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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

ADILSON MARCOS SILVA LOPES

PROJETO DE RENOVAÇÃO DE AR EM UM AUDITÓRIO COM AR-


CONDICIONADO SPLIT UTILIZANDO SISTEMA DE EXAUSTÃO

MOSSORÓ
2021
ADILSON MARCOS SILVA LOPES

PROJETO DE RENOVAÇÃO DE AR EM UM AUDITÓRIO COM AR-


CONDICIONADO SPLIT UTILIZANDO SISTEMA DE EXAUSTÃO

Monografia apresentada à Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Mecânica.

Orientador: Daut de Jesus Nogueira Peixoto


Couras, Prof. Dr.

Mossoró
2021
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira
responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis
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ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a)
sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

L864p Lopes, Adilson Marcos Silva.


Projeto de renovação de ar em um auditório com
ar-condicionado split utilizando sistema de
exaustão / Adilson Marcos Silva Lopes. - 2021.
69 f. : il.

Orientador: Daut de Jesus Nogueira Peixoto


Couras.
Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia
Mecânica, 2021.

1. Renovação de ar. 2. Carga térmica. 3.


Exaustão. 4. COVID-19. I. Couras, Daut de Jesus
Nogueira Peixoto, orient. II. Título.

Ficha catalográfica elaborada por sistema gerador automáto em conformidade


com AACR2 e os dados fornecidos pelo) autor(a).
Biblioteca Campus Mossoró / Setor de Informação e Referência
Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa e Silva
CRB: 15/120

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto
de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação
e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
ADILSON MARCOS SILVA LOPES

PROJETO DE RENOVAÇÃO DE AR EM UM AUDITÓRIO COM AR-


CONDICIONADO SPLIT UTILIZANDO SISTEMA DE EXAUSTÃO

Monografia apresentada à Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como
requisito para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Mecânica.

Aprovado em: 19 / 11 / 2021

BANCA EXAMINADORA

DAUT DE JESUS Assinado digitalmente por DAUT DE JESUS NOGUEIRA PEIXOTO


COURAS:87794624304
DN: CN=DAUT DE JESUS NOGUEIRA PEIXOTO COURAS:87794624304,

NOGUEIRA PEIXOTO OU=UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi-Arido, O=ICPEdu, C=BR


Razão: Eu estou aprovando este documento
Localização: Mossoró - RN

_COURAS:87794624304
Data: 2021.11.23 11:36:05-03'00'
Foxit Reader Versão: 10.1.0

Daut de Jesus Nogueira Peixoto Couras, Prof. Dr. (UFERSA)


Presidente

FERNANDA ALVES Data: 2021.11.23 14:47:37-03'00'


RIBEIRO: 00880308494Foxit Reader Versão: 10.1.0
Fernanda Alves Ribeiro, Prof. Dra. (UFERSA)
Membro Examinador

Assinado de forma digital por VICTOR


VICTOR WAGNER FREIRE WAGNER FREIRE DE
DE AZEVEDO:06133279427 AZEVEDO:06133279427
Dados: 2021.11.23 16:02:56 -03'00'

Victor Wagner Freire de Azevedo, Prof. Dr. (UFERSA)


Membro Examinador
AGRADECIMENTOS

Agradeço minha família e amigos por todo o carinho, amor e força. Sou grato,
especialmente, aos meus pais, Marizer de Jesus Silva Lopes e José Adailson Lopes,
que tanto lutaram pela minha educação e nunca me deixaram perder a fé.
Agradeço aos meus avós, Zé Lopes e Maria Laurinda, por me ensinarem
valores que moldaram quem eu sou.
Obrigado, Andréia Maria da Silva Lopes e Aldenizy Márcia Silva Lopes, minhas
irmãs queridas, por me ouvir nos momentos difíceis.
Obrigado, Lana Araújo de Medeiros, por aguentar tantas crises de estresse e
ansiedade. Sem você não poderia concluir este trabalho.
Sou grato a todos os professores que contribuíram com a minha trajetória
acadêmica no curso, e neste trabalho de conclusão, o Professor Daut Couras,
responsável pela orientação do meu projeto. Agradeço também, aos membros da
banca examinadora, Prof.ª Fernanda e Prof. Victor, pela compreensão e
disponibilidade.
À instituição UFERSA, que ao longo da minha formação me impulsionou a dar
o meu melhor.
RESUMO

Na atualidade, em uma sociedade predominantemente urbana, um indivíduo passa


em média 80 a 90% do seu tempo em ambientes confinados e climatizados
artificialmente, chegando a consumir 14 m³ de ar por dia. Historicamente, em alguns
edifícios climatizados, os ocupantes desenvolveram problemas de saúde em
detrimento da falta de cuidados com a qualidade do ar ambiente, nesses casos o local
apresentou o que se denomina de Síndrome do Edifício Doente (SED). Na China, em
2019, o surto da nova linhagem viral de coronavírus, o COVID-19, evidenciou a
importância dos sistemas de renovação, pois ainda no começo de 2020, no mesmo
país, na cidade Guangzhou, em um restaurante que possuía um aparelho de ar-
condicionado, concluiu-se que a transmissão do vírus foi causada pela circulação de
gotículas respiratórias, decorrente da má ventilação do recinto. Nesta perspectiva foi
realizado o projeto de renovação de ar, bem como a averiguação da carga térmica no
auditório do Centro de Engenharias II, da UFERSA. O ambiente conta com dois
condicionadores de ar do tipo Split, com capacidade de 60000 BTU/h, cada um. Para
o estudo foram consideradas normas e resoluções que norteiam os projetos de
condicionamento em geral. Com os resultados obtidos foi possível elaborar um projeto
para renovação de ar no auditório. A carga térmica final, ao considerar a renovação
de ar, apresenta um valor aceitável e condizente com as necessidades do ambiente.
As grelhas, o exaustor e os filtros, são confiáveis, e atendem as necessidades
normativas e de projeto.

Palavras-chave: Renovação de ar. Carga térmica. Exaustão. COVID-19.


ABSTRACT

Currently, in a predominantly urban society, an individual spends on average 80 to


90% of their time in confined and artificially air conditioned environments, consuming
up to 14 m³ of air per day. Historically, in some air-conditioned buildings, occupants
developed health problems to the detriment of lack of attention to the quality of the air
environment, in which case the location presented what is called Sick Building
Syndrome (SED). In China, in 2019, the outbreak of the new viral strain of coronavirus,
COVID-19, highlighted the importance of renewal systems, as in the beginning of 2020,
in the same country, in the city of Guangzhou, in a restaurant with an air conditioning
equipment, it was concluded that the transmission of the virus was caused by the
circulation of respiratory droplets, resulting from the poor ventilation of the room. In this
perspective, the air renewal project was carried out, as well as the investigation of the
thermal load in the auditorium of the Engineering Center II, in UFERSA. The
environment has two Split type air conditioners, with a capacity of 60,000 BTU/h each.
For the study, norms and resolutions that guide the conditioning projects in general
were considered. With the results obtained, it was possible to elaborate a project to
renew the air in the auditorium. The final thermal load, when considering the renewal
of air, presents an acceptable value and consistent with the needs of the environment.
The grates, the air exhaust and the filters are reliable, and meet the normative and
project needs.

Key-words: Air renewal. Thermal charge. Exhaustion. COVID-19.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ventilação geral diluidora ........................................................................... 15


Figura 2: Tipos de ventilação geral diluidora ............................................................. 15
Figura 3: Sistema de ar condicionado Split ............................................................... 16
Figura 4: Ventilação local exaustora ......................................................................... 17
Figura 5: Representação de uma carta psicrométrica genérica ................................ 21
Figura 6: Fatores que afetam as cargas térmicas ..................................................... 22
Figura 7: Localização adequada e inadequada da ventilação ................................... 26
Figura 8: Geometria do auditório e representação do posicionamento geográfico ... 28
Figura 9: Equivalências de orientação ...................................................................... 38
Figura 10: Carta Psicrométrica para condições externas .......................................... 45
Figura 11: Carta Psicrométrica para condições internas ........................................... 45
Figura 12: Grelha para TAE ...................................................................................... 51
Figura 13: Disposição das grelhas de TAE ............................................................... 51
Figura 14: Exaustor de parede .................................................................................. 52
Figura 15 - Disposição do exaustor ........................................................................... 52
Figura 16 - Disposição real dos acessórios de renovação ........................................ 53
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Parâmetros de conforto térmico ................................................................ 24


Tabela 2: Cálculo das áreas expostas ao sol ............................................................ 37
Tabela 3: Cálculo das vazões pelas frestas .............................................................. 45
Tabela 4: Somatório das cargas térmicas totais........................................................ 47
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 OBJETIVO ............................................................................................................. 14
2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 14
2.2 Objetivo específico ........................................................................................ 14
3 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 14
3.1 Tipos de ventilação ........................................................................................ 14
3.1.1 Ventilação geral diluidora (VGD)................................................................ 15
3.1.1.1 Ar-condicionado tipo Split .................................................................... 16
3.1.2 Ventilação local exaustora ......................................................................... 17
3.2 Mistura de ar-água-vapor .............................................................................. 18
3.3 Psicrometria ................................................................................................... 19
3.3.1 Carta psicrométrica .................................................................................... 21
3.4 Carga térmica ................................................................................................. 22
3.5 Qualidade e conforto térmico ....................................................................... 22
3.5.1 ABNT NBR 16401-3:2008 – Qualidade do ar interior ................................ 23
3.5.2 Conforto térmico ........................................................................................ 23
3.5.3 ABNT NBR 16401-2:2008 – Parâmetros de conforto térmico .................... 24
3.6 Renovação de ar ............................................................................................ 25
3.7 Filtragem ......................................................................................................... 26
3.7.1 Localização da TAE e do exaustor ............................................................ 26
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 28
4.1 Geometria do auditório .................................................................................. 28
4.2 Cálculo da carga térmica ............................................................................... 29
4.2.1 Carga Térmica – Condução ....................................................................... 29
4.2.2 Carga Térmica – Insolação ........................................................................ 30
4.2.3 Carga Térmica – Pessoas ......................................................................... 30
4.2.4 Carga Térmica – Iluminação ...................................................................... 31
4.2.5 Carga Térmica de Equipamentos .............................................................. 32
4.2.6 Carga Térmica – Infiltração de ar............................................................... 32
4.3 Calculo da vazão de renovação .................................................................... 33
4.3.1 Carga efetiva de renovação ....................................................................... 34
4.4 Equipamentos e acessórios para renovação do ar ..................................... 35
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 36
5.1 Cálculo das cargas térmicas ......................................................................... 36
5.1.1 Carga Térmica – Condução ....................................................................... 36
5.1.1.1 Condução nas paredes, janelas e na porta ......................................... 38
5.1.1.2 Condução no teto ................................................................................ 41
5.1.2 Carga Térmica – Insolação ........................................................................ 42
5.1.3 Carga Térmica – Pessoas ......................................................................... 43
5.1.4 Carga Térmica – Iluminação ...................................................................... 43
5.1.5 Carga Térmica de Equipamentos .............................................................. 44
5.1.6 Carga Térmica – Infiltração de ar............................................................... 44
5.1.7 Carga térmica total..................................................................................... 47
5.2 Ventilação ....................................................................................................... 48
5.2.1 Carga efetiva de renovação ....................................................................... 49
5.3 Equipamentos de renovação ........................................................................ 50
5.3.1 Tomada de ar exterior ................................................................................ 50
5.3.2 Escolha do exaustor .................................................................................. 52
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 54
ANEXOS ................................................................................................................... 60
11

