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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
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RESUMO
Sabe-se que feições geomorfológicas podem ser modeladas por meio da construção de taludes,
aterros, cortes, e essas interferências podem agravar possíveis fragilidades, desestabilizando a
dinâmica dos processos naturais. Outro aspecto importante, é a vulnerabilidade social a riscos
ambientais devido a renda familiar e a infraestrutura existente, isso porque a ausência de
infraestrutura básica muitas vezes não é incorporada aos loteamentos destinados aos grupos
sociais de baixa renda, originando, assim, problemas de desabamento, deslizamento,
alagamento, erosões urbanas. Dessa forma, é possível destacar que impactos vinculados ao
ambiente urbano estão diretamente ou indiretamente ligados à forma de apropriação e ocupação
do relevo. É dentro deste contexto que está inserida esta pesquisa, propondo analisar como as
diferentes formas de ocupação e uso vem interferindo nos aspectos ambientais das unidades de
relevo do município de Arapiraca - AL e como essa relação tem formado ambientes de
vulnerabilidade/estabilidade socioambiental. O município de Arapiraca é o segundo mais
populoso no estado de Alagoas e nas últimas décadas vem se configurando como o segundo
centro urbano do Estado, atrás, apenas, da capital Maceió. Os interesses na produção do espaço
urbano em Arapiraca vêm demandando preocupações de cunho ambiental, visto que a ocupação
dos seus espaços vem crescendo de forma acelerada com finalidades industriais, imobiliárias e
agrícolas. Para alcançar o objetivo principal, será necessário identificar os principais aspectos
naturais (geologia, geomorfologia, cobertura vegetal e solos) e a suas influências na
configuração socioespacial, através de técnicas de geoprocessamento (mapeamento e banco de
dados), e os fatores antrópicos que provocam mudanças sensíveis nas unidades de relevo de
Arapiraca/AL; Estabelecer o índice de sustentabilidade, através de indicadores expressos pelo
censo demográfico do IBGE em 2010 e 2022; e, por fim, avaliar o contexto de avanço ou
retrocesso da sustentabilidade de acordo com a metodologia de Calório (1997). Assim, com a
continuidade e desenvolvimento da pesquisa, espera-se estabelecer a correlação entre os fatores
físico-naturais e o histórico de ocupação do relevo para a geração de
vulnerabilidades/estabilidades ambientais nas unidades de relevo de Arapiraca conforme
Crepani (2001, 2008), para quantificar o grau de interferência do relevo no município.
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ABSTRACT
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 7
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INTRODUÇÃO
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De acordo com a prefeitura de Arapiraca, a cidade é a segunda maior do estado de
Alagoas e representa o município de maior importância econômica para o interior do Estado.
Segundo Costa (2019) o município concentra a agricultura mais dinâmica com produção
agrícola diversificada e baseada no pequeno produtor rural de fumo, hortaliças e frutas, além
do evidente potencial industrial.
Arapiraca possui localização geográfica privilegiada e estratégica no escoamento de
seus produtos e no aproveitamento de produtos de outros municípios e regiões de Alagoas.
Segundo Vasconcelos (2017), os dezoito municípios do sertão que compõem a bacia leiteira de
Alagoas apresentam relações diretas com Arapiraca, tanto na comercialização em feiras livres
e pequenos mercados, quanto no aproveitamento dos produtos pela indústria alimentícia.
A relevância economia produtiva de Arapiraca tornou-se pauta alternativa da economia
colonial com a monocultura da cana-de-açúcar em Alagoas, visto que o estado é o maior
produtor da região Nordeste. Tal relevância é enfatizada por Cícero Péricles de Carvalho em
seus livros “Análise da Reestruturação Produtiva da Agroindústria Sucroalcooleira Alagoana”
(2009) e “Mudanças na agroindústria canavieira nordestina” (2021) quando mostra como a elite
agrícola da monocultura da cana-de-açúcar conseguiu, através do poder político, manter a
hegemonia econômica. Além disso, o referido autor também sinaliza em seus escritos a
necessidade de novas alternativas com o declínio da cana-de-açúcar considerado o principal
produto da economia do estado de Alagoas (cana-de-açúcar).
Com base nos dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE, o município de Arapiraca é o segundo mais populoso no estado de Alagoas, contando
em 2010 com 214.006 habitantes. As projeções populacionais mais recentes relativas ao ano de
2021 confirmam essa posição pelo crescimento demográfico no decênio, totalizando para o
município 234.309 mil pessoas, ficando atrás, apenas, da capital Maceió, cuja situação
evidencia o grande centro urbano e produtivo que a cidade vem se tornando, atraindo a atenção
de muitos habitantes do sertão, litoral e de outros municípios mais próximos.
Tabela 1: Estado de Alagoas, População urbana e rural dos quatro municípios mais populosos,
2010.
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Palmeira dos Índios 51.610 18.758 70368
Figura 1: Crescimento da população urbana nos quatro municípios mais populosos de Alagoas,
1970/2010.
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Alguns estudos realizados em Arapiraca como os de Nemésio (2022), Ferreira et al.
(2020), Damasceno et al. (2016), Zacarias (2022), Silva (2012) e Gomes et al. (2015), mostram
o avanço de forma desordenada da urbanização ao longo do território do município, sem
obedecer às determinações básicas estabelecidas no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
da cidade – PDDU, elaborado no ano de 2006, após a vigência do Estatuto da Cidade em 2001,
e já revisto em 2016, conforme prazo sugerido de 10 anos pelo referido diploma legal.
