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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ


FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROTEÇÃO DE SISTEMAS DE ENERGIA
DOCENTE: DR. ANDREY RAMOS VIEIRA

DENILSON COSTA DA SILVA


KELSO DE SOUSA COSTA
YURI DE OLIVEIRA COTA

ESTUDO DE COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE EM UM


SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

TUCURUÍ/PA
2023
DENILSON COSTA DA SILVA
KELSO DE SOUSA COSTA
YURI DE OLIVEIRA COTA

ESTUDO DE COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE EM UM


SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

Trabalho apresentado para obtenção de avaliação


parcial na disciplina de Proteção Sistemas de
Energia.

Orientador: Dr. Andrey Ramos Vieira

TUCURUÍ/PA
2023
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 REFERENCIAL TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.1 Dispositivos de Proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.1.1 Fusível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.1.2 Religador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.1.3 Relé de sobrecorrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Conceitos de Coordenação e Seletividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2.1 Relação Fusível-Fusível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2.2 Relação Religador-Fusível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2.3 Relação Relé-Fusível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2.4 Relação Relé-Religador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3 ESTUDO DO CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.1 Dimensionamento e Coordenação do Alimentador Radial de 69 Barras . 11
3.1.1 Dimensionando os fusíveis terminais do alimentador . . . . . . . . . . . . . 11
3.1.2 Coordenação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1.2.1 Coordenação Área 1 (Fusíveis 17-18 e 21-22) . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1.2.2 Coordenação Área 2 - Religador A (9-10) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1.2.3 Coordenação Área 3 - Religador B (9-53) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.2.4 Coordenação Área 4 - Religador C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1.2.5 Coordenação Área 5 - Relé (1-2) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

ANEXOS 41
ANEXO A – ESTUDOS DE FLUXO DE CARGA E CURTO-CIRCUITO
PARA O SDR DE 69 BARRAS . . . . . . . . . . . . . . . 42
3

1 INTRODUÇÃO

A energia elétrica no cenário atual da sociedade é de vital importância para o desenvol-


vimento tecnológico, econômico e social da população. O fornecimento deste produto é algo
que deve ser realizado pelas concessionárias de energia com o objetivo de garantir uma boa
confiabilidade, integridade e segurança durante o processo de distribuição.
No entanto, devido as pertubações e anomalias que afetam a rede elétrica, as vezes
acontece uma interrupção na continuidade do serviço, o que pode ocasionar vários problemas ao
sistema e a sociedade como um todo. Para evitar que estas situações ocorram, deve ser realizado
um estudo e dimensionamento de dispositivos de proteções para que sua atuação possa reduzir o
danos ao sistema elétrico e o perigo aos usuários.
Para avaliar como essas proteções se comportam em casos de faltas, será feito um
estudo de caso para um sistema de distribuição radial de 69 barras, onde será realizado o
dimensionamento e a coordenação dos dispositivos de proteção.
4

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Dispositivos de Proteção


O intuito de um sistema de proteção segundo (FERREIRA, 2021): "É preservar o sistema
elétrico contra perdas de materiais, falhas e perigos pessoais. Tendo como função a proteção
retirar de operação algum componente integrante ao sistema de potência que comece a operar de
maneira anormal".
O dispositivo por si só não possui o poder de atuar em qualquer ponto do sistema em que
ele seja alocado, para o seu correto funcionamento ele deve atender a filosofia de confiabilidade
onde temos a dependability e a security, o primeiro diz que o dispositivo deve atuar corretamente
quando solicitado e a segunda é que o mesmo não deve atuar indevidamente.

2.1.1 Fusível
O fusível é um dos dispositivos de proteção mais simples que estão em atuação no
sistema, tendo como objetivo impedir que a correntes a níveis de curto-circuito venham danificar
a rede, demais dispositivos montante e também para proteção da própria carga. Os fusíveis
operam normalmente diante da corrente nominal do trecho, suportando até uma ultrapassagem de
50% do valor nominal do ramal. Os fusíveis são alocados em cada ramal, e também na proteção
de transformadores e capacitores.

Figura 1 – Fusível

Fonte: www.judycabos.com.br

2.1.2 Religador
O religador tem como objetivo atuar tanto em faltas temporárias como em permanentes.
A maioria das faltas presente em um sistema de distribuição são causadas por faltas temporárias,
que podem ser sanadas apenas ao desligar e ligar o trecho do local da falta, atuando duas vezes
de forma rápida, muito antes do fusíveis a jusante, caso a falta não seja sanada, ele entra em um
modo de operação mais lenta, ficando a montante do dispositivo protetor que na maioria das
vezes sera um fusível.
Capítulo 2. Referencial Teórico 5

Figura 2 – Religador

Fonte: www.romagnole.com.br

2.1.3 Relé de sobrecorrente


O dispositivo relé de sobrecorrente tem como finalidade monitorar o fluxo de corrente
no trecho, trata-se de um dispositivo sensor, que não tem a capacidade extinguir o curto por si
só, ele sempre estará conectado a transformadores de corrente e de potencial, que adéquam os
valores medidos para valores referenciais ao relé, o mesmo tem o controle sobre a abertura do
disjuntor, que sera o elemento responsável por impedir o fluxo da corrente.

Figura 3 – Relé de sobrecorrente

Fonte: www.directindustry.com

2.2 Conceitos de Coordenação e Seletividade


Seletividade: Segundo (LEDESMA, 2012), entende-se por proteção seletiva aquela
projetada e ajustada de tal forma para que qualquer tipo de falta atue apenas o dispositivo de
proteção mais próximo do local da falta, ou seja deve atuar o diapositivo protetor, isolando o
trecho defeituoso.
Coordenação: Na coordenação temos o envolvimento de diversos dispositivos, para faltas
temporárias que correspondem a aproximadamente 80% das faltas em sistema de distribuição,
temos o ato de desligar e ligar o circuito para que a falta seja sanada, após a segunda ação do
dispositivo, entre então a seletividade para retirar o trecho onde ocorreu a falta. Toda proteção
coordenada tera seletividade mais nem toda proteção seletiva tera coordenação.