1 INTRODUÇÃO

O aumento da contaminação do ar, em especial nos grandes centros urbanos,


tem se tornado cada vez mais fonte de agravo à saúde do homem e dos demais seres
vivos. Entre os locais de maior aglomeração, têm-se ambientes internos de escolas,
edifícios comerciais, locais de trabalho em geral. Esses, devem possuir condições
necessárias para o conforto, bem-estar e principalmente a saúde do indivíduo. Dentre
os inúmeros fatores que podem ser condicionantes para o bem-estar de um indivíduo,
a qualidade do ar é um fator determinante (PANTOJA; COUTO; PAIXÃO, 2007).
MUNDT et al. (2004, apud MARÈ; LEITE, 2013) indica a importância dos
sistemas de ar condicionado na filtragem do ar externo e na renovação de ar dos
ambientes internos, e assim proporcionar a redução da concentração dos poluentes a
níveis aceitáveis. A capacidade de um sistema de remover poluentes do ar interior
pode ser avaliada pela relação entre a concentração de poluentes no ar ao nível da
exaustão e a concentração de poluentes ao nível da zona de respiração.
Com isso, no ano de 1989, ao considerar o aumento populacional e a
industrialização, notou-se a expansão da poluição atmosférica, principalmente nas
regiões metropolitanas. Nesse cenário o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), por meio da resolução n° 5, de 15 de junho de 1989, instituiu o Programa
Nacional de Controle da Qualidade do Ar (PRONAR), para proteger a saúde e bem-
estar das populações e melhorar a qualidade de vida, permitindo desenvolvimento
social e econômico sem agredir o meio ambiente (BRASIL, 1989).
Em decorrência do PRONAR, foi criada a Resolução n° 3, de junho de 1990,
entretanto, em 2018 essa resolução foi revogada pela resolução n° 491, de 19 de
novembro de 2018, que estabelece os padrões de qualidade do ar que, ultrapassados,
poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população. No tocante às
partículas inaláveis, os padrões primários e secundários são concentração média
anual de 50 mg/m3 e concentração de 150 g.m-3.dia-1, que não deve ser excedida mais
de uma vez por ano (BRASIL, 1990).
Em 28 de Agosto de 1998, o Ministério da Saúde (MS), através da portaria n°
3523, tratou sobre a qualidade do ar de interiores em climatizados. Nessa resolução,
houve a correlação com a Síndrome dos Edifícios Doentes, pois essa, relaciona-se
aos casos de agravamento de problemas à saúde. Foi indicado procedimentos para a
diminuição dos riscos para os sujeitos envolvidos. Nessa portaria foi introduzido a
12

necessidade, para sistemas superiores a 60000 BTU/h, da implantação de um Plano


de Manutenção, Operação e Controle – PMOC (BRASIL, 1998).
Com a constante evolução das tecnologias, bem como as melhores avaliações
dos órgãos responsáveis, fez com que novas resoluções fossem criadas. A Resolução
176, de 24 de outubro de 2000, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), e, como forma de revisão dessa, houve a atualização para a Resolução RE
n° 9, de janeiro de 2003. Nessa, têm-se padrões de referência para a qualidade do ar
Interior em ambientes climatizados de uso público e coletivo. Outra importante
informação é a indicação da NBR 6401 - Instalações Centrais de Ar Condicionado
para Conforto, na recomendação de parâmetros físicos como temperatura, umidade,
velocidade e taxa de renovação do ar e de grau de pureza do ar (AGENCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2003).
A norma NBR 6401 de 1980, por sua vez, foi atualizada e, por conseguinte
substituída pela edição 16401 de 2008. Essa foi dividida e publicada em três partes.
A primeira referente ao projeto das Instalações. A segunda indica os parâmetros de
conforto térmico. E a terceira parte rege a qualidade do ar interior. Essas normas e
resoluções são essenciais, pois ambientes onde os ocupantes se encontram em
confinamento, ocorrendo insuficiente ou nenhuma troca de ar entre o meio interno e o
externo, podem-se tornar inadequados e até mesmo propagadores de doenças
respiratórias, devido à presença de microrganismos que incluem bactérias, fungos e
vírus (SANTOS et al., 2020).
Segundo Hayleeyesus & Manaye (2014, apud Santos et al, 2020), uma pessoa
fica em média 80 a 90% do seu tempo em ambientes confinados e climatizados
artificialmente, estima-se, portanto, que cada pessoa consome 14 m³ de ar por dia,
tornando o tema Qualidade do Ar Interior (QAI) um assunto relevante para ser
discutido mundialmente.
Devido aos problemas de grandes aglomerações de indivíduos em um mesmo
ambiente, a Organização Mundial de Saúde (OMS), nos anos 80, por meio de um
grupo de trabalho, determinou que problemas relacionados a saúde pública
ocasionado pela permanência no interior de alguns edifícios seriam considerados
sinais e sintomas relacionados a Síndrome do Edifício Doente (SED) ou Sick Building
Syndrome, do inglês (SANTOS et al., 2020).
Um caso extremo de SED aconteceu em 1976, durante uma convenção da
Legião Americana de Veteranos, que reuniu mais de 4 mil ex-soldados no Bellevue
13

Stratford Hotel, em Filadélfia. Os participantes começaram a adoecer


misteriosamente, apresentando tosse, febre e dificuldade a respirar, tendo algumas
pessoas morrido. A causa da doença misteriosa, que depois se descobriu, foi a
presença da bactéria Legionella pneumophila no sistema de ventilação do edifício
(SILVA, 2017).
Não obstante, em Wuhan, capital da província de Hubei, na China, no final de
2019, foi identificado um surto de síndrome respiratória aguda grave, com alta
transmissibilidade. Uma nova linhagem viral de coronavírus, denominado SARS-CoV-
2 (Severe acute respiratory syndrome coronavirus 2), responsável pela doença
denominada COVID-19, foi identificada através de técnicas laboratoriais (CAMPOS;
GUEDES, 2020).
De 26 de janeiro a 10 de fevereiro de 2020, um surto dessa nova doença afetou
10 pessoas, de 3 famílias, que comeram no mesmo restaurante com sistema de ar
condicionado em Guangzhou, China. O restaurante referido é um edifício de 5
andares, sem janelas, e em cada andar possui um aparelho de ar-condicionado. No
estudo deste caso, concluiu-se que a transmissão do vírus se deu pelas gotículas
respiratórias circuladas pelo equipamento de ar-condicionado, agravada pela má
ventilação do recinto (Lu et al., 2020).
Com este contexto, houve o questionamento se os ambientes da Universidade
Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), contam com o devido sistema de renovação,
bem como se o dimensionamento dos aparelhos de ar-condicionado é bem
dimensionado. Para o estudo, foi escolhido o auditório do Centro de Engenharia II (CE
II), campus Leste, localizado em Mossoró/RN. Para os cálculos foram observados
valores contidos nas normas, manuais e livros, que regulamentam os sistemas
climatizados.
No auditório existem dois condicionadores de ar do tipo Split, com capacidade
de 60000 BTU/h, da marca Electrolux. O trabalho consiste na análise do
dimensionamento desses equipamentos, pelo cálculo da carga térmica do ambiente
e, sabendo da importância da renovação de ar no controle de contaminantes em
ambientes climatizados, como o vírus COVID-19, por exemplo, foi realizado também
um projeto de renovação de ar.
14

2 OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

 Verificar o projeto de dimensionamento dos equipamentos, projetar o sistema


de renovação de ar adequado para o auditório do CE II da UFERSA.

2.2 Objetivo específico

 Projetar o sistema de renovação com exaustão;


 Calcular a carga térmica do auditório;
 Analisar se o dimensionamento dos equipamentos de condicionamento de ar
do auditório atende aos requisitos de conforto térmico;
 Selecionar acessórios que atendam às exigências normativas adequadas.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Tipos de ventilação

Para manter a segurança, e a qualidade do ar para os ocupantes de ambientes


internos, é preciso renová-lo constantemente, faz-se então necessário entender os
tipos de ventilação usados neste processo. Quando possível, é utilizada ventilação
natural, nessa as aberturas de circulação são elementos comuns nas residências,
portas e janelas, por exemplo, proporcionando ao ar entradas para a admissão e
saídas para o escape do ar, e quando bem dimensionadas garantem a purificação do
ar, como também conforto térmico para os ocupantes (CLEZAR E NOGUEIRA, 2009).
Porém, em várias situações não é possível utilizar esse tipo de ventilação, seja
pela quantidade elevada de pessoas, que dificulta a remoção do ar viciado (ou
contaminado), ou qualquer limitação característica que impeça sua adoção. Assim, se
não é possível utilizar a ventilação natural, é preciso utilizar ventiladores que, de forma
mecânica, movimentam a massa de ar (CLEZAR E NOGUEIRA, 2009). É possível
dividir a ventilação industrial em dois grandes grupos: Ventilação geral diluidora (VGD)
e ventilação local exaustora (VLE).
15

3.1.1 Ventilação geral diluidora (VGD)

A VGD, como o próprio nome sugere, garante ao ambiente ampla ventilação,


abrangendo-o de forma geral (Figura 1). Utilizada em atividades que não apresentem
de forma clara qual a origem dos agentes poluidores, bem como sua localização exata,
por isso a movimentação do ar se dá de forma contínua, com a entrada do ar externo
e expulsão do ar contaminado (CLEZAR E NOGUEIRA, 2009).

Figura 1: Ventilação geral diluidora

Fonte: Clezar e Nogueira (2009).

Há diferentes formas de haver a renovação de ar utilizando a VGD


mecanicamente. Essencialmente são conhecidos três tipos, segundo Creder (2004):
Insuflamento, exaustão e mista. Na primeira, um ventilador lança o ar no recinto, e
sua pressão, Ps, se torna maior que a exterior, Pe, (Figura 2, (a)). Desse modo, o ar
poluído é retirado do recinto por meio de uma abertura, devido a diferença de pressão
(Ps - Pe).
Para exaustão, um ventilador retira o ar viciado, e essa sucção torna a pressão
interior, Ps, menor que a exterior, Pe (Figura 2, (b)). Há então uma pressão negativa
no recinto em relação ao exterior, e essa diferença (Pe - Ps) faz o ar viciado ser retirado.
Para a ventilação mista, há, no mesmo circuito, um ventilador que insufla o ar no
ambiente e outro que remove esse ar (Figura 2, (c)). Nesse último caso, a depender
da razão das vazões, insuflamento ou exaustão de ar, pode-se ter o ambiente interno
com pressão positiva ou negativa (CLEZAR E NOGUEIRA, 2009).

Figura 2: Tipos de ventilação geral diluidora


16

Fonte: Clezar e Nogueira (2009).

3.1.1.1 Ar-condicionado tipo Split

O aparelho mais popular do mercado é o tipo Split (Figura 3). Dividido


basicamente em duas partes, na primeira é colocado a unidade evaporadora no
interior do ambiente condicionado, a segunda é composta pela unidade
condensadora, que é instalada no exterior do ambiente. A conexão desses sistemas
se dá pelo circuito frigorífico, formado pela linha de sucção e pela linha do refrigerante.
Utilizado apenas no controle da temperatura, onde é eficiente, o sistema
apenas movimenta a massa de ar pelo evaporador, rejeita o calor e recircular esse ar
pelo ambiente. Além disso, é um sistema acessível financeiramente, e também gera
pouco ruído, internamente. Dos pontos negativos, há uma compensação na
comodidade sonora, pois no exterior há elevado ruído. Porém, o maior problema, e o
que é competente ao trabalho, é a ausência de renovação de ar (BRASIL, 2016).

Figura 3: Sistema de ar condicionado Split


17

Fonte: BRASIL (2016).

