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T2: COMO DEUS PRESERVA O SEU POVO? (Ex 1.1-22).

INTRODUÇÃO

No primeiro sermão, introdução à teologia do Êxodo, defendemos que o enredo central do


livro é: o Deus do pacto e os pactos de Deus! Como esse Deus, pessoal e cuidadoso: preservou
o povo, levantou um herói, e salvou seu povo das garras de Faraó.

Nós vimos ainda, que esse não é o livro apenas da saída do povo, ou de como Moisés libertou
o povo, mas de como Deus ouviu o clamor do seu povo, lembrou-se da sua Aliança e os
libertou com mão forte e poderosa.

E o meu esforço hoje será mostra Deus no capítulo primeiro, embora Ele não fale aqui, está
claro que se não fosse sua mão agindo pelo povo, eles não teriam sobrevivido.

I. CONTINUAÇÃO (v.1-7);

“1 São estes, pois, os nomes dos filhos de Israel que entraram com Jacó no Egito, cada um com
a sua respectiva família: 2 Rúben, Simeão, Levi e Judá; 3 Issacar, Zebulom e Benjamim; 4 Dã,
Naftali, Gade e Aser. 5 Ao todo, os descendentes de Jacó eram setenta; José, porém, já se
encontrava no Egito. 6 Ora, morreram José, todos os seus irmãos e toda aquela geração. 7 Os
israelitas, porém, eram férteis, proliferaram, tornaram-se numerosos e fortaleceram-se muito,
tanto que encheram o país”.

O texto começa: “São estes, pois, os nomes...”, mas no texto hebraico: “Weēlêm Shemôth = E
estes são os nomes” Inclusive esse é o título original do livro (Os nomes). Isto é, o texto
começa com um “E”, e não se começa um livro assim, a não ser que ele seja uma continuação
do livro anterior.

Conforme afirmou Tim Chester, no livro Êxodo para você:

“Êxodo é, em vários aspectos, o segundo capítulo do pentateuco, o conjunto dos cinco


primeiros livros do Antigo Testamento. Portanto, o livro todo deve ser lido à luz daquilo que
ocorreu antes” (p.14).

Em Gênesis Deus fez uma Aliança com Abraão, onde prometeu duas coisas centrais: Um povo
e uma terra. Por isso nosso texto começa mostrando o cumprimento da primeira parte “um
povo”. (v.7): “Os israelitas, porém, eram férteis, proliferaram, tornaram-se numerosos e
fortaleceram-se muito, tanto que encheram o país”.

(Fp 1.6): “Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la
até o dia de Cristo Jesus”. Deus está continuando sua história, ele irá terminar o que começou.
Ele garante o cumprimento da Aliança.

II. OPRESSÃO (v.8-11; 13-16; 22);

“8 Então subiu ao trono do Egito um novo rei, que nada sabia sobre José. 9 Disse ele ao seu
povo: “Vejam! O povo israelita é agora numeroso e mais forte que nós. 10 Temos de agir com
astúcia, para que não se tornem ainda mais numerosos e, no caso de guerra, aliem-se aos
nossos inimigos, lutem contra nós e fujam do país”. 11 Estabeleceram, pois, sobre eles chefes
de trabalhos forçados, para os oprimir com tarefas pesadas. E assim os israelitas construíram
para o faraó as cidades-celeiros de Pitom e Ramessés. (...).

13 e os sujeitaram a cruel escravidão. 14 Tornaram-lhes a vida amarga, impondo-lhes a árdua


tarefa de preparar o barro e fazer tijolos, e executar todo tipo de trabalho agrícola; em tudo os
egípcios os sujeitavam a cruel escravidão. 15 O rei do Egito ordenou às parteiras dos hebreus,
que se chamavam Sifrá e Puá: 16 “Quando vocês ajudarem as hebréias a dar à luz, verifiquem
se é menino. Se for, matem-no; se for menina, deixem-na viver”. (...).

22 Por isso o faraó ordenou a todo o seu povo: “Lancem ao Nilo todo menino recém-nascido,
mas deixem viver as meninas”.

Todos esses versos trazem a escalada da opressão experimentado pelo povo. As expressões
utilizadas aqui são intensas:

• “Oprimir” (v.11) = Ianah = esmagar, subjulgar, e até estuprar.