2.2.1 Relação Fusível-Fusível


Para dimensionar o fusível deve-se levar em consideração a sua atuação, existem duas
possíveis, sendo elas a de protetor e protegido, sendo o primeiro,localizado a jusante, ou seja,
Capítulo 2. Referencial Teórico 6

mais próximo da carga, enquanto que o outro atuara a montante, sendo esse mais próximo da
subestação. Na Figura 4 esta representada a ordem desses alimentos e a predisposição lógica dos
mesmos, para uma falta na região de atuação do protetor 2, o mesmo deve atuar de forma atuar
seletiva isolando o trecho onde ocorreu a falta, impedindo assim que o fusível protegido 1, atue
indevidamente.
Figura 4 – Relação protetor-protegido em um sistema de coordenação fusível-fusível

Fonte: www.ufsj.edu.br

Dimensionamento do fusível
Para o dimensionamento do fusível devemos utilizar a Equação 2.1 que nos fornecera
um intervalo de possíveis valores de fusíveis, assim cabe ao engenheiro determinar qual fusível
ele usara, para que a coordenação entre eles ocorra de forma correta.
φT
I
fc × IL ≤ Ielo < ccmim (2.1)
4
Sendo:

• fc : Fator de crescimento de carga;

• IL : Máxima corrente de carga (fluxo de carga);

• Ielo : Corrente do fusível;


φT
• Iccmim : Corrente de curto-circuito fase terra miníma (final do trecho)

Coordenação Fusível-Fusível
Para (FONSECA, 2016): "Ao nos depararmos com um curto-circuito no sistema, e sendo
possível aplicar a coordenação nos elos- fusíveis ligados em série. Estes necessitarão que o tempo
do elo-fusível protetor atinja ao menos máximo 75% do menor de tempo de fusão do elo-fusível
protegido". A condição para coordenação fusível-fusível diz que o tempo de atuação TCT do
fusível protetor deve ser menor que 75% do tempo MMT de atuação do fusível protegido, de
acordo com a Equação 2.2.
Protetor
tTCT
Protegido
≤ 0, 75 (2.2)
tMMT
Os valores dos de coordenação fusível-fusível adotados nesse trabalho seguiram os
valores sugeridos na Tabela 1.
Capítulo 2. Referencial Teórico 7

Tabela 1 – Pares de coordenação fusível-fusível sugeridos


Elo-protegido A
Elo-protetor B 10K 15K 25K 40K 65K 100K 140K 200K
Máxima corrente em B que protegerá A
6K 180 465 850 1450 2300 3750 5600 8700
10K 330 790 1400 2250 3750 5600 8700
15K 560 1300 2150 3700 5600 8700
25K 890 1950 3550 5500 8700
40K 1300 3300 5300 8500
65K 2400 4850 8200
100K 3100 7400
140K 3250
Fonte: (VIEIRA, 2023).

2.2.2 Relação Religador-Fusível


Dimensionamento e coordenação do Religador-Fusível
Para realizar o dimensionamento do religador, deve-se determinar alguns parâmetros que
seram imprescindíveis para o correto funcionamento do equipamento, entre eles temos: TDS e
Corrente de ajuste. primeiramente deve-se determinar as correntes de ajustes tanto para a fase
como para neutro, essas correntes definem o valor da corrente de operação minima do religador.
Corrente de ajuste de fase - Iφ

Icc
fc × Icarga ≤ Iφ < (2.3)
FS
Sendo:

• fc : Fator de crescimento de carga;

• FS : Fator de segurança;

• Icarga : Corrente de carga;



• Icc : Corrente de curto-circuito bifásico miníma;

• Iφ : Corrente de ajuste de fase.

Corrente de ajuste de neutro - In


Id ≤ In < Iccmin φ T (2.4)

Onde:

• Icarga : Corrente de carga;

• Id : Corrente de desiquilíbrio (0,1 a 0,3) ×Icarga ;


φT
• Iccmin : Corrente de curto-circuito fase terra mínimo;

• In : Corrente de ajuste no neutro.


Capítulo 2. Referencial Teórico 8

Tempo de operação religador - Top e TDS


Após determinar os valores das correntes de ajuste para fase e neutro, deve-se definir o
tempo de operação do religador, que dependera nesse caso dos tempos de operação do fusível
a montante para faixas de corrente especificas, para o ajuste de neutro, deve-se considerar o
φT φT
valor da Iccmin e também a Iccmax , para o ajuste de corrente deve-se levar em consideração a
2φ 3φ
Iccmin e a Iccmax , com esses valores de corrente cabe ao engenheiro verificar o valor de tempo de
operação do fusível, esse tempo sera o de operação do fusível, após isso deve-se determinar o
valor do tempo de operação do religador para o estado de funcionamento lento do mesmo, o
valor considerado é de 0.2s acima do valor do TMMT para os valores máximos e TTCT para os
valores mínimos de atuação do fusível que já deve ter sido dimensionado previamente.

rlg
Top = Top−F + 0, 2 (2.5)

Onde temos:

rlg
• Top : Tempo de operação do religador (s);

• Top−F : Tempo de operação do fusível (s).

A partir da Equação 2.6 de operação do religador para o modelo ANSI, pode-se isolar o
parâmetro TDS.  
ANSI A
Top = T DS ×   + B (2.6)
 
P
Iop
Ia j −C
Após isolarmos o TDS na Equação 2.6 chegamos a seguinte expressão:
  
Iop P
 


 Ia j −C 


T DS = Top ×   P  (2.7)
 A + B × IIop −C 

 

aj

Os parâmetros A, B e C podem ser encontrados a partir da tabela de curvas da ANSI.


Toda o dimensionamento do religador sera levando em consideração a Cooper 8 curve que
podem ser mostrados na Tabela 2.

Tabela 2 – Cooper 8 Curve


Curva A B C P
Cooper 8 1,68546 0,158114 0,436523 1,78873
Fonte: (VIEIRA, 2023).

Agora só resta substituir todos os parâmetros na Equação 2.7 e encontrar o TDS para o
ajuste de fase e neutro.
Capítulo 2. Referencial Teórico 9

2.2.3 Relação Relé-Fusível


Dimensionamento do Relé
Para dimensionar o relé é necessário calcular as correntes de ajuste do dispositivo para
fase e neutro. As expressões utilizadas são as mesmas do religador, conforme a Equação 2.3 é
aplicada para encontrar a corrente de pickup de fase, a Equação 2.4 é para o neutro.
Para calcular o tempo do relé é preciso usar a Equação 2.8 e as constantes do padrão IEC
para a curva inversa, de acordo com a Tabela 3.

