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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LEVANTAMENTO DE CARGA TÉRMICA: NOVO


SOFTWARE NACIONAL INCLUINDO RENOVAÇÃO
DE AR (ABNT 16401)

ÉRICA VALESKA GURGEL TÔRRES


NATAL- RN, 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LEVANTAMENTO DE CARGA TÉRMICA: NOVO


SOFTWARE NACIONAL INCLUINDO RENOVAÇÃO
DE AR (ABNT 16401)

ÉRICA VALESKA GURGEL TÔRRES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de Engenharia
Mecânica da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
Engenheiro Mecânico, orientado pelo
Prof. Dr. Ângelo Roncalli Oliveira Guerra.

NATAL – RN
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LEVANTAMENTO DE CARGA TÉRMICA: NOVO


SOFTWARE NACIONAL INCLUINDO RENOVAÇÃO
DE AR (ABNT 16401)

ÉRICA VALESKA GURGEL TÔRRES

Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso

Prof. Dr. Ângelo Roncalli Oliveira Guerra ___________________________


Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Orientador

Prof. Dr. Cleiton Rubens Formiga Barbosa ___________________________


Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Avaliador Interno

Prof. Dr. William Fernandes de Queiroz ___________________________


Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Avaliador Interno

NATAL, 17 de junho de 2019


i

Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus


pais, ao meu irmão e ao meu noivo, por
sempre me apoiarem e permanecerem ao
meu lado em todos os momentos.
ii

Agradecimentos

Primeiramente a Deus, por ter me guiado nos momentos mais sombrios e por
me dar força e saúde para sempre seguir em frente.

Agradeço à minha mãe Verônica e ao meu pai Erivan por serem sempre o
meu porto seguro, por me darem amor e incentivo.

Ao meu irmão Erivan Júnior, que sempre foi meu grande exemplo a ser
seguido.

Ao meu noivo Charllys, fonte de carinho e dedicação, por sempre me


emprestar suas forças.

Obrigada, tios, primos e avós por sempre se mostrarem pacientes diante da


minha ausência e radiantes nos reencontros.

Aos amigos e companheiros que fizeram parte da minha vida durante esse
tempo de universidade. O caminho foi tortuoso, mas os frutos colhidos valem mais do
que o ouro.

Agradeço aos mestres, fonte de conhecimento, sempre disponíveis a ajudar


racional, afetiva e profissionalmente. Não há palavras para descrever o quanto
apreciei cada momento pelos senhores dedicados ao aprendizado dos seus alunos.
Meus eternos agradecimentos.

Ao meu orientador, pela ajuda e dedicação na elaboração deste trabalho.

À instituição por abrir sempre suas portas aos que tem sede de conhecimento.

A todos que direta, ou indiretamente, me ajudaram nessa longa jornada.

“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor
fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a Deus, não sou o que era antes”.
(Marthin Luther King)
iii

Tôrres, E.V.G. Levantamento de carga térmica: novo software nacional


incluindo renovação de ar (ABNT 16401). 2019. 72 p. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal-RN, 2019.

Resumo

O trabalho mostra a implementação de um software de levantamento de carga


térmica para o desenvolvimento de projetos de ar condicionado, contemplando o
cálculo da renovação de ar, segundo a ABNT 16401. Por meio deste, buscou-se
facilitar o trabalho dos projetistas de climatização de ambientes. Para isso, o
sistema necessita ser alimentado com dados pertencentes ao local a ser
climatizado, e por meio dessas informações, é feita a busca nas respectivas tabelas
e calculada a quantidade de calor que está sendo trocada com o ambiente em
questão. Posteriormente, esse valor será utilizado para selecionar corretamente as
máquinas que serão instaladas, evitando o superdimensionamento e um
consequente gasto exagerado com energia elétrica e manutenção. No entanto, a
ABNT 16401, assim como a Portaria Nº 3.523, de 28 de agosto de 1998 do
Ministério da Saúde, estipularam regras a serem seguidas para a renovação de ar
nesses locais. É oportuno frisar que, a ANVISA, na sua Resolução-re Nº 9, de 16
de janeiro de 2003, também estipulou valores máximos de poluentes (físicos,
químicos e biológicos) permitido em um local com ar condicionado. Cabe ressaltar,
pois, que renovar o ar ambiente evita a proliferação de micro-organismos
causadores e/ou agravantes de doenças, além de evitar a saturação do ar com gás
carbônico – causador de desconforto em quem se submeter a essas condições por
tempo prolongado. Dessa forma, propõe-se ao projetista brasileiro, fazer uso do
software que contempla as normas do país, incluindo a projeção da renovação de
ar, de forma prática e intuitiva.

Palavras-chave: Climatização, Renovação de ar, software de carga térmica


iv

Torres, E.V.G. Thermal load calculation: new national software including air
renovation (ABNT 16401). 2019. 72 p. Conclusion work project (Graduate in
Mechanical Engineering) - Federal University of Rio Grande do Norte, Natal-RN,
2019.

Abstract
.

The work shows the implementation of a thermal load calculation software for the
development of air conditioning projects, including the calculation of air ventilation,
according to ABNT 16401. Through this work, the aim was to facilitate the work of
air conditioning designers. For this, the system needs to be fed with data belonging
to the place to be cooled, and through this information, the search in the respective
tables is made and the amount of energy being exchanged with the environment in
question is calculated. Subsequently, this value will be used to correctly select the
machines that will be installed, avoiding oversizing and a consequent overspending
with electricity and maintenance. However, ABNT 16401, as well as Ordinance No.
3,523, of August 28, 1998, of the Ministry of Health, stipulated rules to be followed
for the ventilation of fresh air in these places. It should be pointed out that ANVISA,
in its Resolution No. 9 of January 16, 2003, also stipulated maximum levels of
pollutants (physical, chemical and biological) allowed in an air-conditioned location.
It is worth mentioning, therefore, that ventilation of the ambient prevents the
proliferation of microorganisms that cause and aggravate diseases, in addition to
avoiding saturation of the air with carbon dioxide - causing discomfort in those who
undergo these conditions for a prolonged time. Thus, it is proposed to the Brazilian
designer, make use of the software that contemplates the country's standards,
including the calculation of ventilation, in a practical and intuitive way.

