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Capítulo I – Ecologia da produção agrícola

1. Conceitos

A Agricultura é uma actividade económica complexa, interpretada por autores


diferentes e com estilos muito pessoais:
Algumas definições de Agricultura
Agricultura, segundo Aurélio é arte de cultivar os campos, cultivo da terra, lavoura,
cultura ou o conjunto de operações que transformam o solo natural para produção de
vegetais úteis ao homem.
Agricultura É uma Actividade económica complexa que visa à produção de bens, quer
explorando a fertilidade do solo através da vida latente contida no embrião vegetal quer
transformando os produtos vegetais e animais por intermédio de indústrias anexas. (
Pinto, 2010) Citando (H. Barros).
É uma actividade do Homem levada a cabo primariamente com o intuito de produzir
alimentos (directa ou indirectamente), fibras, combustíveis e outros materiais, mediante
o uso controlado de vegetais e animais. ( Pinto, 2010) upud(Spedding).
A pecuária é o conjunto de processos técnicos usados na domesticação e produção de
animais com objetivos económicos. Através da actividade pecuária, os seres humanos
atendem à maior parte de suas necessidades de proteínas animais (com uma pequena
parte sendo satisfeita pela pesca e pela caça).

Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com o objetivo de


obter alimentos, bebidas, fibras, energia, matéria-prima para roupas, construções,
medicamentos, ferramentas, ou apenas para contemplação estética (paisagismo).
Segundo ( Almeida, 2004) Uma definição sintética e expressiva foi proposta por René
Dumont (Barros, 1975). Para este autor a agricultura é “a artificialização pelo homem
do meio natural, com o fim de torná-lo mais apto ao desenvolvimento de espécies
vegetais e animais”. O conceito de artificialização do meio engloba as técnicas culturais,
independentemente do se grau de aplicação. Esta actividade tem de se adaptar às
condições ecológicas e sociais, que variam da lugar para lugar.

A agricultura, em seu processo de modernização, absorveu e incorporou muitos


avanços tecnológicos, Afinal, mesmo sendo uma actividade anterior a indústria, que
lentamente avançou, sempre houve necessidade de se obter mais produtividade.
Assim, pode-se dizer que a agricultura representa toda a actividade de exploração da
terra, sejam elas culturas hortícolas, forrageiras e arboricultoras, e está sujeita as
limitações pela natureza, como clima, grandes distâncias, incertezas, ciclos biológicos,
política de preços, perecimento de estoques, etc. E se caracterizou por três idades
tecnológicas, os quais citam:

a) A era Mecânica: Os ganhos de produtividade acontecem pelo uso intensivo de


máquinas e equipamentos;
b) A era Química: Onde estes ganhos de produtividade passaram a ser obtido pela
incorporação de fertilizantes, inseticidas; etc.
c) A era Biotecnológica: Novos avanços foram conseguidos com atuação no
campo da genética e do equilíbrio e harmonia ecológica, controle biológico,
transgênicos, etc.

Durante milhares de anos a sociedade encarou a agricultura como uma actividade de


subsistência, cujo objetivo primário era a produção de alimentos. Depois se foi
introduzindo na consciência coletiva a idéia da agricultura como atividade econômica, a
quem se exigia a produção de lucro, o que teve como consequência uma acentuada
dependência das energias fósseis, casos de poluição dos solos, das águas e dos
alimentos e com consequencias ecologicas muito grave.
Pois actividade agrícula depende das condições ambientais e o seu sucesso depende do
conhecimento das leis que regem o funconamento dos ecosistemas.
A palavra "Ökologie" deriva da junção dos termos gregos "oikos", que significa casa, e
"logos", que quer dizer "estudo". Foi criado pelo cientista alemão Ernest Haeckel, em
1866, para designar a ciência que estuda as relações entre seres vivo e meio ambiente.
Da definição da ecologia, de uma forma geral nota se Três princípais ramos de estudo
da ecologia: A interacção dos organismos com o ambientea, Interacção dos organismos
entre si, Distribuição e abandancia dos organismos.
Todos os organismos interagem de diversas maneiras originando um conjunto de
associações e inter-relações que podem ser de vários tipos, definidos entre indivíduos da
mesma espécie ou entre organismos de espécies diferentes.

