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Café com desenho

Me formei em licenciatura em artes visuais, mas fiz uma primeira graduação incompleta em
design. Cheguei a atuar 10 anos na área de design gráfico, mas com a conclusão da licenciatura
optei pela trajetória acadêmica, tendo feito mestrado e doutorado em Antropologia Social.
Hoje sou professora universitária.
Nasci no meio de uma floresta parecida com a do sítio Regato dos Pirilampos, no interior de
Minas Gerais. A cidade, que tinha se chamado Ventania, teve seu nome mudado para
Alpinópolis. Sou alpinopolitana, sou dos alpes mineiros, gosto de complementar brincando.
No final de 2013, comecei uma pesquisa sobre meus avós alemães. Para isso, fui até a Itália,
onde morava a irmã de minha avó. Cheguei em Florença e aluguei um carro. Ela morava em
uma das muitas cidades medievais da Toscana. Quando entrei no meio da floresta, pela
primeira vez na minha vida, tive vontade de sair do Rio de Janeiro e ir morar no meio da
natureza. Voltar às origens, por assim dizer.
Durante os dois primeiros anos da pandemia, desenvolvi uma oficina online de desenho que
foi ganhando reconhecimento entre os antropólogos que pensam e usam o desenho em suas
pesquisas. A intenção nunca foi ensinar ninguém a desenhar, mas despertar o gosto pela
prática do desenho, assim como diminuir as avaliações críticas sobre nós mesmos. Se
desenhamos com gosto até os 5 anos de idade, depois disso começamos a parar por causa das
demandas externas por desenhos realistas. Com isso vamos perdendo o costume do que pode
ser uma atividade prazerosa e útil em diversas situações. Adoro sentar para desenhar as várias
coisas que o sítio oferece. Venha tomar um café e desenhar comigo!

Hospedagem com arte


Minha mãe, que sempre foi minha principal parceira. Quando contei que queria um espaço na
serra, ela adorou a ideia. Ela mora em Búzios e é lá uma artista reconhecida pela cidade, Ivone
R. Ela desenvolveu um trabalho do qual sou a maior fã, com papel machê, por vezes coberto
com resina de fibra de vidro, para ficar ao tempo. Muitos dizem que o trabalho dela se parece
com o de Niki de Saint Phalle. Mas a realidade é que Ivone só conheceu o trabalho dessa
modernista francesa, depois que já desenvolvia o seu a anos. É claro que ao tomar contato, a
influência acabou se tornando real.
Quando comprei o sítio, comecei a colecionar obras dela. Tanto minha casa, como os chalés
que têm diversas peças suas. No jardim, diversas esculturas dividem com as plantas e os
animais a paisagem. Um dos desafios aqui é encontrar todas as esculturas, que continuam
chegando, já que todas as vezes que vou na casa de minha mãe, trago algo novo. Será que
você consegue?

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