Você está na página 1de 7

Não ameis o mundo: A concupiscência dos

olhos | 1 João 2:16

“porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos


olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo | 1 João 2:16

 Introdução 

Se a concupiscência da carne trata do pecado aparente, a concupiscência dos olhos trata


da pureza do nosso coração, daquilo que não se vê. Para vencer a concupiscência dos
olhos, portanto, precisamos purificar o nosso coração. Os olhos são a candeia do corpo,
ou seja, as janelas por onde vemos todas as coisas deste mundo. O que são os olhos
senão o caminho por onde vemos o mundo? Nossos olhos sempre desejam ver aquilo que
é agradável à nossa carne. Porém, tudo que é agradável aos nossos olhos e todas estas
luzes chamativas não procedem de Deus, mas do mundo. Porque é o mundo que oferece
aquilo que é aparente.

A imagem escolhida para este estudo nos mostra isso muito bem. O mundo tenta agradar
os nossos olhos de todas as maneiras: com a beleza, com as luzes, com a grandeza, com
os sonhos e promessas. Enquanto isso vemos Jesus que não nasceu em palácios, mas
em um estábulo no meio dos animais. Será que acreditaríamos que ali havia nascido o
filho de Deus e o salvador do mundo? Um lugar que era posto na parte de fora da casa e à
uma certa distância por ser muito fedido e desprezível. Este foi o lugar onde nasceu o
nosso salvador. Não era aparente nem chamativo, mas foi o lugar escolhido por Deus para
que seu filho fosse concebido. Neste lugar apenas chegaremos através da revelação
verdadeira de Deus, porque é impossível aos olhos carnais perceber riqueza em tais
lugares, pois não são aparentes.

Existem vários exemplos assim na palavra de Deus. Um dos mais interessantes é o


exemplo de Ló, que ao ver os campos irrigados das planícies, foi para Sodoma. Abraão,
entretanto, subiu o monte para viver nos carvalhais de Manre. Este é um princípio ainda
atuante. Se vivemos conforme o que vemos nossa tendência é habitar em meio aos
pecadores deste mundo, mas quando não vivemos conforme o que vemos, então
subiremos a montanha em busca da firmeza de Manre e viveremos em meio aos
carvalhos. Foi ali que o Senhor visitou Abraão e não na planície.

O carvalho é uma árvore muito significativa na palavra. Isaías 61 nos conta sobre o ano
aceitável do Senhor e sobre como ele mesmo colocou em Sião uma coroa em vez cinza,
óleo de alegria em vez de pranto, vestes de louvor em vez de espírito angustiado. E tudo
isso "[...] a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para
a sua glória" Isaías 61:3. Se não andamos pela aparência estaremos em meios aos
carvalhos de justiça, a plantação gloriosa de Deus para sua própria glória.

 O que é a concupiscência dos olhos? 

Para entender a que João estava se referindo quando ele mencionou a concupiscência
dos olhos nós precisamos entender duas coisas: do que se trata a concupiscência e a
influência dos nossos olhos em meio ao mundo ou a influência do mundo aos nossos
olhos.

 A concupiscência 
O que seria essa concupiscência? A concupiscência não é o pecado, mas é o que nos
atrai para ele. É tudo aquilo que me atrai para pecar. Todos nós possuímos desejos e
cobiças específicas, que são as nossas concupiscências pessoais. É este desejo que nos
atrai ao pecado.

É interessante entender este processo, pois podemos nos beneficiar disso. Por exemplo,
você sabia que não é pecado ser tentado? Não é pecado ser tentando, pois todos nós
somos tentados todos os dias. Se a tentação fosse pecado até mesmo Jesus teria falhado
em sua missão, pois o Espírito Santo o conduziu ao deserto para ser tentado pelo diabo.
Mas Jesus venceu, porque foi tentado e não cometeu pecado algum e nem dolo foi
encontrado em sua boca. Glória a Deus que nos ensina o caminho da santidade.

Ninguém peca sem uma origem. Podemos dizer que a nossa concupiscência é a origem
do pecado, de onde ele emana. Há uma citação supostamente de Martinho Lutero que diz
que “Você não pode impedir que um pássaro pouse em sua cabeça, mas, pode impedir
que ele faça ninho”. Essa frase explica bem a diferença entre concupiscência e pecado. É
impossível impedir que venham as tentações e pensamentos malignos, pois somos todos
carnais. Mas é possível evitar que este pássaro crie morada em nossa cabeça,
pensamentos e emoções.