Keywords: Air Conditioning, Ventilation, Thermal Load


v

Lista de Ilustrações (opcional)

Figura 1 – Modos de transferência de calor ________________________________ 6

Figura 2 – Carta psicrométrica no nível do mar _____________________________ 9

Figura 3 – Tela de login ______________________________________________ 21

Figura 4 – Lista de Projetos ___________________________________________ 22

Figura 5 – Informações do Projeto ______________________________________ 23

Figura 6 – Lista de Zonas _____________________________________________ 24

Figura 7 – Informações da Zona _______________________________________ 25

Figura 8 – Levantamento de Carga Térmica da Zona _______________________ 25

Figura 9 – Página de iluminação _______________________________________ 26

Figura 10– Página de pessoas _________________________________________ 27

Figura 11 – Página de equipamentos ____________________________________ 27

Figura 12– Página de infiltração ________________________________________ 28

Figura 13 – Página de insolação _______________________________________ 29

Figura 14 – Página de condução _______________________________________ 30

Figura 15 – Página de renovação de ar _________________________________ 31

Figura 16 – Resultado parcial _________________________________________ 32

Figura 17 – Resultado software ________________________________________ 33


vi

Sumário

Dedicatória ...................................................................................................... i

Agradecimentos .............................................................................................. ii

Resumo ......................................................................................................... iii

Abstract ......................................................................................................... iv

Lista de Ilustrações (opcional) ........................................................................ v

Sumário ......................................................................................................... vi

1 Introdução .................................................................................................... 1

2 Revisão Bibliográfica ................................................................................... 3

2.1 Fundamentos da Termodinâmica.......................................................... 3

2.2 Fundamentos de Transferência de calor ............................................... 5

2.3 Psicrometria .......................................................................................... 8

2.4 Levantamento de Carga Térmica .......................................................... 9

2.4.1 Análise do Local ........................................................................... 11

2.4.2 Carga Térmica por Pessoas ......................................................... 11

2.4.3 Carga Térmica por Iluminação ..................................................... 11

2.4.4 Carga Térmica de Equipamentos ................................................. 12

2.4.5 Carga Térmica por Infiltração de Ar .............................................. 12

2.4.6 Carga Térmica por Insolação ....................................................... 13

2.4.7 Carga Térmica por Condução ...................................................... 14

2.4.8 Renovação de Ar .......................................................................... 16

3 Metodologia ............................................................................................... 20

3.1 Validação ............................................................................................ 20

3.2 Acesso ................................................................................................ 20

3.3 Interface .............................................................................................. 21

3.4 Banco de Dados.................................................................................. 31

4 Resultados e Discussões .......................................................................... 32


vii

5 Conclusões ................................................................................................ 35

6 Referências ............................................................................................... 36

7 Anexos ....................................................................................................... 38

ANEXO A - Tabelas do manual del aire acondicionado, 1980 .................. 38

ANEXO B - Tabela (Gerner, 2012)............................................................ 46

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante ......................................... 47


1

1 Introdução

A busca pelo conforto e equilíbrio sempre foi uma necessidade inerente ao


homem. No que tange a climatização de ambientes, sempre foi um alvo de
preocupações. Em períodos de frio intenso, as pessoas utilizavam o fogo como meio
primordial de aquecimento. No entanto, quando o calor em excesso era o problema,
não havia meios de resfriar o local. Partindo dessa dificuldade, foi criado o ar
condicionado.

De acordo com (Carrier Air Conditioning Company, 2013), o engenheiro


Willis Carrier, no ano 1902, recebeu uma proposta para solucionar o problema de
excesso de umidade na gráfica Ascet. & Wilhems. Porém, ao construir uma máquina
capaz de diminuir a quantidade de micropartículas de água do ar, acabou por reduzir
a temperatura do ambiente. Dessa forma, surgiu o primeiro condicionador de ar da
história. Em suma, a máquina seguia o princípio básico de retirar o calor do interior de
um local e levá-lo para o meio externo.

Na medida em que o tempo foi passando, o processo de climatização foi


sendo aperfeiçoado, conseguindo retirar cada vez mais calor do ambiente, em um
tempo menor, gastando menos energia e emitindo menos ruído. No entanto, a seleção
desses equipamentos exige uma análise prévia da quantidade carga térmica trocada
com o ambiente, para garantir que o equipamento funcione adequadamente e
mantenha a temperatura desejada. Partindo do conhecimento desse valor, são
selecionadas as quantidades e tipos de máquinas mais adequadas ao propósito. O
objetivo é evitar uma instalação superdimensionada, acarretando em gastos
exacerbados com manutenção e energia elétrica.

Merece ressaltar que, o levantamento de carga térmica para projetos de


climatização envolve normas e manuais como o (Carrier Air Conditioning Company,
1983), e no caso do Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT)
fundamenta esse processo na Norma Brasileira (NBR) 16401.

Parece conveniente dizer que, existem fatores além de apenas retirar calor do
local. É importante, e dever do projetista, pensar no conforto térmico dos ocupantes e
a qualidade do ar que eles estão respirando. Segundo (Associação Brasileira de
2

Normas Técnicas, 2008) a renovação do ar é responsável por manter sempre o nível


de poluentes gasosos, biológicos e químicos em níveis aceitáveis para as pessoas
que estão no local. No escopo da instrução normativa da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), na Resolução-re Nº 9, de 16 de janeiro de 2003 –
(Brasil, 2003) – são estipulados limites de concentrações desses contaminantes para
que não ocorra propagação de doenças e reclamações constantes de mal-estar. Da
mesma forma o fez o Ministério da saúde (MS) pela portaria Nº 3.523, de 28 de agosto
de 1998, (Brasil, 1998), assim como a ABNT NBR 16401, para o nível mínimo da
vazão para renovação do ar local.

Nesse contexto, o trabalho de um projetista de ar condicionado, exige muito


tempo e atenção aos mínimos detalhes na consulta de gráficos e tabelas e na
realização dos cálculos. Partindo desse, o objetivo desse trabalho é a elaboração de
uma ferramenta que automatize essa busca minuciosa no âmbito das normas,
proporcionando uma redução no tempo e maior precisão e rapidez na obtenção dos
valores finais.

Para tanto, é necessário que um sistema com as características descritas


acima, se preocupe, também, em prezar pela renovação de ar. Já que este é um pré-
requisito para a ANVISA, Ministério da Saúde e ABNT 16401.

Em suma, esse trabalho está organizado primeiramente em Revisão


Bibliográfica, onde são discutidos alguns conceitos pertinentes para o entendimento
do processo de transferência de calor e a descrição do levantamento de carga térmica.
Em seguida, há a Metodologia, que descreve os passos e considerações feitas para
a construção do sistema e sua interação com o usuário. Prosseguindo, há os
Resultados e Discussão, que focaliza em comparar os resultados obtidos com o
software e um memorial de cálculo utilizado como ferramenta de validação. Por fim, a
conclusão ressalta se os objetivos do trabalho foram alcançados e planejamentos de
continuidade e uso do projeto.
3

2 Revisão Bibliográfica

É importante destacar alguns conceitos introdutórios de termodinâmica e


transferência de calor, para um melhor entendimento do levantamento de carga
térmica utilizado no sistema.

2.1 Fundamentos da Termodinâmica

O estudo do calor em trânsito é feito pela termodinâmica, nesse caso, serão


aprofundadas a sua definição e algumas teorias que a complementam.

De acordo com Çengel (2013), a termodinâmica, vem do grego therme (calor)


e dynamics (movimento) e é a ciência que estuda a energia. Esta por sua vez pode
ser definida pela sua capacidade de causar alterações. É necessário ressaltar, que
anteriormente, esse conceito era utilizado apenas para descrever o movimento do
calor, porém hoje é utilizado em todos os sentidos que a envolvam e também as suas
transformações, como por exemplo a energia potencial, cinética, elétrica, etc.