1. A interacção dos organismos com o ambiente

Os organismos que vivem num mesmo lugar não apenas apresentam tolerâncias
semelhantes aos fatores físicos, mas também interagem uns com os outros, e, o mais
importante; estabelecem sistematicamente, relações alimentares que diferenciam
basicamente dois grandes grupos: os autótrofos ou produtores (produzem seu próprio
alimento e tem como fonte de energia a luz do sol) e os heterótrofos ou consumidores
(não conseguem fabricar seu próprio alimento e por isso precisam obtê-lo do meio em
que vivem). Os resíduos produzidos pelos consumidores vão ser reaproveitados pelos
decompositores (microrganismos do solo), que irão devolver novamente todos os
elementos químicos presentes na matéria (fósforo, potássio, cálcio, magnésio, cobre
etc.).
Um dos casos mais sonante no que concerne a interação dos organismos com o
ambiente é a compactação causada pelo pisoteio dos animais nas áreas de pastejo.
Associado ao dano físico, usualmente ocorre mudanças indesejáveis na composição
florística do pasto, aumentando a população de espécies forrageiras inferiores e de não
forrageiras, de forma a acentuar a queda na sua capacidade de suporte. Esses danos são
mais associados aos grandes animais, especialmente bovinos, mas também ocorrem
com os pequenos animais (Khatounian, 2001).
1. Interacção Dos Organismos Entre si
Todos os organismos interagem de diversas maneiras originando um conjunto de
associações e interrelações que podem ser de vários tipos, definidos entre indivíduos da
mesma espécie ou entre organismos de espécies diferentes( Bonilla & Pereira, 2011).
Segundo (GLIESMANN, 2001), Citado por ( Bonilla & Pereira, 2011), De acordo com
as características adaptativas de cada espécie, o resultado de sua interação variará com
as outras espécies, sendo que as formas de interação podem ser classificadas como:
Mutualismo – Quando duas espécies desenvolveram formas de interação em que ambas
se beneficiam. Esse mutualismo ocorre em diferentes graus de associação, desde
associações puramente casuais, como no caso de árvores e plantas epífitas, até
associações obrigatórias, como no caso das simbioses obrigatórias. Relação entre
insectos polenisadores. É possível a produção somente com existencia de abelha.
Predação – Quando um organismo (o predador) alimenta-se de outro (a presa), e
depende deste para sua sobrevivência. Nesse caso, o predador consome um grande
número de presas em seu ciclo vital.
Parasitismo – Quando um organismo (o parasita) passa parte de seu ciclo vital se
alimentando de outro (o hospedeiro). Em geral, o parasita se alimenta de apenas um
hospedeiro, em seu ciclo vital. Exemplo: carrapato(boophilus microplus) e boi.
Simbioso (cooperação/Protocooperação); relação mutuamente vantajosa entre dois ou
mais organismos vivos de espécies diferentes. Na relação simbiótica, os organismos
agem ativamente em conjunto para proveito mútuo, o que pode acarretar em
especializações funcionais de cada espécie envolvida. Exemplo: Aves e gado.
Competição – É um tipo de interferência por remoção, onde dois ou mais organismos
disputam um determinado recurso do ambiente. Pode ocorrer competição entre duas
espécies, chamada de competição interespecífica, na qual a espécie que supera a outra
na competição tenderá a se tornar dominante. Também pode ocorrer competição entre
indivíduos da mesma espécie, chamada de competição intra-específica, o que pode ser
prejudicial ao conjunto da população dessa espécie.

2. Distribuição e abandancia dos organismos


A distribuição de uma população é a sua abrangência geográfica. È uma unidade de
estudo importante na Ecologia porque ela pode mudar e adaptar-se de forma continua,
conforme as mudanças do ambiente, comportando-se assim de forma dinâmica no
ecossistema em que se encontra.
A presença ou ausência de habitats adequados frequentemente determina a extensão da
distribuição de uma população, embora outros factores, como competidores, organismos
patogênicos e barreiras à dispersão, também tenham influência.
Quantidade dos organismos de uma determinada especie numa região geográfica,
O limite geográfico de uma especie (altitude, latitude, clima etc).
A destruição dos ecossistemas naturais tem ocorrido para promover o desenvolvimento
agrícola, urbano e industrial. A degradação física dos hábitats inclui a perda de solo e a
desertificação causada pela agricultura intensiva. O uso de fertilizantes nitrogenados nos
solos escoa para rios, lagos e oceanos. A maior parte do nitrogênio usado como
fertilizante provém do processo industrial de fixação de nitrogênio, que é
energeticamente caro. (Ramos, 2018).