IEC A × T DS
top =  B + D × T DS + E (2.8)
Iop
−C
Ia j

Tabela 3 – Curva inversa da IEC


Curva A B C D E
Inversa 0,14 0,02 1 0 0
Fonte: (VIEIRA, 2023).

Coordenação Relé-Fusível
Para que a coordenação relé-fusível aconteça há a necessidade de que o fusível interrompa
a Icc antes da atuação do relé para todo o intervalo. De modo, que a curva 51F e 51N do relé
esteja, no mínimo, a 0,2 segundos a acima da curva TCT do fusível para proteção de fase e
neutro, conforme a Equação 2.9.

trelay − t TCT
f use ≥ CT I (2.9)

2.2.4 Relação Relé-Religador


Coordenação Relé-Religador
Para a coordenação relé-religador, a função 50F e 50N devem atuar instantaneamente até
a posição do religador. Já para as funções 51F e 51N, quando há faltas a montante do religador, a
curva do relé deve estar no mínimo, a 0,2 segundos acima da curva do religador.
De modo que, satisfaça a condição para todo o intervalo, tanto para a proteção de fase
(falta entre fases), quanto para a proteção de neutro (falta entre fase e terra). A Equação 2.10 diz
respeito a essa condição.

slow
trelay − trecloser ≥ CT I (2.10)
10

3 ESTUDO DO CASO

O projeto proposto consiste em um estudo de coordenação e seletividade entre dispo-


sitivos já alocadas em um sistema de distribuição. O sistema consiste de uma rede com 69
barras de alimentação secundarias ligadas a um alimentador principal; um relé na subestação e 3
religadores em ramificações estratégicas.
Cabe aos discentes integrantes do grupo, projetar tais dispositivos para que o funciona-
mento desses equipamentos possa atender de forma satisfatória aos critérios estabelecidos no
referencial teórico, para que o sistema possa ter o melhor desempenho possível.
Orientações para a realização do trabalho
O alimentador teste radial IEEE de 69 barras possui todos os seus dispositivos de proteção
alocados, conforme indica a Figura 5. O discente deverá realizar os ajustes de (T DS, I pk e In ) de
cada um deles de acordo com os critérios de coordenação e seletividade para cada par considerado.
Os parâmetros do projeto constam na Tabela 4.

Figura 5 – Alimentador Teste Radial de 69 Barras

Fonte: (VIEIRA, 2023).

Tabela 4 – Parâmetros de projeto


Fator de carga 1,1
Fator de segurança 1
Corrente de desequilíbrio 15%
Fonte: Fornecido pelo docente responsável.

As zonas de atuação representam os trechos nos quais os dispositivos serão sensibilizados,


caso haja alguma falta nesse ponto.
Capítulo 3. Estudo do Caso 11

Figura 6 – Zonas de atuação dos dispositivos de proteção

Fonte: Elaborado pelos autores.

3.1 Dimensionamento e Coordenação do Alimentador Radial


de 69 Barras
3.1.1 Dimensionando os fusíveis terminais do alimentador
No dimensionamento dos fusíveis terminais será utilizado a Equação 2.1, com fator de
crescimento de carga ( fc ) de 1,1. Para exemplificar os cálculos, será realizado o dimensionamento
do fusível do trecho 21-22.
A partir dos valores da corrente nominal do fusível (IL ) e da corrente fase-terra mínima
φT
no final do trecho (Icc ), obtidos através dos estudos de fluxo de carga e curto-circuito retirados
do Anexo A.

Ic (21 − 22) = 3, 57215 A


φT
Icc = 147, 2582 A

147, 2582
3, 57215 × 1, 1 ≤ Ielo <
4
3, 929365 ≤ Ielo < 36, 81455

Os fusíveis que estão entre o intervalo calculado são: 6K, 10K, 15K e 25K. Para o caso
em estudo foi adotado o fusível de 6K, sendo que, os fusíveis do tipo K suportam até 150% de
capacidade nominal.
Capítulo 3. Estudo do Caso 12

Para os demais fusíveis, os resultados obtidos se encontram na Tabela 5 que relaciona as


variáveis utilizadas para o cálculo do fusível.
Tabela 5 – Dimensionamento dos fusíveis terminais
φT
Trecho Icc IL Intervalo do fusível Fusível
21-22 147,2582 3,57215 3, 929 ≤ Ielo < 36, 814 6K
3-28 161,3042 5,1261 5, 638 ≤ Ielo < 40, 326 6K
3-36 174,7554 10,31857 11, 350 ≤ Ielo < 43, 688 10K
49-50 179,2316 21,67902 23, 846 ≤ Ielo < 44, 807 25K
8-51 175,9781 2,51224 2, 763 ≤ Ielo < 43, 994 6K
61-62 151,8572 19,5826 21, 540 ≤ Ielo < 37, 964 15K
11-66 172,3761 2,08503 2, 293 ≤ Ielo < 43, 094 6K
12-68 167,2238 3,24266 3, 566 ≤ Ielo < 41, 805 6K

Fonte: Elaborado pelos autores.

3.1.2 Coordenação
3.1.2.1 Coordenação Área 1 (Fusíveis 17-18 e 21-22)

A Área-1 é composta por dois fusíveis, sendo o fusível 21-22 o protetor e o fusível 17-18
o protegido, conforme a Figura 7.
Figura 7 – Área-1 Fusíveis 17-18 e 21-22

Fonte: Elaborado pelos autores.

Uma vez já definido o valor do fusível protetor 21-22 que será o de 6K conforme a tabela
5, devemos escolher o valor apropriado para o fusível protegido 17-18, devemos considerar o
maior valor de curto circuito que passara pelo fusível protetor, que no caso será um curto-circuito
trifásico na barra 21.

Icc = 838, 9904 A

Então, a partir da Tabela 1 podemos escolher o valor do fusível protegido, essa tabela
leva em consideração o valor do fusível protetor e a máxima corrente de curto-circuito que passa
por esse fusível.
O fusível de 25K atende ao primeiro critério, então agora devemos passar para o segundo
que diz que: o tempo máximo de atuação do fusível protetor deve ser até 75% do valor mínimo
de atuação do fusível protegido.
Protetor
TTCT
Protegido
≤ 0, 75
TMMT
Capítulo 3. Estudo do Caso 13

O tempo TCT de operação do fusível de 6K para um curto de 838, 9904 A foi de 0, 0145 s,
enquanto que o tempo MMT de operação do fusível de 25K para o mesmo curto foi de 0, 0195 s.
A Figura 8 mostra o coordenograma dos fusíveis 21-22 e 17-18 para um par respectivo de
6K-25K.