A primeira lei da termodinâmica pode ser explicada da seguinte forma:

[...] A energia pode ser armazenada no interior de


sistemas sob várias formas. A energia também pode ser
convertida de uma forma em outra e transferida entre sistemas.
Para sistemas fechados, a energia pode ser transferida por meio
do trabalho e da transferência de calor. A quantidade total de
energia é conservada em todas as transformações e
transferências. (Shapiro, p. 27)

Esta é também chamada de princípio da conservação da energia. Conclui-se


daí que essas mudanças acontecem a todo momento, desde a conversão da energia
4

elétrica em energia mecânica por uma máquina, até o calor emitido pelos seres
humano devido ao seu metabolismo.

De acordo com Çengel (2013), um sistema é um local no espaço ou uma


quantidade de matéria que é criteriosamente selecionada para fazer análises. Este
pode ser fechado – nenhuma massa atravessa as suas fronteiras – ou aberto – pode
haver fluxo de massa.

A energia total dentro de um sistema, termodinamicamente falando, pode ser


dividida em macroscópica e microscópica.

As formas macroscópicas de energia, são aquelas que


um sistema possui como um todo, com relação a algum
referencial externo, como as energias cinética e potencial. As
formas microscópicas de energia são aquelas relacionadas à
estrutura molecular de um sistema e ao grau de atividade
molecular, e são independentes de referenciais externos. A
soma de todas as formas microscópicas de energia é chamada
de energia interna [...]. (Çengel, 2013, p. 43)

A energia cinética (EC) está ligada ao movimento do sistema em relação a um


referencial externo. Considerando que todas as suas partes se movem à mesma
velocidade, pode-se definir pela equação 1.

𝑚𝑉 2
EC  =   (1)
2

Onde m é a massa em kg e V é a velocidade em m/s. A unidade de medida da


energia é o Joule (J).

No que se refere a energia potencial (EP), esta é resultado da altura que o


sistema se encontra em relação ao campo gravitacional da terra. Será expressa na
equação 2.

𝐸𝑃 = 𝑚𝑔𝑧 (2)
5

Na equação 2, g é a gravidade da terra dada em m/s2 e z é a altura do sistema,


dada em metros (m), e a energia potencial tem por unidade o Joule.

Enquanto isso, a energia interna (U), como foi colocado por Çengel (2013), é a
junção da cinética – translação, rotação, vibração – e potencial das moléculas, em
termos microscópicos. Dessa forma, a energia total (E) de um sistema será mostrada
pela equação 3.

E = EC + EP + U (3)

A unidade das energias total e interna, assim como as demais é o Joule.

Em última análise, face ao exposto por Çengel (2013), em um sistema pode


haver trânsito de energia entrando ou saindo, e este processo pode acontecer por
transferência de calor ou por trabalho. O calor está associado ao movimento
microscópico das moléculas e só acontece quando há um diferencial de temperatura
entre o meio externo e o interno, caso contrário será chamado de trabalho. Em
sistemas abertos, também há a transferência de massa, que carrega consigo uma
quantidade de energia.

É preciso acentuar que dois componentes da energia interna, são


especialmente importantes em análises de transferência de calor, que são: sensível e
latente. De acordo com Incropera (2008), o primeiro se refere a mudanças de
temperatura – as vezes também de pressão – e o segundo associa-se à mudança de
fase, ou seja, o fluido mudar de líquido para vapor, aumenta a energia latente, já de
vapor para líquido, ela vai diminuir. A junção desses dois valores forma a energia
térmica.

2.2 Fundamentos de Transferência de calor

É importante destacar alguns conceitos antes de detalhar os processos pelo


qual o calor passa de um ponto para outro. “Transferência de calor (ou calor) é energia
térmica em trânsito devido a uma diferença de temperaturas no espaço.” (Incropera,
6

2008, p. 2). Desse modo, se houver um gradiente entre dois pontos, haverá a troca
de calor, estando eles em um mesmo sistema ou não.

Fundamentado nessa informação, têm-se os modos pelos quais esse


fenômeno ocorre. Na figura 1, abaixo, são mostrados três destes: condução,
convecção e radiação.

Figura 1 – Modos de transferência de calor

Fonte: Incropera (2008).

De acordo com Incropera (2008), a condução se dá no nível molecular.


Nesse caso, as moléculas que possuem maior energia, consequentemente se
encontram em temperaturas mais elevadas, e ao se chocarem com outras menos
energéticas, há uma transferência. Isto pode ocorrer entre fluidos ou através de
sólidos.

A equação 4, pode ser vista abaixo, e mostra a taxa de transferência de


condução (Qcondução) através de uma parede plana.

∆𝑇
𝑄𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 = 𝑘 𝐴 (4)
𝐿

A partir deste, tem-se Qcondução em unidade de Watt (W), a diferença de


temperatura (ΔT) em Kelvin (K), a condutividade térmica (k) dada em W/m*K, a
espessura da parede (L) em metros e por fim, a área da parede (A) em m 2.

De modo similar, tomando ainda como base Incropera (2008), a


convecção também ocorre em nível molecular, porém, ainda há o movimento
macroscópico do fluido que realiza transporte de calor. Normalmente é transferida a
7

energia sensível, no entanto, podem ocorrer mudanças de fase, que configura a troca
de calor latente.

Isto posto, a equação 5 indica a forma da taxa de transferência de


convecção (Qconvecção) entre um fluido e uma superfície.

𝑄𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑐çã𝑜 = ℎ𝐴(𝑇𝑠 − 𝑇∞ ) (5)

Partindo desse, a Qconvecção é dada em W, o coeficiente de transferência


de calor por convecção (h) em W/m2K, a área da superfície em m2, TS e T∞ são as
temperaturas da superfície e do fluido, respectivamente, ambas em K.

Com referência à radiação, conforme Incropera (2008), esta transita por


meio de ondas eletromagnéticas, não necessitando de meio material para se
propagarem. Cabe frisar que, independe da forma da matéria – sólido, líquido ou gás.

De forma geral, a taxa líquida de radiação saindo de uma superfície


(Qradiação) é calculada utilizando a equação 6, abaixo.

𝑄𝑅𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜 = 𝜀𝜎(𝑇𝑠4 − 𝑇∞4 ) (6)

Com relação à Qradiação, este é dado em W, a emissividade (ε) é uma


propriedade de cada corpo e varia entre zero e um. A constante de Stefan-Boltzmann
(σ) é igual a 5,67 x 10-8 W/(m2K4). Já TS e T∞ são as temperaturas da superfície e do
ambiente que a envolve, respectivamente, dadas em K.

Isto posto, se faz necessário apresentar o coeficiente global de


transferência de calor (U), que foi colocado por Incropera (2008) como a
representação da resistência térmica total de uma parede plana à passagem de calor.
Este valor é dado de acordo com o material e considera a troca de calor por condução
e por convecção. Pode ser definido pela equação 7.

𝑄𝑥 = 𝑈𝐴∆𝑇 (7)

Sendo a taxa de transferência de calor unidimensional (Q x), ou seja,


passando em um só sentido pela parede, e dada em W. O coeficiente global (U) possui
unidade de W/m2K, a área (A) em m2 e ΔT é a variação global de temperaturas, em

K.
8

2.3 Psicrometria

Com o intuito de determinar as propriedades do ar a uma pressão específica,


foi desenvolvido o diagrama psicrométrico ou carta psicrométrica. Essa ferramenta é
de grande ajuda para a simulação de processos, como por exemplo o aquecimento
ou resfriamento de ambientes. Parece conveniente dizer que tendo posse de dois
valores referentes ao ar do ambiente em estudo, é possível obter todos os demais
apenas com base nas linhas apresentadas no diagrama.

