Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ENGENHARIA MECÂNICA
Autor
Tiago Emanuel Ferreira Nunes
Orientadores
Professor Doutor José Joaquim da Costa
Doutora Valeria Reva
Júri
Colaboração Institucional
Associação para o
Universidade de Trás-
Desenvolvimento da
os-Montes e Alto
Aerodinâmica
Douro
Industrial
Agradecimentos
A dissertação aqui apresentada não seria concretizável sem o precioso contributo
de várias pessoas e instituições, às quais não posso deixar de prestar um profundo
reconhecimento:
Por fim, dirijo um agradecimento especial à minha família. Aos meus avós, tios
e irmãos pelo amor e apoio incondicional durante toda a minha vida e aos meus pais, a quem
dedico este trabalho, por toda a confiança e compreensão que depositaram em mim e por
todo o apoio e incentivos prestados.
Resumo
Na presente tese é feito um estudo da inflamabilidade de três espécies diferentes
de madeira (Pinus pinaster, Pinus sylvestris e Apuleia leiocarpa), utilizadas na estrutura de
edifícios, e de aglomerado de cortiça expandida, utilizada habitualmente nas construções
como isolante térmico, acústico e, mais recentemente, como revestimento exterior. Para este
efeito foram conduzidos testes experimentais em calorímetro cónico, o que permitiu analisar
os seguintes parâmetros: tempo de ignição, tempo de extinção de chama, perda de massa,
taxa de perda de massa, taxa de libertação de calor, energia total libertada e a evolução da
temperatura. A evolução da temperatura obtida experimentalmente foi, posteriormente,
comparada com a evolução da temperatura obtida através de um modelo teórico analítico.
Verificou-se que o aglomerado de cortiça expandida representa um risco de
inflamabilidade muito maior do que as espécies de madeira estudadas. A espécie com um
risco de inflamabilidade menor é a garapa (Apuleia leiocarpa). No entanto, durante a
combustão com chama, a espécie que apresentou um comportamento mais favorável foi o
pinheiro nórdico (Pinus sylvestris).
Foi confirmada uma relação aproximadamente linear entre a densidade das
amostras utilizadas e os tempos de ignição obtidos.
Abstract
This thesis is dedicated to the study of the flammability of three species of wood
(Pinus pinaster, Pinus sylvestris and Apuleia leiocarpa), used in the structure of buildings,
and agglomerate of expanded cork, commonly used in construction as an acoustic and
thermal insulator. For this purpose, experimental procedures using the cone calorimeter were
conducted, which allowed to obtain the following parameters: time to ignition, flame
extinguishing time, mass loss, mass loss rate, heat release rate, total energy released and the
evolution of the temperature. The experimentally obtained evolution of the temperature was
then compared with the theoretical evolution of the temperature obtained through an
analytical model.
It was found that the agglomerate of expanded cork presents a much higher
flammability risk than the species of wood studied. Apuleia leiocarpa is the species of wood
with the lowest flammability risk. However, during the phase of combustion with flame,
Pinus Sylvestris was the specie with the most favorable behavior.
A linear relation was confirmed between the density of the samples used in the
experimental tests and the obtained times to ignition.
Índice
Índice de Figuras .................................................................................................................. vi
Índice de Tabelas ................................................................................................................. vii
Nomenclatura...................................................................................................................... viii
Símbolos Gregos .............................................................................................................. ix
Siglas ................................................................................................................................ ix
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1. Enquadramento e motivação do estudo .................................................................. 1
1.2. Objetivos e organização da tese .............................................................................. 2
2. Estado de arte................................................................................................................. 4
2.1. Construções em madeira no mundo ........................................................................ 4
2.2. Utilização de cortiça como revestimento na construção de edifícios ..................... 6
2.3. Utilização da madeira como material de construção .............................................. 7
2.4. Construções em madeira em Portugal .................................................................... 9
2.5. Classificação da reação ao fogo de produtos e materiais utilizados em
construções ...................................................................................................................... 10
2.6. Conceitos fundamentais ........................................................................................ 15
2.6.1. Poder calorífico.............................................................................................. 15
2.6.2. Taxa de libertação de calor ............................................................................ 15
2.6.3. Pirólise da madeira ........................................................................................ 16
2.6.4. Tempo de ignição .......................................................................................... 18
2.6.5. Condução de Calor ........................................................................................ 18
2.7. Propriedades térmicas ........................................................................................... 19
2.7.1. Condutividade Térmica ................................................................................. 19
2.7.2. Calor Específico ............................................................................................ 20
2.7.3. Difusividade térmica...................................................................................... 21
2.8. Modelos teóricos de propagação de calor ............................................................. 21
3. Materiais e métodos ..................................................................................................... 23
3.1. Descrição e preparação das amostras .................................................................... 23
3.2. Testes em calorímetro cónico ............................................................................... 27
4. Resultados e discussão ................................................................................................ 30
4.1. Tempo de ignição .................................................................................................. 30
