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I- on certo ocorrerá ao leitor atento, algures no decorrer deste
livro, que o tão freqüenremente usado termo "Psicologia ÉIuma-
nista" lhe páreça ser aquilo a qrre os semânticos chamam uma
tautologia redundante. Áfinal de c.rntas, a Psicologia é a ciência
da mente, não é? E a mente não é a propriedade por excelência
dos seres huma.ros? E a Psicologia, portanto, não é toda ela
humanista?
i
As respostas a essas interrogações resumem-se a uma só
palavta: não. Â Psicologia é o estudo de mais que a mente e
,l Ce nrenos que a mente. É a ciência do cc:nportatreruto, muito
do qual não implica a txistência da mente: é "irracional". Tam-
pouco o comportamento estudado pelos psicólogos é unicamente
í
o de seres humanos; boa parte dele, talvez a maior patte, é o
de animais. E quando o objeto de estudo I o comportamento
humano, tecai, com Íreqüência, sobre o Íisiológico, mais do que
sobre o psíquico. Não seria urna excessiva violação da verdade
observar que grande parte do que ocorre ern Psicologla nada
tem de "psicológico". E isso nos leva à razáo que gerou a Ter-
ceira B-evolução o renascimento do humarrismo em Psic<.,logia.
-
Á Psicologia Ifumanista tenta explicá-la náo como é, mas
I como devia set. Procura levar a Psicologia de volta à sua
) fonte, a psique, onde tudo começou e onde tudo, finalmente,
culmina. Mas há mais do que isso. A Psicologia Humanista
não é apcnas o estudo do "ser humano"; é um compromisso
com o deuir humerno.
da natateza como nas ciências mais flexíveis do homem ã da estâvam condicionadas parâ efetuar as escolbas certas aatomati-
mente. Em meu entender, é quase uma característica defini- t,, camente. Era a cefieza instantânea, pelo preço de toda a voli-
dora da Psicologia Behaviorista que ela começa com o desrespeito a ção; à semelhança dos cães de Pavlov, as pessoas de Skinner só
pelo objeto de estudo e, por conseguinte, ieva diretam.rrà
que Norbert Wiener (1950), ele próprio um cientista inflexível, "o
a tinham reações e respostâs condicionadas ao estímulo da voz
do seu dono.
chamou o "uso desumano de seres hurnanos,,. De qualq,.rer o lilr'l Reconhecan.ios quc ta1 paraíso homeostático, collo a socie-
mod.-, não conheço l:raior desrespeito pelo sujeito hu*âro ,!'
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I
vi{ade e Rigor, e de tudo o mais que é sacrossanto nessa: áreas. I teza, ao preçc de at,dicat de sua liberCade Íressoal, fecharia ime-
E leva em linha reta da torre de marfim ao admirável mundo r rt lt, diatarnente negócio. Ao invés de seu neto, cujc romance futu-
de §Talden Two,
Estou certo de que todos se lembram desse curioso romance
t tltíÍ
rista defende justamente a tese oposta, o velho Huxley teria
certâmente gostado da vida estagnada no Pântano §[alden de
ytgnicg, lald.en Tuto, escnto há mais de 20 anos p.lo emirrent" Skinner.
behavronsta de nossa geração, B. F. Skinner (1943). Seu livre Permitam-me recordar agot2- uma diferente disposição, tanto
apresentou um cenâio tão desolado de engrenage:n do compor_ existencial como humanista. Trata-se do homem do subterrâneo,
tamento da mente, uma hm;úa-abdicação ,,ion_
9-lanipulação
l':",1'' de Dostoievsky, esforçando-se por ser ouvido peias Instituições
dicionada" de autonolxia e üherdade por pate de seos dóú,
personagens, que muitos leitores supusefam
I r,i' acima de sua cabeça. Diz ele:
erroneamente, nessa No fim de contas, não insisto realmente em sofrer ou em
époçr, tratar-se de uma inteligente- e engeúosa metáforá, uma prosperar. Insisto no meu capticbo e isso está-me sendo gêtan-
profecia satírica da forma de pejadelo qí" u, *iru, ,Joir.ir* tido, sempre que necessário. O sofrimento seria deslocado em
se a sociedade üvre relaxasse -algo*u uã, sua defesa ztaudeoilles, por exemplo; sei disso. No palácio de cristal é até
dos valores de liberdade e responsabilidade, sobrerudo"igit*t.