Damasceno et al. (2016) e Santos et al. (2016) ressaltam a evolução da ocupação a partir
da implantação de infraestrutura urbana, por parte do Estado, aliado aos empreendimentos
privados em Arapiraca, inicialmente nas porções mais centrais, fazendo a cidade experimentar
um certo nível de verticalização, e posteriormente em parcelas da periferia da cidade,
aumentando o perímetro urbano.
Com o aumento do perímetro urbano, o poder público torna-se responsável pela
ampliação dos sistemas de abastecimento e serviços, tornando a manutenção dos sistemas
básicos da cidade uma tarefa cada vez mais dispendiosa, prejudicando seu bom funcionamento
e ao mesmo tempo estressando e poluindo os sistemas ambientais, como constataram Feitosa
et al. (2020), na bacia do Riacho Piauí, ou Nemesio (2022) mais recentemente nos estudos sobre
os impactos dos condomínios em um trecho da bacia do Rio Perucaba.
Outras questões levantadas por Damasceno et al. (2016) e Santos et al. (2016) referem-
se às intervenções urbanísticas não programadas no plano diretor original, entre elas, a
construção de grandes equipamentos urbanísticos na porção noroeste da cidade, causando uma
supervalorização da área, porém gerando conflitos entre a comunidade de pescadores e o capital
imobiliário por uma porção de terra no Lago da Perucaba (VALÕES E GUERRA, 2019).
Os estudos de Melo et al. (2021), evidenciam uma expansão urbana em direção as áreas
mais periféricas do município de Arapiraca, provocando a diminuição de área vegetada e
aumentando a fragilidade do terreno aos processos morfodinâmicos, na medida que as áreas
mais centralizadas estão passando por um processo de verticalização e adensamento da
paisagem urbana, e valorização pelo mercado imobiliário provocando fenômenos de mudanças
microclimáticas como alertaram Santana et al. (2022), Barbosa et al. (2018), Leal & Barbosa
(2019) e Brandão (2020).
Neste contexto, para melhor compreender como a apropriação do relevo está
interferindo nos processos morfodinâmicos no território de Arapiraca, são necessárias pesquisas
que analisem de forma integrada a produção do espaço e dos mais diversos aspectos
socioambientais e econômicos da paisagem na escala do município.
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Problematização e Objetivos
• Existe uma relação entre a suscetibilidade dos aspectos geomorfológicos com as áreas
de vulnerabilidade social em Arapiraca?
Com base nas questões apresentadas, em termos gerais, a pesquisa visa compreender
como os diferentes usos e ocupação do solo influenciam no estabelecimento de áreas de
vulnerabilidade ambiental nas unidades de paisagem do município de Arapiraca – AL.
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• Caracterizar as condicionantes da natureza (geologia, geomorfologia, cobertura vegetal
e solos) verificando a suas influências na configuração socioespacial do município de
Arapiraca.
Área de estudo
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Tratando-se da organização de um sistema é importante considerar as noções de
crescimento associadas a forma como ele se desenvolve ao longo do tempo, como demostrado
matematicamente por Bertalanffy (1968), podendo crescer positivamente ou negativamente.
Os elementos de um sistema podem ser analisados de forma separada um dos outros,
sendo possível a explicação das características do sistema, pois o todo é simplesmente a
somatória dos atributos de seus elementos, como por exemplo, na petrologia onde as
características dos minerais são atribuídas a sua composição química e ao arranjo de suas
moléculas.
Os conceitos de mecanização progressiva, segundo Bertalanffy (1968) explicita a alta
especialização de funcionalidade de cada elemento do sistema com o passar do tempo, e o de
centralização progressiva, a subordinação de elementos menos dominantes para elementos mais
dominantes do sistema, onde os primeiros determinariam menos as características e
funcionalidades dos sistemas e o segundo teria maior peso nessa determinação.
O conceito de totalidade, seria talvez, um dos mais discutidos na ciência geográfica,
visto que na análise das unidades de paisagem busca-se compreender o contexto de um objeto
ao ambiente que ele pertence, ou seja, sua totalidade. Bertalanffy (1968) afirma que um sistema
se comporta como um todo, no qual as variações de qualquer elemento dependem de todos os
outros.
Christofoletti (1999) fez considerações acerca do conceito de totalidade dos sistemas,
afirmando que a totalidade se aplica às entidades constituídas por um conjunto de partes, cuja
interação resulta numa composição diferente e específica, independente da somatória dos
elementos componentes (CHRISTOFOLETTI, 1999).
Indo além de Bertalanffy, afirmando que o todo pode assumir uma nova estruturação e
funcionalidade diferente de seus componentes e em diferentes níveis hierárquicos cada
elemento possui suas características particulares, como também pode ser analisado com uma
totalidade a partir de seus componentes.
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afirmação considerando suas variáveis como contínuas e o tempo como variável independente,
assumindo que o sistema tende a evoluir.
Para Christofoletti (1980) as formas e os processos representam a essência dos estudos
geomorfológicos podendo distinguir alguns subsistemas que compõem o sistema
geomorfológico e que são importantes para entendê-lo: O sistema climático, o biogeográfico,
o geológico e o antrópico, podendo cada um desses subsistemas interferir diretamente na
morfodinâmica e em sua vulnerabilidade (Figura 3).
