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Psicologia de Comportamentos Aditivos

© 2019 American Psychological Association 2019, vol. 33, nº 3, 190 –196
0893-164X/19/$12,00 http://dx.doi.org/10.1037/adb0000452

Uma investigação meta-analítica das associações entre o uso de cannabis

e Consequências Negativas Relacionadas à Cannabis

Mateus R. Pearson
Universidade do Novo México

No clima atual de mudança de política em relação à cannabis (ou seja, descriminalização, medicalização e legalização),
várias partes interessadas têm grande interesse em determinar as associações entre o uso de cannabis e resultados
importantes. O presente estudo buscou quantificar a associação entre os indicadores de uso de cannabis e a
experiência de consequências negativas relacionadas à cannabis. Encontramos 19 estudos únicos que examinaram as
Este documento é protegido por direitos autorais da American Psychological Association ou de um de seus editores aliados.

associações entre o uso de cannabis e as consequências negativas medidas por 1 de 4 medidas: a Escala de Problemas
com a Maconha, o Índice Rutgers de Problemas com a Maconha, o Questionário de Problemas com a Cannabis ou o
Questionário de Consequências da Maconha. Usamos técnicas meta-analíticas de efeitos aleatórios para estimar a força
Este artigo destina-se exclusivamente ao uso pessoal do usuário individual e não deve ser amplamente divulgado.

média da associação entre o uso de cannabis e as consequências negativas, determinar o nível de heterogeneidade nos
tamanhos de efeito e examinar possíveis moderadores dessas associações (medida de consequências, distribuição de
gênero/sexo). Descobrimos que o uso de cannabis teve uma associação de tamanho médio com consequências,rc-
0,367, com altos níveis de heterogeneidade que dependiam em certa medida da medida de consequência específica
utilizada. Semelhante a uma integração meta-analítica da associação de uso de álcool e consequências, descobrimos
que a maior parte da variação nas consequências negativas relacionadas à cannabis não foi explicada por nenhum
indicador único de uso de cannabis, apontando para o fato de que fatores adicionais precisam ser examinados para
explicar a experiência de consequências negativas do uso de cannabis e que indicadores adicionais de uso de cannabis
podem ser necessários.

Palavras-chave:uso de cannabis, uso de maconha, consequências negativas, problemas de maconha, meta-análise

Materiais suplementares:http://dx.doi.org/10.1037/adb0000452.supp

No contexto do aumento da medicalização e legalização da cannabis,
há uma demanda crescente para quantificar toda a gama de riscos e
benefícios do uso de cannabis. Por um lado, o potencial terapêutico da
cannabis está sendo examinado para uma ampla gama de condições,
incluindo transtorno de estresse pós-traumático.Greer, Grob e
Halberstadt, 2014;Roitman, Mechoulam, Cooper-Kazaz e Shalev, 2014) e
dor crônica (Martín-Sánchez, Furukawa, Taylor, & Martin, 2009), entre
muitos outros. Por outro lado, os riscos da cannabis estão sendo
examinados em uma ampla gama de resultados negativos, incluindo
psicose (Marconi, Di Forti, Lewis, Murray, & Vassos, 2016), síndrome de
hiperêmese por cannabis (Dezieck et al., 2017), condução prejudicada (
Asbridge, Hayden e Cartwright, 2012) e distúrbios do sono (Wong, Craun,
Bravo, Pearson, & Protect
Este artigo foi publicado online em 7 de março de 2019.
Matthew R. Pearson é apoiado por uma bolsa de desenvolvimento de
carreira (K01AA023233) do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e
Alcoolismo (NIAAA). A agência de financiamento não teve nenhum papel no
desenho do estudo, coleta de dados, análise ou interpretação. O conteúdo é
de responsabilidade exclusiva do autor e não representa necessariamente as
opiniões oficiais do NIAAA ou do National Institutes of Health. Uma versão
anterior desta meta-análise foi apresentada como pôster na Reunião Científica
Anual de 2018 da Sociedade de Pesquisa sobre Maconha.
A correspondência referente a este artigo deve ser endereçada a Mateus
R. Pearson, Centro de Alcoolismo, Abuso de Substâncias e Vícios,
Universidade do Novo México, 2650 Yale Blvd South East, MSC 11-6280,
Albuquerque, NM 87106. E-mail:mateo.pearson@gmail.com
Equipe de Estudos de Estratégias Positivas, no prelo), entre muitos outros.
Dada a evidência mista para as associações entre o uso de cannabis e a
maioria dos resultados, é provável que os efeitos da cannabis sejam modestos,
matizados e/ou variáveis entre os indivíduos.
Em vez de examinar uma única consequência possível do uso de
cannabis, os pesquisadores costumam usar medidas de amplo espectro
de consequências negativas para consolidar resultados específicos e
obter uma noção dos efeitos gerais da cannabis. Existem várias dessas
medidas de amplo espectro de consequências negativas, quatro das
quais foram usadas em vários estudos sobre a cannabis até o momento:
a Escala de Problemas com a Maconha (MPS;Stephens, Roffman e Curtin,
2000), o Índice Rutgers de Problemas com Maconha (RMPI;White,
Labouvie e Papadaratsakis, 2005), o Questionário de Problemas com
Cannabis (CPQ;Copeland, Gilmour, Gates e Swift, 2005) e o Questionário
de Consequências da Maconha (MACQ;Simons, Dvorak, Merrill & Read,
2012). Como essas medidas de amplo espectro agregam uma ampla
gama de consequências possíveis, é provável que as associações entre o
uso de cannabis e essas medidas de consequências negativas
representem o limite superior das relações entre o uso de cannabis e os
resultados.
A caracterização precisa da força dessas associações tem várias vantagens.
Primeiro, conhecer a força da associação entre o uso de cannabis e as
consequências negativas relacionadas à cannabis pode informar a quantidade
de redução de danos a ser esperada após uma intervenção baseada no
tamanho do efeito no uso de cannabis (ou seja, uma redução X no uso de
cannabis seria espera-se que resulte em uma redução Y nas consequências
negativas relacionadas à cannabis). Segundo,

