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• Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso (Somente para PC)

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• Principais Medicamentos em SAVC

© 2006 Edição original em inglês: American Heart Association


© 2008 Edição em português: American Heart Association
American Heart Association

Suporte Avançado de Vida em Cardiologia

Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso

Junho de 2008

© 2006 American Heart Association – Edição original em inglês


© 2008 American Heart Association – Edição em português
Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso de SAVC 2006

1. Dez minutos após uma mulher de 85 anos sofrer um colapso, os paramédicos chegam e
iniciam a RCP pela primeira vez. O monitor revela a presença de FV fina (baixa amplitude).
Qual das seguintes ações deve ser feita a seguir?

a. Realizar pelo menos 5 minutos de RCP vigorosa antes de tentar a desfibrilação


b. Introduzir um tubo endotraqueal, administrar 2 a 2,5 mg de epinefrina em 10 ml de SSN através
do tubo e depois desfibrilar
c. Aplicar até 3 golpes precordiais enquanto observa a resposta do paciente no monitor
d. Aplicar cerca de 2 minutos - ou 5 ciclos de RCP - e aplicar um choque monofásico de 360 J ou
de corrente bifásica equivalente

2. Um paciente em parada cardíaca chega ao PS com AESP com 30 batimentos por minuto. A
RCP continua a ser feita, o posicionamento correto do tubo é confirmado e o acesso IV é
estabelecido. Qual das seguintes medicações é a mais adequada para ser administrada a
seguir?

a. Cloreto de cálcio 5 ml em solução a 10% por via IV


b. Epinefrina 1 mg IV
c. Cardioversão sincronizada a 200 J
d. Bicarbonato de sódio 1 mEq/kg IV

3. Qual das seguintes ações ajuda a aplicar uma corrente máxima durante a desfibrilação?

a. Colocar compressas com álcool entre as pás do desfibrilador e a pele


b. Reduzir a pressão usada para comprimir as pás do desfibrilador
c. Aplicar pasta condutora às pás do desfibrilador
d. Diminuir a carga do choque após o 2º choque

4. Qual das seguintes ações NÃO é realizada quando você “se afasta” de um paciente
imediatamente antes da descarga do desfibrilador?

a. Checar a pessoa que está manejando a via aérea: o corpo não está em contato com a bolsa-
valva-máscara ou com o tubo endotraqueal, o oxigênio não está fluindo sobre o tórax
b. Checar a si próprio: as mãos posicionadas corretamente sobre as pás do desfibrilador, o corpo
não está em contato com o paciente ou com a maca
c. Checar as derivações do monitor: derivações desconectadas para evitar que o choque danifique
o monitor
d. Checar os outros: ninguém está em contato com o paciente, com a maca ou com o
equipamento conectado ao paciente

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5. Uma mulher com uma história de TSVP de complexo estreito chega ao PS. Ela está alerta e
orientada, mas pálida. A FR é 165 bpm e o ECG registra TSV. A PA é 105/70 mmHg. Oxigênio
suplementar é fornecido e o acesso IV já foi estabelecido. Qual das seguintes combinações
de doses de medicamentos é a mais adequada para o tratamento inicial?

a. Adenosina 6 mg em infusão contínua e rápida IV


b. Epinefrina 1 mg IV contínua
c. Cardioversão sincronizada com 25 a 50 J
d. Atropina 1 mg em infusão contínua IV

6. Qual dos seguintes fatos sobre a identificação de uma FV é verdadeiro?

a. Um pulso periférico fraco e irregular indica FV


b. Uma queda repentina na pressão arterial indica FV
c. Sinais de artefato mostrados no monitor podem se assemelhar à FV
d. Mudar a amplitude do sinal (“ganho”) para zero pode intensificar o sinal de FV

7. Uma tentativa de intubação endotraqueal foi feita em um paciente em parada respiratória.


Durante a ventilação com bolsa-valva-máscara, você ouve sons de gargarejo no estômago
sobre o epigástrio, mas não ouve sons de respiração e a saturação de oxigênio (pela
oximetria de pulso) permanece muito baixa. Qual das seguintes é a explicação mais provável
para esses achados?

a. Intubação do esôfago
b. Intubação do brônquio fonte esquerdo
c. Intubação do brônquio fonte direito
d. Pneumotórax hipertensivo bilateral

8. Qual dessas afirmações sobre a administração IV de medicações durante a tentativa de


ressuscitação é verdadeira?

a. Administre epinefrina pela via intracardíaca, se não obtiver acesso IV em 3 minutos


b. Após aplicar medicações IV através de veias periféricas, infunda um bolus de fluido
c. Após aplicar medicações IV através de veias centrais, não infunda um bolus de fluido
d. Faça a infusão de solução salina normal misturada com bicarbonato de sódio (100 mEq/l)
durante a RCP contínua

9. Um homem de 60 anos (peso corporal = 50 kg) com FV recorrente apresentou conversão de


FV para um ritmo de complexo largo sem perfusão, após a administração de epinefrina 1mg
IV e um 3º choque. Qual dos seguintes esquemas farmacológicos é o mais adequado para
ser administrado a seguir?

a. Amiodarona 300 mg em infusão contínua IV


b. Lidocaína 150 mg em infusão contínua IV
c. Magnésio 3 g em infusão contínua IV, diluído em 10 ml de solução glicosada a 5%
d. Procainamida 20 mg/min, até uma dose máxima de 17 mg/kg

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10. Durante o tratamento de um paciente com parada cardíaca com FV persistente após 2
choques, você considera o uso de vasopressina. Qual das seguintes diretrizes para o uso de
vasopressina é verdadeira?

a. Administrar vasopressina 40 U a cada 3 a 5 minutos


b. Administrar vasopressina para uma melhor vasoconstrição e estimulação -adrenérgica do que
a fornecida pela epinefrina
c. Administrar vasopressina como alternativa para uma primeira ou segunda dose de epinefrina na
FV refratária ao choque
d. Administrar vasopressina como um agente vasopressor de primeira linha para o choque clínico
causado por hipovolemia

11. Qual das seguintes causas de AESP é a mais provável de responder ao tratamento imediato?

a. Embolia pulmonar maciça


b. Hipovolemia
c. Infarto agudo maciço de miocárdio
d. Ruptura miocárdica

12. Qual das seguintes combinações de doses de medicamentos é recomendada como


medicação inicial a ser administrada a um paciente em assistolia?

a. Epinefrina 3 mg IV
b. Atropina 3 mg IV
c. Epinefrina 1 mg IV
d. Atropina 0,5 mg IV

13. Um paciente com freqüência cardíaca de 40 bpm se queixa de dor torácica e está confuso.
Após a administração de oxigênio, qual é o primeiro medicamento que você deve lhe
administrar enquanto espera trazerem um marca-passo para a sala?

a. Atropina 0,5 mg
b. Epinefrina 1 mg IV contínua
c. Infusão de isoproterenol 2 a 10 μg/min
d. Adenosina 6 mg em infusão contínua e rápida IV

14. Qual das seguintes afirmações descreve corretamente as ventilações que devem ser
aplicadas após a inserção do tubo endotraqueal, insuflação do balão e verificação do
posicionamento do tubo?

a. Aplicar 8 a 10 ventilações por minuto sem pausas para compressões torácicas


b. Aplicar ventilações o mais rápido possível desde que haja elevação visível do tórax a cada
ventilação.
c. Aplicar ventilações com um volume corrente de 3 a 5 ml/kg
d. Aplicar ventilações usando ar ambiente até descartar a presença de DPOC

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15. Um paciente no PS relata 30 minutos de dor torácica subesternal grave, com sensação de
aperto no tórax. A PA é 110/70 mmHg, a FC é 58 bpm e o monitor revela bradicardia sinusal
regular. O paciente recebeu 325 mg de ácido acetilsalicílico VO, oxigênio 4 l/min por cânula
nasal e 3 comprimidos de nitroglicerina sublinguais a intervalos de 5 minutos, mas continua
com dor intensa. Qual dos seguintes agentes deve ser administrado a seguir?

a. Atropina 0,5 a 1 mg IV
b. Furosemida 20 a 40 mg IV
c. Lidocaína 1 a 1,5 mg/kg
d. Sulfato de morfina 2 a 4 mg IV

16. Qual dos seguintes agentes é utilizado freqüentemente no tratamento precoce da isquemia
cardíaca aguda?

a. Lidocaína em bolus seguida de uma infusão contínua de lidocaína


b. Ácido acetilsalicílico mastigável, nitroglicerina sublingual e morfina IV
c. Amiodarona em bolus seguida de uma dose de IECA por via oral
d. Bloqueador dos canais de cálcio mais furosemida IV

17. Um homem de 50 anos, que está muito sudoréico e hipertenso, queixa-se de dor torácica
subesternal, com sensação de aperto no tórax e respiração curta grave. Ele tem uma história
de hipertensão. Ele mastigou 2 comprimidos de aspirina infantil em casa e agora está
recebendo oxigênio. Qual das seguintes sequências terapêuticas é a mais adequada neste
momento?

a. Morfina seguida de nitroglicerina, mas somente se a morfina não aliviar a dor


b. Nitroglicerina seguida de morfina, mas somente se a elevação do segmento ST for > 3 mm
c. Nitroglicerina seguida de morfina, mas somente se a nitroglicerina não aliviar a dor
d. Somente nitroglicerina, pois a hipertensão crônica contra-indica o uso de morfina

18. Um homem de 50 anos tem uma elevação de 3 mm do segmento ST nas derivações V2 a V4. A
dor torácica intensa continua, apesar da administração de oxigênio, ácido acetilsalicílico,
nitroglicerina SL  3 e morfina 4 mg IV. A PA é 170/110 mmHg; a FC é 120 bpm. Qual das
seguintes combinações terapêuticas é a mais adequada para esse paciente nesse momento
(considere que não há contra-indicações para qualquer medicação)?

a. Bloqueador dos canais de cálcio IV + heparina em bolus IV


b. IECA IV + infusão de lidocaína
c. Sulfato de magnésio IV + enoxaparina (Lovenox) SC
d. Fibrinolítico + heparina em bolus IV

19. Uma mulher de 70 anos queixa-se de cefaléia moderada e dificuldade para caminhar. Ela tem
um desvio da rima bucal, fala pastosa e dificuldade para levantar o braço direito. Ela toma
“várias medicações” para pressão arterial alta. Qual das seguintes ações é a mais adequada
nesse momento?

a. Acionar o sistema de atendimento de emergência; dizer ao médico regulador que você precisa
de ajuda para uma mulher que está apresentando sinais e sintomas de hemorragia
subaracnóidea aguda
b. Acionar o sistema de atendimento de emergência; dizer ao médico regulador que você precisa
de ajuda para uma mulher que está apresentando sinais e sintomas de um AVC
c. Acionar o sistema de atendimento de emergência; fazer com que a mulher tome 325 mg de
ácido acetilsalicílico e depois fazê-la deitar enquanto vocês dois aguardam a chegada da
equipe de emergência
d. Levar a mulher em seu carro para o PS mais próximo

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20. Nos 45 minutos após a chegada ao PS, qual das seguintes sequências de avaliação deve ser
realizada para uma mulher de 70 anos com início rápido de cefaléia, fala alterada e fraqueza
no braço e na perna direita?

a. História, exames físico e neurológico, TC de crânio sem contraste, com interpretação por
radiologista
b. História, exames físico e neurológico, TC de crânio sem contraste, iniciar o tratamento
fibrinolítico se a TC revelar AVC
c. História, exames físico e neurológico, punção lombar (PL), TC da cabeça com contraste caso a
PL seja negativa para a presença de sangue
d. História, exames físico e neurológico, TC de crânio com contraste, iniciar o tratamento
fibrinolítico quando houver melhora nos sinais neurológicos

21. Qual dos seguintes ritmos é uma indicação adequada para marca-passo cardíaco
transcutâneo?

a. Bradicardia sinusal sem sintomas


b. Ritmo sinusal normal com hipotensão e choque
c. Bloqueio cardíaco completo com edema pulmonar
d. Assistolia que persiste após 6 ou mais choques com desfibrilação

22. Qual das seguintes causas de assistolia ocorrida em paciente fora do hospital é mais
provável de responder ao tratamento?

a. Parada cardíaca prolongada


b. Submersão prolongada em água morna
c. Overdose de drogas
d. Trauma multissistêmico com objeto rombo

23. Uma mulher de 34 anos com uma história de prolapso da válvula mitral se apresenta ao PS
queixando-se de palpitações. Seus sinais vitais são os seguintes: FC = 165 bpm, resp = 14
por minuto, PA - 118/92 mmHg, e saturação de O2 = 98%. Seus pulmões parecem livres e ela
relata não ter dificuldade para respirar ou dispnéia aos esforços. O ECG e o monitor revelam
uma taquicardia regular de complexo estreito. Qual dos seguintes termos melhor descreve
sua condição?

a. Taquicardia estável
b. Taquicardia instável
c. Freqüência cardíaca adequada para as condições clínicas
d. Taquicardia secundária a função cardiovascular inadequada

24. Um homem de 75 anos se apresenta ao PS com uma história de 1 semana de sensação de


cabeça vazia, palpitações e intolerância a exercícios leves. O ECG inicial de 12 derivações
revela fibrilação atrial, que continua a aparecer no monitor à uma FC irregular de 120 a 150
bpm e uma PA de 100/70 mmHg. Qual das seguintes terapias é a mais adequada para ser
realizada a seguir?

a. Sedação, analgesia e depois cardioversão imediata


b. Lidocaína 1 a 1,5mg/kg IV em bolus
c. Amiodarona 300 mg IV em bolus
d. Pedir a avaliação de um especialista

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25. Você prepara para realizar a cardioversão em uma mulher de 48 anos, instável, com
taquicardia. O monitor/desfibrilador está no modo “sincronização”. A paciente subitamente
torna-se não responsiva e sem pulso e o ritmo se fica irregular, caótico e em padrão
semelhante à FV. Você carrega o desfibrilador em 200 J e pressiona o botão CHOQUE, mas o
desfibrilador não aplica o choque. Por que?

a. A bateria do desfibrilador/monitor não funcionou


b. O botão “sinc” não funcionou
c. Você não pode aplicar um choque em FV no modo "sinc"
d. Uma das derivações do monitor perdeu contato, produzindo o ritmo “pseudo-FV”

26. A vasopressina pode ser recomendada para qual dos seguintes ritmos de parada?

a. FV
b. Assistolia
c. AESP
d. Todos os ritmos acima

27. Ventilações eficazes com bolsa-valva-máscara são realizadas em um paciente em parada


cardíaca. Agora, 2 minutos após a administração de epinefrina 1 mg IV, o ritmo de AESP
continua em 30 bpm. Qual das seguintes ações deve ser realizada a seguir?

a. Administrar atropina 1 mg IV
b. Iniciar o acionamento do marca-passo transcutâneo à uma freqüência de 60 bpm
c. Iniciar a infusão de dopamina IV a 15 a 20 g/kg por minuto
d. Administrar epinefrina (1 ml de solução 1:10.000) em bolus IV

28. Os seguintes pacientes foram diagnosticados com AVC isquêmico agudo. Qual deles NÃO
apresentou contra-indicação para a terapia fibrinolítica por via IV?

a. Uma mulher de 65 anos, que vive sozinha e foi encontrada não responsiva por seu vizinho
b. Um homem de 65 anos que se apresentou aproximadamente 4 horas após o início dos
sintomas
c. Uma mulher de 65 anos que se apresentou 1 hora após o início dos sintomas
d. Um homem de 65 anos, diagnosticado com úlcera sangrante 1 semana antes do início dos
sintomas

29. Uma mulher de 25 anos se apresenta ao PS e afirma que está tendo outro episódio de TSVP.
Sua história médica inclui um exame com estimulação eletrofisiológica (EPS), que confirmou
uma taquicardia com reentrada, sem síndrome de Wolff-Parkinson-White e sem pré-excitação.
Sua FC é 180 bpm. A paciente relata palpitações e uma leve falta de ar. As manobras vagais
com massagem do seio carotídeo não surtiram efeito sobre a FC e o ritmo. Qual das
seguintes é a próxima intervenção mais adequada?

a. Cardioversão DC
b. Diltiazem IV
c. Propranolol IV
d. Adenosina IV

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30. Um paciente com uma FC de 30 a 40 bpm queixa-se de tontura, extremidades frias e úmidas, e
dispnéia. Ele apresenta um bloqueio AV de terceiro grau. Todas as modalidades de
tratamento estão disponíveis. O que você faria primeiro?

a. Administrar atropina 0,5 a 1 mg IV


b. Administrar epinefrina 1 mg IV contínua
c. Iniciar a infusão de dopamina 2 a 10 μg/min
d. Iniciar imediatamente o acionamento do marca-passo transcutâneo, com sedação, se possível

Identifique os seguintes ritmos:


31.

Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica


Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica
Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular
Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau
Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Taquicardia Supraventricular com Reentrada

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32.

Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica


Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica
Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular
Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau
Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Taquicardia Supraventricular com Reentrada

33.

Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica


Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica
Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular
Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau
Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Taquicardia Supraventricular com Reentrada

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34.

Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica


Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica
Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular
Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau
Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Taquicardia Supraventricular com Reentrada

35.

Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica


Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica
Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular
Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau
Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Taquicardia Supraventricular com Reentrada

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36.

Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica


Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica
Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular
Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau
Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Taquicardia Supraventricular com Reentrada

37.

Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica


Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica
Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular
Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau
Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Taquicardia Supraventricular com Reentrada

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38.

Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica


Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica
Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular
Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau
Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Taquicardia Supraventricular com Reentrada

39.

Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica


Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica
Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular
Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau
Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Taquicardia Supraventricular com Reentrada

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40.

Ritmo Sinusal Normal Taquicardia Ventricular Monomórfica


Taquicardia Sinusal Taquicardia Ventricular Polimórfica
Bradicardia Sinusal Fibrilação Ventricular
Fibrilação Atrial Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau
Flutter Atrial Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Taquicardia Supraventricular com Reentrada

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Gabarito

1. A alternativa correta é d.
Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 38 e 43

2. A alternativa correta é b.
Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 53

3. A alternativa correta é c.
Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 45

4. A alternativa correta é c.
Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 37

5. A alternativa correta é a.
Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 101

6. A alternativa correta é c.
Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 41

7. A alternativa correta é a.
Consulte o CD do Aluno - SAVC, páginas 22-23.

8. A alternativa correta é b.
Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 47

9. A alternativa correta é a.
Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 46

10. A alternativa correta é c.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 45

11. A alternativa correta é b.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 58-59

12. A alternativa correta é c.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 62

13. A alternativa correta é a.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 83

14. A alternativa correta é a.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 32

15. A alternativa correta é d.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 72
Consulte www.americanheart.org/cpr - SAVC, Principais Medicamentos em SAVC

16. A alternativa correta é b.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 74

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17. A alternativa correta é c.
Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 72.

18. A alternativa correta é d.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 77 e 78.

19. A alternativa correta é b.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 107

20. A alternativa correta é a.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 106 e 112-113.

21. A alternativa correta é c.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 85

22. A alternativa correta é c.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 64

23. A alternativa correta é a.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 98

24. A alternativa correta é d.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 99

25. A alternativa correta é c.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 93-95 e 99

26. A alternativa correta é d.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 45, 48, 53 e 62

27. A alternativa correta é a.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 53

28. A alternativa correta é c.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 115

29. A alternativa correta é d.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, página 101

30. A alternativa correta é d.


Consulte o Livro de SAVC para Profissionais de Saúde, páginas 83 e 86

31. Ritmo sinusal normal


Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada

32. Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau


Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada

33. Bradicardia sinusal


Consulte www.americanheart.org/cpr - SAVC, Ritmos de Não Parada

34. Flutter Atrial


Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada

35. Bradicardia Sinusal


Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada

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36. Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau
Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada

37. Fibrilação Atrial


Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada

38. Taquicardia Ventricular Monomórfica


Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada

39. Taquicardia Ventricular Polimórfica


Consulte www.americanheart.org/cpr – SAVC, Ritmos de Não Parada

40. Fibrilação Ventricular


Consulte www.americanheart.org/cpr - SAVC, Principais Ritmos de Parada

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Folha de Respostas da Auto-Avaliação Escrita Pré-Curso

Nome: _________________________________ Data: ____________________

Circule as respostas corretas.

Questão Resposta Questão Resposta

1. a b c d 16. a b c d
2. a b c d 17. a b c d
3. a b c d 18. a b c d
4. a b c d 19. a b c d
5. a b c d 20. a b c d
6. a b c d 21. a b c d
7. a b c d 22. a b c d
8. a b c d 23. a b c d
9. a b c d 24. a b c d
10. a b c d 25. a b c d
11. a b c d 26. a b c d
12. a b c d 27. a b c d
13. a b c d 28. a b c d
14. a b c d 29. a b c d
15. a b c d 30. a b c d

Complete com o ritmo correto as questões 31 a 40.

31. _____________________________ 36. _____________________________

32. _____________________________ 37. _____________________________

33. _____________________________ 38. _____________________________

34. _____________________________ 39. _____________________________

35. _____________________________ 40. _____________________________

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para Profissional de Saúde
Materiais Complementares

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Índice

Manejo da Via Aérea ....................................................................................................................6


Parte 1 – O Manejo Básico das Vias Aéreas ...........................................................................7
Dispositivos para Administrar Oxigênio Suplementar .........................................................7
Resumo ...........................................................................................................................7
Oxigênio Suplementar ....................................................................................................7
Cânula Nasal ...................................................................................................................8
Máscara Facial ................................................................................................................8
Máscara de Venturi .......................................................................................................10
Ventilação com Bolsa-Valva-Máscara................................................................................10
Resumo .........................................................................................................................10
Uso com Via Aérea Avançada .......................................................................................11
Dicas para Realizar Ventilação com Bolsa-Valva-Máscara ...........................................11
Ventilação com Via Aérea Avançada e Compressões Torácicas ..................................13
Parte 2 – Manejo da Via Aérea Avançada...............................................................................14
Acessórios de Vias Aéreas Avançadas: Combitubo ..........................................................14
Resumo ........................................................................................................................14
Colocação do Combitubo ............................................................................................15
Acessórios de Vias Aéreas Avançadas: Via Aérea com Máscara Laríngea ......................17
Resumo ........................................................................................................................17
Inserção da Máscara Laríngea .....................................................................................17
Intubação Endotraqueal ....................................................................................................19
Resumo ........................................................................................................................19
Técnica da Intubação Endotraqueal .............................................................................20
Indicações para Intubação Endotraqueal ....................................................................20
Manobra de Pressão Cricóide ......................................................................................20
Ventilação com um Tubo Endotraqueal Assegurado Durante as Compressões
Torácicas ..................................................................................................................21
Complicações da Colocação do Tubo Endotraqueal ...................................................22
Traumatismo com o Tubo e Efeitos Adversos ..............................................................23
Inserção de Tubo Endotraqueal em Um Brônquio .......................................................23
Administração Endotraqueal de Medicamentos para Ressuscitação ..........................23
Confirmação do Posicionamento do Tubo Endotraqueal: Exame Físico .....................24
Confirmação do Posicionamento do Tubo Endotraqueal:
Dispositivos Qualitativos e Quantitativos ..................................................................25
Detectores de CO2 Expirado (Qualitativos) ..................................................................25
Monitores Quantitativos de CO2 Expirado ...................................................................27
Detectores Esofágicos .................................................................................................27
Causas de Resultados Enganosos pelos Detectores de CO2
Expirado e Esofágicos ...............................................................................................29
Ritmos Principais em SAVC ........................................................................................................31
Parte 1 – Reconhecimento dos Principais Ritmos de Parada ao ECG ..................................32
Aspectos Básicos .............................................................................................................32
Ritmos de Parada Cardíaca ..............................................................................................33

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Fibrilação Ventricular ....................................................................................................33
AESP ............................................................................................................................34
Assistolia ......................................................................................................................35
Parte 2 — Reconhecimento dos Principais Ritmos de Não Parada ao ECG ........................... 36
Reconhecimento das Taquiarritmias Supraventriculares ..................................................36
Taquicardia Sinusal .......................................................................................................36
Fibrilação Atrial e Flutter Atrial .....................................................................................37
TSV Mediada por Acessório .........................................................................................39
Reconhecimento das Taquiarritmias Ventriculares ...........................................................40
TV Monomórfica ...........................................................................................................40
TV Polimórfica ..............................................................................................................41
Torsades de Pointes .....................................................................................................42
Reconhecimento da Bradicardia Sinusal ..........................................................................44
Bradicardia Sinusal .......................................................................................................44
Reconhecimento do Bloqueio Atrioventricular (AV) ..........................................................45
Bloqueio AV de Primeiro Grau ......................................................................................45
Bloqueio de Segundo Grau Tipo I (Mobitz I – Wenckebach) ........................................46
Bloqueio AV de Segundo Grau Tipo II (Infranodal) (Mobitz II) ......................................47
Bloqueio AV de Terceiro Grau e Dissociação AV ..........................................................48
Desfibrilação ...............................................................................................................................50
Parte 1 – Desfibrilação e Segurança .....................................................................................51
Desfibrilação Manual..........................................................................................................51
Uso do Desfibrilador Manual/Monitor ..........................................................................51
Fixação das 3 Derivações do Monitor ..........................................................................51
Segurança e Afastamento do Paciente ............................................................................52
Afastamento do Profissional de Saúde e de sua Equipe .............................................52
Nota Final Sobre os Desfibriladores .............................................................................53
Parte 2 – Lista de Checagem do DEA ...................................................................................54
Vias de Acesso para Medicações ..............................................................................................55
Parte 1 – Introdução ..............................................................................................................56
Prioridades Corretas .....................................................................................................56
Via Intravenosa .............................................................................................................56
Via Intra-Óssea .............................................................................................................56
Via Endotraqueal ..........................................................................................................57
Parte 2 – Acesso Intravenoso ................................................................................................58
Uso de Veias Periféricas para Acesso IV ......................................................................58
Princípios Gerais do Acesso IV .....................................................................................60
Parte 3 — Acesso Intra-Ósseo ...............................................................................................61
Introdução ....................................................................................................................61
Agulhas .........................................................................................................................61
Sítios .............................................................................................................................61
Indicações e Administração .........................................................................................61
Complicações ...............................................................................................................62
Contra-Indicações ........................................................................................................62
Equipamento Necessário ..............................................................................................62
Procedimento ...............................................................................................................62
Seguimento ..................................................................................................................64

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Síndromes Coronarianas Agudas ...............................................................................................65
Parte 1 – Localização do Infarto IAMEST e Bloqueio Cardíaco ............................................66
Infarto Ventricular Direito ..............................................................................................66
Bloqueio AV com IAM Inferior .......................................................................................66
Parte 2 — Lista de Checagem para Terapia Fibrinolítica ......................................................68
Acidente Vascular Cerebral ........................................................................................................69
Lista de Checagem de Fibrinolíticos para AVC .....................................................................70
Equipes de Emergência Médica (ou de Resposta Rápida) para Evitar a Parada Cardíaca
no Hospital ..............................................................................................................................71
Introdução ....................................................................................................................72
Equipes de Parada Cardíaca (Hospitalar) ....................................................................72
Sistemas de Resposta Rápida .....................................................................................73
Equipe de Resposta Rápida .....................................................................................73
Equipe de Emergências Médicas ............................................................................73
Estudos Publicados ......................................................................................................73
Implementação de Um Sistema de Resposta Rápida .................................................74
Abrangência Humana, Ética e Legal do ACE e SAVC.................................................................75
Parte 1 – Questões Ligadas aos Profissionais de Saúde e às Testemunhas ........................76
Qual o Índice de Sucesso da RCP, da Desfibrilação e do SAVC? .....................................76
Orgulhe-se de Suas Habilidades Como Um Profissional de Saúde em SAVC .................76
Reações de Estresse Após as Tentativas de Ressuscitação .............................................76
Técnicas de Redução do Estresse em Profissionais de Saúde e Testemunhas ...............77
Barreiras Psicológicas à Ação ..........................................................................................78
Parte 2 – Aspectos Legais e Éticos .......................................................................................80
A Coisa Certa a Fazer .......................................................................................................80
Princípio da Inutilidade ......................................................................................................81
Cessação dos Esforços de Ressuscitação .......................................................................81
Quando Não Iniciar a RCP ................................................................................................82
Manutenção x Desistir da RCP .........................................................................................82
Suspensão do Suporte de Vida ........................................................................................83
Diretivas Avançadas, Desejos em Vida e Autodeterminação do Paciente .......................84
Ordens de Não-Ressuscitação Fora do Hospital .............................................................84
Programas do Serviço de Emergência Que Não Utilizam RCP ........................................85
Transporte .........................................................................................................................85
Aspectos Legais do Uso do DEA ......................................................................................86
Parte 3 –Suporte Emocional para a Família ..........................................................................88
Notificação Aos Sobreviventes sobre a Morte de Um Ente Querido .................................88

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Manejo da Via Aérea

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Parte 1 — O Manejo Básico das Vias Aéreas

Dispositivos para Administrar Oxigênio Suplementar

Resumo A administração de oxigênio é sempre adequada para pacientes com doença


cardíaca aguda ou com comprometimento pulmonar. Vários dispositivos
podem fornecer oxigênio suplementar de 21% a 100% (Tabela 1). Esta seção
descreve 4 dispositivos para fornecer oxigênio suplementar:
• Oxigênio suplementar (cilindro ou unidade de parede)
• Cânula nasal
• Máscara facial
• Máscara de Venturi

Sempre que você cuidar de um paciente que esteja recebendo oxigênio


suplementar, verifique rapidamente se o sistema de fornecimento de oxigênio
utilizado está funcionando corretamente.
Tabela 1. Fornecimento de Oxigênio Suplementar: Taxas de Fluxo e Porcen-
tagem de Oxigênio Fornecido.

Dispositivo Freqüências de Fluxo O2 Fornecido*


Cânula nasal 1 l/min 21% - 24%
2 l/min 25% - 28%
3 l/min 29% - 32%
4 l/min 33% - 36%
5 l/min 37% - 40%
6 l/min 41% - 44%
Máscara facial simples de
6 – 10 l/min 35% - 60%
oxigênio
Mascara facial com reservatório 6 l/min 60%
de O2 (máscara não reinalante) 7 l/min 70%
8 l/min 80%
9 l/min 90%
10 – 15 l/min 95% - 100%
Máscara de Venturi 4 – 8 l/min 24% - 40%
10 – 12 l/min 40% - 50%
*A porcentagem é aproximada

Oxigênio O termo “oxigênio suplementar” refere-se a uma unidade de parede ou a


Suplementar um cilindro de oxigênio que se conecta a um dispositivo de fornecimento de
oxigênio para o paciente. Quando o paciente está recebendo oxigênio de um
desses sistemas, não deixe de checar os seguintes equipamentos:

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• Manopla das válvulas para abrir o cilindro, o medidor de pressão e o fluxímetro
• Conexão dos tubos de fornecimento de oxigênio ao dispositivo de adminis-
tração de oxigênio para o paciente

Cânula Nasal A cânula nasal (Figura 1) é um sistema de administração de oxigênio de


baixo fluxo, idealizado para aumentar a concentração de oxigênio no ar am-
biente quando o paciente inspira.
• Uma cânula nasal fornece até 44% de oxigênio.
• Neste sistema de fluxo baixo, o ar inspirado mistura-se com o ar ambien-
te. A concentração final de oxigênio inspirado é determinada pela taxa de
fluxo de oxigênio através da cânula e pela profundidade de inspiração do
paciente (volume corrente).
• O aumento de 1 l/min no fluxo de oxigênio (começando com 1 l/min) au-
mentará a concentração de oxigênio inspirado em aproximadamente 4%:
— 1 l/min: 21% a 24%
— 2 l/min: 25% a 28%
— 3 l/min: 29% a 32%
— 4 l/min: 33% a 36%
— 5 l/min: 37% a 40%
— 6 l/min: 41% a 44%

Figura 1. Uma cânula nasal usada para fornecimento de oxigênio suplementar em pacientes
com respiração espontânea.

