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VINTE
VINTE E UM
Reconhecimentos
Sobre o autor
Rose e o Doutor retornam à Terra atual e ficam intrigados com a ú ltima moda - o
videogame Death to Mantodeans .
É tã o inofensivo quanto parece? E por que tantos moradores locais saem de férias e nunca
mais voltam?
Enquanto isso, em outro mundo, uma guerra alienígena está acontecendo. Os Quevvils
precisam encontrar um novo meio de atacar os implacá veis Mantodeans.
Procurando na galá xia por aliados astutos, guerreiros, mas crédulos, eles encontram os
soldados ideais - na Terra.
Rose será capaz de salvar sua família e amigos da ameaça alienígena? E o Doutor pode jogar
o jogo até o fim - e vencer?
Apresentando o Doutor e Rose interpretados por Christopher Eccleston e Billie Piper na série
de sucesso da BBC Television.
O Vencedor Leva Tudo
POR JAQUELINE RAYNER

Publicado pela BBC Books, BBC Worldwide Ltd,


Woodlands, 80 Wood Lane, Londres W12 0TT
Publicado pela primeira vez em 2005
Copyright c Jacqueline Rayner 2005
O direito moral do autor foi afirmado.
Doctor Who logotipo c BBC 2004
Transmissã o da série original na televisã o BBC
Formato c BBC 1963
'Doctor Who', 'TARDIS' e o logo Doctor Who sã o marcas registradas da British Broadcasting
Corporation e sã o usadas sob licença.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida de qualquer
forma ou por qualquer meio sem a permissã o prévia por escrito do editor, exceto por um
revisor, que pode citar breves passagens em uma resenha.
ISBN 0 563 48627 9
Comissionamento de editores: Shirley Patton/Stuart Cooper Diretor de criaçã o e editor:
Justin Richards Doctor Who é uma produçã o da BBC do País de Gales para a BBC ONE
Produtores executivos: Russell T Davies, Julie Gardner e Mal Young Produtor: Phil Collinson
Este livro é um trabalho de ficçã o. Nomes, personagens, lugares e incidentes sã o produtos
da imaginaçã o do autor ou usados de forma fictícia. Qualquer semelhança com pessoas
reais vivas ou mortas, eventos ou locais é mera coincidência.
Design da capa por Henry Steadman c BBC 2005
Composto em Albertina pela Rocket Editorial. Aylesbury, Bucks Impresso e encadernado na
Alemanha pela GGP Media GmbH. Pö ßneck Para obter mais informaçõ es sobre este e
outros livros da BBC, visite nosso site em www.bbcshop.com

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CINCO
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SEIS
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SETE
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OITO
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NOVE
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ONZE
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DOZE
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TREZE
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QUATORZE
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QUINZE
121
DEZESSEIS
129
DEZESSETE
139
DEZOITO
147
DEZENOVE
155
VINTE
165

VINTE E UM
171
Reconhecimentos
181
Sobre o autor
183

"Achei melhor ligar para casa", disse Rose, entrando na enorme sala de controle abobadada
da TARDIS e acenando com o telefone para o Doutor.
O Doutor tinha os braços cruzados e estava encostado na parede, olhando para a grande
estrutura circular que ficava no centro da sala, na qual uma miríade de luzes piscava e
brilhava. Seu rosto brilhava verde no brilho de uma coluna alta e fina no centro da
estrutura que indicava que eles estavam voando.
Rose nã o sabia para onde eles estavam indo, mas talvez o Doutor pudesse dizer,
observando essas coisas, exatamente para onde no universo a má quina do tempo e do
espaço os estava levando. Ele acenou com a cabeça para ela. Ela se sentiu um pouco
enganada, tendo se preparado para - bem, nã o uma discussã o, apenas aquela centelha de
desagrado que ocasionalmente cruzava o rosto dele quando ela mencionava a família.
Ela empurrou um pouco mais. – É que minha mã e vai ficar preocupada. Você sabe que
minha mã e vai se preocupar. E eu prometi. Tipo de.'
Ele assentiu novamente. — E você acha que ela vai se preocupar menos se você contar que
esteve enfrentando alienígenas, mas no momento está apenas girando no vó rtice do
espaço-tempo.
Rosa franziu a testa. 'Ela vai se preocupar menos se achar que nã o estou morto!'
O Doutor – seu melhor amigo, o Doutor, que externamente parecia ser um impressionante
humano de quarenta e poucos anos com um suave sotaque do norte, mas era, ela sabia, na
verdade um alienígena de 900 anos de idade de alguma galá xia muito, muito distante –
poderia ser um pouco indiferente à s preocupaçõ es de sua mã e à s vezes. Ela nã o tinha
certeza se era algo a ver com nã o ser humano, ou apenas algo que

a ver com ser o Doutor. Ela nem sabia se ele já teve uma mã e. Se você nã o entende as mã es
em geral, nã o há como entender Jackie Tyler.
— Vou ligar para ela rapidamente. Bem, eu digo rá pido, ela vai me manter por horas,
querendo saber tudo – ela pode falar pela Inglaterra, minha mã e pode. Espero que você nã o
esteja planejando parar em nenhum planeta esta manhã .
Ele sorriu. — Minha viagem planetá ria pode esperar até esta tarde.
Ela sorriu de volta e apertou o botã o de discagem rá pida que ligava para sua mã e. Ela
apenas teve que aceitar que, por meio da genialidade do Doutor, seu mó bile comum agora
poderia transcender o espaço e o tempo; se ela pensasse muito sobre isso, sua mente
começaria a sentir que estava superaquecendo.
O telefone tocou seis vezes antes de ser atendido, o que surpreendeu Rose. Sua mã e
adorava uma boa e velha tagarelice, e o telefone geralmente era arrebatado quando mal
saía do primeiro brring . — Oi, mamã e. ela disse.
A voz do outro lado era exuberante. 'Rosa! O que você está fazendo? Onde você está ?' Em
seguida, uma pequena pausa. — Você ainda está com ele?
Rosa sorriu. 'Eu estou apenas vagando na má quina do tempo. E sim, eu ainda estou com
ele.'
A Doutora olhou para isso e fez um aceno sarcá stico que ela sabia que era dirigido a Jackie.
Rose acenou de volta feliz. "Mamã e mandou um oi", disse ela, com a mã o sobre o telefone.
— E você está planejando voltar para casa em breve? Jackie estava dizendo. 'Todo mundo
sente sua falta. Mickey sente sua falta. Sinto sua falta. Sabe, um dia desses você resolve
voltar para casa e já é tarde, eu nã o estarei mais aqui.'
Rosa suspirou. — Nã o seja boba, mã e. Voltarei para uma visita em breve.
Certifique-se de que a prataria da família esteja bem polida.
'Prata familiar!' Rose podia ouvir a voz de Jackie aumentar um pouco. — Talvez goste de
brincar, minha menina, mas quero que saiba que acabei de ganhar na loteria.
'Você o que?' disse Rosa. 'É incrível! Eu nã o acredito nisso! Quanto?'
Houve um som, em algum lugar do lado de fora do telefone de Jackie 2

chamar. Um grito, ou um grito, ou algo assim. 'Ouça amor, eu tenho que ir agora.
Adorá vel ouvir de você. Tenho que ir.'
Houve um clique e o telefone ficou mudo. Rose olhou para ele com surpresa. Entã o,
balançando a cabeça, ela colocou o telefone de volta no bolso.
"Fale pela Inglaterra, você disse", comentou o Doutor, caminhando até os controles
centrais. – Nã o consigo tirá -la do telefone.
'Minha mã e ganhou na loteria!' Rose começou a andar pela sala de controle, com os olhos
brilhando. 'Quã o brilhante é isso? Seremos capazes de conseguir uma casa bem grande...
O Doutor levantou uma sobrancelha, apontando para a enorme sala em que eles estavam.
'– sair de férias – no Caribe ou em algum lugar – ou na Fló rida!'
O Doutor a encarou. 'Posso levá -lo a qualquer lugar no tempo e no espaço!'
Ela nã o estava ouvindo. 'Eu sempre quis ir para a Disneylâ ndia.'
— Sim, homens adultos brilhantes vestidos de ratos e crianças passando mal em
montanhas-russas. Posso levá -lo a planetas onde existem ratos falantes de verdade. E
patos!
Ela deu de ombros.
— Mas você nã o fez isso, nã o é?
E você
nã o levaria minha mã e, de qualquer maneira.
Ele sorriu. - Bem, talvez nã o. Nã o quero assustar os ratos. Ele continuou antes que Rose
pudesse responder. – Ela está toda feliz entã o, nã o é?
Muito ocupado gastando para falar com você?
Rosa fez uma careta. 'Sim, isso foi estranho.' Ela parou por um segundo, e entã o deu a ele o
que ela esperava que fosse um sorriso vencedor. — Nã o acho que poderíamos dar um
pulinho em casa, nã o é? Só para ver como ela está .
— Você acha que está acontecendo alguma coisa? ele perguntou.
'Nã o, na verdade nã o. Mas ela disse algo sobre nã o estar lá quando eu voltar', disse Rose. —
Nã o quero aparecer um dia e descobrir que ela foi para uma mansã o no campo e jogou fora
todas as minhas coisas.
– Alguns pô steres antigos e um ursinho de pelú cia? Sim, isso seria uma tragédia.
Rose lançou-lhe um olhar zombeteiro. 'Tenho dezenove anos, acho que deixei de ser
ursinhos de pelú cia e tenho algumas posses a mais do que três
que. Alguns dos quais têm valor sentimental, eu quero que você saiba. Entã o, podemos ir
para casa, por favor? Só para uma visita rá pida, prometo.
'Sim, tudo bem.' Ele assentiu e começou a traçar um curso. 'Eu nã o sei, humanos, sempre
vêm com tanta bagagem. . . '
'Sim, é um crime, nã o é?' ela concordou. E entã o, depois de um momento.
— Você realmente nã o acha que ela expulsaria o Sr. Tedopoulos, acha?
O Doutor apenas sorriu.
4

O TARDIS pousou em um pá tio no Powell Estate. Rose colocou a cabeça para fora da porta,
viu o restaurante chinês à sua frente, a biblioteca e o clube da juventude de um lado, e
percebeu que a má quina do tempo havia voltado ao seu lugar favorito; já havia pousado
aqui antes.
Ela saiu da nave espacial. Do lado de fora, parecia uma caixa azul alta, uma cabine policial
antiquada - grande o suficiente em seu caminho, grande o suficiente para acomodar cinco
ou seis pessoas, se estivessem preparadas para serem bastante amigá veis, mas nã o grande
o suficiente para caber. uma enorme sala de controle e todos os outros bits que formavam o
interior da TARDIS. Ela passou a aceitá -lo - engraçado como você se acostuma rapidamente
com as coisas mais incríveis - mas era outra coisa que sua mente realmente nã o gostava de
pensar, nã o os pró s e contras e comos e porquês de tudo isso .
À sua direita estava Bucknall House, e lá , se ela olhasse para cima, estava o nú mero 48.
Casa. Ou foi? Ela se voltou para a caixa azul. Bem, ninguém disse que você nã o poderia ter
mais de uma casa.
Rose ainda tinha uma chave, mas enquanto as duas subiam os degraus de concreto em
direçã o ao apartamento, ela se perguntou se realmente deveria usá -la. Chave do bolso, olhe,
coloque de volta, tire de novo, 5

olhe para ele. . . Nã o era como se sua mã e estivesse esperando por ela, e ela nã o queria
pegá -la. Se Jackie tivesse ganhado na loteria, o champanhe estaria fluindo um pouco, e Deus
sabe em que estado o apartamento - e Jackie - estariam agora.
Ela hesitou por um momento na passarela do lado de fora da porta da frente, com a chave
na mã o. Entã o ela bateu na porta.
Depois de um momento, ela se abriu na corrente, o que Rose achou um pouco estranho,
mas esqueceu quase imediatamente quando viu sua mã e, pequena e loira como a pró pria
Rose, espiando pela fresta. A corrente saiu imediatamente, e a porta mal tinha se aberto
quando Jackie tinha os braços em volta de Rose. 'Você está aqui! Você está aqui!'
Rose sorriu enquanto abraçava sua mã e de volta. 'Sim, parece que sim.'
Jackie olhou para ela acusadoramente quando ela saiu do abraço.
'Mas nã o me diga, você nã o vai parar.'
"Oh, vamos ficar por aqui para a festa", disse Rose.
'A festa? Esperam que eu dê uma festa toda vez que você aparecer na porta?
"Nã o, mã e", disse Rose, seguindo-a até o apartamento, "a festa porque você ganhou na
loteria."
Jackie deu uma risada bufada, virando-se para olhar para a porta.
'Que? Acabei de ganhar algumas coisas de jogos. Você sabe, nas raspadinhas.
Dei para o Mickey. Ela olhou por cima do ombro de Rose. 'Vamos lá , onde estã o as pontas
dele entã o? Ele nã o quer uma xícara de chá ?
O Doutor apareceu na porta, sorrindo. "Apenas esperando para ser convidado a entrar."
"Ele precisa ser convidado a entrar", disse Rose à mã e. 'Como um vampiro faz.'
Jackie parecia acreditar, como se pensasse que o Doutor poderia se transformar em um
morcego a qualquer minuto.
"Na verdade, nã o", acrescentou Rose. — Vamos tomar aquela xícara de chá , entã o?
— Entã o, o que é essa raspadinha? Rose perguntou depois de um tempo, quando eles
estavam confortavelmente acomodados nas cadeiras de couro branco no salã o, e cada um
em seu segundo copo.
6

Jackie se inclinou para pegar sua bolsa. Ela estendeu a mã o e tirou um maço de pedaços de
papelã o laranja. Rose levou um par. Todos eles tinham a foto de um animal de desenho
animado, com um balã o gigante saindo de sua boca. O balã o de fala tinha pedaços de
material prateado, com 'Desculpe, você nã o ganhou desta vez! Por favor, tente novamente!'
aparecendo no cartã o embaixo, onde a prata havia sido raspada.
'O que é isso, um ouriço?' disse Rose, indicando o animal de desenho animado.
'Percy o porco-espinho,' disse Jackie. 'É esse personagem que eles estã o usando.
Promoçã o de teste nesta á rea. Toda vez que você compra algo na cidade, você ganha um
desses cartõ es. Aí você vai até uma barraquinha onde tem um pobre aluno desempregado
vestido de porco-espinho, e eles te entregam o prêmio. O mais idiota é que eles nem
pensaram em limitar o nú mero de cartas que você pode obter! Se você fizer todas as suas
compras um pouco de cada vez, poderá obter dezenas de coisas. Ganhei oito quebrando um
saco de cenouras outro dia.
'Ah, mamã e!' disse Rose, parte envergonhada, parte relutantemente orgulhosa.
Jackie fungou. 'Nã o diga “oh, mamã e” para mim. Nã o é como se eu tivesse muito o que
esperar, minha ú nica filha vagabundeando pela galá xia e eu sozinho aqui. O grande prêmio
é um feriado, e eu nã o poderia me contentar com isso. Sol, areia, homens de bermuda. . . '
'Ratos falantes?' Rose murmurou baixinho. Mas Jackie nã o estava ouvindo.
'A senhora Hall na estrada ganhou um, é um desperdício de alguém assim, você sabe como
ela é, provavelmente nã o vai tirar o chapéu e o casaco mesmo que esteja oitenta graus, e lá
estou eu com um biquíni ainda com a etiqueta colada na gaveta que eu nunca tive a chance
de usar. . . '
'Ah, mamã e!' disse Rosa novamente.
"Nada como conseguir algo de graça, nã o é?" colocar no Doutor.
"E o que há de errado com isso, eu gostaria de saber", disse Jackie, irritada.
'Nada. Foi o que eu disse.' O Doutor pegou as cartas de Rose e as examinou. 'Apenas
estranho, você nã o acha, eles nã o parecem estar promovendo nada em particular. Cuidado
com os porcos-espinhos trazendo presentes e tudo isso.
7

Rose pegou os cartõ es de volta e os entregou à mã e. 'É uma coisa de teste, nã o é? Eles farã o
a promoçã o adequada quando estiver em todo o país ou qualquer outra coisa. Ou talvez
eles apenas queiram que as pessoas gastem mais dinheiro nas lojas. O quê, você acha que
sã o realmente alienígenas, tentando dominar o mundo com férias gratuitas e consoles de
jogos?
'Sim, bem, isso pode acontecer', disse o Doutor. Ele se levantou e saiu da sala.
'Nã o ligue para nó s!' Jackie o chamou. 'Fique à vontade!'
'Eu vou, ta', a voz do Doutor voltou.
Rose voltou-se para Jackie. — Ainda bem que você nã o está se mudando para uma mansã o
no campo.
'O que?'
— Achei que você tivesse ganhado na loteria, lembra?
Jackie suspirou. 'Eu gostaria de ter. Queria estar saindo deste lugar.' Ela olhou
genuinamente para baixo por um momento.
Rosa ficou olhando. 'Mas você ama este lugar! Todos os seus amigos estã o aqui e tudo!
Jackie deu de ombros. — Está piorando desde que você partiu, querida. Você se lembra
daquele Darren Pye? Frequentou a sua escola.
Rose pensou por um segundo e entã o estremeceu. 'Dois anos acima de mim. Parecia um
gorila barbeado só que nã o tã o bonito. Quase nunca aparecia e, quando aparecia, a polícia
geralmente nã o estava muito atrá s dele. Espancava crianças pelo dinheiro do almoço, só
que nã o parava com o dinheiro do almoço, e também nã o parava com espancamento.
"Ele moveu-se em dois para baixo três", disse Jackie.
Rose tentou imaginar a que apartamento ela se referia. 'O que aconteceu com a Sra.
McGregor?'
'Começou a vagar pelas ruas de camisola, pensou que ainda era a guerra. Aquele Tony dela
a colocou em uma casa perto de Sydenham.
— E o conselho colocou Darren Pye?
"Eles colocaram a Sra. Pye, o que significa que você terá Darren." Jackie estremeceu. 'Foi
quando você ligou, ele estava dando uma bronca naquela Jade, pegou a bolsa e o celular
dela - e ela nã o vai chamar a polícia, ele disse que a pegaria se ela chamasse - nã o a deixaria
descendo as escadas, e ela 8

pensei que ele iria empurrá -la para baixo, e ela deve nascer a qualquer momento
– Eu tive que ir até ela, ela estava chorando tanto que eu pensei que ela ia ter o bebê ali
mesmo, e você leu nos jornais quanto as ambulâ ncias demoram para chegar aqui hoje em
dia.' Ela fez uma pausa, meio preocupada, meio indignada. "Ela estava tã o assustada que dei
a ela meu telefone para que ela possa pedir ajuda se precisar, e nã o a invejo, embora sinta
falta até recuperá -lo e espero que ela nã o esteja atendendo ligaçõ es destinadas a mim. . . .
Eu sei que nã o é como alienígenas e tal, e ele ainda nã o machucou ninguém ainda, e nã o é
como se ele estivesse tentando dominar o mundo, mas. . . '
O Doutor voltou entã o, com as mã os atrá s das costas, e pulou sobre isso.
'Sim, alienígenas tentando dominar o mundo geralmente têm um motivo melhor do que
apenas querer tornar a vida das pessoas uma miséria.'
Rose olhou para o Doutor. 'Entã o, vamos dar um jeito nele?'
O Doutor olhou para ela com falsa surpresa. 'Eu nunca salvo nada menor do que um
planeta.' Ele sorriu e tirou as mã os de trá s das costas. Ele estava segurando algo azul e
peludo. 'Ah, e à s vezes um ursinho de pelú cia.'
Ela agarrou o objeto peludo. — Sr. Tedopoulos! Entã o ela pensou por um segundo e usou o
urso para golpeá -lo no peito. — Você entrou no meu quarto?
9