Figura 8 – Tempo de operação MMT do fusível de 25K para um curto máximo na barra 21

Fonte: Elaborado pelos autores.

Utilizando a Equação 2.2, podemos definir se o fusível de protegido satisfaz o segundo


critério para que haja coordenação entre ele e o fusível protetor:
0, 0145
= 0, 743589
0, 0195

Logo o fusível 21 − 22 de 25K satisfaz os dois critérios para que haja coordenação entre
o mesmo e o fusível 17 − 18 protegido de 6K, dimensionado em outra seção.

3.1.2.2 Coordenação Área 2 - Religador A (9-10)

Para dimensionar o religador A que está no trecho 9-10 da Figura 6, é necessário realizar
coordenação com os dispositivos que estão dentro da sua zona, ou seja, os fusíveis de 25K
(17-18), 6K (11-66) e 6K (12-68).
Religador A - Fusível (17-18)
O primeiro passo para realizar a coordenação religador-fusível é encontrar as corrente de
ajuste para neutro e fase, utilizando a Equação 2.4 e a Equação 2.3.
Capítulo 3. Estudo do Caso 14

Ajuste de neutro - In
φT
Id ≤ In < Iccmin

0, 15 × 44, 07434 ≤ In < 153, 0141

6, 611151 ≤ In < 153, 0141

In = 7 A

Ajuste de fase - Iφ

Icc
fc × Icarga ≤ Iφ <
FS

726, 587
1, 1 × 44, 07434 ≤ Iφ <
1

48, 481774 ≤ Iφ < 726, 587

Iφ = 50 A

Após obter os valores de ajuste do religador, é preciso encontrar o tempo de operação do


fusível (25K) para o neutro, conforme a Figura 9.
φ Tm
Figura 9 – Tempo do fusível de 25K para Icc

Fonte: Elaborado pelos autores.

Na Figura 10 é apresentado o tempo para fase, depois deve-se somar 0,2 segundos para
achar o tempo de operação do religador.
Capítulo 3. Estudo do Caso 15


Figura 10 – Tempo do fusível de 25K para Icc

Fonte: Elaborado pelos autores.

Com esses resultados, através da Equação 2.6 e com os parâmetros da Tabela 2, é possível
calcular o TDS de neutro e fase.
Calculo do TDS para o ajuste de neutro

 
Iop P
  


 Ia j −C 


T DS = Top ×   
Iop P
A + B × I −C 

 

aj

Top = 0, 777 + 0, 2 = 0, 977 s

  1,78873  
153,0141


 7 − 0, 436523 


T DS = 0, 977 ×  1,78873 
 1, 68546 + 0, 158114 × 153,0141
− 0, 436523 

 
7

T DS = 5, 925

Calculo do TDS para o ajuste de fase

 
Iop P
  


 Ia j −C 


T DS = Top ×   
Iop P
A + B × I −C 

 

aj

Top = 0, 047 + 0, 2 = 0, 247 s


Capítulo 3. Estudo do Caso 16

  1,78873  
726,587


 50 − 0, 436523 


T DS = 0, 247 ×  1,78873 
 1, 68546 + 0, 158114 × 726,587
− 0, 436523 

 
50

T DS = 1, 434

O coordenograma para o TDS de neutro é apresentado na Figura 11.

Figura 11 – Coordenograma Religador A - Fusível de 25K para neutro

Fonte: Elaborado pelos autores.

O coordenograma para o TDS de fase está na Figura 12.

Figura 12 – Coordenograma Religador A - Fusível de 25K para fase

Fonte: Elaborado pelos autores.

Por fim, deve-se verificar se o TDS encontrado para os dois casos (neutro e fase) atende
para os outros pares de coordenação.
Capítulo 3. Estudo do Caso 17

Religador A - Fusível (11-66)


Calculando as correntes de ajuste para o religador A e o fusível de 6K (11-66), chegamos
aos seguintes resultados:
Ajuste de neutro - In
φT
Id ≤ In < Iccmin

0, 15 × 44, 07434 ≤ In < 172, 3761

6, 611151 ≤ In < 172, 3761

In = 7 A

Ajuste de fase - Iφ

Icc
fc × Icarga ≤ Iφ <
FS

1710, 665
1, 1 × 44, 07434 ≤ Iφ <
1

48, 481774 ≤ Iφ < 1710, 665

Iφ = 50 A

Substituindo o TDS encontrado para o fusível de 25K (17-18) na Equação 2.6, é possível
encontrar o o tempo do religador para neutro e fase.
Cálculo do Top para o ajuste de neutro
 
ANSI 1, 68546
Top = 5, 925 ×   + 0, 158114
 
1,78873
172,3761
7 − 0, 436523

ANSI
Top = 0, 969 s

Cálculo do Top para o ajuste de fase


 
ANSI 1, 68546
Top = 1, 434 ×   + 0, 158114
 
1,78873
1710,665
50 − 0, 436523
Capítulo 3. Estudo do Caso 18

ANSI
Top = 0, 231 s

Na Figura 13 é possível observar o tempo do fusível para o neutro, concluindo assim que
a diferença entre os tempos é igual a 0,925 s, atendendo o critério para coordenação.
φ Tm
Figura 13 – TCT para o fusível de 6K para Icc

Fonte: Elaborado pelos autores.

Da mesma forma, na Figura 14 é obtido o tempo do fusível para fase, chegando a uma
diferença de 0,217 s, que também atendeu ao critério.

Figura 14 – TCT para o fusível de 6K para Icc

Fonte: Elaborado pelos autores.