Máscara Uma máscara facial simples fornece um fluxo baixo de oxigênio para a boca
Facial e o nariz do paciente. Uma máscara com reinalação parcial consiste de uma
máscara facial com uma bolsa reservatória acoplada (Figura 2.)

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Figura 2. Uma máscara facial com reservatório de oxigênio usada para o fornecimento de
oxigênio suplementar a pacientes com respiração espontânea.

Uma máscara facial pode fornecer oxigênio em uma concentração de até


60%, com taxas de fluxo de 6 a 10 l/min (Tabela 1). Uma máscara facial com
reservatório de oxigênio (máscara não reinalante) fornece até 90% a 100% de
oxigênio, com taxas de fluxo de 9 a 15 l/min. Neste sistema, um fluxo cons-
tante de oxigênio entra em um reservatório acoplado.
Use uma máscara facial com um reservatório para pacientes que:
• Estejam gravemente doentes, estejam conscientes e que tenham uma ven-
tilação adequada, mas que tenham necessidade de altas concentrações de
oxigênio
• Não necessariamente precisem de intubação endotraqueal, caso as inter-
venções agudas produzam um efeito clínico rápido (p. ex., pacientes com
edema pulmonar agudo, doença pulmonar obstrutiva crônica [DPOC] ou
asma grave)
• Tenham indicações relativas para intubação endotraqueal, mas mantêm o
reflexo de vômito preservado
• Tenham indicações relativas para intubação, mas estejam com trismo ou
outras barreiras físicas para a intubação imediata
Os pacientes acima podem ter uma redução no nível de consciência e estar
sob risco de náuseas e vômitos. Uma máscara que se adapte perfeitamente
sempre precisará ser rigorosamente monitorizada. Os dispositivos de aspi-
ração devem estar disponíveis imediatamente.

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Máscara de A máscara de Venturi permite um fornecimento mais confiável e controlado
Venturi de concentrações de oxigênio de 24% a 50%. Use a máscara de Venturi
em pacientes com retenção de dióxido de carbono (CO2). Os pacientes que
têm altos níveis crônicos de CO2 no sangue e hipoxemia moderada a grave
podem desenvolver depressão respiratória, caso haja redução do fluxo que
os estimula a respirar (oxigênio).
• Uma máscara de Venturi pode controlar adequadamente a concentração
de oxigênio inspirado. Use-a em pacientes com DPOC, que geralmente têm
hipercapnia crônica (altas concentrações de CO2) e hipoxemia de intensida-
de leve à moderada.
• A administração de altas concentrações de oxigênio a pacientes com
DPOC em estádio terminal pode produzir depressão respiratória, pois o
aumento na PaO2 elimina o efeito estimulante da hipoxemia nos centros
respiratórios.
• Nunca mantenha oxigênio suplementar para pacientes que tenham angús-
tia respiratória e hipoxemia grave apenas porque você suspeita de um fluxo
ventilatório hipóxico. Se a administração de oxigênio deprimir a respiração,
dê suporte para a ventilação.

As concentrações de oxigênio fornecidas podem ser ajustadas para até 24%,


28%, 35% e 40%, usando um fluxo de 4 - 8 l/min, e para 40% a 50%, usan-
do um fluxo de 10 - 12 l/min. Observe o paciente atentamente, procurando
detectar depressão respiratória. Use um oxímetro de pulso para titular rapida-
mente até o nível desejado de administração de oxigênio.

Ventilação com Bolsa-Valva-Máscara

Resumo Um dispositivo bolsa-valva-máscara, que tipicamente consiste de uma bolsa


auto-inflada e uma válvula sem refluxo, pode ser usado com uma máscara
facial ou com uma via aérea avançada (Figura 3). A ventilação com bolsa-
valva-máscara é uma habilidade desafiadora e requer treino considerável até
adquirir competência na técnica. Os profissionais de saúde podem fornecer
ventilação com bolsa-valva-máscara com ar ambiente ou com oxigênio, caso
utilizem um balão auto-inflável. Este dispositivo fornece ventilação com pres-
são positiva quando usado sem uma via aérea avançada e, portanto, pode
produzir insuflação gástrica e suas complicações.

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Figura 3. Dispositivo bolsa-valva-máscara em RCP com 2 profissionais de saúde.

Uso com Os dispositivos de via aérea avançada, como a máscara laríngea (ML) e o
Via Aérea combitubo esofagotraqueal, estão atualmente dentro da área de atuação dos
Avançada profissionais de saúde do serviço de emergência em várias regiões (com a
autorização específica de um grupo médico de controle). Esses dispositivos
podem fornecer alternativas aceitáveis aos dispositivos bolsa-valva-máscara,
quando usados por profissionais de saúde bem treinados e com experiência
suficiente em seu uso. Ainda não está bem definido se esses dispositivos são
mais ou menos complicados de utilizar que a máscara de bolso. É preciso ter
treinamento para utilizar o dispositivo bolsa-valva-máscara e cada uma das
vias aéreas avançadas de modo seguro e eficaz.

Dicas para • Insira uma cânula orofaríngea o quanto antes, se o paciente não tiver reflexo
Realizar de tosse ou de vômito, para ajudar a manter a via aérea.
Ventilação • Não existe um volume corrente específico recomendado para adultos.
com Bolsa- Ao invés disso, o volume corrente deve ser suficiente para produzir uma
Valva-Máscara elevação visível do tórax.
• Muitos profissionais de saúde não podem criar uma vedação hermética
entre a máscara e a face usando apenas uma mão. A mão que segura a
máscara deve realizar as 2 tarefas simultaneamente: realizar a inclinação
da cabeça e pressionar a máscara contra a face, enquanto eleva o queixo.
Realize e mantenha a inclinação da cabeça e depois use os dedos polegar
e indicador para formar um “C”, pressionando os bordos da máscara contra
a face da vítima. Depois, use os demais dedos para elevar o ângulo da
mandíbula e abrir a via aérea (Figura 4A).

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• Por essas razões, muitos especialistas recomendam que 2 profissionais de
saúde experientes e bem treinados trabalhem juntos durante a ventilação
com bolsa-valva-máscara. Um profissional de saúde deve manter a más-
cara com 2 mãos, criando uma vedação hermética entre a máscara e a
face, enquanto eleva o queixo do paciente. O outro comprime a bolsa lenta
e suavemente por 1 segundo por ventilação (Figura 4B).
• Esses problemas com vedação e volume não ocorrem quando o dispositi-
vo bolsa-valva-máscara é fixado à extremidade de uma via aérea avançada
(p. ex., tubo endotraqueal, combitubo, ou ML).

B
Figura 4. A, Técnica do clamp E–C boca-a-máscara para a manutenção da máscara, enquanto
eleva a mandíbula. Posicione-se próximo da cabeça do paciente. Circule o polegar e o dedo in-
dicador ao redor da parte superior da máscara (formando uma letra “C”) enquanto usa o terceiro,
quarto e quinto dedos (formando a letra “E”) para elevar o queixo. B, Uso de bolsa-valva-máscara
por 2 profissionais de saúde. Aquele que estiver próximo da cabeça da vitima inclina a cabeça do
paciente e veda a máscara contra a face, com o polegar e o indicador de cada mão criando uma
letra “C”, para fornecer uma vedação hermética ao redor dos bordos da máscara. Os 3 dedos
restantes (formando a letra “E”) levantam a mandíbula da vítima (isso mantém a via aérea aberta).
O segundo profissional de saúde comprime a bolsa lentamente (por 1 segundo), até que haja
elevação do tórax. Ambos devem observar a elevação do tórax.

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Ventilação Quando o paciente tem uma via aérea avançada assegurada durante a RCP,
com Via Aérea 2 profissionais de saúde não mais aplicarão ciclos de RCP (isto é, compres-
Avançada e sões interrompidas por pausas para ventilação).
Compressões
Torácicas • As compressões torácicas são aplicadas à freqüência de 100 por minuto.
• O profissional de saúde que aplica as ventilações realiza 1 ventilação a
cada 6 a 8 segundos (8 a 10 por minuto).
• Os profissionais de saúde devem revezar funções a cada 2 minutos para
evitar a fadiga daquele que realiza as compressões e a deterioração da
qualidade e velocidade de aplicação das compressões torácicas.
• Minimize as interrupções nas compressões torácicas.
• Evite a ventilação excessiva (muitas ventilações ou ventilações com volu-
me excessivo).

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Parte 2 — Manejo da Via Aérea Avançada

Acessórios de Vias Aéreas Avançadas: Combitubo

Resumo O combitubo (Figura 5) é uma via aérea avançada que é uma alternativa
aceitável ao uso de um tubo endotraqueal. O combitubo é um dispositivo
de via aérea invasivo, com 2 cuffs de balão infláveis. É inserido sem a
visualização das cordas vocais. O tubo tem maior probabilidade de penetrar
no esôfago que na traquéia. Quando o tubo realmente penetra no esôfago,
ocorre a ventilação através das aberturas laterais adjacentes às cordas
vocais e a traquéia. Se o tubo penetra na traquéia, a ventilação ainda pode
ocorrer por uma abertura na extremidade do tubo.

Os estudos demonstram que profissionais de saúde com todos os níveis


de experiência são capazes de inserir o combitubo e de aplicar ventilação
comparável àquela da intubação endotraqueal. As vantagens do combitubo
estão principalmente relacionadas à facilidade de treinamento. Contudo,
somente profissionais de saúde treinados e experientes no uso do combitubo
devem colocar o dispositivo, pois pode ocorrer complicações fatais.

A = obturador esofágico, ventilação na traquéia através das


aberturas laterais = B
C = tubo endotraqueal; ventilação através da abertura distal se a
extremidade proximal estiver inserida na traquéia
D = cuff faríngeo: insuflado através do cateter = E
F = cuff esofágico/traqueal; insuflado através do cateter = G
H = marca dos dentes; combitubo inserido às cegas até a marca
alcançar o nível dos dentes

Figura 5. Combitubo esofagotraqueal.

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A = obturador esofágico; ventilação na traquéia
através das aberturas laterais = B
D = cuff faríngeo (insuflado)
F = cuff esofágico/traqueal insuflado
H = marcas dos dentes, insira até as linhas de
marcação no nível dos dentes

Figura 6. Combitubo esofagotraqueal inserido no esôfago.

Colocação do Os passos para a colocação do combitubo às cegas são:


Combitubo
Passo Ação
1 Preparo do equipamento: Cheque a integridade de ambos os cuffs, de acordo com
as instruções do fabricante e lubrifique o tubo.
2 Preparo do paciente: Forneça oxigenação e ventilação, faça a sedação quando as
condições clínicas indicarem a necessidade e posicione o paciente. Verifique se há
as seguintes contra-indicações para a inserção do combitubo (de acordo com as
instruções do fabricante):

• Menos de 16 anos ou altura inferior às recomendadas pelo fabricante para adul-


tos ou adultos muito pequenos.
• Presença de reflexo de vômitos
• Doença esofágica conhecida ou suspeita
• Ingestão de substâncias cáusticas
3 Técnica de inserção:
• Segure o dispositivo com os cuffs desinflados, de forma que a curvatura do tubo
esteja adaptada à curvatura da faringe.
• Eleve a mandíbula e insira o tubo suavemente, até que as linhas pretas do tubo
(Figura 5 H) estejam colocadas entre os dentes do paciente (não force e não tente
realizar a inserção por mais de 30 segundos).
• Insufle o cuff proximal/faríngeo (azul) com 100 ml de ar (insufle com 85 ml para o
combitubo menor). Depois, insufle o cuff distal (branco ou transparente) com 15
ml de ar (insufle com 12 ml para o combitubo menor).

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Passo Ação
4 Confirme a localização do tubo e selecione a via para ventilação. Para selecionar a
via adequada para usar com a ventilação, você deve saber onde a ponta do tubo
está localizada. A ponta do tubo pode estar situada no esôfago ou na traquéia.

• Posicionamento esofágico: Os sons respiratórios devem estar presentes bilateral-


mente, sem sons epigástricos. Fornecer ventilação através da via azul (proximal/
faríngea). Esta ação fornece ventilação através dos orifícios laterais ou faríngeos,
situados entre os 2 cuffs, e o ar penetrará na traquéia. Como a ponta do tubo
está situada no esôfago, não use o tubo distal (branco ou transparente) para a
ventilação. O cuff distal também estará situado no esôfago; a insuflação desse
cuff impede que as ventilações que você aplica através do tubo faríngeo pene-
trem no esôfago.
• Posicionamento endotraqueal: Os sons respiratórios estão ausentes e os sons
epigástricos estão presentes quando você tenta fornecer ventilação através da
via azul (proximal/faríngea). Pare imediatamente de fornecer ventilações através
da via azul e forneça através da via distal (branca ou transparente), que se abre
na extremidade do tubo na traquéia. Com o posicionamento endotraqueal do
tubo, o cuff distal realiza a mesma função que o cuff no tubo endotraqueal. A
detecção do CO2 expirado (através da via de ventilação branca ou transparente)
deve ser usada para confirmar o posicionamento, principalmente se o paciente
tiver uma perfusão adequada.
• Posicionamento desconhecido: Tanto os sons respiratórios quanto os sons
epigástricos estão ausentes. Desinsufle ambos os cuffs e retire o tubo lentamen-
te, reinsuflando o cuff azul e depois reinsuflando o cuff branco (ou transparente)
(veja os passos acima). Caso os sons respiratórios e epigástricos ainda estejam
ausentes, remova o tubo.
5 Insira um abridor de boca, forneça ventilação e continue a monitorizar as condições
do paciente e o posicionamento do combitubo. Um abridor de boca reduz a possi-
bilidade de obstrução da via aérea e de lesão do tubo. Mantenha o abridor de boca
em posição até a remoção do combitubo.

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Acessórios de Vias Aéreas Avançadas: Via Aérea com Máscara
Laríngea

Resumo A ML (Figura 7) é um dispositivo de via aérea avançado, considerado uma


alternativa aceitável para o tubo endotraqueal. A ML é composta de um tubo
com uma projeção semelhante a uma máscara, com cuff na extremidade do
tubo.

Figura 7. Máscara laríngea (ML).

Inserção da Os passos para inserção às cegas da ML (Figura 8) são:


Máscara
Laríngea Passo Ação
1 Preparo do equipamento: Checar a integridade da máscara e do tubo, de acordo
com as instruções do fabricante. Lubrificar somente a superfície posterior do cuff,
para evitar o bloqueio da abertura da via aérea.
2 Preparo do paciente: Fornecer oxigenação e ventilação, sedar quando indicado
e posicionar o paciente. Note que o uso da ML apresenta risco de regurgitação e
aspiração em pacientes não responsivos. Você deve ponderar os riscos e os benefí-
cios do estabelecimento de uma via aérea, usando este dispositivo específico.
3 Técnica de inserção (Figura 8):

• Coloque a ML na faringe e introduza-a às cegas, até sentir resistência. A resistên-


cia indica que a extremidade distal do tubo alcançou a hipofaringe.
• Insufle o cuff da máscara. A insuflação do cuff empurra a máscara contra a aber-
tura traqueal, permitindo que o ar flua através do tubo em direção à traquéia.
• A ventilação através do tubo é feita para a abertura no centro da máscara e a
traquéia.
• Para evitar traumatismos, não use força excessiva em qualquer momento durante
a inserção da ML.
• Nunca superinsufle o cuff após sua insuflação. A pressão intracuff excessiva
pode resultar em mal posicionamento do dispositivo ou causar lesão faringolarín-
gea (p. ex., dor de garganta, disfagia ou lesão nervosa).

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Passo Ação
4 Insira o abridor de boca, forneça ventilação e continue a monitorizar as condições
do paciente e o posicionamento da ML. Um abridor de boca reduz a possibilida-
de de obstrução da via aérea e de lesão do tubo. Mantenha o abridor de boca em
posição até a remoção da ML.

Figura 8. Inserção da máscara laríngea (ML).

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Intubação Endotraqueal

Resumo O posicionamento do tubo endotraqueal fornece um manejo da via aérea


avançada. O tubo endotraqueal:
• Mantém a via aérea patente
• Permite fornecer altas concentrações de oxigênio
• Facilita o fornecimento de um volume corrente final para manter uma insu-
flação adequada do pulmão
• Pode proteger a via aérea da aspiração do conteúdo gástrico ou de outras
substâncias na boca, faringe ou via aérea superior
• Permite uma aspiração eficaz da traquéia
• Promove uma via alternativa para a administração das medicações de res-
suscitação, quando o acesso intravenoso (IV) ou intra-ósseo (IO) não pode
ser obtido. Essas medicações são atropina, vasopressina, epinefrina e lido-
caína. Contudo, note que o fornecimento de medicamentos e os efeitos da
farmacoterapia após a administração endotraqueal são menos previsíveis
que os observados quando os medicamentos são aplicados pela via IV/IO.

O combitubo e a ML são atualmente considerados alternativas aceitáveis ao


tubo endotraqueal para o manejo da via aérea avançada.
Um mal posicionamento de um tubo endotraqueal pode resultar em compli-
cações graves e até mesmo fatais. Por isso, somente profissionais de saú-
de experientes e habilitados devem realizar a intubação endotraqueal. Na
maioria dos estados (EUA), os atos de prática médica especificam o nível da
equipe que pode realizar este procedimento. Por razões clínicas, a intubação
deve ser restrita aos profissionais de saúde que preencham os seguintes
requisitos:
• São bem treinados.
• Realizam intubação freqüentemente.
• Recebem treinamento freqüente de reciclagem nessa habilidade.
• O posicionamento do tubo endotraqueal é incluído no âmbito da prática
definido por regulamentação governamental.
e
• Participam em processos de melhora continuada da qualidade para detec-
tar a incidência de complicações e minimizá-las.
O posicionamento de um tubo endotraqueal é uma parte importante da ten-
tativa de ressuscitação. Contudo, é uma prioridade menos importante que o
fornecimento de compressões torácicas contínuas, de alta qualidade e com
poucas interrupções, fornecendo desfibrilação quando necessário e estable-
cendo a via IV/IO.

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Técnica da Muitos profissionais de saúde de SAVC não realizam intubação, devido
Intubação às restrições profissionais citadas acima. Contudo, todos os membros da
Endotraqueal equipe de ressuscitação devem compreender o conceito de intubação en-
dotraqueal e os passos envolvidos no procedimento. Os membros da equipe
podem ajudar na intubação endotraqueal e devem saber como integrar as
compressões e as ventilações quando um tubo endotraqueal está em po-
sição.
Este conhecimento é freqüentemente mais importante que saber realizar o
procedimento propriamente dito.

Todos os profissionais de saúde de SAVC devem compreender o seguinte:


• Quando intubar
• Como confirmar o posicionamento adequado do tubo
• Como integrar as compressões torácicas e as ventilações
• Como evitar e reconhecer o deslocamento do tubo
• Como verificar e monitorizar uma oxigenação e ventilação eficaz

Indicações • Parada cardíaca, quando a ventilação com bolsa-valva-máscara não é


para Intubação possível ou eficaz.
Endotraqueal • Paciente responsivo, em caso de comprometimento respiratório que não
seja capaz de oxigenar adequadamente, apesar de medidas ventilatórias
não invasivas
• O paciente não é capaz de proteger a via aérea (ou seja, coma, arreflexia
ou parada cardíaca)

Manobra Durante a intubação endotraqueal em adultos que estejam recebendo RCP,


de Pressão um terceiro profissional de saúde não envolvido na aplicação de compres-
Cricóide sões ou ventilações pode aplicar pressão cricóide (Figura 9). Esta manobra
pode proteger contra a regurgitação do conteúdo gástrico e ajudar a assegu-
rar o posicionamento do tubo no orifício traqueal. Este profissional de saúde
deve manter a pressão cricóide até que o tubo endotraqueal seja colocado,
que o cuff do tubo endotraqueal seja insuflado e que o posicionamento ade-
quado do tubo seja confirmado.

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Figura 9. Pressão cricóide.

Os passos para a manobra de pressão cricóide são:


Passo Ação
1 Localizar a proeminência da cartilagem tireóide (pomo de Adão).
2 Localizar a depressão de tecido mole abaixo da cartilagem tireóide (membrana
cricotireóidea).
3 Localizar a proeminência de tecido duro imediatamente abaixo dessa depressão
(cartilagem cricóide).
4 Aplicar pressão firme, enquanto pressiona com o polegar e o indicador, ao mesmo
tempo em que aplica pressão firme em direção à parte posterior do paciente e um
pouco em direção à cabeça. Esta ação pressiona a traquéia para trás, contra o esôfa-
go, comprimindo-o. A pressão cricóide facilita a intubação, pois comprime o orifício
traqueal em direção ao campo visual da pessoa que está realizando a intubação.
5 Libere a pressão somente quando o posicionamento adequado do tubo for con-
firmado e o cuff estiver insuflado, ou quando instruído a fazer essa liberação pela
pessoa que está realizando a intubação.

Ventilação Durante a parada cardíaca ou respiratória, faça o seguinte:


com um Tubo
• Volume: O volume deve ser suficiente para causar uma elevação visível do
Endotraqueal
tórax.
Assegurado
— Quando estiver praticando esta habilidade, tente compreender qual é a
Durante as
quantidade exata de volume, quando a bolsa de ventilação for comprimida.
Compressões
— Forneça um volume levemente maior para pacientes muito obesos.
Torácicas • Freqüência: Forneça 8 a 10 ventilações por minuto (aproximadamente 1
ventilação a cada 6 a 8 segundos), enquanto aplica ventilação durante a RCP
e 10 a 12 ventilações por minuto (aproximadamente 1 ventilação a cada 5 a
6 segundos), para ventilação sem compressões torácicas (isto é, para parada
respiratória sem parada cardíaca). Cada ventilação deve durar 1 segundo.

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• Ciclos de compressão - ventilação: Quando a via aérea avançada estiver
assegurada, o profissional de saúde que aplica as compressões torácicas
deve realizá-las à freqüência de, pelo menos, 100 por minuto, sem pausas
para ventilação. O profissional de saúde que realiza as compressões deve
trocar de funções a cada 2 minutos.
Assim que o paciente chegar ao hospital, deve ser submetido à uma radio-
grafia de tórax o quanto antes, para determinar a profundidade de inserção
do tubo endotraqueal. Procure detectar o posicionamento incorreto no brôn-
quio principal.

Nunca espere a radiografia de tórax para checar o mal posicionamento do


tubo no esôfago. Você deve detectar a inserção esofágica imediatamente,
checando o posicionamento do tubo logo após sua inserção. Confirme o
posicionamento adequado por exame físico e usando as técnicas de confir-
mação discutidas a seguir (no item Confirmação Clínica e de Dispositivo do
Posicionamento do Tubo Endotraqueal).

Tome cuidado para evitar o aprisionamento de ar nos pacientes com con-


dições associadas a aumento da resistência expiratória, como pacientes
com doença pulmonar obstrutiva crônica grave ou asma. O aprisionamento
de ar pode resultar em um efeito de pressão expiratória final positiva (PEEP),
que pode reduzir significativamente a pressão arterial. Nesses pacientes, use
taxas de ventilação mais lentas para permitir uma expiração mais completa.
Em casos de hipovolemia, restaure o volume intravascular.

Complicações Várias complicações podem ocorrer com a intubação endotraqueal.


da Colocação
Se o tubo endotraqueal for inserido no esôfago, o paciente não receberá ven-
do Tubo
Endotraqueal tilação ou oxigenação, a menos que ainda esteja respirando espontaneamen-
te. Se você ou sua equipe não for capaz de reconhecer a intubação esofági-
ca, o paciente poderá sofrer uma lesão cerebral permanente ou ir a óbito.

Seja cauteloso ao remover e reposicionar um tubo endotraqueal colocado


incorretamente. Use a ventilação bolsa-valva-máscara e depois reintube,
após abordar as prioridades maiores (isto é, compressões torácicas contí-
nuas, desfibrilação, se necessário, e o acesso IV). O tubo endotraqueal ajuda
a reduzir o risco de insuflação gástrica, mas o processo de inserção requer a
interrupção das compressões torácicas e pode produzir complicações adi-
cionais.
Caso um laringoscópio ou tubo não estejam prontamente disponíveis ou se a
tentativa de intubação não foi bem sucedida nos primeiros 30 segundos, vol-
te a aplicar a ventilação com bolsa-valva-máscara. Forneça oxigênio a 100%
e tente a intubação novamente em 20 a 30 segundos.

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Traumatismo A intubação endotraqueal pode causar traumatismo significativo para o pa-
com o Tubo ciente, incluindo:
e Efeitos
• Laceração dos lábios ou língua, por pressão forçada entre a lâmina do
Adversos
laringoscópio e a língua ou bochecha
• Dentes lascados
• Traquéia ou faringe lacerada pela extremidade do estilete ou do tubo endo-
traqueal
• Lesão das cordas vocais
• Perfuração faringe-esofágica
• Vômitos e aspiração do conteúdo gástrico nas vias aéreas inferiores
• Liberação de altos níveis de epinefrina ou norepinefrina, que podem elevar
a pressão arterial, provocar taquicardia ou arritmias

Inserção A inserção do tubo endotraqueal no brônquio principal direito (mais comum)


de Tubo ou no brônquio principal esquerdo é uma complicação freqüente. A intubação
Endotraqueal incorreta ou a intubação não diagnosticada em um brônquio pode resultar em
em Um hipoxemia devido à subinsuflação do pulmão não envolvido.
Brônquio
Para determinar se o tubo endotraqueal foi inserido em um brônquio, aus-
culte os sons respiratórios bilaterais no tórax. Também procure detectar a
expansão simétrica de ambos os lados, durante a ventilação.

Se você suspeitar que o tubo foi inserido no brônquio principal esquerdo ou


direito, faça o seguinte:
• Desinsufle o cuff do tubo.
• Puxe o tubo para fora 1 a 2 cm.
• Confirme o correto posicionamento do tubo.
• Cheque novamente os sinais clínicos do paciente, incluindo a expansão
torácica, os sons respiratórios e evidências de oxigenação.
Você pode solicitar uma radiografia portátil de tórax para checar o posiciona-
mento do tubo endotraqueal. Mas, lembre-se, o reconhecimento desta compli-
cação é uma responsabilidade clínica. Você pode solicitar uma radiografia após
a confirmação clínica para avaliar o correto posicionamento do tubo endotra-
queal e a posição do tubo.

Administração A administração endotraqueal de medicamentos é feita se o acesso IV ou


Endotraqueal IO não puder ser estabelecido. As vias IV e IO são as vias preferíveis para
de Medica- a administração de medicamentos. Os profissionais de saúde usam a regra
mentos para mnemônica NAVEL para lembrar-se de naloxona, atropina, vasopressina, epi-
Ressuscitação nefrina e lidocaína, que são os medicamentos que podem ser administrados
por tubo endotraqueal. Use a via de administração endotraqueal somente se
você não puder obter um acesso IV/IO. Além disso, você deve usar uma dose
aproximadamente 2 a 2,5 vezes maior que a dose para a administração IV/IO.
Misture a dose do medicamento com 5 a 10 ml de solução salina normal ou
com água destilada. (Nota: A absorção de epinefrina e de lidocaína é maior
quando esses medicamentos são diluídos com água destilada, mas a água
pode causar mais efeitos adversos sobre a PaO2.)

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• Como mencionamos acima, as doses de medicações para uso endotra-
queal devem ser consideravelmente mais elevadas que as doses IV – cerca
de 2 a 2,5 vezes a dose IV. Por exemplo, a dose de epinefrina recomenda-
da para administração via endotraqueal é de pelo menos 2 a 2,5 mg.
• Depois de administar a medicação através do tubo endotraqueal, realize 1 a 2
ventilações adequadas para facilitar a deposição do fármaco nas vias aéreas.
• Quando quantidades iguais de um mesmo medicamento são administra-
das pelas vias IV e endotraqueal, a concentração sérica dos medicamentos
administrados via endotraqueal é muito mais baixa que a dos medicamen-
tos administrados por via IV.

Confirmação Confirme o posicionamento do tubo imediatamente, avaliando a primeira ven-


do Posiciona- tilação aplicada com bolsa-valva-máscara. Esta avaliação não deve requerer
mento do Tubo a interrupção das compressões torácicas. Nenhuma técnica de confirmação
Endotraqueal: única, incluindo sinais clínicos ou a presença de vapor de água no tubo ou no
Exame Físico dispositivo, é completamente confiável, principalmente quando houver uma
parada cardíaca. Por isso, a AHA recomenda fazer uma avaliação clínica e no
dispositivo para confirmar o correto posicionamento do tubo. O ideal é utilizar
um dispositivo de detecção de CO2, para permitir detectar o CO2 expirado.
Quando a bolsa é comprimida, procure auscultar sobre o epigástrio e obser-
var a movimentação da parede torácica. Se você escutar um borbulhamento
gástrico e não observar expansão da parede torácica, a intubação foi feita no
esôfago. Pare de aplicar as ventilações. Remova o tubo endotraqueal imedia-
tamente. E, então:
• Reinicie imediatamente as compressões torácicas, caso a RCP esteja sen-
do realizada.
• Reinicie a ventilação com bolsa-valva-máscara ou considere a possibilida-
de de usar uma via aérea avançada alternativa.
• Somente tente a intubação novamente após ter reoxigenado o paciente
(aproximadamente 30 segundos de ventilações com bolsa-valva-máscara,
usando oxigênio a 100%).
• Se a parede torácica se elevar adequadamente e o borbulhamento gás-
trico não for ouvido após a intubação, proceda à ausculta dos campos
pulmonares com uma ausculta em 5 pontos: sobre o estômago, os campos
pulmonares anteriores esquerdo e direito e os campos pulmonares médio
axilares esquerdo e direito. Documente a localização dos sons respirató-
rios no prontuário médico do paciente. Caso você tenha qualquer dúvida,
suspenda a aplicação de ventilações pelo tubo.
• Se ainda houver dúvidas sobre o correto posicionamento do tubo, use o
laringoscópio para observar se o tubo está passando através das cordas
vocais.
• Caso o tubo pareça estar em posição, confirme novamente a marca do
tubo nos dentes anteriores (notada previamente, após inserir o tubo 1 a 2
cm depois das cordas vocais).
• Fixe o tubo com um dispositivo comercial apropriado ou com fita adesiva.
• Depois de fixar o tubo, introduza um abridor de boca, caso o dispositivo
comercial usado para segurar o tubo em posição não impeça o paciente
de morder e ocluir a via aérea.