Para Christofoletti (1980, 1999), os sistemas podem ser classificados de acordo com o
seu número, espécie e relações de seus elementos. Como segue:
• Sistema Aberto: são aqueles que se mantém em um contínuo estado de fluxo de entrada
e de saída, conservando-se mediante a construção e a decomposição de componentes,
nunca estando em estado de equilíbrio, mas em um estado estacionário ou de
homeostasia.
i. Sistemas isolados: são aqueles que dadas as condições iniciais, não sofrem nenhuma
perda nem recebem energia ou matéria do ambiente que os circundam. Assemelhando-
se ao conceito de sistemas fechados de Bertalanffy, cujo sistema busca seu fluxo
máximo ou mínimo de energia ou informação, e seu estado final ou de equilíbrio
provável (Entropia);
ii. Sistemas não-isolados: mantêm relações com os demais sistemas do universo no qual
funcionam, ao contrário dos sistemas isolados esses não atingem um estado de
equilíbrio, mas um estado estacionário através da construção e destruição de matéria.
Eles podem ser subdivididos em:
ii.i. Fechados: quando há permuta de energia, mas não de matéria, exemplo, a terra e o
ciclo hidrológico;
ii.ii. Abertos: quando ocorre constantes trocas de energia e matéria, tanto recebendo como
perdendo, exemplo, bacia hidrográfica, vertente, cidade etc.
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Outra proposta de classificação baseia-se na complexidade da composição integrativa
de Chorley e Kennedy (1971), com maior ênfase na Geografia Física em que identifica os
sistemas pelas suas estruturas, a saber:
i. Morfológicos: são compostos somente pela associação das propriedades físicas dos
sistemas e de seus elementos componentes, ligados com os aspectos geométricos e de
composição, constituindo os sistemas menos complexos das estruturas naturais;
ii. Encadeantes: são compostos por cadeia de subsistemas, possuindo tanto grandeza como
localização espacial, que são dinamicamente relacionados por uma cascata de matéria e
energia;
iv. Controlados: são aqueles que apresentam a atuação do homem sobre sistemas de
processos respostas.
1.2 Outras abordagens metodológicas aplicadas aos estudos integrados das paisagens
geomorfológicas
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Conforme salientou Troppmair (2006) foi Viktor Borissevich Sotchava quem criou o
termo Geossistema na geografia, fazendo-o a partir do conceito de sistemas de Bertalanffy
(1968) e de sua vivência na pesquisa e na interpretação do espaço geográfico de seu país,
Rússia.
A concepção de geossistemas para Sotchava baseia-se na escala regional, abrangendo
áreas com centenas, até mesmo, milhares de quilômetros quadrados, podendo considerar-se em
sua classificação propostas em níveis globais, regionais e locais, de acordo com o interesse do
pesquisador. Sotchava ao definir seu conceito de Geossistemas, o fez de forma muito aberta e
generalista, permitindo diversas interpretações sobre sua definição e questões de escala.
Ao definir as bases lógicas para o estudo dos Geossistemas, Sotchava (1977) utilizou-
se do critério espacial, pois todo geossistema tem sua própria escala podendo ter abrangência
local, regional e planetária, da mesma forma os geossistemas também sofrem um processo de
transição no tempo, denominada por Sotchava de transição de geossistema, quando ele partir
de um estágio temporal para outro, seja por seus fatores internos ou por alterações de fatores
externos a ele, através de inputs de energia ou matéria.
Tendo em vista sua variação espacial e evolução temporal Sotchava dividiu os
geossistemas, primordialmente, como geossistemas primitivos, visto que todo geossistema é
considerado um sistema natural, e que a partir da experimentação das ações humanas passam a
ser sistemas geotécnicos, correspondendo aos geossistemas subjugados ao controle episódico
ou constante das ações humanas.
Antes de qualquer análise a ser realizado em um Geossistema, Sotchava (1977) orienta
que ele precisa passar por um desmembramento, para identificar seus principais elementos
ambientais da biogeocenose, pois antes de tudo isto é uma formação natural, e seus elementos
sociais, econômicos e tecnogênicos, que refletirão seus impactos no Geossistema.
Para Cavalcanti et al. (2010) o estudo dos geossistemas, seus elementos e suas
interações, divide-se em três linhas de pesquisa: a tipológica, que se preocupa com a
classificação dos geossistemas com base nos tipos de elementos que caracterizam seu padrão
espacial homogêneo, a corológica, se dedicando ao estudo das relações e organização entre os
geômeros, e a dinâmica, tratando da variação dos geossistemas no tempo. Tais como os três
exemplos de modelos apresentados por Sotchava (1977).
Da mesma forma que Sotchava em seu livro apresenta três diferentes modelos que
podem ser utilizados para o estudo dos geossistemas: 1 – Modelos de componentes funcionais,
que servem para estudar a recepção, transporte, transformação e êxodo de qualquer tipo de
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matéria de um geossistema, dando a ideia de interação dentro do próprio sistema; 2 – Modelos
geômeros-funcionais, que são utilizados para refletir o papel funcional dos fácies nos
macrogeócoros e geômeros de outras categorias em geócoros aos quais pertencem; e 3 – Modelo
dinâmico estrutural, que tem por finalidade revelar as diferentes categorias dinâmicas e estados
variáveis dos geossistemas.
Sotchava em sua proposta também se preocupa em apresentar uma categorização das
unidades de paisagem mínimas, a partir de uma classificação bilateral dos geômeros (estruturas
homogêneas da paisagem) e dos geócoros (estruturas heterogêneas da paisagem) ambos
passando entre os níveis globais, regionais e locais.