Religador A - Fusível (12-68)


Calculando as correntes de ajuste para o religador A e o fusível de 6K (12-68), temos:
Ajuste de neutro - In
φT
Id ≤ In < Iccmin
Capítulo 3. Estudo do Caso 19

0, 15 × 44, 07434 ≤ In < 167, 2238

6, 611151 ≤ In < 167, 2238

In = 7 A

Ajuste de fase - Iφ

Icc
fc × Icarga ≤ Iφ <
FS

1301, 512
1, 1 × 44, 07434 ≤ Iφ <
1

48, 481774 ≤ Iφ < 1301, 512

Iφ = 50 A

Substituindo o TDS encontrado para o fusível de 25K (17-18) na Equação 2.6, é possível
encontrar o o tempo do religador para neutro e fase.
Cálculo do Top para o ajuste de neutro
 
ANSI 1, 68546
Top = 5, 925 ×   + 0, 158114
 
1,78873
167,2238
7 − 0, 436523

ANSI
Top = 0, 971 s

Cálculo do Top para o ajuste de fase


 
ANSI 1, 68546
Top = 1, 434 ×   + 0, 158114
 
1,78873
1301,512
50 − 0, 436523

ANSI
Top = 0, 234 s

Na Figura 15 é possível observar o tempo do fusível para o neutro, concluindo assim que
a diferença entre os tempos é igual a 0,924 s, atendendo o critério para coordenação.
Capítulo 3. Estudo do Caso 20

φ Tm
Figura 15 – TCT para o fusível de 6K para Icc

Fonte: Elaborado
j pelos autores.

Da mesma forma, na Figura 16 é obtido o tempo do fusível para fase, chegando a uma
diferença de 0,220 s, que também atendeu ao critério.

Figura 16 – TCT para o fusível de 6K para Icc

Fonte: Elaborado pelos autores.

Portanto, o religador está dimensionado e coordenado com os demais elementos de sua


zona de proteção.
Capítulo 3. Estudo do Caso 21

3.1.2.3 Coordenação Área 3 - Religador B (9-53)

Para realizar a coordenação entre o religador B localizado na barra 9-53 e o fusível 61-62,
deve-se ter em mãos os valores de dimensionamento do fusível que já foram realizados na seção
anterior, após isso deve ser realizado o dimensionamento do religador, onde deve-se determinar
alguns parâmetros necessário para coordenação como: corrente de ajuste e TDS para fase e
neutro.
Dimensionamento do Religador B
Corrente de ajuste de fase - Iφ
Para determinar Iφ , usaremos a Equação 2.3 e os dados de fluxo de carga e curto circuito
do Anexo A. Sendo o fato de segurança igual a 1, conforme mostrado pela Tabela 4. Sendo

Icarga = 105, 2385 A e Icc = 683, 8629 A.

683, 8629
1.1 × 105, 2385 ≤ Iφ <
1
115, 762335 ≤ Iφ < 683, 8629

Após a determinar-se o intervalo, cabe ao engenheiro escolher a corrente de ajuste que


ele deseja. Então temos que a Iφ = 116 A.
Calculo do TDS para o ajuste de fase
Para calcular o valor do TDS, deve-se modificar a equação 2.6, a fim de isolar o TDS.
Isolando o TDS chegamos a seguinte relação:
  
Iop P
 


 Ia j −C 


T DS = Top ×   
Iop P
A + B × I −C 

 

aj

De posse dessa relação podemos consultar a Tabela 2 e obter os parâmetros A, B, C e P.


Para encontrar os valores da corrente de operação, precisaremos do estudo de curto-
circuito para a região do religador B mostrado no Anexo A.
Consultando a tabela podemos obter o valor da corrente bifásica no final do trecho, que

corresponde a Icc = 683, 8629 A, esse valor sera a corrente de operação bifásica miníma da zona
de coordenação entre o religador e o fusível.
Agora nos resta obter o tempo de atuação do fusível para essa corrente, tal valor pode ser
mostrado na Figura 17.
Capítulo 3. Estudo do Caso 22

Figura 17 – Top TCT para o fusível 61-62 de 15K

Fonte: Elaborado pelos autores.

Então temos um Top = 0, 028 s para o fusível 61-62. Para encontrarmos o tempo de
operação do religador devemos fazer a soma de 0, 2 s ao tempo de operação do fusível, tal valor
representara o tempo de operação do religador para uma falta bifásica na barra 65.
rlg
Top = Top (61 − 62) + 0, 2 = 0, 028 + 0, 2 = 0, 228 s

De posse de todos esse valores podemos enfim calcular o valor do TDS para o ajuste de
fase.
  1,78873  
683,8629


 116 − 0, 436523 


T DS = 0.228 ×  1,78873 
 1, 68546 + 0, 158114 × 683,8629
− 0, 436523 

 
116

O que resulta em um TDS = 0,99388 s. Na Figura 18 está demonstrado o coordenograma


do religador B - fusível para o ajuste de fase.

Figura 18 – Coordenograma do ajuste de fase

Fonte: Elaborado pelos autores.


Capítulo 3. Estudo do Caso 23

Corrente de ajuste de Neutro - In


Para a determinação da In do religador B, sera usado a Equação 2.4. Os dados para o
φT
cálculo da In são Id = 0, 15 × Icarga , Icarga = 105, 2385 A e Iccmin = 151, 8572 A.
Então temos que:

0, 15 × 105, 2385 ≤ In < 151, 8572

15, 785775 ≤ In < 151, 85772

O valor escolhido para In sera o menor valor inteiro. logo temos que In = 16 A.
Cálculo do TDS
Para calcular o valor do TDS, deve-se modificar a Equação 2.6, a fim de isolar o TDS.
Isolando o TDS chegamos a seguinte relação:
  
Iop P
 


 Ia j −C 


T DS = Top ×   P 
 A + B × IIop −C 

 

aj

De posse dessa relação podemos consultar a Tabela 2 e obter os parâmetros A,B,C e P.


Através do Anexo A podemos obter os valores de curto circuito.
φT
Agora só nos resta calcular o tTCT para o valor de Iccmin = 151, 8572A e a partir desse
valor de tempo poderemos calcular o tempo de operação do religador que permitirá a coordenação.
φT
A Figura 19 mostra o tempo de operação do fusível para Iccmin da barra 65.
φT
Figura 19 – TTCT do fusível de 15K para Iccmin da barra 65

Fonte: Elaborado pelos autores.