4.2. Tempo de extinção da chama ................................................................................ 32
4.3. Perda de massa ...................................................................................................... 33
4.4. Taxa de perda de massa ........................................................................................ 36
4.5. Poder calorífico ..................................................................................................... 39
4.6.Taxa de libertação de calor (HRR) ............................................................................ 42
4.7. Energia libertada ....................................................................................................... 43
4.8. Evolução da temperatura ...................................................................................... 44
4.9. Comparação dos resultados com o modelo teórico de propagação de calor ........ 49
5. Conclusões e sugestões de trabalhos futuros ............................................................... 51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 53
ANEXO A .......................................................................................................................... 57
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 3.1. Representação esquemática dos furos numa amostra........................................25
Figura 3.2. Amostras das espécies de madeira (garapa à esquerda, pinheiro bravo ao centro
e pinheiro nórdico à direita) e de aglomerado de cortiça expandida......................25
Figura 3.3. Instalação experimental.....................................................................................27
Figura 3.4. Procedimentos experimentais: (a) introdução dos termopares no interior de
uma amostra de cortiça ; (b) revestimento da amostra com película de alumínio.28
Figura 3.5. Amostra de garapa no final de um ensaio..........................................................29
Figura 4.1. Tempos de ignição para cada espécie de amostras estudada.............................31
Figura 4.2. Tempos de ignição em função da densidade para cada espécie.........................31
Figura 4.3. Tempos de extinção da chama, para cada espécie de amostras estudada..........32
Figura 4.4. Tempos de extinção da chama, para cada espécie de amostras estudada em
função da densidade...............................................................................................33
Figura 4.5. Curvas de perda de massa médias para cada uma das espécies.........................34
Figura 4.6. Curvas de perda de massa para as amostras de cortiça (a); pinheiro nórdico (b);
pinheiro bravo (c); garapa (d);...............................................................................35
Figura 4.7. Aspeto das amostras após um ensaio em calorímetro cónico: (a) cortiça; e (b)
garapa.....................................................................................................................36
Figura 4.8. Taxas de perda de massa médias para as espécies de (a) cortiça ; (b) pinheiro
nórdico; (c) pinheiro bravo e (d) garapa................................................................37
Figura 4.9. Taxas de perda de massa para cada uma das espécies.......................................38
Figura 4.10. Taxa de libertação de calor para cada uma das espécies.................................43
Figura 4.11. Evolução da temperatura na superfície das amostras......................................45
Figura 4.12. Evolução da temperatura a 5 mm da superfície das amostras.........................46
Figura 4.13. Evolução da temperatura a 15 mm da superfície das amostras.......................47
Figura 4.14. Evolução da temperatura a 25 mm da superfície das amostras.......................48
Figura 4.15. Comparação entre as curvas de temperatura obtidas analiticamente e
experimentalmente.................................................................................................50
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1. Classificação de materiais de construção, exceto revestimentos de piso, de
acordo com a sua reação ao fogo segundo a norma europeia EN 13501-1............13
Tabela 2.2. Classificação adicional de acordo com a produção de fumo e quanto à
libertação de partículas/gotas inflamadas...............................................................14
Tabela 2.3. Fases de degradação da madeira (Figueroa et al., 2009)...................................17
Tabela 3.1. Caracterização das amostras.............................................................................24
Tabela 3.2. Humidade das amostras.....................................................................................26
Tabela 4.1. Poder calorífico superior calculado experimentalmente (Gomes, 2014; Al-
Kassir et al., 2010).................................................................................................39
Tabela 4.2. Percentagem mássica de C,H,O e N nas amostras do pinheiro bravo (Telmo et
al., 2010), do pinheiro nórdico e garapa (Tillman et al.,1981) e da cortiça (Al-
Kassir et al., 2009).................................................................................................40
Tabela 4.3. Poder calorífico das espécies estudadas............................................................41
Tabela 4.4. Energia total libertada pelas espécies analisadas...............................................44
NOMENCLATURA
A – Área perpendicular à direção de transmissão de calor [m]
c – Calor específico [Jkg-1K-1]
cp – Calor específico a pressão constante [Jkg-1K-1]
cv – Calor específico a volume constante [Jkg-1K-1]
E – Energia libertada sob a forma de calor [kJ]
I – Irradiância [Wm-2]
k – Condutividade térmica do material [Wm-1K-1]
L – Espessura [m]
M – Teor de humidade [%]
M bh – Humidade de base húmida [%]
Símbolos Gregos
𝜌 – Densidade [kgm-3]
∆𝑇 – Variação da temperatura [K]
q – Variação da energia sob a forma de calor [Jkg-1]
– Difusividade térmica [m2s-1]
ε – Emissividade
Siglas
APCOR – Associação Portuguesa de Cortiça
EN – Norma Europeia
HRR – Heat Release Rate [W m-2]
ISO – Organização Internacional de Normalização
LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
PCI – Poder calorífico inferior [Jg-1]
PCS – Poder calorífico superior [Jg-1]
PCSbs – Poder calorífico superior a volume constante e base seca [Jg-1]
PCSexp – Poder calorífico superior determinado experimentalmente [Jg-1]
SBI – Single Burning Item
1. INTRODUÇÃO
2. ESTADO DE ARTE
por 42% do consumo total. É mencionado que é responsável pelo consumo de mais de
metade dos recursos extraídos e por 30% da utilização de água, contribuindo ainda com uma
parcela significativa da emissão de gases com efeito de estufa (35%). Este documento
explica também que os resíduos gerados continuam a aumentar. Assim, é bastante claro que
o setor tem uma contribuição significativa em termos de impactes ambientais negativos.