3.1.2 Ventilação local exaustora

A ventilação local exaustora (VLE) é feita com o auxílio de um equipamento


capaz de captar os poluentes diretamente da fonte (gases, vapores, fumos ou poeiras
tóxicas) antes que os mesmos se espalhem no ar do ambiente (Figura 4). Diferente
da VGD, é indicada para quando se tem conhecimento exato da origem da poluição,
para que possa ser posicionado o captor. Devido à alta taxa de poluição e
periculosidade dos contaminantes dispersos no ar, a ventilação local exaustora é
utilizada para garantir a eficiência da renovação do ar (CLEZAR E NOGUEIRA, 2009).

Figura 4: Ventilação local exaustora

Fonte: Clezar e Nogueira (2009).


18

3.2 Mistura de ar-água-vapor

O ar atmosférico é uma mistura contendo nitrogênio, oxigênio, vapor de água e


pequenas quantidades de outros gases. O ar atmosférico diferencia-se do ar seco
pela existência de vapor de água em sua composição. Nos problemas de engenharia,
é normal utilizar o ar, de forma geral, como uma mistura de vapor de água e ar seco,
considerando esse como constante, e essa mistura refere-se ao ar úmido. Já o vapor
de água varia com os fenômenos climáticos e humanos, e é essencial para o conforto
humano (ÇENGEL; BOLES, 2013).
Segundo Çengel e Boles (2013), a temperatura utilizada no condicionamento
de ar varia entre -10 °C e 50 °C, nesse intervalo o ar pode ser considerado constante,
como um gás ideal, pois o valor de Cp (Capacidade calorífica à pressão constante)
possui um erro ínfimo (abaixo de 0,2%) nesse intervalo, e pode ser quantificado com
1,005 kJ/kg·K.
O autor exemplifica ainda que ao considerar a temperatura de base à 0 °C, a
entalpia e a variação da entalpia do ar seco possuem o mesmo valor; 1,005 kJ/kg·°C.
Na mesma perspectiva, a pressão também pode ser considerada constante, admitindo
que o fluxo de ar seco e vapor de água sejam estacionários, assim, o ar atmosférico
pode ser tratado como uma mistura de gases ideais.
Considerando que em um processo simples, a umidade específica permanece
constante, enquanto, temperatura e umidade relativa mudam. Assim, aplicam-se os
balanços de energia e massa, admitindo o escoamento em regime permanente,
considera-se ainda as variações das energias cinética e potencial desprezíveis, e
obtém-se as Equações 1, 2 e 3.

∑ 𝑚̇𝑎 = ∑ 𝑚̇𝑎 (1)


𝑒𝑛𝑡 𝑠𝑎𝑖

∑ 𝑚̇𝑤 = ∑ 𝑚̇𝑤 𝑜𝑢 ∑ 𝑚̇𝑎 𝜔 = ∑ 𝑚̇𝑎 𝜔 (2)


𝑒𝑛𝑡 𝑠𝑎𝑖 𝑒𝑛𝑡 𝑠𝑎𝑖

𝑄̇𝑒𝑛𝑡 + 𝑊̇𝑒𝑛𝑡 + ∑ 𝑚̇ ℎ = 𝑄̇𝑠𝑎𝑖 + 𝑤̇𝑠𝑎𝑖 + ∑ 𝑚̇ ℎ (3)


𝑒𝑛𝑡 𝑠𝑎𝑖
19

Dessa forma, a Equação 1 representa a entrada e saída do fluxo de massa de


ar seco. A Equação 2, relaciona a massa de água do sistema e a Equação 3 é o
balanço das energias do sistema (ÇENGEL; BOLES, 2013, p. 744).

3.3 Psicrometria

No âmbito do condicionamento de ar, a psicrometria estuda as propriedades e


características da mistura de ar seco e vapor d’água, e como determiná-las. A
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2008) indica a necessidade
da realização de um estudo psicrométrico com o intuito de obter as condições de
operação, considerando plena carga de operação de cada unidade de tratamento de
ar. Determina também, com esse estudo, calcular as vazões de ar que suprem cada
zona, e assim atender a relação sensível/latente da carga térmica.
Çengel e Boles (2013) indicam que as principais propriedades a serem
analisadas na psicrometria, além das já conhecidas na termodinâmica, são: Pressão
de vapor; entalpia; volume específico; umidade absoluta (específica); umidade
relativa; temperatura de bulbo seco; temperatura de bulbo úmido e a temperatura de
ponto de orvalho.

I - Pressão de vapor, entalpia e volume específico


A pressão de vapor (𝑷𝒗 ) é aquela que o vapor de água exerceria, se
considerada de forma isolada, à mesma temperatura e ao mesmo volume do ar
atmosférico. A entalpia (𝒉) analisada em um sistema de condicionamento de ar é a
soma das entalpias das componentes do vapor de água e a do ar seco. Admitindo a
temperatura de referência para o ar de 0°C e a referência do vapor de água o mesmo
da água, no estado de líquido saturado, 0°C. O volume específico (𝒗) é analisado pela
equação dos gases perfeito, onde sua unidade de medida é metros cúbicos por
quilograma de ar seco (𝒎𝟑 ⁄𝑲𝒈 𝑑𝑒 𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑐𝑜).

II - Umidade relativa e absoluta (Específica)


A umidade relativa (𝝓) é definida pela razão entre a massa de ar do vapor de
água e a fração do vapor de água no ar saturado à mesma temperatura (Equação 4).
Das relações dos gases ideais pode-se sugerir outra razão para umidade relativa
(Equação 5), considerando as pressões: a pressão parcial do vapor de água, pela
20

pressão de saturação de água (𝑷𝒈 ) pura a mesma temperatura (STOECKER; JONES,


1985).

𝑚𝑣 𝑃𝑣
𝜙= = (4)
𝑚𝑔 𝑃𝑔

ꞷ𝑃
𝜙= (5)
(0,622 + ꞷ)𝑃𝑔

Umidade absoluta (𝝎) é convencionada como a massa de água de 1 kg de ar


seco. Partindo da equação dos gases ideais, 𝑃𝑉 = 𝑛 𝑅𝑇, o ar pode ser analisado, pois
sua temperatura é maior que a temperatura de saturação (Equação 6). O vapor de
água pode ser simplificado como um gás ideal, pois sua pressão é baixa, se
comparada a pressão de saturação (Equação 7).

𝑚𝑣 0,622𝑃𝑣
ꞷ= = (6)
𝑚𝑎 𝑃 − 𝑃𝑣

0,622𝜙𝑃𝑔
ꞷ= (7)
𝑃 − 𝜙𝑃𝑔

III - Temperatura de bulbo seco e a temperatura de bulbo úmido


A temperatura do bulbo seco (𝑻𝒃𝒔 ) do ar é a temperatura comum do ar
atmosférico, pode ser medida com um termômetro comum. A temperatura de bulbo
úmido (𝑻𝒃𝒖 ) é aquela obtida quando a água se evapora no determinado instante, é
obtida com o uso de um termômetro em que o bulbo esteja coberto por um tecido de
algodão saturado com água, este é ventilado até a evaporação da água.

IV - Temperatura de ponto de orvalho


A temperatura de ponto de orvalho 𝑻𝒑𝒐 é definida quando a condensação
começa, no momento em que o ar é resfriado a pressão constante. Assim é a
temperatura de saturação da água, e correspondente à 𝑷𝒗 .
21

3.3.1 Carta psicrométrica

O conhecimento das referidas propriedades é de suma importância para o


dimensionamento de um sistema de condicionamento de ar, haja vista elevado
número de cálculos. Para facilitar o processo utiliza-se diagramas, conhecidos como
Cartas psicrométricas (Figura 5), essas podem ser utilizadas com satisfatória
exatidão. A relação das grandezas foi analisada por Silva (2003), onde há uma
simplificação do diagrama de forma didática.

Figura 5: Representação de uma carta psicrométrica genérica

Fonte: Silva (2003).

1. 𝑻𝒃𝒔 , indicada na carta por linhas retas verticais (°C);


2. 𝝎, representada por linhas horizontais (𝒌𝒈𝑽 ⁄𝒌𝒈𝑨 );
3. Escala da umidade absoluta;
4. 𝑻𝒃𝒖 localizada na linha de saturação na extremidade esquerda da carta (°C);
5. 𝒗 medido em 𝒎𝟑 ⁄𝑲𝒈 𝑑𝑒 𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑐𝑜, como já mencionado anteriormente;
6. 𝒉, ou calor total, expressa por 𝒌𝑱⁄𝒌𝒈 𝑑𝑒 𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑐𝑜;
7. 𝑻𝒑𝒐 , representada na linha de saturação, também expressa em °C;
8. 𝝓 expressa em porcentagem;
9. Escala referente ao Fator de Calor Sensível (FCS).
22

3.4 Carga térmica

Em um ambiente climatizado é precisa manter o conforto térmico constante,


mantendo a qualidade integralmente. Neste sentido, vários são os agentes que podem
gerar um ganho de calor ao ambiente e podem comprometer o projeto. Para realizar
o levantamento da carga térmica é necessário definir a aplicação e as condições de
uso, é levado em consideração por exemplo o tipo de atividade realizada no local; o
perfil dos ocupantes; detalhes construtivos da edificação, etc.
Segundo Stoecker e Jones (1985) a maioria dos cálculos de carga térmica
baseiam-se na determinação dos fatores que influenciam nas trocas térmicas do
ambiente em questão, representados na Figura 6.

Figura 6: Fatores que afetam as cargas térmicas

Fonte: Stoecker e Jones (1985).

Entre os fatores, a transmissão ocorre pela transferência de calor por ação da


diferença de temperatura em um componente. O sol, também contribui, pois há
transferência de energia solar por um componente transparente, ou absorção por um
opaco. Devido ao ar externo que penetra o ambiente, ocorre ganho ou perda de calor
pela infiltração. Finalmente a geração interna, pois no interior do ambiente climatizado
podem haver outras fontes de calor, como iluminação, equipamentos, e também
haverá a contribuição das pessoas (STOECKER; JONES, 1985).

3.5 Qualidade e conforto térmico


23

A qualidade do ar interior tem sido objeto de estudos em todo o planeta, desde


que o uso da refrigeração se tornou amplamente difundida, por causa das várias
doenças que os humanos podem ser acometidos pela contaminação do ar interior.
Além disso, se outrora o conforto térmico foi fundado em estudos das condições de
resfriamento que possibilitem a prosperidade do indivíduo, agora, não só é necessário
como também indispensável haja vista o contexto de pandemia.

3.5.1 ABNT NBR 16401-3:2008 – Qualidade do ar interior

A norma 16401-3 designa os valores padrão para a qualidade do ar interno em


ambientes com sistema de ar condicionado. São padronizadas as vazões mínimas de
ar exterior para ventilação, os níveis mínimos de filtragem do ar, bem como as
características necessárias para garantir a qualidade do ar interior. No que diz respeito
às vazões, deve-se analisar a vazão de ar exterior, a vazão eficaz, a vazão a ser
suprimida da zona de ventilação e a vazão de ar exterior a ser suprida pelo sistema
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008).
A filtragem garante a retenção das partículas dispersas no ar, e com isso é uma
garantia importante para sua qualidade interna. Assim, o item seis da norma é
dedicado a especificação e classificação dos diversos tipos de filtros, analisando
eficiência, aplicação típica e a seleção dos mesmos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2008).
Essa parte da norma destaca ainda, a importância da instalação e localização
dos componentes do sistema de ventilação. São eles, a tomada de ar exterior, projeto
de cada máquina, instalação em entreforros e telhados, projeto e instalação de
unidades de tratamentos de ar, dutos e terminais de ar e ainda os atenuadores de
ruídos. E finalmente, a norma aborda manutenção dos sistemas para a garantia da
qualidade do ar e ainda, nos anexos apresenta informações complementares de
avaliação e informativos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2008).