Rose achou que seria melhor eles irem ver Mickey enquanto estivessem lá , porque ele
nunca a perdoaria se nã o o fizessem, ou pelo menos foi o que Jackie disse, e Rose pensou
que ela provavelmente estava certa. Afinal, nã o era como se eles tivessem se separado
formalmente. Mas os relacionamentos de longa distâ ncia já eram ruins o suficiente quando
uma pessoa ia para a faculdade ou arranjava um emprego além do fim de uma linha de
metrô ; quando alguém estava viajando de Londres para o fim do mundo, ou para os tempos
vitorianos ou algo assim, eles realmente nã o tinham muita chance.
Mickey nã o pareceu particularmente surpreso ao vê-los, e Rose adivinhou - o que Mickey
confirmou - que sua mã e estava ao telefone no instante em que eles deixaram o
apartamento. Ela olhou para ele e sentiu uma onda inesperada de afeiçã o passar por ela.
Com sua linda pele escura e olhos brilhantes, ele realmente tinha sido um bom partido.
Nã o tinha uma má quina do tempo, claro, mas mesmo assim. . .
Mas essa era sua antiga vida, e ela nã o era mais aquela pessoa.
"Espero que nã o estejamos interrompendo nada", disse ela.
"Apenas jogando um jogo, querida", disse ele.
'E você tem quantos anos? Seis?' disse o Doutor. 'Bom pedaço de Snakes and Ladders, nã o é,
ou algo um pouco mais sofisticado como Snap?'
11

Mickey nã o pareceu se ofender. 'Essa coisa de jogos que a mã e de Rose me deu. Achei que
era um pouco fraudulento no começo, nã o um PlayStation ou um Xbox ou qualquer coisa e
você só tem um jogo, mas é brilhante.
Você gostaria. Todos os alienígenas e outras coisas.
O Doutor nã o parecia convencido.
'Venha, vou te mostrar', disse Mickey.
O Doutor arrastou uma segunda cadeira para perto da TV, e Rose estava empoleirada em
seu braço. Havia uma pilha de jogos no chã o: Gran Turismo , Resident Evil , Bad Wolf ,
TimeSplitters 2 , montes de coisas de futebol. Ela pegou a de cima e a examinou: uma caixa
de papelã o laranja com a imagem de um porco-espinho atirando em um inseto. Grandes
letras pretas davam o nome do jogo: Death to Mantodeans . Os dois homens estavam
discutindo o jogo em si, passando o controle entre as cadeiras, para Rose. Ela poderia ter
sido uma almofada para toda a atençã o que eles estavam dando a ela.
"Grá ficos inteligentes", disse o Doutor.
'Sim, primeira pessoa é legal, nã o é?' disse Mickey. 'Todo Blair Witchy , como se você
realmente sentisse que está lá , certo? E nunca é o mesmo duas vezes. A quantidade de
variá veis que eles devem ter programado é incrível.'
— E tem esses porcos-espinhos, tem? disse Rose, tentando participar da conversa. Nã o era
como se ela nã o pudesse ser realmente boa nessas coisas se quisesse, mas ela
simplesmente nã o conseguia ver o ponto. 'Os da promoçã o?'
"Sim, logo no começo", disse Mickey. “Eles estã o em guerra com essas outras coisas
chamadas Mantodeans, como louva-a-deus gigantes, e eles enviam você em uma missã o
para se infiltrar na fortaleza inimiga. É disso que se trata. 'Espero que eles apareçam
novamente no final se você vencer. Mas ninguém fez isso ainda.
'Como você sabe?' Rosa perguntou.
'Porque eu tenho meu dedo no pulso, querida.'
Ela continuou olhando interrogativamente para ele até que ele continuou. - Eles estã o
oferecendo um prêmio. A primeira pessoa a completar o jogo ganha muito dinheiro.
Entã o todo mundo aqui quer tentar. Resmungue com suas mã es até que ganhem um jogo
nas compras. Configurar um quadro de mensagens na rede 12

e isso, falando sobre isso. Quase ninguém passou do nível de treinamento.


'Nível de treinamento?' disse o Doutor.
'Sim, é assim que eles chamam. É tudo caricatural, nã o como essas coisas. Ele indicou a tela,
que no momento mostrava uma visã o realista da entrada de um tú nel. 'Todos os testes e tal.
Se nã o fosse o prêmio, acho que muita gente teria desistido. Mas depois de fazer isso, você
obtém essa introduçã o sobre o jogo adequado, a missã o e começa a jogar as coisas boas.'
— E poucas pessoas chegaram tã o longe, entã o? perguntou Rose, fingindo interesse apenas
por algo a dizer.
'Nã o. Quase nenhum, eu acho. Entã o me chame de homem e prepare-se para adorar aos
meus pés, porque o prêmio será meu.'
O Doutor apontou para um indicador no canto da tela. A pontuaçã o nã o foi muito alta. 'Sim,
parece que você está na reta final, cara.'
Mickey ficou todo na defensiva. - Sim, bem, ninguém foi muito longe ainda.
Acho que há uma falha ou algo assim. Metade das vezes nã o salva seu jogo e você tem que
voltar ao começo. E os quebra-cabeças que você precisa resolver sã o como coisas mega
inteligentes. Matemá tica e tal.
'Quebra-cabeças?' disse o Doutor.
Mickey estendeu a mã o por cima de Rose para pegar o controle e apertou um botã o. Na tela
da TV, Rose observou um corredor trêmulo passar correndo.
No final havia uma porta de aparência imponente. Um painel na porta entrou em foco, com
nú meros e letras rolando por ele.
O Doutor sentou-se. — Estou surpreso que alguém tenha superado isso. Veja os algoritmos
disso!'
Mickey sorriu. 'Senhoras presentes!'
O Doutor se inclinou sobre Rose e tirou o controle de Mickey.
"Tem vá rios diferentes", disse Mickey, solícito. “Alguns sã o, você sabe, coisas de
pictogramas. Ou estranhos, esse tipo de coisa.
O Doutor já estava olhando para a tela, murmurando coisas como,
'Converte essa seçã o em biná rio. . . Se d é igual a 8,9 elevado a y . . .
13

Haha!' Com um grito triunfante, ele golpeou os controles. Na tela, a porta se abriu.
'Atençã o!' chamado Mickey. 'Eles sã o os bandidos! Os mantodeanos.
Do outro lado da porta havia um grupo de monstros, que eram, como Mickey havia dito,
como gigantes louva-a-deus verdes. Eles ficavam eretos sobre pernas finas como palitos e
tinham mandíbulas assustadoras em forma de pinça que começaram a se juntar quando se
aproximaram da porta - parecia que eles estavam indo direto para a tela, como se tivessem
saído para a sala de estar de Mickey. se eles nã o parassem.
'Eu tenho alguma arma?' perguntou o Doutor.
'Teclas de seta para mirar, botã o vermelho para disparar', disse Mickey.
Na tela, os monstros gritavam um por um, enquanto cada um caía em uma explosã o de
raios laser.
"Você nã o gosta de armas", disse Rose criticamente.
'Eu odeio armas', respondeu o Doutor. “O que nã o quer dizer que um pouco de violência
fantasiosa nã o possa ser terapêutico. Agora, aqui está a pró xima porta. . .
Haverá mais Mantodeans do outro lado, eu me pergunto?
"Sim, provavelmente", disse Mickey. 'Só que agora eles sabem que você está aí, eles nã o
serã o tã o fá ceis de conseguir. Nas primeiras vezes que fiz isso, minha cabeça foi arrancada.
'Brilhante!' disse o Doutor.
Mickey se inclinou para a frente e olhou para ele. 'Pare com isso, você faz essas coisas de
verdade! O que há de tã o empolgante em jogar?
O Doutor recostou-se na cadeira. 'Sim, bem, o problema dos jogos em oposiçã o à vida real é,
um, você está aprimorando seus reflexos, certo, dois, você está praticando o pensamento
estratégico, e três, você geralmente toma uma xícara de chá e um pacote de HobNobs à
mã o.'
'E quatro, alienígenas de verdade nã o estã o tentando arrancar sua cabeça, certo?'
O Doutor sorriu. - Sim, suponho que haja uma desvantagem também. Entã o, sobre aquela
xícara. . . '
"Você acabou de tomar duas xícaras na casa da minha mã e", disse Rose. "E três sanduíches
e dois bolos."
"Nã o me diga que a Inglaterra tem uma lei de restriçã o de chá hoje em dia", disse o médico.
'Se tiver, provavelmente terei que derrubar o governo.
De novo.'
14

Mickey deu de ombros. — Seja como for, o leite provavelmente acabou e nã o haverá
biscoitos.
"Nã o desde que parei de fazer suas compras para você", disse Rose.
Ele se conteve. 'Eu nunca pedi para você fazer minhas compras!'
Ela assentiu. 'Você tem razã o. Você nunca perguntou. Você apenas olhou para mim como
um cachorrinho faminto até eu sentir pena de você.'
Mickey sorriu e agitou os cílios. "Au au."
Sem tirar os olhos da tela, o Doutor disse: 'Tenho algum dinheiro no meu bolso. Vá buscar
leite e biscoitos, sim, Rose?
Ah, e um pouco de Winalot para o Jack Russell ali.
Com um suspiro afetado, Rose pegou um punhado de moedas do bolso de sua jaqueta de
couro surrada, eliminando alguns sestércios romanos e uma moeda de £ 10 que afirmava
mostrar a cabeça de Guilherme V. Ela deslizou do braço da cadeira. , quase tropeçando nos
fios que conectavam o painel de controle ao console de jogos. "Nã o sinta muito a minha
falta", disse ela.
O Doutor manteve os olhos na tela. "Já estou sentindo sua falta", disse ele.
15

Rose podia ver a loja da passarela do apartamento de Mickey.


Quase nã o havia ninguém por perto. Talvez estivessem todos dentro de casa jogando no
computador, como o Mickey, na esperança de ganhar o prêmio. Ou talvez tivessem visto
Darren Pye encostado na parede e decidido ficar longe.
Ela o reconheceu imediatamente, embora nã o o visse desde que ele saiu da escola – bem,
desde que ele parou de ir à escola – e isso foi anos atrá s. Ela atraiu a atençã o dele algumas
vezes, porque se você fosse um indivíduo e defendesse as coisas e se recusasse a ser uma
vítima, algumas pessoas queriam transformá -lo em uma vítima. Mas nunca foi ruim, nã o
como para alguns.
E ela nã o ia deixar um bandido como aquele impedi-la de ir à loja. Ela desceu as escadas,
saiu para o pá tio. Ela praticamente viu as orelhas dele se levantarem quando seus passos
soaram, e ele virou a cabeça preguiçosamente.
'Oi! Ei, você!'
Ela o ignorou, continuou passando.
— Estou falando com você, escó ria.
Ignorou ele.
17

'Ei, escó ria, ouvi dizer que seu namorado acabou com você.'
Entã o ele sabia quem ela era. "Nã o acredite em tudo que você lê no Beano ", ela gritou de
volta. Ela enfrentou alienígenas e só Deus sabe o quê; ela nã o ia deixar um bandido imaturo
chegar até ela. Foi surpreendentemente fá cil. Paus e pedras, ela pensou.
"Pensei que isso ocorresse em famílias", disse ele. — Ouvi dizer que a escó ria de sua mã e
fez com o marido.
Isso a deixou vermelha de raiva, raiva por sua mã e e seu pai morto há muito tempo, mas
entã o ela pensou novamente sobre os alienígenas que havia enfrentado e imaginou Darren
Pye se urinando se ficasse cara a cara com a Consciência Nestene ou algo assim, e isso a fez
sorrir.
Ela entrou na loja e examinou as prateleiras, pegando duas canecas de semidesnatado, um
pacote de creme de confeiteiro e, para garantir, uma caixa de saquinhos de chá também.
“Obrigada”, ela disse a Maureen atrá s do balcã o, enquanto tudo ia para um saco plá stico
azul. — Devo pegar uma daquelas raspadinhas, entã o?
Maureen bufou. 'Nã o, você nã o sabe. Florescendo coisas. Todo mundo está indo para a
estrada só para ganhar algum prêmio estú pido, mesmo que eles só queiram um pedaço de
pã o. Sei que o meu pode ser alguns pence mais caro, mas custa £1,20 para a passagem de
ô nibus, o que torna meu pã o muito mais barato no geral, e você pode dizer isso à sua mã e,
jovem Rose.
Rosa riu. 'Pare com isso, como se ela fosse ouvir! Qualquer chance de algo por nada e minha
mã e estará lá , e ela tem um passe de ô nibus de qualquer maneira. Ela pegou a sacola e
sorriu em despedida.
E ela estava se virando para sair quando ouviu o grito. Era o som de alguém sofrendo, e foi
seguido por risadas.
Ela nunca foi o tipo de pessoa que hesita quando alguém está em apuros – por engano, à s
vezes, 'Rose pula com os dois pés,'
sua mã e havia dito, à s vezes com orgulho, mais frequentemente com pena.
Entã o ela saiu correndo da loja, em direçã o ao choro. Nã o que ela tivesse que ir muito
longe: lá estava a Sra. Desai bem na frente dela, ambas as mã os agarradas à s têmporas
como se defendendo um golpe. Havia um pouco de sangue escorrendo entre seus dedos, e
atrá s dela Darren Pye pegou outra pedra pronta para atirar. Paus e pedras, ela 18

pensei novamente. Eles magoam.


Rose lançou-se para ele. Nã o era sensato e certamente nã o se encaixava em sua política de
ignorá -lo, mas ela o fez mesmo assim.
'Nã o se atreva!' ela gritou. 'Nã o se atreva!' Ela balançou a sacola azul para ele. Ele deixou
cair a pedra, e houve uma satisfaçã o
'whumph' quando a garrafa plá stica de leite se partiu com o impacto, cobrindo-o com gotas
brancas. Ele o sacudiu do cabelo como um cachorro.
"Grande erro", disse ele, agarrando-a pelo capuz da blusa e desequilibrando-a. 'A garotinha
quer ser uma heroína.'
Ela se contorceu para fora de seu alcance. — Já lidei com pessoas muito maiores do que
você.
Nã o mais feio, porém, e isso diz muito se você já viu um Slith-een.
Darren deu-lhe um empurrã o. "Erro maior." E ele puxou uma faca.
Por uma fraçã o de segundo, Rose nã o conseguiu ver nada além da faca.
Entã o um braço coberto de couro desceu sobre o ombro de Darren e torceu seu pulso, e a
faca caiu no chã o. "Impertinente, travesso", disse o Doutor, empurrando Darren para longe.
O rapaz tropeçou alguns passos, depois recuperou o equilíbrio e pegou a faca novamente. O
Doutor se manteve firme, forte e imponente. 'Quer mesmo arriscar?'
Para alívio de Rose, Darren pensou melhor. Ele olhou para os dois, mas entã o se virou e
saiu andando, o leite ainda escorrendo pelo pescoço.
Assim que dobrou a esquina, fora de vista, o Doutor virou-se para Rose. "E você achou uma
boa ideia enfrentar, sozinho, alguém que tem o dobro do seu tamanho e carrega uma faca",
disse ele.
Ela deu de ombros, dividida entre alívio, vergonha e bravata.
'Parecia uma boa idéia naquele momento.'
Ele olhou para a sacola pingando. 'Você tem um monte de garrafa, eu vou dizer isso para
você.'
— Apenas me chame de vingador dos laticínios.
'Rainha do creme.'
Ela sorriu. — Eles vã o me acusar de agressã o e amanteigado.
A Sra. Desai e Maureen saíram da loja, de onde claramente estavam assistindo ao show.
“Bom para você, Rose”, exclamou Maureen. A Sra. Desai acenou com um tímido
agradecimento.
19

'Se eu fosse você, eu iria verificar isso em caso de acidente, Sra. Desai,'
Rosa ligou de volta.
'Nã o, você nã o iria', sussurrou o doutor em um aparte. — Você agiria como um soldadinho
valente.
Ela lançou-lhe um olhar fulminante. 'O que você está fazendo aqui, afinal? Seus desejos de
biscoito levaram a melhor sobre você? Ela puxou o pacote ensopado de leite, agora
amassado, de creme de confeiteiro para fora do saco e agitou-o na cara dele. Ele pegou,
abriu e colocou um inteiro na boca.
"Meu fpider fenfe está formigando", disse ele com a boca cheia de migalhas e recheio de
creme.
"Fale sério", disse ela. — E é falta de educaçã o falar de boca cheia.
Ele engoliu o biscoito. 'Estou falando sério! Estou sintonizado com seus gritos de socorro.
Eles vêm em um determinado comprimento de onda. Ele mexeu os dedos em sua cabeça,
imitando uma frequência sendo recebida.
Por um segundo, ela realmente considerou que ele poderia estar dizendo a verdade. Afinal,
ela nã o tinha ideia de como os cérebros alienígenas funcionavam. Mas ela sabia que ele
devia estar realmente se divertindo com ela. Nã o era como se ela tivesse feito qualquer
grito de socorro.
Ela fungou com desdém, e ele sorriu. "Fiquei entediado com o jogo", disse ele. – Nenhum
desafio para uma mente como a minha.
'Você superou a pontuaçã o do Mickey?' ela perguntou.
'O que você acha? Curso que fiz. Por vá rios milhares de pontos também. Pode ter sido
quando eu estava dando o grito de vitó ria que ele me convidou para sair.'
Rosa riu incrédula. — Você deixou Mickey Smith te expulsar?
O Doutor parecia um pouco envergonhado. "Eu disse a você, eu tive o suficiente do jogo",
disse ele. 'Vamos lá , vamos fazer algo menos chato em vez disso.'
Era a parte menos deserta do planeta Toop, porque tinha duas estruturas construídas
sobre ela. Um parecia uma pirâ mide gigante que teve seu topo cortado, como um ovo
cozido. Mas enquanto uma pirâ mide tem apenas uma entrada, esta tinha centenas. À s
vezes, com o canto do olho, pode parecer que o prédio está dentro de uma cú pula, um
imenso 20

tigela virada para cima feita de linhas roxas fracas. Mas, novamente, isso pode ser um
truque de luz.
O outro prédio nã o tinha nenhuma porta visível. Seria chamado de grande, embora fosse
muito menor do que a pirâ mide truncada, quadrada e só lida, construída com pouca
sutileza.
Dentro deste edifício havia muitos quartos, incluindo o que era conhecido como a sala de
controle principal. E dentro da sala de controle principal, houve um alvoroço. Quevvils
corriam de um lado para o outro, verificando monitores, mostradores e leituras. 'Isso é
incrível!' guinchou um. 'Este controlador dominou o jogo! A velocidade, a habilidade. . . '
'Ainda há um longo caminho a percorrer', disse outro, mas seus companheiros ignoraram
as palavras de cautela.
"O transportador penetrou em outro harrier." chamou um terceiro animadamente.
'Vitó ria! A vitó ria se aproxima!'
Um Quevvil atarracado começou a enxotar um grupo de seus companheiros alegres em
uma série de cabines. 'Preparem-se! Nã o atrase! No exato momento do sucesso, vocês serã o
transportados para a fortaleza Mantodean – preparem-se para o abate.'
As costas espinhosas de cada Quevvil se eriçaram enquanto se preparavam para a açã o. Um
pequeno Quevvil soltou uma pena de excitaçã o; ele sibilou na parte de trá s da cabine de
teletransporte e o atarracado Quevvil que estava no comando se virou ao ouvir o som. 'EU. .
. Sinto muito, Frinel — guinchou o pequeno Quevvil, apavorado.
Frinel olhou com raiva. 'Se nã o fosse isso, eu deveria me preparar para o momento da
vitó ria - o momento em que eu, com um ú nico toque neste botã o, traria a vitó ria para todos
nó s. . . entã o você seria punido por sua indisciplina.' Seu dedo em forma de garra pairava
sobre um enorme botã o vermelho, o controle do teletransportador. 'A vitó ria se aproxima. .
.'
'Er. . . er. . . a vitó ria parou de se aproximar - disse outro Quevvil nervosamente, batendo
com a garra em um mostrador para certificar-se da leitura.
"Os humanos geralmente param por um tempo", disse outro. 'Eles nã o têm resistência. Eles
nã o sã o guerreiros.
Um murmú rio de concordâ ncia percorreu a sala.
"Nã o, o jogo foi encerrado", disse o nervoso Quevvil. 'Só temos que torcer para que o
portador sobreviva até que o jogo seja retomado. . . '
21