, tiu.r- r;:I' impensável; o soÍrimento sigaiÍica dúvida, significa negação e que
dacie e r-esponsabilidade de ,tcolho. pois isso foi o que o ,o-*_
ce de Skinner óertamente desaÍiou e amesquiúou; a c^m,:ni_
l'' '
vantâgem haveria num palácio de cristal se puJesse existir alguma
dúvida a seu rospeito?. .. Vocês acreditam num ediÍício de cris-
tal que nunca pode ser destruído; isto é, um edifício onde nin.
dade qae o livro projeta é uma espécie.de palácio de
I
r:':;: ' guém poderia botar a língua de fora nem zombar de outro à socapa.
-paradisiaca
cristal (ou de útero com uma janela), dentrã do qual a paz e
segurança per{eitas habitam para sempre tanqüilidadá sem
a '''r ,,
I
TL talvez eu tenha medo desse ediÍício apenas porque é de cristal,
nunca poderá ser destruído e ninguém é capaz de hotar a Língoa
de Íora, mesmo às escondidas (Dostoievsky, 1945, pág. 752).
trauma, ptazet se- dor, reafização sem luta - e tudo isso ao rlr I
preço módico e trivial da liberdade de escolha, - do direito Oru, é inegável que existe aí um existencialismo que é um
por assim dizer de cometer enganos. Á chave do reino -d- ,t humanismo, como diria Sartre.
-
§flal<ien Two era o Condicionamenro Operante: graças a essâ L] '..t Em minha opinião, existiram três revoluções conceptuais
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técnica mágica, apücada a todos os residentes desde o nasci-
mento, a "síndrome de Hamlet" (a angústia de escolha) era
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distintas na Psicologia, no decurso do século atual. A prirneiia
delas, a do Behaviorismo, eclodiu cum a força de uma revelação
eÍicientemente eliminada. Tal como ,quelu maravilhosa Senhora
(l,,,,., por volta de 1,913 e abalou os alicelces da Psicologia acadêmica
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12 Froyo §7. Marsor.l t II ,* ,,..
 TBncrrne Rrvor-uçÃo rr,t psrcorocra 7)
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por toda uma geração. O behaviorismo surgiu em reação à f, i, engatinhar e camiúar; Í.á-\o-ei trepar e usar as mãos para cons-
cxcessiva preocupação da Psicologia do século XiX com a cons- e Itr'.
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truir casas cie pedra ou madeira; fãrei dele um ladrão,^um pist"_
I i, rr, il
ciência e com a introspecção como método de chegar aos dados e leiro ou um toúcômano_. Á possibilidade de moldá_lâ ; q;;i
quer direção é quase iníinita,t (§7atson, i926, pág. 35).
da atividade mental consciente. Os behavioristas reagiram vio-
lentamente. Jogaram fora não só a consciência, mas também t 1,,,,.r
rrl Isso deve ser bastante para sugerir o carátàr leral (e a per_
todos os recursos da mente. Para eles, a mente era o fantasma t !Ir rl'l -
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sonalidade au,toritária) da Psicologiã Behaviorista'- a'prirn'eira
na máquina e nenhum behaviorista acreditava em fantasmas.
C frrndador do movimento, John B. §(/atson, explicou-se desta t 1,,. ,
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das três revoluções psicológicas qr" ocorre.ro, .rn no.ro sécu1o.