Ortiz et al. (2009) consideram muito importante fazer uma avaliação do ciclo de vida, que
deverá contribuir para que as decisões tomadas sejam mais eficientes, com a finalidade de
melhorar a sustentabilidade do setor da construção.
Um relatório elaborado por uma equipa formada a pedido do ministro dos
negócios estrangeiros finlandês (Working Group, 2010) estima que um aumento na Europa
de 10% da sua cota de construção em madeira seria responsável por 25% das metas de
redução de emissões de gases que agravam o efeito de estufa fixadas pelo Protocolo de
Quioto para a União Europeia. Este relatório refere ainda que um aumento anual de
utilização de madeira em 4% na Europa contribuiria para uma redução de cerca de 150
milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono. Como tal, existe por parte da União
Europeia uma tentativa de incentivar as construções em madeira. Em França foi criada
legislação que impõe um volume mínimo de madeira que deverá integrar os novos edifícios
e em países como o Reino Unido, Suécia e Alemanha têm vindo a promover a construção de
edifícios residenciais com vários andares em madeira. No entanto, o relatório considera as
medidas tomadas pela União Europeia como sendo extremamente modestas, apesar de
diversos estudos apoiarem as vantagens deste tipo de construções.
O interesse da madeira como material de construção tem sido crescente. A
madeira assume-se como uma alternativa viável relativamente a outros materiais por ser um
material renovável e por proporcionar formas de construção mais vantajosas e ecológicas do
que as geralmente utilizadas (Morgado et al, 2012).
célula, o gás nela contido não consegue sair, contribuindo para a elasticidade e para a baixa
condutividade térmica do material (APCOR, 2015; Gil, 1998).
As aplicações mais comuns dos produtos derivados da cortiça na construção civil
são como isolante acústico, térmico e anti-vibrático (aplicado nas paredes, tetos e
pavimentos), em tetos falsos e no revestimento de paredes, tetos e pavimentos (Gil, 2015).
Gil (2015) considera ainda que do ponto de vista ecológico, a vantagem de
utilizar produtos de cortiça é evidente, uma vez que se trata de uma matéria-prima renovável
e que contribui para a captura do dióxido de carbono.
madeira a atuar em Portugal, mais de metade das empresas (60%) consideram que a vida útil
das casas de madeira é superior a 100 anos, caso seja feita uma manutenção regular e
adequada. Segundo o relatório deste inquérito, as empresas consideram que os argumentos
mais importantes a favor da construção de casas em madeira relacionados com a ecologia
são o facto de a madeira ser reciclável e reutilizável, fixar o CO2 e de o uso da madeira
incentivar a gestão de florestas sustentáveis e reduzir os resíduos de construção em obra. Ao
nível da funcionalidade e do conforto, as empresas consideram ser importante o facto de a
madeira proporcionar bom comportamento higrotérmico, as casas de madeira terem baixa
inércia térmica e ainda um bom conforto acústico. Em termos de economia e de eficácia,
destaca-se o facto de a construção em madeira facilitar processos otimizados de pré-
fabricação e construção seca, de a construção em madeira ser mais rápida, o reduzido
consumo de energia no fabrico dos elementos de madeira e os custos de operação serem
inferiores aos da construção corrente. Realça-se, ainda, o facto de as construções de madeira
apresentarem bom comportamento aos sismos (LNEC, 2011). A empresa LogDomus refere
no seu website (www.logdomus.pt) que se consegue economizar bastante em energia gasta
no aquecimento da habitação quando se opta por uma construção de madeira.
Quanto à temática dos incêndios, a empresa Rusticasa indica no seu website
(www.rusticasa.pt) que a madeira maciça resiste aos incêndios melhor do que as estruturas
de cimento armado ou que as estruturas metálicas, apesar de arder a temperaturas
relativamente baixas. Tal dever-se-á ao facto de a carbonização superficial da madeira não
só complicar a libertação dos gases mas também dificultar a penetração do calor por
apresentar uma condutividade térmica inferior à da própria madeira. Desta forma, acaba por
atuar com um efeito de autoextinção. Observa-se, por isso, uma propagação em profundidade
do fogo bastante lenta no caso da madeira, ao contrário do que acontece com as estruturas
metálicas em caso de incêndio, em que estas se dilatam e retorcem, verificando-se uma
degradação acelerada da sua resistência mecânica com o aumento da temperatura, estando
sujeitas a desabar rapidamente. White e Dietenberger (2010) apoiam este argumento ao
indicar que a resistência de um elemento ou estrutura de madeira ao fogo depende da
existência de uma camada protetora, ou da espessura da camada carbonizada da madeira, e
das dimensões da secção residual, as quais dependem da taxa de carbonização da espécie de
madeira usada.
Centro e no Norte do País. Este estudo refere que a maioria das empresas é relativamente
recente, só tendo iniciado atividade no sector após 2006, em média. Refere também que,
para a maioria das empresas, o preço de construção das casas de madeira se encontra entre
os 500 € e os 750 € por metro quadrado e salienta ainda que cerca de um terço da produção
nacional de casas de madeira se destina à exportação.