• “Cruel escravidão” (v.13,14), adjetiva a escravidão, não é uma servidão qualquer, foi
feita para domar o povo.
• “Vida amarga” (v.14), mara = amargar. Lembro das ervas amargas da cerimônia da
páscoa que servirá para o povo memorar a vida que tinham no Egito.

Essa escalada cumpre um padrão que se repete em toda nossa história chegando até hoje:

1. Um ditador, governo, poder ou ideologia que volta os olhos para perseguir o povo de
Deus; Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja: “A Revolução Francesa, matou, em
um ano de 16 mil a 40 mil. Fidel Castro fuzilou, sozinho: 17 mil pessoas. Sem
considerarmos, então, os mais de 80 mil que morreram afogados tentando fugir da
ilha. Mao Tse-Tung matou 70 milhões; Stálin, ditador comunista Russo, 25 milhões;
Hitler, líder do nazi-facismo, 6 milhões de judeus .

2. Um plano ardiloso, “Temos de agir com astúcia”, surgem os maus conselheiros,


imagine se José estivesse vivo. A importância de termos homens e mulheres de Deus
atuando no governo. Como por exemplo: A ministra Damares (Min. Da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos), atualmente temos um presidente é apenas um amigo
do evangelho, mas ela tem se mostrado uma verdadeira mulher de Deus.

3. Perseguição e genocídio, como já expliquei a cruel escravidão tem o objetivo de


subjugar o povo, e o assassinato de bebes do sexo masculino é para atacar a moral do
povo e impedir seu crescimento acelerado.

Tim Chester, no livro Êxodo para você, inicia seu comentário perguntando:

“Vivemos em uma época no Ocidente em que a Igreja está debaixo de pressão crescente. Não
se trata apenas de a verdade cristã ter passado do centro para as margens; em diversas
questões, nossas crenças agora são consideradas imorais e ofensivas. Muitos, tanto dentro
como fora da igreja, se perguntam se o cristianismo tem futuro. Como podemos viver bem, de
modo otimista e positivo, diante da hostilidade?” (p.13).

Infelizmente muitos cristãos estão sonolentos quanto a esse perigo. “Isso é questão do
judiciário, ou do legislativo”, não essa é uma questão da Igreja. Temos de lutar como por
exemplo, Wiliam Wilbeforce, que em 1807, conseguiu a aprovação do Ato contra o Comércio
de Escravos. E para os cristãos que se omitem em defender as boas causas, sua celebre frase
diz: “Você pode escolher olhar para o outro lado, mas você nunca poderá dizer que não sabia”.
III. OPOSIÇÃO (v.12);

“12 Todavia, quanto mais eram oprimidos, mais numerosos se tornavam e mais se
espalhavam. Por isso os egípcios passaram a temer os israelitas”.

O verso doze é o coração do capítulo, é o que motivou nosso título: “Como Deus preserva o
seu povo?”. A resposta está aqui, apesar das improbabilidades o povo de Deus cresce. Essa é a
conclusão do capítulo anterior: A opressão não mata a Igreja, ela nos fortalece. Como no livro
de Atos: (At 6.7): “Assim, a palavra de Deus se espalhava. Crescia rapidamente o número de
discípulos em Jerusalém...”.

Não podemos esquecer que é Deus que dá o crescimento: (2 Co 3.6): “Eu plantei, Apolo regou,
mas Deus é quem fazia crescer”.