 Os olhos são a candeia do corpo 

"A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo
o teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será
tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais
trevas!" Mateus 6:22,23.

O primeiro princípio que devemos entender que levaram nosso irmão João a escrever
sobre os olhos é que eles são a candeia de todo o nosso corpo. A nossa alma se conecta
com o mundo exterior principalmente através dos olhos. É através dos nossos olhos que
vemos o mundo, as suas cobiças, os pecados e a morte. E esse princípio é muito
interessante, porque assim percebemos que para vencer o mundo nós precisamos
primeiro subjugar os nossos olhos.

Este tema é tão sério que Jesus nos ensina que se os nossos olhos forem maus, então
todo o nosso corpo estará em trevas. Ou seja, se os nossos olhos buscam as trevas, então
consequentemente o nosso interior também estará em trevas. Mas se os nossos olhos
forem bons, então o nosso corpo estará completamente luminoso.

É um princípio muito simples, mas que faz toda a diferença. Os olhos na palavra fazem
essa conexão do mundo com aquilo que está dentro do nosso coração e vice verça. Veja a
descrição de Jesus glorificado em Apocalipse: "E a sua cabeça e cabelos eram brancos
como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo" Apocalipse
1:14. Por que será que os olhos de Jesus são como chamas de fogo? Seus olhos são
como chamas porque ele mesmo é o fogo consumidor. O seu interior tem a mesma
natureza de Jeová. O livro de Êxodo nos diz que quando a glória do Senhor passou sobre
o monte Sinai "o aspecto da glória do SENHOR era como um fogo consumidor no
cimo do monte" Êxodo 24:17. E é essa mesma glória poderosa que habita o interior de
Jesus.

É assim que os nossos olhos devem ser. Se olharmos para aquilo que é bom, a luz do
Espírito Santo habitará todo o nosso corpo e consequentemente os nossos olhos
resplandecerão a luz da vida de Deus. Mas se permanecermos no erro olhando aquilo que
não convém, então o nosso corpo será consumido em trevas e o nosso fim será a
corrupção do fogo eterno.
 A Sedução dos olhos 

Através dos nossos olhos o mundo nos seduz e tenta nos atrair para o pecado. Nos pontos
abaixo eu descrevi alguns dos principais aspectos em que percebemos que o mundo tenta
nos enredar e vencer.

 A aparência do mundo 

"Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore
desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao
marido, e ele comeu" Gênesis 3:6.

Devemos observar que a aparência do mundo é extremamente bela e atrai os nossos


olhares. O que acontece, frequentemente, é que somos atraídos e enganados não
percebendo que é o mundo que nos oferece estas coisas belas. É claro que aquilo que é
belo irá nos atrair e o nosso coração tenderá a nos enganar para pensar que aquela
beleza só pode mesmo ser proveniente de Deus. Mas o nosso coração é
desesperadamente corrupto e a nossa justiça como trapos de imundícia. Não devemos
confiar em nós mesmos, pois assim seremos derrotados. Veja que Eva foi seduzida pelo
fruto do conhecimento do bem e do mal, entre outros motivos, porque ele era "agradável
aos olhos". As ofertas do mundo aos nossos olhos sempre serão agradáveis e por isso
devemos nos atentar para tudo que seja aparente ou agradável. Eva foi enganada pois
não conhecia a instrução de Deus. Igualmente satanás tenta macular o conhecimento vivo
da palavra e da santidade em nossos dias, brilhando em nossos olhos as ofertas da árvore
do conhecimento.

Quando eu menciono esta aparência talvez você considere que eu esteja falando daquilo
que não é 'gospel'. Porém é importante perceber que este mundanismo já há muito tempo
penetrou em nossas denominações. Não é tão difícil perceber estas coisas. Se você
nasceu de novo tenho certeza que alguma coisa te diz que há algo muito errado em
nossas denominações. O que está errado é que nós transformamos um ambiente de
santificação e pureza em um covil de lobos devoradores. As denominações estão
infestadas de incrédulos e pessoas que nunca conheceram a graça e a misericórdia de um
Deus misericordioso. O nosso louvor se tornou um show; as pregações se tornaram em
palestras de auto-ajuda; reunir se tornou em um evento social onde encontramos outras
pessoas e os locais de reunião parecem mais como palácios, sendo que Deus não habita
em templos feitos por mãos humanas.

