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1.

OBJETIVO
Estabelecer os critérios de amostragem e controle tecnológico de ensaios
realizados na obra.

2. APLICAÇÕES E RESPONSABILIDADES
A responsabilidade do cumprimento deste procedimento é do engenheiro de cada
obra. A responsabilidade de verificação deste procedimento é do departamento da
Qualidade.
Demanda Responsável
Solicitação de Contratação de Laboratório Engenheiro da Obra
Contratação do Laboratório Suprimentos
Treinamento do Laboratorista Equipe da Qualidade
Realização dos Ensaios Laboratório
Verificação dos Ensaios Equipe da Qualidade
Análise Crítica e Validação dos resultados Engenheiro da Obra

3. DOCUMENTOS DE REFERENCIA
 NBRs aplicáveis;
 Projetos Estruturais;
 Plano de Controle Tecnológico;
 Tabela Padrão de Concreto;

4. RECURSOS/ FERRAMENTAS E EPIs


• Jogo de Slump e Flow Test; • Luva Látex;
• Carrinho de mão/balde; • Balde;
• Trena; • Água;
• Molde cilíndrico 10x20cm para corpos • Desmoldante;
de prova; • Etiquetas de Identificação;
• Estrutura do Laboratório; • Termômetro calibrado;
• Computador/ Notebook/ Tablet; • Colher de pedreiro;
• Prancheta;
5. CONDIÇÕES DE INÍCIO
O Laboratório de Controle Tecnológico deve ser contratado pelo Departamento de
Suprimentos através de Solicitação de Serviços realizada pelo Engenheiro da obra via
UAU. Deve ser contratado no início da obra, preferencialmente. O laboratório deve emitir
ART de Controle Tecnológico e fornecedor cópias dos laudos de calibração de seus
equipamentos. Sempre que possível optar por locar um laboratório na obra para o
rompimento dos corpos de prova de 12h.
Caso a obra opte por contratar Concreto Usinado a usina deve disponibilizar os
laudos de aferição de seus equipamentos (balanças).

6. CONTROLE TECNOLÓGICO DE CONCRETO


O Controle Tecnológico de Concreto é realizado pela validação dos traços antes de
sua utilização e pelo acompanhamento do concreto através de ensaios de abatimento
para recebimento e aceitação do concreto e ensaios de rompimento para verificação da
resistência obtida.
O Grupo Echer definiu uma tabela padrão de concreto, quando o concreto for
rodado em obra deve-se utilizar a tabela padrão como base para elaboração dos traços a
serem validados. Qualquer alteração no traço padrão deve ser validada antes do uso em
peças estruturais.

6.1. VALIDAÇÃO DE TRAÇO

A validação do traço tem o objetivo de se verificar o comportamento do concreto


antes de sua aplicação, buscando evitar a baixa resistência.
Recomenda-se solicitar o concreto a ser validado para aplicação em calçadas ou
pisos de canteiro de obra para se moldar os CPs, no mínimo 63 dias antes do início da
Fundação.
O traço validado deve constar na Planilha de Controle Tecnológico (FOR
8.5.1/8.5.2) e na central de usinagem na obra. O laudo deve ser arquivado em via física
na obra e em via digital na pasta do servidor da obra.
Ao receber os laudos de validação o Engenheiro da Obra deve realizar uma análise
crítica e sua validação será feita pela assinatura e carimbo no laudo.
É proibido utilizar traço de concreto em função estrutural sem que o resultado da
validação tenha atingido a resistência especificada em projeto.
a) Concreto Usinado
Quando o concreto for usinado o traço deve ser validado na primeira concretagem.
Esta validação consiste em realizar rompimentos para determinar a curva de resistência
do concreto. Deve-se moldar corpos de prova para rompimento nas idades de 07 dias, 14
dias, 28 dias e 63 dias para Fundação em Radier e 12h, 24h, 3 dias, 7 dias, 14 dias,
28 dias e 63 dias para a Parede de Concreto, sendo necessário dois corpos de prova
por idade. A validação é realizada por usina de concreto e por traço.
Caso a usina de concreto já tenha sido contratada em outra obra anterior, e o traço
concreto já esteja validado a obra não precisa realizar a validação, desde que não se
tenham registro de baixa resistência da obra anterior. Esta informação deve constar no
PQO da obra.
b) Concreto rodado em obra
Para o concreto rodado em obra deve-se elaborar um traço em laboratório, pode-se
utilizar o traço da tabela padrão (Anexo 1) como referência, e romper dois corpos de
prova nas idades de 07 dias, 14 dias, 28 dias e 63 dias para Fundação em Radier e
12h, 24h, 3 dias, 7 dias, 14 dias, 28 dias e 63 dias para a Parede de Concreto, pois os
insumos de areia, brita, aditivo e cimento podem variar de região para região. Caso a obra
necessite utilizar um traço diferente da tabela o traço deve ser elaborado em laboratório
de controle tecnológico. A cada mudança nos insumos (troca de fornecedor de areia,
brita, aditivo e cimento) deve ser validado o traço novamente antes de sua utilização.