190
 USO DE CANNABIS E CONSEQUÊNCIAS
essas informações podem ser usadas para fazer considerações a priori sobre o
tamanho da amostra com base no poder estatístico (ou seja, evitar a realização de
estudos com poder insuficiente). Em terceiro lugar, determinar moderadores dessas
associações pode ajudar os pesquisadores a selecionar indicadores de uso de
cannabis ou medidas de consequências negativas a serem usadas em um estudo
para uma população específica.
O presente estudo usa técnicas meta-analíticas para quantificar a
força das associações entre indicadores de uso de cannabis e
consequências negativas. Primeiro, determinamos a força geral da
associação e examinamos o grau de heterogeneidade dessa associação.
Em segundo lugar, examinamos possíveis moderadores das associações
uso-consequências, incluindo o tipo de medida de consequências (MPS,
RMPI, CPQ e MACQ), o tipo de indicador de uso de cannabis (frequência,
quantidade, outro), população (adolescentes, adultos), e distribuição de
Este documento é protegido por direitos autorais da American Psychological Association ou de um de seus editores aliados.
gênero/sexo da amostra (ou seja, a relação uso-consequências é mais
fraca ou mais forte entre homens versus mulheres?).
Este artigo destina-se exclusivamente ao uso pessoal do usuário individual e não deve ser amplamente divulgado.
Método
Identificação de Estudos
Para examinar o tamanho do efeito (ou seja, variância explicada) entre
os indicadores de uso de cannabis e as consequências negativas
relacionadas à cannabis, usamos uma estratégia de pesquisa avançada
para identificar todos os estudos que citam uma das quatro medidas de
amplo espectro das consequências negativas relacionadas à cannabis
usando o PsycINFO , PubMed e Google Scholar: MPS (Stephens e outros,
2000), MRPI (Branco e outros, 2005), CPQ (Copeland e outros, 2005) e
MACQ (Simons e outros, 2012). Em seguida, esses estudos foram
examinados para determinar se continham uma correlação entre
qualquer indicador de uso de cannabis e a medida de consequências
negativas. Quando ficou claro que um artigo continha as informações
necessárias para calcular uma associação entre o uso de cannabis e
consequências negativas, mas não relatou isso em um artigo, entramos
em contato com o autor correspondente/sênior do artigo para solicitar
as informações necessárias para esta meta -análise (o tamanho da
correlação, o tamanho da amostra, o indicador de uso de cannabis, a
medida de consequências negativas e a % de mulheres na amostra).
Também convidamos os principais pesquisadores de cannabis no campo
para fornecer essas informações para quaisquer estudos não publicados.
Um estudo não publicado foi incluído na meta-análise,
É importante observar que este estudo não é uma metanálise baseada em
censo na qual tentamos obter todos os conjuntos de dados disponíveis para
estimar os tamanhos de efeito; em vez disso, isso reflete uma metanálise
baseada em amostragem, de modo que tentamos obter um número razoável
de estimativas de tamanho de efeito para cada medida, para que possamos
obter uma estimativa precisa desses tamanhos de efeito e moderadores
plausíveis desses efeitos. Ao todo, obtivemos estimativas de tamanho de efeito
de 19 estudos únicos (consultetabela 1).
Medidas de Consequências Negativas
MPS.O MPS é uma medida de 19 itens originalmente administrada em
uma escala de resposta de 3 pontos variando de 0 - nenhum problema, 1
- problema menor a 2 - problema sério (Stephens e outros, 2000). Os
participantes respondem ao tema “O uso de maconha lhe causou . . .” e
inclui itens como “problemas em sua família”, “perder o emprego”,
“perda de memória” e “problemas legais”. Muitas vezes, o MPS
191