Em suma, como mostrado por Çengel (2013), as propriedades referidas


são:

a) Pressão De Vapor – P: Pressão que o vapor de água exerceria se ele não


existisse em conjunto com o ar seco. Sua unidade de medida é kPa.
b) Umidade Absoluta (Específica) – ω: quantidade em massa de vapor de água
contido em uma unidade de massa de ar seco. A unidade de medida é g de vapor
de água/kg de ar seco.
c) Umidade Relativa – Ф: Definida como a quantidade de umidade que o ar contem
em relação à quantidade máxima que o ar pode conter. Sua unidade de medida é
a porcentagem.
d) Temperatura De Bulbo Seco – TBS: É a temperatura comum do ar atmosférico.
Dada em graus Celsius (ºC).
e) Temperatura De Bulbo Úmido – TBU: Temperatura medida em um termômetro
com o bulbo envolvido em algodão totalmente molhado com água, e em seguida
exposto a uma corrente de ar. Medido em ºC.
f) Volume Específico – v: Determinado pelo volume por unidade de massa. Logo, é
dado por m3/kg.
g) Entalpia – h: Soma da energia interna e da energia de pressão. Dado em kJ/kg.
h) Temperatura De Ponto De Orvalho – Tpo: Pode ser definida como a temperatura
da água saturada com relação a sua pressão de vapor. A unidade é o ºC.
9

Diante dessas considerações, um exemplo de diagrama psicrométrico


pode ser visto na Figura (2). É importante destacar que, as curvas que a compõem
podem ser descritas matematicamente por meio de equações.

Para o presente trabalho, foi utilizada a biblioteca psicrométrica PsychroLib,


(Meyer et al., (2019)), que fornece informações termodinâmicas com base em
equacionamentos referentes às curvas do diagrama.

Figura 2 – Carta psicrométrica no nível do mar

Fonte: Çengel (2013)

2.4 Levantamento de Carga Térmica

Para fins desse trabalho, a construção do sistema tomou como base o cálculo
de carga térmica estipulado pelo Manual de Aire Acondicionado da empresa Carrier e
na norma brasileiras (NBR) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
16401.
10

Segundo o Manual de Aire Acondicionado (1980), a análise das cargas para


condicionamento de ar é essencial para o dimensionamento do sistema adequado e
com maior economia. Nesse contexto, são requeridos estudos minuciosos de detalhes
mecânicos e também arquitetônicos. Estes são:

a) Orientação do prédio: considerando efeitos de sol, vento, sombreamento,


etc.
b) Objetivo do local: que tipo de atividades são executadas no interior do
edifício, se é um hospital, fábrica, teatro, restaurante, etc.
c) Dimensões: altura, largura e comprimento.
d) Materiais utilizados na construção: referindo-se a paredes e teto.
e) Janelas: quantidade, espessura dos vidros, presença ou não de películas
ou persianas e suas orientações.
f) Portas: materiais, orientação, quantidade.
g) Pessoas: atividades que estão executando, quantidade, sexo;
h) Iluminação: quantidade e tipo de luz utilizada.
i) Equipamentos elétricos: quantidade e tipo.
j) Ventilação: quantidade em metros cúbicos de ar por pessoa por metro
quadrado.

A partir dessas considerações, pode-se determinar os valores de carga térmica


do local a ser condicionado. Devido à grande quantidade de informações, estas serão
divididas nas seguintes cargas:

• Pessoas;
• Iluminação;
• Equipamentos;
• Infiltração de ar;
• Insolação;
• Condução de calor por paredes;
• Condução de calor por teto;

Cabe ressaltar que a importância da renovação de ar em sistemas de ar


condicionados. Está diretamente ligada ao conforto e à saúde dos ocupantes.
Portanto, este ponto será levado em consideração com base na portaria nº 3.523, de
23 de agosto de 1998 do MS e na NBR 16401.
11

2.4.1 Análise do Local

A partir do momento em que é definido o local do projeto, no que se refere à


região e cidade. Se faz necessário obter informações básicas sobre temperaturas de
bulbo seco e bulbo úmido, as frequências em que essas temperaturas diferem da
realidade no período de um ano, a pressão, latitude, mês mais quente e temperatura
média anual.

Nesse caso, a ABNT NBR 16401 (2008) fornece esses dados para algumas
principais cidades brasileiras, nas suas tabelas de A.3 a A.7.

2.4.2 Carga Térmica por Pessoas

No que se refere ao calor liberado pelos ocupantes do local, este varia de


acordo com o sexo da pessoa e a atividade que está realizando. Este processo se
dará tanto por calor sensível quanto por latente.

Para isso, a ABNT 16401 (2008), disponibiliza a tabela contida em seu próprio
anexo A.1, contendo taxas de liberação para homens e mulheres, assim como
também sensível e latente, classificados com o local e a atividade realizada. Para fins
desse trabalho, foram utilizados apenas as colunas de calores sensível e latente, tanto
para homens quanto para mulheres.

2.4.3 Carga Térmica por Iluminação

É oportuno frisar que a potência dissipada por iluminação deve ser verificada
de três formas diferentes, e o valor contabilizado na carga térmica é o maior dentre
elas.
12

A primeira forma é a verificação de potência instalada, fornecida por quem está


solicitando o projeto de climatização.

A segunda forma é observando a ABNT NBR 5410 (2004). De acordo com esta
normatização, se um cômodo possui 6m2, deve-se contabilizar 100W de carga, e para
casos em que a área for superior aos 6m 2, é necessário acrescentar 60W para cada
4m2 adicionais inteiros. O resultado da potência obtida (Piluminação) não leva
consideração as perdas de calor pelos reatores. De acordo com o Manual de Aire
Acondicionado (1980), estes dissipam 20% da eletricidade na forma de calor. Logo, o
valor total da carga térmica precisa ser acrescentado de 20% da P iluminação.

A terceira, e última forma, baseia-se na tabela C.2 disponibilizada nos anexos


da ABNT NBR 16401 (2008). Esta leva em consideração o local e o tipo de iluminação
para fornecer a potência dissipada.

2.4.4 Carga Térmica de Equipamentos

De forma geral o calor dissipado pelos equipamentos possui valores nas


tabelas C.3 a C.5 e C.7 a C;10 nos anexos da ABNT NBR 16401. Estas classificam
os equipamentos de acordo com seu tipo o local em que se encontram.

2.4.5 Carga Térmica por Infiltração de Ar

Como foi colocado por Manual de Aire Acondicionado (1980), a entrada de ar


pelas frestas de portas e janelas representam variações na carga térmica do ambiente.
Dessa maneira, as quantidades de calor sensível (Qfrestas (SENSÍVEL)) e latente (Qfrestas
(LATENTE)) associados à infiltração de ar, estão demonstradas nas equações 8 e 9,
respectivamente.