Houve um gemido de um Quevvil observando um monitor. 'Mantodeans no setor. . . ' ele


disse. Os outros se aglomeraram ao redor, até os Quevvils que haviam entrado nas cabines
de teletransporte saíram para ver o que estava acontecendo.
'Pode nã o ver o portador. . . '
— Nã o, mais dois virã o na esquina. . . Eles o detectaram. . . '
— O da esquerda vai conseguir. . . Portador estú pido, parado ali. . . '
'Ele nã o pode fazer mais nada sem um controlador. . . '
'E lá vai. Conecte outra transportadora, de volta ao início, para quando o controlador
retornar. . . '
A líder, Frinel, grunhiu. 'Eu quero aquele controlador. Nenhum outro mostrou tal
habilidade! Este é o controlador que finalmente nos levará ao nosso destino! Acompanhe o
sinal. Envie uma mensagem para nossos agentes da Terra. Ele jogará o jogo para nó s – sob
nosso controle. Ele fez uma pausa. — E falando em controle. . . '
Ele cambaleou até ficar de costas para o resto. Entã o, com um assobio, ele enviou uma
enxurrada de penas voando em direçã o ao pequeno e infeliz Quevvil da cabine de
teletransporte. O Quevvil desabou no chã o.
"A disciplina deve ser mantida", disse Frinel.
Mickey Smith estava começando a se arrepender de ter expulsado o Doutor, nã o porque
quisesse a companhia do idiota presunçoso, mas porque era ó bvio que Rose nã o voltaria
com o leite e os biscoitos agora que seu homem mais velho havia partido. Ele começou uma
expediçã o pelos armá rios da cozinha, mas nã o havia nada além de uma velha caixa de
cereal e um pote gigante de cebolas em conserva que tinha sido um presente recente da
mã e de Rose. Ele abriu a tampa, escolheu uma cebola e começou a mastigar
pensativamente.
Entã o o Doutor era mais alto que ele, e mais bonito que ele, e havia salvado o mundo mais
vezes do que ele. Ele poderia lidar com tudo isso. Mas foi um pouco demais quando o cara
até o espancou nos videogames, porque isso era uma coisa da Terra, uma coisa do Mickey, e
ele deveria ter permissã o para vencer lá pelo menos.
22

Foi só porque era um jogo novo e esquisito. Grand Theft Auto , ou Gran Turismo , ou mesmo
Sonic the Hedgehog, e o Doutor nã o teria chance. Mas este jogo, com seu ponto de vista
espasmó dico e grá ficos esquisitos – levou tempo para se acostumar. Mickey ainda nã o tinha
tocado o suficiente. Pegando outra cebola, Mickey voltou para a outra sala e ligou o console
de jogos novamente. Ele ia dominar essa coisa, e entã o, da pró xima vez que o Doutor
aparecesse em sua porta, ele o desafiaria para um jogo - apenas um joguinho, Doutor, nã o
estou com medo de ganhar de você, está , Doutor? - e entã o ele mostrava o show de viagem
no tempo. . .
Mas o console estava tocando. Havia todas essas luzes piscando e fazendo um som agudo, e
nã o havia nenhuma imagem na tela.
E entã o a porta da frente do Mickey se abriu.
Por um segundo, quando viu Percy Porcupine parado na porta, Mickey teve a ideia maluca
de que eles sabiam que seu console estava errado e enviaram alguém para consertá -lo. Mas
ele sabia que isso era estú pido.
Nã o era assim que as coisas funcionavam. E o cara – ou garota, quem sabe qual estava
dentro da fantasia? – nem tinha batido na porta.
E entã o, porque ele se lembrava do tipo de coisa que acontecia quando o Doutor estava por
perto, ele de repente percebeu que nã o era um cara – ou uma garota – fantasiada, afinal.
Entã o, quando o porco-espinho apontou uma arma para ele, ele realmente nã o ficou
surpreso.
23

Robert sempre suspeitou que sua mãe não era sua mãe verdadeira. E ele sabia, sabia com uma
certeza apaixonada, que no fundo ele estava diferente. Especial. Não como os outros meninos.
Então, um dia, a prova veio. A carta. O maravilhoso, glorioso carta. 'Caro Sr. Watson, Pedimos
para informar que você é realmente um mago. Esperamos você no Dozbin's Magical College
no início do próximo período.'
E sua mãe teve que admitir que ele não era realmente seu filho. Dele pais foram feiticeiros
famosos, possivelmente os feiticeiros mais brilhantes nunca houve, mas eles foram mortos por
um mago malvado. Era suspeitava que o bruxo malvado estava tentando matar Robert
porque ele ia ser o mago mais poderoso que já existiu. Então Roberto fora contrabandeado
quando bebê e entregue aos mais patéticos e mulher fraca, estúpida e inútil que eles pudessem
encontrar, para que ninguém suspeitasse.
Mas agora o feiticeiro maligno estava ameaçando dominar o mundo, e Robert teve que ir
para o Magical College para aprender feitiços para poder derrotá-lo. de uma vez por todas, e
todas as crianças que já provocaram Robert olhariam para ele com admiração e as meninas
iriam amá-lo. . .
Ele teve que fazer as malas para ir para o Magical College.
25

Ele estava fazendo as malas para ir para o Magical College .


Para nã o ir de férias, ele nã o queria ir de férias, 'umas férias de sol, Bobbles, ah, vamos nos
divertir muito', mas nã o era a parte do sol nem a parte das férias que incomodava ele, era a
parte da mã e.
Ele poderia ser muito feliz deitado em uma praia, ó culos de sol escondendo
esperançosamente o fato de que ele estava observando as garotas de biquíni - sonhando
que a qualquer momento elas olhariam para ele, e nã o seria com pena ou desdém pelo
garoto magricela de pele pá lida e manchas, seria com compreensã o ao adivinharem que sua
alma era gêmea da deles, e isso os fez desejá -lo, precisar dele, ficar desesperados por ele. . .
Mas ele tinha sua mã e com ele.
Sua mã e que o chamava de 'Bobbles', mesmo na frente de seus amigos, mesmo na frente
das meninas. A mã e dele, que de repente começava a passar protetor solar nas costas dele
enquanto ele relaxava na areia, como se ele tivesse seis anos.
Que lia coisas de suas revistas femininas horríveis bem alto, para que todos pudessem
ouvir e saber que ela gostava de coisas realmente inú teis.
Que usava roupas horríveis e sapatos horríveis e ó culos escuros horríveis só para
envergonhá -lo.
Que contaria a completos estranhos sobre todas as 'coisinhas engraçadas' que ele já havia
feito, desde molhar a cama em diante.
Que faria barulho em restaurantes fazendo perguntas sobre a comida, fazendo-o querer
enterrar a cabeça de vergonha.
Mamã e achava que eles nã o teriam dinheiro para férias este ano, e ele estava muito feliz
porque poderia ficar em seu quarto durante todo o verã o, ouvir CDs, ler livros e pensar em
como, quando ia à s lojas, poderia esbarrar em Suzie Price e eles começariam a conversar e
ela daria a entender que o achava um cara realmente legal; o que era muito melhor do que
realmente ir à s lojas, porque ele poderia realmente esbarrar em Suzie Price e nada do resto
aconteceria, o que estragaria completamente o devaneio.
E a mã e dele, que ia à s lojas, ganhou para ele esse jogo, que só tinha um jogo mas era muito
bom de qualquer maneira e ele estava jogando muito e ia ganhar o prêmio e ele 26

estava muito feliz em continuar fazendo isso durante o verã o.


Mas entã o ela ganhou este feriado. E nã o dizia em nenhum lugar do cartã o se era para uma
pessoa ou para toda a família, mas mamã e disse que essas coisas eram sempre para
famílias, entã o ela tinha certeza de que tudo bem.
E ele rezava para que nã o fosse, que fosse só para ela, e ela iria embora sem ele e
milagrosamente decidiria que ele tinha idade suficiente para ficar sozinho e que poderia
ser feliz. Mas ela pediu e disse que nã o iria se nã o pudesse levar seus Bobbles, e eles
disseram que estava tudo bem.
Entã o ele estava fazendo as malas para ir de férias.
. . . e quando ele chegou ao Magical College, o feiticeiro-chefe balançou ele pela mão e disse,
'Robert Watson! Isso é uma grande honra.
Eu sei que você será naturalmente talentoso em absolutamente tudo.
Porque você é especial.
"Ou podemos voltar para a casa de sua mã e, se você quiser", disse o Doutor, e Rose nã o
pô de deixar de pensar que ele parecia pouco entusiasmado.
"Eu disse a ela que voltaríamos para o chá ", disse ela. 'Nó s poderíamos fazer algo até entã o.
Sei que nã o há tempo para salvar o mundo inteiro, mas se pudermos encontrar algo menor
que precise ser salvo, como um vilarejo ou algo assim, provavelmente conseguiremos.'
— Entã o salvá -lo de um bandido armado com uma faca nã o conta como minha boa açã o do
dia? ele perguntou.
"É , nunca entendi", disse Rose. 'Como Scouts e Brownies e outras coisas só tinham que
fazer uma boa açã o por dia. Quer dizer, se eles, nã o sei, vissem alguém se afogando, mas já
tivessem ajudado uma velhinha a atravessar a rua, eles deixariam afundar?
O Doutor sorriu. 'Sim, a lei escoteira é muito rígida com esse tipo de coisa. “Você fará
exatamente uma boa açã o por dia e nã o mais.” Se acidentalmente fizessem uma boa açã o
extra, teriam que chutar um cachorrinho ou algo assim para compensar, ou nã o teriam
permissã o para ir acampar.
Ela pensou por um momento. — Você tinha coisas assim? ela perguntou, genuinamente
curiosa. 'Espaço Scouts, ou algo assim.'
27

Ele assentiu. 'Oh sim. Ganhei distintivos de mérito em viagem no tempo, mon-stritologia,
interferindo nos destinos dos planetas e na culiná ria.
'Monstritologia?'
O Doutor sorriu. 'Detecçã o de monstros. Ou posso ter inventado.
Eles continuaram pela estrada. Havia todos esses cartazes, ao longo da rua, todos esses
porcos-espinhos gigantes querendo que você comprasse coisas e ganhasse prêmios grá tis.
"Parece tã o barato", disse Rose. "Eles nem mesmo têm cartazes adequados, sã o apenas
fotos de pessoas fantasiadas de porco-espinho."
O Doutor caminhou até um pô ster ao lado de uma cabine telefô nica, de modo que seu nariz
estava a centímetros de distâ ncia. Ele estava olhando fixamente para ela.
"Se você está se perguntando por que ainda temos cabines telefô nicas quando todo mundo
tem celular hoje em dia, nã o sei", disse Rose. Ela enfiou a mã o no bolso, para fazer o ponto.
O telefone dela nã o estava lá .
'Provavelmente é para pessoas idiotas que deixam seus telefones na casa da mã e'
disse o Doutor, ainda olhando para o cartaz. — Vamos, vamos para a cidade.
'Por que?'
'Monstritologia. Quero descobrir como é possível um ser humano caber dentro de uma
fantasia dessas. Vê os pulsos? E os joelhos? Eu teria dito que nã o poderia ser feito.
Rose quase pulou no ar. 'Entã o sã o alienígenas? Alienígenas tomando conta do planeta
através das compras?
O Doutor deu de ombros. 'Nã o precisa tentar dominar o planeta, só porque eles sã o
alienígenas. Nã o estou tentando dominar o planeta.
O Cookie Monster nã o está tentando dominar o planeta. Bem, nã o as partes que nã o
envolvem cookies.
Ela deu a ele um olhar. 'Cookie Monster é uma marionete.'
Ele apenas sorriu conscientemente.
'Ele está com a mã o de alguém em cima dele e algum cara faz a voz dele!'
O Doutor sorriu novamente. 'Vocês humanos sã o tã o ingênuos.'
— Quer dizer que ele é realmente um alienígena? Monstro do Bolinho?
Agora o Doutor riu. 'Vocês humanos sã o tão ingênuos!'
28

Um ô nibus estava parando no meio-fio logo à frente. O Doutor agarrou a mã o de Rose e eles
correram para ela, pulando no momento em que ela estava se afastando novamente. O
motorista olhou para eles, especialmente quando descobriu que o Doutor realmente queria
pagar por uma passagem. Ele nã o percebeu que o cartã o de viagem que Rose acenou para
ele havia acabado um ano antes.
"Sou uma criminosa", disse ela, sentando-se em uma cadeira.
'Sim, bem, nã o espere que eu pague sua fiança', respondeu o médico.
'Entã o, eles sã o realmente alienígenas?' ela sussurrou, inclinando-se para perto para que os
velhos intrometidos no banco da frente nã o pudessem ouvir. Eles lançaram olhares de
desaprovaçã o para Rose e o Doutor quando eles pularam a bordo; Rose nã o tinha certeza
se era porque o ô nibus já estava em movimento ou porque eles achavam que o Doutor
tinha 'idade para ser seu pai' e nã o davam muita importâ ncia a isso. Provavelmente o
ú ltimo. Ela teve vontade de gritar com eles: 'Entã o, como vocês sabem que ele nã o é meu
pai?'
'Nã o sei', respondeu ele. 'Pode ser. Provavelmente apenas uma imagem duvidosa,
Photoshop ou algo assim.
"Ah", ela disse. 'Isso parece trapaça, de alguma forma. De qualquer forma, para onde
estamos indo?
'Um pouco de compras, um pouco de observaçã o de monstros. . . '
'Apenas no caso de?'
'Apenas no caso de.'
O estande do Percy Porcupine ficava bem no meio da rua principal, coberto de pô steres.
"Eu me pergunto se os alienígenas se preocupam em obter permissã o de planejamento",
disse Rose. — Isso pode ser uma pista.
Havia uma pequena fila do lado de fora do estande, algumas pessoas, ingressos na mã o. O
Doutor e Rose entraram na fila e observaram os vencedores mostrarem seus ingressos para
um pequeno painel com uma luz vermelha acesa.
A luz ficou verde quando a primeira pessoa entrou na cabine e a porta se fechou atrá s deles.
A luz ficou vermelha novamente.
"Segurança bastante elaborada para uma loteria", disse Rose. 'Ou talvez eles simplesmente
nã o queiram que as pessoas roubem os prêmios. Ou eles estã o esperando que os consoles
de jogos quebrem e nã o querem ter que lidar com um monte de nerds de computador
irados.'
29

'De qualquer forma, parece que você precisa de uma carta vencedora para entrar', disse o
Doutor. 'É como Charlie e a Fábrica de Chocolate tudo de novo.'
O primeiro homem saiu, com um console de jogos na mã o. A porta deslizou decididamente
atrá s dele. A segunda fila, uma mulher, mostrou seu tíquete. O Doutor e Rose se
aproximaram, e a mulher franziu a testa. 'Desculpe-nos,' disse o Doutor, dando-lhe um
sorriso encantador,
'nó s só queremos. . . '
Mas ela passou pela porta aberta, e ela se fechou atrá s dela antes que o Doutor pudesse
colocar um pé na abertura.
"Vamos esperar aqui até que ela saia", disse o Doutor, pronto para mergulhar.
'E como você vai explicar isso se eles nã o sã o alienígenas?' perguntou Rosa.
"Nã o terá cometido nenhum crime", disse ele. 'Vou dizer que estou preso no nível seis de
Death to Mantodeans e estou desesperado por algumas dicas de jogo.'
Algo chamou a atençã o de Rose com o canto do olho.
— Ei, nã o é a mulher que acabou de entrar? ela disse.
O Doutor ergueu os olhos. 'Sim!' ele disse, olhando para a mulher, que estava se afastando
deles, carregando uma caixa. 'Eu acho que é.'
Rose estava pensando muito. 'Entã o isso prova isso!' ela disse. 'Eles devem ser alienígenas.
Eles estã o atraindo pessoas para essas pequenas cabanas, entã o eles as duplicam, robô s ou
algo assim. É por isso que eles sã o tã o preocupados com a segurança! Eles nã o querem que
vejamos o maquiná rio!
"Ou", disse o doutor, que havia perambulado pelo outro lado da cabine e estava acenando
para ela, "eles estavam preocupados que estivéssemos tentando entrar sorrateiramente,
entã o a mandaram pela porta dos fundos."
Ele tirou a chave de fenda sô nica do bolso. "Vamos ver de que sã o feitas as defesas deles",
disse ele.
Rose estava lançando olhares ansiosos para cima e para baixo na rua. "Estamos sendo um
pouco ó bvios aqui", disse ela. "Nã o poderíamos simplesmente tentar ganhar alguma coisa?"
O Doutor estava segurando a chave de fenda sô nica na frente do pequeno painel. A chave de
fenda zumbia, mas a luz permanecia obstinadamente vermelha.
30