3.5.2 Conforto térmico

Segundo Macintyre (1990), para um clima tropical, clima predominante no


Brasil, o indivíduo consegue desenvolver suas atividades de forma cômoda caso as
24

condições de ventilação sejam atendidas. Diz ainda, que não só as partículas de


sujeira suspensas no ar são nocivas, mas também, condições ambientais adversas,
tais como extremos de umidade, baixa temperatura, são exemplos de situações que
podem, a depender do tempo grau de exposição, deteriorar a imunidade da pessoa,
podendo acarretar em possíveis doenças.
Já Stoecker e Jones (1985, p. 67), destaca os parâmetros ambientais que
influenciam a liberação de calor de um indivíduo “[...] temperatura do ar, a temperatura
das superfícies circundantes, a umidade e a velocidade do ar.”, para o autor esses
são os fatores que quando bem controlados no projeto de refrigeração garantem o
conforto térmico.

3.5.3 ABNT NBR 16401-2:2008 – Parâmetros de conforto térmico

No que diz respeito a conforto térmico a segunda parte da norma, a 16401-2,


intitulada de “Instalações de Ar-Condicionado – Sistemas Centrais e Unitários – Parte
2: Parâmetros de Conforto Térmico”, deve ser adotada. Nela encontra-se os valores
de referência para que uma maioria de 80% ou mais dos ocupantes, dependendo dos
diversos fatores dos grupos que utilizam esse ambiente, possam expressar satisfação
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008).
Semelhante a Stoecker e Jones (1985), que determina valores adequados de
operação para sistema de condicionamento de ar, a norma 16401-2 define e melhor
abrange os parâmetros considerados, são eles a temperatura operativa, velocidade
do ar e a umidade do ar (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2008). Partindo destes, é possível projetar as melhores condições para os indivíduos,
são os valores representados na Tabela 1.

Tabela 1: Parâmetros de conforto térmico


Velocidade em
relação ao grau

Umidade relativa de turbulência


Estação Temperatura (°C)
(%) (m/s)

30 a 50
< 10 %
%
25

Verão (roupa típica 22,5 a 25,5 65


0,20 0,25
0,5 clo) 23,0 a 26,0 35

Inverno (roupa 21,0 a 23,5 60


0,15 0,20
típica 0,9 clo) 21,5 a 24,0 30

Fonte: Adaptada da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2008).

Estas condições, são normatizadas com suas especificidades, como por


exemplo os tipos de roupa, limitações dimensionais e térmicas, entre outros.

3.6 Renovação de ar

A renovação do ar ocorre de maneiras diferentes em ambientes domésticos e


coletivos. Como em uma casa, o fluxo de pessoas é pequeno, o ato de abertura e
fechamento das portas cotidiano, é bastante para movimentação das partículas e a
renovação do ar interno. Por outro lado, para garantir a qualidade do ar no ambiente
refrigerado coletivo, se faz necessária a remoção do ar potencialmente poluído do
ambiente, e sua substituição por ar mais limpo. Simplificadamente, o ar externo passa
por filtros, que são responsáveis por remover impurezas potencialmente danosas as
pessoas no ambiente interno (MACINTYRE, 1990).
A Resolução - RE nº 9, de 16 de janeiro de 2003 padroniza, em ambientes
climatizados públicos e coletivos, valores limite para contaminação biológica, química
e parâmetros físicos do ar interior. A resolução recomenda como indicador de
renovação do ar, valor igual a 1000 ppm de dióxido de carbono – CO2. Recomenda
ainda uma taxa de renovação do ar de no mínimo de 27 m 3/hora/pessoa, sendo que,
em ambientes com alta rotatividade de pessoas será de 17 m3/hora/pessoa (AGENCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2003).
Em contraponto com a RE n° 9, a norma 16401 estabelece 3.500 ppm de limite
da concentração de dióxido de carbono – CO2 em ambientes internos. Outra diferença
que esta apresenta, em relação a resolução, é sobre a taxa de renovação, essa para
a norma é calculada pela Equação 14, que analisa as vazões por pessoa e por área
ocupada pessoa, quantidade máxima de pessoas por zona de ventilação e a área útil
ocupada (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008).
26

3.7 Filtragem

Os filtros devem, essencialmente, filtrar as impurezas oriundas do ar externo,


bem como os poluentes gerados internamente. Especialmente quando se trata de um
sistema Split, a recirculação de ar viciado pode ser problemático aos usuários, pois
potencializa a chance de contato com as partículas indesejáveis. Segundo a ABNT
16401-3:2008, os filtros devem reduzir a acumulação de poluentes nos dutos e
equipamentos, é importante também, na diminuição da concentração de poluentes,
para que os ocupantes se sintam confortáveis e não adoeçam.
O projetista deve atentar as especificidades de cada ambiente, de forma a
escolher os filtros que possibilitem uma filtragem mínima aceitável. Nas unidades de
condicionamento de ar do tipo Split, deve haver a filtragem de ar na tomada de ar
externa (TAE), pois não tem como implementar o projeto de filtragem nesses
aparelhos. Em vários casos torna-se necessário a implantação de uma pré-filtragem,
para garantir maior eficiência do ar suprido nas grelhas (ABNT, 2008). No ANEXO B.3
podem ser encontradas as classificações mínimas de filtros para diversos locais.
A dispersão do ar na atmosfera, principalmente em tempos de pandemia, não
seria adequada caso fosse feito sem a devida filtragem, pois o vírus da COVID-19 se
prende nos particulados e pode assim ser transmitido para outras pessoas. Assim, é
necessária também a filtragem do ar viciado na exaustão, como o intuito de reter
partículas e micro gotículas, que podem carregar poluentes ou microrganismos como
o COVID-19 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REFRIGERAÇÃO, AR
CONDICIONADO, VENTILAÇÃO E AQUECIMENTO, 2021)

3.7.1 Localização da TAE e do exaustor

Creder (2004) indica as melhores configurações para a instalação dos


equipamentos de circulação de ar, como pode-se observar na Figura 7. Essas
suposições feitas pelo autor, auxiliam na escolha das posições de instalação dos
equipamentos. Ao observar as distribuições, percebe-se que a melhor configuração é
aquela em que a admissão de ar é realizada na parte mais baixa do ambiente, com
uma saída de ar mais elevada.

Figura 7: Localização adequada e inadequada da ventilação


27

Fonte: Creder (2004).


28

4 METODOLOGIA

Foram realizados os cálculos de carga térmica do ambiente, com o intuito de


verificar a assertividade do projeto de refrigeração. Depois, com o auxílio das normas,
foi obtido os valores de renovação do ambiente, e a partir desse foi escolhido o
equipamento que atende as necessidades.
Inicialmente foi realizada a busca pelas informações climáticas e
meteorológicas, de Mossoró/RN, onde o auditório está localizado, observou-se que as
normas não continham valores de referência do local, nesta perspectiva, foram
utilizados os dados obtidos no Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e no Instituto
Nacional De Meteorologia (INMET).

4.1 Geometria do auditório

Situado em Mossoró/RN na Universidade Federal Rural do Semi-Árido,


UFERSA, Campus Leste, o auditório possui área total de 113,13 m² (medidas
representadas na Figura 8), pé direito de 3,20 m e rebaixamento do forro de gesso de
2,70 m. O ambiente possui duas portas, a P1 é uma simples de giro, e a P2 são duas
de giro, possui ainda duas janelas corrediças (J1) como 6 folhas cada uma. Apenas a
lateral noroeste não faz fronteira com o ambiente externo.

Figura 8: Geometria do auditório e representação do posicionamento geográfico


29

Fonte: Adaptada da UFERSA (2008).

4.2 Cálculo da carga térmica

Creder (2004), resume a carga térmica como a quantidade calor, sensível e


latente, retirada ou introduzida em um ambiente afim de manter as condições de
conforto desejadas. Para melhor compreensão e praticidade dos cálculos, divide-se
as cargas térmicas pelo modo que podem ser introduzidas no ambiente: condução,
insolação; pessoas (ocupação); iluminação; equipamentos e infiltração. Assim a carga
térmica total é expressada pela Equação 8.

𝑸𝑻𝑻 = 𝑄𝑐𝑜𝑛 + 𝑄𝑖𝑛𝑠 + 𝑄𝑝𝑒𝑠 + 𝑄𝑖𝑙𝑢 + 𝑄𝑒𝑞𝑢 + 𝑄𝑖𝑛𝑓 (8)

4.2.1 Carga Térmica – Condução

A carga térmica obtida pela transmissão de calor por condução pode ser
calculada pela Equação 9 (CARRIER AIR CONDITIONING COMPANY, 1980).
Definida pelo ganho de energia térmica, em decorrência da diferença de temperatura,
a carga térmica de condução é transferida pelo piso, teto e paredes.
30

𝑄𝑐𝑜𝑛 = 𝐴𝑈(𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 ) (9)

𝑄𝑐𝑜𝑛 = Carga térmica de condução em 𝑊 ou 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ


A = Área em 𝑚2
𝑈 = Coeficiente global de transferência de calor, 𝑊 ⁄𝑚2 ∙ 𝐾 ou 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶
𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 = diferença de temperatura externa e interna, °C

4.2.2 Carga Térmica – Insolação

A incidência solar provoca transmissão de calor por radiação, que ao transpor


as superfícies do ambiente provoca um ganho de energia térmica. Este varia de
acordo com o material e/ou tipo de construção, bem como fatores inerentes ao clima
e localidade. Esse tipo de carga térmica é dividido em dois subgrupos: Carga térmica
através de superfícies transparente e Carga térmica através de superfícies opacas.
Destaca-se o primeiro subgrupo, calculado pela Equação 10, segundo Stoecker
e Jones (1985):

𝑄𝑖𝑛𝑠 = 𝐴 ∙ 𝐹𝐺𝐶𝐼 ∙ 𝐶𝑆 (10)

𝑄𝑖𝑛𝑠 = Carga térmica de insolação em 𝑊 ou 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ


A = Área em 𝑚2
𝐹𝐺𝐶𝐼 = Ganho de Calor por Insolação, 𝑊 ⁄𝑚2 ou 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2
𝐶𝑆 = Coeficiente de sombreamento

4.2.3 Carga Térmica – Pessoas

Antes da realização do projeto, o contratante deve disponibilizar a estimativa


do número de pessoas que utilizarão o ambiente, como também a frequência de
utilização, caso não seja possível, são considerados os valores de referência da
norma 16401-3. Com a norma, também deve-se adotar os valores indicados para o
calor latente e sensível dissipados pelas pessoas, pois o corpo humano dissipa calor
de forma diferente para cada atividade, encontrados na norma 16401-1
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008). No caso específico,
como trata-se de um ambiente universitário, a norma 6401 contém valores específicos
31

para este caso no ANEXO C.2. A Equação 11 representa a soma do calor latente,
Equação 11.1, e do calor sensível, Equação 11.2.