Mais de metade das empresas de construção de casas em madeira recorre a
madeiras de espécies resinosas provenientes da Europa, sendo as madeiras de outras espécies
e proveniências menos frequentes. As madeiras de origem nacional são usadas por mais de
um terço das empresas (LNEC, 2011).
Após uma pesquisa efetuada nos websites de várias empresas a atuar no sector
em Portugal, verificou-se que o pinho nórdico (Pinus Sylvestris) e o abeto nórdico (Picea
abies) são madeiras bastante populares entre os construtores de casas de madeira. A empresa
Canto Certo (www.cantocerto.pt) refere também a utilização de pinho bravo (Pinus
Pinaster) na estrutura das construções. A Exotic House (www.exotic-house.pt) indica que
utiliza, entre outras espécies de madeira exótica brasileira, a garapa (Apuleia leiocarpa) e a
empresa Rusticasa (www.rusticasa.pt) faz referência à utilização de cedro do Japão
(Cryptomeria japonica), também conhecida por criptoméria, proveniente da ilha de São
Miguel nos Açores. A Rusticasa refere ainda que, por cada árvore cortada de criptoméria,
são plantadas duas, de acordo com a legislação em vigor.
Considera-se que Portugal tem potencial para produzir espécies de madeira que
podem ser utilizadas na construção de casas. No entanto, a problemática dos incêndios
florestais afeta de forma negativa a credibilidade deste tipo de estruturas no país.
sua contribuição para o fogo. Torna-se portanto essencial classificar os materiais de acordo
com a sua combustibilidade.
Os requisitos de segurança contra incêndios encontram-se regulamentados nas
respetivas normas de construção. Esta legislação classifica o uso de materiais de construção
de um edifício, bem como de todos os materiais utilizados no revestimento de paredes, pisos
ou tetos. A legislação atual tem como finalidade permitir uma evacuação segura de todos os
ocupantes de um espaço fechado em caso de incêndio. Os países da União Europeia
utilizavam testes diferentes para avaliar a reação dos materiais de construção ao fogo. Desta
forma tornava-se extremamente difícil comparar o desempenho de um determinado material
quando este era avaliado utilizando métodos diferentes, o que acabava por gerar confusão e
criar algumas barreiras comerciais entre países diferentes. Para pôr fim a estes
inconvenientes, foi implementada uma norma para substituir os diferentes sistemas de
classificação adotados por cada um dos países europeus.
As normas europeias de classificação de materiais em relação ao risco de
incêndio correspondem a um conjunto de padrões de teste que foram aceites pelos países
europeus e que permitem aos fabricantes produzir ou importar produtos que foram testados
seguindo um padrão comum. Com isto evita-se que para o mesmo material ou produto seja
necessário efetuar testes diferentes para cada um dos países onde este seja comercializado.
Como tal, cada país da União Europeia deverá incorporar a norma europeia EN 13501-1 de
classificação de materiais e produtos de construção em relação ao fogo.
Para classificar os materiais e produtos de construção em relação ao fogo torna-
se necessário determinar duas características importantes: a resistência do material ao fogo
e a sua reação ao fogo. A primeira característica determina a capacidade de um determinado
produto ou material resistir ao fogo. A segunda determina o comportamento de um dado
material durante um incêndio, a sua contribuição para a evolução do incêndio e a influência
que o material terá na sua propagação. Estes parâmetros são determinados através da
condução de testes que se encontram normalizados. A norma EN 13501-1 engloba 5 tipos
de ensaios normalizados:
O teste para avaliar o comportamento de parâmetros em relação ao fogo
através de uma fonte de calor radiante (ISO 9239-1), que apenas é
utilizado para pavimentos e revestimentos;
Tabela 2.1 Classificação de materiais de construção, exceto revestimentos de piso, de acordo com a sua
reação ao fogo segundo a norma europeia EN 13501-1
Classe Descrição
Tabela 2.2 Classificação adicional de acordo com a produção de fumo e quanto à libertação de
partículas/gotas inflamadas
onde HRR (W m-2) é a taxa de libertação de calor por unidade de superfície do combustível,
PCI (J g-1) é o poder calorífico inferior do combustível e m (g m-2 s-1) é a taxa de perda
de massa do material em combustão por unidade de superfície do material combustível
(Babrauskas e Grayson., 1992).
aproximadamente constante. De notar que durante a fase da combustão com chama, apenas
é libertada cerca de 60% da energia da madeira (Spearpoint e Quintiere, 2000).
A Tabela 2.3 sintetiza as fases de degradação da madeira em função da
temperatura.
