Você está na página 1de 29

Plinio Corrêa de Oliveira

O Santo Sudário
de Turim
Plinio Corrêa de Oliveira

O Santo Sudário
de Turim

Instituto Lumen Sapientiæ


São Paulo/Roma, 2020
Plinio Corrêa de Oliveira

O Santo Sudário
de Turim
Bandeira Magnífica da Ressurreição
Coletânea de textos (1967-1991)

Apresentação, Introdução e Notas de:

Pe. Carlos Werner Benjumea, EP


José Manuel Jiménez Aleixandre, EP

São Paulo/Roma
2020
O Santo Sudário de Turim
Bandeira Magnífica da Ressurreição
Coletânea de textos (1967-1991)
Autor:  Plinio Corrêa de Oliveira
Compilação: Pe. Carlos Werner Benjumea, EP
José Manuel Jiménez Aleixandre, EP
Diagramação: Aleilton Chavenco
Instituto Lumen Sapientiae
Rua Dom Domingos de Silos, 238
CEP: 02526-030 – São Paulo – SP
E-mail: lumen.sapientiae@virgofloscarmeli.org
Impressão e acabamento:
Hawaii Gráfica e Editora Ltda.
Rua Augusto Piacentini, 454
CEP: 03223-190 – São Paulo – SP

ISBN: 978-65-87331-00-3

Foto da capa: Fotomontagem de Dr. Plinio em uma Cerimônia de


25/12/1988 com o Santo Sudário exposto em 3/06/2009.

Legendas das fotos: os textos entre aspas são frases


dos comentários de Dr. Plinio.

São Paulo/Roma, 2020.


Sumário

Apresentação.................................................................. 11

Introdução....................................................................... 15

I – SIGNIFICADO DO SANTO SUDÁRIO DE TURIM..........35


Origens do Santo Sudário................................... 35
O “Sudário” do sepultamento e o “Santo Sudário”
de Turim.................................................................35
O que é o Santo Sudário..............................................37
Origem ignota do Santo Sudário.................................43
O negativo fotográfico..................................................43

Imagens de Nosso Senhor Jesus Cristo ao longo


de XX séculos............................................... 45
Considerando, em menino, o rosto de Nosso
Senhor Jesus Cristo................................................45
As “imagens sulpicianas” e o Santo Sudário................47
Primeiro olhar do Santo Sudário:
“Oh inimaginável!”.................................................49
O Santo Sudário: arquétipo de todos os homens........51
A veracidade do Santo Sudário....................................51

Provas científicas da autenticidade do Santo


Sudário......................................................... 53
Como se formou a imagem no pano?.........................53
O momento magnífico da Ressurreição.......................54
A fotografia de Jesus Cristo formou-se
misteriosamente....................................................55
Imagem tridimensional................................................56

5
O Santo Sudário de Turim nas considerações de Plinio Corrêa de Oliveira

O Santo Sudário não foi despregado do Corpo de


Jesus Cristo, mas destacou-se sem lesar nada.......56
O pólen no Santo Sudário............................................57
A Igreja não teme os cientistas.....................................58
A mentalidade da impiedade contemporânea.............58
Os milagres de Lourdes................................................59
Desafio aos ímpios, a respeito de Lourdes e do
Santo Sudário.........................................................60
Atitude do homem do século XX diante do Santo
Sudário...................................................................62
A glorificação da ciência ateia no fim do século XIX....63
Diante da “fotografia” de Jesus Cristo, a impiedade
deixa de polemizar.................................................64
Vitória inesperada para os que sepultaram Jesus........65
O enterramento apressado do Rei das nações.............65
O pano entra no silêncio do túmulo...........................67
O Santo Sudário, bandeira da Ressurreição.................68

Causa mortis de Nosso Senhor.......................... 69


Jesus Cristo morreu porque Seu coração se
rompeu em dois.....................................................69
Reação de Nossa Senhora na morte de Jesus...............70
A Doçura do Coração de Jesus, partido por
amor a “nós”...........................................................70

II – MEDITAÇÕES DIANTE DO SANTO SUDÁRIO.............73


A Sagrada Face: abismo de todas as perfeições
(7 de fevereiro de 1967)................................. 73
A Face de Nosso Senhor, espelho de Sua alma.............73
Representações de Nosso Senhor ao longo da
História...................................................................74
Visões de Catarina Emmerich sobre a Paixão...............76
O pano do Santo Sudário.............................................77
A Sagrada Face: Seriedade total, Verdade absoluta.......77
Majestade simplicíssima..............................................78
Censura e rejeição.........................................................78
Calma e serenidade.......................................................80
O senso moral de Jesus Cristo......................................80
Os Olhos.......................................................................81

6


Olhares de Jesus ao longo de Sua Vida........................82


Prática da devoção à Sagrada Face, imitando
Nossa Senhora........................................................83
Santa Teresinha da Santa Face......................................84
O Olhar.........................................................................87
Espírito sério, tenaz, capaz, resolvido..........................88
O Nariz..........................................................................88
O Rosto.........................................................................88
A rejeição aos algozes....................................................89

“Eu sou Aquele que é!”


