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KANT

FILOSOFIA
Prof. Messias Cardozo
Iluminismo
• Kant e o iluminismo:
• “Esclarecimento (Aufklärung) é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio
é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu próprio entendimento sem a
direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa
dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de
servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapare aude! (Ousa Pensar!) Tem
coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento”
• KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? In: Textos seletos. Ed.
Petrópolis: Vozes, 19174. p. 103.
Kant (1724-1804)
• Immanuel Kant nasceu em 1724 na cidade de Königsberg, hoje Kaliningrado, Rússia.
• A filosofia kantiana: fase pré-crítica e a fase crítica.
• Na fase pré-crítica, a filosofia kantiana tem como característica um racionalismo dogmático.
• Após a leitura de David Hume, ele “despertou do sono dogmático”.
• É a partir desse “despertar”, portanto, que a sua filosofia passa à fase crítica.
• A ideia de Kant era por a “razão diante de seu próprio tribunal”.
• Kant no texto: Lógica, definiu a filosofia como “a ciência da relação de todo o
conhecimento e de todo o uso da razão com o fim último da razão”.
As quatro questões essenciais da filosofia
• 1. O QUE POSSO SABER? (Como acontece o conhecimento? Como o ser
humano pode alcançar a verdade?)
• 2. O QUE DEVO FAZER? (Quais fundamentos orientam o indivíduo em
suas ações?)
• 3. O QUE POSSO ESPERAR? (Essa questão diz respeito à problemática da
esperança e da religião)
• 4. O QUE É O SER HUMANO? (Procura da compreensão sobre a natureza
humana)
A Crítica da razão pura
• Nessa obra, Kant elaborou a filosofia transcendental que consiste na teoria sobre as
condições de possibilidade de o ser humano conhecer o mundo.
• Juízos sintéticos (a posteriori): são construídos depois da experiência. (são contestáveis)
• Juízos analíticos (a priori): estão ligados à razão humana. (são universais e necessários)
• Para Kant, a ciência é formulada baseando-se em um desses dois juízos.
• Kant almeja alcançar “juízos sintéticos a priori” que ampliem o conhecimento e reflitam
sobre as condições de possibilidade subjetivas de todo e qualquer conhecimento a
posterior, sendo, assim, universais e necessários.
A Nova Revolução Copernicana do
pensamento
• Na Revolução Copernicana do pensamento a filosofia antes de buscar conhecer o mundo, deve
procurar conhecer o ser humano.
• O indivíduo deixaria de olhar para fora de si, para os objetos do mundo, voltando-se para dentro de
si, para a sua própria razão.
• Para Kant, não há predominância do sujeito sobre o objeto, nem do objeto sobre o sujeito, sendo
que o conhecimento é alcançado na relação entre os dois.
• Para Kant, as faculdades (as condições para se conhecer, como a razão) são inerentes à natureza
humana e não restritas a um indivíduo em particular.
• O sujeito transcendental é a própria condição humana que é composto pelo entendimento
(razão) e pela sensibilidade (os sentidos).
As formas a priori da sensibilidade e as
formas a priori do entendimento
• As formas a priori da sensibilidade, chamadas por Kant também de “intuições puras” são: o tempo e o
espaço.
• As formas a priori do entendimento são: as categorias (conceitos).
• Kant apresentou 12 categorias:
• Quanto à quantidade: unidade, pluralidade e totalidade.
• Quando à qualidade: realidade, negação e limitação.
• Quanto à relação: inerência e acidente (substância e acidente), causalidade e dependência (causa e
efeito) e reciprocidade (ação recíproca entre agente e paciente).
• Quanto à modalidade: possibilidade-impossibilidade, existência-inexistência, necessidade-
contingência.
Noúmeno e fenômeno
• Noúmeno: ideia imaterial de uma coisa, o que ela “é em si mesma”. Refere-se a essência
das coisas. O indivíduo não tem acesso a ela pelos sentido, somente pelo pensamento.
• Fenômeno: características do ser que podem ser percebidas pelos sentidos. Só a ciência
verdadeira a partir do fenômeno.
• Para Kant, o que se conhece do ser é o que aparece dele aos nossos sentidos.
• Dessa forma, a ideia de que é possível conhecer o ser em si mesmo, a sua essência última
e imutável, não condiz com a filosofia kantiana.
• Se o noúmeno é o objeto da metafísica e ele não pode ser alcançado, logo a metafísica
não é possível enquanto conhecimento.
A metafísica kantiana
• Segundo Kant, a metafísica tradicional consistiu em uma insensatez
dogmática, por tentar conhecer aquilo que é impossível de ser conhecido.
• A metafísica teria, para Kant, o objetivo de estudar as maneiras como o
sujeito encontra o conhecimento.
• A questão das antinomías (contradição entre leis).
• Para Kant a metafísica deveria se dirigir a conhecer o ser humano,
“debruçando-se sobre o sujeito cognoscente para compreender como o
conhecimento acontece”
A moral kantiana
• A ação ética deve se guiar única e exclusivamente pela racionalidade humana.
• Para Kant, o ser humano é essencialmente livre porque é racional.
• Kant afirma que existem princípios apriori de moralidade.
• Isso significa que o indivíduo não precisa experimentar certa coisa ou viver uma situação
concreta para saber o que deve ou não fazer.
• Kant propôs o imperativo categórico:
• “O imperativo categórico é, portanto, só um único, que é este: age apenas segundo uma
máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal”
(Kant)
Bibliografia
• KANT, I. Crítica da razão pura. Os pensadores Vol. I. São Paulo: Nova Cultural,
1987.
• _______. Crítica da razão pura .Os pensadores Vol. II. São Paulo: Nova
Cultural, 1988.
• _______. Fundação da metafísica dos costumes. Ed. São Paulo: Abril Cultural,
1980.
• PASCAL, G. O pensamento de Kant. Petrópolis: Ed. Vozes, 1999.
• WALKER, R. Kant: Kant e a lei moral. Ed. São Paulo: Unesp, 1999.

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