é pontuado pontuando “nenhum problema” como 0 e “problema menor” ou
“problema sério” como 1, de modo que uma pontuação somada reflita o
número total de consequências negativas únicas do uso de cannabis.
RMPI.O RMPI é uma medida de 18 itens originalmente administrada
em uma escala de resposta de 5 pontos: 0 - 0 vezes, 1 - 1-2 vezes, 2 - 3-5
vezes, 3 - 6 -10 vezes, 4 - -10 vezes (Branco e outros, 2005). Os itens são
idênticos aos problemas com álcool medidos pelo Rutgers Alcohol
Problem Index (White & Labouvie, 1989), com “álcool” substituído por
“maconha” para alguns itens. Itens de exemplo incluem “Negligenciou
suas responsabilidades”, “Perdeu um dia (ou parte de um dia) de escola
ou trabalho”, “Sentiu-se fisicamente ou psicologicamente dependente de
maconha” e “Sentiu que precisava de mais maconha do que costumava
para obter o mesmo efeito.”
CPQ.O CPQ é uma medida de 22 itens originalmente
administrada em uma escala de resposta binária: 0 - não, 1 - sim (
Copeland e outros, 2005). Os itens foram modelados após o
Questionário de Problemas com Álcool (Williams & Drummond,
1994). A análise fatorial sugeriu uma estrutura de três fatores do
CPQ, incluindo consequências físicas (9 itens; “Você sentiu dores no
peito ou nos pulmões após fumar?”), consequências psicológicas (7
itens; “Você se sentiu tão deprimido que sentiu vontade de se livrar
de si mesmo?”) e consequências sociais (6 itens; “Você passou mais
tempo com amigos fumantes do que com outros tipos de amigos?”).
Uma versão de 27 itens do CPQ foi adaptada para adolescentes (
Martin, Copeland, Gilmour, Gates e Swift, 2006), que para fins de
análise reduzimos a uma única medida dado o grau muito elevado
de sobreposição entre essas medidas.
MACQ.O MACQ é uma medida de 50 itens originalmente administrada
em uma escala de resposta binária: 0 - não, 1 - sim (Simons e outros,
2012). Os itens foram modelados de acordo com o Questionário de
Consequências do Álcool para Jovens Adultos de 48 itens, que possui 8
fatores (Leia, Kahler, Strong, & Colder, 2006). A maioria dos itens foi
simplesmente alterada para se referir a “maconha” em vez de “álcool”,
mas itens focados na abstinência e ressaca foram modificados para
refletir melhor os efeitos da cannabis, um item foi adicionado para
avaliar déficits de motivação e um item foi adicionado para avaliar
paranóia. Análises fatoriais confirmatórias apoiaram esta solução de 8
fatores: consequências sociais e interpessoais (“Meu uso de maconha
criou problemas entre mim e meu namorado/namorada/cônjuge/pais ou
outros parentes próximos”), controle prejudicado (“Muitas vezes achei
difícil limitar a quantidade de maconha que uso”), autopercepção (“tenho
sido infeliz por causa do meu uso de maconha”), autocuidado (“não tenho
tido tanto tempo para atividades ou recreação por causa do meu uso de
maconha”) , comportamentos de risco (“Eu corri riscos tolos quando
estava chapado”), consequências acadêmicas/ocupacionais (“Eu
negligenciei as obrigações com a família, o trabalho ou a escola por
causa do meu uso de maconha”), dependência física (“Eu me senti
ansioso, irritado, perdi o apetite ou tive dores de estômago depois de
parar ou reduzir o consumo de maconha uso”) e uso de blackout (“não
consigo me lembrar de grandes períodos de tempo enquanto uso
maconha”). Usando a teoria de resposta ao item, os desenvolvedores
também criaram uma versão resumida de 21 itens da medida.
Indicadores de Uso de Cannabis
Embora tenhamos codificado indicadores de uso de cannabis devido à nossa expectativa
de que poderíamos examinar medidas de frequência versus quantidade de uso de cannabis,
só tínhamos uma medida de quantidade em um estudo publicado. Assim, decidimos usar
uma unidade de mudança de abordagem de análise
 192 PEARSON