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_ í* Ínas os instintos não se rerrdiam sem luta. De fato, nunca se
era o homem. Disse §Tatson: "0 interesse .lo behavioiista é ,
renderam; não p_odiam ser vencidos, apenas temporariamente blo-
mais do que o interesse de um espectador; ele quer controlar as
reações do homem, tal como os cientistas físicoJ querem contro-
a l(,
rtt i '1. queados. Á vida, portanto, era uma constaod alternação entre
lar e manipular outros fenômenos naturais" ('§7atson, 1958, I ,.\ frustração_e agressão. Tanto para a pessoa individual como
pata a cultura não sxistia solução p.rmrrrente nem desfecho
pág. U). Assim como o homem consistia, 5implesmente, em rlt l
"sp4 n.ieuina ^rd,ânica montada e pronta para funcionaf,, tam- e t,,
Íeliz; apenas havia compromissos,-expãdientes, ajustamenros ope-
bém o behaviorista não era um ciéntista p.rro, mu, um mecâ- t il
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racionais. Com efeito, o preço da iiv,üzação eia a n.rrror. ã*
nrassa o resultado da necessária supressão dos instintos natu_
rais do- homem. L{as, se isso parecia- ruim, a ,lter"uti* ài"Ju
nico incapaz de resiutir à tentação de mexãr com a maq,rinaria.
Áo sublinhar que ciências tais como a Química e a Biologia a ,t.t
,1,
(mais do que na teoria freuáiana), não o impediu de minir,rizat I um maior e mais confiante apoio na conscientização da pessoa
em análise ou terapia, distinguindo-a de seu inconsciente; um
insistenternelte o papel da razão como determinante real ou a
potencial da personalidade e conduta, nem, por outro lado, de novo respeito pela sua força de vontade e poder éa ruzão, pcla
valaraat ao máximo o ímpeto de Íorças irracionais que se empe-
I
I I )
I sua capacidade de escolha e compreensão.
nham em impor suas reivindicações tanto de "baixo" ( o í<i )
comc de "cima" (o superego). No mapa topográfico da mente,
t I
Em Adier, essa abordagem assumiu a forma de conversão
vittual da sessão de terapia psicanalítica num diálogo ou con-
elabomdo por Freud, o ego (ele mesmo só parcialmente coís-
I
t I versão em nível consciente (o que, é claro, enfureceu Freud,
que pensou ter Ádler atiaiçoado o postulado básico da moti-
ciente) jamais obtém autonomia plena, mas funcioaa como uma
espécie de estaáo-tampão entre duas potências rivais, a do instin-
I I I
vação inconsciente). Em Jung, a nova abordagem tomou e
to e da cultu;a intojetada da natuteza ani:rai e da criação e forma de enÍatização do que ele chamou o "fatot prospectivo",
social. - I I o ímpeto deliberado em oposição ao ímpeto instintivo (e, em
Fui deübeiadamente severo com Freud, nestes comentários,
; particular, do instinto erótico ). Também assumiu a forma, nos
i
a últimos anos de Jung, de cÍescente ênfase sobre a compreensão
a fim ríe enÍatizat aoueles asPectos de sua teoria e tetapia que, do outro (quer o paciente neurótico, quer o indivíduo norrnal)
em virtude de seu pessimismo e determinismo, suscitaram no
decorrer dos anos u r"tpott" crítica e criativa a que (à falta de
t ,lr' em sua i<Íentidade singular
-
uma espécie de compreensão intui-
tiva a que deu o nome de con-sentinento (einfüblen); Jung üs-
melhor termo) poderem,.rs ch:mci "Psicologia Humanista". Esta T tinguia o con-sentimento do coúecimento científico, o que o
nova Psicologia, a terceira revolução, tepresenta uma reação con-
tra o Behaviorismo e a Psicanálise ortodoxa; por esse motivo é
t levou, finalmente, a advogar o abandono total de compêndios
em qualquet atividade de assistência ou cura psicoterapêutica.