(10 de março de 1973).................................... 89
A Sagrada Face: uma “fotografia” de Nosso
Senhor Jesus Cristo................................................89
Rosto alongado.............................................................90
A Face, símbolo da Alma...............................................90
O Corpo........................................................................91
A Sagrada Face...............................................................91
Maturidade absoluta....................................................92
Sacralidade extraordinária: “Eu sou!”...........................92
Olhar divinamente afável, expressão
divinamente severa................................................94

O Rosto do Santo Sudário: Divisor de águas


(9 de fevereiro de 1983)................................. 94
A Face do Santo Sudário está alongada........................94
Pensamentos elevados..................................................95
Juízo e condenação.......................................................96
Firmeza inabalável........................................................97
Por trás de tudo, a Divindade.......................................98
O Queixo......................................................................99
O Nariz........................................................................100
O Olhar.......................................................................101
A Boca.........................................................................102
A Face sagrada.............................................................103
A Fronte.......................................................................103
Como Nosso Senhor Jesus Cristo falaria com
Nossa Senhora durante a Paixão..........................104
A Estatura....................................................................105

7
O Santo Sudário de Turim nas considerações de Plinio Corrêa de Oliveira

As Costas.....................................................................106
Imaginá-Lo vivo e falando..........................................106
O inimaginável do Santo Sudário da a certeza de
que é Jesus Cristo.................................................107
Jesus Cristo corporifica a Igreja...................................108
O mundo moderno diante da Pessoa de
Jesus Cristo...........................................................110
A recusa da Pessoa de Jesus Cristo, durante a
vida d’Ele..............................................................110
“Eu realizo meu plano dividindo: Eu divido!”...........113
Como seria o Véu da Verónica....................................114
Que impressão o Santo Sudário causa em nós..........116

Grandeza manifestada no Santo Sudário


(12 de agosto de 1991)................................. 118
Réu por excelência, Juiz por excelência......................118
Misericórdia para o século XX....................................120
A Grandeza do Juiz Divino.........................................120
O Olhar.......................................................................121

Majestade que julga e convida ao pedido de perdão


(13 de agosto de 1991).................................123
O Santo Sudário: “un Dieu brisé, rompu et
anéanti”................................................................123
Os Braços....................................................................124
A Face..........................................................................124
A Fisionomia...............................................................124
O Nariz........................................................................127
A Boca.........................................................................127
A Majestade de Deus, manifestada numa Face
humana................................................................127
O Coração...................................................................127

III - COMENTÁRIOS VÁRIOS A RESPEITO DO


SANTO SUDÁRIO.......................................................... 129

Luz Primordial de Jesus Cristo..........................129

Jesus, profundo e misterioso.............................129

8


A Sacralidade da Sagrada Face......................... 131

Atitude diante de Jesus vivo..............................132

A chave de compreensão da Igreja é a graça....133

A Igreja é um organismo vivo...........................134

Diante do Santo Sudário: “olhar-se, estar


juntos e querer-se bem”...............................134

Diante de Nossa Senhora..................................134

As relíquias da Paixão depois do Juízo Final.....135

O Santo Sudário, depois do Juízo Final.............135

A luta presente em qualquer comemoração


festiva..........................................................136

O brilho do Corpo de Jesus Cristo após o


Juízo Final....................................................136

O terror dos demônios no inferno......................137

Bibliografia.................................................................... 139
Livros e artigos citados neste trabalho..............139

Outros livros recentes a respeito do


Santo Sudário...............................................140
Em português.............................................................140
Em italiano.................................................................141

9
Apresentação
stephane333 (CC3.0)

Catedral de São João Batista,


em Turim, Itália
14
Introdução

N a última vez que tivemos oportunidade de venerar em


Turim o Santo Sudário – foi em junho de 2015 – percor-
ri o itinerário de ingresso cuidadosamente preparado
nos jardins da catedral, o qual se findava num pequeno auditório
(foto 1) onde era feita a projeção de algumas belíssimas imagens
do venerável tecido. Depois, por uma porta lateral, entrei com os
demais componentes de um grupo de visitantes no templo envolto
na penumbra (foto 2). O Santo Lençol estava exposto em toda sua
grandeza, totalmente estendido em sentido horizontal. Podíamos
permanecer apenas por dez minutos (foto 3) em oração silencio-
sa até que, dado o aviso, tomamos o caminho da saída. Chamou a
atenção que no longo percurso para a entrada as pessoas conver-
savam amigavelmente, conten-
tes de se aproximar da sagrada 4
relíquia, mas na saída todos es-
tavam silenciosos, meditativos,
quase parecendo que havía- Renzo Bussio Sindone.org

mos venerado durante aquele


tempo o Corpo ainda quente
e sangrante do Senhor. As
pessoas se dispersavam cami-
nhando devagar pela praça.
3

