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Secretaria Municipal de Saúde

Município de Campos Belos-Go

Dossiê para requerimento de novos agentes de


combate as endemias para combate e controle de
vetores

Campos Belos de Goiás


02/12/2020
ELABORAÇÃO

Rosângela Rosa Carmo


Coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica

Renata Mendes da Silva


Coordenadora da Atenção Básica

Fabio Barreto Damascena


Gerente de endemias

Cleidimar Rodrigues Soares Abrel


Secretária de Saúde

COLABORADORES

Aurelino Pereira Alves


Supervisor Regional de Endemias

Elizafan Nascimento de Souza


Fiscal de Vigilância Sanitária

Talhisson Pricinote Ferreira


Médico Veterinário

Leandro Oliveira
Coordenador da Vigilância Sanitária
INTRODUÇÃO

O agente de controle de endemias (ACE) é o profissional responsável por


identificar as condições favoráveis à existência de focos para a proliferação de
enfermidades. Além de promover ações de educação em saúde junto à comunidade e de
informar à população sobre os riscos das doenças, o ACE também realiza visita aos
imóveis e outras localidades com o objetivo de prevenir e controlar doenças como
dengue, malária, leishmaniose e doença de Chagas. Ele também atua no controle de
roedores e na prevenção de acidentes por cobras, escorpiões e aranhas e participa das
ações de vacinação de cães e gatos para prevenção e controle da raiva.
QUADRO DE SERVIDORES AGENTES DE COMBATE AS ENDEMIAS DO
MUNICIPIO DE CAMPOS BELOS.

Atualmente o município de Campos Belos se encontra com 3 áreas descobertas,


uma em que o servidor pediu exoneração: Tarsiano Dias Ferreira, outra área em que a
servidora pediu vacância: Maria Alves de Sena e Rosilene Gonçalves Ferreira uma em
que a servidora está gravida e segundo a lei 14.151/21, que garantiu o afastamento da
gestante do trabalho presencial com remuneração integral durante a emergência de
saúde pública do novo Corona Vírus.
Notoriamente a quantidade de imóveis no município vem crescendo
gradativamente, tanto que mais um setor foi criado no município de nome jardins Brasil
II, segundo o reconhecimento geográfico feito pelos Agentes de Endemias local, mostra
que no município de Campos Belos tem 10.410 imóveis, 572 são do Povoado do
Barreirão e do Distrito de Pouso Alto, estes não contam com agentes, pois é programado
um dia de cada dois meses em que toda a equipe de ACEs para o combate à dengue
nesses lugares, porem com o quadro de servidores, somadas a pandemia de covid-19 ,
ainda não foi possível sua realização.
Números de quarteirões e imóveis por setores do município de Campos Belos
Go, atualizado em 30 de Novembro de 2021 pelo Gerente de Endemias.
Setores Nº de Resid Com TB PE Outro Total
Quarteirões/ ência s
Quadra
Vila Baiana 54 1126 274 162 1 9 1571
Centro 46 507 232 45 1 7 793
Bem Bom 37 780 22 74 1 9 830
Tomazinho 29 437 14 182 0 9 642
V. Esperança 4 146 3 19 0 1 169
Aeroporto I 57 770 77 84 0 32 963
Aeroporto II 44 804 22 146 0 5 977
M. Nova 21 417 1 65 0 3 486
Cruzeiro 44 541 44 79 0 18 682
Buritis 22 427 16 51 0 9 503
N. Horizonte 16 147 15 60 1 2 225
Dom Alano 62 270 2 267 1 2 574
Portal da Serra 60 239 3 247 0 4 483
Industrial 39 698 159 68 1 13 940
Barreirão pov. 13 117 9 30 0 3 161
Pouso Alto 34 305 26 65 0 3 411
Jardins Brasil II - - - - - - -
15 setores 582 7727 818 1667 7 129 10410
2 povoados Quadras Imóveis
Números de quarteirões e imóveis por setores do município de Campos Belos
Go, até Setembro de 2016
Setores Nº de Resid Com TB PE Outro Total
Quarteirões ência s