que a Psicologia Humanista foi d.caominada a "Terceira Forçr.". a
Mas talvez a primeira coisa a dizet a seu respeito é -que, atr
invés dos dois-movimentcs de Pensarnerrto que a precedem e se
t .l I '
No caso de Otto Rank, outro dos hereges do círçulo freu-
diano original, o desvio adotou a Íorma de ênfase na voiltade
a
I
76 Fr-ovo §7. MersoN Á TEncrrne RrvoluçÃo Ervr Psrcor.ocrl 77
existencial da pessoa: a sua capacidade de autodireção e auto- I origem à "Psicologia da Reunião, a qual encontra seu modelo
conüole. no encontro terapêutico.) O significado do conceito geral de
I
Buber foi bem descrito por §7i11 Herberg:
O denominador comum nessas várias linhas de teoria e tera-
pia foi, creio eu, o respeito pela pessoa o reconhecimento O termo Eu-Tu assinala uma relação de pessoa a pessoa, de
do outro não como um caso, ou um objeto, - ou um campo de sujeito a sujeito, uma relação de reciprocidade que envôlve "reu-
forças, ou um Íeixe de instintos, mâs como ela mestna. Em nião" e "encontro", ao passo que o termo Eu-Objeto assinala uma
relação de pessoa a coisa, de suieito a objeto, que envolve alguma
termos teÁricos, isso significou respeito pelos poderes de criati. forma de utilização, de dominação ou controle, lnesmo que se trâte
vidlcle e responsabilidacle do ser l-rumano; em termos terapêu- apenas do chamado conhecimento "objetivo". A relação Eu-Tu, que
ticos, significou respeito pelos seus valores, intenções e, sobre- Buber designa usualmente por "relação" par excellence, é aquela
em que a pessoa só pode entrar com todo o seu ser, como pessoâ
tudo, sua iderrtidade peculiar. genúna (Herberg, 1956, pág. L4).
Esse reconhecimento do hotnetz etn pessod, em contraste
com o ltonzett enz geral, vai ao àmago da diferença entre a Psico- Segue-se que a relação terapêutica, em seu desenvolvimento
iogia Humanista (em qualquer de suas formas ou escolas) e tais ideal, representa um autêntico encontro "à beira abrupta da
Psicologias cie;itíficas ccmo o Behavicrismo. Não só na Psica- existência" entre dois seres humanos, um procuranrlo ajuda e
nálise, mas também em outros campos, uma quântidade cres- o outro ajudando. Esse reconheciment<.r mútuo, que nunca é
cente de estudantes está sendo levada à inquietante conclusão imediato, mas âpenas uma possibilidadc a ser realizada, abre
de que as' características definitivas de um ser humano não caminho âtrav᧠<ia§ deliàsas e iio-iiuras convencionaís dos dois
podem ser delineadas desde uma "distância psicológica", por parceiros, a fim de permitir que um deles, como pessoa, chegue
assim dizer, n as só têm possibilidade de ser Íocalizadas mediante até âo outro, como pessoa. O que se exige do médico em parti-
*
a compreensão da perspectiva única do próprio indivíduo. cular, rliz Buber, é que "ele próprio saia de sua protegida supe-
rioridade profissional c aceite a situaçãc elementar entre um ser
Essa ênfase sobre a pessoa humana, sobre o indivíduo em humano solicitado e um que solicita" (Friedman, 1,960, pág.
sua totaüdade e unicidade, é uma característica central da "Fsi- I I 190).
cologia do Humanismo". Contudo, existe um importante coro- I
i I
Iário, sem o qual a ênfase personalista seria inadequacia e destor-
:
lndependentemente de seus usos por psicólogos e psicana-
i l
I listas existenciais, como Ludwig Binswanger, Viktor Frankl e
cida. Esse corolário é o recoúecimento, para usarmos uma Írase
de Rank, de que "o eu plecisa do outro". Esse reconhecimento é Rollo May, o conceito imensamente Íértil de "reunião" Eu-Tu,
expresso de vrírias maneiras: para os neofreudianos, assinala a de Buber, encontra paralelos e reverberações na obra de outros
importância do relacionanento no crescimento da petsonalidade; I I ÍilósoÍos existencia.is, sobrerudo aqueles que são comumente cita-
para os existencialistas, leva a enÍatizar a importância dos têmas dos como existencialistas religiosos ou teólogos existenciais.