Por último considere (Ap 12.): Por cinco vezes ele tentou destruir a mulher (representa o povo
de Deus (Israel e a Igreja):

1. Tentou devorar a mulher que estava para dar à luz (v.4), mas ela deu à luz e fugiu para
o deserto, um lugar preparado por Deus (v.6);

2. Houve guerra no céu contra Miguel e os anjos, mas o dragão e seus anjos perderam, e
foi lançado fora, por causa do triunfo de Cristo na cruz (v.8);

3. Na terra cheio de fúria começou a perseguir a mulher, mas foi dada asas à mulher para
escapar dele;

4. Então a serpente fez jorrar água para tentar arrastar a mulher, a terra, porém se abriu
e engoliu a água salvando a mulher;

5. Por fim ele mais irado ainda, saiu para guerrear contra a descendência da mulher, mas
eles foram fiés ao testemunho de Jesus. E aqui o texto não conclui com uma
libertação, porque “testemunho = mártir”, que em Apocalipse siginifca: aquele que
morre por aquilo que confessa (por Cristo). E em outro lugar o próprio livro
respondeu:

(Ap 2.10): “Não tenha medo do que você está prestes a sofrer. Saibam que o diabo lançará
alguns de vocês na prisão para prová-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias. Seja
fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida”.

IV. DECISÃO (15-20).

“15 O rei do Egito ordenou às parteiras dos hebreus, que se chamavam Sifrá e Puá: 16
“Quando vocês ajudarem as hebréias a dar à luz, verifiquem se é menino. Se for, matem-no; se
for menina, deixem-na viver”. 17 Todavia, as parteiras temeram a Deus e não obedeceram às
ordens do rei do Egito; deixaram viver os meninos. 18 Então o rei do Egito convocou as
parteiras e lhes perguntou: “Por que vocês fizeram isso? Por que deixaram viver os meninos?”.
19 Responderam as parteiras do faraó: “As mulheres hebréias não são como as egípcias. São
cheias de vigor e dão à luz antes de chegarem as parteiras”. 20 Deus foi bondoso com as
parteiras; e o povo ia se tornando ainda mais numeroso, cada vez mais forte”.

Há alguns pontos interessantes aqui:

1. Como as parteiras sabiam como agir naquele momento?

Victor Hamilton responde: “Deus, pelo que sabemos, nunca apareceu às parteiras ou falou
com elas. Sua resposta é instintiva e imediata. Elas não concederão a Faraó aquilo que
pertence a Deus”.

Não nenhuma aparição milagrosa de Deus e elas não tinham todo o relato da escritura nas
mãos para decidir. Elas só tinham a promessa feita à Abraão, a promessa de um povo, de uma
terra e de um libertador, e isso bastou a elas, porque você não sabe como agir hoje? O
puritano William Gurnall: “Tememos tanto aos homens porque tememos tão pouco a Deus”.

2. Qual foi a resposta delas?

O texto encerra mostrando o belíssimo exemplo das parteiras, respondendo talvez a pergunta
do Tim: “Como podemos viver bem, de modo otimista e positivo, diante da hostilidade?”. As
parteiras respondem: Temendo a Deus e não aos homens, Obedecendo a Deus e não aos
homens. Essa foi a decisão dos Apóstolos em Atos: (At 5.29-42):

“29 Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos
homens! (...). 40 Eles foram convencidos pelo discurso de Gamaliel. Chamaram os apóstolos e
mandaram açoitá-los. Depois, ordenaram-lhes que não falassem em nome de Jesus e os
deixaram sair em liberdade. 41 Os apóstolos saíram do Sinédrio, alegres por terem sido
considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome. 42 Todos os dias, no templo e
de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo”.

O exemplo é a situação que estamos vivendo hoje, essa quarentena interminável. Que foi boa
no início, mas que agora está afetando objetivamente a vida da população mais vulnerável.

Imagine a situação: Nós como Igreja, aderimos a quarentena “voluntariamente”. Mas imagine
quando abrirem o comércio, os shoppings, se houvesse um decreto proibindo a Igreja de abrir
junto com esses setores (embora acredito que haverá crentes sugerindo para não abrir). Então
teríamos que fazer essa velha escolha: “Obedecer a Deus ou aos homens?”.

CONCLUSÃO

Por isso eu te convido a orar agora.

Pelos efeitos da pandemia no mundo e no Brasil; pelos nossos governantes para decisões
sábias nos próximos dias;

E pela Igreja de Deus na terra, acredito que o dia de nos reunirmos está próximo, oremos para
que isso aconteça logo, e que no meio de toda essa crise possamos crescer milagrosamente
pelo poder Deus, em nome de Jesus.

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