Vila Baiana 54 1050 255 136 1 14 1456


Centro 46 507 232 45 1 7 792
Bem Bom 37 717 22 58 1 9 807
Tomazinho 29 334 8 183 0 8 533
V. Esperança 4 120 2 26 0 3 151
Aeroporto I 57 732 90 83 0 33 938
Aeroporto II 44 707 6 109 0 5 827
M. Nova 21 388 20 65 0 7 480
Cruzeiro 44 530 39 67 0 30 666
Buritis 22 418 12 43 0 8 481
N. Horizonte 15 147 15 60 1 2 225
Dom Alano 62 211 7 267 1 2 488
Portal da Serra 56 213 3 170 0 1 387
Industrial 38 596 106 59 1 21 783
Barreirão pov. 13 112 6 17 0 5 140
Pouso Alto dist. 21 333 12 20 0 6 371

Total 563 7115 835 140 06 161 9525


8
Campos Belos Go, 20 de Setembro 2016. Fonte: Claiton Rodrigues da Costa

Conforme o que dita as Diretrizes Nacionais do Ministério da Saúde para


Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue preconizam como ideal a
disponibilidade de um agente para cada 800 a 1.000 imóveis. Correspondendo a um
rendimento diário de 20 a 25 imóveis dia. Esse rendimento somente será alcançado com
carga horária de oito horas diárias. A adoção de “horário corrido” não é recomendada,
por trazer prejuízos à qualidade do serviço.
Em comparativo com o Registro Geográfico de Endemias de 2016 e 2021,
aumentaram 885 imóveis no município de Campos Belos, isso significa que é necessária
a criação de mais uma micro área, diminuindo a sobrecargas dos agentes em exercício
da função, inclusive tem agente que tem mais de 1000 imóveis em sua micro ares, o que
torna mais difícil de concluir o termino da sua área de 2 em 2 meses!
Micro áreas e Servidores: cada cor representa uma área, em vermelho as áreas que estão
descobertas, sem agente de combate as endemias.
Setores Nº de Quantidade Servidor responsável pela área
Quarteirõe de imóveis
s

Centro 46 792 Edinaria Alves de Sena


Bem Bom 37 830 Joel Jose França
Tomazinho 29 642 Júlio César Pereira da Silva
Buritis 22 503 Júlio César Pereira da Silva
Aeroporto I 57 963 Natelson Ursino de Medeiros
Aeroporto II 44 977 Janiel Nogueira de Souza
Cruzeiro 44 682 Daiane Bento de França
Vila Esperança 4 169 Daiane Bento de França
Vila Baiana/ 54 1571 Rosilene Gonçalves Ferreira, esta
Brejinho área deve ser dividida!
2X de 785
Portal da Serra 56 483 Área Descoberta
Industrial 39 940 Área Descoberta
M. Nova 21 486 Área descoberta
Novo Horizonte 15 225 Área descoberta
Dom Alano 62 574 Área Descoberta
Jardins Brasil II 25 175 Área Descoberta
Barreirão pov. 13 140 Ares Descoberta
Pouso Alto 34 371 Área Descoberta

O ideal é que cada agente tenha entre 800 a 900 ao em vez de 800 a 1000
imóveis por agente, completando o número de vagas atingindo assim o quantitativo de
80% de visitas do total de imóveis do município todo, que é o ideal e preconizado pela
COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA E CONTROLE AMBIENTAL DE VETORES
do estado de Goiás, pois Campos Belos é uma cidade endêmica com clima propicio a
proliferação de vetores e com índice altos de casos de dengue, somados a cultura local
de armazenamento de agua das chuvas e o mal cuidado que muitos tem em não
limparem seus quintais, tirando um tempo para observar se tem algum recipiente que
armazene agua, alguns insistem em jogar lixo em lotes baldios. A criação de mais uma
ares nos beneficiaria no sentido de que o agente consiga fecha sua área a cada dois
meses, e atue de forma permanente em sua ares, criando e fortalecendo o vínculo com
os moradores, identificando os pontos críticos e problemas de sua ares, aumentando a
eficiência na estratégias de controle e eliminação de criadouros.
A visita diária do agente de endemias, que sempre tem se mostrado o meio mais
eficiente controlar os surtos epidêmicos por eliminação ou diminuição de criadouros e
Nebulização em bloqueios com adultíssima, o trabalho de promoção em saúde,
orientação quanto aos cuidados a serem tomados pelos moradores é feito dia após dia,
quadra por quadra, diminui significativamente os criadouros e a proliferação do
mosquito Aedes Aegypti.