Salientam Cavalcanti et al. (2010) e Neto et al. (2014) que os geômeros e os geócoros
podem ser divididos como estão apresentados no quadro 1, seguindo a classificação
bidimensional de Sotchava (1977), com definição de duas fileiras de unidades da paisagem:
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morfoestrutural; a análise dos processos morfogenéticos recentes; grau de influência
antrópica e a estabilidade morfodinâmica;
• Recursos ecológicos cujo os dados devem mostrar a intervenção na ocupação e
reorganização do território, sejam eles os recursos de regimes hídricos, condições
climatológicas, os solos ou as limitações oferecidas pelo meio através de um diagnóstico
agrológico;
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Figura 4: Abordagem ambiental na geografia moderna.
Outros autores como Covello & Merkhofer (1993), definem risco como um conceito
bidimensional que envolve a possibilidade de um resultado adverso e a incerteza sobre a
ocorrência, momento ou magnitude desse resultado expresso na fórmula seguinte em que o
risco é uma função do perigo e da vulnerabilidade.
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Figura 5: Determinação do risco natural.
Prevenção / Mitigação
Preparação
A fase da preparação compreende atividades que promovem práticas antes de eventuais
desastres, ou quando uma sociedade é impactada por um evento físico específico, em síntese,
representa a base/estrutura para as ações de respostas (CARDONA, 2008).
Segundo Miguez et al (2018), a preparação para emergências e desastres tem por
objetivo otimizar o funcionamento do SINPDEC, especialmente das ações de resposta aos
desastres e de reconstrução, constituindo-se de: desenvolvimento institucional;
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desenvolvimento de recursos humanos; desenvolvimento científico e tecnológico; mudança
cultural; motivacional e articulação empresarial; informações e estudos epidemiológicos sobre
desastres; monitorando; alerta e alarme, planejamento operacional e de contingência;
planejamento de proteção de populações contra riscos de desastres focais; mobilização;
aparelhamento e apoio logístico.
Resposta
Recuperação
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1.5 Vulnerabilidade e relações com a apropriação do relevo
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A apropriação do relevo pela sociedade, faz parte da evolução dessa interação homem-
natureza, que vem mudando sua forma, através do trabalho e da técnica através da história. De
acordo com Casseti (1991) o relevo é o componente da paisagem no qual o homem e toda sua
produção se assentam e é nele onde ocorre as interações homem-natureza, mostrando marcas e
alterações em superfície como consequências de tal interação. Pois o relevo do planeta e suas
especificidades condicionam a ocupação das sociedades, assim como os tipos e a distribuição
dos solos, a vegetação e algumas características climáticas locais (CASTRO, 2015)
Sendo assim, a exploração inadequada do relevo e da natureza como um todo pode levar
a consequências graves para a sociedade devido a reprodução rápida e muitas vezes
incontrolada das paisagens e/ou espaços antropizados levando a desequilíbrios naturais, por isso
é necessário estudar o relevo como um dos grandes aspectos ambientais capazes de oferecer
respostas a desequilíbrios ambientais.
Índice de retenção de
Índice de Umidade
As = Captação específica umidade
b = declividade
Observações sobre a
Energia solar recebia em uma
Irradiação vegetação, a
determinada área
evapotranspiração e os solos
Fonte: Adaptado de Hugget (2007) e Christofoletti (1980).
De acordo com Huggett (2007), as paisagens do mundo que estão livre das camadas de
gelo, são compostas basicamente de noventa por cento de encostas e dez por cento pelos canais
fluviais e suas planícies de inundação. As encostas são uma parte integral das bacias
hidrográficas, responsáveis pelo transporte de matéria ao longo de todo o sistema da bacia
hidrográfica.
Divide-se os processos morfogenéticos em dois grandes grupos de acordo com a sua
finalidade, os que tem causando o desprendimento (processos intempéricos) das partículas de
diversos tamanhos e formas, do solo ou da rocha matriz, e aqueles que possuem a finalidade de
transportar (processos erosivos) os sedimentos para outras áreas adjacentes a encosta ou mais
distante. Todos os processos vão variar de acordo com sua energia potencial e cinética, que
como foi exposto no quadro 2, podem ser influenciados por múltiplos fatores da forma e
composição do terreno.
Então para realizar as ações de desprender partículas de sedimentos e transportá-las
pelas vertentes, topos de relevo, planícies e cursos de drenagem alguns processos ocorrem na
superfície e subsuperfície das vertentes. Esses processos são responsáveis pela esculturação do
relevo e agem associados uns aos outros (CHRISTOFOLETTI, 1980).
Segundo Christofoletti (1980), o Intemperismo é responsável pela produção de detritos
produzidos, constituindo etapa da formação do regolito, que serão transportados pela erosão. O
Intemperismo pode ser classificado entre intemperismo químico (decomposição das rochas) e
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intemperismo físico (fragmentação das rochas) e podem tem causas variadas de acordo com a
disponibilidade de água, clima e suscetibilidade da rocha (BIGARELLA, 2003). Observa-se
uma breve classificação dos processos intempéricos no Quadro 3.
Além dos processos intempéricos, as formas das vertentes e do relevo também são
consequência dos processos erosivos. Esses processos erosivos são diretamente responsáveis
por transportar sedimentos de diferentes características, podendo ser causadas pela água
superficial (rios, fluxos laminares), água subterrânea (escoamento de subsuperfície e
subterrâneo), ondas, ventos, gravidade e geleiras.
A água da chuva é o principal condicionante para a ocorrência do transporte dos
sedimentos ao longo da encosta. Bigarella (2003) e Christofoletti (1980) afirmam que o
transporte mais presente é o escoamento superficial ou enxurrada, que ocorre livremente na
superfície terrestre, quando a pluviosidade é maior que a capacidade de infiltração da água no
solo da vertente.