𝑄𝑓𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎𝑠 (𝑆𝐸𝑁𝑆Í𝑉𝐸𝐿) = 0,29𝑉(𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 ) (8)


13

Nesse caso Qfrestas (SENSÍVEL) é dado em kcal/h. A vazão (V) é definida em m3/h
e é calculada pela equação 10. Em relação à temperatura externa (Te) e a interna (Ti),
devem ter seus valores em ºC.

𝑄𝑓𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎𝑠(𝐿𝐴𝑇𝐸𝑁𝑇𝐸) = 0,71𝑉(𝑊𝑒 − 𝑊𝑖 ) (9)

Assim sendo, Qfrestas (LATENTE) tem o kcal/h como unidade. Com relação à
umidade absoluta externa (W e) e a interna (Wi), utilizam a grama de vapor de água/kg
de ar seco como unidade.

𝑉 = 𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 ∗ 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎 (10)

Convém observar que, a Infiltração tem seus valores fornecidos pela ABNT
NBR 6401 por meio da tabela 8 disponível no escopo da ABNT 6401/1980. Sua
unidade é o m3/h por metro de fresta.

2.4.6 Carga Térmica por Insolação

Como era de se esperar, a incidência solar transmite calor por radiação. Esta
por sua vez atravessa as superfícies, passando calor para dentro dos ambientes. É
pertinente afirmar que a quantidade absorvida de radiação solar varia de acordo com
o tipo de material. De forma geral, os vidros são os mais propensos a absorver e deixar
passar energia térmica, portanto, as considerações sobre insolação irão se referir
diretamente as superfícies vítreas.

Conforme ressaltado por Manual de Aire Acondicionado (1980), a incidência e


absorção de calor pelos vidros depende de sua latitude, a hora, o mês e sua
orientação. Isto posto, a forma de calcular a carga térmica de insolação (Q insolação)
pode ser vista na equação 11.

𝑄𝑖𝑛𝑠𝑜𝑙𝑎çã𝑜 = 𝐴 ∙ 𝐼 ∙ 𝐶 (11)

Partindo desse, o valor de Qinsolação é dado em kcal/h. A área da superfície do


vidro (A) deve ser em m2. A Insolação (I) é um valor retirado de tabelas (ANEXO A.1
a A.6) fornecidas pelo Manual del Aire Acondicionado, o seu valor será obtido em
14

kcal/h*m2. Em observação à tabela, deve-se considerar a latitude do local de projeto,


o horário de funcionamento, o mês mais quente para a cidade em questão e qual a
orientação da face. No que se refere ao coeficiente de sombreamento (C), este é um
valor adimensional tabelado (ANEXO A.7), fornecido pela mesma referência dada
acima. Neste último, são avaliados os tipos de vidro e se possuem algum tipo de
cobertura que amenize os efeitos da radiação.

2.4.7 Carga Térmica por Condução

Com referência à condução de calor, esta precisa de um meio para se propagar,


e este é o teto e as paredes do ambiente a ser climatizado. O coeficiente global de
transmissão de calor (U) é que determina se o material permite uma maior ou menor
passagem de fluxo térmico por seu interior.

Isto posto, os valores para U (ANEXO BD), são fornecidos por


(GERNER,2012). As tabelas possuem informações de matérias-primas utilizadas no
Brasil no que se refere a paredes, teto, janelas e portas.

2.4.7.1 Paredes

Convém ressaltar que existem diferença entre a quantidade de calor que passa
pelas paredes internas e pelas externas. As internas – também chamadas de partições
– segundo Manual de Aire Acondicionado (1980), são assim chamadas porque
possuem outro ambiente interno no lado oposto a parede em questão, dessa forma a
incidência solar não é direta e o fluxo térmico é considerado para o estado
estacionário, Eq. (12). Ao passo que as paredes externas estão submetidas à uma
mudança de temperaturas com o decorrer do dia. Nesse caso, a troca de calor não
pode ser calculada com referência a diferença de temperaturas, mas sim com relação
a uma variação chamada de temperatura equivalente (Δte), ver equação 13.

𝑄𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 = 𝑈 ∙ 𝐴 ∙ (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 ) (12)


15

O valor de Qparede interna é dado em W, o U possui a unidade W/m2∙K, a área da


parede (A) em m2, e temperaturas externa (Te) e interna (Ti) deve ser em K.

𝑄𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 = 𝑈 ∙ 𝐴 ∙ ∆𝑡𝑒 (13)

Isto posto, Qparede externa possui unidade de W, as demais incógnitas são


semelhantes à parede interna, exceto ΔTe. Este por sua vez será definido pela

equação 14.

𝑅
∆𝑡𝑒 = 𝑎 + ∆𝑡𝑒𝑠 + 𝑏 𝑅 𝑠 (∆𝑡𝑒𝑚 − ∆𝑡𝑒𝑠 ) (14)
𝑚

Diante dessa realidade, pode-se achar cada uma das incógnitas da seguinte
maneira:

• a – é um fator de correção. Este pode ser encontrado utilizando a tabela


(ANEXO A.8). Nesta, a abcissa representa a diferença entre a temperatura
externa e a interna do local, já o eixo das ordenadas se refere à variação
média da temperatura da cidade. Dado em ºC.
• Δtes – é a diferença equivalente de temperatura, um valor tabelado (ANEXO

A.9), e é encontrado com base no peso da parede, hora de cálculo e face


da sombra, que se tratando do Brasil, localizado no hemisfério Sul, esta é a
orientação sombreada. Dado em ºC.
• b – é um fator adimensional que leva em conta a cor da parede
externamente. Assim sendo, b=1 para cores escuras (azul escuro, vermelho
escuro, marrom escuro, etc.), b=0,78 para cores médias (verde, azul ou
cinza claros) e b=0,55 para cores claras (creme, branco, etc.).
• Rs – valor tabelado (ANEXO A.1 a A.6) que representa a insolação máxima
para a latitude e mês de projeto, em kcal/h∙m2.
• Rm – valor tabelado (ANEXO A.1 a A.6) obtido observando o valor máxima
na face em questão, no mês de janeiro a 40º de latitude, para o caso do
hemisfério Sul. Dado em kcal/h∙m2.
• Δtem – valor obtido por tabela (ANEXO A.9), observando o peso da parede,

a orientação da face e a hora de projeto. Dado em ºC.


16

Vale ressaltar que as tabelas contendo os valores de Δt es e Δtem possuem

orientações para o hemisfério Norte, devendo-se tomar os cuidados necessários para


adaptá-lo para o Sul.

2.4.7.2 Teto

A exemplo dos cálculos de carga térmica para as paredes, o teto é semelhante.


Em casos de o teto do local ser interno – contato direto com outro ambiente interno –
o procedimento de cálculo descrito na equação 12 deve ser repetido. Contudo, o valor
do coeficiente global de transmissão de calor, como é de se supor, deve ser observado
para materiais de construção de tetos.

Posteriormente, o procedimento para parede externas segue também o mesmo


método detalhado nas equações 13 e 14. Porém, a consulta às tabelas para algumas
das incógnitas da equação 14 variam. Deve-se proceder da seguinte forma:

• Δtes – valor conferido em tabela (ANEXO A.10), onde deve ser observado o

valor de teto sombreado para a hora em questão.