tabela 1
Resumo dos estudos incluídos na meta-análise

Nome do estudo População Amostragem Região Medir r CI de 95% N % FêmeaMidade

Blevins e outros, 2018 Adultos emergentes, Conveniência, Comunidade Nordeste, EUA MPS . 210 . 107, 0,309 345 46.1 21
comunidade anúncio
Bravo, Prince, Pearson, Estudantes universitários Conveniência, Psicologia 11 locais, todos importantes MACQ . 350 . 312, 0,387 2129 66,9 19,95
& maconha Grupos de participantes regiões, EUA
Estudo de resultados
Equipe, 2017
Buckner, Ecker e
Cohen, 2010 Estudantes universitários Conveniência, e-mail Sudeste, EUA MPS . 315 . 235, .390 487 54 20.01
Buckner, Walukevich, & Estudantes universitários conveniência, psicologia Sudeste/ MPS . 120 . 039, .273 154 58,4 20.44
Henslee, 2018 cursos Centro-Oeste, EUA
Copeland, Gilmour, adultos Conveniência, estratificada por baixo, Sydney, Austrália CPQ . 570 . 421, 0,689 100 41 27,5
Gates e Swift, 2005 uso médio e alto de
Este documento é protegido por direitos autorais da American Psychological Association ou de um de seus editores aliados.

maconha
Davis, Arterberry, Bonar,
Bohnert, & Walton,
2018 Jovens adultos Conveniência, on-line Desconhecido RMPI . 150 . 065, .233 524 12 24
Este artigo destina-se exclusivamente ao uso pessoal do usuário individual e não deve ser amplamente divulgado.

Dvorak & Day, 2014 Estudantes universitários Conveniência, on-line Centro-Oeste, EUA MACQ . 620 . 576, 0,661 817 64,5 20.14
Ecker & Buckner, 2014 Estudantes universitários Conveniência, Psicologia Sudeste, EUA MPS . 350 . 231, 0,459 230 63 19.68
pool de participantes
Ecker et al., 2017 Ecker Estudantes universitários Conveniência, on-line Nordeste, EUA MPS . 330 . 146, 0,492 103 78,6 21.2
& Buckner, 2018 Estudantes universitários Conveniência, Psicologia Sudeste, EUA MPS . 280 . 160, 0,392 244 76.2 20.32
pool de participantes
Elliott & Carey, 2013 Estudantes universitários Conveniência, Psicologia Nordeste, EUA RMPI . 470 . 276, 0,627 78 57 20.04
pool de participantes
Elliot, Carey e Estudantes universitários Conveniência, Psicologia Nordeste, EUA RMPI . 530 . 404, 0,637 149 49 19h34
Vanable, 2014 pool de participantes
Lee, Vizinhos,
Hendershot, &
Grossbard, 2009 Estudantes universitários Conveniência, on-line Oeste, EUA RMPI . 380 . 286, 0,467 346 55.2 18.03
Martin, Copland, Adolescentes Conveniência, estratificada por baixo, Sydney, Austrália CPQ . 590 . 445, 0,705 100 46 16.1
Gilmour, Gates e uso médio e alto de
Swift, 2006 maconha
Phillips, Phillips,
Lalonde, &
Tormohlen, 2015 Estudantes universitários Conveniência Oeste, EUA RMPI . 262 . 002, 0,489 57 63 20.05
Phillips, Lalonde, Estudantes universitários Conveniência, Psicologia Oeste, EUA RMPI . 174 . 004, .341 122 43 19.68
Philips & Schneider, Aulas
2017
Philips, 2018 Estudantes universitários Conveniência Oeste, EUA RMPI . 388 . 126, 0,520 79 59,5 20h35
Schmits, Mathys, & Adolescentes Conveniência, salas de aula Bélgica CPQ . 470 . 381, 0,551 325 49,6 15.7
Quertémont, 2016
Simons, Dvorak, Merril, Estudantes universitários Conveniência, Psicologia Centro Oeste/ MACQ . 310 . 207, 0,407 315 51.1 20.52
& Leia, 2012 pool de participantes Nordeste, EUA