De posse do tempo de operação do fusível podemos obter o tempo de operação do


religador para o ajuste de neutro, através da seguinte relação.
RLG
Top = TOp−15k + 0, 2 = 0, 297 + 0, 2 = 0, 497 s
Capítulo 3. Estudo do Caso 24

Após a determinação de todos os parâmetros podemos agora definir o valor do TDS para
o ajuste de neutro.
  1,78873  
151,8572


 16 − 0, 436523 


T DS = 0, 497 ×  1,78873 
 1, 68546 + 0, 158114 × 151,8572
− 0, 436523 

 
16

Logo temos que o TDS = 2,637298 s.Na Figura 20 temos o coordenograma para o ajuste
de neutro do religador.

Figura 20 – Coordenograma ajuste de neutro

Fonte: Elaborado pelos autores.

3.1.2.4 Coordenação Área 4 - Religador C

Dimensionamento do Religador C
Primeiramente devemos determinar a corrente de ajuste do religador, tanto para fase
como para neutro.
Corrente de ajuste de fase - Iφ
Para determinar Iφ , usaremos a equação 2.3 e os dados de fluxo de carga e curto circuito
do Anexo A. Sendo o fato de segurança igual a 1, conforme mostrado pela tabela 4. Sendo

Icarga = 47, 77929 A e Icc = 1980, 728 A.
1980, 728
1, 1 × 47, 77929 ≤ Iφ <
1
52, 557219 ≤ Iφ < 1980, 728

Após a determinação do intervalo cabe ao engenheiro escolher a corrente de ajuste que


ele deseja. Então temos que a Iφ = 60 A.
Capítulo 3. Estudo do Caso 25

Calculo do TDS para o ajuste de fase


Para calcular o valor do TDS, devemos usar a equação abaixo deduzida anteriormente
em outra seção.

 
Iop P
  


 Ia j −C 


T DS = Top ×   
Iop P
A + B × I −C 

 

aj

Para encontrar os valores da corrente de operação, precisaremos do estudo de curto-


circuito para a região do religador C mostrado no anexo A, consultando a tabela podemos obter

o valor da corrente bifásica no final do trecho, que corresponde a Icc = 1980, 728 A, esse valor
sera a corrente de operação miníma da zona de coordenação entre o religador e o fusível, Agora
nos resta obter o tempo de atuação do fusível para essa corrente, tal valor pode ser mostrado na
Figura 21.

Figura 21 – Top TCT para o fusível 49-50 de 25k

Fonte: Elaborado pelos autores.

Então temos um Top = 0, 018 s para o fusível 49-50. Para encontrarmos o tempo de
operação do religador devemos fazer a soma de 0, 2 s ao tempo de operação do fusível, tal valor
representara o tempo de operação do religador para uma falta bifásica na barra 50.

rlg
Top = Top (49 − 50) + 0, 2
rlg
Top = 0, 018 + 0, 2 = 0, 218 s

De posse de todos esse valores podemos enfim calcular o valor do TDS para o ajuste de
fase.
Capítulo 3. Estudo do Caso 26

  1,78873  
1980,728


 60 − 0, 436523 


T DS = 0, 218 ×  1,78873 
 1, 68546 + 0, 158114 × 1980,728
− 0, 436523 

 
60

O que resulta em um T DS = 1, 351064 s. Na Figura 22 está demonstrado o coordeno-


grama do para religador C - fusível para o ajuste de fase.

Figura 22 – Coordenograma do ajuste de fase

Fonte: Elaborado pelos autores.

Corrente de ajuste de Neutro - In


Para a determinação da In do religador C, sera usado a equação 2.4. Os dados para o
φT
calculo da In são Id = 0, 15 × Icarga , Icarga = 47, 77929 A e Iccmin = 179, 2316 A.
Então temos que:
0.15 × 47.77929 ≤ In < 179.2316
7.1668935 ≤ In < 179.2316

O valor escolhido para In sera o menor valor inteiro. logo temos que In = 8 A.
Cálculo do TDS para o ajuste de neutro
Usaremos mais uma vez a equação deduzia anteriormente.
  
Iop P
 


 Ia j −C 


T DS = Top ×   P 
 A + B × IIop −C 

 

aj

Através do Anexo A podemos obter os valores de curto circuito. Agora só nos resta
φT
calcular o tTCT para o valor de Iccmin = 179, 2316 A e a partir desse valor de tempo poderemos
Capítulo 3. Estudo do Caso 27

calcular o tempo de operação do religador que permitirá a coordenação. A Figura 23 mostra o


φT
tempo de operação do fusível para Iccmin da barra 50.

φT
Figura 23 – Top TCT do fusível de 25k para Iccmin da barra 50

Fonte: Elaborado pelos autores.

De posse do tempo de operação do fusível podemos obter o tempo de operação do


religador para o ajuste de neutro, através da seguinte relação.

RLG
Top = TOp−25k + 0, 2

RLG
Top = 0, 56 + 0, 2 = 0, 76s

Após a determinação de todos os parâmetros podemos agora definir o valor do TDS para
o ajuste de neutro.
  1,78873  
179,2316


 8 − 0, 436523 


T DS = 0, 76 ×  1,78873 
 1, 68546 + 0, 158114 × 179,2316 − 0, 436523 

 
8

Logo temos que o TDS é igual a 4,61721 s. Na Figura 24 é apresentado o coordenograma


do religador C - fusível para o ajuste de neutro.
Capítulo 3. Estudo do Caso 28

Figura 24 – Coordenograma do ajuste de neutro

Fonte: Elaborado pelos autores.

3.1.2.5 Coordenação Área 5 - Relé (1-2)

Relé - Fusível (8-51)


Para o dimensionamento e coordenação relé-fusível, primeiramente é necessário que seja
realizado o cálculo dos ajustes do relé. Através da Equação 10 é possível obter a corrente de
ajuste para fase e com a Equação 14 para neutro.
Ajuste de fase - Iφ

Icc FFmin
fc × Icarga ≤ Iφ <
FS

2102, 84
1, 1 × 223, 5751 ≤ Iφ <
1

245, 93261 ≤ Iφ < 2102, 84

Iφ = 260 A

Ajuste de neutro - In

Id × Icarga ≤ In < Icc FTmin

0, 15 × 223, 5751 ≤ In < 175, 9781

33, 53627 ≤ In < 175, 9781


Capítulo 3. Estudo do Caso 29

In = 35 A

Com base no dimensionamento feito nas seções anteriores para o fusível de 6K (8-51), o
tempo de operação do elemento para fase é de 0,014 e para neutro 0,044 segundos. Somando 0,2
a ambos os tempos é possível encontrar o tempo de operação do relé, que é 0,214 segundos para
fase, de acordo com a Figura 25.