2
1
Renzo Bussio Sindone.org
Renzo Bussio Sindone.org
Alber to Bardus - Sindone.org

15
O Santo Sudário de Turim nas considerações de Plinio Corrêa de Oliveira

Tomei o caminho de ingresso à nave da catedral, para o


que não era preciso fazer fila, e voltei ao templo; lá, a uma dis-
tância de dez ou quinze metros da Santa Síndone (foto 4, da pá-
gina anterior), podia-se ficar quanto se desejasse. Ali, permaneci
um tempo indeterminado contemplando, rezando, deixando-me
embeber da presença sacrossanta de Jesus morto e ressuscitado,
talvez uma hora, mas o relógio parecia não existir. Finalmente
foi preciso deixar o edifício sacro.
Na saída, uma senhora abordou-me curiosa ao contemplar
o hábito dos Arautos do Evangelho, e quis saber a qual congre-
gação pertencia, o que faziamos, etc. Ao lhe ser dito que eu era
docente no seminário dos Arautos no Brasil, ela interessou-se
pela América Latina, pela formação sacerdotal, pelas vocações...
Parecia uma dona de casa correta, sem grandes estudos, mas com
sincera piedade, apenas com aquilo que os franceses chamam “a
fé do carvoeiro”, cujo conhecimento doutrinário limita-se, muitas
vezes, ao catecismo infantil, e algumas leituras de artigos de revis-
tas ou jornais (e nos dias atuais também a programas de televisão
católicos). Em certo momento, como quem tenta extrair um espi-
nho cravado num ponto dolorido da alma, perguntou um pouco
sem relação com o resto da conversa: “Mas... a Santa Síndone... é
verdadeira?” “Claro que é verdadeira!”, respondi, acrescentando:
“Basta ver o efeito nas pessoas: todos entram alegres, comunica-
tivos, extrovertidos e em apenas cinco ou dez minutos diante da
relíquia saem pensativos, silenciosos, meditativos. São os efeitos
habituais do sobrenatural”. Ela pareceu aliviada. Cumprimenta-
mo-nos e nos despedimos. Creio que jamais voltarei a vê-la.
Ao se afastar, ainda a ouvi comentar com sua amiga, num
tom de voz muito efusivo e contente: “Ele diz que é verdadei-
ra!”. Instintivamente lembrei-me de S. Tomás, e do recente do-
cumento da Congregação para a Doutrina da Fé sobre o “sensus
fidei”. A chamada “fé do carvoeiro” muitas vezes proporciona
um conhecimento de todas as realidades naturais e sobrenatu-
rais mais seguro que os muitos estudos, até dos doutorados em
teologia, filosofia ou direito canônico que os professores de se-
minário temos de realizar. A respeito do Santo Sudário de Turim
a “fé do carvoeiro”, o sensus fidei, assegura sua autenticidade,

16
Introdução

a despeito dos estudos


científicos, carbono-14 ou

Otavio de Melo
análise arqueológica. O
que é esse sensus fidei do
miúdo povo de Deus?
Explica o Aquina-
te que o ser humano tem,
segundo sua própria natu-
reza, dois modos de conhe-
cer a realidade externa: ao
primeiro ele chama “por
conhecimento” ou “por
estudo”2, ao segundo “por
afinidade” ou “por afeto”3.
A mentalidade cartesiana,
racionalista, pragmática e
ateia de nossos dias finge
existir apenas, no homem,
o conhecimento “per stu-
dium”, o qual é conatural
ao homem desde sua in-
São Tomás de Aquino
fância, porém o segundo Basílica Nossa Senhora do Rosário, Caieiras (Brasil)
gênero de conhecimento
descrito por S. Tomás existe pelo fato de que todo homem desen-
volve e cria em si continuamente hábitos de ação, tanto na linha
do bem (virtudes) como na linha do mal (vícios); é segundo eles
que será julgado por Deus. Os hábitos (virtuosos ou viciosos) ge-
ram no homem uma como que “segunda natureza” que inclina
instintivamente a pessoa em direção a certos objetos afins com
os hábitos que ele desenvolveu em si mesmo, ou à rejeição de ou-

2 “Per modum cognitionis”, “per studium” “per rationis inquisitionem”, “secundum


perfectum usum rationis” (II-II, q. 45, a. 2, co; I, q. 12, a. 4, co; I, q. 12, a. 4, ad 4; I, q.
12, a. 9, ad 2; I, q. 12, a. 12, co; etc.).
3 “Per modum inclinationis”, “per affinitas”, “propter connaturalitem quandam”, “iudi-
cium per modum inclinationis”, “cognitio affectiva” (I, q. 12, a. 5, co; ver o recente estudo
D’AVENIA, MARCO, La conoscenza per connaturalità in S. Tommaso d’Aquino, Bo-
logna, Italia, Edizioni Studio domenicano, 1992, e à introdução ao mesmo de BOTTU-
RI, FRANCESCO, Presentazione, in D’AVENIA, “La conoscenza per connaturalità in S.
Tommaso d’Aquino”, Bologna, Italia, Edizioni Studio domenicano, 1992, 5-9, 5; 8).