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Segundo Christofoletti (1980), o escoamento superficial pode ocorrer de forma difusa
ou laminar, quando a água escorre sem nenhum padrão de direção dos leitos, ou de forma
concentrada, quando o escoamento da água assume um padrão do leito, tornando-se mais
eficiente no transporte dos sedimentos.
Bigarella (2003) e Huggett (2007) afirma que a água da chuva ao cair na vertente
também pode infiltrar e escoar em subsuperfície e subterraneamente. Que consequentemente se
torna capaz de transportar partículas menores do que no escoamento superficial, como é
evidenciado por Huggett:
Suspended particles and colloids transported this way will be about ten
times smaller than the grains they pass through, and throughwash is
important only in washing silt and clay out of clean sands, and in
washing clays through cracks and roots holes (HUGGETT, 2007).
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ii. Balanceamento ou Rastejamento: rotação de uma massa de solo ou rocha, a partir de um
ponto ou eixo situado abaixo do centro de gravidade da massa afetada. Apresentando
movimentos frequentes em massas rochosas com descontinuidades inclinadas de modo
contrário ao declive. Desenvolvem-se lentamente e pode ou não evoluir para
desabamento ou deslizamento;
iv. Expansão lateral: deslocação lateral de massas coesivas de solo ou rocha, combinada
com uma subsidência geral no material brando subjacente, alvo de liquefação ou
escoada.
Para Guerra (2010), os deslizamentos são processos erosivos naturais contínuos que
modelam o relevo na dinâmica da paisagem. Porém podem ser acelerados pela interferência
humana na composição da paisagem, oferecendo risco aos sujeitos que estão presentes na área
de ocorrência desse fenômeno.
Existem alguns fatores importantes que são responsáveis pela ocorrência, em maior ou
menor frequência dos processos de movimentos de massa, como fraturas, falhas e foliação no
substrato rochoso, e descontinuidades no solo.
Um último fator considerado é a ação biológica e edáfica nas vertentes como agente de
intemperismo e erosão. Eles são capazes de criar fragilidades e alterar características
importantes dos solos, tais como a coesão e porosidade, e gerando fraturas e desagregação das
rochas, facilitando a percolação das águas oriundas das chuvas e consequentemente a atuação
dos processos erosivos de superfície e subsuperfície.
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Outro processo muito recorrente nas paisagens das cidades e campo brasileiro são as
enchentes e inundações. São termos atribuídos a desastres naturais, em específico na categoria
de desastres hidrológicos e representam um dos principais problemas ambientais que afligem
constantemente diversas comunidades em diferentes partes do planeta (MIC/IPT, 2007). Entre
suas causas destaca-se a ação de processos naturais, relacionados ao excesso de água, devido
aos extremos de cheias e/ou problemas na drenagem urbana, além de mudanças provocadas por
ações antrópicas (MIGUEZ et al, 2018).
As inundações têm acarretado relevantes impactos socioeconômicos ao redor do mundo,
foram mais de 1.6 bilhão de pessoas afetadas com quase 104 mil mortes associadas a este
fenômeno durante o período de 2000 a 2019 (UNDRR/EM-DAT, 2020). Dentre os diversos
prejuízos à população, observa-se a perda de propriedade e danos a residências, problemas de
trânsito, deslocamento da população, interrupção das atividades econômicas, suspensão dos
serviços básicos de infraestrutura, alteração da qualidade das águas e doenças transmitidas pela
água. No caso de fortes tempestades, podem ocorrer impactos mais sérios, como deslizamento
de terras e perda de vidas humanas (PAES e BRANDÃO, 2013; TORGERSEN et al, 2015).
De acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais (CEPED/UFSC, 2013), através
da Codificação Brasileira de Desastres – COBRADE, o termo inundação é atribuído as áreas
submersas fora dos limites normais de um curso d’água em zonas que normalmente não se
encontram submersas.
A inundação é o processo de extravasamento das águas do canal de drenagem para as
áreas marginais (planície de inundação, várzea ou leito maior do rio), quando a enchente atinge
cota acima do nível máximo da calha principal do rio, como se observa na figura 7. O
transbordamento ocorre de modo gradual em áreas de planície, geralmente ocasionado por
chuvas distribuídas e alto volume acumulado na bacia de contribuição (CEMADEN, 2016;
MIC/IPT, 2007).
Desse modo, as enchentes representam a elevação do nível d’água no canal de drenagem
devido ao aumento da vazão, atingindo a cota máxima do canal, porém, sem extravasar
(FUNASA, 2016). Enquanto os alagamentos são caraterizados pela extrapolação da capacidade
de escoamento de sistemas de drenagem urbana e consequente acúmulo de água em ruas,
calçadas ou outras infraestruturas urbanas, em decorrência de precipitações intensas
(CEMADEN, 2016).
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Figura 7: Representação da inundação, enchente e situação normal.
(...) nas inundações de áreas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos, o leito
menor onde a água escoa na maioria do tempo e o leito maior, que é inundado com risco
geralmente entre 1,5 e 2 anos. O impacto devido à inundação ocorre quando a população
ocupa o leito maior do rio, ficando sujeita à inundação. Nas inundações devido à
urbanização as enchentes aumentam a sua frequência e magnitude devido à
impermeabilização, ocupação do solo e à construção da rede de condutos pluviais. O
desenvolvimento urbano pode também produzir obstruções ao escoamento, como
aterros e pontes, drenagens inadequadas e obstruções ao escoamento junto a condutos e
assoreamento (TUCCI, 2002, p. 8)
Diante disso, as inundações de áreas ribeirinhas ocorrem no leito maior dos rios por
causa da variabilidade temporal e espacial da precipitação e do escoamento na bacia
hidrográfica, enquanto as inundações em razão da urbanização ocorrem na drenagem urbana
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por causa do efeito da impermeabilização do solo, canalização do escoamento ou obstruções ao
escoamento (TUCCI, 2008).