𝑄𝑝𝑒𝑠 = 𝑄𝑙𝑎𝑡 + 𝑄𝑠𝑒𝑛 (11)

𝑄𝑙𝑎𝑡−𝑃𝐸𝑆𝑆𝑂𝐴𝑆 = 𝑁 ∙ 𝐶𝑙𝑎𝑡 (11.1)


𝑄𝑠𝑒𝑛−𝑃𝐸𝑆𝑆𝑂𝐴𝑆 = 𝑁 ∙ 𝐶𝑠𝑒𝑛 (11.2)

𝑄𝑝𝑒𝑠 = Carga térmica dos ocupantes em 𝑊 ou 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ


𝑄𝑙𝑎𝑡−𝑃𝐸𝑆𝑆𝑂𝐴𝑆 = Calor latente dissipado pelas pessoas
𝑄𝑠𝑒𝑛−𝑃𝐸𝑆𝑆𝑂𝐴𝑆 = Calor sensível dissipado pelas pessoas
N = Número de pessoas
𝐶𝑙𝑎𝑡 = Calor latente liberado pelas pessoas em 𝑊
𝐶𝑠𝑒𝑛 = Calor sensível liberado pelas pessoas em 𝑊

4.2.4 Carga Térmica – Iluminação

A quantidade do calor liberado por lâmpadas, incandescentes ou fluorescentes,


depende da potência e do tipo da instalação elétrica. As lâmpadas fluorescentes
necessitam de energia extra para o reator, assim há uma energia dissipada
considerável, que produz ganho de calor latente. Para conhecer a quantidade de
lâmpadas, deve-se ter acesso ao projeto de iluminação do ambiente.
Sabendo disso, e obtendo a potência de iluminação instalada, no caso das
lâmpadas fluorescentes, deve-se, segundo Carrier Air Conditioning Company (1980),
multiplicar à potência de iluminação pelo fator de 1,20, pois, em média, o reator
adiciona 20% ao calor gerado pelas lâmpadas. Onde não for possível obtenção dos
dados de projeto, utiliza-se valores de referência obtidos na norma 16401-1 (ANEXO
A.2), e calcula-se pela Equação 12.

𝑄𝑖𝑙𝑢 = 𝑃𝑑𝑖𝑠 ∙ 𝐴 (12)

𝑄𝑖𝑙𝑢 = Carga térmica de iluminação em 𝑊 ou 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ


A = Área em 𝑚2
32

𝑃𝑑𝑖𝑠 = Potência dissipada em 𝑊 ⁄𝑚2

Ainda há outra forma de análise, para tal, é possível a determinação das cargas
de iluminação com a norma 5410 “em cômodo ou dependências com área superior a
6 m2, deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 m 2, acrescida
de 60 VA para cada aumento de 4 m 2 inteiros” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2004, p. 183). Finalmente, ao comparar os métodos, aquele de
maior valor deve ser escolhido.

4.2.5 Carga Térmica de Equipamentos

O calor dissipado pelos equipamentos possui valores de referência na norma


16401-1. São diversas as classificações, divididas de acordo com o tipo, local e uso
desse equipamento (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008).

4.2.6 Carga Térmica – Infiltração de ar

Considerada o fluxo de ar externo que penetra o recinto através de frestas nas


portas, janelas ou outras aberturas, e essas infiltrações de ar externo adicionam calor
latente e sensível (CREDER, 2004). O Carrier Air Conditioning Company (1980),
indica as Equações 13.1 e 13.2, que apresentam a possibilidade de quantificação das
cargas térmicas latente e sensível, respectivamente. A soma desses, obtida pela
Equação 13. Os valores do fluxo de ar são fornecidos pela norma 6401 (ANEXO C.1).

𝑄𝑖𝑛𝑓 = 𝑄𝑙𝑎𝑡−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴 + 𝑄𝑠𝑒𝑛−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴 (13)

𝑄𝑙𝑎𝑡−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴 = 0,71𝑉(𝝎𝑒 − 𝝎𝑖 ) (13.1)

𝑄𝑠𝑒𝑛−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴 = 0,29𝑉(𝑻𝑒 − 𝑻𝑖 ) (13.2)

𝑄𝑖𝑛𝑓 = Calor total de infiltração em 𝑊 ou 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ


𝑄𝑙𝑎𝑡−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴 = Calor latente de infiltração em 𝑊 ou 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
𝝎𝑒 = Umidade absoluta externa em grama de vapor de água/kg de ar seco como
unidade.
33

𝝎𝑖 = Umidade absoluta interna em grama de vapor de água/kg de ar seco como


unidade.
𝑄𝑠𝑒𝑛−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴 = Calor sensível de infiltração
𝑻𝑒 = Temperatura externa em °C
𝑻𝑖 = Temperatura interna, em °C
𝑉 = fluxo de ar em 𝑚3 ⁄ℎ 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎

4.3 Calculo da vazão de renovação

O procedimento inicial é calcular a vazão eficaz, Equação 14, de acordo com


norma 16401,

𝑉𝑒𝑓 = 𝑃𝑍 𝐹𝑃 + 𝐴𝑍 𝐹𝑎 (14)

𝑉𝑒𝑓 - Vazão eficaz de ar exterior (L/s);


𝑃𝑍 - Número máximo de pessoas na zona de ventilação;
𝐹𝑃 - Vazão por pessoa (L/s . pessoa);
𝐴𝑍 - Área útil ocupada pelas pessoas (m2);
𝐹𝑎 - Vazão por área útil ocupada (L/s . m2).

A partir da vazão eficaz, calcula-se a vazão de ar exterior a ser suprida na zona


de refrigeração, 𝑉𝑧 , que é a 𝑉𝑒𝑓 corrigida em relação a eficiência da distribuição do ar.
Para tal, na Equação 15, a razão entre a vazão eficaz e a eficiência 𝐸𝑧 . A 𝑉𝑧 possui
unidade de L/s e a eficiência pode ser extraída da norma (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008),

𝑉𝑒𝑓
𝑉𝑧 = (15)
𝐸𝑧

Ao corrigir a vazão eficaz, pode-se então calcular a vazão de ar exterior 𝑉𝑠


projetada para o sistema. Em um sistema de ventilação único 𝑉𝑠 = 𝑉𝑧 , porém se há
mais de uma zona suprindo ar exterior utiliza-se a Equação 16.
34

[𝐷 ∗ ∑(𝑃𝑧 ∗ 𝐹𝑃 ) + ∑(𝐴𝑧 ∗ 𝐹𝑎 ) ]
𝑉𝑠 = (16)
𝐸𝑉

O fator adimensional D representa a diversidade de ocupação (Equação 17),


enquanto a eficiência de distribuição de ar,𝐸𝑉 , é determinado a partir do maior fator
𝑍𝑎𝑒 , que é calculado entre as zonas do sistema (Equação 18), ou seja, é a razão entre
vazão de ar exterior, 𝑉𝑧 , e a vazão total insuflada na zona, 𝑉𝑡 ,

𝑃𝑠
𝐷= (17)
∑ 𝑃𝑧

𝑉𝑧
𝑍𝑎𝑒 = (18)
𝑉𝑡

𝑃𝑠 é a simultaneidade de pessoas presentes no local.


∑ 𝑃𝑧 é o somatório da previsão de pessoas em cada zona de ocupação.

Com os valores de 𝑉𝑠 , deve-se fazer uma comparação com os valores exigidos


pelas normas e resoluções (Portaria Nº 3.523 de 1998, Resolução 176 de 2000
Resolução Nº 9 de 2003 e a NBR 16401-3:2008), para a vazão de renovação, e esse
deverá atender o valor mínimo especificado.

4.3.1 Carga efetiva de renovação

Com a obtenção da vazão de renovação, pode-se obter a carga de ventilação


(Equação 19), para tal, calcula-se o calor sensível (Equação 19.2) e latente (Equação
19.1) de renovação, as equações obtidas em Carrier Air Conditioning Company
(1980).

𝑄𝑣𝑒𝑛 = 𝑄𝑙𝑎𝑡−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 + 𝑄𝑠𝑒𝑛−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 (19)

𝑄𝑙𝑎𝑡−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 = 0,71𝑉𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎çã𝑜 (𝝎𝑒 − 𝝎𝑖 ) (19.1)

𝑄𝑠𝑒𝑛−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 = 0,29𝑉𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎çã𝑜 (𝑻𝑒 − 𝑻𝑖 ) (19.2)


35

𝑄𝑣𝑒𝑛 = Calor total de ventilação em 𝑊 ou 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ


𝑄𝑙𝑎𝑡−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 = Calor latente de infiltração em 𝑊 ou 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
𝝎𝑒 = Umidade absoluta externa em grama de vapor de água/kg de ar seco como
unidade.
𝝎𝑖 = Umidade absoluta interna em grama de vapor de água/kg de ar seco como
unidade.
𝑄𝑠𝑒𝑛−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 = Calor sensível de infiltração
𝑻𝑒 = Temperatura externa em °C
𝑻𝑖 = Temperatura interna, em °C
𝑉𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎çã𝑜 = vazão efetiva de renovação em 𝑚3 ⁄ℎ

4.4 Equipamentos e acessórios para renovação do ar

Para a TAE, foram selecionadas venezianas, também conhecias como grelhas,


a partir da vazão efetiva de renovação, obtida pala vazão de renovação projetada, de
acordo com a norma 16401-3, menos a vazão de infiltração. O modelo de grelha foi
escolhido com o auxílio do manual da fabricante Tropical. O posicionamento das
grelhas (Figura 13) foi planejado tomando como base a Figura 7, na qual pode-se
analisar que o percurso do ar, quando admitido próximo ao piso, proporciona que o ar
percorra toda a área da sala antes de ser exaurido.
Para exaustão, a vazão utilizada é a vazão de projeto, pois leva em
consideração toda a massa de ar que deve ser retirada para eliminar o ar viciado. A
escolha deste equipamento foi realizada como o auxílio catálogo da fabricante
Ciclofan (ANEXO G). O posicionamento do exaustor (Figura 15), em relação à altura,
foi planejado como base nos manuais de instalação obtidos na literatura, quanto ao
posicionamento horizontal, foi escolhido de forma a ficar oposto as grelhas de TAE.
Para ambos, grelha e exaustor, foram utilizadas as indicações da norma 16401-3
(ANEXO B.3).
36

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O ambiente utilizado como problema do estudo fica na cidade de Mossoró/RN,


de acordo com SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (2005) “a sede do município tem
uma altitude média de 16 m e apresenta coordenadas 05°11'16,8” de latitude sul e
37°20'38,4” de longitude oeste, distando da capital cerca de 277 km”. Na norma
16401-1 não consta os valores de referência da cidade como o exemplo de Natal/RN
(ANEXO A.1), assim, foram utilizados os valores obtidos pelo INSTITUTO NACIONAL
DE METEOROLOGIA, 2010.
Os dados do INMET consideram a recorte histórico do período de 1981 a 2010,
e a maior média de temperaturas máximas encontradas foi no mês de outubro. A
temperatura de bulbo seco (𝑇𝑏𝑠 ) é de 35,10 °C, já a temperatura de bulbo úmido (𝑇𝑏𝑢 )
para o mesmo mês é 23,4 °C. Em consonância com a Norma ISO 7730:2005, foi
considerado o projeto às 15:00 horas, temperatura interna (𝑇𝐵𝑆𝐶𝐼 ) de 24 °C, dentro do
intervalo previsto pela 16401-2, e umidade relativa de 65% para maior conforto
térmico. Apenas a parede NO não foi considerada a incidência solar, pois faz divisa
com ambientes climatizados, não sendo diretamente exposta ao sol.