1. RECURSOS E CONDIÇÕES AMBIENTAIS


A. Condições ambientais
Em ecologia, condições são os fatores ambientais abióticos que influenciam o
funcionamento dos organismos e que pode ser alterada por eles. Entre as condições
estão a temperatura, pH, salinidade, correntes marítimas, pluviosidade ou altitude
(wikipedia).

 Sujeitas a variações temporais e de intensidades


 Normalmente não são consumidas nem esgotadaspelas atividades dos
organismos.
As condições podem ser modificadas pela presença de outros organismos, mas Uma
condição não pode ser consumida pelo organismo como os recursos. Por exemplo, um
ser vivo não pode consumir pH. No entanto, uma condição pode ser alterada pelos
organismos. Um exemplo em que a ação de um organismo faz com que uma condição
do meio mude é o desmatamento, provocado por humanos, Que leva a dizimação das
florestas em varias egiões do globo, Em razão de uma menor quantidade de árvores, a
quantidade de folhas que atuam na evapotranspiração diminui. Com isso há uma
diminuição da precipitação no ambiente, de forma que ao longo do tempo, grande parte
de florestas, anteriormente favorecidas pelas chuvas, possam se transformar em um
ambiente árido.
Temperatura
Variações na temperatura na superfície da Terra possuem uma grande variedade de
causas, como: efeitos da latitude e altitude, efeitos continentais, sazonais e diurnos, além
de efeitos microclimáticos.

Ph do solo e da água
O PH do solo em ambientes terrestres e o pH da água em ambientes aquáticos são
condições que exercem fortes influências na distribuição e abundância dos organismos.
Além disso, existem efeitos indiretos do pH, já que o pH do solo, por exemplo,
influencia na disponibilidade de nutrientes e/ou na concentração de toxinas.
Observa-se que a disponibilidade de N, P, e K varia muito de acordo com o pH do solo,
e apesar da ampla tolerância de plantas a diferentes pH do solo, poucas espécies
sobrevivem em pH abaixo de 4.5.

Salinidade
Para plantas terrestres a concentração de sais na água do solo oferece
resistências osmóticas à captação de água. Além disso, a salinidade em ambientes
aquáticos pode ter gramde influência na distribuição e abundância das espécies.

Ventos, ondas e correntes.


Na natureza existem muitas forças ambientais que possuem efeito através da força do
movimento físico – como o ar e a água. Estas condições possuem importância particular
para espécies aquáticas, como algas e animais bentônicos que normalmente apresentam
adaptações para tolerar a força de correntes e turbulências.
B. RECURSOS

Qualquer substância ou objeto exigido por um organismo para a sua manutenção,


crescimento ou reprodução Espaço, Abrigo, Nutrientes, Água, Luz, Parceiros sexuais,
etc. (do latim recūrsus, „possibilidade de voltar‟) são propriedades dos ambientes que
determinam onde os organismos podem viver. Os recursos podem ser bióticos,
definidos como sendo qualquer substância ou objeto exigido por um organismo no
curso do seu crescimento, manutenção e reprodução, ou abióticos, sendo derivados de
aspectos físicos, químicos ou físico-químicos do meio ambiente. Ambos os tipos de
recursos são consumidos, tornando-se menos disponíveis para outros organismos, e
assim, viram fatores críticos para a existência desses seres vivos. São, portanto,
exauríveis. Por essas propriedades, recursos pode ser fonte para conflito e competição
entre organismos.

Captação de Recursos
Os organismos móveis tem potencial para captar os recursos por meio de sua
locomoção. Já os organismos sésseis ou imóveis precisam contar com outras estratégias
para isso, tais como o crescimento direcionado ou maneiras de captar os recursos que se
movimentam em sua direção. Exemplificando, tem-se as plantas, que para buscarem e
obterem recursos, como fosfatos, otimizam sua exploração do solo por meio da
ramificação do seu sistema radicular.
Recursos-chave

Classifica─se em recursos essenciaise outras categorias de recursos: Recursos


essenciais são os recursos que não podem ser substituídos por nenhum outro
(Radiações, água, nutrientes minerais e dióxido de carbono). Enquanto recursos - que
não são essenciais - são os que podem ser substituídos por outros recursos, se
enquadrando em outras categorias de recursos (presença de polinizadores e parceiros
para reprodução).

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