17
O Santo Sudário de Turim nas considerações de Plinio Corrêa de Oliveira

tros; e isto é feito sem raciocínios4. Tal conhecimento é conatural


a todo ser humano dotado de alma inteligente, porém vai se ma-
nifestando e aperfeiçoando na medida em que os hábitos (virtuo-
sos ou viciosos) se enraízam na mentalidade.
Este segundo gênero de conhecimento humano – que po-
demos denominar com S. Tomás de “afetivo”, “por afinidade”, ou
“por uma espécie de conaturalidade” – surge das profundezas da
alma diante da realidade externa. O puro julga a pureza de um
ato com mais precisão, agilidade e certeza que um estudioso de
moral, o qual poderá ficar perplexo ou indeciso diante de uma
situação concreta5. Podemos dizer que o bêbado julga por conatu-
ralidade tudo o que convém a seu vicio, e a ele é atraído.
Porém, quando a alma é remida pelo batismo, limpa do Pe-
cado Original e inabitada pela Trindade Santíssima, a posse está-
Arautos do Evangelho

O sensus fidei, adquirido pelo batismo, se desenvolve e cresce na medida em que na


alma do fiel crescem e se desenvolvem as virtudes da fé e da caridade.

4 COMMISSION THEOLOGIQUE INTERNATIONALE, Le sensus fidei dans la vie de


l’Église, Paris, Cerf, 2014, nn. 51-52.
5 II-II, q. 45, a. 2 ; COMMISSION THEOLOGIQUE INTERNATIONALE, Le sensus
fidei dans la vie de l’Église, n. 52.

18
Introdução

vel da graça divina faz com que esse conhecimento afetivo adquira
uma dimensão nova, do qual está privada a inteligência meramen-
te natural sem a vida habitual da graça. É o chamado sensus fidei6,
que “é infalível no seu objeto”7, um sensus que se desenvolve e
cresce na medida em que na alma do fiel crescem e se desenvol-
vem as virtudes da fé e da caridade8. Daí o sentimento instintivo
que eu tive de que naquela anônima senhora, na porta da catedral
de Turim, estava atuando o sensus fidei no conhecimento da ve-
racidade do Santo Sudário. Ela certamente lera jornais, assistira
programas de televisão e ouvira discussões “per studium” pondo
em dúvida – algumas delas – a autenticidade da Síndone; porém
algo no seu interior, que ela não sabia explicar “per studium”, lhe
dizia que apesar de todos os argumentos “secundum perfectum
usum rationis” contrários à autenticidade eram incompletos. Es-
tava à espera de alguém que por afinidade a confirmasse em sua
certeza. Daí a alegre exclamação: “Ele diz que é verdadeira!”.
Na presente coletânea de textos de Dr. Plinio, a respeito do
Santo Sudário de Turim, deparamo-nos continuamente com possan-
tes manifestações do sensus fidei, alicerçado numa inocência ilibada-
mente conservada desde sua primeira infância. Esse é o motivo das
diversas notas que incluímos, apenas para ajudar a perceber que não
estamos diante de uma análise científica do tecido, utilizando apenas
um “perfeito uso da razão” – como diz S. Tomás – mas do conheci-
mento “por afinidade” de uma alma inocente diante de um fato ad-
mirável: o divino Rosto de Jesus morto, milagrosamente estampado

6 O recente documento da COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL a que nos te-


mos referido, é particularmente claro nos seus nn. 49-60: “Le sensus fidei fidelis est une
sorte d’instinct spirituel qui permet au croyant de juger de façon spontanée si tel enseig-
nement particulier ou telle pratique particulière est ou n’est pas conforme à l’Évangi-
le et à la foi apostolique” (49). “À la différence de la théologie, que l’on peut décrire
comme une scientia fidei, le sensus fidei fidelis n’est pas une connaissance réflexive
des mystères de la foi, qui mettrait en œuvre des concepts et qui utiliserait des procédu-
res rationnelles pour atteindre ses conclusions. Comme l’indique son nom (sensus), il
s’apparente plutôt à une réaction naturelle, immédiate et spontanée, comparable à un
instinct vital ou à une sorte de « flair », par lequel le croyant adhère spontanément à ce
qui est conforme à la vérité de la foi et évite ce qui s’y oppose” (54).
7 COMMISSION THEOLOGIQUE INTERNATIONALE, Le sensus fidei dans la vie de
l’Église, n. 55.
8 COMMISSION THEOLOGIQUE INTERNATIONALE, Le sensus fidei dans la vie de
l’Église, n. 57.