Observação. MPS - Escala de Problemas com Maconha; RMPI - Rutgers Maconha Problem Index; CPQ - Questionário de Problemas com Cannabis; MACQ - Questionário de
Consequências da Maconha.

em vez disso, se houvesse vários indicadores de uso de cannabis em um
estudo específico, calcularíamos a média das correlações desses
indicadores distintos com consequências negativas para que cada estudo
fornecesse apenas uma estimativa de tamanho de efeito (Cooper, 2015)
para não superestimar o valor informacional dessas associações.
Plano de Análise
Em todos os estudos, usamos coeficientes de correlação transversal
para estimar a força das associações entre os indicadores de uso de
transformação z de er, ponderando essas pontuações z de Fisher com base no
tamanho da amostra (ou seja, precisão), calculando a média e os intervalos de
confiança em torno dessas pontuações z de Fisher e, em seguida, convertendo
essas pontuações z de Fisher de volta em correlações para produzir
coeficientes de correlação ponderados e intervalos de confiança em torno
desses estimativas pontuais. Nós usamos oQestatística para determinar se
houve heterogeneidade estatisticamente significativa nos tamanhos de efeito;
nós costumavamosEU2como uma medida de quanta variação entre os estudos
foi devida à heterogeneidade e não ao acaso (Higgins, Thompson, Deeks e

cannabis e as consequências negativas relacionadas à cannabis. Usamos Altman, 2003). Para determinar se a divisão gênero/sexo moderou a força da