5.1 Cálculo das cargas térmicas

5.1.1 Carga Térmica – Condução

De acordo com o ANEXO E (Gerner, 2012), considerando a parede de tijolo de


barro comum, emassada de ambos os lados e com espessura aproximada de 20 cm,
então 𝑈𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 = 2,07 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶. No mesmo anexo, ao considerar a janela de
vidro simples, com espessura de 3 mm, então 𝑈𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 = 5,58 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶, já a
porta, considerada de aço com espessura de 3 mm, tem 𝑈𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎 = 5,72 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙
°𝐶 e finalmente o coeficiente global de transmissão de calor do teto, que é feito de
fibrocimento e possui forro de gesso de 3mm, 𝑈𝑡𝑒𝑡𝑜 = 2,25 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶.
A parede NO e a porta P2 não foram consideradas, pois fazem divisa com
ambientes climatizados, outra consideração é que que não há incidência de sombras
sobre o auditório dos prédios vizinhos em nenhuma face analisada. A Tabela 2
apresenta a relação das áreas analisadas.
37

Tabela 2: Cálculo das áreas expostas ao sol


Face Área total Área real
8,08 m x 2,7 m = 21,82 m2 - 4,62 m2
Parede SO
21,82 m2 = 17,2 m2
13,42 m x 2,7 m =
Parede SE 36,23 m2
36,23 m2
21,82 m2 - 4,62 m2
8,08 m x 2,7 m =
Parede NE - 1,89 m2 = 15,31
21,82 m2
m2
3,30 m x 1,40 m =
Janela SO 4,62 m2
4,62 m2
Janela: 3,30 m x
Janela NE 4,62 m2
1,40 m = 4,62 m2
: 0,90 m x 2,10 m =
Porta NE 1,89 m2
1,89 m2
113, 13 m2
Teto 113, 13 m2 (Considerada a
mesma do piso)
Fonte: Autoria própria.

Mesmo com a disponibilidade dos dados, o uso das Tabelas de Carrier Air
Conditioning Company (1980), implica em algumas considerações; caso (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 ) ≠
8 °𝐶 ou a amplitude diária de temperatura for ≠ 11 °𝐶, logo é necessário utilizar a
Equação 20, que corrige a temperatura analisada no problema.

𝑅𝑠
∆𝑇𝑒 = 𝑎 + ∆𝑇𝑒𝑠 + 𝑏 (∆𝑇𝑒𝑚 − ∆𝑇𝑒𝑠 ) (20)
𝑅𝑚

𝑎 - Fator de correção em relação a diferença da temperatura de base da Tabela, 8 °C,


pode ser obtido no ANEXO D.1.
𝑏 - Para paredes claras (creme, branco, etc), ou o teto, no caso do gesso, o coeficiente
que considera a coloração da parede exterior é igual a 0,55
∆𝑇𝑒𝑠 - Diferença equivalente de temperatura por hora considerada para a parede na
sombra (ANEXO D.3).
38

∆𝑇𝑒𝑚 - Diferença equivalente de temperatura por hora considerada para a parede no


sol (ANEXO D.3 ou ANEXO D.2).
𝑅𝑠 - Encontrado no ANEXO D.5, representa a insolação máxima, para as condições
de projeto, ou seja, latitude e o mês escolhidos.
𝑅𝑚 – Insolação máxima da latitude e do mês de referência, julho a 40° de latitude
Norte, disponível no ANEXO D.5.
Para o ANEXO D.3, devem ser consideradas as orientações da figura 9:

Figura 9: Equivalências de orientação

Fonte: Carrier Air Conditioning Company (1980).

5.1.1.1 Condução nas paredes, janelas e na porta

Inicialmente fez-se uma adaptação, pois não há o valor de ∆𝑇𝑚𝑑 , que é a


variação média da temperatura diária no mês mais quente, assim pelos dados do
Instituto Nacional De Meteorologia (2010), a temperatura média do mês de outubro é
28,70 °C e 𝑇𝑏𝑠 = 35,10 °C, assim,
∆𝑇𝑚𝑑 = 35,10 °𝐶 − 28,70 °𝐶 = 6,4 °𝐶

A temperatura interna desejada é 𝑇𝐵𝑆𝐶𝐼 = 24 °C, logo,


𝑇𝑏𝑠 − 𝑇𝐵𝑆𝐶𝐼 = 8,2°𝐶

Assim, pelo ANEXO D.1, por aproximação 𝑎 = 2,45°𝐶.


No ANEXO D.3, para 200 kgf/m2 (Este valor foi fixado para todas a paredes
auditório) e 15:00h, utilizando a interpolação linear:
∆𝑇𝑒𝑠 = 14,75 °𝐶

As paredes, janelas e na porta, apresentam esses dados iniciais, que se


repetem nos cálculos que seguem.
39

 Condução na Parede SO:


Nas Tabelas de insolação disponíveis, a latitude mais próxima é a 10° sul. Pelo
ANEXO D.5:
𝑅𝑠 = 352 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

Pelo ANEXO D.5:


𝑅𝑚 = 339 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

Pelo ANEXO D.3, para 200 kgf/m2 e 15:00h:


∆𝑇𝑒𝑚 = 8,05 °𝐶

Assim:
352 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
∆𝑇𝑒 = 2,45 °𝐶 + 14,75 + 0,55 ∗ (8,05 °𝐶 − 14,75 °𝐶)
339 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
∆𝑇𝑒 = 13,37 °𝐶

Com as áreas divididas entre a janela e a parede, através da Equação 9, então:

𝑄𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑆𝑂 = 17,2 𝑚2 ∗ 2,07 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶 ∗ 13,37 °C


𝑄𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑆𝑂 = 476,02 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑄𝐽𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑆𝑂 = 4,62 𝑚2 ∗ 5,58 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶 ∗ 13,37 °C


𝑄𝐽𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑆𝑂 = 344,67 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑸𝑷𝒂𝒓𝒆𝒅𝒆 𝑺𝑶 𝑻𝑶𝑻𝑨𝑳 = 𝟖𝟐𝟎, 𝟔𝟗 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

 Condução na Parede SE:


Nas Tabelas de insolação disponíveis, a latitude mais próxima é a 10° sul. Pelo
ANEXO D.5:
𝑅𝑠 = 352 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

Pelo ANEXO D.5:


40

𝑅𝑚 = 339 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

Pelo ANEXO D.3, para 200 kgf/m2 e 15:00h:


∆𝑇𝑒𝑚 = 6,65 °𝐶

Assim:
352 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
∆𝑇𝑒 = 2,45 °𝐶 + 14,75 + 0,55 ∗ (6,65 °𝐶 − 14,75 °𝐶)
339 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
∆𝑇𝑒 = 12,57 °𝐶

Com a área da parede, através da Equação 9, então:


𝑄𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑆𝐸 = 36,23 𝑚2 ∗ 2,07 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶 ∗ 12,57 °C
𝑸𝑷𝒂𝒓𝒆𝒅𝒆 𝑺𝑬 𝑻𝑶𝑻𝑨𝑳 = 𝟗𝟒𝟐, 𝟕 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

 Condução na Parede NE:


Nas Tabelas de insolação disponíveis, a latitude mais próxima é a 10° sul. Pelo
ANEXO D.5:
𝑅𝑠 = 254 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
Pelo ANEXO D.5:
𝑅𝑚 = 344 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

Pelo ANEXO D.3, para 200 kgf/m2 e 15:00h:


∆𝑇𝑒𝑚 = 11,15 °𝐶
Assim:
254 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
∆𝑇𝑒 = 2,45 °𝐶 + 14,75 + 0,55 ∗ (11,15 °𝐶 − 14,75 °𝐶)
344 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
∆𝑇𝑒 = 15,74 °𝐶

Com as áreas divididas entre janela, porta e parede, através da Equação 9,


então:
𝑄𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑁𝐸 = 15,31 𝑚2 ∗ 2,07 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶 ∗ 15,74 °C
𝑄𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑆𝑂 = 498,83 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑄𝐽𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑁𝐸 = 4,62 𝑚2 ∗ 5,58 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶 ∗ 15,74 °C


41

𝑄𝐽𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑁𝐸 = 405,77 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑄𝑃𝑜𝑟𝑡𝑎 𝑁𝐸 = 1,89 𝑚2 ∗ 5,72 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶 ∗ 15,74 °C


𝑄𝑃𝑜𝑟𝑡𝑎 𝑁𝐸 = 170,16 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑸𝑷𝒂𝒓𝒆𝒅𝒆 𝑵𝑬 𝑻𝑶𝑻𝑨𝑳 = 𝟏𝟎𝟕𝟒, 𝟕𝟔 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

5.1.1.2 Condução no teto

Para o teto, da mesma maneira do item anterior:


∆𝑇𝑚𝑑 = 6,4 °𝐶
e,
𝑇𝑏𝑠 − 𝑇𝐵𝑆𝐶𝐼 = 8,2°𝐶

Assim, pelo ANEXO D.1, por aproximação 𝑎 = 2,45°𝐶. No ANEXO D.2, para
100 kgf/m2 e 15:00h:
∆𝑇𝑒𝑠 = 7,2 °𝐶

 Condução pelo teto:


Nas Tabelas de insolação disponíveis, a latitude mais próxima é a 10° sul. Pelo
ANEXO D.5:
𝑅𝑠 = 678 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

Pelo ANEXO D.5:


𝑅𝑚 = 631 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

Pelo ANEXO D.2, para 100 kgf/m2 e 15:00h:


∆𝑇𝑒𝑚 = 20 °𝐶

Assim:
678 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
∆𝑇𝑒 = 2,45 °𝐶 + 7,2 °𝐶 + 0,55 ∗ (20 °𝐶 − 7,2 °𝐶)
631 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
∆𝑇𝑒 = 17,21 °𝐶
42

Com a área do teto, através da Equação 9, então:

𝑄𝑇𝑒𝑡𝑜 = 113,13 𝑚2 ∗ 2,25 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ °𝐶 ∗ 17,21 °C


𝑸𝑻𝒆𝒕𝒐 = 𝟒. 𝟑𝟖𝟎, 𝟔𝟖 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

Assim, a parcela da carga térmica total por condução é:


𝑄𝑐𝑜𝑛 = 𝑄𝑇𝑒𝑡𝑜 + 𝑄𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑁𝐸 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 + 𝑄𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑆𝐸 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 + 𝑄𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑆𝑂 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿
𝑄𝑐𝑜𝑛 = 4.380,68 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ + 1074,76 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ + 942,7 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ + 820,69 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑸𝒄𝒐𝒏 = 𝟕𝟐𝟏𝟖, 𝟖𝟑 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

5.1.2 Carga Térmica – Insolação

Existem duas janelas idênticas nas paredes NE e SO, são janelas de vidro
simples, 6mm de espessura e com persiana de cor clara. Assim, pelo ANEXO D.4, o
𝐶𝑆 = 0,56. A área da janela é 4,62 m2.