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condições ambientais inadequadas reduzem condições de saúde, qualidade de vida da
população, impactos ambientais, e são as principais limitações ao seu desenvolvimento;
O aumento da periferia das cidades de forma descontrolada pela migração rural em
busca de emprego. Esses bairros geralmente estão desprovidos de segurança, de
infraestrutura tradicional de água, esgoto, drenagem, transporte e coleta de resíduos
sólidos, e são dominados por grupos de delinquentes geralmente ligados ao tráfico de
drogas; A urbanização é espontânea e o planejamento urbano é realizado para a cidade
ocupada pela população de renda média e alta. Para áreas ilegais e públicas, existe
invasão e a ocupação ocorre sobre áreas de risco como de inundações e de
escorregamento, com frequentes mortes durante o período chuvoso. Parte importante
da população vive em algum tipo de favela. Portanto, existem a cidade formal e a
informal. A gestão urbana geralmente atinge somente a primeira (TUCCI, 2008, p.63).
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2. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS E OPERACIONAIS
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aspectos geoambientais e obtenção de dados e parâmetros necessários para o mapeamento das
áreas de vulnerabilidade ambiental.
Adotar-se-á a metodologia estabelecida por Crepani et al. (1996, 2001, 2008), e
utilizada por Nascimento et al. (2005), Alves (2010), Santos (2019). O mapeamento das áreas
de vulnerabilidade ambiental se dará a partir do cruzamento de dados obtidos pelos mapas
temáticos de geomorfologia, geologia, pedologia e uso e cobertura do solo, através de software
SIG Qgis 3.X.
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Para auxiliar na análise geomorfológica e quantificar a distribuição altimétrica,
inclinação da superfície do terreno e o nível de dissecação do relevo da área, serão
confeccionados mapas de hipsometria, declividade e rugosidade do relevo.
A representação das características morfológicas, será a partir do Modelo Digital de
Elevação do Satélite ALOS-PALSAR da Agência Espacial JAXA (Japan Aerospace
eXploration Agency). Trata-se de um produto que possui uma resolução espacial de 12,5 x 12,5,
proporcionando maior detalhe da superfície do município de Arapiraca e permitindo maior
precisão e confiabilidade nos resultados. Além de ser de domínio público, apresenta a melhor
resolução existente quando comparado com os demais satélites livres disponíveis para
download.
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Para esta finalidade, serão acrescentados pontos de perfis de solo coletados durante os
trabalhos realizados pela EMBRAPA e de perfis coletados a partir de observações em campo,
estes perfis agregam informações complementares, permitindo conhecer as características
texturais das classes de solos, oferecendo elementos para a discussão sobre o comportamento
do solo em relação ao uso no local. É importante salientar, que os solos constituem papel
fundamental na avaliação da vulnerabilidade da unidade de paisagem, visto que destacam o
balanço pedogênese/morfogênese.
Para confecção deste produto cartográfico, será utilizado como base o Mapa de
Cobertura e Uso da Terra do Brasil (IBGE, 2008), na escala de 1:250.000 disponibilizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cartas topográficas matriciais em escala de
1:100.000 através do Banco de Dados Geográficos do Exército Brasileiro (BDGEX) e imagens
de satélite Sentinel - 2, identificando e categorizando o modo de uso da área de estudo e o
padrão de ocupação nos canais de drenagem e nas vertentes acentuadas editados no software
SIG Qgis 3.x.
Além dos mapas que serão utilizados para a composição do mapa de vulnerabilidade e
perda do solo, também serão confeccionados mapas de lineamentos estruturais e de densidade
de lineamentos estruturais do município de Arapiraca, seguindo a metodologia aplicada por
Chiessi (2004), para dar maior suporte nas análises de geologia e geomorfologia, visto que a
análise dos lineamentos de relevo ou da drenagem podem evidenciar descontinuidades e
processos que contam a história do embasamento geológico da paisagem.
Os lineamentos estruturais serão interpretados como qualquer feição linear de uma
superfície mapeável, simples ou composta, cujas partes são alinhadas de forma reta ou
levemente curva, que difere distintamente dos padrões de feições adjacentes e presumivelmente
reflete um fenômeno de subsuperfície (O’LEARY, 1976).
Os lineamentos estruturais serão observados a partir de imagens de relevo sombreado e
da obtenção dos cursos de drenagem na área do município de Arapiraca, derivadas de dados do
modelo digital de elevação do satélite ALOS/PALSAR. As imagens de relevo sombreado serão
feitas em quatro diferentes azimutes de iluminação sobre o terreno, 45°, 90°, 315° e 360°, e
45
com elevação de iluminação de 45°, após esse procedimento os mapas serão sobrepostos e os
lineamentos semelhantes serão eliminados.
2.3 Definição dos critérios para análise de vulnerabilidade das unidades de paisagem
46
Seguindo a metodologia de Crepani et al (1996; 2001; 2008) o modelo é aplicado
individualmente aos temas (Geologia, Geomorfologia, Solos, Vegetação e Clima) que
compõem as unidades territorial básica, recebendo posteriormente um valor final, resultante da
média aritmética dos valores individuais com base na equação empírica expressa a seguir, que
representa a posição desta unidade dentro da escala de vulnerabilidade natural à perda de solo.