O que é tudo isso? A aparência deste mundo penetrou. Somos vaidosos e orgulhosos e
temos todas as características dos incrédulos. Qual a nossa diferença para o mundo?
Somos tímidos e não falamos sobre o evangelho da salvação, que tem poder para salvar
este mundo. Enquanto isso Jesus continua nascendo em Belém, numa estrebaria junto
aos animais. Não é uma figura bonita como o catolicismo prega. É um nascimento sofrido
e feio, sem nenhuma aparência visível. Todavia, ali é nascido o Rei dos Reis que julgará
todos aqueles que praticam a iniquidade.

 De onde procedem os maus desígnios? 

É importante perceber, e ter muita atenção nesta sedução, porque é do interior que
procedem todos os maus desígnios. Veja o versículo de Marcos capítulo 7: "Porque de
dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição,
os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a
inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e
contaminam o homem" Marcos 7:21-23.

Este texto é, no mínimo, esclarecedor. De onde vem todos os males e o pecado do


homem? Eles vem do seu próprio interior. É do interior do homem que emanam estas
coisas. Quando olhamos para o que é mau, então o nosso interior será mau e nós iremos,
com toda a certeza, nos enredar no pecado. O fruto de viver na carne pode apenas ser
pecado, morte e a nossa corrupção no Dia do Senhor. A nossa concupiscência está
sempre à procura de catalizadores para o seu desejo. Sempre desejando se saciar. Se
damos espaço para os nossos olhos buscarem estas coisas, certamente eles encontrarão
as sujeiras do mundo e assim a consequência dessa vida será ter trevas em nosso interior.
Se a luz que há em mim são trevas, quão grandes trevas são! Se no meu interior existe
concupiscência, então não há outro caminho senão o caminho do pecado.

 O caminho do pecado 

"Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no
coração, já adulterou com ela" Mateus 5:28.

Um dos grandes objetivos de João ao falar acerca da concupiscência dos olhos é nos
alertar que o pecado nos contamina por causa dos nossos olhos. Como vimos na
introdução deste texto, a concupiscência dos olhos trata o nosso interior, e por
consequência, a nossa vida subjetiva. Se damos espaço em nossa mente para as nossas
concupiscências, então a consequência não pode ser outra senão o pecado.

Os desejos da carne são um bom exemplo disso. Estes tipos de pecado não surgem do
nada, mas eles são semeados na nossa mente através dos nossos olhos. Se tão somente
olhamos para uma mulher com intenção impura em nosso coração, então certamente nós
já cometemos pecado. Este é um dos maiores erros dos homens e não seria possível
comentar acerca da concupiscência dos olhos sem mencionar estas coisas.

É muito triste ver que quase todos os irmãos pecam e erram demasiadamente neste
ponto. E até mesmo as irmãs costumam também cair, pois vivemos no século da beleza
aparente e das ofertas do mundo. Se ligamos a televisão ela escreta todo tipo de sujidade
nas nossas mentes e, principalmente, as imundícias da nudez, do sexo e da pornografia. A
nossa mente é ensinada que estas coisas são comuns e que não precisamos nos purificar
delas. Desta forma o diabo alcança seu objetivo e derrota a maior parte dos irmãos,
através dos seus olhos.

 O caminho do pecado II 

Veja que não é apenas o pecado sexual que é resultado daquilo que vemos. Existe um
ditado que diz que somos tudo aquilo que comemos. Eu digo que somos tudo aquilo que
vemos. Se vivemos vendo violência, nossa vida estará cheia de violência. Se vivemos
vendo inveja, orgulho e porfias, então nossa vida estará repleta destas coisas. O exemplo
do pecado sexual é interessante, porque é alguma coisa que podemos verificar com maior
facilidade. O mundo excreta sexo constantemente na nossa mente, mas isso é só a ponta
do iceberg. O mundo também excreta outras sujidades como a soberba, a idolatria, a
malícia e a avareza. Estas coisas não são tão fáceis de perceber, mas são tão perigosas
quanto os pecados sexuais. Não devemos olhar para estas coisas.

Porque será que eu sou tão crítico das denominações? O problema é que as
denominações estão cheias de todas estas sujeiras. Quando olhamos estas coisas o que
será que iremos reproduzir? Claro que também será o pecado. A palavra é clara: "[...] as
más companhias corrompem os bons costumes" 1 Coríntios 15:33. Se estamos em
meio aos pecadores, veremos pecado, seremos tentados por ele e, provavelmente, iremos
também seguir o caminho do pecado. A Igreja precisa viver em um ambiente de santidade
como assim foi designado desde o princípio pelos apóstolos do Cordeiro. Devemos amar
os pecadores, mas também devemos odiar até mesmo a roupa contaminada pelo pecado.

