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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUSÍADA - UNILUS

INTRODUÇÃO A RADIOLOGIA VETERINÁRIA

Profª. Ms. Cristiane Faria F. Teles


Tecnologia em Radiologia
Núcleo Acadêmico de Estudos e Pesquisas em Radiologia - NARAD
INTRODUÇÃO

Hoje as pessoas estão preferindo animais


como companhia. E, devido a essa
convivência maior, estão adquirindo
patologias diversas e muitas parecidas com o
ser humano.
RADIOLOGIA VETERINÁRIA

Histórico

Wilhelm Conrad Roentgen (1845 - 1923) descobriu os raios X


em 08 de novembro de 1895, exibiu a primeira radiografia
efetuada em 1901 recebeu o primeiro Prêmio Nobel de Física
da história.

Importância dos Raios X em Medicina Veterinária

Radiodiagnóstico - possibilidade de avaliar estruturas do corpo


do animal sem uso de técnicas invasivas como cirurgias
exploratórias.
RADIOLOGIA VETERINÁRIA

Introdução

Medicina Veterinária é uma ciência que se dedica a


prevenção, controle, erradicação e tratamento das doenças,
traumatismos ou qualquer outro agravo à saúde dos animais.
A medicina veterinária também busca assegurar a
qualidade, quantidade e a segurança dos estoques de alimento
de origem animal através do controle da saúde dos animais e
dos processos que visam obter seus produtos (tais como carne,
ovos, leite, couro, etc), assim como sua distribuição, venda e
preparo.
RADIOLOGIA VETERINÁRIA

● Sua aplicação tem se expandido em função da


disponibilidade de técnicas avançadas e do diagnóstico por
imagem, usualmente empregadas na rotina dos hospitais
veterinários como exames radiográficos, simples e contrastados,
ultrassonografia e tomografia computadorizada.

● A escolha do método a ser adotado depende da suspeita


clínica e da facilidade de execução do exame. Além dos
equipamentos fixos, existem hoje equipamentos portáteis de
radiologia e ultrassonografia, adaptados para o uso veterinário,
que facilitam a realização dos exames, principalmente em
animais grandes, como os eqüinos.
Para uma radiografia de tórax em um humano
simplesmente fazemos o seguinte:

 Apoie as mãos sobre a cintura


 Inspire...
 Pare de respirar
 Click
 Pronto, pode respirar.
A Resolução CONTER N.º 02, DE 10 DE MAIO DE
2005 Institui e normatiza as atribuições dos
Profissionais Técnicos e Tecnólogos em Radiologia,
com habilitação em Radiodiagnóstico nos setores de
diagnóstico por imagem, e no seu artigo 3º descreve
que os procedimentos na área de Radiologia
Veterinária e odontológica ficam também DEFINIDOS
COMO RADIODIAGNÓSTICO e no artigo 4º -
Compete ao Técnico e Tecnólogo em Radiologia no
setor de diagnóstico por imagem realizar
procedimentos para geração de imagens, através de
operação dos equipamentos específicos definidos nos
artigos 2º e 3º da presente Resolução.
Os principais empregadores dos profissionais em
diagnóstico por imagem na área da Radiologia
Veterinária são as Faculdades e Universidades
de Medicina Veterinária, no Estado de São Paulo
são 35 hospitais escolas (CFMV/2006), sendo
que há no mínimo dois profissionais atuando em
cada. Na grande maioria dos serviços, os
operadores Técnicos e/ou Tecnólogos são
oriundos da Medicina Humana, treinados pelos
Médicos Veterinários responsáveis pelo setor,
portanto ainda não existe a contratação, em
escala detectável, de especialista.
Onde trabalhar?
A atuação do Técnico e/ou Tecnólogo, na
Radiologia Veterinária se assemelha em
muito à radiologia pediátrica, pois os
pacientes não são colaborativos e necessitam
de acompanhamento. No nosso caso é mais
complexo, pois necessitamos de dois
acompanhantes e/ou de contenção química
do paciente (anestesia) em diversas técnicas
de posicionamento.
Exames solicitados
Os exames radiográficos mais solicitados são
os dos sistemas osteoarticular e
cardiopulmonar.
O exame radiológico músculo esquelético
pesquisa várias anormalidades ósseas e
articulares, não só em suspeitas de fraturas e
luxações, mas também em anomalias de
desenvolvimento, neoplasias, processos
degenerativos.
Exames solicitados
O exame torácico permite diagnóstico de
doenças cardiovasculares, do mediastino,
doenças pulmonares e pesquisa de
metástases.

