Você está na página 1de 4

Catolicismo

O catolicismo é um dos maiores representantes do cristianismo na contemporaneidade

Imprimir

Texto:

A+

A-

O catolicismo é uma das mais expressivas vertentes do cristianismo e,


ainda hoje, congrega a maior comunidade de cristãos existente no
planeta. Segundo algumas estatísticas recentes, cerca de um bilhão de
pessoas professam ser adeptas ao catolicismo, que tem o Brasil e o
México como os principais redutos de convertidos. De fato, as origens
do catolicismo estão ligadas aos primeiros passos dados na história do
cristianismo.

Em sua organização, o catolicismo é marcado por uma rígida estrutura


hierárquica que se sustenta nas seguintes instituições: as paróquias, as
dioceses e as arquidioceses. Todas essas três instituições são
submetidas à direção e ensinamentos provenientes do Vaticano, órgão
central da Igreja Católica comandado por um pontífice máximo
chamado de Papa. Abaixo de sua autoridade estão subordinados os
cardeais, arcebispos, bispos, padres e todo o restante da comunidade
cristã espalhada pelo mundo.
Esse traço centralizado da administração eclesiástica católica acabou
promovendo algumas rupturas que, de fato, indicam a origem da
chamada Igreja Católica Apostólica Romana. Uma das primeiras e
fundamentais quebras de hegemonia no interior da Igreja ocorreu no
século XI, quando as disputas de poder entre o papa romano e o
patriarca de Constantinopla deram origem à divisão entre o
catolicismo romano e o catolicismo ortodoxo.

As principais crenças do catolicismo estão embasadas na crença em


um único Deus verdadeiro que integra a Santíssima Trindade, que
vincula a figura divina ao seu filho Jesus e ao Espírito Santo. Além
disso, o catolicismo defende a existência da vida após a morte e a
existência dos céus, do inferno e do purgatório como diferentes
estágios da existência póstuma. A ida para cada um desses destinos
está ligada aos atos do fiel em vida e também determina o desígnio do
cristão na chegada do dia do Juízo Final.

A liturgia católica reafirma sua crença através dos sete sacramentos


que simbolizam a comunhão espiritual do fiel junto a Deus. Entre esses
sacramentos estão o batismo, a crisma, a eucaristia, a confissão, a
ordem, o matrimônio e a extrema-unção. A missa é o principal culto
dos seguidores do catolicismo. Neste evento, celebra-se a morte e a
ressurreição de Cristo; e o milagre da transubstanciação no qual o pão
e o vinho se transformam no corpo e no sangue de Cristo.

Segundo consta nos ensinamentos católicos, a origem de sua igreja


está relacionada ao nascimento de Jesus Cristo, líder judeu que
promoveu uma nova prática religiosa universalista destinada à salvação
de toda a humanidade. Após a morte de Cristo, a principal missão de
seus seguidores era pregar os ensinamentos por ele deixados com o
objetivo de ampliar o conhecimento de suas promessas. Nessa época,
os primeiros cristãos tiveram que enfrentar a oposição ferrenha das
autoridades romanas que controlavam toda Palestina.

Entretanto, a crise do Império Romano e a franca expansão dos


praticantes dessa nova religião acabaram forçando o império a ceder a
essa nova situação no interior de seus territórios. Por isso, ao longo do
século IV, o catolicismo se tornou a religião oficial do Império Romano,
favorecendo enormemente a expansão dessa religião ao logo de uma
vasta região compreendendo a Europa, a África e partes do mundo
oriental. Com isso, a Igreja adentra os últimos séculos da Antiguidade
com expressivo poder.

Durante a Idade Média, a continuidade do processo de conversão


religiosa se estendeu às populações bárbaras que invadiram os
domínios romanos e consolidaram novos reinos. Entre esses reinos,
destacamos o Reino dos Francos, onde se instituiu uma íntima relação
entre os membros do clero e as autoridades políticas da época. A partir
de então, a Igreja se tornou uma instituição influente e detentora de
um grande volume de terras e fiéis.

A grande presença do catolicismo durante o período medieval


começou a sofrer um expressivo abalo quando os movimentos
heréticos da Baixa Idade Média e, séculos depois, o Movimento
Protestante, questionaram o monopólio religioso e intelectual de seus
clérigos. Nessa mesma época, a Igreja reafirmou suas concepções de fé
por meio da Contrarreforma, a instalação da Inquisição e a expressiva
participação na conversão das populações nativas encontradas no
continente americano.

Entre os séculos XVIII e XIX, o poder de intervenção da Igreja em


questões políticas sofreu uma grande perda com a eclosão do ideário
iluminista e o advento das revoluções liberais. A necessidade de
instalação de um Estado laico favoreceu uma restrição das atividades
da Igreja ao campo essencialmente religioso. Paralelamente, o
surgimento do movimento comunista também estabeleceu outra
frente de refutação ao catolicismo quando criticou qualquer tipo de
prática religiosa.

No século XX, a Igreja sofreu uma profunda renovação de suas práticas


quando promoveu o Concílio de Vaticano II, acontecido durante a
década de 1960. Nesse evento – que mobilizou as principais lideranças
da Igreja – uma nova postura da instituição foi orientada em direção às
questões sociais e injustiças que afligiam os menos favorecidos. Essa
tônica social acabou dando origem à chamada Teologia da Libertação,
que aproximou os clérigos das causas populares, principalmente na
América Latina.
Ultimamente, a ascensão de autoridades mais conservadoras na alta
cúpula da Igreja enfraqueceu significativamente esse tipo de
aproximação. Em contrapartida, existe um forte movimento que ainda
insiste na mudança de alguns preceitos, como o celibato entre os
clérigos e o uso de métodos contraceptivos. Com isso, vemos que a
trajetória dessa instituição foi marcada por várias experiências que a
transformaram ao longo do tempo.

Você também pode gostar