 A ambição do mundo 
"Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos
fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque
amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus" João 12:42-43.

Outro aspecto que também tem muito a ver com a concupiscência dos olhos é a nossa
ambição. Somos ambiciosos por natureza e a forma como ambicionamos é através dos
nossos olhos. Seja o que for, quando olhamos alguma coisa com ambição, logo nos
entregamos às nossas concupiscências.

A ambição maculou o cristianismo da nossa era. É triste ver que os serviços nas
denominações são ambicionados por todos os motivos, menos para servir sinceramente a
Deus. E o pior é que continuamos dizendo: é normal. Ambição como essa não é normal,
mas procede da nossa concupiscência e está avessa ao evangelho de Cristo. O evangelho
nos ensina a buscar a morte da nossa vontade, nos igualando a Jesus até a morte para
que de alguma maneira sejamos também igualados a ele em sua ressurreição. Se
devemos ambicionar alguma coisa é a cruz, a vontade de Deus sobre a nossa vida.

Essas situações não são novas. Veja o exemplo de Ló, que escolheu as planícies de
Sodoma e Gomorra. Ele levantou os olhos e viu o que havia de mais agradável, bonito e
vigoroso. Viu as belas planícies de Sodoma como eram bem regadas e cheias de vida.
Seu julgamento tomou base na sua visão carnal e por isso nós sabemos o resultado da
sua escolha.

Assim também acontece conosco. Quando escolhemos baseado na nossa ambição


mundana, naquilo que vemos, não pode existir outro destino senão Sodoma e Gomorra, o
lar dos pecadores e lugar onde se pratica toda sorte de mal. A ambição é tão destruidora
que é totalmente avessa à vontade de Deus, que deseja nos levar para os lugares
montanhosos, conforme a história de Abraão. Ele foi residir nos carvalhais de Manre onde
há firmeza e estabilidade longe do pecado de Sodoma. Ele mesmo não padeceu
destruição, mas salvou do fogo Ló e sua família.

É claro que é impossível determinar qual é a intenção do coração das pessoas, mas é
possível perceber o que se tornaram as nossas denominações. Veja que nas montanhas
não haviam pecadores, mas apenas o justo Abraão. Por mais bonito e próspero que fosse,
era nas planícies de Sodoma e Gomorra que havia pecado. Se compararmos este
exemplo aos nossos dias você verá que não é difícil comparar nossas denominações com
Sodoma e Gomorra. Ali existem pessoas justas, assim como havia Ló e sua família em
Sodoma e Gomorra. Mas assim como era naquelas cidades, a maioria deles são
pecadores de todas as espécies, assim como é hoje. Vivemos um tempo em que as
denominações são agradáveis e não comentam muito sobre o nosso pecado. Não é ruim
estar ali, mesmo sendo um pecador. As pessoas são bonitas, existe muito show, muita luz,
muita pirotecnia. Existe prosperidade financeira e muitos campos verdes. Estes lugares
atraem todo tipo de gente. Tanto pecadores quanto justos.

 Como vencer a sedução dos olhos? 

Vencer todas estas coisas que foram ditas neste estudo é a base para nos santificar e
para vencer o amor deste mundo. Na verdade o princípio para vencer não é tão
complicado. Vejamos:

 Olhar para Cristo x Olhar para o mundo 

O Senhor é maravilho! Todas as respostas de todas as nossas indagações estão na


palavra. Ela é totalmente suficiente para nos santificar. Para vencer a concupiscência dos
olhos nós devemos verificar um exemplo nas escrituras. Veja: "Na quarta vigília da noite,
foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. E os discípulos, ao verem-no
andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E,
tomados de medo, gritaram. Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom
ânimo! Sou eu. Não temais! Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor,
manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: Vem! E Pedro, descendo
do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus" Mateus 14:25-29.