• Rs e Rm – procedimento semelhante ao das paredes, porém a face a ser
observada deve ser a horizontal.
• Δtem – valor tabelado (ANEXO A.10) que leva em consideração a hora de

projeto, face e o peso do teto.

2.4.8 Renovação de Ar

Há de se considerar que o ser humano busca constantemente o conforto, e as


condições climáticas sempre foram alvo de desconfortos, seja por excesso de frio ou
de calor, umidade baixa ou alta demais. Devido a esses tipos de dificuldades foram
criados os sistemas de condicionamento de ar, tornando possível o controle climático
de um ambiente.
17

Como já enfoca Çengel (2013), para manter um ser humano confortável


termicamente, três fatores devem ser observados: a temperatura de bulbo seco, a
umidade relativa e a velocidade do ar. O primeiro, precisa estar entre 22ºC e 27ºC
para satisfazer a maioria das pessoas, enquanto que a umidade relativa é preferível
estar entre 40% e 60%. Com relação ao último, este, precisa se encontrar em torno
de 15m/min.

Posteriormente, o MS publicou a Portaria Nº 3.523, de 28 de agosto de 1998.


Esta foi elaborada devido à algumas preocupações pertinentes com a saúde dos
ocupantes de ambientes climatizados.

Considerando a preocupação mundial com a Qualidade do Ar de


Interiores em ambientes climatizados e crescente utilização de sistemas de
ar condicionado no país, em função das condições climáticas;

Considerando a preocupação com a saúde o bem-estar, o conforto,


a produtividade e o absenteísmo ao trabalho, dos ocupantes dos ambientes
climatizados e a sua inter-relação com a variável qualidade de vida;

[...] Considerando que o projeto e a execução da instalação,


inadequados, a operação e a manutenção precárias dos sistemas de
climatização favorecem a ocorrência e o agravamento de problemas de
saúde. [...] (MS PORTARIA Nº 3.523, 1998)

Conforme ressaltado, a climatização pode trazer sérias consequências à saúde


dos ocupantes quando não há uma preocupação com a manutenção dos
equipamentos, assim como também com o projeto, que deve prever aberturas que
promovam a renovação adequada do ar para a quantidade de pessoas que irá ocupar
o lugar. Presume-se que, caso haja desrespeito a esses procedimentos, o ar do local
ficará contaminado com agentes poluentes químicos, físicos e biológicos.

A Portaria Nº 3.523 (1998) do MS prevê renovação de ar mínima de


27m3/h/pessoa (7,5L/s/pessoa). De forma semelhante o fez a ABNT NBR 16401
(2008), e ainda descreve o procedimento que deve ser adotado para determinar a
vazão de ar exterior em três níveis: 1 – Nível mínimo vazão de ar exterior; 2 – Nível
18

intermediário de vazão de ar exterior; 3 – Vazões de ar exterior que, segundo estudos,


evidenciam a redução de reclamações e alergias.

Para tanto, em cada um dos níveis, deve ser calculado, primeiramente, a vazão
eficaz (Vef) pela equação 15.

𝑉𝑒𝑓 = 𝑃𝑧 𝐹𝑝 + 𝐴𝑧 𝐹𝑎 (15)

O valor de Vef é expresso em L/s. O número de máximo de pessoas na zona é


representado por Pz. A área útil ocupada pelas pessoas (Az), é dada em m2. No que
se refere à vazão por pessoa (Fp) – em L/s∙pessoa – e a vazão por área útil ocupada
(Fa) – em L/s∙m2 – são valores tabelados, contidos na tabela 1 do escopo da ABNT
16401 parte 3.

Na medida em que se calcula Vef, é então adquirido o valor da vazão eficaz


corrigida (Vz), como mostra a equação 16. De modo similar, também é necessário
fazer a correção da densidade do ar local, de acordo com a cidade de projeto.

𝑉𝑒𝑓
𝑉𝑧 = (16)
𝐸𝑧

É preciso ressaltar que Vz possui a unidade de L/s. Em relação à eficiência de


distribuição de ar da zona (Ez), este são valores tabelados pela ABNT 16401 parte 3,
na sua tabela 2.

Prosseguindo, deve ser obtido a quantia da Vazão de Ar Exterior (V s) para a


tomada de ar de renovação em sistemas que utilizam mistura de ar recirculado e ar
exterior, na forma da Equação 17.

𝐷∙∑(𝑃𝑧 ⋅𝐹𝑝 )+∑(𝐴𝑧 ∙𝐹𝑎 )


𝑉𝑠 = (17)
𝐸𝑣

Convém observar que, a equação 17 utiliza partes da equação 15. No


entanto há um somatório de todos esses valores obtidos para as diversas zonas
pertencentes ao mesmo sistema. Pode-se concluir a partir daí que, essa é a forma de
calcular Vs para sistemas de zonas múltiplas.
19

Para casos de zonas unitárias, será utilizada a mesma equação17,


contudo, não haverá somatório a ser feito, serão valores únicos de cada uma das
incógnitas.

Por conseguinte, é necessário obter o valor do fator de diversidade de


ocupação (D), como mostra a equação 18. Em seguida deve ser obtido o valor do fator
Zae, equação 19.

𝑃𝑠
𝐷= (18)
∑𝑃𝑧

O valor de D é adimensional. No caso de Ps, se refere ao número de


pessoas que ocupam simultaneamente o local. Já P z, deve ser calculado um valor
para cada zona abastecida pelo mesmo sistema de condicionamento de ar, e somar
todos eles.

𝑉𝑧
𝑍𝑎𝑒 = (19)
𝑉𝑡

A incógnita Vt representa a vazão total de ar insuflado para a zona,


calculado na elaboração do projeto, em L/s.

A partir do valor de Zae, encontra-se a eficiência da distribuição de ar (Ev)


na tabela 3 da ABNT 16401 parte 3. É importante ressaltar que Zae deve ser calculado
para cada zona de um mesmo sistema, porém o seu valor máximo dentre todos eles,
será utilizado para a obtenção de Ev.

Para concluir, os valores de Vs, dados em L/s, devem ser corrigidos com
a densidade do ar local e divididos pelo número de pessoas que ocupam as
respectivas zonas. Esses valores serão obtidos para os níveis 1, 2 e 3, para cada
zona, e o resultado será comparado com os 7,5L/s∙pessoa exigidos pela (ABNT NBR
16401,2008) e pela Portaria Nº 3.523 (1998) do MS, assim como também pelos 4,72
L/s∙pessoa da Resolução Nº 9 de 2003 da ANVISA. O valor escolhido da vazão de
renovação deverá atender o valor mínimo especificado, e caso isso não ocorra, o
estipulado pela norma será adotado.
20

3 Metodologia

Com o intuito de tornar o processo de levantamento de carga térmica em


projetos de climatização mais ágil e de fácil acesso aos projetistas, foi decidida pela
construção de uma plataforma online. De forma geral, esta seria acessada por meio
de navegadores de internet – Google Chrome, Mozilla Firefox, Internet Explorer, Edge,
etc. – como forma mais prática de ser utilizada em qualquer dispositivo –
Computadores ou Smartphones – e sem necessidade de instalação.

