representamos no diagrama!

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Resumo: Representamos nos diagramas a reação interna na viga e
não a reação de apoio ou outra coisa que a nossa viga tenha.

E sabe o que é mais interessante? Para alguns (como foi meu caso),
somente aqui neste ponto do Processo de Cross que entendemos que é
assim que os diagramas funcionam!

Ah! Matheus, mas é aí? Como ficam os diagramas com o Processo


de Cross?

Bom, vamos basicamente fazer o seguinte: Pegue o valor da


esquerda! Vamos entender isso melhor?

No apoio A, só temos o momento da direita. Então, precisamos


“imaginar” uma continuidade à esquerda de A, que teria o mesmo
hiperestática sem dificuldades 64
momento que encontramos em A, mas com sinal trocado. Mas saiba: isso
só acontece em A (primeiro apoio da viga).

Nos apoios intermediários, sempre teremos momento à esquerda e


à direita. Pegue o da esquerda!

No último apoio, sempre teremos somente o momento da esquerda.


Então, basta pegar o que você encontrou no Processo de Cross. Simples,
não?

Reações de Apoio

O interessante do Processo de Cross é que ele fornece, de imediato,


o diagrama de momento fletor. É como se tivéssemos pulado a etapa de
cálculo das reações de apoio. Mas isso não é problema, pois podemos
também calcular as reações de apoio.

Para tal, podemos utilizar os sistemas particionados:

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Se calcularmos o somatório de momentos em A, por exemplo:

Vamos calcular agora o somatório de momentos em C:


hiperestática sem dificuldades 65

Para encontrar By, podemos somar as parcelas de By em cada situação:

Obtendo as reações de apoio pelo Ftool, podemos confirmar que nosso


cálculo está correto:

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Ainda, é possível agora determinar os demais valores dos diagramas de
momento fletor e força cortante, usando os métodos de construção de
diagramas aprendidos em Teoria das Estruturas I. Como não é foco deste
conteúdo, iremos apenas reproduzir os resultados de força cortante e
momento fletor proporcionados pelo Ftool:
hiperestática sem dificuldades 66

Exemplo Resolvido
1. Determine os momentos internos em cada nó da viga abaixo:

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Resolução:

O primeiro passo é considerar o sistema hipergeométrico, onde cada


ligação interna (neste caso os nós B e C) serão enrijecidos por uma chapa
metálica imaginária.

Após, iremos aplicar uma rotação unitária em cada nó interno (em B e em


C) e verificar por meio da tabela de rigidezes, qual o valor de k para cada
lado do nó enrijecido. Abaixo, eu resumi a tabela de rigidezes nos dois
casos que aparecem no Processo de Cross:
hiperestática sem dificuldades 67

Com isso, teremos:

Agora, podemos calcular os coeficientes de distribuição d para cada nó


interno com a fórmula abaixo:

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Assim, teremos para o nó interno B:

E, para o nó interno C, teremos:

Precisamos agora, encontrar os momentos de engastamento perfeito.


Para isso, eu deduzi a seguinte tabela para vocês:
hiperestática sem dificuldades 68

Agora, podemos montar nossa tabela do processo iterativo de Cross:

Percebam que começamos preenchendo com os dados dos coeficientes


de distribuição que calculamos, os nossos nós e os momentos de
engastamento perfeito (MEP).

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Agora, iremos calcular os momentos totais no nó B:

Agora, iremos multiplicar esse momento total pelos coeficientes de


distribuição de cada lado do nó B:

Agora, iremos redistribuir esses valores de momento residuais. Para


nós articulados, não enviamos nenhuma parcela residual. Para nós
rígidos, por sua vez, enviamos metade dos momentos residuais. Assim
temos:
hiperestática sem dificuldades 69

Fazendo o somatório dos momento agora no nó C, teremos:

Agora, iremos multiplicar esse momento total pelos coeficientes de


distribuição em C:

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Agora, vamos redistribuir esses momentos residuais para os nós


vizinhos de C, seguindo a mesma lógica anterior (50% para nós vizinhos
rígidos e 0% para nós vizinhos articulados). Assim, teremos:
hiperestática sem dificuldades 70

Agora iremos pegar apenas a parcela residual de momento


transmitida de C para B e multiplicar pelos coeficientes de distribuição.
Assim teremos:

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Percebam que fazemos o somatório de momento apenas uma vez


por nó. O restante do processo pegamos apenas o momento residual e
redistribuímos entre os nós.

Dando continuidade, iremos pegar o momento residual que


transmitimos de B para C e multiplicar pelos coeficientes de distribuição:
hiperestática sem dificuldades 71

Ah! Matheus, e quando o processo termina? Bom, todo processo


iterativo precisa de um critério de parada. Basicamente, temos que
definir um limiar de precisão requerida para encerramos.

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Podemos, por exemplo, considerar que um momento residual
inferior a 1 (M < 0,01) seja nosso critério de parada. Como não atingimos
esse limiar, iremos dar continuidade!