19
O Santo Sudário de Turim nas considerações de Plinio Corrêa de Oliveira

em negativo sobre uma peça de linho. Descobrimos em cada frase


um conhecimento “por afinidade” enriquecido pela vida habitual
da graça na alma, originando uma atuação do sensus fidei na vida de
piedade, diante de um objeto eminentemente sagrado. Aliás, foi a
mesma reação de S. João quando avisado por Santa Maria Magdale-
na, junto com S. Pedro, de que o corpo de Jesus não estava mais no
Sepulcro: correu, olhou, viu o pano no qual ele ajudara a envolver o
restos martirizados do Mestre, estendido9 sobre a pedra, e creu; não
foi preciso considerar provas científicas da análise do Preciosíssimo
Sangue, do pólen ou do carbono-14. Apenas “vidit et credidit” (Jo 20,
8) – viu e creu. Independentemente de qualquer graça que ele possa
ter recebido nesse instante, a sua natureza restaurada pelo Batismo
e na posse do estado de graça julgou “por afinidade” da certeza da
Ressurreição de Jesus, e o sensus fidei o levou a aquilatar o que cons-
titui o fundamento de nossa Fé, como afirma S. Paulo: “Si Christus
non resurrexit inanis est ergo praedicatio nostra inanis est et fides vestra”
(1Cor 15, 14) – Se Cristo não ressuscitou é vã nossa pregação, e vã
é vossa fé. Para João, o Apóstolo Virgem, à vista do Santo Lençol a
ressurreição era certa.
Este objeto que S. João viu e que se conserva em Turim é
um pano que, segundo a mentalidade racionalista, apenas tem
provas seguras desde que em 1353 aparece na cidade de Li-
rey no nordeste da França,
em mãos do Godofredo de
Charny. Dali até a Catedral
de Turim o percurso está so-
Arthur Forgeais (CC3.0)

lidamente documentado, in-


clusive no que se refere aos
incêndios que ameaçaram
destruí-lo (os mais famosos
em 1532 e 1997; para este
último não se descarta uma
Distintivo de peregrino datado de fins do
século XIV, encontrado no rio Sena, em 1855.
ação intencional), manchas
O emblema ostenta uma representação do de água, restaurações mais
Sudário de Lirey – Museu de Cluny, Paris (França)
ou menos felizes, etc.

9 “Distendido” ou “esticado”, se nos atemos ao o senso do termo grego que ele emprega
no seu Evangelho: keímena (κεἰμενα). Ver box da página 23.

20


Francisco Lecaros

São Pedro e São João no sepulcro


vazio – Mosteiro de San Millán
de Suso, La Rioja (Espanha)
21
O Santo Sudário de Turim nas considerações de Plinio Corrêa de Oliveira

Mas antes: qual origem? Os es-


youtube.com

tudiosos da Sagrada Síndone, como é


denominado em italiano, ou do San-
to Sudário, como se costuma dizer em
português, não estão totalmente de
acordo. Parece-nos ser mais provável
a hipótese que o reconhece no deno-
minado Mandilion conservado em
Edessa comprovadamente desde 544,
e que em 944 foi trasladado a Cons-
tantinopla. A chegada na capital do
império do oriente está documentada,
e também seu culto pelos peregrinos,
na suntuosa igreja de Santa Maria de
Blanquerna, onde todas as sextas-fei-
ras era exposto à veneração totalmen-
te estendido, como hoje em Turim por
ocasião das últimas exibições.
Porém, com a invasão e sa-
queio da cidade de Bizâncio pelos
cruzados em 1204, perde-se o rastro
da relíquia. Evidentemente algum
desse guerreiros tomou o sudário e
levou-o consigo como, aliás, tantos
outros espólios da cidade do Bósfo-
ro, hoje conservados em Veneza ou
Viena, Roma ou Paris.
Alguns dizem ter sido conserva-
da pelos templários, os quais, quando
de sua supressão, a teriam entregado
ao senhor de Charny.
Independentemente das vicis-
situdes que levaram o lençol à capi-
tal do Piemonte, é fato que em 25 de

Cenas do resgate do Santo Sudário


durante o incêndio de 1997, Turim (Itália)

22
Introdução

Divulgação (CC3.0)
maio de 1898 Secondo Pia, um advo-
gado turinense devoto do sagrado teci-
do, utilizou a então “moderna” técnica
fotográfica para reproduzir as miste-
riosas marcas, algumas avermelhadas,
outras escuras, objeto da veneração.
Qual não foi sua surpresa quando, ao
revelar o negativo fotográfico “desco-
briu” o Rosto do Homem Deus!
O negativo fotográfico do San-
to Sudário evidenciou algo inimagi-
nável: as marcas no tecido, confusas