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Confirmação As Diretrizes AHA para RCP e ACE de 2005 recomendam a confirmação do
do Posiciona- posicionamento do tubo endotraqueal tanto por avaliação clínica quanto
mento do Tubo por um dispositivo específico. A fixação do dispositivo à bolsa antes desta
Endotraqueal: ser unida ao tubo aumenta a eficácia e reduz o tempo de interrupção das
Dispositivos compressões.
Qualitativos e
Quantitativos Os profissionais de saúde sempre devem usar tanto a avaliação clínica
quanto um dispositivo para confirmar a localização do tubo endotraqueal
imediatamente após o posicionamento, e cada vez que o paciente for
movimentado. A avaliação detalhada das tentativas de intubação fora do
hospital concluíram que os tubos endotraqueais são (1) muito mais difíceis
de serem colocados adequadamente nestas condições e (2) altamente
susceptíveis ao mal posicionamento e ao deslocamento. O treinamento
adequado, a supervisão, a experiência clínica freqüente e um processo de
melhora da qualidade são fundamentais para realizar uma intubação bem
sucedida.

Há vários dispositivos eletrônicos e mecânicos disponíveis para uso dentro


e fora do hospital. Existem vários modelos de detectores de CO2 expirado
(qualitativo, quantitativo e contínuo) e de dispositivos detectores esofágicos.
Esses dispositivos variam desde simples e baratos até complexos e caros.

Detectores de Diversos dispositivos comerciais podem reagir ao CO2 expirado dos pulmões,
CO2 Expirado geralmente com uma mudança da cor. Esse sistema simples pode ser usado
(Qualitativos) como um método inicial para confirmar o posicionamento correto do tubo,
mesmo em pacientes em parada cardíaca (Figura 10). O dispositivo de
detecção qualitativo que demonstra a presença do CO2 expirado indica o
posicionamento adequado do tubo endotraqueal. A ausência de resposta ao
CO2 pelo detector (isto é, os resultados são negativos para o CO2) geralmente
significa que o tubo está no esôfago, principalmente em pacientes com
circulação espontânea.

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A

B
Figura 10. Confirmação do posicionamento do tubo endotraqueal. A, Indicador colorimétrico
da presença de dióxido de carbono expirado: a cor púrpura indica falta de dióxido de carbono
– provavelmente o tubo está colocado no esôfago. B, Indicador colorimétrico de dióxido de
carbono expirado: a cor amarela indica a presença de dióxido de carbono e tubo localizado
na via aérea. Note que a detecção do dióxido de carbono não pode assegurar a profundidade
adequada da inserção do tubo. O tubo deve ser mantido em posição e depois fixado, após a
verificação de seu posicionamento correto.

CO2 não detectado, mas o tubo está na traquéia: O tubo está realmente na
traquéia, mas uma leitura negativa para CO2 leva à remoção desnecessária
do tubo. Essas leituras negativas mais comumente ocorrem porque a pro-
dução de CO2 expirado é mínima em casos de parada cardíaca. As com-
pressões torácicas durante a RCP produzem um fluxo sangüíneo para os
pulmões estimado em 20% a 33% do normal; portanto, há pouca ou quase
nenhuma expiração de CO2. As leituras negativas também ocorrem em pa-
cientes com uma grande quantidade de espaço morto (ou seja, uma embolia
pulmonar significativa).

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CO2 detectado, mas o tubo está no esôfago. O tubo está situado no esôfago,
contudo, detectou-se CO2, levando à uma intubação esofágica prolongada.
Essas leituras positivas já foram relatadas em animais experimentais que
haviam ingerido grandes quantidades de líquidos carbonatados antes da pa-
rada. Isso resulta em liberação de CO2 do estômago em direção ao esôfago
durante a RCP. Para evitar esse problema, os fabricantes sugerem avaliar as
leituras do detector de CO2 após fornecer cerca de 5 a 6 ventilações.

Monitores O monitor quantitativo de CO2 expirado é um dispositivo de confirmação


Quantitativos manual. Este dispositivo é um capnômetro. Ele fornece uma leitura quanti-
de CO2 tativa única da concentração de CO2 em um determinado ponto no tempo.
Expirado O capnógrafo fornece uma amostra contínua do nível de CO2, à medida que
esse gás varia em todo o ciclo da ventilação.

Esses monitores podem confirmar o posicionamento correto do tubo endo-


traqueal em segundos após uma tentativa de intubação. Eles também podem
detectar a deterioração do paciente associada ao declínio das condições
clínicas ou ao deslocamento do tubo endotraqueal. O deslocamento é um
evento adverso perigosamento comum durante o transporte externo de um
paciente.

Detectores Os detectores esofágicos (Figura 11) aplicam uma força de aspiração à


Esofágicos extremidade inserida do tubo endotraqueal. A força de aspiração é criada
quando você puxa o êmbolo de uma seringa calibrosa (60 a 100 ml) para trás
ou comprime completamente um bulbo de aspiração flexível. Uma vez com-
primido, o bulbo é fixado com firmeza à extremidade do tubo que sai da boca
e depois liberado. Se a ponta do tubo estiver situada no esôfago, a aspiração
puxará a mucosa esofágica contra a ponta do tubo, impedindo a movimen-
tação do êmbolo ou a reexpansão do bulbo de aspiração. Nesse caso, não
haverá expansão ou haverá uma reexpansão muito lenta.

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Figura 11. Detector esofágico: técnica do bulbo de aspiração. Segure o tubo em posição, até
confirmar que ele está na posição correta e depois fixe-o.

Diferentemente do detector de CO2 expirado, o detector esofágico não de-


pende do fluxo de sangue. Contudo, embora o dispositivo geralmente seja
sensível para detectar o posicionamento do tubo endotraqueal no esôfago,
ele não é específico para o posicionamento do tubo endotraqueal na tra-
quéia. Além disso, ele pode levar a resultados enganosos em pacientes com
obesidade mórbida, gravidez em estágio final ou com estado de mal asmáti-
co. Não existem evidências de que o detector esofágico seja um dispositivo
preciso para a monitorização contínua do posicionamento do tubo endotra-
queal. Por essas razões, o detector esofágico deve ser considerado um dos
vários métodos para confirmação do posicionamento do tubo endotraqueal.

Os resultados sugerem que o tubo não está no esôfago, quando ele efeti-
vamente está no esôfago. Existem várias maneiras pelas quais o detector
esofágico pode sugerir que o tubo esté na traquéia (aspiração não mantida
no bulbo), quando o tubo realmente está no esôfago. O detector esofágico
indica que o tubo está na traquéia por rápida reexpansão do bulbo de aspi-
ração. Mas as ventilações ou a RCP prévias com bolsa-valva-máscara, po-
dem preencher o estômago ou o esôfago com ar, fazendo com que o bulbo
se expanda novamente ou o êmbolo seja puxado. O profissional de saúde
desavisado, pensando que o tubo está na traquéia, pode deixá-lo no esôfa-
go, cometendo um erro potencialmente fatal.
Consulte a Tabela 2 para uma comparação do desempenho qualitativo de
detector esofágico e do dispositivo de CO2 expirado, em termos de respostas
corretas e das causas mais comuns dos resultados enganosos.

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Causas de A Tabela 2 enumera as possíveis causas de resultados enganosos usando
Resultados detectores de CO2 expirado e detectores esofágicos para confirmar o correto
Enganosos posicionamento do tubo endotraqueal. As colunas (verticais) indicam a leitura
pelos e a localização real do tubo endotraqueal. As linhas (horizontais) indicam os
Detectores de
resultados esperados usando (A) um detector de CO2 expirado colorimétri-
CO2 Expirado
e Esofágicos co ou (B) um detector esofágico do tipo bulbo. Com ambos os dispositivos,
considere que o profissional de saúde fez um esforço de intubação conscien-
cioso e que o tubo endotraqueal esteja na traquéia.

Tabela 2. Motivos para Resultados Enganosos Usando o Detector de CO2


Expirado e um Detector Esofágico.

A. Detector de CO2 Expirado Colorimétrico


Leitura Localização Real do Tubo Localização Real do Tubo
Endotraqueal: Traquéia Endotraqueal: Esôfago
(ou Hipofaringe)
Detecção de Dióxido Tubo endotraqueal na Razões para a aparente de-
de Carbono traquéia tecção de CO2, apesar do tubo
Continuar a aplicar ventilações. estar localizado no esôfago
Alteração da cor (ou
conforme especificado Causas: Distensão gástrica,
pelo fabricante) ingestão recente de bebidas
(positivo = CO2 carbonatadas, fontes não pulmo-
presente) nares de CO2
Conseqüências: Intubação
esofágica não reconhecida pode
levar à morte por iatrogenia
CO2 Não Detectado Ausência de detecção de Ausência de detecção de CO2
CO2 com o tubo situado na e o tubo não está situado na
Ausência de alteração
traquéia traquéia (isto é, tubo situado
da cor (ou conforme
no esôfago)
especificado pelo Causas: Estado de fluxo
fabricante) (negativo = sangüíneo baixo ou ausente (p. Causas: Os profissionais de saú-
ausência de CO2) ex., parada cardíaca); qualquer de colocaram o TET no esôfago/
parada cardíaca com RCP hipofaringe. Ocorreu um evento
ausente, prolongada ou de má adverso potencialmente fatal.
qualidade.
Conseqüências: O profissio-
Conseqüências: Leva à re- nal de saúde reconhece que o
moção desnecessária de um tubo endotraqueal não está na
tubo endotraqueal colocado traquéia; é adequadamente e
adequadamente. As tentativas rapidamente identificado; o tubo
de reintubação aumentam as é removido imediatamente; o
chances de outras conseqüên- paciente é reintubado.
cias adversas.

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B. Detector Esofágico
Leitura Localização Real do Tubo Localização Real do Tubo
Endotraqueal: Esôfago Endotraqueal: Traquéia
Compatível Com Tubo O dispositivo sugere que o O dispositivo sugere que o
no Esôfago tubo está localizado no esôfa- tubo está no esôfago, quando,
go, quando está localizado no na verdade, está situado na
O bulbo não é preen-
esôfago traquéia
chido novamente ou é
preenchido lentamente Causas: O profissional de Causas: Secreções traqueais
(> 5 segundos × 2), ou saúde posicionou o tubo no (muco, conteúdo gástrico, ede-
a seringa não pode ser esôfago/hipofaringe. Ocorreu ma pulmonar agudo); inserção
aspirada, sugerindo um evento potencialmente fatal. no brônquio principal direito;
que a ponta do tubo traquéia compressível (obesida-
Conseqüências: O profissional
endotraqueal esteja no de mórbida, últimos estágios da
de saúde reconhece correta-
esôfago gravidez).
mente que o tubo endotraqueal
está no esôfago; o tubo endo- Conseqüências: Leva à re-
traqueal é removido imediata- moção desnecessária de um
mente; o paciente é reintubado. tubo endotraqueal colocado
adequadamente. As tentativas
de reintubação aumentam as
chances de outras conseqüên-
cias adversas.
Compatível Com Um Os resultados sugerem que Os resultados sugerem que
Tubo na Traquéia o tubo NÃO está situado no o tubo NÃO está situado no
esôfago (isto é, ele está na esôfago (isto é, ele está na
O bulbo é preenchido
traquéia) quando, na verdade, traquéia) e, de fato, ele ESTÁ
imediatamente ou
ele ESTÁ no esôfago na traquéia.
a seringa pode ser
aspirada, sugestivo Causas: O detector esofágico indica que
de que o tubo o tubo endotraqueal está na
• Condições que aumentam
endotraqueal esteja na traquéia.
a expansão pulmonar (p.
traquéia
ex., DPOC, estado de mal Continue a aplicar as venti-
asmático). lações.
• Condições que preenchem
o estômago com ar (p. ex.,
história recente de ventilação
bolsa-a-máscara, ventilação
boca-a-máscara ou boca-a-
boca).
• Condições que causam
tono insuficiente no esfíncter
esofágico ou aumento da
pressão gástrica (gravidez em
fase terminal).

Conseqüências: A intubação
esofágica não reconhecida
pode levar à morte.

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Ritmos Principais em SAVC

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Parte 1— Reconhecimento dos Principais Ritmos
de Parada ao ECG

Aspectos A Figura 12 mostra a anatomia do sistema de condução cardíaca e sua


Básicos relação com o ciclo cardíaco ao ECG.

Feixe de Bachmann
Nó sinusal

Vias
internodais Ramo
esquerdo
Nó AV
Divisão posterior
Feixe de His
Divisão anterior

Fibras de Purkinje
Ramo direito

Período
refratário
relativo

Período
A refratário
absoluto

NAV

Repolarização
ventricular

Intervalo QT
Despolarização
ventricular

Figura 12. Anatomia do sistema de condução cardíaca: relação com o ciclo cardíaco ao ECG. A, Coração: anatomia
do sistema de condução. B, Relação do ciclo cardíaco com anatomia do sistema de condução.

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Ritmos de Os ritmos ao ECG para pacientes que estão em parada cardíaca são:
Parada
• Fibrilação ventricular (FV)/taquicardia ventricular (TV) sem pulso
Cardíaca
• Atividade elétrica sem pulso (AESP)
• Assistolia
Esses ritmos ao ECG estão ilustrados abaixo:

Fibrilação Ventricular (Figura 13)


Fisiopatologia • Os ventrículos consistem de áreas de miocárdio normal, alternando com áreas de miocár-
dio isquêmico, lesado ou infartado, levando a um padrão assíncrono caótico de despola-
rização e de repolarização ventricular. Sem uma despolarização ventricular organizada, os
ventrículos não podem contrair-se como uma unidade e não produzem um débito cardía-
co. O coração irá “tremular” e não bombeia sangue.
Critérios de • Freqüência/Complexo QRS: incapaz de determinar; não existem ondas P ou complexos
Definição pelo QRS ou T reconhecíveis. As ondulações basais ocorrem entre 150 e 500 por minuto.
ECG • Ritmo: indeterminado, padrão de deflexões agudas superiores (picos) e inferiores (depres-
sões)
• Amplitude: medida entre o pico até a depressão; freqüentemente usada subjetivamente
para descrever a FV como fina (pico até depressão 2 a < 5 mm), média ou moderada (5 a <
10 mm), grave (10 a <15 mm), ou muito grave (> 15 mm)

Manifestações • O pulso desaparece com o início da FV (o pulso pode desaparecer antes do início da FV
Clínicas se um precursor comum para FV, TV rápida, desenvolver-se antes para FV)
• Colapso, falta de resposta
• Respiração agônica
• Início da morte irreversível

Etiologias • Síndromes coronarianas agudas levam à formação de áreas isquêmicas do miocárdio


Comuns • TV estável para instável, não tratada
• Complexos ventriculares prematuros (CVPs) com fenômeno de R sobre T
• Drogas múltiplas, anormalidades dos eletrólitos ou do equilíbrio ácido-base que prolongam
o período refratário relativo
• Prolongamento QT primário ou secundário
• Eletrocução, hipóxia, muitas outras

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A

B
Figura 13. A, Fibrilação ventricular grave. Note os formatos de onda de alta amplitude, que
variam em tamanho, formato e ritmo, representando uma atividade elétrica ventricular caótica.
Os critérios ao ECG para FV são os seguintes:
(1) Complexos QRS: complexos QRS de aparência normal não são reconhecíveis; um padrão
regular “negativo – positivo – negativo” (Q-R-S) não pode ser observado.
(2) Freqüência: incontável; as deflexões elétricas são muito rápidas e muito desorganizadas
para serem contadas.
(3) Ritmo: nenhum padrão regular de ritmo pode ser discernido; os formatos de onda elétrica
variam em tamanho e formato; o padrão é completamente desorganizado.
B, Fibrilação ventricular fina. Em comparação com a Figura 13A, a amplitude da atividade elé-
trica é muito reduzida. Note a ausência completa de complexos QRS. Em termos de eletrofisio-
logia, prognóstico e da resposta clínica provável para uma tentativa de desfibrilação, agentes
adrenérgicos ou antiarrítmicos e esse padrão de ritmo pode ser difícil de distinguir da assistolia.

AESP
Fisiopatologia • Os impulsos de condução cardíaca ocorrem em um padrão organizado, mas não pro-
duzem contração miocárdica (esta condição era anteriormente denominada dissociação
eletromecânica); ou enchimento ventricular suficiente durante a diástole; ou contrações
não eficazes
Critérios de • O ritmo apresenta atividade elétrica organizada (não FV/TV sem pulso)
Definição pelo • Geralmente não tão organizada quanto o ritmo sinusal normal
ECG • Pode ser estreito (QRS < 0,10 mseg) ou largo (QRS > 0,12 mseg); rápido (> 100 por minu-
to) ou lento (< 60 por minuto)
• Pode ser estreito (etiologia não cardíaca) ou largo (freqüentemente etiologia cardíaca) e
pode ser lento (etiologia cardíaca) ou rápido (freqüentemente de etiologia não cardíaca)
Manifestações • Colapso, paciente não responsivo
Clínicas • Respiração agônica ou apnéia
• Ausência de pulso detectável à palpação (pressão arterial sistólica muito baixa pode ainda
estar presente nesses casos, denominados pseudo-AESP)

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Etiologias Use a regra mnemônica dos Hs e dos Ts para lembrar-se das possíveis causas de AESP:
Comuns
• Hipovolemia
• Hipóxia
• Hidrogênio (acidose)
• Hipo-/hiperpotassemia
• Hipoglicemia
• Hipotermia
• Toxinas (“comprimidos” isto é, overdose de drogas, ingestão)
• Tamponamento cardíaco
• Tensão no tórax (pneumotórax hipertensivo)
• Trombose, coronária ou pulmonar (embolia)
• Trauma

Assistolia (Figura 14)


Critérios de • Freqüência: não se observa atividade ventricular ou ≤ 6 complexos por minuto; a chamada
Definição pelo “assistolia da onda P” ocorre somente com impulsos atriais presentes (ondas P)
ECG • Ritmo: nenhuma atividade ventricular é observada ou ≤ 6 complexos por minuto
Classicamente, • PR: não pode ser determinada; ocasionalmente, observa-se onda P, mas, por definição, a
a assistolia onda R deve estar ausente
apresenta-se • Complexo QRS: ausência de deflexões observadas que sejam compatíveis com um com-
como uma “linha plexo QRS
reta”; os critérios
de definição são
virtualmente
inexistentes

Manifestações • Pode ter respiração agônica (precoce); com ausência de resposta


Clínicas • Ausência de pulso ou pressão arterial
• Parada cardíaca
Etiologias • Fim da vida (morte)
Freqüentes • Isquemia/hipóxia por muitas causas
• Insuficiência respiratória aguda (falta de oxigênio, apnéia, asfixia)
• Choque elétrico maciço (p. ex., eletrocussão, descarga elétrica)
• Pode representar “atordoamento” do coração imediatamente após a desfibrilação (apli-
cação do choque que elimina a FV), antes do reinício de um ritmo espontâneo

Figura 14. O “ritmo” da assistolia ventricular. O paciente está sem pulso e não responsivo.
Observe os complexos similares a 2 QRS no início desta análise do ritmo. Esses complexos
representam uma atividade elétrica mínima, provavelmente batimentos com escape ventricular.
Este padrão representa atividade elétrica sem pulso? Note a secção longa em que a atividade
elétrica está completamente ausente. Este paciente está em assistolia neste momento.

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Parte 2 — Reconhecimento dos Principais Ritmos
de Não Parada ao ECG

Reconhecimento das Taquiarritmias Supraventriculares

Taquicardia Sinusal (Figura 15)


Fisiopatologia • Nenhuma – é mais um sinal físico que uma arritmia ou uma condição patológica
• Formação e condução normal do impulso
Critérios de • Freqüência: > 100 por minuto
Definição e • Ritmo: sinusal
Características • Intervalo PR: geralmente < 0,20 segundos
ao ECG • P para cada Complexo QRS
• Complexo QRS: normal
Manifestações • Nenhum critério específico para taquicardia
Clínicas • Os sintomas podem estar presentes devido à causa da taquicardia (febre, hipovolemia, etc)
Etiologias • Exercício normal
Comuns • Febre
• Hipovolemia
• Estimulação adrenérgica, ansiedade
• Hipertireoidismo

Figura 15. Taquicardia sinusal.

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Fibrilação Atrial (Figura 16) e Flutter Atrial (Figura 17)
Fisiopatologia • Impulsos atriais mais rápidos que os impulsos sinoatriais (nó SA)
• Fibrilação atrial: os impulsos assumem múltiplas vias, caóticas e aleatórias, através do
átrio
• Flutter atrial: os impulsos assumem um curso circular ao redor dos átrios, criando ondas
de flutter
Fibrilação Atrial Flutter Atrial
Critérios de Defi- Freqüência • Resposta ventricular de variação • Freqüência atrial 220 a 350 por
nição e Caracte- ampla à freqüência atrial minuto
rísticas ao ECG • Pode ser normal ou lenta, se a • A resposta ventricular é uma função
(Diferenciação condução do nó AV for anormal do bloqueio do nó AV ou da con-
entre a fibrilação (p. ex., “síndrome do seio doen- dução dos impulsos atriais
atrial e o flutter te”) • Resposta ventricular raramente
atrial; todas as >150 a 180 batimentos devido aos
demais carac- limites de condução do nó AV
terísticas são as Ritmo • Irregular (“irregularmente irregular • Regular (diferentemente da fibri-
mesmas) clássico”) lação atrial)
• Ritmo ventricular freqüentemente
Características regular
da Fibrilação • Uma relação determinada com o
Atrial: Um axioma ritmo atrial, p. ex., 2 para 1 ou 4
clínico clássico: para 1
“Ritmo irregular-
mente irregular Ondas P • Somente ondas fibrilatórias atriais • Ausência de ondas P verdadeiras
– com variação caóticas • As ondas de flutter no padrão “em
tanto no intervalo • Cria um valor basal variável dentes de serra” são clássicas
quanto na ampli-
tude onda R para Intervalo PR • Não pode ser mensurado
onda R – é fibri-
Complexo • Continua entre ≤ 0,10 e 0,12 segundos, a menos que o complexo QRS
lação atrial”. Essa
QRS seja distorcido pela fibrilação, ou pelas ondas de flutter, ou por defeitos de
condição geral-
condução para os ventrículos
mente é variável.
Também pode
ser observada na
taquicardia atrial
multifocal (MAT).

Características
do Flutter Atrial:
As ondas de flutter
no padrão clássi-
co de “dentes de
serra”
Manifestações • Os sinais e os sintomas são uma função da freqüência da resposta ventricular nas ondas
Clínicas de fibrilação atrial; “a fibrilação atrial com resposta ventricular rápida” pode ser caracteri-
zada por dispnéia aos esforços (DAE), respiração curta (RC) e, algumas vezes, por edema
pulmonar agudo
• Perda do “kick atrial” pode reduzir o débito cardíaco e a perfusão coronária
• O ritmo irregular freqüentemente é percebido como “palpitações”
• Pode ser assintomático

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Etiologias • As síndromes coronarianas agudas, a doença arterial coronária e a insuficiência cardíaca
Comuns congestiva
• Doença na válvula mitral ou tricúspide
• Hipóxia, embolia pulmonar aguda
• Induzido por drogas: digoxina ou quinidina, β agonistas, teofilina
• Hipertensão arterial
• Hipertireoidismo

Figura 16. Fibrilação atrial.

Figura 17. Flutter atrial.

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TSV Mediada por Acessório (Figura 18); Pode incluir taquicardia reentrante do nó AV ou taquicardia
reentrante AV.
Fisiopatologia Fenômeno de reentrada: os impulsos sofrem reciclagem repetidamente no nó AV, pois um
circuito de ritmo anormal permite que uma onda de despolarização trafegue em um círculo.
Geralmente, a despolarização trafega no sentido anterógrado (em direção anterior), através
de uma via anormal e depois circula de volta de modo retrógrado, através de um tecido de
condução “normal”
Critérios de Defi- Freqüência: excede o limite superior da taquicardia sinusal de repouso ( > 120 a 130 por
nição e Caracte- minuto), raramente < 150 por minuto, freqüentemente até 250 por minuto
rísticas ao ECG Ritmo: regular
Ondas P: raramente observadas, devido à freqüência que faz com que as ondas P fiquem
Características: “escondidas” nas ondas P precedentes, tornando difícil detectá-las devido à sua origem na
Taquicardia regular porção baixa do átrio
com complexo Complexo QRS: normal, estreito (geralmente ≤ 0,10 segundos)
estreito, sem
ondas P e início ou
cessação súbita

Nota: Para me-


recer o diagnós-
tico de TSV com
reentrada, alguns
especialistas
requerem a cap-
tura de um início
abrupto ou de uma
cessação abrupta
na tira de exame
do monitor
Manifestações • Palpitações sentidas pelo paciente no início; torna-se ansioso e incomodado
Clínicas • Baixa tolerância aos exercícios físicos, com freqüências muito altas
• Sintomas de taquicardia instável podem ocorrer
Etiologias • Via de condução acessória em muitos pacientes com TSV
Comuns • Para pacientes com as demais características saudáveis, muitos fatores podem provocar
a TSV com reentrada: cafeína, hipóxia, cigarros, estresse, ansiedade, privação de sono,
medicações em grande número
• Freqüência da TSV aumentada, em pacientes não saudáveis, com doença arterial coroná-
ria, doença pulmonar obstrutiva crônica e insuficiência cardíaca congestiva

Figura 18. Ritmo sinusal com uma taquicardia supraventricular com reentrada (TSV).

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Reconhecimento das Taquiarritmias Ventriculares

TV Monomórfica (Figura 19)


Fisiopatologia • A condução do impulso é lentificada ao redor das áreas de lesão ventricular, infarto, ou
isquemia
• Essas áreas também servem como fontes de impulsos ectópicos (focos irritáveis)
• Essas áreas de lesão podem fazer com que o impulso tome um curso circular, levando a
um fenômeno de reentrada e a despolarizações rápidas e repetidas
Critérios de Defi- •
Freqüência: Freqüência ventricular >100 por minuto; tipicamente 120 a 250 por minuto
nição pelo ECG •
Ritmo: ritmo ventricular regular

Intervalo PR: ausente (o ritmo é dissociado do AV)
Características: A

Ondas P: raramente observadas, mas presentes; a TV é uma forma de dissociação AV,
mesma morfologia,
uma característica definidora para taquicardias de complexo largo de origem ventricular x
ou formato, é ob-
taquicardias supraventriculares com condução aberrante
servada em cada
• Complexo QRS: amplo e bizarro, complexos “similares a CVP” > 0,12 segundos, com
complexo QRS
ondas T largas, de polaridade oposta ao QRS
Notas: • Batimentos de fusão — Captura de modificações ocasionais de uma onda P conduzida.
3 ou mais CVPs Complexo QRS “híbrido” resultante, parte normal, parte ventricular
consecutivos indi- • TV não sustentada — dura < 30 segundos e não requer intervenção
cam TV
– TV < 30 segun-
dos de duração
é TV não susten-
tada

– TV > 30 segun-
dos de duração
é TV sustentada
Manifestações • Tipicamente, os sintomas de redução do débito cardíaco (posição ortostática, hipotensão,
Clínicas síncope, limitação das atividades físicas, etc.) se desenvolvem
• A TV monomórfica pode ser assintomática, apesar da crença difundida de que a TV sus-
tentada sempre produz sintomas
• A TV não tratada e sustentada deteriorará para uma TV instável, freqüentemente com FV
Etiologias • Um evento isquêmico agudo (ver Fisiopatologia) com áreas de “irritabilidade ventricular”
Comuns levando a CVP
• CVP que ocorre durante um período refratário relativo do ciclo cardíaco (“fenômeno R-
sobre-T”)
• Intervalo QT prolongado, induzido por drogas (antidepressivos tricíclicos, procainamida,
digoxina, alguns anti-histamínicos de ação prolongada)

Figura 19. TV Monomórfica na freqüência de 150 por minuto: complexos QRS largos (seta A),
com ondas T de polaridade oposta (seta B).

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TV Polimórfica (Figura 20)
Fisiopatologia • Lentificação da condução do impulso ao redor de múltiplas áreas de lesão ventricular,
infarto ou isquemia
• Essas áreas também servem como fonte de impulsos ectópicos (focos irritáveis); os focos
irritáveis ocorrem em múltiplas áreas dos ventrículos e, portanto, são considerados “poli-
mórficos”
• Essas áreas de lesão podem gerar impulsos que assumem um curso circular, levando ao
fenômeno de reentrada e a despolarizações repetidas e rápidas
Critérios de Defi- • Freqüência: freqüência ventricular >100 por minuto; tipicamente 120 a 250 por minuto
nição pelo ECG • Ritmo: somente ventricular regular
• Intervalo PR: inexistente
Características:
• Ondas P: raramente observadas, mas presentes; a TV é uma forma de dissociação AV
Variação acentua-
• Complexos QRS: variação acentuada e inconsistência observada nos complexos QRS
da e inconsistên-
cia observada nos
complexos QRS
Manifestações • Tipicamente, deteriorarão rapidamente para FV ou TV sem pulso
Clínicas • Sintomas de redução do débito cardíaco (posição ortostática, hipotensão, perfusão inade-
quada, síncope, etc.) presentes antes da parada sem pulso
• Raramente TV sustentada
Etiologias • Evento isquêmico agudo (ver Fisiopatologia) com áreas de “irritabilidade ventricular”
Comuns • CVP que ocorre durante o período refratário relativo do ciclo cardíaco (“fenômeno R-sobre-T”)
• Intervalo QT prolongado, induzido por drogas (antidepressivos tricíclicos, procainamida,
sotalol, amiodarona, ibutilida, dofetilida, alguns antipsicóticos, digoxina, alguns anti-hista-
mínicos de ação prolongada)
• Síndromes hereditárias do intervalo QT longo

Figura 20. TV polimórfica: complexos QRS apresentam morfologias múltiplas.