técnicas de meta-análise de dados agregados de efeitos aleatórios na associação uso-consequências, usamos metarregressão com a porcentagem
meta-análise abrangente V2 (Borenstein, Hedges, Higgins e Rothstein, de mulheres/mulheres na amostra como um preditor (Borenstein, Hedges,
2010) para dar conta da distribuição dos efeitos verdadeiros. Este Higgins e Rothstein, 2011). Realizamos essas análises na amostra total dos
método envolve a transformação de cada correlação usando o Fish- estudos.
 USO DE CANNABIS E CONSEQUÊNCIAS
Resultados
Todos os tamanhos de efeito são resumidos emmesa 2. (Verfiguras
suplementarespara gráficos de funil.) Em todas as medidas de consequências
negativas (19 estudos), encontramos um coeficiente de correlação ponderado
de . 367, indicando que 13,5% da variação nas consequências negativas foram
atribuídas ao uso de cannabis. Além disso, houve heterogeneidade
significativa entre as amostras, com mais de 90% da variação total entre os
estudos devido à heterogeneidade (ou seja, não à variabilidade da
amostragem). Como uma análise de sensibilidade, conduzimos uma análise de
“um estudo removido” de forma que o coeficiente de correlação ponderado foi
reestimado removendo cada estudo, e descobrimos que nenhum estudo único
mudou a estimativa geral do tamanho do efeito em mais de |.023|.
Este documento é protegido por direitos autorais da American Psychological Association ou de um de seus editores aliados.
O MPS demonstrou a associação uso-consequências mais fraca (r- .
272, 6 estudos), que não demonstrou heterogeneidade significativa entre
as amostras. O RMPI demonstrou uma associação um pouco mais forte (r
- .333, 7 estudos), com heterogeneidade significativa entre as amostras,
Este artigo destina-se exclusivamente ao uso pessoal do usuário individual e não deve ser amplamente divulgado.
totalizando mais de 80% da variação total entre os estudos devido à
heterogeneidade. O MACQ demonstrou uma associação ainda mais forte
(r- .440, 3 estudos), com heterogeneidade significativa entre as amostras,
totalizando mais de 97% da variação total entre os estudos devido à
heterogeneidade. O CPQ demonstrou a associação uso-consequências
mais forte (r-
. 525, 3 estudos), que não demonstrou heterogeneidade significativa
entre as amostras.
Nossa meta-regressão, incluindo todos os estudos, descobriu que a divisão de
gênero/sexo da amostra foi um preditor significativo do tamanho do efeito das
consequências do uso, de modo que as amostras com uma porcentagem mais alta
de mulheres/mulheres demonstraram uma associação mais forte do uso e das
consequências, b - 0,38,p . 001. No entanto, quando removemos um
único estudo da meta-regressão (Davis, Arterberry, Bonar, Bohnert e
Walton, 2018) que era um valor discrepante univariado (ou seja, apenas
12% de mulheres/mulheres), a divisão de gênero/sexo não era mais um
preditor significativo do tamanho do efeito (b - 0,00,p- .999).
Para demonstrar uma implicação prática dessas descobertas, calculamos os
tamanhos de amostra necessários para atingir 80% (moderado) e 95% (forte)
poder estatístico para detectar a associação entre o uso de cannabis e as
consequências negativas relacionadas à cannabis (consulteTabela 3). Usamos
estimativas de tamanho de efeito da melhor estimativa pontual (ou seja,
média) ou uma estimativa conservadora com base no ponto de limite inferior
do intervalo de confiança. Usamos a amostra completa de estudos, bem como
as estimativas de tamanho de efeito para cada medida. Os tamanhos de
amostra necessários variaram de 53 indivíduos para ter 80% de poder para
detectar o tamanho médio do efeito observado em todos os estudos para 311
mesa 2
Coeficientes de Correlação Ponderada de Associações de Consequências de Uso Geral e por
Medidas de Consequências
Amostra de
estudos rc CI de 95%
Todos os estudos . 367 [0,292, 0,437]
MPS . 272 [0,208, 0,333]
RMPI . 333 [0,201, 0,450]
CPQ . 525 [0,440, 0,601]
MACQ . 440 [.213, .621]
Observação. MPS - Escala de Problemas com Maconha; RMPI - Rutgers Marijuana Problem Inde; CPQ - Cannabis
Questionário de Problemas; MACQ - Questionário de Consequências da Maconha.
193
os indivíduos tenham 95% de poder para detectar o tamanho do efeito de limite
inferior observado para o RMPI.
Discussão
O presente estudo quantificou a associação entre o uso de cannabis e
medidas de amplo espectro das consequências negativas relacionadas à
cannabis. Concentramos nossas análises em quatro medidas de
consequências que receberam bastante atenção de pesquisa.
Semelhante a um recente exame meta-analítico das associações entre o
uso de álcool e as consequências negativas relacionadas ao álcool (
Prince, Pearson, Bravo & Montes, 2018), descobrimos que qualquer
indicador específico do uso de cannabis falha em explicar a maior parte
da variação nas consequências negativas relacionadas à cannabis. Esta
descoberta destaca a importância de identificar outros fatores que
podem explicar consequências negativas além dos indicadores dos níveis
de uso de cannabis (por exemplo, impulsividade, uso de estratégias
comportamentais protetoras;Wilson, Montes, Bravo, Conner & Pearson,
2018).
Curiosamente, as medidas de consequências mais utilizadas, o MPS (
Stephens e outros, 2000) e o RMPI (Branco e outros, 2005), também
demonstraram as associações mais fracas com o uso de cannabis. Assim,
pode-se argumentar que essas medidas podem ser menos sensíveis aos
efeitos da cannabis em comparação com algumas outras medidas como o
MACQ (Simons e outros, 2012) e o CPQ (Copeland e outros, 2005), que
demonstrou associações mais fortes entre o uso de cannabis e as
consequências negativas relacionadas à cannabis. Da mesma forma, a gama
de tamanhos de amostra necessários para detectar associações uso-
consequências variou amplamente entre essas medidas, o que é outra
consideração importante para os pesquisadores. Embora tenhamos fornecido
os tamanhos de amostra necessários para detectar essas associações
específicas com poder estatístico moderado (80%) e forte (95%) (consulte
Tabela 3), os pesquisadores que examinam qualquer resultado do uso de
cannabis devem considerar a variedade de tamanhos de amostra necessários,
uma vez que as consequências negativas relacionadas à cannabis
provavelmente exibem algumas das associações mais fortes com o uso de
cannabis. Por exemplo, meta-análises demonstram que os efeitos terapêuticos
dos canabinóides em vários resultados são mais modestos (por exemplo, dor,r
- .094, convertido da razão de chances;Whiting e outros, 2015), assim como os
efeitos da cannabis no funcionamento cognitivo (r- .123, convertido ded;Scott e
outros, 2018) e eventos de tráfego desfavoráveis (r- .184, convertido da razão
de chances;Hostiuc, Moldoveanu, Negoi e Ogden, 2018). Assim, se detectar a
associação entre o uso de cannabis e as consequências negativas relacionadas
à cannabis exigiria mais de 311 participantes para ter um forte poder
estatístico, é provável que detectar
k N Q p EU2
19 6704 182,95 . 001 90,16
6 1563 8,50 . 131 41.14
7 1355 32,67 . 001 81,64
3 525 2.86 . 239 30.08
3 3261 81,99 . 001 97,56
 194 PEARSON