Ts T0
2
tig k c (2)
2 I
Sempre que existe uma diferença de temperatura num meio ou entre diferentes
meios de contacto, ocorre transferência de calor. É possível ocorrer transferência de calor
pelos mecanismos de condução, convecção e radiação. O fenómeno de transferência de calor
que irá ocorrer entre uma superfície e um fluido em movimento quando estes se encontram
a temperaturas diferentes designa-se de convecção. Por outro lado, todas as superfícies de
temperatura finita emitem energia na forma de ondas eletromagnéticas, designando-se este
fenómeno por radiação térmica. Assim, mesmo na ausência de um meio interveniente, existe
uma transferência de calor por radiação entre duas superfícies a diferentes temperaturas. Por
fim, quando existe um gradiente de temperatura num meio estacionário, que pode ser sólido,
líquido ou gasoso, utiliza-se a designação de condução de calor para se referir à transferência
de calor que irá ocorrer em todo o meio (Incropera et al., 2007). É o fenómeno de condução
de calor que explicará a evolução da temperatura no interior das amostras de madeira durante
os testes experimentais efetuados.
A condução pode ser vista como a transferência de energia que ocorre das
partículas mais energéticas para as partículas com menos energia de uma substância devido
às interações entre as partículas (Incropera et al., 2007). A lei que descreve o fenómeno de
condução é a lei de Fourier que pode ser expressa através da forma finita:
T
Q k A (3)
L
ambiente, aumenta cerca de 0,2% por cada grau de aumento de temperatura (Ragland e
Aerts, 1991).
q
c (4)
T
k
(5)
c
4 t x
2
q x
T Ti s e 4 t x erfc (6)
k 4 t
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Nas amostras foram efetuados furos com um diâmetro de 1,2 mm, de forma a
permitir a colocação de termopares tipo K no seu interior. Em algumas das amostras foram
também feitos furos na diagonal, de forma a tornar-se possível a colocação de termopares
junto à superfície da amostra. A Figura 3.1 consiste numa representação esquemática de uma
amostra com furos na diagonal. Com recurso aos termopares, conseguiu-se obter o registo
das temperaturas durante os ensaios em calorímetro cónico à distância pretendida. A Figura
3.2 mostra uma amostra de pinho nórdico, de garapa e de pinho bravo, após terem sido feitos
os furos.
Figura 3.2 Amostras das espécies de madeira (garapa à esquerda, pinheiro bravo ao centro
e pinheiro nórdico à direita) e de aglomerado de cortiça expandida.
Para se determinar o teor de humidade foi efetuada uma secagem em estufa. Foi
medida a massa inicial de uma amostra de madeira em estilha de cada espécie, antes de esta
ser colocada numa estufa, que se encontrava a uma temperatura de 100°C. Após a secagem
mágua
M bs 100% (7)
mms
mágua
M bh 100% (8)
mms mágua
onde M bs [%] é o teor de humidade em base seca (razão entre a massa de água, mágua [kg],
Humidade Humidade
Espécie base seca base húmida
(%) (%)
Garapa (Apuleia 10,89 9,82
leiocarpa)
Pinheiro nórdico 12,52 11,13
(Pinus Sylvestris)
Pinheiro bravo 11,51 10,32
(Pinus pinaster)
Cortiça 4,28 4,10
(a) (b)
Figura 3.4 Procedimentos experimentais: (a) introdução dos termopares no interior de uma
amostra de cortiça; (b) revestimento da amostra com película de alumínio.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
na sua inflamabilidade, visto que espécies mais densas demoram mais tempo a entrar em
ignição.
A Figura 4.3 apresenta os tempos médios de extinção da chama para cada uma
das quatro espécies. A cortiça mostrou ser um material que demora menos tempo a arder
comparativamente com as espécies de madeira estudadas. Quando às três espécies de
madeira, a diferença entre os tempos de extinção de chama obtidos não foi muito assinalável.
Figura 4.3 Tempos de extinção da chama, para cada espécie de amostras estudada.
Conclui-se que a densidade não deverá ter uma influência muito importante no
tempo de extinção de chama das amostras de madeira.
Figura 4.4 Tempos de extinção da chama, para cada espécie de amostras estudada em
função da densidade.
A Figura 4.5 representa as curvas médias de perda de massa para cada uma das
espécies durante os primeiros 600 segundos de ensaio. Uma vez que os valores da massa
inicial para amostras da mesma espécie diferem, os valores obtidos foram
adimensionalizados, usando a razão entre o valor da massa registado num dado instante e o
valor da massa inicial. Desta forma torna-se mais prático comparar os resultados obtidos
para amostras diferentes. Nos instantes iniciais observa-se que, para as três espécies de
madeira, o declive das curvas de perda de massa é pouco acentuado, o que corresponderá à
fase de secagem que ocorre antes de haver ignição.
Figura 4.5 Curvas de perda de massa médias para cada uma das espécies
(a) (b)
(c) (d)
Figura 4.6 Curvas de perda de massa para as amostras de cortiça (a); pinheiro nórdico (b);
pinheiro bravo (c); garapa (d);
(a) (b)
Figura 4.7 Aspeto das amostras após um ensaio em calorímetro cónico: (a) cortiça; e (b)
garapa.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 4.8 Taxas de perda de massa médias para as espécies de (a) cortiça ; (b) pinheiro
nórdico; (c) pinheiro bravo e (d) garapa.
