Você está na página 1de 3

1.

º Caso Prático

João é proprietário e possuidor do prédio X desde agosto de 2010, por compra a


Rodolfo. O contrato foi registado três dias depois, tendo João emigrado para o Reino
Unido em seguida. Porém, uma vez por ano, quando regressava a Portugal, João
sempre se deslocou ao terreno.
Contudo, em abril de 2017, Eduardo, vizinho de João, forjou uma escritura de doação
do prédio X a seu favor e registou a mesma. Em maio de 2018, vendeu o prédio X a
Abel, que desconhecia tudo o que se passava. O contrato foi registado no próprio dia,
mas Eduardo não entregou o prédio X a Abel, embora lhe tenha dito que este se
encontrava livre para Abel fruir e usar.
Todavia, quando Abel pretendeu iniciar o gozo do prédio X deparou-se com a oposição
de João, que alega ser o único proprietário do prédio. Quid iuris?
Suponha agora que o prédio X estava omisso no registo, tendo Eduardo registado a
doação e promovido a descrição do imóvel. Quid juris?

2.º Caso Prático

Em julho de 2014, Marta doou a Helga um andar utilizado para férias que comprara a
Bento em junho de 2006.
Quer a venda quer a doação foram devidamente registadas na Conservatória do
Registo Predial de Faro. Porém, em maio de 2020, foi decidido por acórdão judicial que
o testamento que atribuiu a propriedade do andar a Marta era nulo e que a
propriedade do imóvel pertencia ao seu irmão João. Na sequência desta decisão
judicial, João comunicou a Helga que lhe deve restituir o imóvel. Quid Juris?

3.º Caso prático

Em março de 2007, Joana, explicadora de matemática, adquiriu um apartamento que


decidiu usar como espaço de trabalho. Porém, em fevereiro de 2017, foi surpreendida
com uma deliberação aprovada em assembleia de condóminos, nos termos da qual as
frações do referido imóvel apenas poderiam ser usadas para fins exclusivamente
habitacionais.
Após conflitos com alguns vizinhos, Joana decidiu, em junho de 2018, vender o
apartamento a Ernesto, casado com Maria, que, de imediato, se instalaram no
apartamento, embora não tenham procedido ao respetivo registo.
Em janeiro de 2020, Ernesto e Maria divorciam-se, ficando Ernesto com o direito a
permanecer no imóvel.
Todavia, em junho de 2021, Joana, tomando conhecimento de que o apartamento
ainda se encontrava inscrito no registo a seu favor, vende-o a Etelvina, que, de
imediato, o regista. Presentemente, Etelvina opõe-se a Ernesto dizendo ser a
proprietária do apartamento. Considere os seguintes aspetos:
- Poderia Joana ter reagido contra a deliberação da assembleia de condóminos?
- Como se pode caracterizar a posição de Ernesto, Maria e Etelvina face ao imóvel em
causa?

4.º Caso prático

Tomás, proprietário de um prédio rústico destinado a produção agrícola constituiu a


favor de Teresa um usufruto pelo prazo de 20 anos. Para o efeito, as partes celebraram
um contrato e registaram o direito. Neste contrato, ficou ainda convencionado que
durante o prazo previsto (20 anos) Teresa poderia construir um edifício no terreno,
destinado à exploração de turismo rural, mas com a obrigação de o destruir e de
devolver o prédio na primitiva forma no termo do usufruto. Quid juris?

5.º Caso prático

Em janeiro de 2007, Daniel, proprietário do prédio Y, constituiu um direito de


superfície a favor de Ermelinda, pelo prazo de 30 anos. Nos termos do contrato, a
superficiária ficou autorizada a construir qualquer tipo de edificação. Ermelinda nunca
exerceu o referido direito.
Em fevereiro de 2017, Francisco, empresário no sector das telecomunicações,
construiu no prédio Y uma torre de telecomunicações, com uma fundação superior a
10 metros de profundidade, inseparável do solo sem a sua destruição.
Com a construção, o prédio Y, que valia € 500.000,00, passou a valer € 1.000.000,00.
Por essa razão, Francisco recusa abandonar o prédio e impede Daniel e Ermelinda de
praticarem qualquer ato de gozo do mesmo. Por seu turno, Daniel invoca a qualidade
de proprietário, alegando que Ermelinda não pode reclamar quaisquer direitos sobre o
prédio. Quid iuris?

Você também pode gostar