"Ah, tudo bem", disse ele, guardando-o de volta na jaqueta de couro. 'Isso nã o parece
querer abrir. O que sugere envolvimento alienígena, sim — acrescentou ele à pergunta nã o
formulada.
Foi fá cil encontrar uma loja que tivesse a promoçã o: seria mais difícil encontrar uma que
nã o tivesse. O Doutor comprou uma escova de dentes. Rose comprou uma barra de
chocolate. Eles reuniram forças para comparar as raspadinhas.
'“Desculpe, você nã o ganhou desta vez! Por favor, tente novamente!”', disse ela.
'Sim, eu também', disse o Doutor, pegando a carta perdedora dela e colocando as duas no
bolso do casaco. 'Vamos tentar de novo?'
"Tudo bem", disse ela. 'Mas podemos entrar em outra loja? É embaraçoso se continuarmos
comprando bits. Todo mundo vai saber que só queremos ganhar alguma coisa.'
'Porque seria horrível se ficá ssemos um pouco envergonhados enquanto está vamos
salvando o mundo', disse ele. "Isso pode te impedir de fazer o bem, isso pode."
Ela aceitou as críticas, mas permaneceu inflexível. Era mais fá cil fazer coisas assim em
naves espaciais, ou no passado, ou o que quer que fosse, porque de alguma forma você nã o
se importava tanto com o que as pessoas pensavam de você. Por exemplo, nas férias, você
usaria o sombrero e a camiseta inovadora que nunca seria vista morta no clube juvenil.
Entã o eles foram para a loja ao lado. O Doutor comprou um bloco de post-its. Rose comprou
uma esferográ fica. Desculpe, você não ganhou desta vez! Por favor, tente novamente!
Na loja seguinte, Rose comprou uma lata de bebida. O Doutor, obviamente cansado da
busca, arranjou um monte de troco e comprou dezessete exemplares do mesmo jornal, um
de cada vez.
Eles ficaram do lado de fora da porta, ambos raspando a cobertura prateada dos cartõ es, o
Doutor ocasionalmente distribuindo jornais aos transeuntes. Nem uma ú nica carta foi
vencedora e eles estavam ficando sem dinheiro.
"Tive uma ideia", disse Rose de repente. 'Você sabe como eles podem ser alienígenas,
certo?'
'Uh-huh.'
'Entã o, a tecnologia deles será uma tecnologia alienígena. Se você pegasse um desses
consoles de jogos e o desmontasse. . . '
31

'Brilhante!' ele disse. — Pode nos dar uma ideia do que eles estã o fazendo e tudo.
– De volta ao Mickey's entã o?
Ele assentiu. 'Sim. Ainda tem os saquinhos de chá ?
Ela sorriu. 'Sim. Mas temos dinheiro suficiente para mais um litro de leite?
Restava apenas o suficiente, entã o Rose voltou à banca de jornal. O homem atrá s do balcã o
entregou a ela uma raspadinha, que estupidamente a pegou de surpresa, porque na
verdade eram compras que eles queriam. É isso, ela pensou. charlie e o chocolate Fábrica.
Quando você está esperando, torcendo, desesperado para vencer, você nunca consegue.
Mas entã o, do nada, você tem outra chance. E esse é o ú nico. É assim que funciona. Ela
sorriu para si mesma, imaginando a cara do Doutor quando a visse acenando com a carta
vencedora em triunfo e raspasse a prata com a unha.
Embaixo, lia-se: 'Desculpe, você nã o ganhou desta vez! Por favor, tente novamente!'
32
O Doutor e Rose pegaram o ô nibus de volta para a propriedade e foram até o apartamento
de Mickey. Rose nã o percebeu que algo estava errado, nã o a princípio.
— Você deixou a porta aberta quando saiu? ela disse ao Doutor.
Ele balançou a cabeça e de repente pareceu preocupado. Ele entrou, olhando aqui, ali e em
todos os lugares. Rosa o seguiu. O apartamento estava vazio. Na sala, o console de jogos
estava sobre a mesa e a televisã o ainda estava ligada. No chã o havia uma cebola em
conserva meio comida, marcas de dentes claramente visíveis nela.
"Alguém arrombou a porta e o pegou de surpresa", disse o médico. Ele disparou de volta
para fora da porta da frente. "Olhe para isso", ele chamou. Rose o seguiu para fora e ele
empurrou a porta, apontando para arranhõ es no painel inferior.
'Hum. . . ' ela disse.
"Marcas de garras", disse ele. 'Quem chutou esta porta tinha pés com garras.'
'Como Percy, o porco-espinho?' ela disse.
"Exatamente como Percy, o Porco-espinho", disse o Doutor.
33

Eles voltaram para dentro do apartamento, o Doutor fechando a porta atrá s deles.
"Amazing sua televisã o ainda está aqui, se a porta está aberta há muito tempo", disse ele.
"Ei", disse Rose, ofendida. 'Você nã o mora aqui. Você nã o tem permissã o para dizer coisas
assim.
— Entã o é assim que funciona?
Ela assentiu, sentando-se em uma cadeira e examinando a sala em busca de pistas. 'Sim.
Tipo, como eu atacaria qualquer um que te chamasse de sabichã o arrogante que nunca
ouve uma palavra do que eu digo, mas eu sou. . . '
Ela se interrompeu. O Doutor nã o a ouvia. Ele pegou o console de jogos abandonado e
estava empurrando a parte de trá s. Ele começou a bisbilhotar lá dentro. "Definitivamente
alienígena", disse ele. 'Irmã o.'
'Nã o apenas um humano realmente avançado?'
Ele balançou sua cabeça. 'Nã o.'
— Você acha que eles andam sequestrando qualquer um que tenha um?
Ele balançou sua cabeça. 'Deve haver um monte de coisas lá fora.
Acho que alguém teria notado. E qual seria o sentido disso? Nã o, eles levaram o Mickey por
um motivo. E eu diria que era bastante ó bvio qual era esse motivo.
Rose pensou por um momento, inclinando-se para frente em concentraçã o. 'Para você,
talvez, grande cérebro alienígena. . . Deve ter algo a ver com este jogo. . . Mas Mickey estava
jogando um pouco sem nada acontecer. . . ' De repente, ela bateu no braço da cadeira
quando percebeu. 'E entã o você apareceu e superou a pontuaçã o dele, e se eu te conheço,
provavelmente a pontuaçã o de todos os outros que já jogaram em, tipo, dois minutos. E eles
estã o monitorando as pontuaçõ es de alguma forma, entã o eles enviam tropas para
encontrar esse gênio e levá -lo embora. Mas eles pegaram Mickey em vez disso. Certo?'
O Doutor agora estava montando o console de jogos novamente. "Você chega lá no final",
disse ele, dando-lhe um sorriso. — Você pensaria que, no momento em que vissem a falta
de inteligência em seus olhos, perceberiam que ele nã o era quem eles queriam.
Rosa franziu a testa. 'Como eu estava dizendo, você nã o pode dizer coisas assim.
Enfim, ele nã o é grosso. Ele tem GCSEs.
34

"Peço desculpas", disse o doutor, sorrindo, sem parecer nem um pouco arrependido.
Ela decidiu deixá -lo. 'Bem, de qualquer maneira, o que eles querem com ele
- com você? Isso tudo foi algum tipo de teste de inteligência alienígena bizarro? Como se
estivessem procurando as pessoas mais inteligentes e depois as sequestrassem para drenar
seus cérebros?
O Doutor abriu a boca para falar, e ela quase gritou:
'Nã o diga uma palavra! Você ousa fazer um comentá rio sobre o cérebro de Mickey quando
ele pode estar sendo sugado por um alienígena agora mesmo!'
Ele fechou a boca com o grito dela, mas abriu de novo agora. 'Pode ser isso. Mas é uma
maneira meio aleató ria de fazer isso. Eu nã o me preocuparia. Ele provavelmente está bem.
Ela estava quase consolada. 'Realmente?'
Ele parecia sincero. 'Sim. Realmente.' Uma pausa. 'Nó s provavelmente. Vou te dizer uma
coisa, vamos resgatá -lo?' Ele olhou para o reló gio LCD na frente do gravador de vídeo do
Mickey. — Ainda há muito tempo antes do chá .
Ela lançou um olhar de 'nã o acredito nisso' para o teto. 'Bem, sim. Achei que iríamos
resgatá -lo.
O Doutor se jogou na outra cadeira. 'Tudo bem entã o.
Quero dizer, nã o estou dizendo que vou sentir falta dele agora que ele se foi ou algo assim.
Mas prefiro que ele nã o seja sequestrado por alienígenas sob minha supervisã o, sabe?
Ela assentiu, reprimindo uma observaçã o. Ela ainda nã o conseguia dizer se ele estava
fingindo nã o se importar, algum tipo de humor seco, ou se ele realmente nã o se importava.
E, no geral, ela pensou que provavelmente seria melhor a curto prazo se ela nã o
descobrisse de um jeito ou de outro.
O Doutor nã o parecia estar fazendo nada, no entanto. Ela esperou um momento e entã o
disse: 'Bem? Thunderbirds estã o indo, ou o quê?'
"Ou o quê", disse ele. "Ou você conseguiu um distintivo de Brownie no rastreamento de
porco-espinho?"
Ela olhou para ele. 'Nã o pode ser tã o difícil. Alguém deve ter notado um porco-espinho
gigante andando por aí carregando alguém nos braços, ou sei lá o quê.
O médico balançou a cabeça. "Nã o", disse ele. — Dê uma cheirada. Ela obedeceu e, ao
inspirar, um espirro a pegou de surpresa.
"Ah", disse ela. "É melhor fazer um desejo."
35

'Que tal, 'Gostaria de saber para onde Mickey foi teletransportado'?


sugeriu o doutor.
'Teleporte?' ela disse. 'Como você sabe?'
"Deixa um formigamento distinto no ar, teletransporte", disse o Doutor.
— E significa que nossos porcos-espinhos sã o bastante avançados tecnologicamente e tudo
mais.
Ela estremeceu, pensando nos á tomos de Mickey sendo quebrados e lançados no ar. 'Você
conseguiu inverter o teletransporte antes', disse ela, pensando em uma de suas aventuras
anteriores.
"Sim, se eu estivesse do outro lado, onde estã o os controles", disse ele.
'Desculpe, nã o pode fazer aqui. Nã o, só há uma coisa para isso. Ele sorriu e pegou o console
de jogos. 'Hora de ir pescar.'
Demorou um pouco, mas ela conseguiu no final. — Você vai servir de isca. Você vai jogar o
jogo e esperar que eles venham e peguem você também.
'Sim.' Ele apertou um botã o no console. A legenda 'Introduçã o'
apareceu na tela, e o Doutor fez uma careta. 'De volta ao começo.'
"Pelo menos você nã o precisa fazer o nível de treinamento", disse Rose. "De qualquer
forma, podemos aprender alguma coisa."
Porcos-espinhos dançantes de desenhos animados deslizavam pela tela da TV,
eventualmente recuando para revelar uma imagem granulada do que Rose agora sabia
serem os verdadeiros alienígenas.
'Sim, suponho que você esteja certo', disse o Doutor, selecionando uma opçã o na tela.
Um grá fico piscou e a introduçã o começou.
Havia um grupo de porcos-espinhos alienígenas sentados em volta de uma mesa. Parecia
um conselho de guerra.
"Companheiro Quevvils", disse um porco-espinho que tinha pelos faciais grisalhos e longos
espinhos curvados para trá s da cabeça como um menino de pelú cia mortal,
'nó s nos encontramos para discutir a ameaça dos malignos Mantodeans.' A imagem cortou
para imagens dos louva-a-deus gigantes, depois voltou para os Quevvils em sua mesa.
— Mas o que podemos fazer, Frinel? disse outro dos alienígenas. 'Estamos em um impasse!
Nã o podemos ferir os Mantodeans, e eles nã o podem nos ferir!'
36

Agora cortava para um desenho animado que mostrava um Mantodean tentando fixar suas
mandíbulas em volta do pescoço grosso e espinhoso de um Quevvil, e finalmente desistindo
com um encolher de ombros de suas antenas. Outro cartoon mostrava um Quevvil atirando
uma enxurrada de espinhos em um Mantodean, apenas para eles ricochetearem no
exoesqueleto resistente do insetoide.
'Parece que a natureza teve a idéia certa', disse o Doutor em um aparte para Rose. 'Duas
espécies que poderiam viver juntas em harmonia.' Ele bufou.
'Como se isso fosse acontecer em qualquer lugar do universo.'
De volta à mesa, outro Quevvil continuou: "Tentamos nos infiltrar na fortaleza de
Mantode".
Corte em uma estrutura parecida com uma das grandes pirâ mides, só que sem a ponta.
Mantodeans, diminutos em comparaçã o, entravam e saíam correndo pelas centenas de
portas ao redor de sua base. O prédio parecia estar no meio de um lugar arenoso.
"Parece um planeta deserto", disse o Doutor a Rose. 'Porcos-espinhos e louva-a-deus sã o
encontrados nos desertos da Terra. Faria sentido que criaturas assim tivessem evoluído lá .
'Realmente?' ela disse. 'É assim que o universo funciona?'
"Ah, sim", disse ele.
'Mas as catacumbas internas nã o sã o adequadas para nosso volume impressionante',
continuou o Quevvil, 'E os Mantodeans semearam sua fortaleza com armadilhas diabó licas.'
O Quevvil chamado Frinel estreitou seus olhos rosados e aquosos, mostrando seu desdém
por aqueles que armavam armadilhas diabó licas. 'É por isso que nos voltamos para a
tecnologia para derrotar nossos inimigos, desenvolvendo a ciência extremamente
inteligente do teletransporte, para nos permitir alcançar o centro da fortaleza Mantodean,
derrotar o inimigo e, incidentalmente, fornecer acesso aos valiosos depó sitos minerais
abaixo.'
'Aha', disse o Doutor. "Procure o dinheiro, sempre dizem."
'Mas os desonrosos Mantodeans também se voltaram para a tecnologia,'
disse Frinel, rosnando e mostrando dentes amarelos atarracados, mas de aparência
assustadora.
'Porcos-espinhos sã o vegetarianos, certo?' disse Rose, um pouco nervosa.
'Eles protegeram sua fortaleza com um campo de força. Impede o teletransporte! E pior,
está sintonizado com a biologia de Quevvil!
37

Um desenho animado mostrava um Quevvil tentando correr para a pirâ mide. Com um som
escaldante e muitas linhas irregulares, estava claramente frito.
'Isso é terrível!' gritou um dos Quevvils no conselho de guerra.
'O que podemos fazer?'
"Tive uma ideia", disse Frinel. 'Vamos vasculhar o universo em busca de alienígenas de
grande astú cia e engenhosidade. Eles virã o para Toop e se infiltrarã o na fortaleza
Mantodean para nó s. Eles escaparã o das armadilhas e chegarã o ao centro. E lá eles
colocarã o isso.' Ele ergueu um cubo de metal brilhante. 'Este é o disruptor desenvolvido
por nossos cientistas.
Quando colocado pró ximo aos bancos de computadores dos Mantodeans, ele interromperá
toda a tecnologia deles, derrubando o campo de força e nos permitindo teletransportar
para... para a vitó ria!'
'Mas onde vamos encontrar tais seres?' perguntou um Quevvil.
Outro Quevvil veio correndo até a mesa. 'Frinel! Companheiros Quevvils! Eu encontrei um
planeta dentro do alcance de nossos teletransportadores, onde os habitantes sã o
guerreiros e possuidores de grande astú cia.'
'E o que é este planeta?' disse Frinel.
A tela cortou para a imagem de um globo azul e verde muito familiar.
'Isso é. . . a Terra!' disse o Quevvil.
"Agora há uma reviravolta para os livros", disse o Doutor a Rose.
Houve um zumbido e um salto na imagem, e de repente eles estavam com outro Quevvil.
Um contador no canto superior direito indica '0'.
"Começando o jogo propriamente dito", disse o Doutor.
"Obrigado por enfrentar o desafio, humano", disse o Quevvil, segurando um disruptor. O
Doutor apertou botõ es, e o Quevvil recolheu as mã os, agora vazias. Na parte inferior da tela,
um pequeno ícone apareceu, rotulado como 'Disruptor: preparado'. Entã o o Quevvil se
moveu para o lado, revelando uma janela além da qual havia um trecho de deserto. À
distâ ncia estava a enorme pirâ mide truncada da fortaleza Mantodean. "O destino de nossa
raça está em suas mã os", disse o Quevvil, puxando uma alavanca na parede. A imagem
brilhou e de repente eles estavam olhando para uma parede completamente diferente,
contendo uma porta. Conforme o Doutor manipulava os controles, o ponto de vista deles
avançava, em direçã o à porta.
38

'Bom quando os vilõ es apresentam todo o seu plano de forma semi-animada', disse o
Doutor. 'Evita que você tenha que ser amarrado e prestes a morrer antes que eles revelem
qualquer coisa.'
— Você realmente acha que eles estã o dizendo a verdade? disse Rosa. 'Sobre o campo de
força, e por que eles precisam de humanos e tudo mais?'
— Nã o ficaria nem um pouco surpreso. O Doutor apertou um botã o, deixando a porta em
relevo. Afinal, ninguém vai suspeitar que seja verdade nem por um segundo. E mesmo que
o fizessem, mesmo que algum humano se sentasse para jogar este jogo e pensasse: "Espere,
talvez sejam alienígenas reais nos contando sobre seus inimigos reais", o que eles farã o
sobre isso?
Tente contar a alguém e eles serã o presos, acredite em mim.
"E suponho que ninguém na Terra se importaria", disse Rose, pensando a respeito. "O que
um bando de alienígenas faz em seu pró prio planeta nã o vai incomodar ninguém."
Na televisã o, o primeiro quebra-cabeça preencheu a tela. Era diferente do matemá tico da
ú ltima vez que o Doutor havia jogado, mas ele resolveu com a mesma rapidez. Uma vez lá
dentro, ele teve que escalar aberturas, pular abismos e negociar labirintos sinuosos.
"Entendo por que aqueles porcos-espinhos gordos nã o conseguiram fazer isso", comentou
Rose, enquanto o Doutor pressionava uma combinaçã o de botõ es para navegar por uma
série de saltos longos para plataformas minú sculas. 'Estes sã o definitivamente destinados a
insetos saltadores.'
Um casal de Mantodeans apareceu no final de um tú nel. O Doutor, inclinando-se para a
frente ansiosamente, pressionou com força o botã o azul do controlador. Um ícone apareceu
na tela, uma pequena pistola. 'Arma selecionada', diziam os grá ficos. O dedo do Doutor
pairou sobre o botã o vermelho.
Rose agarrou seu braço. 'Você nã o pode! Você nã o pode atirar neles! Eles sã o reais! Você os
estaria matando.
O Doutor apressadamente apertou outro botã o, e os Mantodeans saíram de vista quando
ele se abaixou em um tú nel lateral. Ele recostou-se, olhou para ela. 'Eu estava ficando um
pouco empolgado lá .'
Ela deu a ele um meio sorriso. 'Sim eu também. Quer dizer, eu queria que você atirasse
neles, por um segundo. Matar ou ser morto e tudo isso.
39