Tabela 3
Tamanho de amostra necessário para atingir 80% e 95% de poder para detectar correlações de diferentes tamanhos
de efeito derivados da meta-análise

Fonte do tamanho do efeito Tamanho do efeito % Poder erro tipo I amostra necessária
estimativa () (1-) avaliar ( ) tamanho (n)

Todos os estudos - Média Todos os . 367 . 80 . 05 53

estudos - Média Todos os estudos - . 367 . 95 . 05 86
Limite inferior Todos os estudos - . 292 . 80 . 05 87
Limite inferior MPS - Média . 292 . 95 . 05 142
. 272 . 80 . 05 101
MPS - Média . 272 . 95 . 05 165
MPS - Limite Inferior . 208 . 80 . 05 176
MPS - Limite Inferior . 208 . 95 . 05 290
RMPI - Média . 333 . 80 . 05 65
RMPI - Média . 95 . 05 107
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. 333
RMPI - Limite Inferior . 201 . 80 . 05 189
RMPI - Limite Inferior . 201 . 95 . 05 311
CPQ - Média . 525 . 80 . 05 23
CPQ - Média . 525 . 95 . 05 37
Este artigo destina-se exclusivamente ao uso pessoal do usuário individual e não deve ser amplamente divulgado.

CPQ - Limite Inferior . 440 . 80 . 05 35

CPQ - Limite Inferior . 440 . 95 . 05 57
MACQ - Média . 440 . 80 . 05 35
MACQ - Média . 440 . 95 . 05 57
MACQ - limite inferior . 213 . 80 . 05 168
MACQ - limite inferior . 213 . 95 . 05 276
Observação. MPS - Escala de Problemas com Maconha; RMPI - Rutgers Maconha Problem Index; CPQ - Questionário de
Problemas com Cannabis; MACQ - Questionário de Consequências da Maconha. Análises de potência foram conduzidas usando
G-Potência 3 (Faul, Erdfelder, Lang e Buchner, 2007) para uma correlação: modelo ponto bisserial.