 Insolação na janela NE:


A máxima insolação para o mês de outubro para a orientação da parede para
latitude 10° sul, assim como solicitado pela norma 16401, é encontrada no ANEXO
D.5, 𝐹𝐺𝐶𝐼 = 254 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 , assim, com a Equação 10:

𝑄𝑖𝑛𝑠 𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑁𝐸 = 4,62 𝑚2 ∗ 254 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ 0,56


𝑄𝑖𝑛𝑠 𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑁𝐸 = 657,15 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

 Insolação na janela SO:


A máxima insolação para o mês de outubro para a orientação da parede para
latitude 10° sul, assim como solicitado pela 16401-1, é encontrada no ANEXO D.5,
𝐹𝐺𝐶𝐼 = 352 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 , assim, com a Equação 10:

𝑄𝑖𝑛𝑠 𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑆0 = 4,62 𝑚2 ∗ 352 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ∙ 𝑚2 ∙ 0,56


𝑄𝑖𝑛𝑠 𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑆𝑂 = 910,69 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
43

Assim, a parcela da carga térmica total por condução é:


𝑄𝑖𝑛𝑠 = 𝑄𝑖𝑛𝑠 𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑁𝐸 + 𝑄𝑖𝑛𝑠 𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑆0
𝑄𝑖𝑛𝑠 = 657,15 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ + 910,69 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑸𝒊𝒏𝒔 = 𝟏𝟓𝟔𝟕, 𝟖𝟒 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

5.1.3 Carga Térmica – Pessoas

São 80 pessoas esperadas para o auditório da universidade, o ANEXO C.2


referente a norma 6401 indica valores de referência para um público
preferencialmente adulto de 𝐶𝑠𝑒𝑛 = 61 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ e 𝐶𝑙𝑎𝑡 = 52 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ, assim, pelas
equações 11, 11.1 e 11.2:

𝑄𝑙𝑎𝑡−𝑃𝐸𝑆𝑆𝑂𝐴𝑆 = 80 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 ∗ 52 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ = 4160 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ


𝑄𝑠𝑒𝑛−𝑃𝐸𝑆𝑆𝑂𝐴𝑆 = 80 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 ∗ 61 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ = 4880 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
𝑄𝑝𝑒𝑠 = 4160 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ + 4880 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ = 9040 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
𝑸𝒑𝒆𝒔 = 𝟗𝟎𝟒𝟎 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

5.1.4 Carga Térmica – Iluminação

Como não foi disponibilizada a potência total de iluminação, foi utilizado os dois
métodos indicados, assim o 1° método utiliza a norma 16401-1 e o 2° método utiliza
a norma 5410:

1° método – De acordo com o ANEXO A.2, a potência dissipada estimada para o


ambiente é de 10 𝑊 ⁄𝑚2. Assim, com a Equação 12:

𝑃𝑑𝑖𝑠 = 10 𝑊 ⁄𝑚2 ∗ 113,13 𝑚2 = 1131,3 𝑊


𝑄𝑖𝑙𝑢 = 0,86 ∗ 1131,3 𝑊 ∗ 1,2 = 1167,5 𝑘𝑐𝑎𝑙⁄ℎ

2° método – A norma 5410 considera a potência medida em potência aparente (VA),


como o fator de potência para iluminação é considerado 1, então todo cálculo se dá
em Watts (W), assim, 100 W para 6 m2 iniciais e 60 W para cada 4 m2 restantes
inteiros:
44

113,13 𝑚2 − 6 𝑚2 = 107,13 𝑚2 => 100 𝑊


107,13 𝑚2
= 26,78 => 26 ∗ 60𝑊 = 1560 𝑊
4
𝑃𝑑𝑖𝑠 = 100 + 1560 𝑊 = 1660 𝑊
𝑄𝑖𝑙𝑢 = 0,86 ∗ 1660 𝑊 ∗ 1,2 = 1713,12 𝑘𝑐𝑎𝑙⁄ℎ
𝑸𝒊𝒍𝒖 = 𝟏𝟕𝟏𝟑, 𝟏𝟐 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

Para garantir maior segurança de projeto foi escolhida a carga térmica de


iluminação com maior valor. Assim,

𝑸𝒊𝒍𝒖 = 𝟏𝟕𝟏𝟑, 𝟏𝟐 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉 (𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒊𝒅𝒆𝒓𝒂𝒅𝒐)

5.1.5 Carga Térmica de Equipamentos

O auditório possui um projetor com potência estimada de 200 W, levando em


consideração que o palestrante/professor utilizará um computador, estima-se pelo
ANEXO A.3 da norma 16401-1 a potência de 55 W para uso contínuo. Não serão
considerados a potência dos aparelhos de condicionamento de ar, pois os mesmos
são projetados para esse fim. Assim:

𝑄𝑒𝑞𝑢 = 0,86 ∗ (200 𝑊 + 55 𝑊) = 219,3 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ


𝑸𝒆𝒒𝒖 = 𝟐𝟏𝟗, 𝟑 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

5.1.6 Carga Térmica – Infiltração de ar

São duas portas e duas janelas no ambiente (Figura 8), assim, considerando a
norma 6401 (ANEXO C.1), é possível alimentar as equações 13, 13.1 e 13.2, para tal
foi considerado que as portas e janelas são bem ajustadas, com vedação,
respectivamente. Como a porta é considerada bem ajustada, então só deve haver
infiltração por baixo da porta, semelhante a janela, que por sua vez é vedada, então,
como é corrediça, só deve haver infiltração nas interseções entre as janelas.
Pelo ANEXO C.1, a janela foi considerada de guilhotina com caixilho metálico,
pois é a mais próxima a real entre as opções, assim 𝑄 = 1,8 𝑚3 ⁄ℎ. Já para a porta
𝑄 = 6,5 𝑚3 ⁄ℎ. A Tabela 3 demonstra a obtenção das vazões de infiltração.
45

Tabela 3: Cálculo das vazões pelas frestas


Tipo da abertura Metro de fresta Vazão (V)

5 x 1 m (altura da folha) =
2 janelas corrediças (J1) 2 x 5 x 1,8 m3/h = 18 m3/h
5m

1 Porta de giro (P1) 1 x 0,9 m = 0,9 m 0,9 x 6,5 m3/h = 5,85 m3/h

1,60 m + 2,10 m (altura 3,7 x 6,5 m3/h = 24,05


1 Porta dupla de giro (P2)
da divisória) = 3,7 m m3/h

TOTAL 𝑽 = 𝟒𝟕, 𝟗 𝒎𝟑 ⁄𝒉

Fonte: Autoria própria.

As Figuras 10 e 11, mostram a obtenção da umidade absoluta no ambiente


externo, 𝜔𝑒 = 13,3 𝑔⁄𝑘𝑔, e da umidade absoluta no ambiente interno, 𝜔𝑖 =
12,1 𝑔⁄𝑘𝑔, respectivamente, estes foram obtidos com a utilização do software
Psychrometric Diagram Viewe, o mesmo simula uma carta psicrométrica e
disponibiliza valores ao inserir condições de entrada.

Figura 10: Carta Psicrométrica para condições externas

Fonte: Adaptado do Psychrometric Diagram Viewe (2021).

Figura 11: Carta Psicrométrica para condições internas


46

Fonte: Adaptado do Psychrometric Diagram Viewe (2021).

Com as umidades absolutas calcula-se a carga térmica de infiltração, de acordo


com as Equações 13, 13.1 e 13.2.

𝑄𝑙𝑎𝑡−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴 = 0,71 ∗ 47,9 𝑚3 ⁄ℎ (13,3 𝑔⁄𝑘𝑔 − 12,1 𝑔⁄𝑘𝑔 )


𝑄𝑙𝑎𝑡−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴 = 40,81 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑄𝑠𝑒𝑛−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴 = 0,29 ∗ 47,9 𝑚3 ⁄ℎ (35,1 °𝐶 − 24 °𝐶)


𝑄𝑠𝑒𝑛−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴 = 154,19 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

Há ainda as infiltrações pela entrada de pessoas, e foi considerado pelo


ANEXO C.1, para a porta vai e vem, a menor vazão, 4 m 3/h, para a porta da parede
NO. A porta da parede NE foi considerada sem infiltrações pelo fluxo de pessoa, visto
que é apenas de segurança. Assim:
𝑉𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 = 80 ∗ 4 𝑚3 ⁄ℎ = 320 𝑚3 ⁄ℎ

𝑄𝑙𝑎𝑡−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴−𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 = 0,71 ∗ 320 𝑚3 ⁄ℎ (13,3 𝑔⁄𝑘𝑔 − 12,1 𝑔⁄𝑘𝑔 )


𝑄𝑙𝑎𝑡−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴−𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 = 272,64 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑄𝑠𝑒𝑛−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴−𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 = 0,29 ∗ 320 𝑚3 ⁄ℎ (35,1 °𝐶 − 24 °𝐶)


𝑄𝑠𝑒𝑛−𝐼𝑁𝐹𝐼𝐿𝑇𝑅𝐴−𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 = 1030,08 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
47

𝑄𝑖𝑛𝑓 = 40,81 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ + 154,19 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ + 272,64 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ + 1030,08 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ


𝑸𝒊𝒏𝒇 = 𝟏𝟒𝟗𝟕, 𝟕𝟐 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

5.1.7 Carga térmica total

Finalmente, a Tabela 4, de acordo com a Equação 8, determina-se o total da


carga térmica do ambiente.

Tabela 4: Somatório das cargas térmicas totais


Tipo da carga térmica Valor (𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉)
𝑄𝑐𝑜𝑛 7218,83 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
𝑄𝑖𝑛𝑠 1567,84 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
𝑄𝑝𝑒𝑠 9040
𝑄𝑖𝑙𝑢 1713,12 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ
𝑄𝑒𝑞𝑢 219,3 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑄𝑖𝑛𝑓 1497,72 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

QTT 21256,81
Fonte: Autoria própria.

A carga térmica total é 𝑄𝑇𝑇 = 21256,86 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ ou 84297,23 𝐵𝑇𝑈⁄ℎ. Os


aparelhos do tipo Split contidos no auditório, dois equipamentos, possuem potência
de 60000 𝐵𝑇𝑈⁄ℎ cada, assim, 84297,23 𝐵𝑇𝑈⁄ℎ < 120000 𝐵𝑇𝑈⁄ℎ, mostrando então
que foram superdimensionados. Esse dimensionamento não leva em consideração a
carga térmica de ventilação.
Os aparelhos do auditório, para o sistema sem renovação de ar apresentaram
valor superior ao necessário, cerca de 43% a mais. Após a inserção do sistema de
renovação, a carga térmica projetada ficou próxima da potência instalada, cerca de
6%, com isso, não se faz necessária a troca do condicionador de ar, pois esse excesso
pode ser considerado garantia de projeto, como por exemplo o aumento de
temperatura ou eventual superlotação.
48

5.2 Ventilação

O cálculo da vazão de renovação se norteia pela norma 16401-3, e como


listado, recomenda-se uma taxa de renovação do ar de no mínimo de 27
m3/hora/pessoa. Com este critério, sabendo que o auditório tem capacidade projetada
para 80 pessoas, logo a vazão necessária mínima no ambiente seria de 2160 m³/hora
ou 600 L/s. Partindo desta vazão, foi realizado o cálculo utilizando a norma com suas
correções.
Inicialmente, obteve-se a vazão eficaz, Equação 14, com o auxílio do ANEXO
B.1. Considerando o auditório simples apenas com plateia, com área de 113,13 m²
(𝐴𝑧 ) e capacidade de 80 pessoas (𝑃𝑧 ), levando em consideração o tipo do local e o
“Nível 2”, considerando nível intermediário da vazão de ar exterior para ventilação,
logo têm-se os valores: vazão por pessoa, 𝐹𝑃 = 3,5 L/s ∗ pessoa e a vazão por área
útil ocupada, 𝐹𝑎 = 0,4 L/s ∗ m². Assim,

𝑉𝑒𝑓 = 80 ∗ 3,5 + 113,13 ∗ 0,4 = 325,25 L/s.

A partir do valor de 𝑉𝑒𝑓 é possível obter a vazão de ar exterior a ser suprimida


na zona de ventilação, 𝑉𝑧 pela Equação 15. Para estipular a eficiência da distribuição
de ar na zona, 𝐸𝑧 , foi considerado que o ar de reposição suprido na parede oposta à
exaustão, então, utilizando o ANEXO B.2, 𝐸𝑧 = 0,8.