de díálogo, encontro, reunião, intersubjetividade etc. Embom I
Para Gabriel Marcel, que chegou independentemcnte à Íórmula
essc reconhecimento seja ampiamsngs compaftilhado pcr psico- Eu-e-Tu, o sentido de erconrro genuíno é veiculado pelo termo
terapeutas humanistas, analistas, teóricos da personalidade, psicó- "intersubjetividade", o qual subentende uma comunicação autên-
logos da percepção e outros, talvez o mais impressionante e siste- tica na ordeni de comuúão. Escreveu Marcel: "O fato é que
mático desenvolvimento da idéia teúa sido proporcionado pelos podemos entender-nos a nós
mesmos a partir do outro, ou de
pensadores existencialistas, tanto na ârea da Psicologia como da outros, e s6 partindo deles; . . . somente nessa perspectiva é
Filosofia. Existe uma semelhança flagrante na formulação desse que poderá ser concebido um legítimo amoÍ do eu" (Marcel,
relacionamento eu-outro por vádos existencialistas. A Filosofia 1960, pág. 9). Esse discernimento, muito semelhante ao con-
do Diálogo, de Martin Buber, gravitando em torno da relação ceito de Fromm de aqor produtivo e auto-realização, implica
Eu-Tu, é provavelmente a mais influente e possivelmente a mais uma reciprocidade de coúecimento em que o que "Eu sou",
prcfunda (Buber, t937). (Entre outros efeitos fecundos, deu assim como o que "Ttr és", só se tomam coúecidos através da
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I
18 Fr,oYP 1ü(/. MersoN
I I
A Trncrrna RrvoluçÃo rrra psrcorocre 79
a I mals d9 que qualquer outro ser recoúecido como ,,pai espiri-
experiência mútua do que "nós somos"' Cada
,rÉaa o outio em si mesmo e reconhece-se a si
comunicante reco-
mesmo no outro'
I I fl
tual" do movimento humanista em Psicologia; Gordon Allport,
o grande teórico americano da personaüdadce herdeiro do rnanto
Na "teologia terapêutica" de Paul Tillich (1952), e§sa-apre-
e l, de §Tilliam James; Rollo May, que introduziu a abordagem
ciação geral dJpapel ãschrecedot do encontro é aplicada direta- a "i
ex:stencial na Psicologia americana e a desenvolveu em t"Ào,
À.nr" í psicoteiapia
-
sncal.fla como a "comunidade de cura"'
Tillich, á* .o,,* com outÍos existencialistas, actedita que- as
I I
de originalidade criadora; Carl Rogers, cujo mandato terapêutico
de "respeiro incondicional" pelo cliente se assemelha à filosofia
áiii."rára.t pessoais representadas pela neurose promanam, fun- t l''
I
da, preocupação fur^Camental de Tiliich; Erich Frornm, o mais
àr.rl.n,"t-"*e, de falhas no relaciãnamento com outros, rcsul- a influerte dos neofreudranos, que há muito se trasladou da psica-
tando em auto-alienação de qualquer contato genuíno com o nálise para os domínios mais altos da Filosofia Social e da Crí-
mundo. Ássim, o problema terapêutico centtal passa - a ser o a tica- Cultural; IIenry A. Murray, inspirado mestre e exemplar
de "aceitação", mais precisamente, de sucessivas fases de aceita-
ção que c,rl,ninam na aceitação do eu e do
mundo dos outros' I de humanismo; Charlotte Bühler, que nos tornou a todos cÀns-
cios da importância, pata a compreensão psicológica, dos valores-
Nessa nova espécie de encontro terapêutico e eis-nos a -metas pessoais e Cc curso total de uma vida humana.