Figura 25 – Coordenograma Relé - Fusível (8-51) (Fase)

Fonte: Elaborado pelos autores.

Para neutro, o tempo foi de 0,244 segundos, conforme a Figura 26.

Figura 26 – Coordenograma Relé - Fusível (8-51) (Neutro)

Fonte: Elaborado pelos autores.

Com este tempo é possível calcular o TDS do relé utilizando a Equação 12.
Capítulo 3. Estudo do Caso 30

Cálculo do TDS para ajuste de fase


 −1
 
R
 0, 14 
T DS = top ×
 " 0,02 #
Iop

−1
 


Iop = Icc = 2102, 84 A

 −1
 
 0, 14 
T DS = 0, 214 ×  "
 0,02 # 
2102, 84

−1
 
260

T DS = 0, 06526 s

Cálculo do TDS para ajuste de neutro


 −1
 
R
 0, 14 
T DS = top ×
 " 0,02 #
Iop

−1
 
In

φTm
Iop = Icc = 175, 9781 A

 −1
 
 0, 14 
T DS = 0, 244 × 
 " 0,02 #
175, 9781

−1
 
35

T DS = 0, 05721 s

Relé - Fusível (3-28)


Para que haja coordenação, é necessário que a curva do relé esteja, no mínimo, 0,2
segundos acima da curva de tempo total do fusível tanto para proteção de fase quanto na de
neutro. Com base nisso, tendo os TDS’s de fase e neutro calculados acima para o relé, podemos
encontrar o tempo de operação do relé.
Capítulo 3. Estudo do Caso 31

Cálculo do tempo de atuação do relé para fase

R T DSFase × 0, 14
top = " 0,02 #
Iop
−1


Iop = Icc = 997, 2196 A

T DSFase = 0, 06526 s

R 0, 06526 × 0, 14
top = " #
997, 2196 0,02

−1
260

R
top = 0, 33527 s

Cálculo do tempo de atuação do relé para neutro

R T DSNeutro × 0, 14
top = " 0,02 #
Iop
−1

φT
Iop = Iccmin = 161, 3042A;
T DSNeutro = 0, 05721.

R 0, 05721 × 0, 14
top = " #
161, 3042 0,02

−1
35

R
top = 0, 25811 s

Considerando o dimensionamento feito nas seções anteriores para o fusível de 6K (3-28),


o tempo de operação para fase é de 0,014 e para neutro 0,049 segundos. Podemos observar então
que há coordenação, já que a curva do relé está mais do que 0.2 segundos acima da Curva de
Tempo Total do fusível de 6K.
Relé - Fusível (3-36)
Com base no dimensionamento feito acima para o relé, podemos encontrar o tempo de
atuação do mesmo para o fusível de 10K(3-36) tanto para fase, quanto para neutro.
Capítulo 3. Estudo do Caso 32

Cálculo do tempo de atuação do relé para fase

R T DSFase × 0, 14
top = " 0,02 #
Iop
−1


Iop = Icc = 1557, 203A;
T DSFase = 0, 06526.

R 0, 06526 × 0, 14
top = " #
1557, 203 0,02

−1
260

R
top = 0, 25067 s

Cálculo do tempo de atuação do relé para neutro

R T DSNeutro × 0, 14
top = " 0,02 #
Iop
−1

φT
Iop = Iccmin = 174, 7554A;
T DSNeutro = 0, 05721.

R 0, 05721 × 0, 14
top = " #
174, 7554 0,02

−1
35

R
top = 0, 24506 s

Relé - Religador A
De todos os TDS’s obtidos na zona de proteção do religador A, foi escolhido os maiores
tanto para fase quanto para neutro, que são 1,434 s e 5,925 s, respectivamente. E temos o tempo
de operação do religador A de 0,23 segundos para a proteção de fase e 0,94 segundos para
a proteção de neutro. Além disso, somamos 0,2 segundos a ambos tempos afim de garantir a
condição de coordenação relé-religador, logo:

R Rlg
top = top + 0, 2 s
Capítulo 3. Estudo do Caso 33

Com base no dimensionamento do relé nas seções anteriores, temos a corrente de ajuste
para a proteção de fase Iφ = 260 A e a corrente de ajuste para a proteção de neutro In = 35 A.
Tendo esses dados podemos calcular o TDS do relé para fase e neutro.
Cálculo do TDS para ajuste de fase
A máxima corrente de curto que percorre tanto o relé, quanto o religador, a corrente

trifásica que encontra-se na barra 9 e é dada por Icc = 2686, 557 A.
 −1
 
R
 0, 14 
T DS = top ×
 " 0,02 #
Iop

−1
 


Iop = Icc = 2686, 557 A
R
top = 0, 23 + 0, 2 = 0, 43 s

 −1
 
 0, 14 
T DS = 0, 43 ×  "
 0,02 #
2686, 557

−1
 
260

T DS = 0, 14686 s

A Figura 27 apresenta o coordenograma para fase.

Figura 27 – Coordenograma Relé - Religador A (Fase)

Fonte: Elaborado pelos autores.


Capítulo 3. Estudo do Caso 34

Cálculo do TDS para ajuste de neutro


Para a proteção de neutro, a máxima corrente de curto que percorre tanto o relé, quanto o
φT
religador, a corrente monofásica que encontra-se na barra 9 e é dada por Icc = 2439, 303 A.
 −1
 
R
 0, 14 
T DS = top ×
 " 0,02 #
Iop

−1
 
In

φT
Iop = Icc = 2439, 303 A
R
top = 0, 94 + 0, 2 = 1, 14 s

 −1
 
 0, 14 
T DS = 1, 14 ×  "  0,02
# 
2439, 303
 
−1
 
35

T DS = 0, 72137 s

A Figura 28 apresenta o coordenograma para neutro.

Figura 28 – Coordenograma Relé - Religador A (Neutro)

Fonte: Elaborado pelos autores.

