Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Violetas na Janela,
enriquecido com
reflexões baseadas na
Doutrina Espírita
CAPÍTULO 18
“HISTÓRIA)DE)RAMIRO”
Ramiro nos escutava com atenção, então lhe perguntei: —E você, Ramiro,
não quer falar um pouco de si? Escutar amigos é obter informações.
Agora, tenho certeza que não há motivos que justifiquem esta loucura.
Comecei quando namorei uma garota muito bonita e cobiçada pelos rapazes
da escola. Ela e sua turma fumavam e me induziram a fumar maconha. Com
medo idiota de ser tachado de bobo, imaturo, etc., passei a fumar. Terminei
o namoro, mas fiquei na turma. Numa corrida, num “racha” com uma moto
emprestada, tive um acidente.
—Caí da moto e bati com a cabeça numa pedra. Meu corpo morreu na hora.
Fiquei muito perturbado. Vaguei por entre os familiares e com os amigos da
turma. Os membros da minha turma deram uma parada com as drogas,
temeram com a minha desencarnação. Alguns dias depois que desencarnei
comecei a sentir falta da cocaína. Todo meu perispírito ansiava pela droga. Foi
horrível.
Estava desesperado. Sentia minha avó orando por mim. Minha avó era
espírita, o que era motivo de gozações de nossa parte, principalmente dos
netos. Pensei: não é que minha avó deve estar certa! Morri e estou aqui
como espírito vagando. Lembrei dos termos que ela usava. Sabia onde se
localizava o Centro Espírita que ela frequentava e fui andando até ele. Estava
aberto. Entrei envergonhado.
Quando um senhor, um socorrista desencarnado do Centro me indagou o que
queria, falei implorando: “Me socorre pelo amor de Deus! Aqui não ajudam
espíritos que vagam? Morri e não sei o que fazer. Estou desesperado. Quero
tomar uma dose de cocaína, senão morro. Não posso morrer outra vez, não
é? Se não posso morrer de novo, não sei o que acontecerá se não tomar a
cocaína. Minha avó frequenta aqui. SocorreIme!”
—Estamos presos aos que nos ligamos quando encarnados. Tenho certeza de
que você, meu jovem, será um excelente socorrista.
—Cuidar do corpo físico é obrigação de todos nós que por um período temoBlo
para viver encarnado. Temos que dispor do que a Medicina terrena nos
oferece para curar as doenças. Se o que dispomos para amenizar nossas dores
pode abreviar a existência, não é culpa nem dos médicos nem dos doentes.
Acredito que a ciência logo encontrará novas formas de alívio e curas.
Mas, meu jovem Ramiro, ao tomar uma droga como medicamento
indispensável, ela não nos fará falta quando desencarnados. Porém, como
médico socorrista, há anos vejo muitos agirem de várias formas diante da dor.
Os que sofrem doenças dolorosas no corpo, com resignação, são socorridos,
logo estão bem.
Ser ou não ser. Encarnado ainda pode enganar e iludirFse. Desencarnados não
há como enganar. Os fluidos, vibrações de um espírito bom, são agradáveis e
os fluídos dos espíritos ignorantes são maus. O espírito tem sempre muitas
oportunidades e pode pelo seu livreFarbítrio refletir o belo e o bem, ou o feio e
o mal. O belo e o bem se apresentam na harmonia, no equilíbrio.
E desta harmoniosa união surge o amor que leva a progredir espiritualmente.
O feio apresenta7se na turbulência da ignorância, gerando o ódio, a inveja, os
desejos insaciáveis, o egoísmo que é a maior chaga perturbadora, o luxo e a
luxúria, tornando o homem um verdadeiro vulcão de conflitos interiores,
tornando a vida humana um inferno seja encarnada ou desencarnada.
DevemosEcompreenderEsemEilusãoEoEqueErealmenteEsomosEeEnãoEoEqueE
pensamosEserEeEcomEcoragemErealizarEnossaEtransformação.ESerEagoraEnoE
presente.EOEfuturoEéEumaEconsequênciaEvividaEdoEpresenteEeEnãoEfrutoEdeE
aspiraçõesEdeEumaEmenteEociosaEqueEdeixaEsempreEestaEtransformaçãoEparaE
depois.EÉEnossaEobrigaçãoEpassarEdeEnecessitadoEaEútil.
Oscar, Ramiro e eu agradecemos comovidos a Maurício pela bela lição.
Prometi a mim mesmo não ter mais necessidades, não somente as que se
refletem do corpo físico como a de alimentação, a de dormir, etc. Mas as
principais: não ser pedinte de graças, não querer que outras pessoas façam
o que posso fazer e também aprender para ser útil e para servir.
Fim do Capítulo 18