6.2. ACOMPANHAMENTO DE CONCRETO

O concreto utilizado nas Fundações, Parede de Concreto, Pilares, Lajes e Vigas


devem ser controlados por meio de ensaio de abatimento (Slump Test, Flow Test) e
Rompimento (Compressão de Corpo de Prova).
Ao receber o concreto usinado na obra confira a Nota Fiscal ou nota de remessa
que deve constar os seguintes dados:
 Volume de concreto (m³);
 Horda de saída da usina;
 Abatimento do tronco de cone;
 Especificação o agregado graúdo (brita);
 Resistência contratada (Fck);
 Quantidade máxima de água que pode ser adicionada em obra;
 Quantidade de cimento (para concreto auto-adensável estrutural deve ser no mínimo
300kg/m³ ou conforme projeto);
Conferir se os dados da NF estão coerente com o concreto solicitado e verificar o
lacre da bica do caminhão.
6.2.1. SLUMP TEST

O Slump deve ser realizado no concreto fresco como critério de aceitação em todos
os caminhões betoneira. Se o concreto for aditivado em obra o slump deve ser realizado
antes de colocar o aditivo no caminhão betoneira.
a) Coletar a amostra de 1 carrinho de mão antes do lançamento do concreto.
b) Colocar o cone do jogo de Slump limpo sobre a placa metálica limpa, a placa
deve estar em uma superfície nivelada;

Haste de
Adensamento

Cone de Slump
ou Abrams

Cone de
Enchimento

Colher de Placa-Base
enchimento

Jogo de Slump

c) Posicionar o carrinho próximo ao cone de forma a facilitar a moldagem;

Posicionamento do carrinho como cone sobre a base no momento da moldagem.


d) Posicionar os pés sobre as abas inferiores do cone para travar o cone na base,
não deve-se movimentar o apoio dos pés até que o molde esteja complemente moldado;
e) Com a colher de enchimento colete o concreto fresco do carrinho e preencha o
cone em 3 camadas, aplicando 25 golpes distribuídos em cada camada com a haste de
adensamento, os golpes em cada camada não podem atingir a camada inferior.

Quantidade de golpes por camada do cone.

f) Após adensar a última camada retire o excesso de concreto, e o cone de


enchimento;
g) regularize a superfície do concreto com a colher de pedreiro ou régua;
h) Apoie as mãos nas abas laterais superiores e retire os pés das abas interiores,
atentando para que o cone não se movimente;
i) Retire o cone Abrams cuidadosamente sempre na posição vertical, lentamente e
continuamente de 5 a 10 segundos;

Retirada do cone Abrams sempre em posição vertical.


j) Posicione o cone Abrams ao lado do cone de concreto moldado e coloque a
haste de adensamento sobre o cone Abrams;
l) Com a utilização de uma trena medir a distância entre a régua e o ponto médio da
superfície do cone de concreto;

Aferição do Slump Test


Conferir se o valor obtido está dentro do parâmetro definido na NF ou Nota de
Remessa e conforme solicitado para a concretagem.
O valor do Slump deve ser anotado na Planilha de Controle Tecnológico (FOR
8.5.1/8.5.2).
6.2.2. FLOW TEST

