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O SALMO DO PRÍNCIPE MESSIAS

Salmos 2
I. Este salmo, que poderíamos chamá-lo de “salmo do Rei messias”, pode ser
dividido em 4 partes, a primeira parte, vem nos mostrar a verdadeira face do mundo,
vejam comigo os versos 1 a 3: o mundo tem seu coração voltado para a rebelião, se
o homem governasse como ele planeja, estaríamos perdidos, suas histórias, sua
ideologia, contra a família, contra a moral contra tudo aquelo que bom, virtuoso e
belo, só tem um objetivo que “rompamos os seus laços e sacudamos de nós as
suas algemas”, vejam que sua fala, é coberta com uma falsa moralidade, um tipo
de coitadismo que pressupõe um opressor e um oprimido, sendo o pecador o
oprimido e Deus o carrasco que empoe suas leis, seus pré-supostos e nos impede
de sermos felizes com a realização de nossos desejos mais profundos. Mas o que o
pecador quer não é liberdade, pois esta jamais conseguirá fora de Deus, o que ele
quer, na verdade, é libertinagem, ele deseja não ter mais amarras, como besta
selvagem, ele deseja ser o seu próprio deus. Para o mundo, de fato Deus é
insuportável. Para a mente natural, quando Deus diz que o pecado é mal e levará o
homem ao inferno, ele só pensa que ele não poderá mais se satisfazer como ele
deseja. Seu pecado, seu querido pecado não poderá ser realizado.
Por isso, a verdade é que o pecador, não almejá o céu, pois para ele o céu é
lugar de amebas que sem desejo, a ideia de paraíso lhes é enfadonho, eles não
entendem que, na verdade, eles é que estão alucinados em seus próprios prazeres
e cobiças. São incapazes de perceberem a verdadeira doçura, a verdadeira beleza
que só encontramos em Cristo.
Vejam que este desejo de se opor ao próprio Deus, vem dos líderes das
nações, mas o fato é que o povo tem o líder que melhor lhe representa em ideais e
em caráter. Estes rejeitam a Deus, eles rejeitam, a salvação, eles Rejeitam o filho
salvador, pois se ser salvo sanguifica abandonar o meu eu, então eu não quero, o
meu eu, é mais precioso, ninguém poderá tirar-me de mim. Pobre homem pecador,
pois esta pobre, cego e perdido. Estes são impenitentes, vasos de ira, queira Deus
que alguns sejam alcançados pela graça.
II. Na segunda parte, dos versos 4 a 6, nos mostra qual é a ação de Deus
diante destes pecadores. Ao vermos esses acontecimentos podemos nos perguntar
onde Deus está? Será que ele está aflito? Será que ele esta doente por que estes
lhe rejeitaram, não! Antes Deus está rindo deles.
Verso 4, nos diz que destes “o Senhor zomba deles”, Spurgeon diz que “O
que o Rei fará com os homens que rejeitam o seu Filho Unigênito, o Herdeiro
de todas as coisas? Observe a dignidade tranquila do Onipotente, e o
desprezo que ele dá aos príncipes e povos furiosos. Ele nem teve o trabalho
de levantar-se para lutar contra eles. Ele os menospreza, pois sabe como são
absurdos, irracionais e fúteis os esforços feitos contra ele. Portanto, ri-se
deles.”
Verso 5, para estes, não há esperança, para estes está reservado a santa ira
de Deus que virá a seu tempo, não o tempo do homem que maquina guerras, para
se vingar de outro homem, mas no tempo de Deus. Aquilo que para nós parece ser
tardio, demorado ou até ocioso, na verdade, é a graça bondosa de Deus,
demonstrada mesmo ao mal, mas que para estes será sua ruína, antes fossem
castigados aqui para que assim talvez recobrasse juízo, mas não, eles gozam de
calmaria, gozam daquilo que lhes é mais caro, e acham que isso é mérito para si
mesmos, não sabem que tudo isso será cobrado, pois tudo deverá ser pago.
Mas finalmente, no verso 6 temos uma promessa, temos esperança bendita
revelada “eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião”. Aqui,
algumas verdades precisam ser esclarecidas:
a). Em primeiro lugar, mesmo com tanta oposição, os planos de Deus não
podem ser frustrados, não são os homens com seus ideais, que dirão o que Deus
pode ou não fazer, ele diz “Eu, porém, constituí meu Rei”.
b). Em segundo lugar, o Rei do Senhor, não será como os reis da terra, pois ele
será o filho de Deus, a graça da nova aliança nos mostra isso hoje, o Rei Jesus, não
está sobre o domínio de nenhum governante, muito pelo contrário Romanos 14.
11“Porque está escrito: Vivo eu, diz o Senhor, que todo joelho se dobrará
diante de mim, e toda língua confessará a Deus.”
c). Em terceiro lugar, “Jesus, porém, reina. [...]Mesmo agora ele reina em Sião, e
nossos lábios alegres soam os louvores do Príncipe da Paz. Maiores conflitos são
preditos, mas estamos confiantes de que a vitória será dada ao nosso Senhor e Rei.
Triunfos gloriosos ainda estão por vir. Que venham logo, nós pedimos, ó, Senhor! É
a glória e alegria de Sião que o seu Rei nela esteja, guardando-a dos inimigos e
enchendo-a de coisas boas. Jesus está assentado no trono da graça, e o trono de
poder está no meio da igreja. Nele está a melhor proteção de Sião; que os seus
cidadãos nele se alegrem.
III. Na sua terceira parte dos versos 7 a 9, vemos agora um pronunciamento
messiânico do Ungido declarando os direitos de sua soberania e informando aos
traidores o destino que lhes espera.
Deus se riu dos conselhos e delírios dos ímpios, e agora o próprio Cristo
Ungido surge, como o Redentor ressurreto, “declarado [ser] Filho de Deus em
poder. Olhando os rostos irados dos reis rebeldes, o Ungido diz: “Se isto não for
suficiente para silenciá-los, ‘recitarei o decreto”. Este decreto conflita diretamente
com os estratagemas dos homens, pois a tendência geral é o estabelecimento do
mesmo domínio contra o qual as nações estão se amotinando.
“Tu és meu Filho” Esta é uma nobre prova da divindade gloriosa do nosso
Emanuel: “Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei?”
(Hb 1.5). Quanta misericórdia é termos um Redentor divino em quem podemos
colocar a confiança!
8 e 9. “Pede-me” Era costume entre grandes reis dar a favorecidos o que
eles pedissem (ver Ester 5.6; Mateus 14.7). Assim basta Jesus pedir para ter. Aqui
ele declara que os seus inimigos são a sua herança. [...]O Senhor deu ao seu
Ungido a vara de ferro com a qual ele efetuará em pedaços as nações rebeldes. E,
apesar da força imperial, eles não passarão de vasos de oleiro facilmente
despedaçados com a vara de ferro na mão do onipotente Filho de Deus. Aqueles
que não se dobram serão quebrados. Os vasos de oleiro não serão restaurados
caso sejam quebrados. A ruína dos pecadores será incorrigível se Jesus os golpear.