A Figura 4.9 representa a taxa de perda de massa média para cada uma das
espécies durante os testes em calorímetro cónico. A garapa apresenta um pico superior ao
do pinheiro bravo e verifica-se que estas duas espécies valores têm valores máximos bastante
semelhantes. O pinheiro nórdico, por sua vez, apresenta uma taxa de perda de massa
ligeiramente inferior. Para a cortiça observa-se um valor máximo logo nos instantes iniciais,
após a ignição. Este valor máximo é ligeiramente superior aos máximos obtidos para o
pinheiro bravo e para a garapa. No entanto, a curva da cortiça decresce vertiginosamente,
atingindo rapidamente valores inferiores aos do pinheiro nórdico.
Figura 4.9 Taxas de perda de massa para cada uma das espécies.
Tabela 4.1 Poder calorífico superior calculado experimentalmente (Gomes, 2014; Al-Kassir et al., 2010)
PCSexp
Espécie
(MJ/kg)
Garapa 19,166
Aglomerado de
29,600
cortiça
100
PCSbs PCSexp (9)
100 M
onde M é o teor de humidade do material (%). Para o cálculo do PCI a norma EN14918
fornece a seguinte equação:
Tabela 4.2 Percentagem mássica de C,H,O e N nas amostras do pinheiro bravo (Telmo et al., 2010), do
pinheiro nórdico e garapa (Tillman et al.,1981) e da cortiça (Al-Kassir et al., 2009)
Espécie %C %H %O %N
Pinheiro
48,4 6,0 45,3 0,1
bravo
Aglomerado de
63,45 6,55 0,7 0,01
cortiça
A Tabela 4.3 apresenta, para cada uma das espécies de madeira, o teor de
humidade (Mbh) e o poder calorífico superior calculado experimentalmente (PCSexp).
Apresenta também o poder calorífico superior em base seca (PCSbs) e o poder calorífico
inferior (PCI), calculados recorrendo às equações e valores das tabelas apresentados
anteriormente.
Aglomerado de
4,10 29,6 30,865 28,146
cortiça
Figura 4.10 Taxa de libertação de calor para cada uma das espécies
E m PCI (11)
onde E representa a energia total libertada sob a forma de calor (kJ) e m representa a perda
de massa total. A Tabela 4.4 representa a energia total libertada para cada uma das espécies,
obtidas através da equação anterior. Visto que as amostras de espécies diferentes apresentam
massas diferentes, os resultados são apresentados por unidade de massa.
E
Espécie
(kJ/kg)
Aglomerado de
16693
cortiça
Garapa 13828
A cortiça foi a espécie que libertou mais energia sob a forma de calor por unidade
de massa, seguindo-se o pinheiro bravo e o pinheiro nórdico. A garapa foi a espécie que
libertou uma menor quantidade de energia.
minutos após o início dos ensaios atingiu-se à superfície uma temperatura de cerca de 420°C.
A garapa foi a espécie onde se verificou uma média de temperaturas menores à superfície,
atingindo em 120 segundos cerca de 385 °C. A média dos tempos de ignição desta espécie
foi significativamente maior do que a das restantes. Tendo em consideração a densidade de
cada uma das espécies, verifica-se que a espécie menos densa (pinheiro nórdico) foi aquela
onde se verificou um aumento mais rápido da temperatura à superfície e foi também a
espécie que entrou mais rapidamente em ignição. A espécie mais densa (garapa), por outro
lado, foi aquela onde se verificou um aumento mais lento da temperatura à superfície,
entrando mais tarde que as restantes em ignição.
atingindo cerca de 140°C após 120 segundos de ensaio e valores na ordem dos 356°C em
300 segundos. Após os primeiros 120 segundos de ensaio das amostras de pinho nórdico a
média das temperaturas é de 135°C. Este valor anda na ordem dos 322°C após 300 segundos.
A garapa atinge os 141°C depois dos primeiros 120 segundos de ensaio e passados 5 minutos
obteve-se uma temperatura de cerca de 346°C. Verifica-se que foram obtidas temperaturas
bastante semelhantes para as três espécies de madeira a 5 mm da superfície durante os
primeiros 2 minutos de ensaio. Ao fim de 5 minutos a temperatura era superior nas amostras
de pinho bravo, seguido da garapa e, por fim, do pinho nórdico.
A Figura 4.13 mostra a evolução da temperatura para cada uma das espécies a
15 mm da superfície. A cortiça apresenta uma temperatura de 78 °C após os primeiros 120
segundos de ensaio e uma temperatura de cerca de 300°C depois de 300 segundos. Quanto
às espécies de madeira em estudo verifica-se que, numa fase inicial, durante os primeiros
instantes, as temperaturas quase não se alteram. Após 120 segundos, registou-se uma
temperatura de cerca de 30°C, para o pinho nórdico e também para o pinho bravo, e de 25°C
para a garapa. Tendo em conta que a temperatura das amostras no início do ensaio era de
cerca de 22°C, este aumento de temperatura foi muito reduzido. Após 300 segundos, a
temperatura era de 82°C para o pinho nórdico, de cerca de 66°C para a garapa e de 82°C
para o pinheiro bravo. É curioso observar que, para este instante, se obteve a mesma
temperatura para o pinheiro nórdico e para o pinheiro bravo. Observando a Figura 4.13
conclui-se que estas duas espécies apresentaram um comportamento muito semelhante em
relação à evolução da temperatura a uma profundidade de 15 mm. Das espécies em análise,
a garapa foi aquela onde se verificou um aumento mais lento da temperatura.