-
diante de outro princípio humanista
-
não existem "sócios o Ao terminar, desejo strgerir algo do potenciâl ativista da
comanditários". O terapeuta existencial (isto é,,o terapeuta
I
À"Ànnirtr ) deixou d. sei a tela branca ou o "catalisador silen- o Psicologia Humanista, citaudo alguns ltatágtafos da conferência
quc prtríeri en 1969, como presidente recém-eleito <ia Ássociação
cioso" que era no tempo <ie Freud; pelo contrário, é um parti'
cipante itivo con a totalidade do seu ser' Parlicipa não só
I I
Através d^o desprendimento ou indiÍerença, talvez seia possív_el I cia, Í,o poder de escolha.
adquirit conhecimentos "úteis"; mas só através da participação
é possível obtet o coúecimento prooeitoso' T Essa liberdade é hoje ameaçada pot todos os lados. É amea-
çada pelo que Herbert Marcuse chamou a "sociedade lnidimen-
Em qualquer descrição adequada das fontes e forças que a t
sional", a qud procura reduzir as categorias ,le peosamento e üs-
alimentaraã o movimento da Psicologia Humaaista (o quc este 'í curso a uma es1Écie de endosso consensual das direüizes impostas
brcve esboço não pretende ser), muiio mais precisaria ser. dito
;, por uma cultura agtessiva e aquisitiva. É ameaçada pela tecno-
em recoúÃcimentã das contribúções dadas por cada teó-tico e t logia da sociedade de massa, cultura de massa e comunicação de
massa, â qua! Íabrica (com todo o respeito devido a Marshall
terapeuta. Felizmente, dispomos de-um certo número de tra- a. t Mcluhan) um mr.,rdo amoúo de pràzeres plásticos, em que os
mansos conduzem interminavelmente os mansos para o mar da
À;ú;r abrangentes, .ntr. ã.r, os üvros de James Bugental' tran-
tando nos últimos tempos uma ressurreição muito popular e em LonrNz, K. On Aggressiox. Nova york: Harcourt,
Brace & §7orld, 1966.
larga escala. Assume a Íorma da hipótese de agressão como dota- l,r Mancrr,, G. Tbe Mysterl of Being. Chicago:
Gateway, 1960.
ção instintiva Íixa do homem
-
coÍno se fossc uma mancha gené-
tica no sar€rue, uma sombria mácula
e MarsoN, F. W. The Broku Image: Man,'sctence
and Society. Nova
na dupla hélice de cada um
de nós. Á alegada descoberta ou redescoberta desse instinto
assassino está sendo saudada nos clubes do livro e em revistas
I lt York: Braziüer, 196a.
Mersorv, F. W. .,§lhatever B-ecaqre oÍ the
proferida na Ássociação da- psicoiogia Third Force?,, Gnferência
r'l
populares como se fosse a bênção Íinal, a boa nova derradeira no a H.rã"ir", Sifr". S;;;;,"ii;:
-fi;;i';;;,
camiúo da redenção do homem. C,omo explicar a populaddade
I l.r y"'fitx.? i;áÊ:ti,oi,.l1' À;p*&id;'' AAH|
1
I
.,,1,
Tbe Coarage To Be_ New lIaven: yale
terminação, do que essa doutrina de aossas propensões inatas para I r,l,
I
. University press,
a agressividade. É por isso que guerrelunosi é por isso que odia-
mos; é por isso que não podemos âmar-nos uns aos ouüos nem I ,,t,
IíersoN, J. B. Tbe'Vays of Bebaaiorism.
Nova york: flaryer, t926.
IletsoN, J. B. Bebaaiorisy, C}ir:aeo: UniversiÇ
a nós mesmos. As pessoas rão prestam
-
s 2s3!su-5s.
Bem, nâo aoedito que os psicóIogos hrmalristas aceitem crsa
t '§[rr*sn,
flin,
N.
1950.
Tbe Hanan LIse ol
of Chicago press, 195g.
Híaan nuirlr.' Boston: Houghton Mif_
armaCilha. Propoúo, por conseguinte, que lancemos tcdo o pc:3 C
do nosso movimento, a totalidade da Terceira Força, contra essa e ,t "
todas as outras aureaças à iiberdaCe mental e à auton.mia da a
pessoâ. Tomemonos a consciência ativa da frateroidade psicoló
gica, buscando, expondo e condenândo toda e cada força desuma-
nizante, dcspersonalizante e desmorzlizante que nos empurrâtia
t .,1