Ele assentiu. 'Só que nã o é, você está certo. Mesmo que eu tenha que começar de novo, meia
hora aqui ou ali provavelmente nã o fará muita diferença para Mickey.'
Ela nã o tinha pensado nisso e franziu a testa. Mas embora ela tivesse abatido uma dú zia de
alienígenas para chegar a um Mickey sendo ameaçado na frente dela, isso era diferente. Se
o Doutor estivesse certo, ele estava apenas sendo feito para jogar videogame em algum
lugar. Quem sabe, eles podem até estar fornecendo chá e biscoitos para ele. — Você ainda
precisa ir muito longe, nã o é? ela disse. — Antes de chegar ao fim do jogo, quero dizer.
'Nã o vou chegar ao fim do jogo', disse ele, surpreendendo-a.
'O que, é muito complicado?' Ela nã o podia acreditar que era esse o caso.
Ele riu. 'Até parece!' Entã o ele continuou mais sério, 'Achamos que cheguei mais longe do
que qualquer outro jogador em menos tempo, certo?'
'Certo.' Ela assentiu.
— E achamos que foi por isso que levaram Mickey. Provavelmente porque pensaram que
ele era sua grande esperança, a ú nica pessoa com probabilidade de chegar ao final do jogo.
Se o que eles estã o dizendo for verdade, eles só precisam de uma pessoa para chegar ao
centro deste lugar, uma pessoa para ativar seu disruptor. Entã o é isso, fim de jogo. Se eu
fizer isso, eles nã o precisarã o me procurar, terã o alcançado seu objetivo. Ele deu a ela um
olhar significativo. — E eles também nã o precisarã o mais do Mickey.
Ela entendeu e estremeceu um pouco. 'Sim, eu entendo.'
'Entã o, vou apenas bater minha pontuaçã o anterior e depois vou parar. E entã o eles virã o
me pegar. E -' ele parou por um momento para cutucar o controlador - 'isso provavelmente
vai acontecer a qualquer momento.'
Os dedos do Doutor piscaram sobre os botõ es e entã o pararam.
Ele deu um suspiro alto e colocou o controle sobre a mesa.
'Lá . Cem pontos acima. Deve chamar a atençã o deles.
Ela se sentia como uma pilha de nervos. Saber que um porco-espinho gigante poderia
aparecer do nada a qualquer segundo nã o era um pensamento relaxante. — E o que
faremos quando chegarmos lá ? ela perguntou. 'Qual é o plano?'
40

"Ah", disse ele. 'Provavelmente deveria ter verificado se você estava pronto para isso,
realmente. Você está pronto para isso, nã o é? Perigoso e tudo mais.
"Preparado para quê?" Ele podia ser frustrante à s vezes. — Mas é claro que estou. Você
sabe que eu sou. Sempre.'
Ele sorriu. 'Sim eu sei disso. Bem, entã o é melhor você ficar atrá s desta cadeira.
Ela olhou para ele. 'Se você acha que estou me escondendo enquanto você corre para Deus
sabe o quê. . . '
- Nã o, nã o, nã o - disse ele apressadamente. 'Só , se eles virem nó s dois, eles vã o nos
capturar, certo? Entã o eles têm que apenas me ver, entã o um de nó s fica livre para deixar o
outro sair. Pegue meu tornozelo, entã o o campo de teletransporte deve levá -lo também.
Eles nã o estarã o esperando outra pessoa do outro lado. Com um pouco de sorte, você
conseguirá rastejar para longe antes que eles notem você.
Ela ficou horrorizada. — Esse é o plano brilhante?
Ele estendeu as mã os. 'Vai dar certo! Esses pescoços grossos que eles têm, nã o conseguirã o
olhar para baixo direito. Você estará fora do campo de visã o deles.
Ela nã o estava convencida, mas sabia que provavelmente nã o conseguiria bolar um plano
melhor a tempo. — Nã o pode ser você quem está se escondendo? ela perguntou como
ú ltimo recurso.
'Tenho mais de um metro e oitenta!' ele disse. 'Pegue-me encaixando atrá s disso.' Ele deu
um tapinha na cadeira. 'E que vergonha! Escondido atrá s de uma cadeira de um monstro?
Meu?'
Rose ergueu as sobrancelhas para ele, mas se levantou mesmo assim e se arrastou para o
espaço entre o assento e a parede. O Doutor arranjou um arremesso de forma que a
cobrisse mais ou menos. 'Oh, nojento!' ela gritou.
"Ninguém é aspirado aqui desde a Idade das Trevas." Um segundo depois:
— Acabei de encontrar um biscoito. Um segundo depois: "Acabei de encontrar uma moeda
de uma libra". Um segundo depois, preocupado: 'Nã o sei o que acabei de encontrar, mas
coloquei meu cotovelo bem nisso. . . '
E um segundo depois, ela podia sentir o cheiro de alguma coisa. Um cheiro forte no ar,
como se ela tivesse acabado de ser borrifada com suco de limã o. Sua língua e narinas
estavam efervescentes.
41

"É aqui", disse o doutor, empoleirando-se no braço da cadeira acima dela. 'Apertar.'
Ela agarrou seu tornozelo ossudo, refletindo distraída como era estranho que um
alienígena de 900 anos do espaço sideral usasse meias com estampa de diamantes,
exatamente como costumavam vender na loja onde ela trabalhava. , £ 8,99 por três pares,
tecido de algodã o respirá vel.
Houve um estrondo; eles haviam arrombado a porta da frente novamente. E entã o o Doutor
estava se levantando e dizendo de forma realmente pouco convincente:
'Oh nã o! Por que você está apontando uma arma para mim? Eu irei em silêncio.'
E ela só teve tempo de ver, por baixo da manta drapeada, um par de pernas com garras
obscurecendo sua visã o da tela, que mostrava um bando de mantodeanos furiosos
enxameando ao redor, estalando suas mandíbulas juntas.
'Fim do jogo', pensou Rose, e entã o tudo desapareceu.
42
Rose ficou desorientada por alguns segundos, e por isso quase morreu. Ela se sentiu
enjoada e tonta, e sua pele formigou como se tivesse acabado de tomar um banho de Alka-
Seltzer. Ela nã o achava que seria capaz de se mover novamente, ou mesmo saber como
partes de seu corpo se ligavam a outras partes de seu corpo novamente. Mas quando sua
cabeça começou a clarear, ela de repente percebeu que seus braços estavam se movendo.
Ela certamente nã o tinha decidido movê-los conscientemente, e observou o estranho
fenô meno com interesse imparcial por alguns momentos. Entã o as névoas mentais se
separaram ainda mais, e ela percebeu que seus braços estavam se movendo porque ela
estava segurando algo com um aperto mortal, e isso estava tentando se livrar dela. Um
momento depois, ela o reconheceu como um tornozelo, como o tornozelo do Doutor, e tudo
voltou à tona. O Doutor falava alto, tentando desviar a atençã o dela. 'Onde estou? O que é
tudo isso entã o?
Ela abriu os dedos e soltou o tornozelo. Havia outros tornozelos em sua linha de visã o,
tornozelos atarracados cobertos por pelos grossos e pretos, levando a pés feios com garras.
Os pés de um Quevvil. Tentando nã o fazer barulho, nã o se mover, ela olhou ao seu redor.
Ela estava em um chã o de concreto, totalmente exposta. Mas de um lado havia um monte de
coisas: 43

armá rios de arquivo, cadeiras, um monitor de computador rachado. Ela se contorceu até a
pilha o mais rá pido e silenciosamente possível, e começou a deslizar para trá s dela. Suas
pernas ainda estavam para fora quando uma porta se abriu bem ao lado dela e ela ouviu o
tilintar de mais garras no concreto. Muito mais garras. Se ela tivesse demorado uma fraçã o
de segundo a mais para se recuperar. . .
Nã o que ela tivesse se recuperado totalmente – ela ainda se sentia enjoada e se viu se
verificando mentalmente, tentando descobrir se tinha sido remontada exatamente da
maneira certa. Seus dedos sempre foram tã o longos? Seus pés sempre foram tã o pequenos?
Ela finalmente concluiu que sim.
Ela se perguntou onde eles estavam. Ainda na Terra, ela reconheceu, graças a Deus – ela
nã o conseguia acreditar que qualquer planeta alienígena habitado por porcos-espinhos
gigantes tivesse velhas cadeiras de computador e portas com fechaduras Chubb. E como
Jackie havia dito, esta era apenas uma promoçã o local
– bem, esperemos que eles nã o tenham se aventurado fora de Londres para sua base
secreta, se era onde ela estava.
Através de uma abertura no lixo, ela podia ver o Doutor protestante sendo empurrado por
uma porta do outro lado da sala. Ela ouviu um grito de surpresa na voz de Mickey antes que
a porta se fechasse e sentiu uma enorme sensaçã o de alívio. Ele estava vivo.
Depois de alguns minutos, o Quevvil que havia levado o Doutor para dentro do quarto saiu,
sozinho. A chave foi virada na fechadura. Rose deu um suspiro silencioso de agradecimento
– ela estava preocupada que eles os trancassem com algum cadeado alienígena horrível,
como os do estande de prêmios, e ela nunca seria capaz de deixá -los sair.
Lembre-se. . . como ela iria deixá -los sair de qualquer maneira? Havia quatro Quevvils na
sala com ela, e nã o havia como ela chegar até a porta sem que eles a vissem, por mais que
ela se mantivesse no chã o. Ela só teria que esperar que eles fossem embora. Mas eles
estavam olhando para algumas telas de monitores, aparentemente paralisados. Nas telas,
ela podia ver grá ficos 3D complexos. Ela suspeitava que fossem planos dessa fortaleza
Mantodeana que eles queriam infiltrar, e talvez estivessem representando o progresso do
jogo do Doutor e do Mickey.
Mas ela nã o conseguia ver exatamente como – nã o fazia sentido para ela.
Ela esperou, e esperou, tentando flexionar suavemente os mú sculos para que as pernas

nã o foi dormir para o caso de ter que fazer uma fuga rá pida. Se fosse necessá rio, havia
sempre a outra porta, aquela pela qual os Quevvils haviam entrado – ela nã o tinha ouvido
uma chave girar na fechadura.
Os minutos passaram lentamente. Se ao menos ela tivesse uma maneira de distraí-los! Mas
ela simplesmente nã o conseguia pensar em um, nã o um que os mantivesse distraídos por
tempo suficiente, de qualquer maneira. Os Quevvils nem estavam conversando, ela nem
estava aprendendo coisas sobre o inimigo, eles estavam apenas olhando para essas telas.
Mas entã o. . .
Algo deve ter acontecido, algo a ver com o jogo.
Todos os quatro Quevvils se inclinaram para a frente, murmurando entre si, apontando e
comentando. Foi isso? Isso foi uma distraçã o suficiente? Nã o, nã o era, ainda nã o havia como
ela chegar à porta trancada, mas – mas ela poderia tentar pela outra porta.
O pensamento mal estava em sua mente antes que ela agisse; se ela tivesse esperado,
poderia ter sido tarde demais. Ela estava de pé, girando a maçaneta, saindo pela brecha. . .
Ela puxou a porta atrá s de si e saiu correndo, ainda em silêncio, esperando os gritos, os
tiros e a perseguiçã o, a qualquer momento, a qualquer momento. . .
Mas eles nã o vieram. Ela conseguiu!
Ela abandonou o Doutor e Mickey à pró pria sorte, mas conseguiu . . .
Nã o, isso foi bobagem, tudo isso fazia parte do plano. Ela nã o poderia distrair os Quevvils
enquanto estivesse na sala, mas poderia encontrar algo aqui. E, pelo menos, ela teria
encontrado uma rota de fuga para quando os tirasse . . .
Ela olhou ao seu redor. Ela estava em um corredor iluminado por lâ mpadas elétricas fracas.
Havia outra porta e uma escada que levava a um alçapã o no teto.
Ela subiu a escada, mas o alçapã o estava protegido com as temidas fechaduras alienígenas.
Cruzando os dedos mentalmente, ela desceu de volta e correu para a porta do outro lado.
Estava trancado, mas com uma chave comum. Ela a virou, ainda tentando ficar o mais
quieta possível, e deslizou por ela. Ela pegou a chave; trancou a porta atrá s dela.
Ela quase espirrou quando o mosto atingiu seu nariz. Pilhas de bolor velho 45

jornais e revistas amarrados com barbante cobriam as paredes; deixou a porta aberta para
a luz do corredor e olhou mais de perto, conseguindo distinguir, em meio à poeira,
exemplares dos anos 1970 de Woman's Realm ('tricotar um Rupert the Bear para um neto
favorito') e o Daily Telegraph ('Nixon renuncia'). Cada passo que ela dava aparecia na
poeira do chã o, e ela se sentia como Neil Armstrong. Nã o diziam que as pegadas
permaneciam na lua para sempre, porque nã o havia vento para dispersá -las? Talvez um dia
o Doutor a levasse até lá , e ela pudesse ver por si mesma.
Se eles conseguiram passar por isso, foi isso.
Do outro lado da sala havia degraus de concreto que conduziam a uma porta, com uma fina
faixa de luz por baixo. Luz do dia? Ela subiu. A porta estava trancada. Ela apertou os olhos
pelo buraco da fechadura, mas nã o conseguiu ver nada. Tinha que ser bloqueado por uma
chave.
Entã o. . . ela só conseguia pensar em um plano. Vinha apenas de livros infantis, das
aventuras do tipo de jovens detetives que pegavam contrabandistas e ladrõ es de joias, e ela
nã o conseguia acreditar que funcionaria na vida real, mas tinha que tentar.
Woman's Realm envelhecido e estaladiço e, apó s uma busca, descobriu uma histó ria em
quadrinhos infantil antiga com seu presente gratuito de um pirulito ainda colado na capa.
Tentando nã o pensar no dano que o doce causaria à s entranhas de uma criança depois de
trinta anos, ela afastou a bagunça pegajosa de seu lar de longo prazo e subiu os degraus de
volta. Ela enfiou a revista por baixo da porta, enfiou o pirulito na fechadura, respirou fundo,
cruzou os dedos e empurrou .
Houve um baque surdo do outro lado. Tentando nã o criar muitas esperanças, ela puxou a
revista para trá s.
E ali, em cima de uma receita de doce de ameixa, estava a chave.
Ela estava tremendo quando o colocou na fechadura. Tã o perto, tã o perto. . . Se eles a
ouviram agora. . .
A porta nã o queria abrir. Ele rangeu como uma porta de um filme de terror. Ela esperava
que os Quevvils viessem correndo; ela esperava encontrar Drá cula esperando por ela do
outro lado.
Mas, para sua surpresa, ela saiu de algum lugar que ela realmente conhecia . Era a banca de
jornal onde o Doutor havia comprado seus 46

dezessete Guardiões ; onde comprara aquele ú ltimo litro de leite, agora na geladeira do
Mickey; onde ela falhou totalmente em ganhar nas raspadinhas.
Ela considerou brevemente que o jornaleiro estava aliado aos alienígenas, mas ela nã o
conseguia ver isso de alguma forma. Ele pode ser um pouco mal-humorado, mas nã o era
tã o ruim assim. E a porta da loja obviamente nã o era aberta há séculos.
Felizmente, ninguém parecia ter notado sua entrada. O jornaleiro estava atendendo um
cliente na frente da loja, e ele nã o poderia ter ouvido a porta se abrindo por causa do alto
ruído de fundo da Rá dio Um.
Ela saiu pela porta da frente, para a rua. Bem na frente dela estava a cabine de premiaçã o, o
lugar que eles nã o conseguiram entrar antes. Os Quevvil obviamente o haviam ampliado,
ligando-o a alguns dos antigos porõ es da loja. Uma pequena base subterrâ nea que ninguém
suspeitaria.
Mas agora o que ela poderia fazer?
Ela olhou para a rua em busca de inspiraçã o.
Woolworths.
Químico. Chippie. Ela nã o conseguia nem imaginar uma porçã o de batatas fritas nadando
em sal e vinagre. . .
Algo clicou, em algum lugar no fundo de sua mente. Algo que ela tinha lido uma vez, ou
visto em um daqueles documentá rios da Wildlife on One . Porco-espinho e sal. Porcos-
espinhos fariam qualquer coisa por sal; eles eram como viciados em sal. Seria esperar
demais - sim, seria, seria esperar demais que essas criaturas tivessem o mesmo desejo, só
porque se pareciam com o animal da Terra. . .
Mas eles poderiam servir, e era o melhor plano que ela tinha. . .
Ela deu uma espiada na loja de batatas fritas. O cheiro era divino, mas tudo o que ela tinha
era a moeda de uma libra que pegara atrá s da cadeira de Mickey; ela nã o podia se dar ao
luxo de se tratar. Mas nã o havia mais ninguém na loja, ninguém para criar uma distraçã o.
"Porçã o de batatas fritas, por favor", disse ela. 'Envolto.'
A linda chinesa atrá s do balcã o deslizou uma pá cheia de chips marrom-dourados para um
papel. 'Sal e vinagre?' ela perguntou.
"Eu mesma faço", disse Rose, pegando o pote de sal gigante. 'Ah, e posso pegar uma lata de
Coca-Cola?' Ela apontou para a geladeira atrá s do balcã o e a garota se virou. E no instante
em que ela fez, Rose estava fora 47

da porta, saleiro na mã o, deixando as batatas fritas para trá s com pesar. Ela esperou que a
garota gritasse, mas nunca veio. Talvez os clientes fizessem corredores o tempo todo. Nã o
era como se ela tivesse roubado as fichas. A garota pode nã o ter notado a ausência do sal.
Era a segunda vez naquele dia que Rose era uma criminosa menor. Mas, afinal, ela estava
potencialmente salvando o mundo.
Agora vinha a pró xima parte de seu plano, a parte que dependia totalmente da sorte.
Porque se essa parte nã o funcionasse, ela poderia ter que virar uma criminosa de verdade,
para conseguir uma raspadinha vencedora. Mas antes disso, ela tentaria. Ela tirou a moeda
de uma libra do bolso da calça jeans e voltou para a banca de jornal.
"Docinhos de cem centavos, por favor", disse ela.
A quinquagésima oitava carta de Rose foi a sortuda. Ela estava ficando farta de raspar o
material prateado apenas para encontrar a mensagem inapropriadamente alegre:
'Desculpe, você nã o ganhou desta vez! Por favor, tente novamente!'
Ela 'por favor, tente novamente' até que ela pensou que sua unha estava quase desgastada
até o osso.
Mas aqui estava. Aqui estava o cartã o vencedor. Ela ganhou um console de jogos.
Rose correu para a cabine de premiaçã o. Nã o havia fila. Ela colocou o cartã o na ranhura e,
apó s alguns momentos de espera, a porta se abriu. Ela entrou. Lá dentro havia um balcã o e,
atrá s dele, um Quevvil, a boca contorcida no que parecia ser um sorriso amigá vel.
'Parabéns!' disse. 'Você venceu! Vou buscar o seu prêmio.'
Ele se afastou do balcã o e Rose se inclinou para olhar.
Havia um quartinho atrá s dela, com outra porta nos fundos – e no chã o, um alçapã o. Era
isso! Essa deve ser a entrada do corredor sob o solo! Hora da fase final de seu plano - se ao
menos funcionasse. . .
Ela se afastou do balcã o, tentando se manter o mais longe possível. Entã o ela removeu o
saleiro gigante e borrifou um pouquinho no chã o.
A reaçã o foi quase instantâ nea. Foi muito, muito mais 48

do que ela esperava. O Quevvil começou a farejar. Ergueu o focinho no ar como um garoto
Bisto feio e espinhoso. Em seguida, disparou para a frente, arranhando o balcã o,
desajeitado e desesperado. Enquanto a criatura caía no chã o, sua língua negra lançando-se
para lamber a guloseima, Rose seguiu sua rota ao contrá rio, mergulhando por cima do
balcã o para a pequena sala além. Ela tentou o alçapã o, mas parecia trancado deste lado
também, e ela nã o teve tempo de experimentar. Entã o ela virou o recipiente de sal e o
espalhou por todo o chã o, certificando-se de que um pouco escorria pelas laterais do
alçapã o. E entã o ela saiu correndo pela porta mais distante, agradecendo que as fechaduras
alienígenas só funcionassem do lado de fora, e ela nã o teve que fazer seu caminho de volta
passando pelo enlouquecido Quevvil arranhando o chã o. Ela bateu a porta atrá s de si e,
ignorando os olhares interessados dos transeuntes, voltou correndo para a banca de
jornais.
"Olha, eu só tenho um nú mero limitado desses cartõ es", disse o jornaleiro. — Se você vai
fazer isso de novo, pode simplesmente ir para outro lugar.
Rose deu ao homem seu sorriso mais encantador. "Apenas navegando", disse ela. Ela
esperou até que ele estivesse mais uma vez distraído com um cliente e entã o, rezando para
que ele nã o tivesse um circuito interno de TV instalado, voltou para o porã o.
Ela abriu a porta do corredor e espiou pelo vã o.
Seu plano estava funcionando! Rapaz, esses porcos-espinhos gigantes devem adorar o sal.
Todos os quatro Quevvils estavam no chã o abaixo do alçapã o, lambendo o chã o como
cachorrinhos sedentos. Enquanto ela observava, um deles se levantou e começou a subir
desajeitadamente a escada, depois os outros o seguiram. Ela nã o conseguia ver o que o
primeiro fez para abrir a escotilha, mas ele abriu. Todos os quatro subiram e, antes que
fosse fechado novamente, ela pô de ouvir uma explosã o de sons fungando de cima, quando o
resto da recompensa de sal foi descoberto.
No instante em que o alçapã o foi fechado, Rose se moveu. Ela olhou para cima quando o
alcançou, mas nã o tinha ideia de como ativar o bloqueio alienígena. Ela deu um puxã o
rá pido na escada, mas ela estava presa com muita firmeza na parede.
Ela tinha que manter os Quevvils afastados pelo maior tempo possível, no entanto. . .
Ela enfiou as mã os nos bolsos, em busca de inspiraçã o. ela 49

nã o podia perder tempo. . . Apenas uma coisa ocorreu e ela o fez o mais rá pido possível,
antes de correr para a primeira sala, aquela para a qual eles se teletransportaram. Ela
trancou a porta atrá s de si, nã o que isso fosse impedir a entrada de um determinado
Quevvil por muito tempo. Entã o ela disparou para a outra porta e girou a chave. Ela abriu a
porta e lá estava o Doutor, e lá estava Mickey, amarrado a duas cadeiras de plá stico,
jogando o jogo.
'Surpresa!' ela chamou.
Ambos se viraram, enormes sorrisos em seus rostos. 'O que o manteve?'
disse o Doutor.
50