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Torsades de Pointes (Um Subtipo Único de TV Polimórfica) (Figura 21)
Fisiopatologia Fisiopatologia específica das torsades clássicas:
• O intervalo QT é anormalmente longo (ECG basal) (consulte a tabela de Intervalo QT Máxi-
mo no Livro de ACE)
• Aumenta o período refratário relativo (“período vulnerável”) do ciclo cardíaco. Este au-
mento eleva a probabilidade de ocorrência de um foco irritável (CVP) na onda T (período
vulnerável ou fenômeno R sobre T)
• O fenômeno R-sobre-T freqüentemente induz a TV
Critérios de Defi- • Freqüência atrial: não pode ser determinada
nição pelo ECG • Freqüência ventricular: 150 a 250 complexos/min
• Ritmo: somente ritmo ventricular irregular
Características:
• Intervalo PR: inexistente
Os complexos
• Ondas P: inexistentes
QRS apresentam
• Complexos QRS: apresentam um padrão clássico em fuso–nó (ver “Características” no
um padrão “fuso
quadro da esquerda)
nó” no qual a
amplitude da TV
aumenta e depois
reduz em um
padrão regu-
lar, (criando um
“fuso”). A deflexão
no início de um
fuso (p. ex., nega-
tiva) será seguida
de complexos de
polaridade oposta
(p. ex., positiva)
ou por deflexão
no início do fuso
seguinte (criando o
“nó”).
Manifestações • Tendência para deterioração súbita para FV ou TV sem pulso
Clínicas • Sintomas de débito cardíaco reduzido são típicos (posição ortostática, hipotensão arterial,
síncope, sinais de perfusão inadequada etc.)
• Torsades “estáveis”; as torsades sustentadas são incomuns
• Tratado com choques não sincronizados de alta energia (desfibrilação)

Etiologias Mais comumente ocorrem em pacientes com intervalo QT prolongado, devido a muitas
Comuns causas:
• Induzido por drogas: antidepressivos tricíclicos, procainamida, sotalol, amiodarona,
ibutilida, dofetilida, alguns antipsicóticos, digoxina, alguns anti-histamínicos de duração
prolongada
• Eletrólitos e alterações metabólicas (hipomagnesemia é o protótipo)
• Formas hereditárias da síndrome QT longa
• Eventos isquêmicos agudos (ver Fisiopatologia)

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Figura 21. Torsades de pointes: um tipo único de TV polimórfica. A, Início de um “fuso”. Note a deflexão ne-
gativa inicial e a amplitude crescente do complexo QRS. B, Final de um fuso e início de um nó. C, Final de um
nó e início do próximo fuso. Note a deflexão inicial positiva e o “afilamento” da amplitude do complexo QRS.

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Reconhecimento da Bradicardia Sinusal

Bradicardia Sinusal (Figura 22)


Fisiopatologia • Os impulsos se originam no nó SA em uma freqüência lenta
• Pode ser fisiológico
• Pode ser um sinal físico, como uma taquicardia sinusal
Critérios de Defi- • Freqüência: < 60 por minuto
nição pelo ECG • Ritmo: sinusal regular
• Intervalo PR: regular, < 0,20 segundos
Características:
• Ondas P: de tamanho e formato normal; cada onda P é seguida de um complexo QRS,
Ondas P regu-
cada complexo QRS é precedido de uma onda P
lares, seguidas
• Complexo QRS: estreito; ≤ 0,10 segundos, na ausência de defeito de condução intraven-
de complexos
tricular
QRS regulares, à
freqüência de <60
por minuto
Nota: Freqüente-
mente, um sinal
físico mais que um
ritmo anormal
Manifestações • Geralmente assintomática em repouso
Clínicas • Com aumento da atividade e disfunção do nó sinusal, uma freqüência lenta persistente
leva a sintomas de fadiga fácil, falta de ar, tontura e sensação de cabeça vazia, síncope e
hipotensão

Etiologias • Pode ser normal, para pessoas com bom condicionamento físico
Comuns • Eventos vasovagais, como vômitos, manobra de Valsalva, estímulos retais, pressão inad-
vertida sobre o seio carotídeo (“síncope do barbeador”)
• Síndromes coronarianas agudas que afetam a circulação para o nó SA (artéria coronária
direita); mais freqüentemente IAM inferior
• Efeitos farmacológicos adversos, por exemplo, β-bloqueadores ou bloqueadores dos
canais de cálcio, digoxina, quinidina

Figura 22. Bradicardia sinusal.

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Reconhecimento do Bloqueio Atrioventricular (AV)

Bloqueio AV de Primeiro Grau (Figura 23)


Fisiopatologia • Lentificação da condução do impulso (bloqueio parcial) no nó AV para um intervalo fixo
• Pode ser um sinal de outro problema ou de anormalidade da condução primária
Critérios de Defi- • Freqüência: bloqueio cardíaco de primeiro grau pode ser observado com ritmos com bra-
nição pelo ECG dicardia sinusal ou com taquicardia sinusal e também como um mecanismo sinusal normal
• Ritmo: sinusal, regular, em ambos os átrios e ventrículos
Características:
• Intervalo PR: prolongado, > 0,20 segundos, mas que não varia (fixo)
Intervalo PR > 0,20
• Ondas P: de tamanho e formato normais; cada onda P é seguida de um complexo QRS,
segundos
cada complexo QRS é precedido de uma onda P
• Complexo QRS: estreito, ≤ 0,10 segundos na ausência de defeito de condução intraven-
tricular
Manifestações • Geralmente assintomático
Clínicas
Etiologias • Muitos bloqueios AV de primeiro grau são devidos a medicamentos, geralmente os blo-
Comuns queadores do nó AV: ß-bloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio não – dihidropiri-
dínicos e digoxina
• Qualquer condição que estimule o sistema nervoso parassimpático (p. ex., o reflexo vaso-
vagal)
• IAMs que afetam a circulação para o nó AV (artéria coronária direita); mais freqüentemente
IAMs inferior

Figura 23. Bloqueio AV de primeiro grau.

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Bloqueio de Segundo Grau Tipo I (Mobitz I – Wenckebach) (Figura 24)
Fisiopatologia • Sítio da lesão: nó AV
• O suprimento sangüíneo para nó AV é originado de ramos da artéria coronária direita (cir-
culação dominante direita)
• A condução do impulso é progressivamente lentificada no nó AV (aumentando o intervalo
PR) até que um impulso sinusal seja completamente bloqueado e o complexo QRS falhe
Critérios de Defi- • Freqüência: freqüência atrial apenas um pouco mais rápida que a ventricular (devido à
nição pelo ECG falha da condução); geralmente dentro de uma faixa de normalidade
• Ritmo: os complexos atriais são regulares e os complexos ventriculares são irregulares
Características:
quanto à cronologia (devido à falha dos batimentos); pode-se observar ondas P regulares
Existe um alon-
caminhando através do QRS irregular
gamento progres-
• Intervalo PR: alongamento progressivo do intervalo PR ocorre de ciclo em ciclo; depois,
sivo do intervalo
uma onda P não é mais seguida de um complexo QRS (“falha do batimento”)
PR, até que uma
• Ondas P: o tamanho e o formato continuam normais; onda P ocasional não seguida de
onda P não seja
complexo QRS (“falha do batimento”)
mais seguida de
• Complexo QRS: ≤ 0,10 segundos mais freqüentemente, mas o QRS “falha” periodicamente
um complexo
QRS (batimento
falhado)
Manifestações Devido à bradicardia:
Clínicas -
• Mais freqüentemente assintomática
Relacionadas à
• Sintomas: dor torácica, falta de ar, redução do nível de consciência
Freqüência
• Sinais: hipotensão, choque, congestão pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva (ICC),
angina
Etiologias • Agentes bloqueadores do nó AV: β-bloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio não-
Comuns dihidropiridínicos, digoxina
• Condições que estimulam o sistema nervoso parassimpático
• Síndrome coronariana aguda que envolve a artéria coronária direita

Figura 24. Bloqueio AV de segundo grau tipo I. Note o alongamento progressivo do intervalo
PR, até que uma onda P (seta) não seja mais seguida de um complexo QRS.

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Bloqueio AV de Segundo Grau Tipo II (Infranodal) (Mobitz II) (Figura 25)
Fisiopatologia • O sítio de bloqueio é mais freqüentemente abaixo do nó AV (infranodal), no feixe de His
(pouco freqüente) ou em ramos correlatos
• A condução do impulso através do nó é normal, assim, não há um bloqueio de primeiro
grau ou prolongamento do intervalo PR prévio
Critérios de Defi- • Freqüência atrial: geralmente 60 a 100 por minuto
nição pelo ECG • Freqüência ventricular: por definição (devido aos impulsos bloqueados), mais lenta que a
freqüência atrial
• Ritmo: atrial = regular, ventricular = irregular (devido aos impulsos bloqueados)
• Intervalo PR: constante e fixo; sem prolongamento progressivo, como ocorre com o blo-
queio de segundo grau Tipo I de Mobitz – uma característica distintiva
• Ondas P: típicas quanto ao tamanho e ao formato; por definição, algumas ondas P não
serão seguidas de um complexo QRS
• Complexo QRS: estreito ( ≤ 0,10 segundos), implica na presença de um bloqueio alto
relativo para o nó AV; largo (> 0,12 segundos) implica na presença de um bloqueio baixo
relativo para o nó AV
Manifestações Devido à bradicardia:
Clínicas -
• Sintomas: dor torácica, falta de ar, redução do nível de consciência
Relacionadas à
• Sinais: hipotensão, choque, congestão pulmonar, ICC, IAM
Freqüência
Etiologias • Síndrome coronariana aguda, que envolve ramos da artéria coronária esquerda
Comuns

Figura 25. A, Tipo II (bloqueio alto): intervalos PR – QRS regulares até a ocorrência
da falha de 2 batimentos; complexos QRS normais limítrofes indicam bloqueio nodal
alto ou bloqueio nodal. B, Tipo II (bloqueio baixo): intervalos PR – QRS irregulares até
a falha dos batimentos; complexos QRS largos indicam bloqueio infranodal.

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Bloqueio AV de Terceiro Grau e Dissociação AV (Figura 26)
Fisiopatologia • Lesão ou dano para o sistema de condução cardíaco, não havendo passagem de impulso
Nó AV: (bloqueio completo) entre o átrio e os ventrículos (nem anterógrado, nem retrógrado)
Dissociação AV • Este bloqueio completo pode ocorrer em várias áreas anatômicas diferentes:
é uma classe — nó AV (bloqueio “nodal alto”, “supra”- ou “juncional”)
definidora; o — Feixe de His
bloqueio AV de — Ramos do feixe (bloqueio “nodal baixo” ou “infranodal”)
terceiro grau
ou completo
é um tipo de
dissociação AV.
Por convenção
(desatualizada), se
a despolarização
de escape
ventricular for
mais rápida que a
freqüência atrial,
há dissociação AV;
se a freqüência
ventricular for
mais lenta que a
freqüência atrial,
há um bloqueio AV
de terceiro grau.

Critérios de Defi- • Freqüência Atrial: geralmente 60 a 100 por minuto; os impulsos são completamente inde-
nição pelo ECG pendentes (“dissociados”) de uma taxa ventricular mais lenta
• Freqüência ventricular: depende da taxa de batimentos de escape ventricular que surgir:
Característi-
— Freqüência de escape ventricular mais lenta que a freqüência atrial = bloqueio AV de
cas: Bloqueio
terceiro grau (freqüência = 20 a 40 por minuto)
de terceiro grau
— Freqüência de escape ventricular mais rápida que a freqüência atrial = dissociação AV
(ver Fisiopatolo-
(freqüência = 40 a 55 por minuto)
gia) causa uma
• Ritmo: tanto o ritmo atrial quanto o ritmo ventricular são regulares, mas independentes
despolarização
(“dissociados”)
independente dos
• Intervalo PR: por definição, não existe uma relação entre a onda P e a onda R
ventrículos e dos
• Ondas P: típicas quanto ao tamanho e formato
átrios, sem uma re-
• Complexo QRS: estreito (≤ 0,10 segundos) implica na presença de um bloqueio alto relati-
lação entre os dois
vo ao nó AV; largo (> 0,12 segundos) implica na presença de um bloqueio baixo relativo ao
(dissociação AV)
nó AV
Manifestações Devido à bradicardia:
Clínicas -
• Sintomas: dor torácica, falta de ar, redução do nível de consciência
Relacionadas à
• Sinais: hipotensão, choque, congestão pulmonar, ICC, IAM
Freqüência

Etiologias • Síndrome coronariana aguda, que envolve ramos da artéria coronária esquerda.
Comuns
Em particular, envolve a artéria descendente anterior esquerda (DAE) e os ramos para o septo
interventricular (ramos de irrigação do feixe)

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Figura 26. Bloqueio AV de terceiro grau: ondas P regulares de 50 a 55 por minuto; “batimentos de
escape” ventricular regular em 35 a 40 por minuto; sem relação entre as ondas P e os batimentos de
escape.

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Desfibrilação

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Parte 1—Desfibrilação e Segurança

Desfibrilação Manual

Uso do Quando utilizar um desfibrilador manual/monitor, faça uma análise do ritmo,


Desfibrilador conforme indicado no Algoritmo de Parada Cardíaca Sem Pulso. Essa análise
Manual/ pode ser feita fixando-se as pás adesivas de desfibrilação ou colocando as
Monitor pás do desfibrilador no tórax da vítima (com gel ou superfície de condução
adequada) e usando o modo de pá “quick look”.

Como as pás adesivas do monitor/desfibrilador são tão eficazes quanto as


pás com gel ou as pastas e as pás convencionais, as pás descartáveis po-
dem ser colocadas antes da parada cardíaca, para permitir a monitorização e
a rápida aplicação de um choque, quando necessário. Assim, as pás adesi-
vas devem ser utilizadas de rotina, ao invés das pás convencionais. Quando
utilizar pás convencionais ou pás descartáveis adesivas, o profissional de
saúde em SAVC deve ser muito cuidadoso para não adiar a aplicação do
choque e, durante a RCP, para minimizar o tempo entre a última compressão
e a aplicação do choque. Já foi demonstrado que o adiamento na aplicação
do primeiro choque dura aproximadamente 20 a 30 segundos, um tempo
que não é mais aceitável. Caso a RCP esteja em evolução, as compressões
torácicas devem continuar até as pás adesivas do desfibrilador serem fixadas
no tórax e o desfibrilador manual estar pronto para analisar o ritmo.

Quando você identificar a presença de FV/TV sem pulso, aplique 1 choque


imediatamente. Use os seguintes níveis de energia:
• Bifásico manual: nível de energia específico para cada dispositivo (tipica-
mente, uma carga selecionada de 120 J com onda bifásica retilínea e uma
carga selecionada de 150 J a 200 J com onda exponencial truncada bifá-
sica); caso você não saiba qual é a carga específica do dispositivo eficaz
para reverter a FV, use 200 J
• Monofásico: 360 J
Após aplicar o choque, reinicie a RCP imediatamente, aplicando compres-
sões fortes e rápidas (freqüência de compressão de 100 por minuto). Permita
o total retorno do tórax após cada compressão e minimize as interrupções
nas compressões.

Fixação das 3 A maioria dos monitores utiliza 3 derivações: branca, vermelha e preta.
Derivações do
Monitor “BRANCO à DIREITA”
“VERMELHO para as COSTELAS”
“E a DERIVAÇÃO QUE SOBROU para o OMBRO ESQUERDO”
A tabela abaixo explica essas orientações em mais detalhes.

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Fixe... Onde…
A DERIVAÇÃO BRANCA para a Lado direito do tórax, imediatamente abaixo da
DIREITA clavícula direita
A DERIVAÇÃO VERMELHA para as Linha média da axila esquerda, abaixo do ponto espe-
COSTELAS rado de impulso máximo do coração (ictus cordis)
A DERIVAÇÃO QUE SOBROU para o Lado esquerdo do torso, imediatamente abaixo da
OMBRO ESQUERDO extremidade distal da clavícula esquerda

Segurança e Afastamento do Paciente

Afastamento Para garantir a segurança durante a desfibrilação manual ou automática, a pes-


do Profissional soa que opera o desfibrilador deve sempre anunciar que um choque está prestes
de Saúde e de a ser aplicado e realizar uma inspeção visual para assegurar-se de que ninguém
Sua Equipe
tenha contato com o paciente. O operador é responsável pelo “afastamento” dos
profissionais de saúde do paciente antes da aplicação de cada choque. Sempre
que você utilizar um desfibrilador, faça com firmeza “um aviso de afastamento por
causa de desfibrilação” antes de aplicar cada choque. O objetivo deste aviso é
assegurar que ninguém terá qualquer tipo de contato com o paciente e que não
haverá fluxo de oxigênio passando pelo tórax do paciente ou no ar ambiente,
pelas pás adesivas. Você deve fazer esse aviso rapidamente, para minimizar o
tempo desde a última compressão até a aplicação do choque. Por exemplo:

• “Vou aplicar o choque em 3 segundos. Um, eu estou afastado” (Certifique-


se de que você não tenha contato com o paciente, a maca ou com outros
equipamentos.)
• “Dois, você está afastado”. (Certifique-se de que ninguém tenha contato
com o paciente. “Ninguém” inclui os profissionais de saúde que realizam as
compressões torácicas, os que aplicam os cateteres de acesso IV e os que
fazem a ventilação e a manutenção da via aérea.)
Certifique-se de que todos da equipe se afastem do paciente, removam
suas mãos do paciente e não tenham contato com qualquer dispositivo
ou objeto que esteja em contato com o paciente. Qualquer pessoa que
tenha contato indireto com o paciente, como um membro da equipe que
está segurando a bolsa de ventilação fixada a um tubo endotraqueal,
também deve afastar-se e não ter contato com o paciente. A pessoa
responsável por dar suporte à via aérea e pela aplicação de ventilação
deve assegurar-se de que o oxigênio não está fluindo ao redor das pás
adesivas (ou pás convencionais) ou sobre o tórax do paciente.
• “Três, todos estão afastados”. (Faça uma verificação visual, para certificar-
se de que ninguém tenha contato com o paciente ou com a maca.)

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Você não precisa usar essas palavras exatamente. Mas é imperativo que
você avise os outros membros de que está prestes a aplicar um choque e
que todos devem ficar afastados.

Nota Final Os DEAs mais modernos e os desfibriladores manuais usam ondas bifásicas.
Sobre os Separe um tempo para aprender a operar o desfibrilador usado em seu am-
Desfibriladores biente de trabalho e conhecer as regulagens de energia. Lembre-se, a pronta
desfibrilação aumenta a chance de sobrevivência do paciente. Esse princípio é
verdadeiro, independentemente do tipo de desfibrilador ou de onda utilizado.

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Parte 2 — Lista de Checagem do DEA
Lista de Checagem do DEA Pronto para Uso
Lista de Checagem Diária/Semanal

Data ________________ Período de Cobertura _________ até ___________

Nome/Identificação da Organização _______________________________________________


Fabricante/Modelo No ______________________________________
Número de Série ____________
No início de cada turno ou em um momento determinado, inspecione o dispositivo usando esta lista de checagem.
Anote quaisquer inconsistências, problemas e ações corretivas que sejam realizadas. Caso o dispositivo não esteja
pronto para uso ou esteja fora de serviço, escreva FDS na linha “dia do mês” e anote os problemas no local especifi-
cado para escrever a ação corretiva.
1. Unidade de desfibrilador Registro da Dia do Mês/
a. Limpo, sem respingos, desobstruído Ação Corretiva Assinatura/Unidade Nº
b. Estojo intacto ______________ 1. __________________
2. Cabos de desfibrilação e conectores ______________ 2. __________________
a. Inspecione para verificar a presença de rachaduras, fios partidos ou ______________ 3. __________________
danos ______________ 4. __________________
b. Os conectores se adaptam com segurança ______________ 5. __________________
3. Suprimentos disponíveis ______________ 6. __________________
a. Dois conjuntos de pás descartáveis de desfibrilador dentro do prazo ______________ 7. __________________
de validade e em embalagens seladas ______________ 8. __________________
b. Equipamento de proteção individual — luvas, dispositivo de barreira ______________ 9. __________________
(ou equivalente) ______________ 10. __________________
c. Lâmina de barbear e tesouras
______________ 11. __________________
d. Toalha de mão
______________ 12. __________________
e. Dispositivo sobressalente de documentação de eventos*
______________ 13. __________________
f. Fita de ritmo*
g. Eletrodos para monitorização do ECG* ______________ 14. __________________
h. Módulo/chave SAV (ou equivalente)* ______________ 15. __________________
4. Fornecimento de energia elétrica ______________ 16. __________________
a. Verifique se a(s) bateria(s) totalmente carregada(s) estão em posição ______________ 17. __________________
b. Verifique se há baterias carregadas sobressalentes disponíveis* ______________ 18. __________________
c. Troque as baterias conforme as especificações do fabricante* ______________ 19. __________________
d. Verificar se a eletricidade tipo corrente alternada (AC) está ligada* ______________ 20. __________________
5. Indicadores e tela mostradora ______________ 21. __________________
a. Mostrador LIGADO e autoteste OK* ______________ 22. __________________
b. Mostrador do monitor ECG funcionando* ______________ 23. __________________
c. Ausência de mensagem de erro/indicação de erro ou de ______________ 24. __________________
necessidade de reparação* ______________ 25. __________________
d. Tempo correto no mostrador/dispositivo; sincronizado com centro ______________ 26. __________________
médico regulador ______________ 27. __________________
6. Fita de ritmo e dispositivo de documentação do evento ______________ 28. __________________
a. O dispositivo de documentação do evento em posição e ______________ 29. __________________
funcionando* ______________ 30. __________________
b. Fita de ritmo adequada para o ECG* ______________ 31. __________________
c. Gravador de ECG funcionando*
7. Ciclo de carga/apresentação para desfibrilação
a. Teste segundo o procedimento recomendado pelo fabricante Exemplo de registro: 5.
b. Identifica um ritmo chocável* John Jones (assinatura)
c. Carrega a níveis adequados de energia* / Dispositivo 2 checado
d. Descarga aceitável detectada* dispositivo 2 verificado
8. O DEA retornou pronto para uso no paciente no dia 5 desse mês e
encontra-se pronto para
*Aplicável somente se o dispositivo tiver essa capacidade ou característica ou se requisitado pelas uso
autoridades médicas.

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Vias de Acesso para Medicações

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Parte 1—Introdução

Prioridades Historicamente em SAVC, os medicamentos eram administrados por via


Corretas intravenosa (IV) ou endotraqueal. Mas novas opiniões científicas e de con-
senso têm dados novas prioridades para ambas as vias de acesso e para a
administração de medicamentos. Lembre-se, nenhum medicamento adminis-
trado durante a parada cardíaca demonstrou melhorar a sobrevivência à alta
hospitalar ou melhorar a função neurológica após uma parada cardíaca.
• A RCP de alta qualidade e a desfibrilação precoce são as principais priori-
dades durante a parada cardíaca.
• A administração de medicamentos é de importância secundária.
• A colocação de uma via aérea avançada para a administração de medica-
mentos ou para a realização de ventilação é de importância secundária, a
menos que a ventilação com bolsa-valva-máscara não seja eficaz. A ab-
sorção dos medicamentos administrados por via endotraqueal é imprevisí-
vel e a dosagem ideal ainda é desconhecida. Por isso, a via IO é preferível,
quando o acesso IV não estiver disponível.

Via O acesso periférico AV é preferível para a administração de medicamentos e


Intravenosa fluidos. Um cateter de acesso central não é necessário durante a maioria das
tentativas de ressuscitação. Tentar inserir um cateter central pode interrom-
per a RCP. Além disso, a RCP pode causar complicações durante a inserção
do cateter central, como laceração vascular, hematomas e sangramento. A
inserção de um cateter central em uma área não compressível de uma veia é
uma contra-indicação relativa para a terapia fibrinolítica (isto é, para o pa-
ciente com um IAMEST e parada cardíaca súbita).

Não deve haver necessidade de interromper a RCP para estabelecer um


acesso periférico. Qualquer medicamento precisa tipicamente de 1 a 2
minutos para alcançar a circulação central, quando administrado pela via IV
periférica. Tenha isso em mente durante a RCP. Os medicamentos que você
administra com base na análise do ritmo não terão efeito até serem infundi-
dos no paciente e terem circulado pela corrente sangüínea gerada durante a
RCP.
Caso você opte pela via venosa periférica, administre o medicamento em in-
jeção em bolo e prossiga com 20 ml de bolo de fluido IV. Eleve a extremidade
por 10 a 20 segundos para facilitar sua distribuição para a circulação central.

Via Use a via IO para aplicar medicamentos e fluidos durante a tentativa de


Intra-Óssea ressuscitação, caso a via IV não esteja disponível. O acesso IO é seguro e
eficaz para a ressuscitação com fluidos, para a aplicação de medicamentos
e para coleta de sangue para avaliação laboratorial. O acesso IO pode ser
estabelecido em vítimas de qualquer faixa etária.

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Qualquer medicamento ou fluido que possa ser administrado por via IV, tam-
bém pode ser administrado por via IO. A via IO é preferível à endotraqueal.
A canulação IO fornece acesso para um plexo venoso não colapsável na
medula óssea. Esta rede vascular fornece uma via rápida, segura e con-
fiável para a administração de medicamentos cristalóides, colóides e sangue
durante a tentativa de ressuscitação. Freqüentemente, é possível alcançar
o acesso IO em 30 a 60 segundos. A técnica usa uma agulha rígida, preferi-
velmente uma agulha para medula óssea ou para IO, desenhada especifica-
mente para este fim. É preferível usar uma agulha IO com estilete que sem
estilete, pois esse dispositivo evita a obstrução da agulha com osso cortical
durante a inserção. As agulhas modelo butterfly e as agulhas hipodérmicas
convencionais também podem ser utilizadas.

Via As vias de administração IV e IO são preferíveis à via endotraqueal durante a


Endotraqueal RCP. Ao considerar o uso da via endotraqueal durante a RCP, tenha em men-
te os seguintes conceitos:

• A dose ideal da maioria dos medicamentos administrados por via endotra-


queal é desconhecida
• A dose típica dos medicamentos administrados por via endotraqueal é 2 a
2½ vezes a dose administrada por via IV.
• Para administrar medicamentos pela via endotraqueal, dilua a dose em 5 a
10 ml de água ou de solução salina normal e injete o medicamento direta-
mente no tubo endotraqueal. Prossiga com várias ventilações com pressão
positiva.
• Você pode administrar os seguintes medicamentos pela via endotraqueal
durante a parada cardíaca: atropina, vasopressina, epinefrina e lidocaína.
A regra mnemônica NAVEL é freqüentemente usada para lembrar quais
os medicamentos que podem ser administrados por via endotraqueal. Os
medicamentos para parada cardíaca que podem ser administrados são:
atropina (A), epinefrina (E), vasopressina (V) e lidocaína (L). O “N” significa
naloxona, que é freqüentemente usada para depressão respiratória devida
a opióides. Note que a absorção dos medicamentos e o efeito farmacoló-
gico são muito menos previsíveis quando administrados por via endotra-
queal que quando pelas vias IV/IO.

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Parte 2 — Acesso Intravenoso

Uso de Veias Os sítios mais comuns para o acesso IV são as mãos e os braços. Os sítios
Periféricas preferidos são o dorso das mãos, os punhos e a fossa antecubital. De ma-
para Acesso IV neira ideal, somente as veias antecubitais devem ser usadas para a adminis-
tração de medicamentos durante a RCP.
Anatomia: Extremidades Superiores (Figura 27)
Iniciando na face radial do punho, uma veia calibrosa, a veia radial superficial,
corre lateralmente em direção à fossa antecubital e une-se à veia cefálica
mediana para formar a veia cefálica. As veias superficiais na face ulnar do
antebraço correm em direção ao cotovelo e unem-se à veia basílica media-
na para formar a veia basílica. A veia cefálica do antebraço se bifurca em Y
na fossa antecubital, tornando-se a veia cefálica mediana (lateralmente) e a
basílica mediana (medialmente).

A veia basílica passa em direção superior à face interna do braço, onde


se une à veia braquial para tornar-se a veia axilar. A veia cefálica continua
lateralmente, em direção superior no braço, cruzando anteriormente e com
um trajeto profundo entre os músculos peitoral maior e deltóide. Após uma
angulação aguda, ela une-se à veia axilar em ângulo de 90°. Esta angulação
aguda torna a veia cefálica inadequada para a inserção de cateteres arteriais
pulmonares venosos centrais.
Técnica: Venopuntura Antecubital
As veias superficiais mais calibrosas do braço estão situadas na fossa ante-
cubital. Selecione estas veias para o acesso inicial, caso o paciente esteja em
colapso circulatório ou em parada cardíaca (Figura 27). Selecione um ponto
entre as junções das 2 veias antecubitais. A veia é mais estável nesse ponto
e a venopuntura é mais freqüentemente bem sucedida.

Kits especiais permitem o acesso venoso central mais simples, razão pela
qual os profissionais de saúde atualmente quase nunca usam veias periféri-
cas do membro inferior para acesso vascular.

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A

Cefálica
Axilar Mediana

Cefálica

Basílica
Mediana

Figura 27. Venopuntura antecubital. A, Perspectiva do local à distância. B, Vista em aproxi-


mação da área antecubital: anatomia das veias da extremidade superior.

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Princípios Depois de obter um acesso vascular, siga esses princípios importantes para a
Gerais do administração da terapia IV:
Acesso IV
• Se o paciente tornar-se estável após a parada cardíaca, remova a cânula
inserida emergencialmente e substitua-a por uma nova cânula sob con-
dições estéreis. Quando um acesso vascular de emergência é estabelecido
fora do ambiente hospitalar, geralmente não há uma observação rigorosa
das técnicas de assepsia na maioria das venopunturas de emergência,
pois a velocidade é essencial e a equipe e os medicamentos são limitados.
• As soluções IV são geralmente embaladas em frascos plásticos inque-
bráveis ou em sacos plásticos. Esprema os sacos plásticos antes de usar,
para detectar punturas que possam levar à contaminação do conteúdo.
• Evite adicionar medicamentos que possam ser absorvidos pelo saco
plástico ou pelo tubo (p. ex., nitroglicerina IV). Se você precisar administrar
esses medicamentos sem sistemas de infusão especiais, permita a ab-
sorção do medicamento quando você titular até a taxa de administração
de medicamentos.
• De maneira ideal, regule a taxa de infusão para pelo menos 10 ml/h, para
manter patente o acesso IV.
• Sistemas de cateter com travamento para solução salina são especial-
mente úteis para pacientes que têm circulação espontânea e precisam de
injeções de medicamentos, mas não da infusão de volume IV.
• Os sistemas mais atuais usam sítios de injeção sem agulha. Esses sis-
temas permitem que as infusões de medicamentos e de solução salina
sejam feitas sem o uso de agulhas e sem os riscos associados às punturas
das mesmas.
• Evite deixar o braço com o acesso IV pendendo da maca. Coloque o braço
da vítima no nível do coração ou levemente acima dele para facilitar a ad-
ministração de fluidos e de medicação para a circulação central.
• Durante a parada cardíaca, após a administração periférica de todos os
medicamentos, administre um bolo de pelo menos 20 ml de solução em
infusão IV. Esta infusão facilitará a distribuição do medicamento para a cir-
culação central. Eleve a extremidade da vítima por 10 a 20 segundos para
facilitar a administração do medicamento para a circulação central.
• Conheça as complicações comuns de todas as técnicas IV. As compli-
cações locais incluem a formação de hematomas, celulite, trombose e
flebite. As complicações sistêmicas incluem a sepse, a tromboembolia
pulmonar, a embolia aérea e a embolia por fragmentos do cateter.

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Parte 3 — Acesso Intra-Ósseo

Introdução Quando o acesso venoso não pode ser alcançado rapidamente, o acesso
intra-ósseo (IO) pode servir como uma via rápida, segura e confiável para a
administração de medicamentos cristalóides, colóides e sangue. A canulação
IO fornece acesso para um plexo venoso não colapsável na medula óssea e
pode freqüentemente ser alcançado em 30 a 60 segundos. Esta técnica de
acesso vascular é adequada para pessoas de todas as faixas etárias, desde
neonatos pré-termo até adultos.