O Flow test é realizado em concreto auto-adensável após a adição do aditivo no


concreto após a aceitação do slump test. O Flow deve ser realizado no concreto fresco
como critério de aceitação em todos os caminhões betoneira antes da aplicação do
concreto. O procedimento de moldagem é semelhante ao Slump, no entanto, não há
necessidade de adensamento.
a) Coletar a amostra de 1 carrinho de mão antes do lançamento do concreto.
b) Colocar o cone Abrams limpo sobre a placa metálica limpa, para esta moldagem
utilizar a placa de 90x90cm, no mínimo, a placa deve estar em uma superfície nivelada.
Jogo Flow Test
c) Posicionar o carrinho próximo ao cone de forma a facilitar a moldagem;
d) Posicionar os pés sobre as abas inferiores do cone para travar o cone na base,
não deve-se movimentar o apoio dos pés até que o molde esteja complemente moldado;
e) Preencher o cone abrams sem realizar o adensamento, de forma contínua e
uniforme, o concreto deve ser despejado de uma altura máxima de 125mm acima do topo
do cone;
f) Retirar o cone de enchimento e o excesso de concreto da abertura superior do
cone abrams;
g) Regularizar a superfície do concreto na abertura superior do cone Abrams e
retirar todo o resíduo de concreto que tenha caído na placa metálica;
h) Retirar o cone abrams de forma uniforme e sempre em sentido vertical, sem
realizar torções laterais no cone, o tempo de retirada deve ser entre 2 a 4 segundos;
i) Observar até que o concreto alcance uma situação de aparente repouso e medir
o diâmetro de espalhamento, deve-se realizar duas medidas perpendiculares entre sí.
j) Anotar o resultado de espalhamento que é a média aritmética entre as duas
medidas aferidas em milímetros.
Espalhamento do concreto auto-adensável.

k) Verificar o Índice de Estabilidade Visual (IEV) observando visualmente a


concentração dos agregados graúdos na mistura, classificar conforme tabela abaixo:

Concentração dos agregados graúdos.


Classificação conforme análise visual.

O valor do Flow e classificação do IEV devem ser anotado na Planilha de Controle


Tecnológico (FOR 8.5.1/8.5.2).
O padrão aceitável deve ficar entre o IEV 01 e o IEV 02.
6.2.3. MOLDAGEM DE CORPO DE PROVA

Após a aceitação do concreto com os ensaios de abatimento coletar amostra para a


moldagem dos corpos de prova de rompimento. A amostra deve ser coletada,
preferencialmente, durante a operação de descarga, após a retirada dos primeiros 15% e
antes de completar a descarga de 85% do volume total da betonada, devendo ser
realizada em dois ou mais períodos regularmente espaçados e dentro do limite de tempo
de 15 minutos, sempre que possível, ou na central de moldagem.
A quantidade e idade de corpos de prova deve ser moldada conforme tabela
abaixo:

Estrutura Quantidade de CPs por idade Idades

Fundação 2 CPs 7 ou 14 dias²;


28 dias³

12h¹;
Parede de Concreto 2 CPs 7 ou 14 dias²;
28 dias³

7 ou 14 dias²;
Pilar, Laje e Vigas 2 CPs
28 dias³

Notas:
1. A resistência de 12h deve ser verificada para iniciar a desforma;
2. A resistência de 7 ou 14 dias deve ser verificada para retirada das escoras, o engenheiro da
obra pode estabelecer o rompimento em 7 ou 14 dias dependendo do comportamento do concreto,
e resistência mínima para retirada das escoras que consta em projeto.
3. São moldados 2 CPs para rompimento aos 28 dias, caso o primeiro CP rompido não atinja a
resistência de projeto aos 28 dias o segundo CP deve ser rompido somente aos 63 dias.
Para a moldagem dos corpos de prova deve-se:
a) Aplicar o desmoldante nos moldes cilíndricos 10x20cm, atentar para que o molde
não fique encharcado de desmoldante;
b) Os moldes devem estar em superfície nivelada, longe de vibrações e
perturbações que possam modificar a forma e as propriedades do concreto dos corpos de
prova durante a moldagem e início de pega;
c. 1.) Para concreto convencional os moldes devem ser enchidos em duas
camadas e deve ser aplicado 12 golpes de adensamento com a haste em cada camada;

Quantidade de golpes por camada para concreto convencional

c. 2.) Para o concreto auto-adensável encher os corpos de prova por completo sem
realizar qualquer adensamento.
d) Regularizar a superfície do concreto;
e) Identificar os corpos de prova, preferencialmente com etiquetas plastificadas.