O exame do sistema digestório simples e


contrastado visualizam obstruções, corpos
estranhos, torção gástrica, enterites,
intussuscepção entre outras.
RADIOLOGIA VETERINÁRIA
Pedidos de exames:

 Nome do proprietário.
 Espécie do animal.
 Raça.
 Sexo.
 Idade.
 Nome do profissional veterinário solicitante.
 Todas as informações possíveis na película
radiográfica.
 Livro de Registro = Vigilância Sanitária.
RADIOLOGIA VETERINÁRIA
No Brasil:

 Radiologia convencional.

 Ultrassonografia.

 Tomografia computadorizada.

 O técnico especialista em radiologia veterinária


necessita possuir algumas características
próprias para lidar com estas espécies.
RADIOLOGIA VETERINÁRIA
Características da sala

 Ampla e confortável.
 Iluminação controlada (reostato).
 Negatoscópio na sala.

Técnico

 Profissional capacitado.
 2 pessoas maiores de 18 anos.
O exame do sistema urogenital pesquisa
alterações na prenhez (é o ideal para
contagem dos fetos), morte e retenção fetal,
avaliação de bexiga urinária, uretra, e rins.

Em relação aos exames contrastados


realizamos a maioria da rotina humana.
PLANOS E DIREÇÕES DO CORPO ANIMAL
PLANOS
MEDIANO - TRANSVERSAIS - SAGITAIS

DIREÇÕES

DORSAL E VENTRAL - PROXIMAL E DISTAL - DORSAL


E PALMAR - MEDIAL E LATERAL - CRANIAL E CAUDAL
RADIOLOGIA VETERINÁRIA
Normas de Proteção Radiológica

 Aventais.
 Luvas.
 Óculos.
 Colar de tireóide.
 Dosimetria.
 Blindagem da sala.
 Controle do aparelho em uso.
RADIOLOGIA VETERINÁRIA

Anatomia externa do cão


1. FOCINHO
2. CRÂNIO
3. PESCOÇO
4. DORSO
5. GARUPA
6. CAUDA
7. FLANCO
8. TÓRAX
9. POSTERIOR
10. BRAÇO
11. ANTEBRAÇO
12. VENTRE
13. JARRETE
14. ERGOT
15. ALMOFADAS PLANTARES
16. COTOVELO
17. QUARTELA
18. MUNHECA
ANATOMIA COMPARADA

 O ESQUELETO DO CÃO É COMPOSTO POR:


 Coluna cervical 7 vértebras
 Coluna torácica 13 vértebras
 Coluna lombar 7 vértebras
 Coluna sacral 3 vértebras
 Coluna caudal de 20 a 23
 vértebras

 Crânio
 Escápula
 Úmero
 Ulna e rádio
 Fíbula e tíbia
 Fêmur
RADIOLOGIA VETERINÁRIA
Esqueleto de um cão macho
RADIOLOGIA VETERINÁRIA
Anatomia Interna de um cão macho

1. CAVIDADE ORAL, BOCA


2. TRAQUÉIA
3. CORAÇÃO
4. FÍGADO
5. ESTÔMAGO
6. PÊNIS
7. TESTÍCULO
8. INTESTINO
9. BAÇO
10. PULMÃO
11. ARTÉRIA
RADIOLOGIA VETERINÁRIA
Crânio e arcada dentária
TERMINOLOGIA ANATÔMICA
SISTEMA UROGENITAL
RINS - URETERES - BEXIGA - URETRA
ORGÃO GENITAL MASCULINO
ESCROTO – EPIDÍDIMO – DUCTO DEFERENTE –
GLÂNDULAS SEMINAIS - PRÓSTATA – PÊNIS

ORGÃO GENITAL FEMININO


ÚTERO - TUBAS UTERINAS - OVÁRIOS - VAGINA
- CLITÓRIS - GLÂNDULAS MAMÁRIA
TERMINOLOGIA ANATÔMICA
POSICIONAMENTO DO ANIMAL:
DEVE SER CORRETO EM FUNÇÃO DA RADIOGRAFIA
QUE SE PRETENDE OBTER;

ANIMAIS MAL POSICIONADOS PRODUZEM


RADIOGRAFIAS DISTORCIDAS DE DIFÍCIL
COMPREENSÃO;