Agulhas A técnica utiliza uma agulha rígida, de preferência uma agulha para medula
óssea do tipo Jamshidi ou uma agulha IO, desenhada especificamente para
esse fim. Uma agulha IO com estilete é preferível a uma agulha sem estilete,
pois o estilete pode evitar a obstrução da agulha com osso cortical durante a
inserção. Os kits com agulhas desenhadas especialmente para esse fim estão
disponíveis comercialmente.
No passado, a maior densidade óssea nas crianças mais velhas e nos adultos di-
ficultava a penetração de agulhas IO menos calibrosas no osso sem que curvas-
sem. Com o desenvolvimento de sistemas de cânula IO para adultos, o acesso
IO é agora mais simples de se obter em crianças mais velhas e em adultos.

Sítios Muitos sítios são adequados para a infusão IO. Para crianças pequenas, a
porção proximal da tíbia, imediatamente abaixo da placa de crescimento, a
diáfise, é o sítio mais comumente utilizado. Em crianças mais velhas e adul-
tos, os sítios de inserção IO bem sucedidos incluem o osso esterno, a porção
distal da tíbia imediatamente acima do maléolo medial, os maléolos lateral e
medial, a porção distal do rádio e a distal da ulna, a porção distal do fêmur e
a espinha ilíaca anterior superior.

Indicações e Os medicamentos para ressuscitação, os fluidos e os produtos derivados


Administração do sangue podem ser administrados com segurança por via IO. As infusões
contínuas de catecolaminas também podem ser fornecidas por essa via.
O início da ação e os níveis dos medicamentos após a infusão IO durante a
RCP são comparáveis aos obtidos para as vias de administração vasculares,
incluindo o acesso venoso central. Ao fornecer medicamentos e fluidos pela
via IO, lembre-se do seguinte:
• Faça uma infusão de toda a medicação com 5 a 10 ml de solução salina
normal para facilitar a aplicação para a circulação central.
• Administre os medicamentos e soluções viscosos e os fluidos para um
rápido restabelecimento do volume sob pressão, usando uma bomba de
infusão, uma bolsa de pressão, ou uma pressão manual forçada para supe-
rar a resistência das veias emissárias.

Alguns profissionais expressaram preocupação de que a infusão de sangue


sob alta pressão possa induzir a hemólise. Mas, estudos em animais experi-
mentais não conseguiram documentar esse problema.

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© 2008 Edição em português: American Heart Association 61
Complicações As complicações da infusão IO incluem a fratura da tíbia, a síndrome do com-
partimento da extremidade inferior e um extravasamento extremo de medi-
cações e a osteomielite. Mas < 1% dos pacientes tiveram complicações após
a infusão IO. Uma técnica cuidadosa ajuda a evitar essas complicações.

Contra- As contra-indicações absolutas para o acesso IO são as seguintes:


Indicações
• Fraturas e lesões por esmagamento, próximas ao sítio de acesso
• Condições nas quais o osso esteja frágil, tais como a osteogênese imper-
feita
• Tentativas prévias de estabelecer um acesso no mesmo osso
Evite a canulação IO, se houver infecção nos tecidos suprajacentes

Equipamento Os seguintes equipamentos são necessários para estabelecer o acesso IO:


Necessário
• Luvas
• Desinfetante para pele
• Agulha IO (calibre 16 ou 18) ou agulha para medula óssea
• Fita adesiva
• Seringa
• Fluido cristalóide isotônico e tubo intravenoso

Procedimento Os passos para estabelecer o acesso IO usando a tuberosidade tibial como


um sítio de acesso para exemplificação são:

Passo Ação
1 • Sempre use as precauções universais, ao tentar um acesso vascular. Desinfete a pele suprajacente e
as áreas circundantes com um agente desinfetante adequado.
• Identifique a tuberosidade da tíbia imediatamente abaixo da articulação do joelho. O sítio de inserção
é a parte plana da tíbia, 1 ou 2 dedos de largura abaixo e medialmente à essa proeminência óssea. A
figura 28 mostra os sítios para o acesso IO.
2 • O estilete deve permanecer em posição durante a inserção para impedir que a agulha fique obstruída
com osso ou tecido.
• Estabilize a perna, para facilitar a inserção da agulha. Não coloque sua mão atrás da perna.
3 • Insira a agulha de forma que ela fique perpendicular à tíbia (quando colocar uma agulha IO em outras
localizações, introduza-a ligeiramente afastada do espaço articular mais próximo para reduzir o risco
de lesão das epífises ou da articulação, mas mantenha a agulha o mais perpendicular ao osso possível
para evitar que curve.)
GIRE – NÃO PRESSIONE – A AGULHA.
• Faça um movimento giratório, com pressão suave, mas firme. Algumas agulhas IO têm rosca. Estas
roscas devem ser giradas em sentido horário e parafusadas no osso.

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© 2008 Edição em português: American Heart Association 62
4 Continue a inserir a agulha através do osso cortical, até a liberação súbita da resistência. (Esta liberação
ocorre à medida que a agulha penetra no espaço medular.) Se a agulha for colocada corretamente, ela
ficará em posição com facilidade, sem necessidade de suporte.
A
Maléolo
Superfície plana medial
medial anterior da
tíbia

Fêmur

B C
Crista ilíaca
Espinha
ilíaca anterior Face distal da
Espinha ilíaca superior tíbia
posterior
superior

Figura 28. A, Localização para a inserção IO na porção distal da tíbia e no fêmur. B, Localização para
inserção IO na crista ilíaca. C, Localização para inserção IO na porção distal da tíbia.

5 • Remova o estilete e fixe uma seringa.


• A aspiração do conteúdo da medula óssea e de sangue no canhão da agulha confirma o posiciona-
mento adequado. Você pode mandar este sangue para uma avaliação laboratorial. (Nota: O sangue ou
a medula óssea podem não ser aspirados em todos os casos.)
• Infunda um pequeno volume de solução salina e observe se há inchaço no sítio de inserção. Também
cheque a extremidade atrás do sítio de inserção no caso da agulha ter penetrado no osso cortical
posterior. Com a injeção de solução salina da seringa, o fluido deve infundir-se com facilidade, sem
evidências de inchaço no sítio de aplicação.
• Caso a injeção de teste não seja bem sucedida (ou seja, se você observar infiltração/inchaço sobre
ou próximo ao sítio de inserção), remova a agulha e tente o procedimento em outro osso. Se a cortical
óssea for penetrada, uma outra agulha colocada na mesma extremidade permitirá que os fluidos ou
medicamentos escapem do orifício original e infiltrem-se nos tecidos moles, talvez causando lesões.

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6 Há vários métodos para estabilizar a agulha. Ponha uma fita adesiva sobre a aleta da agulha, para dar
suporte. Coloque compressas de gaze em ambos os lados da agulha, para um suporte adicional.
7 Quando conectar um tubo IV, fixe-o à pele da vítima com fita adesiva para evitar o deslocamento da
agulha ao pressionar o tubo.
8 A reposição de volume nas tentativas de ressuscitação pode ser feita por um dispositivo fixado na exten-
são do tubo ou por infusão de pressão sobre o fluido. Quando utilizar uma bolsa de fluido pressurizado,
tenha cuidado para evitar a embolia com ar.

Outros métodos de administração são:


• Use uma injeção em bolo através de uma porta para medicação no tubo IV (dispositivo trifásico não
necessário).
• Fixe uma trava de solução salina na cânula IO e depois forneça bolos através dessa trava.
9 Qualquer medicação que possa ser administrada por via IV pode ser administrada pela via IO, incluindo a
infusão de medicamentos vasoativos (p. ex., infusão de epinefrina).

Todas as medicações devem ser seguidas de uma infusão de solução salina.

Seguimento É importante fazer um seguimento após o estabelecimento de um acesso IO.


Siga as seguintes regras:
• Cheque o sítio freqüentemente para ver se há sinais de inchaço.
• Cheque o sítio freqüentemente para ver se a agulha se deslocou. A apli-
cação de fluidos ou medicamentos através de uma agulha deslocada pode
causar complicações graves (p. ex., necrose tecidual ou síndrome compar-
timental).
• Substitua o acesso IO por um acesso vascular, tão logo seja razoável. As
agulhas IO devem ser usadas por curtos períodos de tempo, geralmente
< 24 horas. A substituição por um acesso vascular de longo prazo é geral-
mente feita na unidade de terapia intensiva.

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Síndromes Coronarianas Agudas

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Parte 1 — Localização do Infarto IAMEST
e Bloqueio Cardíaco

Infarto Os pacientes com infarto ventricular direito (VD) ou inferior freqüentemente


Ventricular apresentam excesso de tono parassimpático. Uma descarga parassimpática
Direito inadequada pode causar bradicardia sintomática e hipotensão. Se houver
hipotensão, geralmente será devida a uma combinação de hipovolemia (re-
dução da pressão de enchimento do ventrículo esquerdo [VE]) e bradicardia.
• Faça uma infusão cuidadosa de fluido com solução salina normal (250 a
500 ml com base na avaliação clínica). Repita a administração de fluidos
(tipicamente até 1 a 2 litros), caso exista melhora e não surjam sintomas
ou sinais de insuficiência cardíaca ou de sobrecarga de volume. Reavalie o
paciente antes de cada administração de fluidos. Para pacientes com infar-
to VD e hipotensão, a administração de volume pode salvar vidas.
Quando há hipotensão, uma freqüência cardíaca lenta é inadequada. A fre-
qüência cardíaca deve ser mais rápida na presença de pressão arterial baixa.
Uma administração de fluido em bolo aumenta a pressão de enchimento do
VD - aumentando a força de contração do VD (mecanismo Starling) - o fluxo
de sangue para os pulmões e, por fim, a pressão de enchimento do VE e o
débito cardíaco.

Bloqueio O infarto agudo da parede inferior do miocárdio (geralmente um evento da ar-


AV com IAM téria coronária direita) pode resultar em um bloqueio AV sintomático de segun-
Inferior do ou terceiro graus, com um ritmo de escape de complexo estreito, juncional.
Contudo, se o paciente permanecer assintomático e hemodinamicamente
estável, a colocação de marca-passo transcutâneo (TCP) e transvenoso não
está indicada. Monitorize o ritmo do paciente e prepare para a colocação de
um marca-passo transcutâneo se houver desenvolvimento de um bloqueio de
alto grau e se o paciente tornar-se sintomático ou instável antes da avaliação
por um especialista em cardiologia.
• O bloqueio cardíaco freqüentemente se desenvolve por excesso de tono
vagal e isquemia do nó atrioventricular. O paciente pode permanecer es-
tável se as células do marca-passo juncional puderem funcionar e man-
ter uma freqüência ventricular adequada. Esse ritmo geralmente tem um
complexo QRS estreito e uma freqüência ventricular de 40 a 60 por minuto.
A menos que uma grande extensão do miocárdio esteja disfuncional ou
existam condições comórbidas, o paciente freqüentemente estará estável.
• Se a bradicardia for sintomática, siga o Algoritmo de Bradicardia.
• Prepare para a colocação de um marca-passo transcutâneo (MPTC).

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• Use atropina para aumentar a freqüência cardíaca e a pressão arterial, se
o paciente tornar-se sintomático. A dose inicial de atropina recomendada
é de 0,5 mg IV. Evite excesso de atropina. Use somente a dose necessá-
ria para estabilizar o paciente. O excesso de atropina pode aumentar a
isquemia, por aumento da freqüência cardíaca e da contratilidade – fatores
determinantes importantes do consumo de oxigênio pelo miocárdio.
• Caso não haja resposta à atropina e ao TCP, siga o Algoritmo de Bradicar-
dia e considere infusão de epinefrina (2 a 10 μg/min) ou dopamina (2 a 10
μg/kg por minuto).
• Os defeitos de condução são freqüentemente transitórios. Contudo, você
deve manter o MPTC em compasso de espera para esses pacientes.
• A avaliação do bloqueio AV em pacientes com IAM pode ser difícil. Solicite
imediatamente a avaliação e recomendações de um especialista (p. ex.,
realização de marca-passo transcutâneo temporário).

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Parte 2 — Lista de Checagem para Fibrinolíticos

LISTA DE CHECAGEM DE DOR TORÁCICA PARA FIBRINOLÍTICOS EM PACIENTES COM IAMEST


Passo Um: O paciente sentiu desconforto torácico por mais de 15 minutos e menos de 12 horas?

SIM NÃO

O ECG mostra IAMEST ou BRE novo ou presumivelmente novo?


PARE
SIM NÃO

Passo Dois: Há contra-indicações para fibrinólise?


Caso QUALQUER alternativa a seguir seja SIM, a fibrinólise PODE estar contra-indicada.

PA sistólica maior que 180 mmHg SIM NÃO

PA diastólica maior que 110 mmHg SIM NÃO

Diferença da PA sistólica no braço direito x esquerdo maior que 15 mmHg SIM NÃO

História de doença estrutural do sistema nervoso central SIM NÃO

Trauma fechado significativo da cabeça/face nos 3 meses anteriores SIM NÃO

Trauma maior recente (nas últimas 6 semanas), cirurgia (inclusive cirurgia ocular com laser), sangramento GI/GU SIM NÃO

Problema de sangramento ou coagulação ou fazendo uso de anticoagulantes SIM NÃO

RCP por mais de 10 minutos SIM NÃO

Está grávida SIM NÃO

Doença sistêmica grave (p. ex., câncer em estágio avançado/terminal, doença hepática ou renal grave) SIM NÃO

O paciente é de alto risco?


Passo Três: Caso QUALQUER alternativa a seguir seja SIM, CONSIDERE a possibilidade de transferência para uma unidade com ICP

Freqüência cardíaca maior ou igual a 100 bpm E PA sistólica menor que 100 mmHg SIM NÃO

Edema pulmonar (estertores) SIM NÃO

Sinais de choque (pele fria e úmida) SIM NÃO


Contra-indicações para terapia fibrinolítica SIM NÃO

Figura 29. Lista de Checagem para Fibrinolíticos

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Acidente Vascular Cerebral

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Lista de Checagem de Fibrinolíticos para AVC

Tabela 3. Lista de Checagem de Fibrinolíticos para Pacientes com AVC Isquêmico Agudo

Todos os quadros devem ser preenchidos antes do tPA poder ser administrado.
Nota: A lista de checagem abaixo inclui as indicações e contra-indicações aprovadas pela FDA para administração de tPA para AVC
isquêmico agudo. Um médico com experiência em cuidados para o AVC agudo pode modificar esta lista.

Critérios de Inclusão (todos os quadros marcados Sim nesta seção devem estar marcados):
Sim
Idade igual ou superior a 18 anos?
Diagnóstico clínico de AVC isquêmico com um deficit neurológico mensurável?
Tempo de início dos sintomas (a última vez em que o paciente foi visto normal) bem estabelecido como sendo < 180 minutos (3 horas) antes do início
do tratamento?
Critérios de Exclusão (todos os quadros Não na seção “Contra-Indicações” devem estar marcados):
Contra-indicações:
Não
Evidências de hemorragia intracraniana na TC cerebral não contrastada, pré-tratamento?
Apresentação clínica sugestiva de hemorragia subaracnóidea, mesmo com TC normal?
A TC demonstra infarto multilobar (hipodensidade maior que um terço do hemisfério cerebral)?
História de hemorragia intracraniana?
Hipertensão não controlada: No momento em que o tratamento deveria iniciar, a pressão sistólica permanece > 185 mmHg ou a pressão diastólica
permanece > 110 mmHg, apesar de repetidas mensurações?
Aneurisma, neoplasia ou malformação arteriovenosa conhecida?
Convulsão testemunhada no início do AVC?
Sangramento interno ativo ou trauma agudo (fratura)?
Diátese hemorrágica aguda incluindo, mas não se limitando a
– Contagem de plaquetas < 100.000/mm3?
– Heparina nas últimas 48 horas, resultando em um tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) maior que o limite superior da normalidade para
o exame laboratorial?
– Uso atual de anticoagulantes (p. ex., varfarina sódica) que tenha produzido uma elevação do índice de normalização internacional (INR) > 1,7 ou um
tempo de protrombina (TP) > 15 segundos?*
Foi submetido a cirurgia intracraniana ou intramedular, sofreu traumatismo craniano grave ou AVC nos últimos 3 meses?
Punção arterial em local não compressível, nos últimos 7 dias?

Contra-indicações Relativas/Precauções:
Experiências recentes sugerem que, sob algumas circunstâncias – com a consideração cuidadosa e a ponderação da relação risco-benefício – os
pacientes podem receber terapia fibrinolítica, apesar de uma ou mais contra-indicações relativas. Considere cuidadosamente os prós e os contras da
administração de tPA, se houver quaisquer dessas contra-indicações relativas:

• Somente sintomas de AVC menores ou melhorando rapidamente (melhorando espontaneamente)


• Nos primeiros 14 dias de cirurgia maior ou trauma grave
• Hemorragia do trato urinário ou gastrintestinal recente (nos últimos 21 dias)
• Infarto agudo de miocárdio recente (nos últimos 3 meses)
• Pericardite pós-infarto do miocárdio
• Nível glicêmico anormal (< 50 ou > 400 mg/dl [< 2,8 ou >22,2 mmol/l])
* Em pacientes sem uso recente de anticoagulantes orais ou heparina, o tratamento com tPA pode ser iniciado antes da disponibilidade dos resultados de exames de coagulação,
mas deve ser suspenso se o INR for > 1,7 ou o tempo de tromboplastina parcial for elevado para os padrões laboratoriais locais.

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Equipes de Emergência Médica
(ou de Resposta Rápida)
para Evitar a Parada Cardíaca
no Hospital

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Introdução A mortalidade por parada cardíaca no hospital permanece alta. O índice
médio de sobrevivência é de aproximadamente 17%, apesar dos avanços
significativos nos procedimentos terapêuticos. Os índices de sobrevivência
são especialmente baixos para a parada associada a ritmos que não a fibri-
lação ventricular (FV)/taquicardia ventricular (TV). Os ritmos não FV/TV estão
presentes em mais de 75% das paradas ocorridas em ambiente hospitalar.

Muitas paradas que ocorrem no hospital são precedidas de alterações fisio-


lógicas facilmente reconhecíveis, muitas das quais evidenciadas pela mo-
nitorização rotineira dos sinais vitais. Em estudos recentes, quase 80% dos
pacientes hospitalizados com parada cardiorrespiratória tinham sinais vitais
anormais documentados por até 8 horas antes da parada real. Esses acha-
dos sugerem que exista um período de aumento da instabilidade antes da
ocorrência de uma parada.

Da baixa porcentagem de pacientes com parada cardíaca hospitalar que ex-


perimentam o retorno da circulação espontânea e são admitidos na unidade
de terapia intensiva, 80% acabam morrendo antes da alta. Em comparação,
somente 44% dos pacientes sem parada, transferidos do pronto socorro
para a unidade de tratamento intensivo em condições de emergência (isto é,
antes que ocorra uma parada) morrem antes da alta hospitalar.

Equipes As equipes de parada cardíaca provavelmente não evitarão as paradas, pois,


de Parada geralmente, são chamadas somente após a parada ter ocorrido, em cuja
Cardíaca circunstância o índice de mortalidade é superior a 80%.
(Hospitalar)
A abordagem para a parada cardíaca hospitalar variou muito nos últimos
anos. Atualmente, a segurança do paciente e a prevenção da parada é o
novo enfoque. A melhor maneira de melhorar as chances de sobrevivência
do paciente que sofre uma parada cardiorrespiratória é evitar sua ocorrência.
Por isso, o reconhecimento da deterioração clínica e a intervenção imediata
para evitar a parada são aspectos enfocados e enfatizados atualmente. A
avaliação rápida e a intervenção imediata para diversas condições fisiológi-
cas anormais podem reduzir o número de paradas que ocorrem em ambiente
hospitalar. A maioria das paradas cardiorrespiratórias em ambiente hospitalar
deve ser classificada como “falha em socorrer”, ao invés de ser uma ocorrên-
cia isolada, inesperada e aleatória. Esta nova maneira de pensar requer uma
mudança cultural significativa nas instituições hospitalares. Ações e inter-
venções precisam ser pró-ativas, com o objetivo de melhorar os índices de
morbidade e mortalidade, ao invés de reagir a um evento catastrófico.

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Sistemas de Nas últimas décadas, hospitais em vários países têm desenvolvido sistemas
Resposta para identificar e tratar precocemente a deterioração clínica dos pacientes. O
Rápida objetivo desses sistemas de resposta rápida é melhorar a evolução do pa-
ciente, trazendo especialistas em cuidados críticos para o atendimento dos
– Equipe de
pacientes em enfermaria. Existem vários nomes para esses sistemas, como
Resposta
Rápida equipe de emergência médica, equipe de resposta rápida e equipe de ava-
liação rápida.
– Equipe de
Emergências Estes são os componentes básicos comuns para todos os sistemas de res-
Médicas posta rápida. O sucesso depende de muitos fatores. Inicialmente, o sucesso
depende do acionamento de uma equipe de emergência médica por uma
enfermeira do pronto socorro ou por uma enfermeira ou médico da enferma-
ria, utilizando critérios fisiológicos específicos para decidir quando acionar a
equipe. A lista abaixo dá exemplos desses “critérios de acionamento” para
pacientes adultos:
• Via aérea ameaçada
• Freqüência respiratória < 6 ou > 30 respirações por minuto
• Freqüência cardíaca < 40 por minuto ou > 140 por minuto
• Pressão arterial sistólica < 90 mmHg
• Hipertensão sintomática
• Redução súbita no nível de consciência
• Agitação inexplicada
• Convulsão
• Queda significativa no débito urinário
• Enfermeira ou profissional de saúde preocupado com o paciente
• Critérios subjetivos também podem ser utilizados
O sistema é criticamente dependente da enfermeira primária identificar e agir
com base em critérios específicos para imediatamente acionar a equipe de
emergência médica para o leito do paciente. A equipe de emergência médica
consiste tipicamente de profissionais de saúde com experiência em cuidados
de emergência e cuidados críticos, além de habilidades para dar suporte ime-
diato às intervenções em situações de cuidados críticos. A equipe de emer-
gência médica é responsável por realizar uma avaliação rápida do paciente e
iniciar o tratamento adequado para reverter a deterioração fisiológica e evitar
uma evolução inadequada.

Estudos A maioria dos estudos publicados “antes e depois” das equipes de emer-
Publicados gência médica ou dos sistemas de resposta rápida demonstra uma queda de
17% a 65% na freqüência cardíaca após a intervenção. Os outros benefícios
documentados para esse sistema são: redução nas transferências de emer-
gências não planejadas para a unidade de terapia intensiva (UTI), redução do
tempo de permanência na UTI e do índice de hospitalização total, reduções
nos índices de morbidade e mortalidade pós-operatória e melhora nos índi-
ces de sobrevivência a uma parada cardíaca.

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O ensaio MERIT, publicado recentemente, é o único ensaio randomizado e
controlado que comparou hospitais com e sem equipes de emergência mé-
dica. O estudo não demonstrou uma diferença direta da evolução composta
(parada cardíaca, morte inesperada, admissão não planejada à UTI) entre
12 hospitais equipes de emergência médica e 11 hospitais sem equipes de
emergência médica. Pesquisas adicionais são necessárias para avaliar os de-
talhes clínicos da implementação e eficácia potencial das equipes de emer-
gência médica na prevenção da parada cardíaca ou na melhora de outros
parâmetros de evolução importantes para o paciente.

Implementação Implementar qualquer tipo de sistema de resposta rápida exige uma modifi-
de Um Sistema cação cultural significativa na maioria dos hospitais. Aqueles que planejam
de Resposta e gerenciam o sistema devem prestar atenção especial aos aspectos que
Rápida poderiam impedir que o sistema fosse usado de maneira eficaz. Exemplos
desses aspectos preocupantes são: recursos insuficientes, orientação inade-
quada, medo de acionar a equipe, medo de perder o controle do tratamento
do paciente e resistência pelos membros da equipe.
A implementação de um sistema de resposta rápida ou de uma uma equipe
de emergência médica requer uma orientação contínua, com coleta criteriosa
dos dados, revisão e reavaliação. O desenvolvimento e a manutenção des-
ses programas requerem um comprometimento financeiro e cultural a longo
prazo por parte da administração do hospital, que deve entender que os
benefícios potenciais do sistema (redução do uso de recursos e melhora dos
índices de sobrevivência) podem ter desdobramentos financeiros positivos
independentes. Os administradores hospitalares e os profissionais de saúde
precisam reorientar sua abordagem para os eventos médicos de emergência
e devem desenvolver uma cultura de segurança do paciente, com o objetivo
primário de reduzir a morbidade e a mortalidade.

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Abrangência Humana, Ética
e Legal do ACE e SAVC

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Parte 1 — Questões Ligadas aos Profissionais de Saúde e às
Testemunhas
Qual o Índice Muitos especialistas em saúde pública consideram que o treinamento em
de Sucesso RCP seja a iniciativa de saúde pública mais bem sucedida dos tempos
da RCP, da atuais. Milhões de pessoas se prepararam para realizar ações que salvam
Desfibrilação vidas de um ser humano. Mas, apesar de nossos melhores esforços, na
e do SAVC?
maioria dos locais, 50% ou mais das tentativas de ressuscitação fora do
hospital não são bem sucedidas. A RCP realizada em ambiente doméstico
ou em público resulta em um retorno da circulação espontânea (RCE) – isto
é, mesmo um retorno temporário de um ritmo adequado – somente cerca de
50% das vezes.
Tragicamente, mesmo quando ocorre o retorno da circulação espontânea,
somente cerca de 50% dos pacientes com parada cardíaca com FV admiti-
dos ao pronto-socorro e ao hospital sobrevivem e voltam para casa. Isso sig-
nifica que 3 de cada 4 tentativas de RCP pré-hospitalares serão “mal sucedi-
das” em termos de sobrevida livre de seqüelas neurológicas à alta hospitalar.
Além disso, existe um índice de mortalidade > 80% para a parada cardíaca
hospitalar. Devemos levar em consideração e planejar as reações emocionais
dos profissionais de saúde e das testemunhas para qualquer tentativa de
ressuscitação. Isso é especialmente verdadeiro quando esse esforço parece
ter sido “fracassado”.

Orgulhe- Você deve se orgulhar de estar aprendendo a tornar-se um profissional de


se de Suas saúde de SAVC. Agora você pode ter certeza de que estará melhor prepa-
Habilidades rado para fazer a coisa certa, quando suas habilidades profissionais forem
Como Um necessárias. É claro que essas emergências podem ter evolução negativa.
Profissional
Você e os outros membros da equipe de emergência que chegam para ajudar
de Saúde em
SAVC na tentativa de ressuscitação podem não ser bem sucedidos para restaurar
a vida. Algumas pessoas têm uma parada cardíaca, simplesmente porque
chegaram ao fim da vida. Seu sucesso não será medido pela possibilidade
do paciente com parada cardíaca viver ou morrer, mas pelo fato de você ter
tentado e desempenhado bem suas funções, juntamente com a equipe. A
simples realização das ações, seus esforços e tentativa de ajuda serão o real
critério de julgamento de seu sucesso.

Reações Uma parada cardíaca é um evento dramático e emocional, especialmente


de Estresse se o paciente é um amigo ou um ente querido. A emergência pode envolver
Após as detalhes físicos desagradáveis, como, sangramento, vômitos e higiene ina-
Tentativas de dequada. A emergência pode produzir reações emocionais fortes nos médi-
Ressuscitação
cos, enfermeiras, circunstantes, socorristas leigos e na equipe do serviço de
emergência. As tentativas mal sucedidas de ressuscitação podem estressar
mais ainda o profissional de saúde, resultando em várias reações emocionais
e sintomas físicos que podem perdurar até depois do término da situação de
emergência original.

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É comum que uma pessoa experimente “pós-choques” emocionais depois
de um evento desagradável. Essas reações de estresse geralmente ocorrem
imediatamente depois ou nas primeiras horas após o evento. Algumas vezes,
a resposta emocional ocorre mais tardiamente. Essas reações são freqüentes
e normais. Não existe nada de errado com você ou com alguém que sofra
essas reações após a ocorrência de um evento.
Os psicólogos que trabalham com equipes profissionais de emergência sa-
bem que os profissionais de saúde podem experimentar luto, ansiedade, rai-
va e culpa. As reações físicas típicas incluem dificuldade para dormir, fadiga,
irritabilidade, alterações nos hábitos alimentares e confusão mental. Muitas
pessoas dizem que eram incapazes de parar de pensar no evento. Lembre-se
de que essas reações são comuns e normais. Elas não significam que você
esteja “perturbado” ou “fraco”. Reações fortes simplesmente indicam que
esse evento em particular teve um impacto significativo sobre você. Com
a compreensão e o apoio dos amigos e dos entes queridos, as reações de
estresse geralmente passam.

Técnicas de Os psicólogos nos ensinam que uma das maneiras mais bem sucedidas de
Redução do reduzir o estresse após um esforço de resgate é simples: falar sobre o as-
Estresse em sunto. Sente-se com outras pessoas que testemunharam o evento e falem
Profissionais sobre ele. A equipe do serviço de emergência que responde às chamadas de
de Saúde e
emergência em locais com desfibrilação feita por socorrista leigo é encora-
Testemunhas
jada a oferecer apoio emocional aos socorristas leigos e aos circunstantes.
Discussões mais formais, chamadas “reavaliação dos eventos críticos”, de-
vem incluir não somente socorristas leigos, mas também os profissionais que
responderam à situação de emergência.
Nessas discussões, você será encorajado a descrever o que aconteceu. Não
tenha medo de “reviver” o evento. É natural e saudável falar sobre ele. Des-
creva o que aconteceu, o que passou por sua mente durante os esforços de
resgate, como você se sentiu naquele momento e como se sente agora. Te-
nha paciência consigo mesmo. Compreenda que muitas reações diminuirão
em alguns dias. Compartilhar seus pensamentos e sentimentos com outros
companheiros de trabalho, profissionais de saúde, colegas, membros da
equipe do serviço de emergência ou amigos o ajudará a reduzir as reações
de estresse e a recuperar-se delas.
Outras fontes de apoio psicológico e emocional são os religiosos, o cape-
lão da polícia, o capelão do corpo de bombeiros e as assistentes sociais do
pronto socorro e do hospital. O instrutor de seu curso pode ser capaz de lhe
dizer quais planos foram estabelecidos para a reavaliação dos eventos críti-
cos em seu ambiente profissional.