Secondo Pia

As dobras do Santo Sudário

D
Introdução
o estudo das do- D
D
F
bras existentes no A B

tecido foram elaboradas E


B
duas hipóteses a respei-
to de como o Sudário te- C E

4
ria sido conservado em 2

Constantinopla e/ou em D EG C A D

Edessa. Nesta cidade – D


B

E
F
primeiro “reino” cristão E

da História, com o batis- F


mo do rei Abgar IX, nos
primeiros anos do sécu- G
5
lo III – ele era também E G C A
1 3
chamado “tetradiplon”,
ou seja dobrado quatro vezes, e habitualmente apenas era
visível o rosto de Nosso Senhor, como narram as crónicas
e parecem indicar algumas pinturas da época, sendo total-
mente estendido para a veneração em poucas ocasiões.

23
O Santo Sudário de Turim nas considerações de Plinio Corrêa de Oliveira

e pouco discerníveis, tinham sido deixadas com inversão da luz,


e por isso a verdadeira fisionomia de Cristo era apenas conhe-
cida como uma mancha turva, até o aparecimento da técnica do
fotográfica primitiva (nos dias atuais a obtenção de negativos fo-
tográficos foi substituída por modernos métodos de registro de
imagens).
Os estudos científicos a respeito da autenticidade do Sa-
grado Lençol de Turim se sucederam desde então, junto a ten-
tativas canhestras de falsificação10. Não é nosso objetivo tratar
disso: o nosso sensus fidei diz-nos – como àquela anônima se-
nhora na porta da Catedral de Turim – que aquilo são as marcas
do Corpo crucificado de nosso divino Redentor. Chamemos a
atenção apenas para algumas das conclusões mais chamativas de
investigações técnicas.
Em primeiro lugar quanto às marcas. Podemos dizer que as
encontramos de três tipos: as do Preciosíssimo Sangue manado dos
ferimentos no transporte do Corpo desde a Cruz até o Sepulcro, e
que impregnam o tecido em toda a sua espessura; as do esplendo-
roso ato da Ressurreição, sem pigmento, mas apenas visíveis, por
uma modificação cientificamente inexplicável, na superfície do te-
cido11; e, finalmente as marcas do tempo: buracos que remontam
ao incêndio de 1532, manchas da água utilizada naquela ocasião,
sinais dos séculos em que foi conservado dobrado, etc.
Das manchas do Sangue redentor, recentes estudos provaram
serem sangue humano, do tipo AB de um varão12, como o sangue

10 O exemplo mais característico foi a chamada “datação pelo Carbono-14”, desprovida das
mínimas garantias científicas de isenção, como provado em diferentes estudos sérios.
11 As fibras do Sagrado Pano tem uma grossura média de 0,34 mm., impregnadas pelo
Sangue de Jesus, onde este deixou marcas, em toda sua dimensão; porém os “sinais da
ressurreição” apenas estão num dos lados do tecido, modificando levemente a colora-
ção, que passa do amarelado natural da fibra de linho a diversos tons de cinza, marcando
apenas 0,02 ou 0,03 mm. da espessura. Estas “marcas da ressurreição” não existem nos
lugares onde o Sangue tinha antes deixado impregnado o lençol. Para mais detalhes
pode ser consultado nosso artigo JIMÉNEZ ALEIXANDRE, JOSÉ MANUEL, Teste-
munha muda da Ressurreição de Jesus, in “Arautos do Evangelho”, 103 (2009) 18-23.
12 O sangue tipo AB é bastante raro entre os homens. Calcula-se que apenas 7% o pos-
suem, o que torna a coincidência cientificamente indicativa de tratar-se de casos mira-
culosos. Uma recente publicação de um cardiologista italiano (SERAFINI, FRANCO,
Un cardiologo visita Gesù, Bologna, ESD, 2018) menciona interessantíssimas provas
médicas da existência de sangue humano tipo AB, bem como células de músculo cardía-

24
Introdução
Reinhard Dietrich (CC3.0)

José Luis Filpo Cabana (CC3.0)


O “Pañolón” de Oviedo
(Espanha)

N a Catedral de Oviedo (Espanha) venera-se um tecido


com manchas de sangue com idêntica disposição
às do Santo Sudário de Turim. Tudo indica que se tra-
ta do Sudário que, segundo o costume judeu da época,
era utilizado para velar o rosto dos cadáveres durante os
ritos de preparação para a sepultura, e que depois era
guardado no próprio sepulcro. É aliás o que constata S.
João no seu relato evangélico: “O sudário que cobriu sua
cabeça estava dobrado em lugar à parte”, do lençol que
envolveu o Divino Corpo de Jesus (Jo 20, 7)

do “Pañolón” conservado em Oviedo (Espanha)13, ou o da Sagrada


Túnica de Argenteuil (França)14, e ainda dos miraculosos coágulos
de sangue conservados em Lanciano (Itália) desde o século VIII15.

co, em relíquias de diversos milagres eucarísticos, no Santo Sudário, no “Pañolón” de


Oviedo e na Túnica de Argenteuil. Estando já esta obra em fase final de revisão, incluí-
mos apenas esta referência, recomendando vivamente sua leitura aos interessados.
13 Ver box da página 25.
14 Ver box da página 26.
15 Ver box da página 29.