O CONHECIMENTO DA TERMINOLOGIA DESCRITIVA É


NECESSÁRIO PARA O POSICIONAMENTO ADEQUADO
DO ANIMAL;
TERMINOLOGIA ANATÔMICA
A TERMINOLOGIA DE POSIÇÃO É AQUELA
RECOMENDADA PELO (CNAARV): COMITÊ DE
NOMENCLATURA DA ACADEMIA AMERICANA DE
RADIOLOGIA VETERINÁRIA E BASEIA-SE EM DUAS
REGRAS:
DEVE-SE DENOMINAR AS POSIÇÕES
RADIOGRÁFICAS USANDO-SE SOMENTE OS TERMOS
DE DIRECIONAMENTO ANATÔMICO VETERINÁRIO
ADEQUADOS, QUE SÃO LISTADOS NO (CINAV)
COMITÊ INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA
ANATÔMICA VETERINÁRIA
TERMINOLOGIA ANATÔMICA

DEVE-SE DESCREVER AS POSIÇÕES


RADIOGRÁFICAS ATRAVÉS DA DIREÇÃO EM QUE O
RC DO FEIXE PRIMÁRIO DE RX PENETRA A PARTE
DO CORPO DE INTERESSE, DO PONTO DE
ENTRADA AO PONTO DE SAÍDA.
TERMINOLOGIA ANATÔMICA
PRINCIPAIS POSIÇÕES UTILIZADAS EM
PEQUENOS ANIMAIS:
• CRÂNIO LATERAL DIR. - ESQ. OU ESQ.-DIR.
• CRÂNIO VENTRO – DORSAL
• CRÂNIO DORSO – VENTRAL
• COL. CERVICAL VENTRO – DORSAL
• COL. CERVICAL LATERAL DIR.- ESQ. OU ESQ.-DIR.
• COL.TORÁCICA LATETAL DIR.- ESQ. OU ESQ.- DIR.
• COL. TORÁCICA VENTRO – DORSAL
• COL. LOMBAR LATERAL DIR.ESQ. OU ESQ.- DIR.
• COL. LOMBAR VENTRO - DORSAL
Abreviaturas radiográficas comum no rx
veterinário
Esq. = esquerdo Pa. = palmar
Dir.Dt = direito Pl. = plantar
D. = dorsal O. = obliqua
DLE = decúbito lateral esq
M. = medial
V. = ventral
Cr. = cranial
Cd. = caudal
R. = rostral
DLD. = Decúbito lateral dir.
L. = lateral
Pr. = proximal
Di. = distal
Especialidades de imagem na medicina
veterinária
 Medicina Humana: Uma espécie.

 Medicina Veterinária: Varias espécies de animais.

Métodos de diagnóstico utilizado:


Raios- x
Ultrassom
Tomografia computadorizada
Ressonância magnética
Cintilografia
PET CT SCAN
Hoje no Brasil, utiliza-se como meio de imagem
cotidianamente os raios-x e o ultrassom.
O Tecnólogo em Radiologia veterinária
precisa:
Possuir características próprias para lidar com
espécies totalmente diferentes daquela a que está
acostumado, que é a espécie humana.
Conhecimento sobre proteção radiológica, utilização
de luvas, aventais, óculos, colar de tireóide,
dosímetro, baritagem de sala, grade antidifusora
Exigir análise pelo menos duas vezes por ano do
aparelho de rx, por empresa especializadas que
testarão as condições de funcionamento do
equipamento, quanto a fuga de radiação, colimação,
mA, Kv e t, e preparação de relatórios para que se
promovam modificações e consertos, se necessário.
Acessórios radiológicos
90% das clínicas e hospitais veterinários, utilizam-se
aparelhos portáteis de potência
100 Kv x 100 mA
Em alguns hospitais e centros de diagnóstico por
imagem, utilizam-se potências maiores, como: 125 Kv
x 600 mA
Hoje já fabricam aparelhos de rx de excelente
qualidade.
Obs: o uso da mesa potter-bucky é fundamental
importância para a qualidade radiográfica:
Diminui os raios dispersos
Melhor qualidade na imagem de estruturas mais
densas, que necessitam de uma maior Kv, mA ou t.
Acessórios radiológicos
Utilizam-se normalmente todos os tamanhos de
chassis
Divisores de chumbo
A identificação pode ser feita através de letras de nº
de chumbo, acrílico ou identificador luminoso manual
ou automático
Na identificação deverá constar nome do proprietário,
espécie do animal, raça, sexo, idade, nome do
solicitante, sendo colocados acima e à direita da
película, representando o lado dt do animal
Câmara escura - Processadora automática
Biombo de chumbo móvel ou fixo de alvenaria
Negatoscópio – goniômetro - espessômetro
Sala de exames
Obedece as mesmas normas da Medicina
Humana
Deve ser ampla
Possuir oxigênio e aparelho de anestesia
Possuir todos os fármacos necessários para
os procedimentos, tais como anestésicos ou
complicações decorrentes do uso de agentes
contrastantes
Devemos lembrar que animais domésticos ou
pets exóticos (tartarugas, aves, répteis, etc)
necessitam de um ambiente sossegado.
Sala de exame
• Devem estar fixados nas portas de entrada da sala
de exame, aviso indicando a proibição de menores
de 18 anos e da presença de mulheres gestantes
• Os proprietários ou as pessoas que irão ajudar
conter o animal, devem estar totalmente
protegidos da radiação
• Ambiente sem janelas
• Luz controlável, que proporciona a quietude
necessária do animal
• Pois em quase 99% das vezes os animais a serem
radiografados estão estressados, devido: local
estranho - presença de pessoas estranhas
Contenção do animal
É necessário a presença do tecnólogo e de
duas pessoas maiores de 18 anos, para
ajudarem a conter o animal, evitando a
exposição contínua do tecnólogo às
radiações, pois este irá sempre estar
presente, mas protegido pelo biombo
blindado de alvenaria ou biombo móvel
Restrições físicas e químicas de cães e gatos

O tecnólogo deve ter em mente que todo


animal, por mais tranquilo que seja, pode
causar acidentes graves quando
indevidamente contido ou manipulado.

Mesmo após perguntar ao proprietário


qual seria a índole do nosso paciente, todo
cuidado é pouco.
Restrição física para cães:
É comum utilizar mordaças de acrílico ou de
couro de tamanhos variados.
Restrição para felinos:
Muitas vezes a mordaça não é suficiente, pois os
felinos têm unhas como meio de defesa.
Daí a necessidade de manipuladores usarem
luvas especiais.
Os gatos devem ter esparadrapos aderidos a
seus dígitos.
Outra técnica é usar em volta da região cervical
uma toalha ou pano, tendo cuidado com as
unhas.
Restrição química dos animais

Quando o animal não permanece quieto,


mesmo com mordaça, é necessário a
restrição química com sedação ou
anestésico de curta duração
A presença do profissional Veterinário é
fundamental para a aplicação e controle de
tais fármacos
Sedação ou anestesia geral
Raios-x para diagnóstico da displasia
coxofemural e mielografia, deve-se utilizar
sedação ou anestesia geral
Antes porém o médico Veterinário deve
verificar se o paciente possui condições
clínicas para tal procedimento
Existem restrição que é contraindicada,
ex: paciente que não está em jejum,
cardiopatas ou nefropatias
Nesses casos devem ser utilizados
fármacos especiais
Acessórios para evitar distorção geométrica

Calha de espuma: ideal para posicionar o


animal em decúbito dorsal
Cunhas de isopor: serve como calços para
melhor posicionar os animais
Esparadrapos: imobilização de estruturas
pequenas ou animal de pequeno porte
Isopor de diversos tamanhos
Tala de isopor
Contrastes radiográficos
Certas estruturas como esôfago,
estômago, alças intestinais
Cálices e pelve renais, ureteres, bexiga
uretra
Necessitam do uso de substância
especiais (contrastes radiopácos), são
bastante utilizados em Medicina
veterinária, no rx ou na tomografia
computadorizada
Exames contrastados na Medicina veterinária

Esôfagografia
Gastrograma
Trânsito intestinal
Enema baritado
Urografia excretora
Cistografia
Uretrocistografia
Mielografia
Angiografia
Trânsito gastrointestinal
Região torácica
Urografia excretora
Contrastes utilizados
Sulfato de bário

Iodados – iônicos e não iônicos

Sempre antes de qualquer exame


contrastado realizamos um rx simples da
região estudada
OBRIGADA!

O sucesso deve ser uma conseqüência, nunca um


objetivo. Gustave Flaubert.

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