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Barreiras Ansiedade de Desempenho
Psicológicas à
O Curso de SAVC para Profissional de Saúde ajuda a prepará-lo para res-
Ação
ponder adequadamente a futuras emergências. Os profissionais de saúde
de SAVC têm expresso algumas preocupações comuns sobre a maneira de
responder a emergências cardíacas súbitas: Vou ser chamado a atuar? Vou
me lembrar dos passos da abordagem de SAVC? Vou me lembrar como
realizar as habilidades de RCP, desfibrilação e intubação e os detalhes sobre
as doses de medicamento e os passos nos algoritmos? Eu realmente vou
saber responder à uma emergência real? Qualquer emergência que envolva
um paciente com quem você tenha crescido, seja um amigo ou um familiar,
produzirá uma reação emocional forte.
Aspectos Desagradáveis da RCP
E o que dizer sobre os aspectos desagradáveis ou inconvenientes da rea-
lização da RCP, tanto dentro quanto fora do hospital? Você será realmente
capaz de realizar a ventilação de resgate boca–a–boca em um estranho? O
que vai acontecer se o paciente estiver com hemorragia por causa de feri-
mentos na face? Essa manobra não é um risco de doença para um profis-
sional de saúde sem o dispositivo de barreira, ao realizar a RCP? A RCP e a
desfibrilação exigem que o profissional de saúde remova as roupas do tórax
do paciente. Você não pode fixar as pás adesivas de desfibrilação, a menos
que seja diretamente sobre a pele da vítima. O profissional de saúde deve
abrir a blusa ou a camisa do paciente e precisa remover as roupas de baixo
da vítima. A inibição e princípios morais podem fazer com que algumas pes-
soas hesitem antes de removerem as roupas de estranhos, especialmente na
frente de muitas outras pessoas, em um local público.

Todos estão familiarizados com o conceito de choques de desfibrilação, con-


forme demonstrado em filmes e em programas de televisão. Todos sabem
que devem esperar pelo “salto” e pelas contrações musculares, sempre que
um personagem grita “afastem-se” e aplica um choque. Esses choques pare-
cem ser dolorosos. Você pode superar sua tendência natural de não machu-
car os outros, mesmo em uma situação de emergência, quando suas ações
puderem salvar vidas? Freqüentemente, amigos e parentes estarão no local
de uma emergência. Se você responder e atuar, essas pessoas o verão com
orgulho, por você realizar atividades rapidamente, com eficiência e confiança.

Essas barreiras psicológicas podem prejudicar uma resposta de emergência


rápida, principalmente em ambientes onde esses eventos são raros. Não
existem soluções fáceis para ajudar a superar essas barreiras psicológicas.
Seu instrutor o ajudará a antecipar muitas das situações descritas acima. Os
casos práticos incluem atividades de ensaio e simulação. Reflita bastante
sobre como você responderia quando se vir frente a essas situações. A prá-
tica mental, mesmo quando não acompanhada da prática real, pode ajudar
a melhorar seu desempenho futuro. Contudo, o melhor preparo é a prática
freqüente com manequins, em situações e simulações realistas.

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Os líderes de todos os cursos que seguem as diretrizes da AHA estão cientes
dos desafios mentais e emocionais oriundos dos esforços de ressuscitação.
Você terá apoio, caso alguma vez participe de uma tentativa de ressusci-
tação. Você pode não vir a saber, durante muito tempo, se o paciente sobre-
viveu ou morreu. Caso a pessoa que você tentou ressuscitar acabar morren-
do, conforme-se com a situação, sabendo que as ações que você realizou
foram as melhores possíveis.

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Parte 2 — Aspectos Legais e Éticos

A Coisa Certa A AHA vem apoiando o treinamento em RCP na comunidade há mais de três
a Fazer décadas. Cidadãos que respondem a uma emergência e realizam a RCP têm
salvado milhares de vidas. A AHA acredita que o treinamento na realização
de RCP e no uso do DEA aumentará substancialmente o número de sobrevi-
ventes de parada cardíaca.
Qualquer pessoa pode realizar a RCP de emergência, sem medo de sofrer
ações legais.
As compressões torácicas e a ventilação de resgate exigem um contato físico
direto entre o profissional de saúde e o paciente. É mais provável que essas
duas pessoas não se conheçam. Muito freqüentemente, o paciente em pa-
rada cardíaca pode morrer. Nos Estados Unidos, as pessoas podem acionar
legalmente alguém quando acreditam que essa pessoa prejudicou a outra,
mesmo não intencionalmente. Apesar desse aspecto legal, a RCP ainda é
amplamente utilizada e têm sido acentuadamente livre de ações legais e
penais. Apesar de alguns advogados terem entrado com ações legais contra
profissionais de saúde que realizam RCP, nenhum “bom samaritano” jamais
foi considerado culpado de prejudicar alguém enquanto estava realizando a
RCP.

Todos os 50 estados dos EUA têm leis do Bom Samaritano, que conferem
imunidade a qualquer voluntário ou socorrista leigo que tente realizar a RCP
em um esforço honesto e de “boa fé” para salvar uma vida. Uma pessoa é
considerada bom samaritano se:
• Estiver genuinamente tentando ajudar
• A ajuda for razoável (você não pode realizar condutas inadequadas e gros-
seiras, isto é, ações que uma pessoa sensata, com o mesmo treinamento
que você, jamais faria).
• O esforço de resgate for voluntário e não fizer parte dos deveres profissio-
nais do indivíduo
A maioria das leis do Bom Samaritano protege pessoas leigas que realizam
RCP, mesmo se elas não tiveram um treinamento formal. O objetivo dessa
proteção é encorajar a formação de uma consciência ampla sobre as técni-
cas de ressuscitação e remover uma barreira, para envolver mais pessoas. A
menos que se espere que você realize RCP como parte de suas responsabi-
lidades profissionais, você não tem obrigação legal de tentar a RCP em um
paciente com parada cardíaca. A não realização de RCP quando não existe
perigo para um profissional de saúde com a habilidade necessária não é con-
siderada uma violação legal, mas alguns podem considerá-la uma violação
ética.

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Princípio da Se o objetivo de um tratamento médico não puder ser alcançado, a terapia
Inutilidade é considerada inútil. Os principais determinantes da inutilidade médica são a
duração e a qualidade de vida. Uma intervenção que não possa estabelecer
qualquer aumento na duração ou na qualidade de vida é considerada inútil.

Pacientes ou familiares podem pedir aos médicos para fornecerem cuida-


dos inadequados. Os médicos, contudo, não são obrigados a fornecer estes
cuidados, se houver um consenso científico e social que determine que o
tratamento não será eficaz, como RCP em pacientes com sinais de morte
irreversível. Outros profissionais de saúde tampouco são obrigados a realizar
a RCP ou os cuidados de SAVC, se nenhum benefício for esperado (ou seja,
a RCP não restabeleceria uma circulação eficaz). Além dessas circunstâncias
clínicas e na ausência de diretivas avançadas (incluindo as ordens de não
tentar a ressuscitação – NTR) ou de desejos em vida que afirmem o contrá-
rio, os profissionais de saúde profissionais de saúde devem tentar realizar a
ressuscitação.

Um exame cuidadoso do prognóstico do paciente, tanto para a duração


quanto para a qualidade de vida, determinará se a RCP é adequada. A RCP
não é adequada quando não se espera que ela leve à sobrevivência do pa-
ciente.
Quando a probabilidade de sobrevivência é limítrofe ou quando a probabili-
dade de morbidade e de carga para o paciente é relativamente alta, os profis-
sionais de saúde devem apoiar os desejos do paciente. Se não souberem os
desejos do paciente, os profissionais de saúde podem seguir as preferências
de alguém legalmente autorizado a tomar a decisão no lugar do paciente.
Não iniciar a ressuscitação e a suspensão dos esforços do tratamento de
suporte à vida durante ou após a ressuscitação são aspectos eticamente
equivalentes. Quando o prognóstico do paciente é incerto, considere uma
prova de tratamento, enquanto reúne mais informações para determinar a
probabilidade de sobrevivência e o curso clínico esperado.

Cessação dos A decisão de cessar os esforços de ressuscitação cabe ao médico respon-


Esforços de sável pelo tratamento no hospital. O médico baseia sua decisão em muitos
Ressuscitação fatores, incluindo o tempo até a RCP, o tempo até a desfibrilação, a presença
de co-morbidades, as condições pré-parada e o ritmo ao início da parada.
Nenhum desses fatores, isolada ou conjuntamente, é claramente preditivo da
evolução. O fator mais importante associado a uma evolução inadequada em
pacientes com parada cardíaca normotérmica é a duração dos esforços de
ressuscitação. A chance de alta hospitalar com vida e sem seqüelas neuroló-
gicas diminui à medida que aumenta o tempo até a ressuscitação. O médico
responsável pelo tratamento deve interromper a tentativa de ressuscitação se
houver um alto grau de certeza de que o paciente não responde aos esforços
adicionais de SAVC.

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© 2008 Edição em português: American Heart Association 81
Na ausência de fatores mitigantes (p. ex., toxicidade farmacológica, hipoter-
mia), os esforços prolongados de ressuscitação têm pouca probabilidade de
sucesso. Se ocorrer o RCE de qualquer duração, contudo, pode ser adequa-
do considerar o prolongamento dos esforços de ressuscitação. É importante
considerar as circunstâncias de parada cardíaca (p. ex., overdose de drogas
ou submersão em água gelada), ao decidir continuar ou não com os esforços
de ressuscitação.
Para a criança recém-nascida, a cessação das manobras de ressuscitação
pode ser justificada após 10 minutos sem sinais de vida, apesar dos esforços
de ressuscitação contínuos e adequados. O prognóstico de sobrevivência
ou a sobrevivência sem deficiências já foi demonstrado como sendo extre-
mamente desfavorável quando não há resposta após mais de 10 minutos de
esforços intensivos de ressuscitação.

Quando Não Poucos critérios podem predizer com precisão a inutilidade da RCP. À luz
Iniciar a RCP dessa incerteza, todos os pacientes com parada cardíaca devem receber
esforços de ressuscitação a menos que:
• Tenham uma ordem NTR (Não Tentar a Ressuscitação) válida
• Tenham sinais de morte irreversível (p. ex., rigidez cadavérica, decapitação,
decomposição ou lividez constante)
• Não se possa esperar qualquer benefício fisiológico, pois as funções vitais
estão deterioradas, apesar da terapia máxima (p. ex., choque cardiogênico
ou séptico progressivo)
A cessação da RCP para recém-nascidos na sala de parto pode ser adequa-
da sob circunstâncias como:
• Gestação confirmada <23 semanas
• Peso ao nascer <400 g
• Anencefalia confirmada
• Trissomia do 13 confirmada
• Outras anomalias congênitas que são incompatíveis com a vida

Manutenção O treinamento de SBV reafirma a necessidade de que o primeiro socorrista


x Desistir da leigo a chegar ao local de uma parada cardíaca inicie a RCP. Espera-se que
RCP os profissionais de saúde forneçam SBV e SAVC como parte de seu dever
profissional. Existem algumas exceções à esta regra:
• A pessoa é encontrada morta, com sinais clínicos evidentes de morte
irreversível (p. ex., rigidez cadavérica, lividez constante, decapitação ou
decomposição).
• A tentativa de realizar a RCP colocaria o profissional de saúde em risco de
lesão física.
• O paciente ou seus responsáveis afirmam não haver desejo de realização da
tentativa de ressuscitação, apresentando uma diretiva avançada (ordem NTR).
• Não se espera quaisquer benefícios fisiológicos, pois as funções vitais
deterioram apesar da terapia máxima (p. ex., sepse progressiva ou choque
cardiogênico).

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Nenhum profissional de saúde deve fazer um julgamento sobre a qualidade
de vida presente ou futura de um paciente em parada cardíaca, com base
nas condições neurológicas atuais (isto é, durante a tentativa de ressusci-
tação) ou previstas. Estes julgamentos “precipitados” são freqüentemente
imprecisos. Condições como lesão cerebral irreversível ou morte cerebral não
podem ser avaliadas com segurança ou previstas durante uma situação de
emergência.

Fora do hospital, os protocolos de NTR devem ser claros para todas as


pessoas envolvidas (p. ex., médicos, pacientes, familiares, entes queridos e
outros profissionais de saúde). As diretivas avançadas podem ser feitas de
muitas formas (p. ex., ordens expressas feita pelos médicos, à beira do leito,
cartões de identificação para carteira e braceletes de identificação).
O formulário de NTR ideal para o serviço de emergência deve ser portátil,
para o caso do paciente ser transferido. Além de incluir as ordens de NTR em
ambientes fora do hospital, o formulário deve instruir o serviço de emergên-
cia sobre o início e a manutenção das intervenções de suporte a vida para o
paciente que está sem pulso e apnéico.

Suspensão A suspensão do suporte de vida é uma decisão emocionalmente complexa


do Suporte de para a família e para a equipe de ressuscitação. Suspender ou desistir do
Vida suporte à vida são eticamente similares. A decisão de suspender o suporte
de vida é justificável quando é declarado o óbito do paciente, se o médico e
o paciente ou seu responsável concordarem que os objetivos do tratamento
não podem ser alcançados ou se a carga para o paciente com a manu-
tenção do tratamento exceder quaisquer benefícios.
Alguns pacientes não recuperam a consciência após a parada cardíaca e o
(RCE). Na maioria dos casos, o prognóstico para adultos que permanecem
em coma profundo (Índice da Escala de Coma de Glasgow < 5) após a pa-
rada cardíaca pode ser previsto com precisão após 2 ou 3 dias da ressusci-
tação. Os achados físicos específicos ou os exames laboratoriais podem ser
úteis para ajudar nesse processo. Os 3 fatores seguintes estão associados a
uma evolução desfavorável:
• Ausência de resposta pupilar à luz no terceiro dia
• Ausência de resposta motora à dor no terceiro dia
• Ausência bilateral de resposta cortical aos potenciais evocados somatos-
sensitivos do nervo mediano, quando aplicados em pacientes normotérmi-
cos que estão em coma por pelo menos 72 horas após a parada cardíaca
e a tentativa de ressuscitação.
Sob essas circunstâncias, é eticamente permissível suspender os esforços
de vida.

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Os pacientes em estágio terminal de uma doença incurável, conscientes ou
não, devem receber cuidados que assegurem seu conforto e dignidade. O
objetivo desses cuidados é minimizar o sofrimento associado à dor, à disp-
néia, ao delírio, às convulsões e a outras complicações terminais. É etica-
mente aceitável aumentar a dose de narcóticos e sedativos para aliviar a dor
e outros sintomas, até mesmo para níveis que possam encurtar a vida do
paciente.

Diretivas Uma diretiva avançada é qualquer manifestação expressa dos pensamentos,


Avançadas, desejos ou preferências de uma pessoa em relação a seu atendimento na
Desejos em fase terminal. As diretivas avançadas podem ser baseadas em diretivas es-
Vida e Autode- critas, conversadas, desejos em vida, ou procurações registradas em cartório
terminação do
referentes aos cuidados de saúde. A validade legal dos diversos relatórios de
Paciente
diretivas avançadas varia de jurisdição para jurisdição. Os tribunais conside-
ram que as diretivas avançadas escritas sejam mais fidedignas que as decor-
rentes de lembranças de conversações.
Um desejo em vida é uma recomendação feita por escrito pelo paciente aos
médicos sobre os cuidados de saúde que aprovaria caso viesse a se tornar
terminal e incapaz de tomar decisões. Um desejo em vida é uma evidência
nítida dos desejos do paciente e, na maioria dos locais, pode ser legalmente
adotado.
Os desejos em vida e as diretivas avançadas devem ser reavaliados periodi-
camente, porque os anseios dos pacientes e suas condições médicas podem
mudar com o passar do tempo. O Ato de Autodeterminação do Paciente de
1991 (EUA) obriga as instituições de cuidados à saúde e as organizações
de managed care a perguntar se os pacientes têm diretivas avançadas. As
instituições de cuidados à saúde devem facilitar a conclusão das diretivas
avançadas, se os pacientes assim o desejarem.

Ordens Muitos pacientes para os quais o 192 é acionado devido a parada cardía-
de Não- ca são pessoas com doenças crônicas, têm uma doença terminal, ou têm
Ressuscitação uma diretiva avançada por escrito (ordem NTR). Estados e outras jurisdições
Fora do têm leis diferentes para as ordens NTR em ambiente fora do hospital e para
Hospital
diretivas avançadas. Mesmo se um paciente tiver uma ordem NTR, pode ser
difícil determinar a importância de iniciar a ressuscitação. Essa determinação
é especialmente difícil se os familiares tiverem opiniões diferentes. Você deve
iniciar a RCP e os cuidados de SAVC se tiver razões para acreditar que:
• Existe dúvida razoável sobre a validade de uma ordem NTR ou de uma
diretiva avançada
• O paciente pode ter mudado de idéia
• Os melhores interesses do paciente estão em jogo

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Algumas vezes, alguns minutos após o início de uma tentativa de ressus-
citação, os parentes ou outras pessoas da equipe médica podem chegar e
confirmar que o paciente havia claramente expresso o desejo de que a res-
suscitação não fosse tentada. As medidas de RCP ou outros suportes à vida
podem ser descontinuados com a aprovação da indicação médica, quando
não há informações adicionais disponíveis.
Quando você não puder obter uma informação clara sobre os desejos do
paciente, inicie as medidas de ressuscitação.

Programas Diversos estados (EUA) têm adotado programas “sem RCP”. Esses progra-
do Serviço de mas permitem ao paciente e seus familiares acionarem o 192 para cuidados
Emergência de emergência, apoio e tratamento para os problemas de estágio terminal da
Que Não vida (isto é, falta de ar, sangramento ou dor incontrolável). Os pacientes não
Utilizam RCP
devem temer a realização de esforços indesejados de ressuscitação.
Em um programa de não–RCP, o paciente que geralmente tem uma doença
terminal assina um documento requisitando que não sejam feitas “medidas
heróicas” se houver perda do pulso ou cessação da respiração. Em alguns
estados, o paciente deve portar um bracelete com identificação de não-RCP.
Em uma situação de emergência, o bracelete ou outra documentação sinaliza
aos profissionais de saúde que os esforços de RCP, incluindo o uso do DEA,
não devem ser tentados.

Se um profissional de saúde de SAVC chega a um local em que há uma pes-


soa em aparente parada cardíaca (sem resposta, sem pulso, sem respiração)
e observa que a pessoa está portando um bracelete do programa de não-
RCP (ou tem alguma outra indicação da condição de não RCP), o profissional
de saúde deve respeitar os desejos do paciente. Relate o problema como
“pessoa que não responde, está em colapso e porta um bracelete de não-
RCP”. Informe que você considera que a RCP não deva ser realizada.
Verifique a regulamentação de seu estado (EUA) ou pergunte a seu instrutor
como são as leis em sua jurisdição em relação às “ordens de não-RCP” em
ambiente fora do hospital.

Transporte Se um sistema de serviço de emergência não permite que os não médicos


declarem a morte e a interrupção dos esforços de ressuscitação, a equipe
pode ser forçada a transportar ao hospital uma vítima com óbito por parada
cardíaca, que se mostrou refratária a cuidados adequados de SBV/SAVC.
Essa ação é antiética. Se os protocolos de tratamento de SBV e SAVC exe-
cutados cuidadosamente falham fora do hospital, como pode o mesmo
tratamento ter êxito no departamento de emergência? Diversos estudos têm
observado regularmente que < 1% dos pacientes transportados com RCP
em realização sobrevivem à alta hospitalar.
Os esforços tardios ou mínimos para fornecer RCP e SAVC, denominados “acio-
namentos lentos” (sabidamente fornecendo ressuscitação ineficaz), são procedi-
mentos inadequados. Esta prática compromete a integridade ética dos profissio-
nais de saúde e debilita o relacionamento profissional de saúde-paciente.

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© 2008 Edição em português: American Heart Association 85
Muitos serviços de emergência autorizam o encerramento de uma tentativa
de ressuscitação fora do hospital. Os serviços de emergência devem
estabelecer protocolos para declarar o óbito e para o transporte adequado
do corpo e devem também treinar suas equipes para saberem lidar com a
família e com os amigos da vítima com bastante sensibilidade.

Aspectos Os desfibriladores, incluindo muitos DEAs, são dispositivos médicos restritos.


Legais de Uso A maioria dos estados (EUA) tem legislações que exigem que o médico auto-
do DEA rize o uso de dispositivos médicos restritos. Programas de RCP realizada por
socorrista leigo e de desfibrilação que não disponibilizam DEAs para socor-
ristas leigos (e, em alguns casos, para os profissionais de saúde do serviço
de emergência) podem precisar ter uma autoridade médica ou um profissio-
nal de saúde que supervisione a compra dos DEAs, os protocolos de trata-
mento, o treinamento e o contato com os profissionais de saúde do serviço
de emergência. De certo modo, as autoridades médicas prescrevem o DEA
para uso por socorrista leigo e, portanto, estão de acordo com a regulamen-
tação médica.
Nos Estados Unidos, as acusações por mal prática e as conseqüentes ações
legais por responsabilidade aumentam a cada ano. No passado, o medo de
ser acionado legalmente por mal prática impediu programas inovadores que
trouxessem uma pronta RCP e desfibrilação para toda a comunidade, mas
esses medos mostraram-se infundados.
Para resolver o problema do medo de ser acionado legalmente, todos os
estados (EUA) têm mudado as leis e as regulamentações vigentes para for-
necer imunidade limitada aos socorristas leigos que usam o DEA no curso
da tentativa de ressuscitação. Muitos estados (EUA) têm criado leis do Bom
Samaritano para incluir o uso de DEA por socorristas leigos. Isso significa que
o sistema legal considerará o socorrista leigo um Bom Samaritano se tentar
realizar a RCP e a desfibrilação em alguma pessoa que esteja em parada car-
díaca. Como um Bom Samaritano, nenhuma ação legal contra você por lesão
ou dano que ocorra durante os esforços de ressuscitação terá sucesso (ex-
ceto nos casos de negligência grosseira). Por volta do ano 2000, advogados
e promotores (EUA) começaram a acionar legalmente certos locais por não
treinarem e equiparem seus empregados na realização de RCP e uso do DEA,
mas até 2005 nenhuma ação legal envolvendo um caso de tentativa de res-
suscitação em que um socorrista leigo tenha usado um DEA foi identificada.
Alguns estados dão imunidade limitada para uso do DEA por socorrista leigo
se certas recomendações específicas forem seguidas. Essas recomendações
podem exigir que o profissional de saúde:
• Tenha treinamento formal em RCP e uso do DEA (p. ex., o Curso Salva-Co-
rações de DEA da AHA ou equivalente)
• Utilize os protocolos de tratamento aprovados por uma autoridade médica
reconhecida
• Realize checagens de rotina e manutenção do DEA, conforme especificado
pelo fabricante

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• Notifique as autoridades do serviço de emergência de sua região sobre a
localização do DEA, para que a equipe do serviço de emergência, princi-
palmente os médicos reguladores, saibam onde estão em caso de chama-
das de emergência feitas de um ambiente onde exista um DEA.
A AHA publicou recentemente um documento em que detalha a legislação re-
comendada para promover programas de RCP e uso do DEA por socorristas
leigos e para ajudar os legisladores e desenvolvedores de políticas de saúde
a removerem os impedimentos para esses programas:
(http://circ.ahajournals.org/cgi/reprint/CIRCULATIONAHA.106.172289v1)

Os programas de RCP e uso do DEA por socorristas leigos devem implemen-


tar processos de melhora continuada da qualidade, incluindo a avaliação dos
seguintes aspectos:
• Desempenho de um plano de resposta de emergência, incluindo intervalos
precisos de tempo para as principais intervenções (como colapso até o
choque ou aconselhamento de não choque para início da RCP) e a evo-
lução do paciente
• Desempenho do profissional que responde à situação de emergência
• Funcionamento do DEA
• Condição e funcionamento das baterias
• Funcionamento das pás com eletrodos e condições para uso imediato,
incluindo data de validade

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Parte 3 — Suporte Emocional à Família

Notificação Apesar de nossos melhores esforços, a maioria das ressuscitações falham.


Aos Notificar os familiares da morte de um ente querido é um aspecto importan-
Sobreviventes te de uma tentativa de ressuscitação, que deve ser feito compassivamente,
Sobre a Morte tomando cuidado para não ferir as crenças culturais e religiosas e as práticas
de Um Ente
da família.
Querido
Não é raro que os familiares sejam afastados durante a tentativa de ressus-
citação de um ente querido. As pesquisas sugerem que os profissionais de
saúde têm opiniões variadas em relação à presença familiares durante as ten-
tativas de ressuscitação. Vários comentários têm expressado preocupação
de que os familiares possam interferir com os procedimentos ou acabem
desmaiando. A exposição da instituição e dos profissionais de saúde às res-
ponsabilidades legais é outra preocupação.

Contudo, diversas pesquisas desenvolvidas diante da observação dos es-


forços de ressuscitação demonstraram que a maioria dos familiares queria
estar presente durante a tentativa de ressuscitação. Familiares sem conhe-
cimentos médicos relataram que o fato de estarem ao lado de seus entes
queridos e de poder dizer adeus durante os momentos finais de sua vida era
uma atitude reconfortante. Eles também relataram que essa presença durante
a tentativa de ressuscitação os ajudou a aceitar melhor a morte de seu ente
querido e a maioria afirmou que faria tudo novamente. Vários relatos retros-
pectivos apontam reações positivas por parte dos familiares, muitos dos
quais afirmaram que haviam tido a sensação de terem ajudado seus entes
queridos e que isso havia aliviado parte de seu próprio sofrimento. A maioria
dos pais entrevistados queriam ter tido a opção de decidir se queriam ou não
estar presentes durante as tentativas de ressuscitação de seu filho.

Assim, na ausência de dados sugestivos de que a presença da família seja


prejudicial e à luz dos dados que sugerem que a estratégia possa ser útil,
oferecer a alguns familiares a oportunidade de estarem presentes durante
uma tentativa de ressuscitação parece ser algo razoável e desejado. Essa re-
comendação considera que o paciente, se for adulto, não tenha comunicado
uma objeção prévia. Os pais raramente perguntam se podem estar presentes,
a menos que sejam encorajados pelos profissionais de saúde.
A equipe encarregada da ressuscitação deve ser sensível à presença de fami-
liares durante os esforços de ressuscitação. É útil ter um membro da equipe
disponível para responder às perguntas feitas pela família, para dar esclareci-
mentos ou até para confortá-la.

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Principais Medicamentos em SAVC

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Notas Sobre a Administração de Medicamentos por Via:

IV Periférica: Os medicamentos de ressuscitação administrados através de cateter IV periférico devem


ser seguidas da administração de 20 ml de fluido via IV em bolus, para impulsioná-los para a
circulação central. A seguir, eleve a extremidade do paciente por 10 a 20 segundos.

Intra-óssea: Os medicamentos usados em SAVC que podem ser administrados por via IV também podem
ser administrados por via intra-óssea (IO).
Endotraqueal: Os medicamentos que podem ser administrados por via endotraqueal são indicados para
estes casos. As doses endotraqueais mais adequadas ainda não foram estabelecidas. A
administração IV/IO é preferível, pois pode proporcionar uma distribuição mais confiável
do medicamento e um melhor efeito farmacológico. A medicação administrada via tubo
endotraqueal deve ser diluída em água ou em SSN até 10 ml. Aplique várias ventilações com
pressão positiva após administrar a medicação.

Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

IECAs (Inibido- Indicações Abordagem: A terapia com IECA deve


res da Enzima • Os IECA reduzem a mortalidade e melhoram a ser iniciada com a administração de
Conversora da disfunção do VE em pacientes pós IAM. Esses baixas doses por via oral (com doses IV
Angiotensina) medicamentos ajudam a prevenir o remodela- possíveis para algumas preparações) e
mento adverso do VE, retardam a progressão aumentadas constantemente, até alcan-
para insuficiência cardíaca e diminuem a çar a dose total dentro de 24 a 48 horas.
incidência de morte súbita e de IM recorrente.
• Um IECA deve ser administrado por via oral nas Um bloqueador do receptor da angio-
primeiras 24 horas após o início dos sintomas e tensina (BRA) deve ser administrado a
continuado por longo prazo. pacientes que não toleram os IECA.
• Insuficiência cardíaca clínica sem hipotensão
arterial em pacientes que não respondem aos
digitálicos ou diuréticos.
• Sinais clínicos de IAM com disfunção do VE.
• Fração de ejeção do VE < 40%.