3.1 Validação

Devido a inexistência de sistema de validação para softwares de


levantamento de carga térmica brasileiros, o presente trabalho foi validado por meio
de projeto prático de um restaurante (ANEXO C) dado como exemplo na disciplina de
Projeto de Climatização (MEC1203) do curso de Engenharia Mecânica da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ministrada pelo Professor Doutor
Ângelo Roncalli Oliveira Guerra.

O processo de validação consistiu em comparar os valores obtidos para


o projeto feito por processo manual e utilizando o sistema. Para isso, foram calculados
os desvioserros associados a cada medida, verificando a precisão do programa.

3.2 Acesso

Em suma, o acesso ao utilitário se daria por meio de perfis próprios de cada


projetista. Este, por sua vez, cadastraria colaboradores em cada projeto que fosse
necessário. Presume-se que, os parceiros já possuem perfis válidos cadastrados no
software, dessa forma, todos podem fazer alterações no sistema.
21

Vale ressaltar que todo o sistema funciona após ter sido armazenado em um
servidor particular previamente contratado para hospedar todos os dados criados
neste trabalho. Dessa forma, ao acessá-lo, o usuário estará automaticamente
solicitando e recebendo informações diretamente desse local. Cabe frisar que esse
passo é essencial para sua utilização.

3.3 Interface

Em termos de visualização, optou-se por uma interface limpa e intuitiva em


cada uma das etapas de elaboração de projeto.

Primeiramente, o usuário informou login e senha – figura 3 –


previamente cadastrados, para ter acesso ao sistema.

Figura 3 – Tela de login

Fonte: Autor.

Prosseguindo, a lista de projetos vinculados ao usuário será mostrada


(figura 4).
22

Figura 4 – Lista de Projetos

Fonte: Autor.

As possibilidades de comunicação com o sistema para essa aba, se dão por:

• Criação de novo projeto;


• Visualização do nome a ele atribuído, assim como a cidade em que se localiza,
seu autor e data de criação;
• Acesso ao projeto, ou seja, visualização das suas zonas associadas;
• Edição das informações básicas;
• Exclusão do projeto;

Tendo selecionado a opção de criação de novo projeto ou edição das suas


informações, uma tela como a da (figura 5) aparece.
23

Figura 5 – Informações do Projeto

Fonte: Autor.

Nesse caso, foi criado um projeto intitulado de “Projeto Restaurante


Validação”. Nessa página, estavam disponíveis as funcionalidades abaixo. Que foram
preenchidas de acordo com o memorial de cálculo de referência.

• Escolha do nome para o projeto;


• Seleção do Estado;
• Seleção da cidade com base no Estado selecionado;
• Preenchimento automático das informações da cidade selecionada com
base na ABNT NBR 16401 – latitude, longitude, altitude, mês mais quente,
variação média anual de temperatura;
• Seleção da frequência anual de desvio de temperatura;
• Preenchimento automático das temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido
com base na frequência anual selecionada;
• Determinação do período de funcionamento do local – mês inicial e final,
hora inicial e final;
• Adição de colaboradores.
24

Optando-se pela visualização do projeto, o usuário se deparará com a lista de


zonas criadas para aquele sistema, (figura 6). Nesse caso, pode-se fazer interações
com o sistema do seguinte modo:

• Adição de nova zona;


• Visualização do nome atribuído, assim como sua altura, largura, comprimento
e se é uma zona interligada ou não;
• Acesso às informações de cada zona;
• Edição dos dados básicos;
• Exclusão da mesma;

Figura 6 – Lista de Zonas

Fonte: Autor.

Ao selecionar a opção de criar nova zona ou de editar os dados básicos


de uma já existente, é exibida uma página como a mostrada na figura 7. Cujos campos
foram alimentados com os dados do restaurante. Por conseguinte, as funcionalidades
desta são:

• Nome da zona;
• Largura, comprimento e altura do local;
• Temperatura e umidade decididas para o interior do recinto;
• Informe se a zona é ou não interligada às demais.
25

Figura 7 – Informações da Zona

Fonte: Autor.

Uma vez que se selecionou o acesso à zona, a tela da Figura 8 foi exibida.
Nesta, verifica-se as cargas térmicas associadas à cada forma de troca e calor –
iluminação, pessoas, equipamentos, infiltração, insolação e condução. Com relação à
renovação de ar, esta também possui um bloco de apresentação individual.

Figura 8 – Levantamento de Carga Térmica da Zona

Fonte: Autor.
26

Com o intuito de organizar as informações e facilitar a verificação parcial


dos resultados do levantamento de carga térmica, foi decidido pela divisão em blocos
de carga. Dessa forma, são mostrados individualmente os valores associados.

Presume-se que cada campo foi completado com valores referentes ao


restaurante em questão. Com relação aos dados de iluminação, figura 9. Foram
preenchidos: local de projeto, selecionado o tipo de iluminação disponível para o
recinto e, por fim, o valor de potência instalada, que havia sido informado pelo cliente.

Figura 9 – Página de iluminação

Fonte: Autor.

A seguir, foram preenchidas as informações referentes à carga térmica de


pessoas, figura 10. Nesse caso, haviam dois tipos de atividades sendo realizadas
pelas pessoas. Estavam sendo considerados 80 clientes sentados, trabalhando
sedentariamente, enquanto que os garçons, que eram 10, foram analisados como
realizando atividade de caminhada a 4,8 km/h.
27

Figura 10– Página de pessoas

Fonte: Autor.

Prosseguindo, foi calculada a carga térmica de equipamentos, figura 11. Em


suma, nesta página foram informados os valores dos respectivos aparelhos presentes
no ambiente em questão: 3 cafeteiras de 12 xícaras e um aquecedor de alimentos.

Figura 11 – Página de equipamentos

Fonte: Autor.
28

Posteriormente, foi feita a análise e alimentação da página de infiltração,


figura 12. Por sua vez, as informações se referem aos detalhes fornecidos pela planta
baixa e provenientes do cliente.

Figura 12– Página de infiltração

Fonte: Autor

A seguir, realizou-se os cálculos de insolação, figura 13. Por sua vez, as


informações fornecidas ao sistema, tem relação com as portas e janelas de vidro que
recebiam incidência solar por estarem expostas a ambiente externo.
29

Figura 13 – Página de insolação

Fonte: Autor.

Em sequência, foram introduzidos os valores correspondentes à condução,


figura 14. Para isso, analisou-se os matérias de portas, janelas, paredes e teto, além
das suas respectivas orientações e se faziam contato direto com o meio externo ou
não.
30

Figura 14 – Página de condução

Fonte: Autor.

Para concluir, forneceram-se os dados para o cálculo da renovação de ar,


figura 15. Para tanto, foram introduzidas informações sobre a forma de insuflação do
ar, o local e a ocupação do local.
31

Figura 15 – Página de renovação de ar

Fonte: Autor.

3.4 Banco de Dados

Parece conveniente dizer que todos os dados utilizados nos cálculos feitos
pelo software, são de procedência da (ABNT NBR 16401, 2008), do (Manual de Aire
Acondicionado, 1980), (ABNT NBR 5410, 2004) e demais fontes citadas na revisão
bibliográfica no procedimento de obtenção da carga térmica.
32

4 Resultados e Discussões

Para efeito de análise e validação do software, é necessário que os valores


calculados sejam próximos dos obtidos no memorial de cálculo (ANEXO C). Para
tanto, é necessária a observação de um resumo geral de ambos para que se possa
fazer uma comparação e justificativas em caso de divergências.