A Figura 4.14 mostra a evolução da temperatura para cada uma das espécies a
25 mm da superfície. Durante os instantes iniciais do ensaio todas as espécies apresentam
temperaturas muito próximas, havendo uma evolução muito lenta da temperatura para todas
elas. Após os primeiros 120 segundos de ensaio, tem-se para a cortiça uma temperatura de
32°C, cerca de 27°C para o pinho nórdico, 25°C para o pinho bravo e cerca de 23°C para a
garapa. No entanto, à medida que o ensaio foi decorrendo, a diferença entre a evolução da
temperatura das amostras de cortiça e das amostras de madeira foi-se acentuando. Ao fim de
300 segundos, obteve-se para a cortiça uma temperatura de 99°C. Durante o mesmo instante,
para o pinho nórdico verificou-se uma temperatura de cerca de 53°C, 47°C para o pinho
bravo e 42°C para a garapa.
se o pinheiro bravo. Considera-se por isso que são estas duas espécies que representam maior
perigo durante um incêndio. O pinheiro nórdico, apesar de ser, das três espécies de madeira
em estudo, aquela que mais facilmente entra em ignição, acaba por ser a que apresenta, neste
caso, um comportamento mais favorável.
Uma análise da evolução da temperatura das amostras mostra que, apesar de se
ter à superfície combustão com chama, a temperatura no interior da amostra (a uma distância
relativamente pequena da superfície) praticamente não aumenta durante um período de
tempo considerável. Esta verificação pode funcionar como argumento a favor da utilização
da madeira na estrutura de edifícios.
Com base nos resultados obtidos considera-se que a densidade das espécies tem
uma forte influência nos tempos de ignição. No entanto, a densidade das espécies não tem,
aparentemente, grande influência nos tempos de extinção de chama.
Como proposta de trabalhos futuros sugere-se que sejam efetuados os mesmos
tipos de testes para outras espécies de madeira também utilizadas na construção de edifícios,
podendo os resultados obtidos ser posteriormente comparados com os resultados obtidos no
presente estudo. Desta forma será possível compreender quais as espécies de madeira mais
seguras em termos de inflamabilidade, podendo este conhecimento afetar a escolha de
materiais utilizados na construção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Advisory Body Evaluation (1993), “World Heritage List, Horyu- Ji, No 660”. Acedido a
7 de Maio de 2015, em:
http://whc.unesco.org/archive/advisory_body_evaluation/660.pdf.
Al-Kassir, A., Gañán-Gómez, J., Mohamad, A.A. e Cuerda-Correa, E.M. (2010), “A
study of energy production from cork residues: Sawdust, sandpaper dust and
triturated wood”, Energy, 35, 382-386.
Aseeva, R., Serkov, B. e Sivenkov, A. (2013), “Fire Behaviour and Fire Protection in
Timber Building”, Springer, 1-12.
Associação Portuguesa de Cortiça (2015), “Exportações de cortiça crescem 1,5%”.
Acedido a 4 de Maio de 2015, em http://www.apcor.pt/artigo/exportacoes-de-
cortica-crescem.htm.
Associação Portuguesa de Cortiça (2015), “Propriedades da Cortiça”, Acedido a 4 de
Maio de 2015, em http://www.apcor.pt/artigo/propriedades-cortica.htm.
Babrauskas, V.e Grayson, S. J. (1992), “Heat Release in Fires”, Elsevier Applied Science
Publishers, London.
Babrauskas, V. e Peacock, R. D. (1992), “Heat Release Rate: The Single Most Important
Variable in Fire Hazard”, Fire Safety Journal, 18, 255-272.
Bamford, C. H., Crank, J. e Malan, D. H., (1946), “The combustion of wood. Part I.”,
Mathematical Proceedings of the Cambridge Philosophical Society, 42, 166-182.
Beall, F. C. (1968), “Specific Heat of Wood”, U.S. Forest Service Research Note, FPL-
0184.
Canto-Certo, “Sistema Construtivo”. Acedido a 8 de Maio de 2015, em:
http://www.cantocerto.pt/index-2.html.
Çengel, Y. A. (2006), “Heat Transfer: A Practical Approach”, McGraw-Hill, 3rd Edition.
CEN/TS 14918 (2005), “Solid Biofuels – Method for the determination of calorific
value”
Costa, M. Da. (2011), “Caracterização Das Propriedades Físicas, Mecânicas E Térmicas
De Betões Com Incorporação De Cortiça”. Tese de Doutoramento em Engenharia
Civil na especialidade de Construções, Departamento de Engenharia Civil,
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra.
Cruz, H. (2013), “Casas de madeira – Panorama nacional, certificação e homologação”,
Seminário Casas de Madeira, 1–12.
EN 13823 (2002), “Reaction to fire tests for building products. Building products
excluding floorings exposed to the thermal attack by a single burning item”,
European Committee for Standardization.
EN 13501-1 (2007), “Fire test to building material” European Committee for
Standardization.
EN 14918 (2009), “Solid Biofuels – Determination of calorific value”, European
Committee for Standardization.