Enalapril Precauções/Contra-indicações para Todos os Enalapril (IV = Enalaprilat)


IECA • VO: Inicie com a dose única de 2,5 mg.
• Contra-indicado na gravidez (pode causar Titule a dose para 20 mg VO, 2 vezes
comprometimento fetal ou morte). ao dia.
• Contra-indicado em casos de angioedema. • IV: dose inicial de 1,25 mg durante 5
• Hipersensibilidade aos IECA. minutos; depois, 1,25 a 5 mg a cada 6
• Em casos de insuficiência renal, a dose deve horas.
ser reduzida (creatinina > 2,5 mg/dl em homens, • A via IV é contra-indicada em casos de
> 2 mg/dl em mulheres). Evite seu uso em casos IAMEST (risco de hipotensão).
de estenose bilateral da artéria renal.
Captopril • Concentrações séricas de potássio > 5 mEq/l. Captopril, Dose em Casos de IAM
Não administrar se o paciente estiver com hipo- • Inicie com a dose única de 6,25 mg,
tensão arterial (PAS < 100 mmHg ou mais de 30 por via oral.
mmHg abaixo do valor basal) ou com depleção • Aumente para 25 mg 3 vezes ao dia;
de volume. depois, para 50 mg 3 vezes ao dia,
• Geralmente, seu uso não é iniciado no PS; após conforme tolerado.
a conclusão da terapia de reperfusão e a estabi-
Lisinopril lização da pressão, inicie em 24 horas. Lisinopril, Dose em Casos de IAM
• 5 mg nas primeiras 24 horas do início
dos sintomas. Depois,
• 5 mg administrados após 24 horas.
Depois,
• 10 mg administrados após 48 horas.
Depois,
•10 mg 1 vez ao dia, diariamente

Ramipril Ramipril
• Inicie com a dose única de 2,5 mg, por
via oral. Titule até 5 mg VO 2 vezes ao
dia, quando tolerado.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Adenosina Indicações Via IV Rápida Contínua


• Primeiro medicamento para a maioria das • Coloque o paciente em posição de Tren-
formas de TSVP estável com complexo estreito. delemburg invertida com leve inclinação,
Eficaz em eliminar as alterações devidas à antes de administrar o medicamento.
reentrada envolvendo o nó AV ou o nó sinusal. • Bolus inicial de 6 mg administrado
• Pode ser considerada para taquicardia instável rapidamente durante 1 a 3 segundos,
com complexo estreito por reentrada, enquanto seguido de bolus de 20 ml de SSN; de-
se prepara para a cardioversão. pois, eleve as extremidades do paciente.
• Taquicardia Regular de complexo largo, conside- • Uma segunda dose (12 mg) pode ser
rada ou previamente definida como TSV com administrada em 1 a 2 minutos, se
reentrada. necessário.
• Não reverte a fibrilação atrial, o flutter atrial ou • Uma terceira dose (12 mg) pode ser
a TV. administrada em 1 a 2 minutos, se
• TSV com complexo estreito, estável e indefinido, necessário.
como uma manobra diagnóstica. Técnica de Injeção
Precauções/Contra-indicações • Registre o ritmo cardíaco em uma tira de
• Contra-indicação: Taquicardia induzida por ECG, durante a administração.
intoxicação/medicamento ou bloqueio cardíaco • Prepare a administração de adenosina e
de segundo ou terceiro grau. injete em 2 seringas separadas.
• Os efeitos colaterais transitórios incluem • Conecte ambas as seringas ao porta-
flushing, dor ou opressão torácica, períodos injeção IV mais próximo do paciente.
breves de assistolia ou bradicardia, ectopia • Clampeie o tubo IV acima do porta
ventricular. injeção.
• Menos eficaz (doses mais altas podem ser • Administre a adenosina IV tão rapida-
necessárias) em pacientes que fazem uso de mente quanto possível (1 a 3 segundos).
teofilina ou de cafeína; reduza a dose para 3 mg • Enquanto se mantém uma pressão
em pacientes que estão recebendo dipiridamol no êmbolo da seringa de adenosina,
ou carbamazepina. introduza a SSN contínua tão rapida-
• Se administrado para TV/taquicardia com com- mente quanto possível após a infusão de
plexo largo, pode causar deterioração (inclusive adenosina.
hipotensão). • Libere o clamp do tubo IV.
• Períodos transitórios de bradicardia sinusal e
ectopia ventricular são comuns após a elimina-
ção da TSV.
• Seguro e eficaz quando administrado durante a
gravidez.
Amiodarona Indicações Parada Cardíaca Não Responsiva à RCP.
Devido a seus efeitos colaterais potencialmente Choque e Vasopressores
fatais e às dificuldades associadas a seu manejo, 300 mg, IV/IO contínua (recomendada
a amiodarona deve ser prescrita para o tratamento diluição em 20 a 30 ml de SG 5%). A dose
somente das seguintes arritmias ventriculares inicial pode ser seguida de apenas mais
recorrentes, potencialmente fatais, documenta- UMA dose de 150 mg IV contínua em 3 a
das, quando essas arritmias não responderem 5 minutos.
a outros agentes antiarrítmicos ou quando os Arritmias Ventriculares Recorrentes
agentes alternativos não forem tolerados: Potencialmente Fatais
• Fibrilação ventricular recorrente Dose máxima acumulada: 2,2 g por via IV
• Taquicardia ventricular recorrente hemodinami- em 24 horas
camente instável. Pode ser administrada da seguinte ma-
Os pacientes devem ser hospitalizados neira:
enquanto as doses de ataque de amiodarona • Infusão rápida: 150 mg IV durante os
são administradas. A amiodarona deve ser primeiros 10 minutos (15 mg/min). A
prescrita apenas por médicos com experiência no infusão rápida (150 mg IV) pode ser
tratamento de arritmias potencialmente fatais, que repetida a cada 10 minutos, conforme a
estejam completamente familiarizados com os necessidade.
riscos e os benefícios da amiodarona, e que • Infusão lenta: 360 mg IV durante 6 horas
tenham acesso aos recursos laboratoriais capazes (1 mg/min).
de monitorizar adequadamente a eficácia e os • Infusão de manutenção: 540 mg IV
efeitos colaterais do tratamento com amiodarona. durante 18 horas (0,5 mg/min).
Outros Usos: Procure consulta com especia- Precauções
lista • Com doses múltiplas, as doses acumu-
Atenção: Interações medicamentosas múltiplas ladas > 2,2 g/24 horas são associadas
e complexas com hipotensão significativa, segundo
relatos de ensaios clínicos.
• Não administre com outros medicamen-
tos que prolongam o intervalo QT (p. ex.,
procainamida).
• Eliminação terminal é extremamente pro-
© 2006 Edição original em inglês: American Heart Association longada (a meia-vida é de até 40 dias).
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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Anrinona
(Ver Inanrinona)

Ácido Acetil- Indicações • Comprimido revestido não entérico de


salicílico • Administre para todos os pacientes com sín- 160 mg a 325 mg, assim que possível (é
drome coronariana aguda, principalmente aos preferível comprimido mastigável).
candidatos a reperfusão, exceto em casos de • Pode ser utilizado supositório retal (300
hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico. mg) para pacientes que não podem
• Bloqueia a formação de tromboxano A2, que tomar o medicamento por VO.
provoca a agregação das plaquetas e a constri- • Meta: Administração nos primeiros
ção das artérias. Isso reduz a mortalidade global minutos após a chegada.
por síndrome coronariana aguda, reinfarto e
AVC não fatal.
• Qualquer pessoa com sintomas (sensação de
“pressão”, “peso”, “opressão”, ”trituração”)
sugestivos de dor isquêmica.

Precauções
• Relativamente contra-indicada em pacientes
com úlcera ativa ou asma.
• Contra-indicado em pacientes com hipersensi-
bilidade conhecida ao ácido acetilsalicílico.

Sulfato de Indicações Atividade Elétrica Sem Pulso ou


Atropina • Medicamento de primeira escolha para bradi- Assistolia
cardia sinusal sintomática. • 1 mg IV/IO contínua
Pode ser admi- • Pode ser benéfica na presença de bloqueio do • Pode ser repetida a cada 3 a 5 minu-
nistrada por tubo nó AV ou de assistolia ventricular. Não será tos (se a assistolia persistir), até um
endotraqueal eficaz para o bloqueio infranodal (Mobitz máximo de 3 doses (3 mg).
tipo II).
A administração • Medicamento de segunda linha (depois da Bradicardia
não deve atrasar epinefrina ou vasopressina) para assistolia ou • 0,5 mg IV, a cada 3 a 5 minutos, con-
a colocação do atividade elétrica sem pulso bradicárdica. forme a necessidade; não exceder a
marca-passo em • Intoxicação por organofosfatos (p. ex., agentes dose total de 0,04 mg/kg (total 3 mg).
pacientes com neurotóxicos): doses extremamente altas • Utilize intervalos mais curtos entre as
sintomas graves podem ser necessárias. doses (3 minutos) e doses mais altas
em condições clínicas graves.
Precauções
• Utilize com cautela na presença de isquemia Síndromes Coronarianas Agudas
miocárdica e hipóxia. Aumenta a demanda As Diretrizes ACE/AHA para o manejo do
miocárdica de oxigênio. IAMEST recomendam doses de 0,6 a 1
• Evite em casos de bradicardia hipotérmica. mg IV, repetidas a cada 5 minutos, para
• Não será eficaz para o bloqueio AV infranodal pacientes com síndrome coronariana
(tipo II) e bloqueio de terceiro grau recente com aguda (dose total de 0,04 mg/kg).
complexos QRS largos. (Nesses pacientes,
pode causar lentificação paradoxal. Esteja Administração Endotraqueal
preparado para colocar marca-passo ou para • 2 a 3 mg diluídos em 10 ml de água ou
administrar catecolaminas). SSN.
• Doses de atropina < 0,5 mg podem resultar em
lentificação paradoxal da freqüência cardíaca. Intoxicação por Organofosforados
Doses extremamente altas (2 a 4 mg ou
mais altas) podem ser necessárias.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

-Bloqueadores Indicações
Tartarato de • Administre a todos os pacientes com suspeita Tartarato de metoprolol (esquema
Metoprolol de infarto do miocárdio e angina instável, se não para IAM)
houver contra-indicação. Esses medicamentos • Dose inicial IV: 5 mg via IV lenta, com
são agentes antianginosos eficazes e podem intervalos de 5 minutos, até um total de
reduzir a incidência de FV. 15 mg.
• Útil como um agente adjuvante à terapia com • Esquema por via oral, após a dose IV: 50
agentes fibrinolíticos. Pode reduzir a incidência mg, 2 vezes ao dia, por 24 horas, depois,
de reinfarto não fatal e de isquemia recorrente. aumente para 100 mg, 2 vezes ao dia.
Atenolol • Para reverter ao ritmo sinusal normal ou para Atenolol (esquema para IAM)
lentificar a resposta ventricular (ou ambos), • 5 mg IV lento (por 5 minutos).
em casos de taquiarritmias supraventriculares • Aguarde 10 minutos, depois administre
(TSVP, fibrilação atrial ou flutter atrial). uma segunda dose de 5 mg IV lento (por
Os ß-bloqueadores são agentes de segunda 5 minutos).
linha (com os bloqueadores dos canais de • Em 10 minutos, se bem tolerado, pode
cálcio), após a adenosina. iniciar 50 mg VO; depois, administre 50
• Para reduzir a isquemia miocárdica e a lesão mg VO 12h/12h × 2 e, depois, 100 mg
em pacientes com IAM com freqüência cardíaca diariamente.
elevada ou pressão arterial alta, ou ambas.
Propranolol • Para a terapia anti-hipertensiva de emergência Propranolol
para o AVC isquêmico agudo e o AVC hemorrá- • Dose total 0,1 mg/kg por via IV lenta,
gico. contínua, dividida em 3 doses iguais, em
Precauções/Contra-indicações intervalos de 2 a 3 minutos. Não exceda
• Administração via IV concomitante a agentes 1 mg/min.
bloqueadores dos canais de cálcio, como o • Se necessário, repita em 2 minutos após
verapamil ou o diltiazem, pode causar a dose total ter sido administrada.
hipotensão grave.
Esmolol • Evite em casos de doenças broncoespásticas, Esmolol
insuficiência cardíaca ou anormalidades graves • 0,5 mg/kg durante 1 minuto, seguido de
na condução cardíaca. uma infusão de 50 μg/kg (0,05 mg/kg)
• Monitorize as condições cardíacas e pulmonares por minuto, durante 4 minutos; dose
durante a administração. máxima: 0,3 mg/kg por minuto, para um
• Pode causar depressão miocárdica. total de 200 μg/kg.
• Contra-indicado na presença de bradicardia • Se a resposta inicial for insuficiente, apli-
grave, PAS < 100 mmHg, insuficiência grave do que um segundo bolus de 0,5 mg/kg por
VE, hipoperfusão ou bloqueio AV de segundo ou um minuto, depois, aumente a dose da
terceiro grau. infusão para 100 μg/kg por minuto; taxa
• O propranolol está contra-indicado para a sín- de infusão máxima 300 μg/kg (0,3 mg/kg)
drome coronariana aguda induzida por cocaína. por minuto.
• O esmolol tem uma meia-vida curta (2 a
9 minutos).
Labetalol Labetalol
• 10 mg de labetalol IV contínua por 1 a 2
minutos.
• Pode repetir ou dobrar a dose de
labetalol a cada 10 minutos, até uma
dose máxima de 150 mg, ou dar a dose
inicial em bolus e depois iniciar a infusão
de labetalol à taxa de 2 a 8 mg/min
Cloreto de Indicações Dose Típica
Cálcio • Hiperpotassemia conhecida ou suspeita (p. ex., • 500 mg a 1.000 mg (5 a 10 ml de uma
insuficiência renal). solução a 10%) IV para hiperpotassemia
Solução a 10% • Redução dos níveis de cálcio iônico no sangue e overdose de bloqueadores de canais
é 100 mg/ml em (p. ex., após transfusões sangüíneas múltiplas) de cálcio. Pode ser repetido, conforme a
10 ml • Como um antídoto para efeitos tóxicos (hipo- necessidade.
tensão e arritmias) decorrentes de overdose de
bloqueadores dos canais de cálcio ou overdose
de β-bloqueadores.
Precauções
• Não use rotineiramente em casos de parada
cardíaca.
• Não misture com bicarbonato de sódio.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Cardioversão Indicações Técnica


(Sincronizada) • Todas as taquicardias (freqüência > 150 bpm) • Sempre que possível, faça pré-medi-
com sinais e sintomas graves relacionados à cação.
Administrada taquicardia. • Selecione o modo sync antes de cada
através dos ele- • É possível tentar utilizar alguns medicamentos tentativa.
trodos das pás rapidamente, com base nas arritmias específi- • Procure os indicadores sync na onda R.
adesivas para cas. • Certifique-se de que não haja contato
desfibrilação ou físico com o paciente antes de cada
Precauções/Contra-indicações
das pás conven- choque.
• Contra-Indicações: Taquicardia induzida por
cionais manuais • O flutter atrial e a TSV com reentrada
intoxicação/medicamento.
de um desfibrila- são ritmos que freqüentemente respon-
• Em condições críticas, aplique choques não
dor/monitor. dem a níveis baixos de energia; comece
sincronizados imediatamente.
com 50 J a 100 J. Se o choque inicial
• A cardioversão imediata geralmente não é
Ajuste o desfi- falhar, aumente a carga gradativamente.
necessária se a freqüência cardíaca for ≤ 150
brilador/monitor • Para fibrilação atrial, use 100 J a 200 J
bpm.
para o modo para o choque monofásico inicial ou
• A reativação do modo sync é necessária após
sincronizado 100 J a 120 J para o choque bifásico
cada tentativa de cardioversão (desfibriladores/
(sync) (selecionado) inicial e depois aumente a
cardioversores convencionais para o modo não
carga gradativamente.
sincronizado).
O modo sync • Aplique choques monofásicos na
• Prepare para desfibrilar imediatamente, caso a
fornece a seguinte seqüência: 100 J, 200 J, 300 J,
cardioversão cause uma FV.
energia logo 360 J. Use esta seqüência para o trata-
• A cardioversão sincronizada não pode ser
após a onda R. mento da TV monomórfica.
realizada se o paciente não estiver conectado
• Trate a TV polimórfica instável (forma e
ao monitor; o seletor deve estar indicando as
freqüência irregulares) com a carga não
derivações I, II ou III e não “pás”.
sincronizada de alta energia usada para
FV: 360 J para onda monofásica ou
carga de desfibrilação específica para o
dispositivo bifásico.
• Pressione o botão “carga”, elimine
todo “contato físico” com o paciente e
pressione ambos os botões “choque”
simultaneamente. Esteja preparado
para realizar RCP ou desfibrilação.

Clopidogrel Indicações Dose


• Administre assim que possível a todos os pa- • Dose inicial de 300 mg VO, seguida de
cientes com alto risco de depressão do 75 mg VO diariamente por 1 a 9 meses;
segmento ST ou inversão dinâmica da onda T os efeitos totais somente se desenvol-
(IAMSEST e AI), na ausência de contra-indica- verão após vários dias.
ções, se:
—for planejada uma abordagem conservadora
hospitalar ou
—for planejada a realização de cateterização
cardíaca e ICP e o risco de hemorragia não
for alto.
• Pacientes que foram submetidos à cateteriza-
ção com ICP planejada.
• Utilizado para terapia anticoagulante; especial-
mente útil para pacientes com intolerância ao
AAS.

Precauções
• Não administre para pacientes com sangramen-
to patológico ativo (p. ex., úlcera péptica).
Use com cautela em pacientes com risco de
sangramento.
• Use com cautela na presença de comprometi-
mento hepático.
• Não administre em casos de síndrome coro-
nariana aguda, se a realização de CABG esti-
ver planejada para os próximos 5 a 7 dias.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Desfibrilação Indicações Níveis de Energia Monofásica para


Seqüência de Primeira intervenção para FV e TV sem pulso. Desfibrilação em Adultos
Choque Único, • 360 J para o primeiro choque
Reinicie a RCP Precauções monofásico e os subseqüentes.
Imediatamente • Sempre se certifique de que não há contato
físico com o paciente antes de cada choque de Desfibrilador Bifásico Manual
desfibrilação. • Use a carga específica para cada
Use monitor • Não adie a desfibrilação para FV/TV se a parada dispositivo, carga de energia tipica-
convencional/ tiver sido testemunhada e um desfibrilador mente selecionada de 120 J (retilínea)
desfibrilador estiver disponível. ou 150 J (truncada) até 200 J.
(profissional de • Os socorristas do serviço de emergência que • Caso desconhecido, use 200 J.
saúde em SAVC) não testemunharam a parada devem aplicar 5 Choques subseqüentes: mesma carga
ciclos (cerca de 2 minutos) de RCP antes de ou carga mais alta.
tentar a desfibrilação.
Use desfibrilador • Não aplique choque na presença de assistolia. Após um Choque Único
automático (DEA) • Trate a FV/TV em casos de parada cardíaca por • Reinicie a RCP, começando com
ou desfibrilador hipotermia com choque de desfibrilação inicial. compressões torácicas, por 5 ciclos
semi-automático Repita os choques para FV/TV somente após a ou cerca de 2 minutos e depois analise
- socorrista temperatura central do corpo se elevar acima novamente o ritmo, aplique um outro
leigo e profis- de 30ºC. choque e reinicie a RCP.
sional de saúde • Caso o paciente com FV/TV seja portador de • Caso os primeiros 2 choques não sejam
em SBV um cardioversor desfibrilador automático im- capazes de reverter a FV/TV, administre
plantável (CDIA), realize a desfibrilação externa epinefrina ou vasopressina.
segundo as diretrizes de SBV. Caso o CDIA • Caso esses medicamentos não sejam
Administre os esteja aplicando os choques, aguarde 30 a 60 capazes de reverter a FV/TV, considere
choques através segundos para o término de um ciclo. o uso de medicação antiarrítmica.
dos eletrodos • Se o paciente tem um dispositivo implantado
das pás adesi- (p. ex., CDIA, marca-passo) coloque as pás Nota: Quando usar as pás adesivas do
vas ou das pás convencionais e pás adesivas a uma distância DEA, não use pás pediátricas ou sistema
convencionais de pelo menos 2,5 cm do dispositivo. de atenuação de dose para a desfibrila-
manuais. ção de adultos.
Nota: Use as doses e as pás para adultos
quando a criança tiver 8 anos ou mais,
mais de 25 kg de peso corporal ou mais
de 127 cm de altura. Consulte a seção
SAVP do Livro de ACE.

Digibind Indicações Intoxicação Crônica


(Terapia com Toxicidade à digoxina nas seguintes condições: 3 a 5 frascos podem ser eficazes.
Anticorpos • Arritmias potencialmente fatais. Overdose Aguda
Específicos • Choque ou insuficiência cardíaca congestiva. • A dose IV varia de acordo com a quanti-
para a • Hiperpotassemia (níveis de potássio > 5 mEq /l). dade de digoxina ingerida.
Digoxina) • Níveis séricos em estado de equilíbrio dinâmico • A dose média é de 10 frascos (400 mg);
> 10 a 15 ng/ml para pacientes sintomáticos. podem ser necessários até 20 frascos
Frasco de 40 mg (800 mg).
(cada frasco con- Precauções • Veja a bula dentro da embalagem para
tém aproximada- • Os níveis séricos de digoxina aumentam após mais detalhes.
mente 0,6 mg de a terapia com digibind e não devem ser usados
digoxina) para orientar a terapia de manutenção.

Digoxina Indicações (pode ser de uso limitado) Administração IV


• Para reduzir a resposta ventricular na fibrilação • Doses de ataque de 10 a 15 μg/kg de
0,25 mg/ml ou atrial e no flutter atrial. peso corporal magro fornecem um
0,1 mg/ml forne- • Medicamentos alternativas para TSV com reen- efeito terapêutico, com risco mínimo de
cida em ampolas trada. efeitos tóxicos.
de 1 ml ou 2 ml • Somente repita a determinação dos
(total = 0,1 a 0,5 Precauções níveis de digoxina após 4 horas, ao
mg). • Os efeitos tóxicos são comuns e estão utilizar a via IV; e depois de 6 horas, ao
freqüentemente associados com arritmias utilizar a via oral.
graves. • A dose de manutenção é afetada pela
• Evite a cardioversão elétrica se o paciente esti- massa corporal e pela função renal.
ver recebendo digoxina, exceto se a condição • Atenção: Interação com amiodarona.
for potencialmente fatal; use cargas mais baixas Reduza a dose de digoxina em até
(10 J a 20 J). 50%, quando iniciar o uso de amioda-
rona.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Diltiazem Indicações Controle da Posologia na Fase Aguda


• Para o controle da freqüência ventricular na • 15 a 20 mg (0,25 mg/kg) IV durante 2
fibrilação atrial e no flutter atrial. Pode eliminar minutos.
arritmias reentrantes que necessitam de condu- • Pode administrar outra dose IV em
ção do nó AV para sua continuação. 15 minutos, de 20 mg a 25 mg (0,35
• Use após a administração de adenosina (agente mg/kg) durante 2 minutos.
de segunda linha) para tratar a TSV refratária
com reentrada em pacientes com complexo Infusão de Manutenção
QRS estreito e pressão arterial adequada. 5 a 15 mg/h, titulada para obter a
freqüência cardíaca fisiologicamente
Precauções adequada (pode diluir em SG 5% ou em
• Não use bloqueadores dos canais de cálcio SSN).
para taquicardias com complexo QRS largo de
origem incerta ou para taquicardia induzida por
intoxicação/medicamentos.
• Evite o uso de bloqueadores dos canais de
cálcio em pacientes com síndrome de Wolff-
Parkinson-White mais flutter ou fibrilação atrial
rápida, em pacientes com síndrome sinusal ou
em pacientes com bloqueio AV sem um marca-
passo.
• Atenção: Pode haver uma queda da pressão
arterial decorrente de vasodilatação periférica
(uma queda maior com verapamil que com
diltiazem).
• Evite em pacientes em uso de ß-bloqueadores
por via oral.
• Administração IV concomitante ao uso de
ß-bloqueadores por via IV pode causar hipoten-
são grave.

Dobutamina Indicações Administração IV


• Considere seu uso para pacientes com • A taxa de infusão usual é 2 a 20 μg/kg
Infusão IV problemas de bombeamento do sangue por minuto.
(insuficiência cardíaca congestiva, congestão • Titule de modo que a freqüência
pulmonar), com pressão arterial sistólica de 70 a cardíaca não aumente > 10% do valor
100 mmHg e sem sinais de choque. basal.
• A monitorização hemodinâmica é reco-
Precauções/Contra-indicações mendada para uma utilização ótima.
• Contra-indicação: choque induzido por • Os pacientes idosos podem ter uma
intoxicação/medicamentos, suspeito ou diag- resposta significativamente diminuída.
nosticado.
• Evite em caso de pressão arterial sistólica < 100
mmHg e sinais de choque.
• Pode causar taquiarritmias, flutuações na
pressão arterial, cefaléia e náuseas.
• Não misture com bicarbonato de sódio.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Dopamina Indicações Administração IV


• Medicamento de segunda linha para a bradicar- • A taxa de infusão usual é 2 a 20 μg/kg
Infusão IV dia sintomática (depois da atropina). por minuto.
• Use para hipotensão (pressão arterial sistólica • Titule até obter a resposta do paciente,
≤ 70 a 100 mmHg) com sinais e sintomas de reduza lentamente.
choque.

Precauções
• Corrija a hipovolemia através da reposição de
volume, antes de iniciar a administração de
dopamina.
• Use com cautela em casos de choque
cardiogênico acompanhados de ICC.
• Pode causar taquiarritmias, vasoconstrição
excessiva.
• Não misture com bicarbonato de sódio.

Epinefrina Indicações Parada Cardíaca


• Parada cardíaca: FV, TV sem pulso, assistolia, • Dose IV/IO: 1 mg (10 ml da solução
Pode ser admi- atividade elétrica sem pulso. a 1:10.000) administrada a cada 3 a
nistrada por tubo • Bradicardia sintomática: pode ser considera- 5 minutos, durante a tentativa de res-
endotraqueal da após a atropina, como uma infusão suscitação. Após cada dose de 20 ml
alternativa à dopamina. contínua, eleve o braço da vítima por 10
Nota: • Hipotensão grave: Pode ser usada quando a a 20 segundos.
disponível em colocação do marca-passo e a atropina falham, • Doses Mais Altas: Doses mais altas
concentrações quando a hipotensão está associada à bradicar- (de até 0,2 mg/kg) podem ser usadas
de 1:10.000 e dia ou com inibidor da enzima fosfodiesterase. para indicações específicas (overdose
1:1.000 • Anafilaxia, reações alérgicas graves: associe de bloqueadores dos canais de cálcio
com grandes volumes de fluidos, corticosterói- ou de β-bloqueadores)
des, anti-histamínicos. • Infusão Contínua: Acrescente 1 mg
de epinefrina (1 ml de solução 1:1.000)
Precauções a 500 ml de SSN ou SG 5%. A taxa
• O aumento da pressão arterial e da freqüência de infusão inicial de 1 μg/min deve ser
cardíaca pode causar isquemia miocárdica, titulada até o efeito (dose típica: 2 a 10
angina e um aumento na demanda de oxigênio. μg/min)
• Altas doses não melhoram a sobrevivência ou a • Via Endotraqueal
evolução neurológica e podem contribuir para a 2 a 2,5 mg, diluídos em 10 ml de SSN.
disfunção miocárdica pós-ressuscitação.
• Altas doses podem ser necessárias para tratar Hipotensão ou Bradicardia Profunda
o choque induzido por intoxicação/medicamen- Infusão de 2 a 10 μg/min; titule para a
tos. resposta do paciente.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Fibrinolíticos Indicações
Para Parada Cardíaca: Não existem evidências
suficientes para recomendar o uso rotineiro.
Alteplase, Para IAM em Adultos: Alteplase, recombinante (tPA)
recombinante • Elevação do segmento ST (>1 mm em ≥ 2 A dose total recomendada é baseada
(Activase); derivações contíguas) ou BCRE novo ou no peso corporal do paciente. Para IAM,
ativador do presumivelmente novo. a dose total não deve exceder 100 mg;
plasminogênio • Na presença de sinais e sintomas de IAM. para AVC isquêmico agudo, a dose total
tecidual (tPA) • Tempo desde o início dos sintomas ≤ 12 horas não deve exceder 90 mg. Observe que
Para AVC Isquêmico Agudo: existe um esquema posológico para
Frascos de 50 e (A alteplase é o único fibrinolítico aprovado para pacientes com IAMEST e um esquema
100 mg recons- AVC isquêmico agudo). diferente para casos de AVC isquêmico
tituídos com • Início súbito de déficits neurológicos focais ou agudo.
água estéril, na de alterações no nível de consciência (p. ex.,
proporção de 1 desvio da rima bucal, queda do braço, fala Para IAM:
mg/ml. anormal). • Infusão acelerada (1,5 horas)
• Ausência de hemorragia intracerebral ou sub- — Administre 15 mg IV em bolus
Para todos os 4 aracnóidea ou efeito de massa à tomografia. — Depois, 0,75 mg/kg durante os
agentes, • Ausência de déficits neurológicos de intensida- próximos 30 minutos (não exceder
use 2 cateteres de variável ou melhorando rapidamente. 50 mg).
IV periféricos, • A alteplase pode ser iniciada em < 3 horas do — Depois, administre 0,5 mg/kg duran-
um exclusivo início dos sintomas. te 60 minutos (não exceder 35 mg).
para a admi-
nistração dos Precauções e Critérios de Exclusão Para AVC Isquêmico Agudo:
fibrinolíticos • Sangramento interno ativo (exceto menstrua- • Administre 0,9 mg/kg (máximo 90 mg)
ções) nos últimos 21 dias. infundidos durante 60 minutos.
• História de eventos vasculares cerebrais, • Administre 10% da dose total como um
intracranianos ou intramedulares nos últimos bolus IV inicial, durante 1 minuto.
3 meses (AVC, malformação arteriovenosa, • Administre os 90% remanescentes
neoplasia, aneurisma, trauma recente, cirurgia durante os próximos 60 minutos.
recente).
Reteplase, • Nos primeiros 14 dias após uma cirurgia maior Reteplase, recombinante
recombinante ou um trauma grave • Administre primeiramente 10 U IV em
(Retavase) • Dissecção da aorta. bolus, durante 2 minutos.
Frascos de 10 • Hipertensão não controlada, grave. • 30 minutos depois, administre um
U reconstituídos • Transtornos conhecidos de sangramento. segundo bolus de 10 U IV durante 2
com água estéril • RCP prolongada com evidências de trauma minutos. (Administre SSN contínua
até 1 U/ml torácico. antes e depois de cada bolus).
• Punção lombar no prazo nos últimos 7 dias. • Administre heparina e ácido acetilsalicí-
• Punção arterial recente em sítio não compres- lico conjuntamente.
sível.
Estreptoquinase • Durante as primeiras 24 horas de terapia fibri- Estreptoquinase
(Streptase) nolítica para AVC isquêmico, não administre 1,5 milhões de U em uma infusão por 1
Reconstitua até 1 ácido acetilsalicílico ou heparina. hora
mg/ml

Tenecteplase Tenecteplase
(TNKase) Bolus: 30 a 50 mg, dose ajustada pelo
peso

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Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Flumazenil Indicações Primeira Dose


Reversão da depressão respiratória e efeitos 0,2 mg IV durante 15 segundos.
sedativos devidos à overdose de benzodiazepi-
nas puras. Segunda Dose
0,3 mg IV durante 30 segundos. Se a
Precauções resposta não for adequada, administre
• Os efeitos podem não durar mais que os efeitos uma terceira dose.
das benzodiazepinas.
• Monitorize para depressão respiratória recor- Terceira Dose
rente. 0,5 mg IV administrados durante 30
• Não use em caso de suspeita de overdose de segundos. Se não houver resposta ade-
agentes tricíclicos. quada, repetir uma vez a cada minuto,
• Não use em pacientes com tendência a con- até obter uma resposta adequada ou até
vulsões. que seja administrado um total de 3 mg
• Não use em casos de overdose de medicamen-
tos desconhecidos ou overdose de medicamen-
tos mistos com medicamentos conhecidos que
sabidamente causam convulsões (antidepressi-
vos tricíclicos, cocaína, anfetaminas, etc.).

Furosemida Indicações Administração IV


• Para a terapia adjuvante do edema pulmonar • 0,5 a 1 mg/kg administrados durante 1
agudo, em pacientes com pressão arterial a 2 minutos.
sistólica > 90 a 100 mmHg (sem sinais e sinto- • Se não responder, duplique a dose
mas de choque). para 2 mg/kg, lentamente durante 1 a
• Emergências hipertensivas. 2 minutos.
• Pressão intracraniana aumentada. • Para edema pulmonar de início recente,
com hipovolemia < 0,5 mg/kg.
Precauções
Podem ocorrer desidratação, hipovolemia, hipo-
tensão, hipopotassemia ou outros desequilíbrios
eletrolíticos.

Glucagon Indicações Infusão IV


Tratamento adjuvante dos efeitos tóxicos dos 3 mg inicialmente, seguidos de infusão
Pulverizado, em β-bloqueadores ou dos bloqueadores dos canais de 3 mg/hora, conforme a necessidade.
frascos de 1 e de cálcio.
10 mg
Precauções
Reconstitua • Não misture com solução salina.
com a solução • Pode causar vômitos, hiperglicemia.
fornecida pelo
fabricante

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Inibidores da Indicações Nota: Leia a bula no interior da


Glicoproteína Esses medicamentos inibem o receptor da embalagem para indicações atuais,
IIb/IIIa integrina glicoproteína IIb/IIIa na membrana das doses e duração da terapia. A duração
plaquetas, inibindo a agregação plaquetária. ideal da terapia não foi estabelecida.
Indicadas para síndromes coronarianas agudas
sem elevação do segmento ST.

Precauções/Contra-indicações
Sangramento interno ativo ou distúrbio de coagu-
lação nos últimos 30 dias, história de hemorragia
intracraniana ou outros sangramentos, procedi-
mento cirúrgico ou trauma no último mês, conta-
gem de plaquetas < 150.000/mm3, hipersensibili-
dade e uso concomitante de um outro inibidor da
GP IIb/IIIa (consulte também “Síndrome Coronar-
iana Aguda: Tratamento para AI/IAMSEST”).