Neste trabalho, ao contrário de utilizar o índice de vulnerabilidade da vegetação, será utilizado
índice referente ao uso do solo, conforme Alves (2010):
(G+R+S+U +C)
V=
5
Onde:
V: Vulnerabilidade;
G: Vulnerabilidade para o tema Geologia;
R: Vulnerabilidade para o tema Geomorfologia;
S: Vulnerabilidade para o tema Solos;
U: Vulnerabilidade para o tema Uso do solo;
C: Vulnerabilidade para o tema Clima.
Intervalo de Relação
Grau de Vulnerabilidade Cores
valores pedogênese/morfogênese
Intermediária
Equilíbrio entre
1,8 – 2,2 Estabilidade/Vulnerabilida
pedogênese/morfogênese
de
Tema Critérios
48
Grau de coesão das rochas
Geologia
Evolução geológica
Amplitude altimétrica
Geomorfologia Declividade
Grau de dissecação
Pluviosidade anual
Clima
Duração do período chuvoso
A análise dos aspectos geomorfológicos tem sua importância por mostrar como os
processos de alteração do relevo agem no terreno, evidenciando a fragilidade da rocha matriz,
mais ou menos coesa e a intensidade com que os processos de entrada a partir do clima e da
drenagem agem no substrato, assim como algumas características que tornam o solo mais ou
menos frágil, como sua porosidade e permeabilidade (CREPANI, 2008).
O aspecto geomorfológico é dotado de uma maior complexidade, visto que as formas
do relevo não são simplesmente a resposta de apenas uma variável ambiental, como a estrutura
das rochas ou da intensidade, tipo e duração de eventos climáticos no substrato geológico, são
combinação de múltiplas estruturas, formas e processos ambientais, de trocas de energia e
matéria em um complexo sistema aberto. Por isso, foram considerados três fatores chaves para
a análise geomorfológica pretendida: a amplitude altimétrica, a declividade e grau de
dissecação.
Na tabela 2 observa-se os valores adotados para o emprego da primeira variável
considerada, a amplitude altimétrica (CREPANI, 2001; 2008). Esta característica pode
evidenciar a diferença entre a intensidade ou predominância dos processos de aprofundamento
da dissecação do relevo.
49
Tabela 2: Valores de vulnerabilidade para amplitude altimétrica.
<2 < 3,5 1,0 10 – 11,2 17,5 – 19,8 1,7 19,2 – 20,4 34,7 – 37,2 2,4
2,1 – 3,3 3,6 – 5,8 1,1 11,3 – 12,5 19,9 – 22,2 1,8 20,5 – 21,7 37,3 – 39,8 2,5
3,4 – 4,6 5,9 – 8,2 1,2 12,6 – 13,8 22,3 – 24,5 1,9 21,8 – 23 39,9 – 42,4 2,6
4,7 – 5,9 8,3 – 10,3 1,3 13,9 – 15,2 24,6 – 27,2 2,0 23,1 – 24,4 42,5 – 45,3 2,7
6,0 – 7,3 10,4 – 12,9 1,4 15,3 – 16,5 27,3 – 29,6 2,1 24,5 – 25,7 45,4 – 48,1 2,8
7,4 – 8,6 13 – 15,1 1,5 16,6 – 17,8 29,7 – 32,1 2,2 25,8 – 27 48,2 – 50 2,9
8,7 – 9,9 15,2 – 17,4 1,6 17,9 – 19,1 32,2 – 34,6 2,3 > 27 > 50 3,0
Fonte: Crepani (2001 e 2008)
50
Por fim, a última característica a ser utilizada para a análise geomorfológica é a
amplitude dos interflúvios, que indica o nível de dissecação do relevo pela drenagem mostrando
a distribuição dos processos morfogenéticos, a segmentação do relevo e de outras
características. Neste caso, será utilizada a metodologia proposta por Guimarães et al. (2017).
Os valores de vulnerabilidade atribuídos por Crepani (2001; 2008) estão expostos na tabela 4.
G+A+D
R=
3
R = Vulnerabilidade geomorfológica
G = Vulnerabilidade da amplitude dos interflúvios
A = Vulnerabilidade da amplitude altimétrica
D = Vulnerabilidade da declividade
51
2.3.2 Análise de Vulnerabilidade da Geologia
Vuln
Litologia Litologia Vuln. Litologia Vuln.
.
Milonitos, Quartzo
Quartzitos ou Arenitos quartzosos
1,0 muscovita, Biotita, 1,7 2,4
metaquartzitos ou ortoquartzitos
Clorita xisto
Riólito, Granito, Piroxenito, Anfibolito Conglomerados,
1,1 1,8 2,5
Dacito Kimberlito, Dunito subgrauvacas
Hornblenda,
Granodiorito, Quartzo
1,2 Tremolita, Actinolita 1,9 Grauvacas, Arcózios 2,6
Diorito, Granulitos
xisto
Estaurolita xisto,
Migmatitos, Gnaisses 1,3 2,0 Siltitos, Argilitos 2,7
xistos granatíferos
Fonólito, Nefelina
Sienito, Traquito, 1,4 Filito, metassiltito 2,1 Folhelhos 2,8
Sienito
Andesito, Diorito, Calcários, Dolomitos,
1,5 Ardósia, Metargilito 2,2 2,9
Basalto Margas, Evaporitos
Sedimentos
Anortosito, Gabro,
1,6 Mármores 2,3 Inconsolidados: 3,0
Peridotito
Aluviões, Colúvios etc
Fonte: Crepani (2001 e 2008)
Pode-se observar que rochas com características mais coesas, são expressas no valor de
1,0 e tendem a predominar processos de pedogênese, enquanto rochas com menos coesão,
52
apresentam valores próximos a 3,0 e tendem a predominar processos morfogenéticos erosivos
(CREPANI, 2008).