Exemplos de identificação.
Os corpos de prova não devem ser movimentados por um período de 24h, exceto
para os CPs com rompimento de 12h para aferir a resistência de desforma.
Após 24h desformar os CPs e armazená-los em tanques com solução saturada de
hidróxido de cálcio para cura. Realizar o monitoramento diário da temperatura da água
que deve ficar entre 23+/-2°C.
O rompimento dos corpos de prova deve seguir as idades conforme a tabela e deve
ser verificada a resistência conforme especificações de projeto. O resultado de
rompimento dos corpos de prova devem ser anotados na Planilha de Controle
Tecnológico (FOR 8.5.2/8.5.2).
6.2.4. CONTROLE DE UMIDADE DE AREIA

O controle da umidade de areia deve ser realizado caso a obra rode concreto
estrutural em obra, este controle visa corrigir o traço de acordo com a umidade da areia
garantindo a resistência planejada.
O controle deve ser realizado conforme as diretrizes da NBR 6467:2006 e DNER -
ME 052 / 94.
6.2.5. ANÁLISE CRITICA DOS RESULTADOS E LAUDOS

As obras deverão conferir nos laudos emitidos pelo laboratório, as seguintes


informações:
 Dados da empresa e obra;
 Data do laudo, dado de coleta (se necessário), e datas (idade) dos ensaios;
 Descrição do tipo de ensaio (caso seja validação, deve ser informando)
 Dados de nota fiscal, data de moldagem e etc;
 Em caso de validação de traço, o traço deve ser apresentado no laudo;
 Resultado do ensaio e especificação do resultado de projeto;
 Local de aplicação ou condição de validação;
 O laudo final deve estar devidamente assinado pelo laboratório;
 O engenheiro da obra deverá validar todos os laudos assinando o documento após
análise.
A obra pode utilizar o uma guia de remessa para passar as informações corretas ao
laboratório. A guia de remessa deve ser preenchida pela obra e deve constar as
informações de identificação, data de moldagem, Fck de projeto e local de aplicação.
6.3 BAIXA RESISTÊNCIA

Caso o concreto não atinja a resistência de projeto aos 28 dias deve ser
comunicado ao departamento de Suprimentos e superior direto para que seja acionado o
fornecedor, em caso de concreto usinado.

Se aos 63 dias a baixa resistência for confirmada o projetista deve ser comunicado
para orientar as tratativas. Deve ser registrado uma RNC/RAC, conforme for o caso, e o
tratamento deve seguir as diretrizes do POP.SGQ 8.7 / 10.2.
PROCEDIMENTO DE CONTROLE TECNOLÓGICO IDENTIFICAÇÃO
CONCRETO POP.OBRA – 8.5.1 /8.5.2
ELABORAÇÃO: Kamila Emy Hazama Moya REVISÃO PÁGINA
APROVAÇÃO: Renato Marques Russo 01 13 / 13

7. CONTROLE DE REGISTROS
ARMAZENAMENTO/ TEMPO DE
ARQUIVO ACESSO / PERMISSÕES DISPOSIÇÃO
ORGANIZAÇÃO RETENÇÃO
Laudo de Validação de
Concreto / Definição de Traço Via física na obra /pasta d na obra Até o término da obra
Laudos de Rompimento Via eletrônica /pasta da obra do Usuário do servidor e após o término enviar
Arquivoteca
Planilha de Controle servidor membros da obra para a Arquivoteca por

Tecnológico (FOR 50 anos

8.5.2/8.5.2)

8. CONTROLE DE REVISÕES
CONTROLE DE REVISÕES
REV. 00 13/05/2019 Emissão Inicial.
REV. 01 28/09/2020 Revisão Geral do Documento.

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