Em termo de resultados parciais, estes podem ser encontrados na figura 16.

Figura 16 – Resultado parcial

Fonte: Autor.

Os resultados evidenciam que, em alguns pontos o sistema difere dos valores


dos calores sensíveis obtidos no memorial. Para tanto, a tabela 1 mostra claramente
os pontos de divergência.

Tabela 1 – Erro entre os valores do memorial e do software


Memorial (W) Software (W) Desvio (%)
Iluminação 7200,00 7200,00 0,00
Pessoas 7500,00 7500,00 0,00
Equipamentos 15700,00 15700,00 0,00
Infiltração 1150,81 1150,80 0,00
Insolação 16350,27 16350,27 0,00
Condução 9963,70 10144,91 2,00
Renovação 5680,37 5745,57 1,15%
Fonte: Autor.
33

Os dados mostram que, existem valores que são exatamente os mesmos.


Como é o caso de iluminação, pessoas, equipamentos, infiltração e insolação. Isso
aconteceu devido serem valores buscados diretamente em tabelas, logo as chances
de divergirem são poucas, e aconteceriam em caso de falha humana ou erros de
cálculo.
No entanto há divergências maiores em condução e renovação. O primeiro é
um desvioerro associado à interpolação entre valores tabelados. O sistema não possui
funções de interpolar valores entre tabelas, e é obrigado a utilizar o valor mais
próximo. Nesse caso, aconteceu por conta do peso das paredes, que foram
aproximados para o valor mais baixo, enquanto que no memorial de cálculo foram
utilizadas as ferramentas acima descritas para a obtenção de valores entre linhas.
No que tange à renovação, existem alguns pontos que justificam essa
diferença. Ficou evidenciado que o calor sensível total da referência é menor do que
o obtido, e isso influencia no valor da vazão mínima da máquina. Sendo esse último
utilizado no cálculo da renovação. Não se pode deixar de falar que, os valores obtidos
por carta psicrométrica possuem valores menos preciso do que os obtidos por
equações. Nesse caso, a correção da densidade pelo aplicativo utiliza equações
psicrométricas para obtenção do valor, e essa pequena divergência leva às demais
calculadas a partir dela.
Por fim, os resultados finais obtidos pelo sistema são mostrados na figura 17.
Onde são vistos os valores da carga térmica total, a vazão mínima requerida pelo ar
condicionado selecionado, a vazão de renovação e a área da tomada de renovação.

Figura 17 – Resultado software

Fonte: Autor.
34

No que se refere ao valor da carga térmica total, o desvioerro associado foi de


0,03%, já que o resultado da referência foi de 333.727,72 BTU/h. Já a vazão mínima
teve uma divergência erro de 2,34%, que evidencia o erro motivo já citado a respeito
da carta psicrométrica. Por sua vez a vazão de renovação e a área da tomada de
renovação mostraram divergências variações de 1,15% e 2,90%, respectivamente.
35

5 Conclusões

Ficou evidenciado que o software, apesar de ser sua primeira versão,


encontrou uma aproximação razoável com os resultados obtidos por cálculo manual.
Esse resultado mostrou que a ferramenta atingiu o seu objetivo de facilitar a busca de
dados em tabelas, agilizando o trabalho e dando maior confiabilidade aos resultados.

É necessário ressaltar que, não existe no mercado nenhum sistema de


levantamento de carga térmica que realize o cálculo da renovação de ar, prevista na
legislação brasileira. Dessa forma, pode-se considerar que este trabalho apresenta
um avanço na área de projetos de climatização.

Como era de se esperar, existem ainda alguns pontos que devem ser
acrescentados, para um melhor desempenho do sistema. Como é o caso da
ferramenta de interpolação de dados, novo formato de exibição final dos dados
contendo maior detalhamento a respeito de horas de funcionamento do local e valor
da carga térmica discriminada ponto a ponto.

Há de se considerar que, a continuidade do projeto pode favorecer o ambiente


acadêmico e profissional brasileiro, com um utilitário totalmente de acordo com as
normas vigentes no país e ainda possui enfoque na, agora tão exigida, renovação de
ar.

É possível ainda afirmar que há a possibilidade de haver a adequação para


um aplicativo que possa ser usado em smartphones, tornando-o ainda mais portável.
Assim como, a possível inclusão de uma inteligência artificial que permita o aumento
de funções do sistema para interpretação de plantas baixas e até seleção das
máquinas mais adequadas para cada caso.
36

6 Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 16401:


instalações de ar-condicionado – sistemas centrais e unitários. Rio de Janeiro, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 06401:


instalações centrais de ar-condicionado para conforto – parâmetros básicos de
projeto. Rio de Janeiro, 1980.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5410:


instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.

BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RE Nº 9, de 16 de


janeiro de 2003. Brasília, Diário Oficial da União, 2003.

BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria Nº 3.523, de 28 de agosto de 1998. Brasília:


Diário Oficial da União, 1998.

ÇENGEL, Y.A.; BOLES, M.A. Termodinâmica. 7ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.

CARRIER AIR CONDITIONING COMPANY. Willis Carrier. Disponível em:


<https://carrierdobrasil.com.br/willis-carrier>. Acesso em: 14 abr. 2019.

CARRIER AIR CONDITIONING COMPANY (Estados Unidos de América). Manual de


aire acondicionado: handbook of air conditioning system design. 5ª ed. Barcelona:
Marcombo, 1980.

GERNER, V.R. Coeficiente global de transmissão de calor (U): Materiais de


construção utilizados no Brasil. [S.I.: s.n.]: 2012.

INCROPERA, F.P. et al. Fundamentos de transferência de calor e massa. 6ª ed.


Rio de Janeiro: LTC, 2008.
37

MEYER, D; THEVENARD, D. PsychroLib: a library of psychrometric functions to


calculate thermodynamic properties of air. [S.I.]: Journal of Open Source Software,
2019.

SHAPIRO, H.N.; MORAN, M.J. Princípios de termodinâmica para engenharia. 6ª


ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
38

7 Anexos

ANEXO A - Tabelas do manual del aire acondicionado, 1980

Tabela A.1: Insolação à latitude de 0º


39

Tabela A.2: Insolação à latitude de 10º


40

Tabela A.3: Insolação à latitude de 20º


41

Tabela A.4: Insolação à latitude de 30º


42

Tabela A.5: Insolação à latitude de 40º


43

Tabela A.6: Insolação à latitude de 50º


44

Tabela A.7: Coeficiente global de insolação

Tabela A.8: Fator de correção das diferenças equivalente de temperatura


45

Tabela A.9: Diferença equivalente de temperatura para paredes.

Tabela A.10: Diferença equivalente de temperatura para paredes


46

ANEXO B - Tabela (Gerner, 2012)

Tabela B.1: Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U)


47

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante


48

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


49

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


50

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


51

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


52

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


53

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


54

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


55

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


56

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


57

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


58

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


59

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


60

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


61

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.


62

ANEXO C – Memorial de cálculo, Restaurante, cont.

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