25
Introdução

Francisco Lecaros
il (França)
Basí lica de Saint-Denis, Argenteu
Francisco Lecaros

A Sagrada Túnica de
Argenteuil (França) Sagrada Tún ica, Argenteu il (Fran
ça)

N a cidade de Argenteuil, nas redondezas de Paris, vene-


ra-se desde o século IX a túnica inconsútil que, tecida
por Nossa Senhora, Jesus vestiu até o momento da cruci-
fixão no Calvário, e sobre a qual os soldados deitaram sor-
tes para não a rasgar (Jo 19, 23-24). Conservada por vários
séculos na igreja das “Miríadas de Anjos” (Myriangeloi) em
Germia, na atual Turquia, teria sido dada de presente pela
imperatriz do Oriente Irene a Carlos Magno com motivo de
sua coroação em Roma como imperador do Ocidente; dai
a sua conservação na França. Porém, durante a Revolu-
ção Francesa, o sacerdote da
igreja de Argenteuil teve
receio de que a relí-
quia fosse queimada
pelos revoltosos, e
assim a cortou em
Francisco Lecaros

diversos pedaços,
escondendo cada
um em lugar dife-
rente. Hoje em dia
encontra-se recons-
tituída. Soldados deitando sorte sobre a túnica de Nosso
Senhor – Museu dos Agostinianos,
Freiburg (Alemanha)
26
Introdução

As “marcas da ressurreição” são as que nos interessam aqui.


Elas têm inexplicável origem, e correspondem a um negativo fo-
tográfico, técnica impossível de realizar por qualquer artista ainda
que genialmente dotado. O “negativo” das marcas mostra um ho-
mem alto (183 cm.) profundamente martirizado. Nas costas e nas
pernas, sinais de uma espantosa flagelação com o terrível flagrum
romano, um chicote com várias correias, nas pontas das quais ha-
via bolinhas de metal ou de osso, que arrancavam fragmentos da
pele do supliciado16. Podem ser contadas mais de 120 chicotadas
no torso, e mais de 70 nos membros.
A Cabeça Sagrada tem as marcas de um emaranhado de
espinhos longos que produziu inumeráveis ferimentos, um dos
quais atravessou a sobrancelha direita dificultando a abertura
da pálpebra. É de se destacar o sangramento por uma das lesões
na fronte, que deu origem a um peculiar coágulo parecido com
o número “3”, que os médicos forenses declaram ser originado
da artéria frontal direita. Esta singular marca tem direta relação
com a iconografia oriental.
Certamente durante a veneração do Santo Tecido em
Edessa e em Constantinopla, muitos artistas tomaram as di-
mensões antropométricas do homem da Síndone e procuraram
reproduzi-las nas imagens de nosso Salvador17, acrescentando
todos os detalhes que sua memória visual lhes permitia, dando
origem à curiosa mecha de cabelo em forma da letra grega épsi-
lon (“Ɛ”) na testa. Era impossível para eles imaginar que seus
olhos viam a imagem de Jesus refletida como num espelho: o
lado direito à esquerda, e o esquerdo à direita. A ideia de um
“negativo fotográfico”, superava a imaginação mais perspicaz,
16 O Salmo 22 descreve profeticamente os sofrimentos de Cristo na sua Paixão: “Foderunt
manus meas et pedes meos, et dinumeravi omnia ossa mea” (Ps 22, 17-18) – Furaram
minhas mãos e meus pés e podem ser contados todos os meus ossos. Aliás este salmo
o próprio Cristo o entoou no alto da Cruz – “Deus, Deus meus quare me dereliquis-
ti...” – ao completar seus sofrimentos. O texto sagrado conclui com a proclamação da
esplendorosa Ressurreição, e a conversão ao Evangelho de todos os povos – “diante dele
se prostrarão todas as famílias das nações, porque a realeza pertence ao Senhor, e ele
impera sobre as nações” (vv. 28-29) – e a glorificação da Pessoa de Jesus Cristo no Juízo
Final: “Todos os que dormem no seio da terra o adorarão; diante dele se prostrarão os
que retornam ao pó” (v. 30).
17 Isto pode ser comprovado pela superposição das fotografias do Rosto do Santo Sudário
com diversos ícones orientais antigos.