Relé - Religador B
O TDS obtido para o religador B é de 0,99, que corresponde ao tempo de 0,16 s para a
fase. Para o neutro, o TDS encontrado foi de 2,64 s, com o tempo de 0,42 s.
Capítulo 3. Estudo do Caso 35

Cálculo do TDS para ajuste de fase


A máxima corrente de curto que percorre tanto o relé, quanto o religador, a corrente

trifásica que encontra-se na barra 4, e é dada por Icc = 2686, 557 A.
 −1
 
R
 0, 14 
T DS = top ×
 " 0,02 #
Iop

−1
 


Iop = Icc = 2686, 557 A
R
top = 0, 16 + 0, 2 = 0, 36 s

 −1
 
 0, 14 
T DS = 0, 36 ×  "  0,02
# 
2686, 557
 
−1
 
260

T DS = 0, 12295 s

A Figura 29 apresenta o coordenograma para fase.

Figura 29 – Coordenograma Relé - Religador B (Fase)

Fonte: Elaborado pelos autores.

Cálculo do TDS para ajuste de neutro


Para a proteção de neutro, a máxima corrente de curto que percorre tanto o relé, quanto o
φT
religador, a corrente monofásica que encontra-se na barra 4 e é dada por Icc = 2439, 303 A.
Capítulo 3. Estudo do Caso 36

 −1
 
R
 0, 14 
T DS = top ×
 " 0,02 #
Iop

−1
 
In

φT
Iop = Icc = 2439, 303 A
R
top = 0, 42 + 0, 2 = 0, 62 s

 −1
 
 0, 14 
T DS = 0, 94 ×  "  0,02
# 
2439, 303
 
−1
 
35

T DS = 0, 39232 s

A Figura 30 apresenta o coordenograma para neutro.

Figura 30 – Coordenograma Relé - Religador B (Neutro)

Fonte: Elaborado pelos autores.

Relé - Religador C
O TDS encontrado para o religador C é de 1,35 s, que corresponde ao tempo de 0,22 s
para a fase. Para o neutro, o TDS obtido foi de 4,62 s, com o tempo de 0,74 s.
Cálculo do TDS para ajuste de fase
Capítulo 3. Estudo do Caso 37

A máxima corrente de curto que percorre tanto o relé, quanto o religador, a corrente

trifásica que encontra-se na barra 4 e é dada por Icc = 3637, 052 A.
 −1
 
R
 0, 14 
T DS = top ×
 " 0,02 #
Iop

−1
 


Iop = Icc = 3637, 052 A
R
top = 0, 22 + 0, 2 = 0, 42 s

 −1
 
 0, 14 
T DS = 0, 42 ×  "  0,02
# 
3637, 052
 
−1
 
260

T DS = 0, 16255 s

A Figura 31 apresenta o coordenograma para fase.

Figura 31 – Coordenograma Relé - Religador C (Fase)

Fonte: Elaborado pelos autores.

Cálculo do TDS para ajuste de neutro


Capítulo 3. Estudo do Caso 38

Para a proteção de neutro, a máxima corrente de curto que percorre tanto o relé, quanto o
φT
religador, a corrente monofásica que encontra-se na barra 4, e é dada por Icc = 3639, 936 A.
 −1
 
R
 0, 14 
T DS = top ×
 " 0,02 #
Iop

−1
 
In

φT
Iop = Icc = 3639, 936 A
R
top = 0, 74 + 0, 2 = 0, 94 s

 −1
 
 0, 14 
T DS = 0, 94 ×  "  0,02
# 
3639, 936
 
−1
 
35

T DS = 0, 65356 s

A Figura 32 apresenta o coordenograma para neutro.

Figura 32 – Coordenograma Relé - Religador C (Neutro)

Fonte: Elaborado pelos autores.

Considerando todos os TDS’s obtidos para o relé, para a proteção de fase foi adotado o
T DS = 0, 16255 s, e para a proteção de neutro foi adotado o T DS = 0, 72137 s, pois os mesmos
garantem a coordenação e seletividade entre os elementos do circuito.
39

4 CONCLUSÃO

Em síntese foi explanado através desse presente estudo a importância de um sistema


de proteção em uma rede de distribuição, com parâmetros fictícios de projeto foi demostrado a
complexa e necessária relação de coexistência entre os elos presentes em um sistema de proteção,
desde elementos sensores como o relé e seus auxiliares operacionais como o transformador de
corrente e o transformador de potencial, à atuadores como fusíveis e religadores. O sistema de
proteção deve conter em suas bases filosofias analíticas já consolidadas na areá de proteção,
como confiabilidade, coordenação, seletividade, tais conceitos operando de forma harmoniosa
entre si resultam em um Sistema Elétrico de proteção - (SEP) com um status satisfatório do
ponto de vista operacional, que garante uma proteção efetiva aos elementos da rede primária e
secundaria assim como também estabilidade às cargas nelas conectadas.
A seletividade quando corretamente aplicada promove a isolação do ponto onde ocorreu a
falta, não permitindo que as demais áreas alheias a tal falta sejam retiradas do sistema, permitindo
que inúmeros transtornos sejam evitados, como a falta de fornecimento a cargas importantes
como hospitais, escolas e prédios públicos em geral, já a coordenação determina a cadeia de
atuação dos dispositivos de forma que os mesmos operem de forma escalonada, buscando
um maior controle sobre as faltas locais, determinando regiões de atuação a fim possibilitar
uma relação de funcionamento que venha a interligar os elementos de proteção da forma mais
satisfatória possível, levando em consideração as suas características de atuação na rede. A
coordenação e seletividade quando implementadas segundo as doutrinas do SEP promovem a
diminuição significativa da interrupção do sistema, sanando faltas temporárias e permanentes de
forma complementar, onde ambas faltas possuem um equipamentos corretamente configurados
para atuar simultaneamente para ambas categorias de sinistros.
40

REFERÊNCIAS
FERREIRA, V. Coordenação e seletividade dos dispositivos de proteção em uma empresa
metalúrgica. 2021.

FONSECA, P. L. Metodologia para análise da coordenação e seletividade da proteção de


sistemas de distribuição rural. Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas, 2016.

LEDESMA, J. J. G. Uma metodologia para análise da coordenação e seletividade da proteção de


sistemas de distribuição. 2012.

VIEIRA, A. R. Proteção de redes de dsitribução de energia elétrica. Universidade Federal do


Pará - Campus Tucuruí, 2023.
Anexos
42

ANEXO A – ESTUDOS DE FLUXO DE CARGA E


CURTO-CIRCUITO PARA O SDR DE 69 BARRAS

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