IV. Por fim, na quarta parte que vai do verso 10 ao 12, temos o conselho final
deste salmista, chama estes pecadores ao arrependimento, a buscarem não mais a
estarem cada vez mais distantes, buscando viverem uma vida sem Deus, mas a
tomarem conselho com aquele que é o verdadeiro Juiz dessa terra.
São chamados a não mais se rebelarem, mas para servir com temor e
alegrar-se com tremor. Há algumas coisas que precisamos dizer sobre este
versículo:
Em primeiro lugar, serviço sem temor e alegria sem tremor são ações de
hipócritas que são autoconfiantes, agradam-se em si mesmos, têm a aparência
de serem servos úteis e gozam de grande mérito próprio, “Não há temor de Deus
perante os seus olhos” (SI 36.1). Não permitem que Cristo seja o Juiz a ser temido
por todos, sob cujos olhos nenhum homem vivo está justificado.
Em segundo lugar, o serviço com temor e a alegria com tremor, São próprios
dos justos, que fazem justiça a toda hora e sempre conciliam ambos corretamente.
Por um lado, nunca estão sem julgamento, pelo qual ficam apavorados, sendo
levados ao desespero de si mesmos e de todos os seus trabalhos. Por outro
lado, nunca estão sem a justiça, na qual descansam e se alegram na
misericórdia de Deus.
Por fim, “Beijai o Filho”. Beijar é sinal de: (1) Amor entre iguais; (2)
Sujeição a inferiores;(3) Adoração religiosa em adoradores. Para fazer paz
com o Pai, beije o Filho. “Beije-m ele”, era a oração da igreja (Ct 1.2).[...] O Filho
tem de beijar-nos primeiro por sua misericórdia para que então o beijemos por
nossa devoção. Senhor, concede-nos estes beijos mútuos e abraços trocáveis
para no futuro participarem os plenamente da ceia das bodas; quando o coro
celestial, até mesmo as vozes de anjos, entoará cantos e poemas nupciais nas
bodas da esposa do Cordeiro.

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