as associações entre o uso de cannabis e outros resultados exigirão
substancialmente mais participantes para atingir níveis aceitáveis de
poder estatístico.
Ao remover um único outlier, não observamos um efeito significativo da
divisão de gênero/sexo na associação uso-consequências, o que fornece pelo
menos algum suporte preliminar de que essas associações são amplamente
semelhantes para homens e mulheres. No entanto, continua sendo
importante examinar a invariância de gênero/sexo dessas medidas de
consequências negativas relacionadas à cannabis para determinar se homens
e mulheres tendem a interpretar essas consequências de maneira semelhante
e se a experiência de consequências específicas reflete o mesmo nível de
problemas relacionados à cannabis entre os homens e mulheres.
Há ressalvas importantes a serem consideradas ao interpretar esses
resultados. Por exemplo, embora o CPQ tenha exibido as associações
mais fortes de uso-consequências, ele foi usado (quase) exclusivamente
na Austrália por uma única equipe de pesquisa. Assim, essas associações
mais fortes e menor quantidade de heterogeneidade nos tamanhos de
efeito podem ser devidas a uma maior homogeneidade populacional
nesses estudos. Além disso, para dois dos três desses estudos (Copeland
e outros, 2005;Martin e outros, 2006), os pesquisadores obtiveram uma
amostra estratificada de usuários de cannabis (ou seja, quantidade baixa,
média e alta de uso), o que pode fortalecer as associações entre o uso de
cannabis e as consequências negativas. O único estudo que não usou
uma amostra estratificada com o CPQ relatou um coeficiente de
correlação um pouco mais fraco (0,47 vs. 0,57/0,59;Schmits, Mathys e
Quertemont, 2016).
Relacionados a essas preocupações, outros fatores precisam ser considerados ao
selecionar uma medida das consequências negativas relacionadas à cannabis. Em
primeiro lugar, essas medidas diferem até certo ponto na cobertura do conteúdo, de
modo que uma medida pode explorar melhor as consequências específicas de
interesse de uma equipe de pesquisa. Por exemplo, no desenvolvimento de
o CPQ (Copeland e outros, 2005), itens que foram endossados por
menos de 10% da amostra foram descartados, levando a algumas
consequências de maior gravidade a serem omitidas da medida final. Em
contraste, o MACQ inclui 17 itens que foram endossados por menos de
10% da amostra de desenvolvimento (ou seja, estudantes universitários
usuários de maconha), capturando assim consequências com uma gama
mais ampla de gravidade (Simons e outros, 2012). Outras preocupações
incluem se a medida demonstrou invariância de medição para as
populações de interesse. Até onde sabemos, a versão resumida do MACQ
é a única dessas medidas que demonstrou invariância de medição em
países distintos (Bravo, Pearson, Pilatti, Mesquita e equipe de estudo de
vícios transculturais, 2019). Assim, testes psicométricos adicionais de
cada uma dessas medidas entre populações distintas de interesse ainda
são necessários.
Existem várias limitações para a presente integração meta-analítica.
Embora o presente estudo seja o primeiro desse tipo a quantificar
sistematicamente a associação entre o uso de cannabis e as consequências
negativas relacionadas à cannabis com alto nível de precisão, empregamos
uma meta-análise baseada em amostragem em vez de uma meta-análise
baseada em censo. Dito de outra forma, não tentamos obter todos os
conjuntos de dados disponíveis para estimar esses tamanhos de efeito. Em vez
disso, contamos com o que é relatado em estudos publicados e com o que nos
foi oferecido por pesquisadores de cannabis. Uma meta-análise baseada em
censo exigiria significativamente mais tempo e recursos, embora estaríamos
mais bem equipados para examinar uma gama mais ampla de possíveis
moderadores dessas associações. Antecipamos que seríamos capazes de
examinar a população de interesse (ou seja, adolescentes, adultos, candidatos
a tratamento, amostras da comunidade, etc.) e indicadores do uso de cannabis
(ou seja, frequência de uso de cannabis, quantidade de uso de cannabis, etc.)
como possíveis moderadores da associação uso-consequências; no entanto,
encontramos muito pouca variabilidade nesses supostos
 USO DE CANNABIS E CONSEQUÊNCIAS
moderadores, então não pudemos examinar seus efeitos. Apenas duas
amostras usaram adolescentes (Martin e outros, 2006;Schmits e outros,
2016), e apenas um estudo relatou a associação entre a quantidade de
uso de maconha e as consequências negativas relacionadas à cannabis (
Buckner, Walukevich e Henslee, 2018). Embora existam sérios desafios
para avaliar a quantidade de uso de cannabis (Príncipe, Conner e
Pearson, 2018), será importante distinguir a contribuição relativa da
frequência, quantidade e outras características do uso de cannabis na
determinação da experiência de consequências negativas à medida que
as medidas aprimoradas do uso de cannabis são usadas pelos
pesquisadores (Cuttler & Spradlin, 2017;Mariani, Brooks, Haney e Levin,
2011).
Apesar dessas limitações, o presente estudo oferece as estimativas mais
precisas das associações entre o uso de cannabis e as consequências negativas
Este documento é protegido por direitos autorais da American Psychological Association ou de um de seus editores aliados.
relacionadas à cannabis obtidas até o momento. Embora o uso de cannabis
esteja moderadamente associado a consequências negativas relacionadas à
cannabis, mais variação na experiência de consequências não é explicada por
Este artigo destina-se exclusivamente ao uso pessoal do usuário individual e não deve ser amplamente divulgado.
nenhum indicador de uso único, indicando que outros fatores precisam ser
examinados para explicar por que alguns indivíduos experimentam poucas
consequências de seu uso de cannabis enquanto outros experimentam mais
consequências. As estimativas de consequências de uso foram fornecidas
estratificadas por medidas de consequências específicas e os tamanhos de
amostra necessários para detectar os tamanhos de efeito observados nos
estudos, que é uma fonte de informações que os pesquisadores podem usar
para determinar qual medida atenderá melhor às suas necessidades de
pesquisa.
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Recebido em 18 de outubro de 2018
Revisão recebida em 15 de janeiro de 2019
Aceito em 20 de janeiro de 2019 -