Este trecho da palavra nos ensina como vencer a concupiscência dos olhos. É bem
simples. Veja que Pedro andou sobre as águas e para tal devemos nos atentar a dois
princípios. Pedro se baseou na palavra de Jesus: "Vem!" e olhou para Ele. Pedro, por
alguns instantes, não levou em consideração a força do vento e andou sobre as águas. O
grande princípio que devemos verificar neste texto é que para vencer a concupiscência
dos olhos nós devemos parar de olhar para o mundo e devemos olhar somente para
Cristo. Se olhamos para Cristo não importam os ventos à nossa volta, pois nós andaremos
sobre as águas. Foi um momento rápido e que não levamos muito em consideração, mas
é um sinal importante que nos ensina a vencer o mundo.

Na bíblia quando a palavra trata sobre os mares normalmente ele está indicando o mundo,
o domínio do diabo. É por isso que Jesus veio andando sobre as águas. Após um tempo
de oração solitária Jesus estava cheio do poder do Espírito. Ele sempre foi santo e como
sinal para nós cristãos, ele andou sobre o mar porque ele mesmo não tinha nada com este
mundo e o mundo nunca teve nada nele. Este não é um milagre simples de Jesus, mas
um sinal para a nossa própria vida! A única parte da nossa vida que deve tocar o mundo é
a sola dos nossos pés. Quando andamos focando nosso olhar no Senhor, certamente
venceremos o mundo.

 O pendor do Espírito 

"Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que
se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá
para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz" Romanos 8:5-6.

Você deve estar se perguntando como, na prática, podemos olhar para o Senhor.
Romanos, capítulo 8, nos dá essa resposta. Neste trecho Paulo fala sobre o pendor do
Espírito. Essa palavra pendor não está muita clara neste trecho. A palavra significa
literalmente colocar a sua mente em algo, pender para algo. Então se nos inclinamos para
a carne, ou se colocamos a nossa mente nas coisas da carne, então colheremos morte.

Este trecho da palavra me faz lembrar de algo que Salomão nos ensinou: "Os olhos do
sábio estão na sua cabeça, mas o estulto anda em trevas" Eclesiastes 2:14. Então,
conforme esta palavra de Salomão podemos dizer que colocar a mente em algo,
parafraseando, é como colocar os olhos naquilo. Assim, o pendor do Espírito é colocar os
nossos olhos (nossa mente) no Espírito. Devemos nos inclinar sempre para o Espírito.
Olhar para Jesus é colocar os nossos olhos no Espírito. Ter comunhão com o Espírito e
viver sempre em união com ele.

Se olharmos sempre para o Espírito então a nossa vida será luminosa, pois Deus nos
encherá de vida e paz. Mas se colocamos os nossos olhos nas coisas da carne, então
iremos colher apenas morte, que é resultado de uma vida de pecado.

 Se o teu olho te escandalizar, arranca-o 

"E, se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é
entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do
inferno" Mateus 18:9.

Viver uma vida desta forma certamente não é tarefa fácil. Para colocar os olhos no Espírito
será necessário negar a nossa vontade e concupiscências. Se verificamos que os nossos
olhos nos fazem pecar, então qual deve ser a nossa atitude? Muitas pessoas aceitam a
situação achando que, por Deus ser misericordioso, ele entenderá. Ele, porém, nos diz
para arrancar este olho e sem ele entrar no Reino.

É claro que esta parábola não é literal, apesar de que se fosse também faria sentido. Mas
quando ele fala para arrancarmos o olho ele está dizendo para negarmos a vontade deste
olho. Se o meu olho me faz pecar, então devo negar a vontade do meu olho para que eu
não seja inteiramente lançado no inferno. 

Devemos vencer aquilo que nos leva ao pecado e o maior caminho para o nosso interior
são os nossos olhos. É por isso que Jesus fala tanto sobre os olhos. O apóstolo João
entendeu estas coisas. Precisamos arrancar os nossos olhos, se é que eles nos fazem
pecar. Negar a nossa vida, as nossas concupiscências e a nossa vontade. Tomar sobre
nós a vontade do Espírito e colocar nele a nossa mente. 

"Não porei coisa injusta diante dos meus olhos; aborreço o proceder dos que se
desviam; nada disto se me pegará" Salmo 101:3.

Porém tudo isso deve vir de nós. Jesus faz muitas coisas em nós, mas a decisão de nos
santificar parte de nós mesmos. Veja este salmo. O salmista decidiu não colocar nenhuma
injustiça diante dos seus olhos. Certamente ele arrancou os seus olhos para não ver a
injustiça e assim se encheu com a luz do Senhor. Este deve ser o nosso proceder.
Arrancar da nossa vista a injustiça e nos encher com a justiça de Deus.

Você também pode gostar