Para agilizar o processo, irei reproduzir o quadro até atingirmos


esse limiar:
hiperestática sem dificuldades 72

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Pronto, um momento residual foi menor que nosso limiar. Agora podemos
parar! E quando paramos, o que vem em seguida? O somatório dos
momentos em cada nó:
hiperestática sem dificuldades 73

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Pronto! Esses são os momentos do diagrama. Agora, é importante
ressaltar que esses resultados apresentam erros numéricos por conta de
arredondamentos ao longo do processo e por conta da precisão do limiar
utilizado no critério de parada. Mas isso é algo bem normal para esse tipo
de método (mais um porquê dos coeficientes de segurança, quando
analisamos o impacto que o Processo de Cross teve na área de Concreto
Armado quando não tínhamos softwares à nossa disposição).
hiperestática sem dificuldades 74
Exercícios

1. O Processo de Cross foi bastante utilizado para o cálculo de vigas


contínuas em um período em que o concreto armado ganhou espaço na
arquitetura universal. Esse processo fornece os momentos internos das
vigas, possibilitando assim seu dimensionamento. Especificamente,
tratando deste método, sabemos que a viga abaixo não pode ser
calculada pelo Processo de Cross por um detalhe teórico.

a) Resolva-o alterando o que não está adequado. Após, encontre os


momentos internos utilizando o Processo de Cross.

b) Determine as reações de apoio.

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2. Dada a estrutura abaixo, faça os seguintes itens de projeto:

a) Calcule as reações de apoio pelo Processo de Cross.

b) Represente os diagramas de força cortante e de momento fletor (com


todos os valores representativos, ou seja, máximos e mínimos locais).

3. Dada a estrutura abaixo, faça os seguintes itens de projeto:


hiperestática sem dificuldades 75

a) Calcule as reações de apoio utilizando o Processo de Cross.

b) Represente os diagramas de força cortante e de momento fletor.

c) Porque o apoio em B tem sobre ele no diagrama de momento fletor, um


valor de momento, mesmo sendo articulado?

d) Se eu precisar diminuir a intensidade deste momento em B, qual


estratégia poderia utilizar?

c) Relate um ponto positivo e um negativo deste lançamento estrutural


(somente em relação aos apoios, visto que as cargas são oriundas da
arquitetura e não temos controle sobre elas).

4. Dada a estrutura abaixo, faça os seguintes itens de projeto:

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Q = 10KN/m, L1 = L2 = 4m, L3 = 5m

a) Calcule as reações de apoio utilizando o Processo de Cross.

b) Represente os diagramas de força cortante e de momento fletor.


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7
Aplicações práticas
7.1 Redirecionamento de cargas

Uma das ações mais úteis em um projeto estrutural é o


redirecionamento de cargas. Com ela, você consegue alterar a
quantidade de carga que um pilar recebe da estrutura, o que pode
melhorar o dimensionamento e evitar gastos excessivos com a execução.

Abaixo, eu separei uma ilustração mostrando de uma forma bem


simples como fazer o redirecionamento de cargas em pilares.

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7.2 Otimização Estrutural
Um dos grandes desafios de um engenheiro projetista de estruturas é a
concepção do projeto estrutural, etapa na qual ele precisa determinar a
posição,o pré-dimensionamento de cada elemento pertencente à
estrutura e também os vínculos das ligações. Dada a estrutura abaixo,
onde apenas questões de vínculos podem ser trabalhadas, determine qual
opção minimiza a função custo:

f(x) = 0,30.Cm + 0,40.Mm + 0,30.Σ(Ra)

Onde,

Cm = Cortante Máxima no Diagrama

Mm = Momento Máximo no Diagrama

Σ(Ra) = Somatório de todas as Reações de Apoio. Se a ligação for


engastada, multiplique Ra por 2, ponderando assim, o custo de
construção da ligação.

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Solução
Para resolver essa questão, é necessário desenvolver a análise estática
de cada opção e posteriormente, alimentar a função com os resultados.

Reações de apoio

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Diagramas de Força Cortante
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Diagramas de Momento Fletor

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Agora, vamos computar a função custo para cada opção de projeto:

f(x) = 0,30.Cm + 0,40.Mm + 0,30.Σ(Ra)

I = 0,30*2,1 + 0,40*1,5 + 0,3*[2*(1,3+0,6)+3,6+2*(2,1+1,5)] = 5,61


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II = 0,30*2,4 + 0,40*1,6 + 0,3*[2*(1,1+0,4)+4,3+1,6] = 4,03

III = 0,30*2 + 0,40*1,4 + 0,3*[1,1+3,9+2*(1,4+2)] = 4,70

IV = 0,30*2,4 + 0,40*1,6 + 0,3*[1+4,4+1,6] = 3,46

Assim, a melhor solução de projeto, para essa função custo, é a opção IV!

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Referências Bibliográficas
HIBBELER, Russell Charles. Análise das estruturas. Tradutor: Jorge Ritter.
Revisor Técnico: Pedro Viana. 8ª Ed. São Paulo: Person Education do
Brasil, 2013.

HIBBELER, Russell Charles. Resistência dos materiais. 7.ed. São Paulo :


Pearson Prentice Hall, 2015, 637 . p.

BOTELHO, Manoel Henrique Campo; MARCHETTI, Osvaldemar. Concreto


armado eu te amo. 10ª Edição. São Paulo: Editora Blucher, 2018.

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