European Commission (2011), “Communication from the Commision to the European
Parliament, the Council, the European Economic and Social Committe and the
Committe of the Regions”, Roadmap to a Resource Efficient Europe, Brussels.
Acedido a 14 de Agosto de 2015, em
http://ec.europa.eu/food/safety/food_waste/library/docs/com2011_571_en.pdf.
Exotic House, “Sistema Construtivo”. Acedido em 8 de Maio de 2015, em
http://www.exotic-house.pt/Index.html.
Figueroa, M. J. M. e Moraes, P. D. De. (2009), “Comportamento da madeira a
temperaturas elevadas”, Ambiente Construído, Porto Alegre, 9, 157–174.
Gil, L. (1998), “Cortiça – Produção, Tecnologia e Aplicação”, Ed. INETI, Nº 3, Lisboa.
Gil, L. (2015), “Cork”, Em: Gonçalves, M. Clara e Margarido, F. (eds.), Materials for
Construction and Civil Engineering: Science, Processing, and Design, Springer,
585-628.
Gomes, J. (2014), “Estudo da inflamabilidade de madeiras para construção usadas na
envolvente de edifícios”. Tese de Mestrado em Engenharia Mecânica na
Especialidade de Produção e Projeto, Departamento de Engenharia Mecânica,
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra.
Gustavsson, L., Madlener, R., Hoen, H. F., Jungmeier, G., Karjalainen, T., Klöhn, S.,
Mahapatra, K., Pohjola, J., Solberg, B. e Spelter, H. (2006), “The role of wood
material for greenhouse gas mitigation”, Mitigation and Adaptation Strategies for
Global Change, 11, 1097-1127.
Han, J. (2012), “Analytical Heat Transfer”, CRC Press, 69-104
Harada, T. (2001), “Time to ignition, heat release rate and fire endurance time of wood
in cone calorimeter test”, Fire and Materials, 25, 161–167.
Incropera, F. P., DeWitt, D. P., Bergman, T. L. e Lavine, A, (2007), “Fundamentals of
heat and mass transfer”, John Wiley & Sons, Inc, 6th Edition.
ISO 5660-1 (2002), “Reaction to fire tests” International Organization for
Standardization.
ISO 9239-1 (2010), “ Reaction to fire tests for floorings – Part 1: Determination of the
burning behaviour using a radiant heat source”, International Organization for
Standardization.
ISO 1182 (2010), “Reaction to fire tests for products – Non-combustibility test”,
International Organization for Standardization.
ISO 1716 (2010), “Reaction to fire tests for products – Determination of the gross heat
of combustion (calorific value)”, International Organization for Standardization.
ISO 11925-2 (2010), “Reaction to fire tests – Ignitability of products subjected to direct
impingement of flame – Part 2: Single-flame source test”, International
Organization for Standardization.
Working Group, (2010), “The international promotion of wood construction as a part of
climate policy”, Working Group Report, Disponível em
http://formin.finland.fi/public/default.aspx?contentId=207638&nodeId=15445&
contentlan=1&culture=fi-FI.
LogDomus, “Porquê em madeira?”, Acedido a 8 de Maio de 2015, em
http://www.logdomus.pt/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item
&id=92&Itemid=152.
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (2011), “Caracterização da oferta de casas de
madeira em Portugal - Inquérito às empresas de projecto, fabrico, construção e
comercialização”, Relatório 118/2011.
MacLean, J. D. e Madison, W. (1941), “Thermal Conductivity of Wood”, Heating, piping
& air conditioning, 13, 380-391.
Morgado, L., Pedro, J. B., Cruz, H. e Pontífice, P. (2012), ”Projeto e construção de casas
de madeira em Portugal”, Jornadas LNEC, Lisboa, 1 – 12.
Negrão, J. H. (2011), “Estruturas de madeira em Portugal - Presente e passado recente”,
CIMAD 11 – 1º Congresso Ibero-LatinoAmericano da Madeira na Construção
(7–9/06/2011), Coimbra, Portugal.
Ortiz, O., Castells, F. e Sonnemann, G. (2009). “Sustainability in the construction
industry: A review of recent developments based on LCA”, Construction and
Building Materials, 23, 28–39,
Petura, R. C. (1979), “Thermodynamic Data for Waste Incineration”, American Society
of Mechanical Engineers, New York, 107-115.
Radmonović, K., Dukić, I. e Pervan, S. (2014), “Specific Heat Capacity of Wood”, Drvna
Industrija, 65, 151-157.
Ragland, K. W. e Aerts, D. J. (1991), “Properties of Wood for Combustion Analysis”,
Bioresource Technology, 37, 161-168.
Rusticasa, “Perguntas frequentes”. Acedido a 9 de Maio de 2015, em
http://www.rusticasa.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=10&
Itemid=29&lang=pt#faq12.
Simões, I., Simões, N. e Tadeu, A. (2012), “Thermal delay simulation in multilayer
systems using analytical solutions”, Energy and Buildings, 49, 631-639.
Spearpoint, M. J. e Quintiere, J. G. (2000), “Predicting the burning of wood using an
integral model”, Combustion and Flame, 123(3), 308–325.
ANEXO A