Rose fez como se fosse fechar a porta novamente, prendendo o Doutor e Mickey no porã o
dos Quevvils mais uma vez. "Um pouco de gratidã o, por favor, ou o resgate termina aqui e
agora", disse ela, mas com um sorriso tã o largo quanto eles.
'Retiro tudo o que estava dizendo sobre os humanos serem inú teis'
disse o Doutor.
— Quando você estava dizendo isso? perguntou Rosa, indignada.
Mickey suspirou. "Oh, quase a cada dois minutos na ú ltima hora."
Rose olhou para o reló gio. Demorou algum tempo para efetuar o resgate. Mas antes tarde
do que nunca. Ela foi até eles e começou a trabalhar em suas amarras, Mickey primeiro. Seu
instinto foi libertar o Doutor primeiro e, embora fosse uma escolha perfeitamente natural,
nã o significava nada, alguém tinha que ser o primeiro, ela tinha a ideia de que Mickey
levaria isso para o lado pessoal. E porque ela nã o queria admitir que ele estaria certo em
fazê-lo, ela mudou seu plano.
Ela olhou para o Doutor, seus cotovelos firmemente amarrados aos braços da cadeira para
que ele tivesse liberdade suficiente para manipular o painel de controle, mas nã o o
suficiente para se desamarrar. "Gostaria de ter uma câ mera", disse ela. 'Isso seria um para o
á lbum. Sem mencionar que provavelmente poderia fazer uma fortuna 51

de quaisquer sites de cativeiro alienígena que existem por aí.'


'Sua mã e sabe sobre sua obsessã o por esses 'sites de escravidã o alienígena'? ele respondeu.
— Por que você acha que ela desconfia tanto de você? disse Rosa. — Eu disse a ela que você
era o cérebro por trá s deles.
'Existem realmente sites de escravidã o alienígena?' perguntou Mickey.
Rose e o Doutor começaram a rir. 'Sim. Darei o endereço quando voltarmos - disse o doutor.
'Nã o seja bobo, eu realmente nã o pensei que houvesse. . . ' Mickey continuou
apressadamente. Entã o, como o Doutor nã o parava de rir, acrescentou:
'Embora os alienígenas sejam amordaçados, posso ver o apelo disso.'
Rose terminou de desamarrar Mickey e voltou sua atençã o para o Doutor. Logo suas cordas
caíram no chã o e Rose esperou que ele se levantasse para que pudessem fugir. Mas ele
continuou sentado, ainda segurando o bloco de controle.
— Nã o seria melhor sairmos daqui? ela disse com urgência.
"Espere um minuto", disse o médico. 'Eu quero tentar algo. Sente-se, Mickey.
Mickey se levantou, ansioso para começar, mas sentou-se com as palavras do Doutor,
aparentemente para sua pró pria surpresa. "Mas essas coisas podem voltar a qualquer
momento", disse ele.
O Doutor balançou a cabeça, como se essas coisas realmente nã o o preocupassem. Ele
gesticulou para a imagem na tela à sua frente. — Alguma dessas coisas parece familiar para
você?
Mickey olhou para ele. 'Nã o.'
'Pensei que nã o. Nã o é possível que todos façam a mesma coisa ao mesmo tempo. O Doutor
se inclinou para olhar a tela de Mickey. — E o seu nã o me lembra nada. Exceto. . . olhe lá em
cima.'
Mickey obedientemente apertou os botõ es relevantes. Havia uma entrada de tú nel visível
no canto superior da tela.
"Acho que já vi isso", disse o Doutor. 'De volta ao começo.
Entã o, se eu puder reverter a esse ponto. . . '
'Você consegue se lembrar de cada curva que você fez por uma hora ou mais?' disse Rosa.
'Caramba. Eu me perco no labirinto de Hampton Court.
52

'Nah, isso é fá cil', disse o doutor com desdém. — Nã o chega nem aos ombros. Ele pensou
por um segundo. 'Veja bem, pode ter crescido um pouco desde a ú ltima vez que estive lá .'
'Sim, bem, eu fui em 1998 em uma viagem escolar,' disse Rose. “A cada curva havia casais se
agarrando, aproveitando-se de estar fora da vista dos professores. Você vai me dizer que foi
em 1700 ou algo assim, nã o é?
Ele sorriu. — Nã o, se você nã o quiser. Vou te dizer uma coisa, porém, havia casais de
amassos usando isso mesmo naquela época. Tinha que ter cuidado para que suas perucas
empoadas nã o ficassem presas em galhos. A ú ltima coisa que você quer é se inclinar para
um amasso e, de repente, essa jovem impressioná vel vê seu penteado como a natureza
pretendia. Desanima você.
“Nã o me diga que você sabe disso por experiência pró pria”, ela disse, olhando para a cabeça
cortada rente do Doutor e para a jaqueta de couro surrada e tentando imaginá -lo em traje
completo da Restauraçã o, veludo, brocado e peruca. 'Eu realmente nã o quero saber.
Ewwww!'
O Doutor riu, seus olhos nunca deixando a tela. "Nã o é minha cena", disse ele.
Conforme os minutos passavam, Rose ficava cada vez mais nervosa. "Eu realmente acho
que seria uma boa ideia sair daqui", disse ela. 'Aqueles alienígenas vã o voltar aqui em
breve, e nã o temos nenhuma arma ou nada. . . '
'Só mais um pouco. . . ' disse o Doutor, olhos fixos na tela.
Mas Rose estava se sentindo muito agitada. — Você nã o pode fazer o que quer que esteja
fazendo em casa, se conseguirmos apenas alguns consoles?
Ele balançou a cabeça, embora tenha dito: 'Talvez. Mas se o que penso for verdade, nã o há
tempo a perder. . . '
Rose de repente se lembrou de algo. "Existe uma espécie de diagrama lá fora", disse ela,
apontando para a porta. — Talvez isso ajude você a fazer isso mais rá pido.
O Doutor disparou pela porta, e ela o ouviu gritar, 'Sim!'
Ele enfiou a cabeça pelo batente da porta e fez um sinal de positivo com o polegar.
'Isso vai servir!' ele disse. 'Rose, pegue o bloco de controle e faça exatamente o que eu
disser.'
'Mas eu nã o jogo jogos de computador!' ela chorou.
53

'Você sabe agora,' ele respondeu.


Entã o ela se sentou lá e fez o possível para acompanhar as instruçõ es rá pidas e
complicadas que o médico estava chamando da sala ao lado.
'Por que ele está fazendo isso?' ela perguntou a Mickey.
- Nã o sei - disse ele, encolhendo os ombros. — Mas isso o está incomodando. Ele está
desesperado para tentar isso. O problema é que aqueles normandos espinhosos ficavam
um pouco infelizes se você nã o cumprisse o plano deles, entã o ele nã o foi capaz de fazer o
que queria.
A voz do Doutor flutuou novamente, soando animada: 'É isso, a qualquer momento. . . Fique
de olho em suas telas!'
Rose focou seu olhar na frente dela. Mas de repente o bloco de controle em sua mã o
tremeu. Ela tentou apertar o botã o para seguir em frente, mas resistiu ao seu toque. Parecia
que a mesma coisa estava acontecendo com Mickey.
'Doutor!' ela gritou. 'Está ficando tudo engraçado!'
Ele voltou correndo. 'Aha!' ele disse. — Isso significa que estamos chegando perto, acho.
Tem que manter a ficçã o do jogo, viu. Achei que poderia haver algum tipo de proteçã o. Ele
pegou o bloco de controle de Rose e tirou a tampa, entã o começou a mexer dentro dele com
sua chave de fenda sô nica. Depois de colocar a capa de volta, ele entregou a ela.
"Pronto", disse ele. 'Veja como é. Poucos ajustes e esse plano lá fora, devemos ser capazes
de contornar isso.'
Ela tentou novamente, seguindo as instruçõ es contínuas do Doutor.
Ainda havia um pouco de resistência, mas ela poderia passar por isso agora.
Na tela, o ponto de vista estava avançando, balançando para cima e para baixo como se
fosse criado por uma câ mera segurada por um homem correndo.
'Aqui vamos nó s!' chamou o Doutor.
E enquanto Rose observava, algo apareceu na tela, algo que ela nã o tinha visto no jogo
antes. Ela olhou para a tela de Mickey. Algo semelhante estava entrando em foco ali
também, chegando cada vez mais perto.
Ambas as telas entraram em foco quase ao mesmo tempo. Cada tela mostrou. . . uma figura.
Uma figura humana. Uma figura humana familiar.
54

A tela de Mickey mostrava um rapaz de vinte e poucos anos. Ele tinha cabelo na altura dos
ombros e usava ó culos e uma camiseta preta com uma imagem de caveiras gritando.
A tela de Rose mostrava uma mulher na casa dos sessenta, usando um chapéu
aconchegante e um casaco abotoado. Ambos tinham discos brilhantes grudados em suas
testas. Ambos tinham cubos de metal - o disruptor da introduçã o do jogo - amarrados ao
pescoço.
– Eu o vi no bar – disse Mickey, parecendo confuso.
"Essa é a sra. Hall", disse Rose, sentindo-se um pouco em estado de choque. — Mamã e disse
que ela saiu de férias.
O Doutor havia voltado para o quarto. Ele se agachou ao lado de Rose. – Sua mã e disse que
ganhou um feriado. Nas raspadinhas.
Ele esperou que isso afundasse.
Rose se virou para encará -lo. 'Existem pessoas reais jogando os jogos?' ela disse,
certificando-se de que era uma pergunta, dando a ele a oportunidade de dizer a ela, nã o,
nã o seja estú pida, Rose, que ideia ridícula. . .
- Sim - disse ele, com o maxilar tenso de raiva. 'Aqui estã o, humanos, tenham algo por nada.
Oh, espere, na verdade queremos algo em troca, afinal. Você acha que está de férias, bem,
vamos torná -las cheias de açã o. Venha para o nosso planeta e morra por nó s.'
Rosa sentiu-se mal. — Todas aquelas pessoas... todas aquelas pessoas que ganharam
férias. . . Ela olhou para as telas novamente. A Sra. Hall estava olhando fixamente, seus
olhos tentando dizer algo para o rapaz do pub. O rapaz do pub parecia o mesmo,
desesperado e assustado.
Mickey largou o bloco de controle, com os olhos arregalados de horror. 'O que acontece
quando você perde o jogo?' ele gritou. 'O que acontece? O que acontece quando você vê
esses insetos vindo em sua direçã o e eles abrem suas mandíbulas? O que acontece quando
diz “game over”?'
Rose voltou-se para o Doutor, esperando. . .
Ela realmente nã o
sabe o que ela estava esperando. Para ele consertar, ela adivinhou.
Acenar com uma varinha má gica e fazer com que tudo fique bem novamente, ou melhor
ainda, fazer com que nunca tenha acontecido. 'Você sabia?' ela disse, tentando nã o soar
como se o estivesse acusando. — Você sabia o que estava acontecendo?
Ele balançou sua cabeça. 'Eu nã o fiz, nã o. Eu apenas pensei que havia algo 55

indo. Assim que soubemos que estava acontecendo de verdade, eu queria ver o que eles
estavam usando para jogar.'
Mickey de repente apontou um dedo trêmulo para a tela à sua frente. 'Oh nã o, oh nã o, oh
nã o', ele murmurou. Enquanto Rose olhava, o membro dianteiro verde de um Mantodean
apareceu, acenando ao lado da tela.
'Nã o fique aí sentado!' gritou o Doutor. 'Tire-os daí!'
Rose apertou um botã o. Na tela de Mickey, ela viu o cara de camiseta preta virar para a
direita. Suas mã os tremiam. 'Eu nã o posso fazer isso!' ela disse. 'Nã o consigo controlar uma
pessoa como se ela fosse um brinquedo!'
O Doutor pegou o controle dela. Ele começou a manipular os controles e, em segundos, o
rapaz havia desaparecido da tela de Mickey, mas o Mantodean ainda estava lá . Mickey
mergulhou para pegar o controle que havia caído no chã o, mas nã o foi rá pido o suficiente.
Ele começou a esfaquear freneticamente, desesperadamente, os botõ es, tentando mover a
Sra. Hall – para pegar a arma – qualquer coisa. . .
As mandíbulas do Mantodean preencheram a tela.
E entã o havia apenas a simples frase: 'Game over'.
"Desculpe, você nã o ganhou desta vez", sussurrou Rose, entorpecida. 'Por favor, tente
novamente.'
Mickey se inclinou para o lado de sua cadeira e começou a vomitar. Rose estendeu a mã o
para tocar seu braço, para confortá -lo, mas ele deu de ombros. "Eu a matei", disse ele. —
Acabei de matar alguém.
O Doutor ainda estava no controle, os olhos grudados na tela, o rosto tenso de
concentraçã o. "Vamos, vamos", ele murmurava.
- Nã o muito longe agora, quase fora. . . '
Rose ainda estava se sentindo enjoada, mas entã o algo aconteceu para fazer seu estô mago
revirar ainda mais. Ela ouviu um barulho. Parecia que o alçapã o estava sendo aberto.
'Rá pido! Rá pido!' ela gritou, o pâ nico a atingiu.
'Quase fora!' chamou o Doutor. 'Aqui vamos nó s. . . Ali está a saída. . . '
Os três olharam para a tela do Doutor, a adrenalina bombeando.
'Você vai conseguir!' disse Mickey. 'Vamos! Vamos. . . '
A saída estava cada vez mais pró xima. Rose imaginou o rapaz, o suor escorrendo de sua
testa, as pernas bombeando enquanto o Doutor o impulsionava para a liberdade. Mais cinco
passos. . . mais quatro passos, três, dois. . .
56

'Você está lá !' disse Mickey. 'Vamos!'


A areia enchia a tela, a paisagem fora da pirâ mide, mais um passo e ele estaria fora. . .
Com o apertar de um botã o, o Doutor ajudou o rapaz de camiseta preta, o cara que Mickey
tinha visto no bar, a dar o passo final para a liberdade.
E a tela ficou branca, um branco ofuscante.
Eles olharam incrédulos enquanto a luz desaparecia e a lenda aparecia:
'Game Over'.
O Doutor jogou o controle no chã o. 'Nã o!' ele gritou. 'Nã o nã o nã o!'
'O que aconteceu?' perguntou Mickey, ainda olhando para a tela.
— Eles devem ter feito uma armadilha para ele ou algo assim. Algo para impedir que as
pessoas saiam quando estiverem lá . Tente escapar e será explodido.
Rose ainda nã o tinha percebido isso quando ouviu o barulho novamente. 'Os Quevvils estã o
chegando!' ela disse. 'Temos que sair daqui!'
Eles correram para o primeiro quarto. A porta do corredor ainda estava trancada. Rose
colocou uma orelha nisso. "Acho que ainda nã o caíram", disse ela. 'Vamos correr?'
Mas o Doutor havia encontrado algo, algum tipo de receptor embutido na parede. "Acho
que posso reverter o campo de teletransporte", disse ele.
'Mando você de volta para o apartamento de Mickey.' Ele acenou com sua chave de fenda
sô nica para ela.
— Acha que pode ou sabe que pode? disse Rosa. 'Prefiro me arriscar com um porco-
espinho raivoso do que acabar com meus á tomos espalhados aos quatro ventos.' E entã o
ela entendeu o resto do que ele disse.
'O que você quer dizer com nos mandar de volta? E você?'
Ele franziu a testa, mas nã o parou o que estava fazendo. 'Um, eu provavelmente vou ter que
ficar aqui para operar isso. Dois, eu preciso descobrir coisas. Tipo, onde fica o planeta deles.
'Entã o podemos ir lá e resgatar todo mundo?' disse Rosa.
"Algo assim", disse o Doutor, girando a ponta de sua chave de fenda sô nica para emitir um
zumbido agudo. — Só preciso de mais alguns minutos aqui. . . Você acha que aqueles
Quevvils já caíram?
57