27
O Santo Sudário de Turim nas considerações de Plinio Corrêa de Oliveira

mesmo oriental. Assim, o sinal ocre escuro em forma de “3”,


efeito do Preciosíssimo Sangue, ficou sendo para eles uma me-
cha de cabelo em forma de “Ɛ”.
Estudos recentes mostraram que as plantas sagradas dos
pés de Jesus deixaram no tecido restos de uma lama muito par-
ticular, formada por um certo tipo de aragonita, mineral que se
encontra facilmente em Jerusalém.
A “tridimensionalidade” das marcas da ressurreição cha-
mam particularmente a atenção dos especialistas. Com efeito,
os negativos fotográficos comuns reproduzem as imagens em
duas dimensões. Porém as recentes técnicas de exploração por
satélite têm permitido elaborar fotografias nas quais aparece
uma maior ou menor nitidez do negativo, segundo a proximida-
de ou distância. Isso se observa nas marcas da ressurreição. As-
sim, com ajuda de computadores, como os utilizados para aná-
lises espaciais, foi possível criar uma imagem tridimensional do
Sagrado Corpo de Jesus Cristo. Não é o que em arte se conhece
como escultura de vulto inteiro, mas o que é denominado baixo-
-relevo, ou seja, as distâncias de altura e largura têm a propor-
ção normal, mas as medidas de profundidade estão reduzidas
em relação ao original.
Estudos a respeito do tipo de tecelagem, do pólen encon-
trado no Santo Sudário, das marcas do peso do madeiro nas
costas18, do terrível golpe dado na presença do Sumo Pontífice
Caifás por um dos presentes deslocando a cartilagem nasal de
nosso Redentor19, da “causa mortis”, do ferimento da lança de
centurião romano20, da falsidade das análise com carbono 14...
São temas interessantíssimos que extrapolam esta Introdução.

18 “Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em
direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota” (Jo 19, 17).
19 “O sumo sacerdote indagou de Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus
respondeu-lhe: ‘Falei publicamente ao mundo. Ensinei na sinagoga e no templo, onde se
reúnem os judeus, e nada falei às ocultas. Por que me perguntas? Pergunta àqueles que ou-
viram o que lhes disse. Estes sabem o que ensinei’. A estas palavras, um dos presentes deu
um golpe em Jesus, dizendo: ‘É assim que respondes ao sumo sacerdote?’” (Jo 18, 22).
20 “Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas
um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água”
(Jo 19, 33-34).

28

Ricardo Castelo Branco

O Milagre Eucarístico
de Lanciano (Itália)

N o ano 730 ou 750 um


monge basiliano do
oriente, fugindo da herética
persecução iconoclasta (que
proibia o uso de imagens ou
representações pictóricas
nas igrejas, havendo des-
truição dos objetos e assas-
sinato de seus cultores) refu-
giou-se, como tantos outros,
no sul da Itália. Lá, durante
Relíquias veneradas em Lanciano: acima, no a celebração da Santa Mis-
ostensório, a carne do coração; na parte de
baixo, os coágulos do Preciosíssimo Sangue sa, foi assaltado de dúvidas
interiores quanto à presença
real de Cristo nas espécies consagradas. Porém, pronuncia-
das as palavras da oração eucarística o Corpo de Cristo to-
mou o aspecto de um pedaço de carne ensanguentado, e
o Sangue de Cristo a aparência de sangue humano. Assim
se conservam até hoje na igreja dos Santos Legonciano e
Domiciano, atualmente denominada igreja de S. Francisco
de Lanciano. Diversas análises científicas comprovaram tra-
tar-se de fragmento de miocárdio humano, e de sangue tam-
bém humano; uma das mais impressionantes particularida-
des das análises
Zitumassin (CC3.0)

é a comprovação
de que no sangue
encontram-se pro-
porções de sero-
-proteinas como
as habituais no
sangue fresco nor-
mal... sendo que a
relíquia tem mais
de mil anos!
, Prov íncia de Chie ti (Itáli a)
Igrej a de São Francisco de Lanc iano 29
Giuseppe Enrie (CC3.0)

30
Introdução
Introdução

Espero que esta coletânea preparada pelo zelo do Pe. Carlos


Werner, e à qual apenas foram acrescentadas algumas notas na in-
tenção de auxiliar o leitor interessado ou curioso, ajude a entender
algo dos mistérios de nossa Salvação, e proporcione a todos o cres-
cimento na entrega e dedicação a esse Deus que por nós, por cada
um de nós, quis nascer homem em Belém, e morrer nos atrozes
sofrimentos que culminaram no Gólgota. Porém Ele ressuscitou, e
Suas Sagradas Chagas reluzirão por todos os séculos e pela eterni-
dade como sinal da vitória sobre o Pecado e os infernos.

São Paulo, Junho 2019


José Manuel Jiménez Aleixandre, EP

31

Você também pode gostar