Abciximab Indicações do Abciximab Abciximabe


(ReoPro®) Aprovado pela FDA para pacientes com IAMSEST • Síndromes coronarianas agudas
ou angina instável com ICP planejada para as 24 com ICP planejada no prazo de 24
horas seguintes. horas: bolus IV de 0,25 mg/kg IV (10
a 60 minutos antes do procedimento),
Precauções/Contra-indicações depois, uma infusão IV de 0,125 μg/kg
Deve ser usada com heparina. Apresenta uma por minuto, por 12 a 24 horas.
ligação irreversível com as plaquetas. A recupe- • ICP somente: bolus IV de 0,25 mg/kg,
ração da função plaquetária requer 48 horas a seguir infusão IV de 10 μg/min.
(regeneração). A administração repetida pode
causar reação de hipersensibilidade.

Eptifibatide Indicações para o Eptifibatide Eptifibatide


(Integrilin®) Angina instável/IAMSEST controlada clinica- • Síndromes Coronarianas Agudas:
mente e angina instável/IAMSEST em pacientes Bolus IV de 180 μg/kg durante 1 a 2
submetidos a ICP. minutos, depois, infusão IV de 2 μg/kg
por minuto, por 72 a 96 horas.
Ações/Precauções • ICP: bolus IV de 180 μg/kg durante 1
Recupera a função plaquetária dentro de 4 a 8 a 2 minutos, depois, inicie infusão de 2
horas após a descontinuação. μg/kg por minuto, então, repita o bolus
em 10 minutos.
• Dose máxima (paciente 121 kg de peso
corporal) para Síndrome Coronariana
Aguda/ICP: bolus de 22,6 mg; infusão
de 15 mg/h.
• Ajuste a dose, se o clearance de
creatinina < 50 ml/min.
Tirofiban Indicações para o Tirofiban Tirofiban
(Aggrastat®) Angina instável/IAMSEST controlada clinica- • Síndromes coronarianas agudas ou
mente e angina instável/IAMSEST em pacientes ICP: 0,4 μg/kg IV por minuto, durante
submetidos à ICP. 30 minutos, depois, infusão IV de 0,1
μg/kg por minuto durante 48 a 96
Ações/Precauções horas.
Recupera a função plaquetária dentro de 4 a 8 • Ajuste a dose, se o clearance de creati-
horas após a descontinuação. nina < 30 ml/min.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Heparina Indicações Infusão IV de HNF — IAMEST


Não fracionada • Terapia adjuvante no tratamento do IAM. • Bolus inicial 60 UI/kg (bolus máximo:
(HNF) • Inicie o uso de heparina com fibrinolíticos 4.000 UI)
específicos (p. ex., alteplase, reteplase, tenecte- • Continue com 12 UI/kg por hora,
As concentra- plase). procurando ficar o mais perto de 50 UI
ções variam de (máximo: 1.000 UI/hora para pacientes
1.000 até 40.000 Precauções > 70 kg de peso corporal).
UI/ml • As mesmas contra-indicações da terapia fibri- • Faça o ajuste, para manter a TTPa 1,5 a
nolítica sangramento ativo; cirurgia ocular, intra- 2 vezes os valores de referência (aproxi-
espinal ou intracraniana recente; hipertensão madamente 50 a 70 segundos) por 48
grave; distúrbios hemorrágicos; sangramento horas ou até a angiografia.
gastrintestinal. • Cheque o TTPa inicial após 3 horas,
• Doses e metas laboratoriais adequadas então, a cada 6 horas, até que se esta-
quando utilizados com terapia fibrinolítica. bilize; a seguir, cheque diariamente.
• Não use se a contagem de plaquetas for ou cair • Siga o protocolo de heparina preconi-
a níveis < 100.000 ou estiver presente história zado pela instituição.
de trombocitopenia induzida por heparina. Para • Contagem de plaquetas diariamente.
esses pacientes, considerar o uso de antitrom-
binas diretas. Ver bivalirudina na parte inferior Infusão IV de HNF — IAMSEST
desta coluna. • Bolus inicial 60 a 70 UI/kg. Máximo:
5.000 UI.
• 12 a 15 UI/kg por hora. Máximo: 1.000
UI/h.
• Siga o protocolo da instituição (ver os
3 últimos itens da seção Infusão IV de
HNF — IAMEST

Heparina Indicações Protocolo da Enoxaparina para


Baixo Peso Para uso em síndromes coronarianas agudas, IAMSEST
Molecular especificamente em pacientes com IAMSEST / • 1 mg/kg SC 2 vezes por dia; a primeira
(HBPM) angina instável. Esses medicamentos inibem a dose pode ser precedida de 30 mg IV
geração de trombina pela inibição do fator Xa e em bolus.
também inibem indiretamente a trombina pela
formação de um complexo com antitrombina III. Protocolo de Enoxaparina para
Esses medicamentos não são neutralizados pelas IAMEST — como terapia auxiliar com
proteínas que se ligam à heparina. fibrinolíticos
• Bolus IV de 30 mg, depois 1 mg/kg por
Enoxaparina Precauções via subcutânea, 2 vezes ao dia, até a
(Lovenox®) • A hemorragia pode complicar qualquer terapia alta hospitalar
com HBPM. Contra-indicada na presença de • Para pacientes < 75 anos, com ausên-
hipersensibilidade à heparina ou produtos suí- cia de insuficiência renal clinicamente
nos ou história de sensibilidade ao medicamen- significativa.
to. Utilize enoxaparina com extrema cautela em • Contra-indicada para creatinina >
pacientes com trombocitopenia tipo II induzida 2,5 mg/dl em homens ou 2 mg/dl em
por heparina mulheres (quando administrada com
• Ajuste a dose para os casos de insuficiência tenecteplase).
renal.
• Contra-indicada se a contagem de plaquetas Enoxaparina: Insuficiência renal
for < 100.000. Para esses pacientes, considerar Para clearance de creatinina < 30 ml/min
o uso de antitrombinas diretas: reduzir a dose para 1 mg/kg SC diari-
— Bivalirudina (Angiomax, aprovada pela FDA amente.
para pacientes com Sindrome Coronariana
Aguda sob ICP): Bolus: infusão IV de 0,25 Heparina Reversa
mg/kg: 0,5 mg/kg por hora por 12 horas; HIC ou sangramento potencialmente
depois, 0,25 mg/kg por hora por 36 horas. fatal: Administre protamina, consulte a
Reduza a taxa de infusão se o TTPa > 75 bula no interior da embalagem.
segundos durante as primeiras 12 horas

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Ibutilida Indicações Dose para Adultos ≥ 60 kg


A intervenção de Tratamento de arritmias supraventriculares, 1 mg (10 ml) administrado por via IV (di-
escolha é a incluindo fibrilação atrial e flutter atrial quando a luída ou não diluída) durante 10 minutos.
cardioversão DC duração ≤ 48 horas. Duração de ação curta. Efi- Uma segunda dose pode ser adminis-
caz para a conversão de flutter ou fibrilação atrial trada na mesma taxa, 10 minutos mais
de duração relativamente curta. tarde.

Precauções / Contra-indicações Dose para Adultos < 60 kg


Contra-indicação: Não administre a pacientes Dose IV inicial de 0,01 mg/kg
com QTc > 440 mseg. As arritmias ventriculares
se desenvolvem em aproximadamente 2% a 5%
dos pacientes (taquicardia ventricular polimórfica,
incluindo torsades de pointes). Monitorize o ECG
ininterruptamente para detectar a presença de
arritmias durante a administração e durante 4 a 6
horas após a administração com um desfibrilador
muito próximo. Pacientes com função do VE sig-
nificativamente comprometida estão sob o mais
alto risco de arritmias.

Inanrinona Indicações Dose de Ataque e Infusão IV


Inibidor da Insuficiência cardíaca congestiva grave refratá- • 0,75 mg/kg (não exceder 1 mg/kg),
enzima ria aos diuréticos, vasodilatadores e agentes administre durante 2 a 3 minutos.
fosfo-diesterase inotrópicos convencionais. Administre a dose de ataque durante 10
a 15 minutos em casos de disfunção VE
Precauções (p. ex., pós-ressuscitação).
• Não misture com soluções de dextrose ou • Continue com uma infusão de 5 a 15
outros medicamentos. μg/kg por minuto, titulada pelo efeito
• Pode causar taquiarritmias, hipotensão, ou clínico.
trombocitopenia. • Pode ser administrado um bolus adicio-
• Pode intensificar a isquemia miocárdica. nal em 30 minutos.
• Requer a monitorização hemodinâmica.
• Para clearance de creatinina < 10 ml/
min reduzir a dose em 25% a 50%.

Isoproterenol Indicações Administração IV


Infusão IV • Use com cautela como medida temporária se • Administre a infusão a uma taxa de 2 a
um marca-passo externo não estiver disponível 10 μg/min.
para o tratamento da bradicardia sintomática. • Titule para adequar a freqüência
• Torsades de pointes refratárias que não respon- cardíaca.
dem ao sulfato de magnésio • Em casos de torsades de pointes, titule
• No controle temporário da bradicardia em para aumentar a freqüência cardíaca,
pacientes que receberam transplante cardíaco até que a TV seja suprimida.
(coração denervado não responsivo à atropina).
• Intoxicação por ß-bloqueadores.

Precauções
• Não use para o tratamento da parada cardíaca.
• Aumenta a necessidade de oxigênio miocárdi-
co, que pode intensificar a isquemia miocárdica.
• Não administre com epinefrina; pode causar
FV/TV.
• Não administre a pacientes com choque
induzido por intoxicação/medicamento (exceto
por intoxicação por ß-bloqueador).
• Pode-se usar doses mais altas para intoxicação
por ß-bloqueadores

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Lidocaína Indicações Parada Cardíaca por FV/TV


Pode ser admi- • Alternativa à amiodarona, em casos de parada • Dose inicial: 1 a 1,5 mg/kg IV/IO.
nistrada por tubo cardíaca por FV/TV . • Para FV refratária, pode ser adminis-
endotraqueal • TV monomórfica estável com função ventricular trado adicionalmente 0,5 a 0,75 mg/kg
preservada. IV contínua, repita em 5 a 10 minutos;
• TV polimórfica estável com intervalo QT basal até um máximo de 3 doses ou um total
normal e função do VE preservada, quando a de 3 mg/kg.
isquemia está tratada e o equilíbrio eletrolítico • Administração endotraqueal: 2 a 4
está corrigido. mg/kg.
• Pode ser usado para TV polimórfica estável
com prolongamento do intervalo QT basal, se Arritmia com Perfusão Adequada
houver suspeita de torsades. Para TV estável, taquicardia com
complexo largo de tipo incerto, ectopia
Precauções/Contra-indicações significativa:
• Contra-indicação: Uso profilático em IAM está • Doses variando de 0,5 a 0,75 mg/kg
contra-indicado e de até 1 a 1,5 mg/kg podem ser
• Reduza a dose de manutenção (não a dose de usadas.
ataque) na presença de função hepática com- • Repita 0,5 a 0,75 mg/kg a cada 5 a 10
prometida ou disfunção ventricular esquerda. minutos: dose total máxima: 3 mg/kg.
• Suspenda a infusão imediatamente, caso
ocorram sinais de toxicidade. Infusão de Manutenção.
1 a 4 mg/min (30 a 50 μg/kg por minuto);
pode diluir em SG 5%; SG 10%; ou SSN.

Sulfato de Indicações Parada Cardíaca


Magnésio • Recomendado para uso em parada cardíaca (Devida à Hipomagnesemia ou
somente se estiverem presentes torsades de Torsades de Pointes)
pointes ou houver suspeita de hipomagnesemia. 1 a 2 g (2 a 4 ml de uma solução a 50%)
• Arritmias ventriculares potencialmente fatais diluída em 10 ml de SG 5% IV/IO durante
decorrentes de toxicidade digitálica. 5 a 20 minutos.
• Não se recomenda administrar rotineiramente a
pacientes hospitalizados com IAM. Torsades de Pointes com Pulso ou IAM
com Hipomagnesemia
Precauções • Dose de ataque de 1 a 2 g misturada
• Ocasionalmente pode haver redução na em 50 a 100 ml de SG 5%, durante 5 a
pressão arterial com a administração rápida. 60 minutos IV.
• Use com cautela, em casos de insuficiência • Seguir com 0,5 a 1 g/h IV (titular para
renal. controlar torsades).

Manitol Indicações Administração IV


Concentrações: Pressão intracraniana aumentada no tratamento • Administre 0,5 a 1 g/kg durante 5 a 10
5%, 10%, 15%, de emergências neurológicas. minutos através de cateter com filtro.
20% e 25% • Doses adicionais de 0,25 a 2 g/kg
Precauções podem ser administradas a cada 4 a 6
• Monitorize as condições dos fluidos e a osmo- horas, conforme a necessidade.
lalidade sérica (não exceder 310 mOsm/kg). • Use com suporte de oxigenação e de
• Cautela em casos de insuficiência renal, porque ventilação.
pode sobrevir sobrecarga hídrica.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Milrinona Indicações Dose de Ataque


Disfunção miocárdica e resistência vascular pul- 50 μg/kg IV durante 10 minutos como
Meia vida mais monar ou sistêmica aumentada, incluindo dose de ataque.
curta que a da • Insuficiência cardíaca congestiva em pacientes
inanrinona no pós-operatório de cirurgia cardiovascular Infusão intravenosa
• Choque com alta resistência vascular sistêmica • 0,375 a 0,75 μg /kg por minuto por 2 a
3 dias.
Precauções • Monitorização hemodinâmica necessá-
Pode produzir náuseas, vômitos, hipotensão arte- ria.
rial, principalmente em pacientes com depleção • Reduza a dose em casos de compro-
de volume. Meia vida mais curta e menor efeito metimento renal.
sobre as plaquetas, mas maior risco de arritmia
ventricular que a inanrinona. Pode haver acúmulo
do medicamento em casos de insuficiência renal
e em pacientes com baixo débito cardíaco; redu-
za a dose em casos de insuficiência renal.

Sulfato de Indicações Administração IV


Morfina • Dor torácica com síndrome coronariana aguda Dose inicial: 2 a 4 mg IV (durante 1 a 5
não responsiva a nitratos. minutos) a cada 5 a 30 minutos. Repetir
• Edema pulmonar cardiogênico agudo (se a a dose: 2 a 8 mg em intervalos de 5 a 15
pressão arterial for adequada). minutos

Precauções
• Administre lentamente e titule até obter o efeito
desejado.
• Pode causar depressão respiratória.
• Causa hipotensão em pacientes com depleção
de volume.
• Use com cautela em casos de infarto ventricular
direito.
• Pode reverter com naloxona (0,4 a 2 mg IV).

Cloridrato de Indicações Administração


Naloxona Depressão neurológica e respiratória devido a • Dose típica de 0,4 a 2 mg, titule até que
intoxicação com opiáceos não responsiva a O2 e a ventilação seja adequada.
ao suporte de ventilação. • Use doses mais altas para reversão
narcótica completa.
Precauções • Pode-se administrar até 6 a 10 mg du-
• Pode causar abstinência a opiáceos. rante um período curto (< 10 minutos).
• Meia-vida mais curta que a dos narcóticos, • IM/SC 0,4 a 0,8 mg
pode ser necessário repetir a dose. • Para pacientes com adição crônica aos
• Monitorize para depressão respiratória recor- opióides, use pequenas doses e titule
rente. lentamente.
• Reações anafiláticas raras têm sido relatadas. • Pode ser administrada pela via endo-
• Dê suporte à ventilação antes da administração traqueal, se o acesso IV/IO não estiver
de naloxona, evite a estimulação simpática. disponível (outras doses são preferí-
• Evite em convulsões induzidas pela meperidina. veis).

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Nitroglicerina Indicações Administração IV


• Tratamento inicial antianginoso para dor com • Bolus IV: 12,5 a 25 μg (se nenhuma
Disponível nas suspeita de natureza isquêmica. medicação via SL ou spray for adminis-
apresentações • Para as primeiras 24 a 48 horas, em pacientes trada).
IV, comprimidos com IAM e ICC, infarto extenso da parede • Infusão: Inicie com 10 a 20 μg /min.
sublinguais e anterior, isquemia recorrente ou persistente, ou Titule até obter o efeito, aumente para 5
aerossol spray hipertensão. a 10 μg/min a cada 5 a 10 minutos, até
• Uso continuado (após as primeiras 48 horas) obter o efeito desejado.
para pacientes com angina recorrente ou — Via de escolha para emergências.
congestão pulmonar persistente. -– Use equipamentos IV adequa-
• Urgência hipertensiva com síndrome corona- dos fornecidos pelas indústrias
riana aguda. farmacêuticas.
• Dilua em SG 5% ou SSN.
Contra-Indicações
• Hipotensão (PAS < 90 mmHg ou mais de 30 Via Sublingual
mmHg abaixo do valor basal) 1 comprimido (0,3 a 0,4 mg), repetido até
• Bradicardia grave (< 50 bpm) ou taquicardia um total de 3 doses, em intervalos de 5
(> 100 bpm) minutos.
• Infarto VD
• Uso de inibidores da fosfodiesterase para Aerossol - Spray
disfunção erétil (p. ex., sildenafil e vardenafil nas 1 a 2 nebulizações por 0,5 a 1 segundo,
últimas 24 horas; tadalafil nas últimas 48 horas) em intervalos de 5 minutos (forneça 0,4
mg por dose). Máximo de 3 nebulizações
Precauções em 15 minutos.
• Com evidência de IAM, limite a redução da
pressão arterial sistólica a 10%, se o paciente Nota: Os pacientes devem ser instruídos
estiver normotenso; a 30%, se hipertenso, e a entrar em contato com o serviço de
evite reduzir para menos de 90 mmHg. emergência se a dor não aliviar ou se
• Não misture com outros medicamentos. aumentar após o uso de um comprimido
• O paciente deve sentar ou ficar deitado ao sublingual ou da aplicação do spray.
receber esta medicação.
• Não agite o aerossol spray, pois afeta o dosa-
dor.

Nitroprussiato Indicações Administração IV


(Nitroprussiato • Crises hipertensivas. • Acrescente 50 ou 100 mg a 250 ml de
de Sódio) • Para reduzir a pós-carga em casos de insuficiê- SG 5% (Consulte o manual farmacêu-
ncia cardíaca e de edema pulmonar agudo. tico de sua instituição).
• Para reduzir a pós-carga em casos de regurgita- • Inicie com 0,1 μg /kg por minuto e
ção da valva aórtica ou mitral aguda. titule, aumentando as doses a cada 3 a
5 minutos, até atingir o efeito desejado
Precauções (geralmente até 5 μg /kg por minuto,
• Pode causar hipotensão, toxicidade por tiocian- mas doses mais altas, até 10 μg /kg,
ato e retenção de CO2. podem ser necessárias).
• Pode reverter a vasoconstrição pulmonar • Administre com uma bomba de infusão;
hipóxica em pacientes com doença pulmonar, use monitorização hemodinâmica para
exacerbando a derivação intrapulmonar, resul- uma segurança ótima.
tando em hipoxemia. • A ação ocorre em 1 a 2 minutos.
• Outros efeitos colaterais incluem cefaléias, • Sensível à luz, cubra o frasco que
náuseas, vômitos e câimbras abdominais. contém o medicamento e o tubo com
• Cautela com inibidores da fosfodiesterase (p. material opaco.
ex., sildenafil).

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Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Norepinefrina Indicações Administração IV (Única Via)


• Choque cardiogênico grave e hipotensão hemo- • 0,5 a 1 μg/min titulado até a melhora da
dinamicamente significativa (pressão arterial pressão arterial (até 30 μg/minuto).
sistólica < 70 mmHg) com resistência periférica • Acrescente 4 mg de norepinefrina ou
total baixa. 8 mg de bitartarato de norepinefrina a
• Agente usado como último recurso para o trata- 250 ml de SG 5% ou GSSN 5%, mas
mento de cardiopatia isquêmica e choque. não SSN sozinha.
• Não administre no mesmo cateter IV
Precauções que as soluções alcalinas.
• Aumenta a demanda miocárdica de oxigênio, • Hipotensão induzida por intoxicação/
eleva a pressão arterial e a freqüência cardíaca. medicamentos pode requerer doses
• Pode induzir arritmias. Use com cautela em mais altas para alcançar uma perfusão
pacientes com isquemia aguda; monitorize o adequada.
débito cardíaco.
• O extravasamento causa necrose tecidual.
• Se ocorrer extravasamento, administre fento-
lamina 5 a 10 mg em 10 a 15 ml de solução
salina, infiltrado na área.

Oxigênio Indicações Dispositivo Taxa de Fluxo O2 (%)


Fornecido por • Qualquer emergência cardiopulmonar suspeita.
Cânula Nasal 1-6 l/min 21-44
tanques porta- • Queixas de respiração curta e dor isquêmica
teis ou fontes suspeita. Máscara de Venturi 4-12 l/min 24-50
montadas em • Síndrome coronariana aguda: administre a Máscara de
paredes, instala- todos os pacientes nas primeiras 6 horas. Con- reinalação parcial 6-10 l/min 35-60
das através de tinue se houver congestão pulmonar, isquemia Máscara c/
dispositivos de vigente ou se a saturação de oxigênio for reservatório de
fornecimento < 90%. oxigênio não
• Para pacientes com suspeita de AVC e hipoxe- reinalante 6-15 l/min 60-100
mia ou saturação de oxihemoglobina desco-
nhecida. Pode-se considerar a administração a Bolsa-valva-
pacientes que não estejam hipoxêmicos. máscara c/
“terminal” não
Precauções reinalante 15 l/min 95-100
• Observe atentamente ao usar em pacientes
com alterações pulmonares sabidamente de- Nota: A oximetria de pulso é um méto-
pendentes de condições respiratórias hipóxicas do útil para titular a administração de
(muito raras). oxigênio, para manter a saturação de
• A oximetria de pulso pode ser imprecisa em oxigênio fisiológica (ver Precauções).
condições com baixo débito cardíaco, com
vasoconstrição ou com exposição ao monóxido
de carbono.

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Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Procainamida Indicações FV/TV recorrente


• Útil para o tratamento de uma ampla varie- • Infusão de 20 mg/min por via IV (dose
dade de arritmias, incluindo TV monomórfica total máxima: 17 mg/kg).
estável com intervalo QT normal e função do VE • Em situações urgentes, até 50 mg/min,
preservada pode ser administrada para uma dose
• Pode ser usada para o tratamento de TSVP total de 17 mg/kg.
não controlada pela adenosina e por manobras
vagais, se a pressão arterial estiver estável. Outras Indicações
• Taquicardia estável com complexo largo de • Infusão de 20 mg/min por via IV, até
origem desconhecida. que ocorra um dos seguintes:
• Fibrilação atrial com freqüência rápida na Sín- — Supressão da arritmia
drome de Wolff-Parkinson-White. — Hipotensão
— O complexo QRS alarga aproximada-
Precauções mente > 50%
• Se houver disfunção cardíaca ou renal, reduza a — É administrada uma dose total de 17
dose total máxima para 12 mg/kg e a infusão de mg/kg
manutenção a 1 a 2 mg/min. • O uso em casos de parada cardíaca é
• Pró-arrítmico, principalmente em casos de IAM, limitado pela necessidade de infusão
hipopotassemia ou hipomagnesemia. lenta e de eficácia incerta.
• Pode induzir hipotensão em pacientes com
função comprometida do VE. Infusão de Manutenção
• Use com cautela com outros medicamentos 1 a 4 mg/min (dilua em SG 5% ou SSN).
que prolongam o intervalo QT. Aconselha-se Reduza a dose se houver insuficiência
consulta ao especialista. renal

Bicarbonato de Indicações Administração IV


Sódio As indicações específicas para o uso de bicar- • 1 mEq/kg em bolus IV.
bonato são as seguintes: • Se disponível rapidamente, use a
• Hiperpotassemia preexistente conhecida análise de gasometria arterial para
• Acidose preexistente responsiva ao bicarbonato orientar a terapia com bicarbonato
conhecida; p. ex., cetoacidose diabética, over- (déficits de base ou concentrações de
dose de ácido acetilsalicílico ou antidepressivos bicarbonato calculadas). A gasometria
tricíclicos, cocaína ou difenidramina. do sangue arterial é um indicador não
• Ressuscitação prolongada com ventilação confiável de acidose durante a parada
eficaz; em casos de retorno da circulação es- cardíaca.
pontânea após intervalo prolongado da parada.
• Não é útil ou eficaz em casos de acidose hiper-
cárbica (p. ex., parada cardíaca e RCP sem
intubação).

Precauções
• A RCP e a ventilação adequadas, e não o bicar-
bonato, são os principais “agentes tampão” na
parada cardíaca.
• Não é recomendado para uso rotineiro em paci-
entes com parada cardíaca.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Sotalol Indicações Administração IV


(Forma IV não Nos Estados Unidos, a forma de administração • 1 a 1,5 mg/kg de peso corporal e de-
aprovada para por via oral é aprovada para o tratamento de pois infusão à uma taxa de 10 mg/min.
uso nos Estados arritmias ventriculares e atriais. Fora dos Estados • A infusão deve ser feita lentamente.
Unidos) Unidos, é usada para o tratamento de arritmias • Reduza a dose em casos de compro-
supraventriculares e de arritmias ventriculares em metimento renal.
Não é um pacientes sem doença cardíaca com comprome-
antiarrítmico de timento estrutural.
primeira linha
Precauções/Contra-indicações
Procure consulta • Deve ser evitado em pacientes com perfusão
com especialista inadequada, devido aos efeitos inotrópicos
negativos significativos. Deve ser infundido
lentamente.
• Os efeitos adversos incluem bradicardia, hipo-
tensão arterial e arritmias (torsades de pointes).
• Use com cautela quando administrado com
outros medicamentos que prolongam o intervalo
QT (p. ex., procainamida, amiodarona).

Agentes
Trombolíticos
(ver Agentes
Fibrinolíticos)

Marca-passo Indicações Técnica


Transcutâneo • Bradicardia hemodinamicamente instável ou • Coloque os eletrodos do marca-passo
sintomática (p. ex., alterações da pressão no tórax, de acordo com as instruções
Os marca-pas- arterial, condições mentais alteradas, angina, na embalagem.
sos externos edema pulmonar). • LIGUE o marca-passo.
apresentam • Condições de uso do marca-passo em casos • Ajuste a freqüência de demanda em
taxas fixas (inde- de IAM, como a seguir: aproximadamente 80 bpm.
pendentes da — Disfunção sintomática do nó sinusal. • Ajuste a corrente (mA) de saída con-
necessidade ou — Bloqueio cardíaco de segundo grau tipo II. forme explicado a seguir, para bradicar-
modo assincrôni- — Bloqueio cardíaco de terceiro grau. dia: aumente os miliampéres a partir de
co) ou taxas — Bloqueio bifascicular ou BCR novo direito, um valor mínimo até atingir uma cap-
dependentes esquerdo ou alternante. tura consistente (caracterizada por um
da necessidade • Bradicardia com ritmos de escape ventricular alargamento do complexo QRS e uma
(variação: de 30 sintomáticos . onda T achatada após cada descarga
a 180 bpm). • Colocação de marca-passo para o tratamento do marca-passo). Então, aumente mais
de taquicardias refratárias à terapia farma- 2 mA como margem de segurança.
A corrente de cológica ou à cardioversão elétrica.
saída varia de 0 • Não recomendado para parada cardíaca bradi-
a 200 mA. assistólica.

Precauções
• Contra-indicado em casos de hipotermia grave
ou parada cardíaca bradiassistólica prolongada.
• Pacientes conscientes podem necessitar de
analgesia para o tratamento do desconforto.
• Evite utilizar o pulso carotídeo para confirmar a
captura mecânica. A estimulação elétrica causa
um espasmo muscular que pode mimetizar o
pulso carotídeo.

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Medicamento/
Indicações/Precauções Dosagem em Adultos
Terapia

Vasopressina Indicações Administração IV


• Pode ser usada como um agente vasopressor Uma dose para parada cardíaca: 40 U
alternativo à epinefrina no tratamento do IV/IO contínua pode substituir a primeira
choque refratário à FV em adultos. ou a segunda dose de epinefrina. A
• Pode ser uma alternativa útil à epinefrina na epinefrina pode ser administrada a cada
assistolia e na AESP. 3 a 5 minutos, durante a parada cardíaca.
• Pode ser útil para o suporte hemodinâmico
no choque por vasodilatação (p. ex., choque A vasopressina pode ser administrada
séptico). por via endotraqueal, mas ainda não
existem evidências suficientes para reco-
Precauções/Contra-indicações mendar uma dose específica.
• Vasoconstritor periférico potente. A resistência
vascular periférica aumentada pode provocar
isquemia cardíaca e angina.
• Não recomendada para pacientes responsivos
com doença arterial coronariana.

Verapamil Indicações Administração IV


• Medicamento alternativo (após a adenosina) • Primeira Dose: 2,5 a 5 mg IV em bolus
para reverter a TSV paroxística com complexo durante 2 minutos (durante 3 minutos
QRS estreito e pressão arterial adequada e em pacientes mais velhos).
função preservada do VE. • Segunda Dose: 5 a 10 mg, se neces-
• Pode controlar a resposta ventricular em paci- sário, a cada 15 a 30 minutos. Dose
entes com fibrilação atrial, flutter ou taquicardia máxima: 20 mg.
atrial multifocal. • Alternativa: 5 mg em bolus a cada 15
minutos até a dose total de 30 mg.
Precauções
• Administre somente a pacientes com TSV
paroxística com complexo estreito ou arritmias
supraventriculares conhecidas.
• Não use para taquicardias com complexo
QRS largo de origem incerta e evite o uso para
síndrome de Wolff-Parkinson-White e para
fibrilação atrial, síndrome sinusal (SSS), ou
bloqueio AV de segundo ou terceiro graus sem
a colocação de marca-passo.
• Pode diminuir a contratilidade miocárdica e
produzir vasodilatação periférica e hipotensão.
O uso de cálcio por via IV pode restabelecer a
pressão arterial em casos de intoxicação.
• Administração IV concomitante ao uso de
ß-bloqueadores por via IV pode causar hipoten-
são grave. Use com extrema cautela em pacien-
tes tratados com ß-bloqueadores por via oral.

Medicamentos Simpatomiméticos, Inotrópicos e Inodilatadores


Efeito Adrenérgico Potencial
Medicamento Infusão IV Arritmogênico
α ß
Epinefrina 2 a 10 μg/min ++ +++ +++
Norepinefrina 0,5 a 12 μg/min +++ ++ ++
2 a 4 μg/kg por minuto + +* +
Dopamina 5 a 10 μg/kg por minuto ++ ++* ++
10 a 20 μg/kg por minuto +++ ++ +++
Dobutamina 2 a 20 μg/kg por minuto + +++ ++
Isoproterenol 2 a 10 μg/min 0 +++ +++
Inanrinona† 5 a 15 μg/kg por minuto (após 0 0* ++
(anteriormente dose de ataque de 0,75 mg/kg,
denominada anrinona) não exceder 1 mg/kg, administre
durante 2 a 3 minutos ou mais
prolongado)
*Aumenta o fluxo sangüíneo renal e esplâncnico. †Inibidor da fosfodiesterase.

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