Houve um baque alto do lado de fora da porta. 'Parece que um acabou de cair da escada',
disse Mickey.
Rose sorriu pela primeira vez em alguns minutos. "Passei bá lsamo labial nos degraus",
disse ela, tirando do bolso um pote que agora continha apenas traços fracos de gosma com
cheiro de cereja. "Pensei que isso poderia atrasá -los."
O Doutor agora estava digitando em um teclado. "Aqui vamos nó s", disse ele.
— Vocês dois, venham aqui.
Rose e Mickey caminharam até onde ele indicou. Eles estavam parados bem no meio da
sala. O Doutor colocou as mã os nos ombros de Rose, e olhou fundo em seus olhos, aquele
olhar que a fez saber que faria o que ele pedisse, por mais perigoso que fosse. "Quero que
você recolha os jogos", disse ele. 'Tantos quantos puder. Temos que impedir as pessoas de
jogá -lo. No momento, é a ú nica maneira de evitarmos mais mortes.
"Tudo bem", disse ela. 'Mas as pessoas nã o vã o apenas entregá -los
– eles vã o pensar que estou tentando roubá -los ou algo assim.'
Houve um som do lado de fora da porta.
"Você vai pensar em alguma coisa", disse o doutor, apressadamente. 'Certo, pode ir. Vejo
você mais tarde. Encontro você na casa da sua mã e.
Rose sorriu em reconhecimento.
O Doutor levantou a mã o para operar os controles.
A porta se abriu.
O Quevvil levantou sua arma.
A mã o do Doutor desceu.
Tudo ficou confuso novamente.
Rose queria vomitar. Foi tã o ruim na segunda vez. Mas sua visã o lentamente clareou. Ela
descobriu que estava de bruços no tapete, mas era um tapete familiar. O Doutor tinha feito
isso! Eles estavam de volta à sala de estar de Mickey, bem no mesmo lugar de onde ela
havia desaparecido antes. 'Conseguimos!' ela gemeu, ficando de joelhos.
Nã o houve resposta. "Mickey?" ela disse. Debilmente, ela se arrastou até a frente da cadeira.
Mickey também se materializou de bruços no chã o, mas nã o fez nenhum esforço para se
mover. 'Vamos lá , seu preguiçoso,'
58

disse Rose, tentando animá -lo. — Se eu posso me levantar, você também pode. Mas Mickey
ainda nã o se moveu. "Mickey?" ela disse novamente, de repente assustada.
Ela estendeu a mã o. Ele nã o se mexeu. Ela usou as duas mã os, conseguiu rolar ele.
Entã o ela percebeu. O Quevvil conseguiu disparar sua arma antes de serem eletrocutados. E
tinha atingido Mickey.
59

Está em guerra, Robert, e você é nossa única esperança. Você é o Escolhido, o único menino
em todo o mundo. Você deve lutar contra as forças de escuridão.
E por falar nisso, sua mãe? Ela não é sua mãe de verdade. Como poderia o O Escolhido tem
uma mãe assim? Você deve ir para este treinador comum estação
só que nã o parece uma estaçã o de ô nibus, parece uma fortaleza onde você será
transportado para o seu destino aqui estamos nó s, este é o ponto de coleta, é para onde
deveríamos ir, agora você nã o está ansioso para isso?
Mas foi muito estranho porque os estú pidos promotores ainda estavam usando suas
fantasias. E entã o eles foram levados para esta sala estranha, e eles foram levados ao seu
destino .
Para um planeta alienígena.
E foi real.
Estes sã o alienígenas, sã o chamados de Quevvils e se parecem um pouco com porcos-
espinhos, e estã o em guerra contra esses insetos gigantes chamados Mantodeans. Eles
estã o em guerra há muito tempo e desenvolveram todo tipo de tecnologia, mas os
Mantodeans têm esse campo de força por volta de 61

a fortaleza deles que mata Quevvils e interrompe o teletransporte, então eles precisam de
humanos para passar por isso, e você é o único garoto em todos o mundo que pode salvar sua
raça. . . Esta promoção de raspadinhas foi tudo apenas um plano inteligente para trazê-lo
aqui, para trazê-lo para o nosso resgate - nós arranjou para sua mãe (não que ela seja sua
mãe) ganhar umas férias em o sol para que você pudesse abraçar seu destino. . .
Eles nem sequer mentiram totalmente, nã o realmente. Havia sol e havia areia, como eles
disseram, porque este planeta era um deserto que se estendia até onde você podia ver.
Mas nã o era feriado.
Eles agarraram as pessoas uma a uma e colocaram essas coisas em suas cabeças. Em suas
cabeças.
'Todos os carregadores aumentados, Frinel.'
'Coloque-os no cercado. O controlador que nos trará a vitó ria foi localizado na Terra. Os
transportadores devem estar preparados.' Todos exceto o menino Robert, ele é o escolhido –
é ele quem vai trazer nós vitória. . .
'Bobbles, querido, vai ficar tudo bem, Bobbles, vai ficar tudo bem. . . '
Nã o era justo. Ele estava realmente assustado, e isso era terrível e real, e por mais que ele
desejasse que algo fora do comum acontecesse, isso nã o era bom e nã o era divertido e nem
era o bom susto que você tem de ser o heró i porque ele nã o era o heró i, ele nã o era especial
e nã o era importante, ele era apenas uma das nulidades e talvez nem houvesse um heró i
que aparecesse a tempo de resgatá -lo e sua mã e.
E isso realmente nã o era justo, porque nunca, em nenhum cená rio de fantasia do mundo,
sua mã e também partiu nessa aventura.
Rose parou de respirar por um segundo enquanto olhava para Mickey no chã o. Entã o ela
percebeu que ele ainda estava respirando e se permitiu fazer o mesmo. Mas que dano a
arma do Quevvil lhe causara? Pelo menos com armas humanas, por mais terríveis que
fossem, você sabia que uma bala entrava por um lugar e saía por outro, mas algo assim –
poderia ter mexido em suas entranhas, pelo que Rose sabia, e ao rolar ele, ela poderia ter
feito qualquer quantidade de dano. Mas 62

no momento em que ela se perguntava se deveria tentar colocá -lo na posiçã o de


recuperaçã o, Mickey soltou um gemido e suas mã os tremeram ao lado do corpo. Um
segundo depois, ele abriu os olhos e olhou sem foco para o teto.
"Mickey?" Rose disse com urgência. - Mickey, você está bem?
Ele gemeu novamente e pareceu perceber onde estava. "Ooph", disse ele, exalando
pesadamente. Entã o, um momento depois, 'Ai!'
'Você está machucado?' perguntou Rosa. 'Diga-me onde você dó i.'
Ainda gemendo, Mickey se apoiou nos cotovelos. 'Minha perna!
Aquele porco-espinho em flor atirou na minha perna! ele disse indignado.
Rosa suspirou aliviada. 'Graças a Deus por isso.'
Mickey a encarou. 'Ah sim, é ó timo. Todos saú dam o porco-espinho por atirar na perna de
Mickey.' Ele se inclinou para frente e começou a enrolar a perna da calça jeans. A pele de
seu joelho direito explodiu em bolhas, e ele estremeceu fortemente quando o jeans roçou
nela.
'Você sabe o que eu quero dizer. Todos saú dam o porco-espinho por nã o atirar em Mickey
em algum lugar onde poderia ter sido fatal.
Ele pareceu ligeiramente apaziguado por isso. — Acho que eles pretendiam, no entanto.
Provavelmente apenas distraído com tudo o que estava acontecendo.
"Provavelmente tonto com pressã o alta devido a uma overdose de sal", disse Rose.
— E quanto ao Doutor? Acha que eles o pegaram?
Rose estava tentando nã o pensar nisso. 'Nã o. Ele teria saído do caminho a tempo, fá cil. Eles
estavam olhando para nó s. E de qualquer maneira, eles querem que ele jogue esse jogo.
Mesmo que o pegassem, nã o o teriam machucado. Mas ela nã o estava tã o certa quanto
parecia.
Ela ajudou Mickey a subir em uma cadeira. 'Você vai ficar bem?' ela disse.
— Sim, estou bem, querida. Sempre posso jogar um jogo para passar o tempo”, disse ele, e
depois acrescentou: “Estou brincando”, diante do rosto escandalizado dela. 'Claro que estou
brincando. Porque, obviamente, é uma piada. E dois, alguém roubou a televisã o.
Rosa olhou. Ele estava certo. 'Oh o que?!' ela disse. 'Oh, brilhante.
Ele só vai dizer 'eu avisei' agora.
"Nã o me diga, doutor", disse Mickey. 'Eu aposto que é tã o florescente'
Darren Pye é o que pegou. De qualquer forma, isso nã o é importante agora.
63

Rosa riu. 'Você, dizendo que a televisã o nã o é importante?'


Mas Mickey de repente parecia tã o sério como ela nunca o tinha visto. 'Você apenas vai lá e
recolhe todos aqueles consoles. Você tem que parar com isso, Rose. Impeça-os de matar
pessoas. E entã o Mickey estava tentando se levantar da cadeira. 'Eu tenho que ir com você,
tenho que ajudar. Nã o dá para ficar sentado quando ainda tem gente jogando esse jogo.'
Ele começou a correr, quase balbuciando, em pâ nico, sobre as pessoas saindo de férias e as
pessoas sentadas em casa, matando-as. . . Tudo bem que o Doutor dissesse que nã o era
culpa dele, mas Mickey ainda tinha a culpa, ela podia ver isso.
Ela tentou acalmá -lo, explicar por que ele nã o podia ajudar. 'Você mal consegue se levantar,
muito menos subir e descer todas as escadas por aqui!'
Mas olhando para seu rosto agonizante, ela teve uma ideia. 'Diga-lhe o que, que tal isso? Se
pudermos levá -lo ao computador, você pode ficar online.
Diga à s pessoas para nã o jogar o jogo – que há uma falha ou um bug, ou ele explode se for
jogado por muito tempo ou algo assim.'
"Sim, tudo bem", disse ele. "Se o computador ainda estiver aqui."
Mas Rose verificou e estava, entã o ela o ajudou a se levantar, e ele mancou, apoiando-se no
ombro dela, até o quarto.
Ambos ouviram, o barulho do lado de fora. "A porta da frente provavelmente ainda está
aberta por onde eles a chutaram", disse Rose. "Provavelmente o vento soprando."
"Provavelmente quem roubou a televisã o voltou para pegar mais", disse Mickey.
"Ou acabou de sair", disse Rose. 'Poderia ter estado lá fora o tempo todo. . . '
Ela foi olhar. Nã o dava para ver ninguém, mas eles teriam muito tempo para fugir. Se
houvesse alguém lá .
Ela voltou, fechou a porta firmemente atrá s de si. Voltei para Mickey, percebi que ele estava
tremendo. Choque.
Ela pegou a colcha de cima da cama, enrolou-a em volta dele, foi preparar um chá quente e
doce para ele, como eles disseram que você deveria fazer. Olhou nos armá rios para ver se
havia conhaque, embora soubesse que só haveria cerveja. Ele ainda estava tremendo
quando ela voltou, mas estava começando a parecer envergonhado com isso, entã o ela
sabia que ele tinha 64 anos.

ficando um pouco melhor.


Eles ficaram em silêncio por um tempo, nenhum dos dois sabendo o que dizer. Entã o o
silêncio foi quebrado pelo som de uma sirene, em algum lugar do lado de fora da
propriedade, e isso a fez pensar em hospitais, em médicos. O outro tipo de médico. Mas
Mickey disse que nã o precisava de médico e ela nã o podia forçá -lo. Ele ficava dizendo que
ela tinha que ir, tinha que deixá -lo e buscar aqueles jogos, e ela sabia que deveria. "Me ligue
se precisar de mim", disse ela, e entã o percebeu que nã o tinha mais o telefone.
Entã o ela disse: 'Volto mais tarde. Deixe você saber o que está acontecendo. Avise quando o
Doutor voltar.
E ela nã o se permitiu pensar se o Doutor voltasse. Porque ela sabia que ele ficaria bem. Ele
só tinha que ser.
O Doutor estava escondido atrá s de uma pilha de velhos equipamentos de escritó rio no
canto da sala. Ele se escondeu no momento em que ativou o teletransportador, no
momento em que o Quevvil entrou na sala, e entã o passou alguns segundos pegajosos
imaginando se ele o havia localizado ou nã o. O Quevvil havia disparado uma arma de
energia, mas ele tinha certeza de que Rose e Mickey já haviam desaparecido. O problema
era que eles estavam lidando com fraçõ es de segundo aqui e sempre eram difíceis de julgar.
Mas ele pensou que os dois ficariam bem. Só esperava que eles fizessem o que ele pedia,
colecionassem aqueles jogos; reduza o nú mero de jogadores e você reduzirá o nú mero de
pessoas sendo usadas, o nú mero de pessoas morrendo. Ele esperava.
Ele nã o tinha um plano específico, apenas sabia que precisava encontrar a localizaçã o do
planeta dos Quevvils, para poder trazer para casa todas as pessoas presas ali. E resolver os
Quevvils também, é claro. Eles nã o podiam continuar fazendo esse tipo de coisa. Ele tinha
conhecido maníacos que jogavam xadrez humano – xadrez real, nã o simbó lico – e isso já
era ruim o suficiente, fazer um cavaleiro enfiar uma lança através de um castelo, fazer um
bispo decapitar um peã o. Mas havia algo tã o prosaico sobre o que os Quevvils estavam
fazendo: apenas usando humanos para fazer seu trabalho sujo – ou melhor, pior, enganar
os humanos para fazê-lo. Usando sua ganâ ncia. Jogando com o desejo de ganhar um almoço
grá tis. E nã o existe tal coisa.
65

Os outros Quevvils haviam se juntado a seu companheiro agora, um deles mancando um


pouco. Bom de Rose e seu protetor labial. Eles pareciam estar discutindo sobre quem
relataria a perda do Doutor e de Mickey a Frinel.
O líder dos Quevvils era obviamente temido.
'Frinel ficará descontente!' disse um Quevvil. “Tínhamos assegurado a ele que a vitó ria
estava pró xima. Ele terá se preparado para a derrota final dos Mantodeans.'
'Morte aos Mantodeans!' gritaram os outros três Quevvils, sacudindo os punhos no ar. Seus
braços eram tã o curtos e atarracados que, mesmo em toda a sua extensã o, nã o alcançavam
a altura do focinho.
Houve um bipe vindo do painel de controle na parede. Um dos Quevvils foi até lá .
"Mensagem recebida", disse ele. O Doutor aguçou as orelhas.
Uma voz saiu do painel, de um timbre mais á spero do que aquelas vozes de Quevvil que o
Doutor ouvira até entã o. — Aqui é Frinel falando.
Responda, partido da Terra.
O Quevvil disse, 'Festa da Terra aqui, Frinel. Este é Revik.
Houve um bufo de Frinel. 'Estado do relató rio. Revik. Você nos garantiu que encontrou um
controlador que completaria a tarefa. Dois controladores, na verdade. Mas o transportador
controlado por um foi morto pelos Mantodeans. E o outro de alguma forma foi autorizado a
remover sua transportadora da fortaleza Mantodean! Explicar!'
Revik fez uma pausa, obviamente nã o gostando da tarefa. "Fomos forçados a deixar nossas
posiçõ es temporariamente", disse ele finalmente. “Era uma questã o de urgência. Quando
voltamos, aconteceu como você descreveu.
'Entã o você vai lidar com a situaçã o!' gritou Frinel pelo alto-falante. 'Ou você será
substituído!'
'Será feito como você diz', respondeu Revik.
Um bipe indicou que Frinel havia encerrado o link.
Revik voltou-se para os outros Quevvils. "Devemos recapturar os controladores", disse ele.
'Mas nã o sabemos a localizaçã o deles', respondeu um deles. 'A menos que eles joguem o
jogo novamente. . . '
"Sabemos a localizaçã o deles", disse Revik. 'Eles obviamente inverteram o campo de
teletransporte. Ele os terá devolvido aos seus 66 originais

localizaçã o. Nó s apenas precisamos segui-los e recuperá -los. Prepare suas armas.


Revik estendeu a pata para o painel de controle. Mas o Doutor já havia se mudado. Antes
que o teletransportador pudesse ser ativado, ele agarrou um monitor de computador
rachado, levantou-o da pilha de lixo e jogou-o com toda a força que pô de. Sua pontaria era
boa. Houve uma chuva de faíscas quando ele se chocou contra o painel de controle.
Ninguém iria se teletransportar para lugar nenhum, muito menos para o apartamento de
Mickey. Rose e Mickey estariam seguros. Por outro lado, porém, com visã o duvidosa ou nã o,
os Quevvils agora dificilmente deixariam de notar que havia mais alguém na sala com eles.
O Doutor ergueu as mã os acima da cabeça enquanto se endireitava.
"Olá ", disse ele. 'Nã o precisa ir atrá s de ninguém. Você tem um de seus controladores bem
aqui.
Quatro armas foram apontadas diretamente para ele.
"Você nã o quer atirar em mim", ele continuou. 'Você estava correndo para Frinel lá , como
você iria me trazer de volta. Eu te salvei do incô modo.
Um dos Quevvils virou-se para Revik. "Este é o humano que mais avançou na tarefa", disse
ele. "Ele é o que tem mais chances de nos trazer a vitó ria."
'Mas ele destruiu nosso teletransportador! Nã o podemos voltar a Toop!
Ele deve ser punido!' Os espinhos de Revik começaram a se eriçar. O Doutor nã o conseguia
decidir o que preferia menos, ser atingido por armas de energia ou transformado em uma
almofada de alfinetes por um Revik furioso.
'É inconveniente. Mas pode ser reparado', disse um Quevvil.
"E nã o devemos retornar a Toop até que um controlador tenha concluído o jogo", disse
outro Quevvil. 'Este é o controlador que fará isso.'
Todos os quatro pareciam concordar. Revik relaxou, suas penas nã o tremiam mais. As
armas, no entanto, nã o foram abaixadas.
'Este controlador deve jogar o jogo novamente', disse ele. 'E desta vez, ele vai completá -lo.
E vamos observá -lo a cada segundo, nã o importa o que – distraçõ es – existam.'
As quatro armas apontaram na direçã o da sala com os consoles de jogos, e o Doutor se
moveu conforme indicado. O que quer que tenha acontecido, 67

porém, uma coisa era certa. Ele nã o iria jogar o jogo novamente.
Rose decidiu ir primeiro para seu pró prio apartamento. Ela poderia pegar o telefone, e sua
mã e provavelmente conheceria algumas das pessoas que ganharam coisas, isso seria um
começo.
Ao abrir a porta da escada, ela notou um carro da polícia parado na estrada. Mas quando ela
olhou, começou de novo. Nã o tinha as luzes acesas nem nada, entã o provavelmente nã o era
importante. Talvez nã o tenha sido apenas Mickey que teve uma televisã o roubada. Ei, nã o
havia sinal de Darren Pye vadiando por aí. Talvez ele estivesse atrá s dela. Bem, ela poderia
esperar.
Desta vez, Rose usou sua chave. Ela abriu a porta da frente.
'Mã e! Você nunca vai acreditar, só existem alienígenas aqui novamente. . .
Mã e?
Nã o houve resposta. Ela empurrou a porta da sala, mas a televisã o estava desligada e nã o
havia sinal de Jackie. Ela chamou no corredor,
'Mã e? Você está em casa?' Nada ainda. Oh, meu Deus, eles a pegaram também.
Os alienígenas a pegaram também!
Nã o, isso é bobagem. A porta da frente estava trancada. Ela está bem.
Rosa foi para a cozinha. Vazio. Mamã e está fora, ela pensou. Ela está fora e nã o sabe que há
alienígenas à solta, mas está bem.
E entã o ela viu o bilhete. Estava preso na geladeira sob um ímã que dizia 'Melhor mã e do
mundo', um presente de Dia das Mã es de anos antes. Ela suspirou.
Querida Rosa.
Ganhei o feriado!!! Bom, nã o fui eu mesmo, foi o Dilys, ela ganhou dois e já me deu um e
disse que só iria se eu fosse, você sabe como ela gosta de ir para o exterior.
Tentei ligar, mas você deixou seu telefone aqui.
Esperei o má ximo que pude, mas eles disseram que se nã o fô ssemos hoje, perderíamos o
controle, e Dilys realmente precisa de uma pausa. Nã o vai demorar muito, espero que você
ainda esteja aqui quando eu voltar. Ajuda 68

você mesmo a qualquer coisa. Se você dividir um quarto, nã o quero saber.