Campos Belos é uma cidade endêmica, com incidências de vários tipos de


doenças transmitidas por vetores, como dengue tipo 1, 2, 3 e Dengue Hemorrágica,
Chikungunya, Zica vírus, Leishmaniose, ai que se faz cada vez mais importante a
presença do Agente de Combate as Endemias, pois trabalha de forma preventiva.
Mediantes o histórico epidemiológico de Campos Belos, no qual mostra um índice de
infestação predial alto devido ao clima chuvoso da região, entre os meses de Outubro a
Maio. De acordo com a OMS, abaixo de 1% é o ideal (baixo risco de infestação), de
1% a 3,9% é considerado médio risco e acima de 4% alto risco.
Índice de infestação predial.
Ano Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
2021 2022
2022
2020 2021
2021 2,16 6,48 4,60 7,39 10,14 4,63 2,90
2019 2020
2020 0,70 3,14 2,74 4,63 5,75 5,30 5,59 1,93
2018 2019
2019 0,36 2,00 3,80 2,08 2,08 2,49 3,78 3,08
2017 2018
2018 066 3,70 2,98 3,04 1,77 2,54 2,25 0,95
2016 2017
2017 0,12 0,9 2,38 2,25 4,04 4,81 1,84 1,33
https://extranet.saude.go.gov.br/sacd/estrutura/frameset.jsf

Estes dados foram obtidos do SACD (Sistema integrado de Monitoramento


Aedes Zero), o ano de 2020, pode não apresentar dados reais, pois foi um ano atípico
devido a COVID-19, e as visitas domiciliares não aconteceram de forma regular,
mesmo assim mostra um dado alarmante.
Levando em consideração que o período mais crítico seja o período chuvoso, que
vai de Outubro a Maio, onde Outubro com infestação de 2,16 e Novembro com
infestação de 6,48, somadas a três áreas descobertas, mais o crescimento de imóveis e
das áreas, dificulta ao agente completar o ciclo de visita em dois meses, somando todos
esses fatores, podemos prever um possível surto epidêmico de dengue e Chikungunya
no município.
https://indicadores.saude.go.gov.br/public/dengue.html

Alguns dados coletados do boletim Epidemiológico estado de Goiás, mais


especificamente do município de Campos Belos, demonstra a real situação do município
em https://indicadores.saude.go.gov.br/public/dengue.html, para casos de
Chikungunya em 02 de Novembro de 2021:
 Casos Notificados: 25
 Casos Confirmados: 14
A partir da chegada da Chikungunya em Campos Belos, pode se esperar novos
casos pois um mosquito infectado com a doença pode repassa o vírus para seus
filhos. Daí a importância de se ter o agente de endemias em sua área identificando e
eliminando os criadouros do mosquito.
https://indicadores.saude.go.gov.br/public/dengue.html

Alguns dados coletados do boletim Epidemiológico estado de Goiás, mais


especificamente do município de Campos Belos, demonstra a real situação do município
em https://indicadores.saude.go.gov.br/public/dengue.html, para casos de Dengue em
02 de Novembro de 2021:

Ano Confirmado Notificados


2015 67 147
2016 55 91
2017 64 170
2018 18 94
2019 132 686
2020 5 79
2021 13 80

QUAL DEVE SER A FORMA DE CONTRATAÇÃO DOS ACES?


A Lei Federal nº 11.350/06 é o estatuto jurídico próprio da categoria dos ACS e
dos ACE, o qual dispõe a forma de contratação desses profissionais, as atribuições dos
cargos, os requisitos para investidura, entre outras determinações, a destacar o que
segue: Art.
LEI Nº 13.595, DE 5 DE JANEIRO DE 2018, Altera a Lei nº 11.350, de 5 de
outubro de 2006, para dispor sobre a reformulação das atribuições, a jornada e as
condições de trabalho, o grau de formação profissional, os cursos de formação técnica e
continuada e a indenização de transporte dos profissionais Agentes Comunitários de
Saúde e Agentes de Combate às Endemias.
  Ainda a contratação pelo projeto de Lei nº 48/2017 de até 50 agentes de combate às
endemias e até cinco agentes na condição de supervisores pelo prazo de até seis meses,
com possibilidade de prorrogações por iguais períodos, sendo efetuadas através de
processo seletivo simplificado de provas. A medida busca o cumprimento das Diretrizes
do “Programa Nacional de Combate à Dengue”, tendo em vista que Uruguaiana está na
condição de “área de risco para endemias”, por sua localização geográfica, com intenso
fluxo de pessoas oriundas de países do Conesul. Essa situação impõe ao dever do Poder
Público a manutenção de equipes permanentes voltadas à constante atuação preventiva.