325,25
𝑉𝑧 = = 406,56 𝐿/𝑠
0,8

Como se trata de um sistema de ventilação único, 𝑉𝑠 = 𝑉𝑧 , pois trata-se de


aparelhos que insuflam o ar para apenas uma zona de ventilação. Logo a vazão de ar
exterior projetada para o sistema:

𝑽𝒔 = 𝟒𝟎𝟔, 𝟓𝟔 𝑳⁄𝒔 𝒐𝒖 𝟏𝟒𝟔𝟑, 𝟔𝟐 𝒎𝟑 ⁄𝒉

Essa renovação é insuficiente se levado em consideração as recomendações


da resolução - RE n° 9, 2003 da Anvisa, pois resulta em apenas 18,29 𝑚3 ⁄ℎ /𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎,
49

levando em consideração as 80 pessoas. Sendo assim, considera-se a renovação


recomendada de 27 𝑚3 ⁄ℎ /𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎 ou seja,

𝑽𝒓𝒆𝒏𝒐𝒗𝒂çã𝒐 = 𝟐𝟏𝟔𝟎 𝒎𝟑 ⁄𝒉 𝒐𝒖 𝟔𝟎𝟎 𝑳⁄𝒔

Para a TAE, necessita haver o desconto da vazão de infiltração presente no


ambiente, para tal calcula-se a vazão efetiva de renovação, assim:

𝑉𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑉𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 + 𝑉𝑓𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎𝑠


𝑉𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 320 𝑚3 ⁄ℎ + 47,9 𝑚3 ⁄ℎ = 367,9 𝑚3 ⁄ℎ

𝑉𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎çã𝑜 = 𝑉𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎çã𝑜 − 𝑉𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙


𝑉𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎çã𝑜 = 2160 𝑚3 ⁄ℎ − 367,9 𝑚3 ⁄ℎ

𝑽𝒆𝒇𝒆𝒕𝒊𝒗𝒂−𝒓𝒆𝒏𝒐𝒗𝒂çã𝒐 = 𝟏𝟕𝟗𝟐, 𝟏 𝒎𝟑 ⁄𝒉

5.2.1 Carga efetiva de renovação

Calcula-se o calor sensível e latente de renovação em detrimento da vazão


efetiva de renovação, e com as Equações 19, 19.1 e 19.2.

𝑄𝑙𝑎𝑡−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 = 0,71 ∗ 1792,1 𝑚3 ⁄ℎ (13,3 𝑔⁄𝑘𝑔 − 12,1 𝑔⁄𝑘𝑔 )


𝑄𝑙𝑎𝑡−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 = 1.526,87 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑄𝑠𝑒𝑛−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 = 0,29 ∗ 1792,1 𝑚3 ⁄ℎ (35,1 °𝐶 − 24 °𝐶)


𝑄𝑠𝑒𝑛−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 = 5.768,77 𝑘𝑐𝑎𝑙 ⁄ℎ

𝑄𝑣𝑒𝑛 = 𝑄𝑙𝑎𝑡−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎 + 𝑄𝑠𝑒𝑛−𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎


𝑸𝒗𝒆𝒏 = 𝟕𝟐𝟗𝟓, 𝟔𝟒 𝒌𝒄𝒂𝒍⁄𝒉

Após o cálculo da carga térmica de ventilação, foi adiciona ao total da carga


térmica, para analisar se os equipamentos ainda seriam capazes de suprir a
necessidade térmica. Assim, ao adicionar 𝑄𝑣𝑒𝑛 ao 𝑄𝑇𝑇 , obteve-se o valor de 28552,45
50

BTU/h ou 113229,5 BTU/h, logo, 113229,5 BTU/h < 120.000 BTU/h, indicando que os
aparelhos suprem a necessidade mesmo após acrescentar um sistema de renovação
de ar.

5.3 Equipamentos de renovação

Os equipamentos do tipo Split não são capazes de renovar o ar dentro do


ambiente, a função desse equipamento é simplesmente recircular a massa de ar que
já está no local. Desta forma, para realizar essa renovação, é necessário a inserção
de uma grelha que permite a entrada de uma vazão de ar externa e um equipamento
de exaustão para a saída de ar, como o intuito de retirar o ar viciado.

5.3.1 Tomada de ar exterior

A norma 6401 recomenta que a tomada de ar tenha velocidade de 2,5 m/s, mas
admite velocidade máxima de até 4,5 m/s para um auditório (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1980). De forma preliminar realizou-se uma
busca nos catálogos de grelhas, e os modelos disponíveis na Tropical apresentam
maior proximidade em relação à vazão efetiva, justificando a escolha. Assim, de
acordo com os catálogos da Tropical (ANEXO F), foi considerado velocidade efetiva
do ar de 4 m/s, e a grelha para entrada de ar selecionada é a TAE – 750x200 –
MFP+RG (Figura 12).
O referido possui área efetiva 0,064 m2, vazão de 921 m3/h e suas dimensões
são 750X200 mm. Foram então escolhidas duas grelhas totalizando 1842 m 3/h.
Haviam outras possibilidades de escolha, porém, esse foi o que mais se aproximou
da vazão efetiva (1792,1m3/h), utilizando um único modelo, para garantir a facilidade
de aquisição.
O filtro selecionado é uma manta filtrante sintética da classe M5 que atende as
características pela norma 16401-3 (ANEXO B.3), desde 2012 a norma ABNT/EN779
alterou a nomenclatura F5 para M5. A norma ainda indica que deve haver uma pré-
filtrarem do ar exterior, quando esse for utilizado na mistura do condicionador (ABNT,
2008), e tratando-se de Split que circula o ar ambiente, se faz necessário essa adição,
junto a entrada da grelha.
51

Figura 12: Grelha para TAE

Fonte: Tropical (2019).

Segundo Weather Spark (2016), a predominância do vento em Mossoró se dá


na direção leste, com 7,1 m/s de média. De acordo com Creder (2004), na Figura 7, a
entrada de admissão de ar próxima do piso, com uma exaustão próxima do forro,
garante uma melhor ventilação. Assim, as duas grelhas foram dispostas na parede
NE, centralizada entre o canto da parede e a porta P1, e na parede SE, a 2 m do canto
da parede (Figura 13).

Figura 13: Disposição das grelhas de TAE

Fonte: Adaptada da UFERSA (2008).


52

5.3.2 Escolha do exaustor

O exaustor foi escolhido em detrimento da vazão de renovação, 𝑉𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎çã𝑜 =


2160 𝑚3 ⁄ℎ. Foi realizada uma busca nos catálogos de exaustores de parede, e os
modelos disponíveis na Ciclofan apresentam maior proximidade em relação à vazão
de projeto, justificando a escolha. Assim pelo ANEXO G, trata-se do modelo
selecionado EPC/30 (Figura 14), como 300 mm de diâmetro, motor de 0,25 Hp-1750
rpm, possui vazão de 2500 m3/h, suficiente para a renovação do ambiente. O exaustor
tem a possibilidade de utilização de uma caixa de filtro, com uma vasta gama de filtros.
Para manter as características de projeto, considerou-se o mesmo filtro da tomada do
ar, ou seja, a classe M5.

Figura 14: Exaustor de parede

Fonte: Ciclofan (2021).

A posição do exaustor tomou como base os manuais de instalação de


exaustores em paredes, bem como do próprio escolhido, neles consideram a altura
de 2,3 m, posicionado também a 2 m do canto da parede SE com a SO (Figura 15).

Figura 15 - Disposição do exaustor


53

Fonte: Adaptada da UFERSA (2008).

A seleção da filtragem do ar de renovação na saída, foi motivada pela


proximidade de outros departamentos do campus, pois esse ar viciado, sem
tratamento poderia ser prejudicial. A posição dos componentes do sistema de
renovação, tomaram como base as indicações contidas na literatura de sistema de
condicionamento de ar, como também os manuais de instalação, com o intuito de
garantir a melhor distribuição possível de ar de renovação (Figura 16).

Figura 16 - Disposição real dos acessórios de renovação


54

Fonte: Adaptada da UFERSA (2008).

Para sintetizar as localizações dos acessórios projetados e situar suas posições


reais de acordo com o ANEXO H, a planta baixa do auditório, exemplificada na Figura
16, apresenta o sistema de climatização completo.

6 CONCLUSÃO

De acordo com os cálculos da carga térmica do ambiente, tomadas as


referências ambientais locais, foi possível constatar que os equipamentos de ar-
condicionado, já existentes no auditório, são suficientes para garantir o conforto
térmico para os ocupantes, mesmo após a inserção do sistema de renovação de ar.
Em relação a este, foi projetado um sistema do tipo VGD, e a admissão do ar foi
realizada por meio de grelhas, e a exaustão realizada com um equipamento do tipo
parede. A vazão de projeto para de renovação foi calculada com base na ocupação
do ambiente.
55

O exaustor selecionado modelo EPC/30, possui vazão de 2500 m 3/h, que supre
a necessidade projetada 2160 m3/h. Quanto aos outros acessórios, grelhas para TAE
e filtros, buscou-se atender as normas vigentes visando confiabilidade no projeto. As
grelhas selecionadas do modelo TAE – 750x200 – MFP+RG, possuem vazão que se
adequa a necessidade, 921 m3/h cada uma, 1842 m3/h, no total. Para grelhas, e para
o exaustor foi escolhido o filtro M5, em consonância com a norma 16401-3.
De forma geral o trabalho atendeu as expectativas, pois possibilitou uma
análise prática dos problemas apresentados em sala de aula durante o curso de
Engenharia Mecânica. Para mais, o projeto de renovação de ar em ambientes
fechados é de suma importância, e no contexto pandêmico da atualidade faz-se
necessária a implantação desse sistema nos ambientes universitários, garantindo a
maior segurança dos estudantes.
56

REFERÊNCIAS

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RE/ANVISA nº 9, de 16 de janeiro de 2003. Determinar a publicação de Orientação
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RE/ANVISA nº 176 de 24 de outubro de 2000.Determinar a publicação de
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https://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/RES_176.pdf. Acesso em: 01 out.
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de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários. Rio de Janeiro: Impresso no
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19/11/2018 - Publicação DOU nº 223, de 21/11/2018, Seção 01, Página 155-156 -
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA). Superintendência


de Infraestrutura - SIN. Planta baixa - Lado esquerdo: Bloco de sala de
professores - Centro de Engenharias II. Mossoró, RN: UFERSA, 2008.

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Mossoró no ano todo. EUA: Cedar Lake Ventures, Inc., 2016. Disponível em:
<https://pt.weatherspark.com/y/31215/Clima-caracter%C3%ADstico-em-
Mossor%C3%B3-Brasil-durante-o-ano>. Acesso em: 11 nov. 2021.
60

ANEXOS

ANEXO A: Tabelas da NBR 16401-1

ANEXO A.1: Tabela de dados de projeto

ANEXO A.2: Taxas típicas de dissipação de calor pela iluminação

ANEXO A.3: Típicas de dissipação de calor de equipamentos de escritório


61

ANEXO B: Tabelas da NBR 16401-3

ANEXO B.1: Vazão eficaz mínima de ar exterior para renovação

ANEXO B.2: Eficiência da distribuição de ventilação


62

ANEXO B.3: Classe de filtragem

ANEXO C: Tabelas da NBR 6401

ANEXO C.1: Infiltração de ar


63

ANEXO C.2: Calor liberado por pessoas

ANEXO D: Tabelas de referência Carrier Air Conditioning Company (1980)


64

ANEXO D.1: Correções das diferenças equivalentes de temperatura

ANEXO D.2: Diferença equivalente de temperatura para tetos

ANEXO D.3: Diferença equivalente de temperatura para paredes


65

ANEXO D.4: Valores típicos para fatores de ganho solar através do vidro

ANEXO D.5: Valores de pico de radiação solar através de vidros


66
67

ANEXO E: Valores típicos de coeficientes de transmissão de calor (GERNER,


2012)
68

ANEXO F: Catálogo Tropical: Grelhas de TAE


69

ANEXO G: Catálogo Ciclofan


70

ANEXO H: Planta baixa do Centro de Engenharias II

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