Os índices de vulnerabilidade a erosão de acordo com cada classe de solo estão expostos
na tabela 6, mostrando a fragilidade de cada classe de solo aos processos morfogenéticos
recentes, tais como erosão laminar ou concentrada em sulcos, erosão eólica em caso de solos
mais lixiviados como os solos de ambientes costeiros e dunas.
Latossolos amarelos
Latossolos vermelho-amarelos
Latossolos vermelhos
Latossolos vermelhos 1,0
Latossolos brunos
Latossolos húmicos
Latossolos brunos húmicos
Argissolos
Argissolos, Luvissolos, Alissolos, Nitossolos
Argissolos, Luvissolos, Alissolos, Nitossolos
Argissolos, Nitossolos
Luvissolos
Chernossolos 2,0
Chernossolos
Chernossolos
Planossolos
Planossolos
Espodossolo
Cambissolos 2,5
Neossolos litólicos
Neossolos flúviscos
Neossolos regolíticos
Neossolos quartizarênicos
Vertissolos 3,0
Organossolos
Gleissolos
Gleissolos, Plintossolos
Gleissolos, Plintossolos
Plintossolos
53
Plintossolos
Plintossolos
Afloramento rochoso
Fonte: Crepani (2001).
Na referida tabela os solos estão classificados de acordo com suas propriedades comuns
de sua classificação conforme a EMBRAPA (1999), onde as classes de solos agrupados no valor
1,0 são solos mais maduros, profundos a muito profundos, estáveis e de predomínio de
processos pedogenéticos avançados de intemperização dos minerais, as classes de solos
agrupados no valor 2,0 são solos relativamente maduros, profundos a pouco profundos, ainda
com alta presença de argilas expansivas e de estabilidade moderada, e os solos agrupados no
valor 3,0 são solos predominantemente arenosos, rasos, com baixo teor de argilas e baixa
coesão, sendo eles considerados com maior grau de vulnerabilidade.
54
EAp1 2,8
EAp2 2,5
EAp3 1,2
EVf1 1,2
Formação florestal em bom estado de conservação
EVf2 Formação florestal degradada 2,2
Formação arbórea, arbustiva e herbácea
EVr1 Formação florestal de ambiente úmido, sujeito às 1,7
Espaço de formação
Evr2 inundações periódicas pelas marés oceânicas 2,0
vegetal
Formação herbácea e arbustiva de ambiente úmido sujeita a
EVm inundações fluviais periódicas 3,0
EVcv Formação herbácea e arbustiva de ambiente salino 3,0
raramente sujeito a inundações
EVa 3,0
EHl Lago 2,5
Espaço Hidrográfico EHr Rio 2,5
EHl Lazer 1,5
EEc Unidade de Conservação 1,0
Usos Especiais
EEr Assentamento Rural 1,3
Fonte: Alves (2010).
Onde:
56
iv. Obtenção do ângulo formado entre dois indicadores adjacentes:
Onde:
α = ângulo formado entre os indicadores;
N = número total de indicadores;
π /180 = Fator de transformação de graus em radianos, se a rotina para cálculo do
cosseno no passo seguinte ao exigir.
Este passo representa o cálculo da área de cada triangulo identificado no gráfico (Sn), a
partir do valor padronizado de dois indicadores adjacentes e do ângulo definido no segundo
passo.
Onde:
dn = lado desconhecido do triângulo;
b) Semiperímetro do triângulo;
Onde:
= semiperímetro do triângulo;
, e dn = lados do triângulo.
c) Área do triângulo
57
vi. Cálculo do Índice de Sustentabilidade
58
nos anos 2010 e 2022 se encontrava (Tabela 9). Embora o censo demográfico do IBGE iniciado
no ano de 2022 ainda esteja no processo de consolidação e divulgação dos dados oficiais,
pretende-se utilizar as informações mais recentes do município, ainda que sejam de resultados
preliminares.
59
Tabela 10: Classificação da Sustentabilidade.
IS1 Analfabetismo
60
3 SUMÁRIO PRELIMINAR DA TESE
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................
1. A ABORDAGEM SISTÊMICA COMO METODOLOGIA INTEGRADORA E AS BASES TEÓRICO-
CONCEITUAIS SOBRE PAISAGEM, AMBIENTE, RISCO E VULNERABILIDADE .......................................
61
4.1. Avaliação da vulnerabilidade socio-ambiental nas unidades de paisagen de Arapiraca ........................
4.2. Perspectiva para gestão territorial de Arapiraca ....................................................................................
5. CONCLUSÕES ..................................................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................................
62
4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES
Levantamento
X X X X X X X X
Bibliográfico
Créditos de disciplinas
X X
obrigatórios
Créditos de disciplina
X
optativas
Fundamentos teóricos e
procedimentos X X X
metodológicos
Exame de Qualificação X
Preparação da base de
X X
dados
Elaboração dos Mapas X
Visita a campo X
Validação dos dados X
Analise e discussão dos
X
resultados obtidos
Defesa da tese X
63
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