Caberá aos municípios criar os cargos e estabelecer as regras da contratação, a lei


local não pode contrariar as determinações contidas no artigo 198 da Constituição e na
Lei Federal nº 11.350/2006, a destacar o artigo 14 desta última.

Outro ponto importante é que o artigo 8º da lei permitiu aos municípios eleger o
regime jurídico dos cargos, que poderá ser o regime da CLT (independente de previsão
na lei municipal) ou o regime estatutário (mediante previsão expressa na lei municipal).

Por fim, o parágrafo 4ª do artigo 198 da Constituição e o artigo 9º da Lei


Federal 11.350 determinam que a contratação dos ACS e dos ACE devem ser
precedidos de “processo seletivo público”.

Nesse ponto vale esclarecer o ponto de maior equívoco entre os interpretes da lei.

O termo “processo seletivo” normalmente é usado para se referir ao “processo


seletivo simplificado”, espécie de seleção pública realizada para a contratação
temporária de servidores públicos com previsão no inciso IX do
artigo 37 da Constituição, o que gera a dúvida se a contratação de ACS e ACE mediante
“processo seletivo” acarretaria também no vínculo temporário desses profissionais.

A resposta é um sonoro não. Como já vimos anteriormente, a


própria Constituição (art. 198, §§ 4º e 5º) e a Lei Federal nº 11.350/06 (arts. 9º, 14 e 16)
determinam a contratação por processo seletivo mas com vínculo não temporário.

Concluindo. Nos termos da legislação específica aplicável aos agentes


comunitários de saúde e aos agentes de combate à endemias, os municípios devem
contratar esses profissionais: a) mediante vínculo direto (não terceirizado); b) através de
processo seletivo público; c) por prazo indeterminado (não temporário); d) podendo
optar entre o regime da CLT ou o regime estatutário.
O ideal é que, em regra, os ACEs sejam servidores públicos, em regime
estatuário/celetista, com cargos e provimento por concurso público. Não há autorização
constitucional para a contratação temporária de profissionais para executar ações de
vigilância epidemiológica e controle do vetor, pois não há excepcionalidade ou
temporariedade nestas ações.
Para que haja contratação temporária é necessário que ela esteja fundamentada em
fatos que indiquem a temporariedade da função e a excepcionalidade do interesse
público que sejam incompatíveis com a realização de concurso público e com o
vínculo estável do servidor.
A contratação para exercer funções de controle ordinário à dengue e outras
doenças transmitidas por vetores (durante todo o ano), como é caso em tela: a) não tem
a determinabilidade temporal (como, por exemplo, a duração do surto); b) não há
temporariedade da função, já que o controle à dengue e outras doenças transmitidas por
vetores é permanente; c) não é incompatível com o regime estatutário; e d) não há
excepcional interesse público, já que há necessidade permanente de controle do vetor.
Portanto, a contratação para manutenção de 1 ACE para cada 800/1000 imóveis e
um supervisor para cada 10 ACEs (recomendação mínima do PNCD), como é o mínimo
obrigatório para prevenção permanente (o ano todo), deve ser feita com estabilidade em
regime estatuário.
A contratação temporária só é justificada quando for verificada situação que
enseje medidas extraordinárias no controle à dengue, para fazer frente à existência ou
iminência de surto, e, apenas enquanto existir o surto.
Como só é considerado tecnicamente risco de surto quando o índice LirAa for
acima de 3, 9, só é admissível contratação temporária de ACEs, para o reforço das
equipes de ACEs já existentes naquela proporção, quando o Município chegar no LirAa
em 3,9, e somente a contratação temporária dos ACEs para o reforço (além daquela
proporção recomendada pelo PNCD).
A gestão municipal do SUS deve dar a divulgação mais ampla o possível desses
índices, além de comunicá-los à Vigilância Epidemiológica Estadual nos prazos
recomendados nas Diretrizes Nacionais do Ministério da Saúde para Prevenção e
Controle de Epidemias de Dengue. Assim, o acesso a esses índices pode ser feito
mediante requisição de informações tanto ao próprio gestor municipal do SUS quanto à
respectiva Regional de Saúde
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante todas informações e histórico de problemas que o município enfrenta no


combate e controle de endemias do município, pode-se concluir que é de suma
importância a reposição para a vaga de Tarsiano Dias Ferreira, Maria Alves de Sena,
ROSILENE GONÇALVES FERREIRA e a criação de mais duas micro área.
REFERENCIA
https://indicadores.saude.go.gov.br/public/dengue.html
https://extranet.saude.go.gov.br/portal/control?cmd=Iniciar

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