Amor mamã e xxx.
PS Peguei seu telefone, sabia que você nã o se importaria, entã o pode me contar o que está
fazendo.
Rosa queria gritar. Ela tentou ficar com raiva, com raiva de sua mã e por estar disposta a
sair correndo a qualquer momento, nã o importando que ela tivesse levado sua filha para
casa pela primeira vez, mas seu estô mago estava cheio de medo e a raiva nã o podia se
afogar. isso, porque ela sabia o que eram esses feriados, o que eles realmente eram, e ela
sabia o que poderia estar acontecendo com sua mã e agora. Ela pensou que poderia estar
doente. 'Você nunca consegue algo por nada!' ela gritou, amassando o bilhete e jogando-o
do outro lado da sala.
Ela respirou fundo e entã o pensou, o telefone. Posso telefonar para ela. Posso deixá -la saber
o que está acontecendo. Eles nã o teriam contado com isso, com alguém tendo um telefone
que funciona no espaço e no tempo, nã o poderiam ter contado com isso. Ela telefonaria
para a mã e, contaria tudo sobre isso, o que estava acontecendo, e Jackie poderia liderar
uma revoluçã o e tudo ficaria bem até que o Doutor pudesse chegar lá , onde quer que fosse,
e trazer todos de volta para casa.
E lá dentro, uma vozinha dizia, mas eles saberiam o que estava acontecendo, nã o podiam
deixar de notar que nã o estã o em um aviã o indo para Ibiza, estã o sendo levados para um
planeta alienígena e obrigados a lutar e morrer, mesmo sabendo que ninguém jamais
voltará , entã o ligar e dizer, 'Oh, você foi sequestrado por alienígenas.' nã o será uma grande
surpresa e nã o ajudará .
Mas, é claro, ela tinha que telefonar de qualquer maneira.
Levou um ou dois segundos para ela se lembrar de seu pró prio nú mero – você perdeu o
há bito de dá -lo à s pessoas quando você estava trotando por volta do século XIX ou algo
assim. Mas entã o ela discou.
Ele tocou. E tocou e tocou e tocou.
Ela começou a entrar em pâ nico. Os alienígenas teriam ouvido o telefone.
Eles o rastrearam, atacaram sua mã e. Eles pensariam que ela era uma alienígena porque ela
tinha tecnologia alienígena; eles pensariam que ela era uma 69

ameaça; eles a matariam.


Ou talvez eles tivessem ouvido o telefone e ainda o estivessem rastreando, e sua mã e estava
com muito medo de atender, mas eles ainda nã o a haviam encontrado, e se ela deixasse o
telefone tocando por apenas mais um toque, os alienígenas iriam encontre Jackie e mate-a. .
.
Ou talvez se ela deixasse para apenas um toque, Jackie atenderia.
Ela deixou o telefone tocando, sabendo que era inú til, sem conseguir se obrigar a desligá -lo,
a abrir mã o daquela ú nica chance de contato.
E entã o o telefone disse: 'A pessoa para quem você está ligando nã o respondeu. Por favor,
tente novamente', e houve um clique e depois o tom de discagem.
Lentamente, relutantemente, Rose desligou o telefone.
70

Tudo o que Rose conseguia pensar era, de alguma forma, descobrir para onde sua mã e
tinha ido. Talvez ela pudesse ganhar um feriado também e segui-la. Afinal, ela ainda tinha
quarenta e duas raspadinhas intocadas. Talvez um deles tenha tido "sorte".
Rose remexeu no bolso, tirou o maço de cartas e começou a raspar freneticamente a
cobertura prateada. Nã o nã o nã o nã o.
Ela começou a se desesperar com os Quevvils. Certamente eles queriam que as pessoas
ganhassem? Certamente eles queriam um suprimento infinito de jogadores para seus jogos
mortais? Entã o, por que eles nã o conseguiram mais algumas raspadinhas vencedoras?
Dezesseis cartas jogadas e ela obteve um resultado: nã o um feriado, mas outro console de
jogos. O que nã o era bom, nã o era o que ela queria, mas alguma coisa. Vinte e uma cartas a
mais, quase no fim da pilha, e ela pegou outra. Tente olhar pelo lado positivo: pelo menos
foram duas cartas vencedoras que nã o estavam nas mã os de pessoas que poderiam usá -las,
reivindicar seus consoles, matar alguns amigos.
Nem um ú nico feriado em todo o lote. E Rose ainda nã o tinha um plano.
Talvez Jackie ainda nã o tivesse deixado o planeta, talvez Rose pudesse descobrir 71

onde os 'vencedores' foram levados e vã o para lá . Ela pensaria em um plano, ela sabia que
faria. Por enquanto, ela decidiu, ela tinha que ir para a cidade, o mais rá pido possível, e
torcer para que, quando chegasse lá , soubesse o que fazer.
Rose saiu do apartamento, trancando a porta atrá s de si, e desceu correndo para a rua. Ela
esticou o braço quando um ô nibus se aproximou e parou no meio-fio. Ela pulou nele e
acenou com seu passe enquanto se movia em direçã o a um assento.
'Oi', chamou o motorista. 'Ei, você.'
Depois de um segundo, Rose percebeu que ele estava se dirigindo a ela. Ela voltou atrá s e
olhou para ele com expectativa. 'Sim?'
— Vamos ver seu passe novamente.
Com o coraçã o apertado, ela o ergueu, sorrindo, como se soubesse que nã o havia realmente
um problema.
'Isso está mais de um ano desatualizado!'
Ela olhou para ele, tã o surpresa. 'Eu realmente sinto muito. Devo ter pego o errado por
engano. Nã o farei isso de novo.
Mas ele nã o se deixou influenciar por um sorriso encantador e um jeito de pedir desculpas.
"Sã o 1,20 libras, entã o."
- Nã o tenho dinheiro comigo - disse ela. Nã o disse, perdi o há bito; Nã o preciso de dinheiro
há meses.
"Entã o nã o posso deixar você entrar no ô nibus", disse ele. A essa altura, os outros
passageiros começaram a reclamar. Segurando todo mundo. Jovens nos dias de hoje.
Crianças impensadas. Vaca egoísta.
"Mas é muito importante", disse ela. 'Eu tenho que ir para a cidade. Por favor?'
"Nã o é problema meu", disse o motorista, e ela percebeu que ele estava gostando daquilo,
que era o ponto alto do dia. — Nã o vou mover este ô nibus até que você desça dele.
'É uma questã o de vida ou morte!' ela tentou.
Mas o motorista do ô nibus era implacá vel, e o barulho dos outros passageiros começava a
ficar feio, e preciosos segundos se passavam, entã o no final ela teve que descer. O que eles
se importavam que sua mã e pudesse estar a caminho de um planeta alienígena agora,
poderia estar a caminho de sua morte? Mesmo que ela dissesse isso a eles, mesmo que eles
acreditassem 72

ela, eles nã o se importariam. A diferença entre a vida e a morte: meio quilo e vinte xixi.
Odiando-os, odiando a humanidade, Rose começou a andar, meio a correr em seu caminho
para a cidade.
Depois de um pouco de correria, alguns gritos e ameaças e assim por diante, o Doutor
estava recostado na cadeira, um cavalheiro de lazer. Eventualmente, diante de poucas
opçõ es, ele voluntariamente ocupou seu antigo lugar na sala de jogos, esperando que os
Quevvils o registrassem como prisioneiro novamente sem lembrar que os prisioneiros
geralmente sã o amarrados. Até agora, parecia ter funcionado. Ele estava segurando o
controle em suas mã os, mas nã o tinha começado a jogar novamente.
Se dependesse dele, isso nunca aconteceria. Em vez disso, ele vinha tentando manter uma
conversa, e havia conseguido isso por um bom tempo, sem, no entanto, descobrir nada de
ú til.
"Um pouco de desperdício", disse ele ao Quevvil que o protegia. 'Explodir seus peõ es se eles
saírem do jogo. Significa apenas que você precisa obter mais deles.
'Nã o podemos arriscar que os porta-aviõ es retornem à nossa base', disse o Quevvil.
'Se os disruptores preparados foram entã o ativados. . . Ou seja, no jogo
–'
O Doutor ergueu as sobrancelhas. 'Exatamente o quã o grosso você acha que eu sou? Nã o é
um jogo, eu resolvi isso.'
O Quevvil parecia confuso. 'Humanos nã o têm inteligência. . . '
O Doutor nã o apontou que ele nã o era humano. 'Sim, você está certo, teletransporte alguns
humanos para sua base subterrâ nea secreta, atire armas de raios neles, force-os a jogar -
eles nunca vã o resolver isso.'
O Quevvil rosnou. 'Sua mente nã o pode compreender a verdade.' Ele ergueu a arma. 'Mas
você vai jogar o jogo.'
"Acho que nã o, obrigado mesmo assim", disse o doutor. 'Eu sou um pouco contra partir
para matar esses Mantodeans que nã o fizeram nada para mim.
E também nã o estou muito interessado em arriscar a vida de algum pobre humano
sequestrado.
73

O Quevvil começou a acenar com a arma – e entã o a abaixou. Tinha um olhar astuto que o
Doutor nã o gostou.
'Até agora, você é o humano que mais progrediu na fortaleza Mantodean. Mas é apenas uma
questã o de tempo até que outros penetrem no seu â mago. Esperamos por anos; podemos
esperar mais. Viemos para este planeta e começamos nesta pequena á rea para ver se a
ideia tinha mérito, se os humanos eram inteligentes o suficiente, se nossa tecnologia era
suficiente em Toop –' o Doutor fez uma careta de frustraçã o; eles mencionavam
alegremente o nome de seu planeta, mas isso nã o significava nada para ele, ele nunca tinha
ouvido falar; por que eles nã o podiam incluir suas coordenadas galá cticas na conversa? –
'se pudesse lidar com um pequeno nú mero de operadoras e controladores. Dificilmente
esperá vamos encontrar um controlador que tivesse sucesso imediatamente - de fato, com
centenas de jogos por aí, apenas alguns poucos controladores passaram do nosso nível de
treinamento, um mero punhado se mostrando digno de dedicarmos todos os nossos
recursos a eles. Entã o já estamos preparados para estender o plano. Vamos levá -lo para
mais cidades, em todo o país e depois para outros países. Aumentaremos o nú mero de
cartas vencedoras. Os humanos sã o gananciosos: ordene-lhes que nos ajudem e eles
protestarã o, mas faça isso parecer um prêmio, algo para apenas alguns poucos. . . ha! Eles
vã o roubar qualquer chance de conseguir algo por nada! Quanto mais humanos jogarem,
mais controladores competentes encontraremos e mais carregadores precisaremos. . . Se
você jogasse o jogo para nó s agora e fizesse como queríamos, chegasse ao centro da
fortaleza Mantodean, nenhum outro humano teria que morrer. Mas até que alguém tenha
sucesso, o jogo continuará a ser jogado.'
'Pare de chamar isso de jogo!' gritou o Doutor em fú ria. 'As pessoas estã o morrendo!'
"Nossa pesquisa sugeriu que a morte era um passatempo comum na Terra", disse o Quevvil.
“Os humanos passam muito tempo matando.
Dificilmente existe uma espécie na Terra que os humanos nã o matem, incluindo outros
humanos. Foi por isso, com sua ganâ ncia e astú cia, que vocês foram considerados sú ditos
ideais para esta tarefa.'
'Sim, nó s humanos somos um pouco lixo', disse o Doutor. “Muitos de nó s nã o somos nada
legais. Nã o posso defender toda aquela matança que fazemos, toda aquela ganâ ncia e
astú cia. Entã o dificilmente vou sentar aqui e cometer geno-74

decidir apenas para salvar alguns de nó s, nã o é? O que esses mantodeanos já fizeram


comigo? Ele largou o bloco de controle e deu um tapa na testa. 'Oh, ouça-me, esquecendo
completamente de mencionar que nã o sou humano. Você nã o conseguirá que um humano
resolva esse “jogo” para você. Sim, eles sã o astutos e tudo mais, eles sã o bastante
determinados, e alguns deles podem até ser gênios como eu. Mas nã o tantos. Vai derrotá -
los todos no final. Você deveria demitir seu pesquisador de mercado.
O Quevvil nã o parecia saber o que dizer sobre isso. Entã o ergueu a arma novamente e
apontou diretamente para o Doutor.
Rose chegou à cidade, mas ainda nã o tinha um plano. Entrar na base dos Quevvils,
encontrar o Doutor, esperar que ele saiba o que fazer, como salvar a mã e dela? Ela correu
para a banca de jornal. Estava fechado.
Ela olhou para o reló gio: 5h40. O dia inteiro se passou sem que ela percebesse. Ela começou
a examinar a fechadura, fingindo apressadamente estar amarrando o cadarço enquanto
dois policiais uniformizados passavam, esperando que eles nã o percebessem que seus
sapatos nã o tinham cadarços. Mas nã o adiantava, ela nã o tinha a menor ideia de como
arrombar a fechadura, e a loja tinha um sistema de alarme proeminente. Ela seria presa
antes de chegar a meio caminho do porã o.
Ela voltou sua atençã o para a barraca de premiaçã o dos Quevvils, a alguns metros de
distâ ncia. Ainda nã o tinha um plano adequado, mas ela nã o podia simplesmente nã o fazer
nada.
Vamos esperar que eles sejam o tipo de alienígenas que pensam que todos os humanos sã o
parecidos.
Eles mal me viram, ela pensou, tentando se convencer; apenas se eles olhassem quando eu
estava tentando entrar com o Doutor, e houvesse apenas um deles quando eu estivesse
espalhando sal por todo o lugar, e eles teriam me visto apenas por uma fraçã o de segundo
antes de nos teletransportarmos. . .
Ela teria que arriscar. Ela sabia que este nã o era o plano certo, nã o era o que funcionaria,
nã o tinha esperança, mas era tudo o que ela conseguia pensar agora, e ela teria que arriscar
que eles a reconhecessem.
Rose foi até a cabine, agindo casualmente, nada que indicasse que ela sabia que eram
alienígenas, nada que dissesse que você poderia ter matado meu mãe .
Ela tirou uma das cartas vencedoras do bolso, enfiou-a no 75

leitor, esperou para ser autorizado a passar pela porta. Havia um Quevvil atrá s do balcã o.
Lá se foi sua esperança de que os Quevvils nã o pudessem diferenciar os humanos – panela
chamando de chaleira, ela nã o tinha ideia se era aquela que ela havia encontrado antes ou
nã o.
O Quevvil produziu um console de jogos encaixotado e tentou entregá -lo a ela.
"Eu já tenho um desses", disse Rose. 'Só queria fazer uma pergunta. Minha mã e ganhou uma
de suas férias e preciso entrar em contato com ela com urgência. Você poderia me dizer se
ela já saiu?
'Sinto muito, isso nã o é possível', disse o Quevvil, empurrando a caixa para a frente.
"Existe um depó sito ou algo assim?" disse Rose, seus olhos correndo ao redor da cabine,
esperando descobrir algum tipo de pista.
"Receio nã o poder dar essa informaçã o", disse o Quevvil, ainda insistente com o jogo na
caixa.
Rosa perdeu. 'Diga-me o que você fez com minha mã e!' ela gritou. Ela pegou a caixa e jogou-
a sobre o balcã o. Ele atingiu uma pilha de jogos, que desmoronou com um estrondo
poderoso. As penas do Quevvil começaram a ficar em pé e, de repente, ocorreu a Rose que
este era um alienígena, um alienígena que nã o se importava em matar humanos - nã o daria
a ela nenhuma informaçã o sobre Jackie, esse era um plano totalmente errado, e a porta se
fechou atrá s dela. . .
O Quevvil estava apontando a arma para o Doutor quando um grande barulho veio de cima,
como se algo pesado tivesse caído no chã o. O Quevvil olhou para cima e o Doutor atacou.
Atacar em algo coberto de espinhos pontiagudos possivelmente nã o foi o movimento mais
sensato do mundo, mas o Quevvil se distraiu quando o Doutor conseguiu arrancar sua arma
e em um instante ele saiu pela porta. Uma enxurrada de espinhos voou pelo ar atrá s dele
enquanto ele corria pelo corredor, passando pelos três Quevvils pela escada até o alçapã o,
presumivelmente indo investigar o barulho.
Ele chegou ao final do corredor e bateu a porta atrá s de si. Um barulho de tambor disse a
ele que mais penas estavam batendo na pesada madeira da porta. A chave estava deste
lado, e ele completou 76 anos

isto. Isso pode mantê-los afastados por um tempo. Ele respirou fundo.
Rose havia esquecido que as portas abriam por dentro. Ela apertou o controle e mergulhou
para fora da cabine, rezando para que o Quevvil nã o a seguisse. Nã o seria, seria? Nã o
gostaria de fazer barulho, fazer as pessoas pensarem que havia algo estranho acontecendo,
que eles nã o eram o que diziam ser. . .
Ela ficou ao lado da cabine, sem saber o que fazer a seguir, o pâ nico ameaçando dominá -la.
Ela queria jogar mais coisas.
Entã o uma voz em algum lugar pró ximo disse: 'Rose? Rosa, querida? Está tudo bem?'
Claro que nã o estava tudo bem, e Rose demorou alguns instantes para se acalmar e prestar
atençã o na voz trêmula. Ela finalmente se virou, para ver uma senhora idosa vestindo um
mac de plá stico rosa, um lenço florido amarrado sobre seus cachos brancos com
permanente. Nã o registrou inicialmente. E entã o ela percebeu, mal ousando se permitir ter
esperança. "Dilys?" ela disse. 'Mas. . . mas eu pensei que você estava indo neste feriado com
minha mã e. . . '
Dilys parecia preocupado. 'Eu nã o poderia ir sozinho, Rose, amor. Desde que meu Harold
morreu, você sabe que nã o gosto de ir a lugares sozinho, nem mesmo ao bingo. Ela
estendeu a mã o na qual havia um pedaço familiar de papelã o. – Só vim aqui para ver se há
algo que eles possam fazer a respeito disso, em relaçã o à sua mã e. É uma pena que ela
tenha que perder. Ela empurrou a raspadinha para Rose. 'Olha, você aceitaria isso, Rose,
querida?
Eu me sinto tã o mal com o que aconteceu. Eu nã o poderia ir agora. Talvez sua mã e ainda
queira, porém, mais tarde. Ela pode ficar com este, eu sei que eles disseram que tínhamos
que ir hoje, mas nunca se sabe. . . '
Rose pegou o cartã o, sem entender direito o que Dilys estava dizendo, mas a esperança
estava crescendo, florescendo dentro dela. — Você quer dizer que minha mã e também nã o
saiu de férias!
Mas Dilys ainda parecia preocupado. 'Quer dizer que nã o sabe?
Eles disseram que ligariam para você, prometeram que o avisariam.
A esperança estava sendo substituída por uma dor, um peso no estô mago, e ela deixou
escapar: 'Diga-me o que, Dilys? Quem deveria me dizer o quê? Por favor, diga!'
77

E o pobre Dilys, nervoso e gago, começou a contar a ela. 'Sinto muito, Rose, amor. Tenho
má s notícias. . . '
O Doutor havia atravessado o porã o do jornaleiro e entrado na loja sem ouvir mais nada
dos Quevvils, salvo alguns gritos e baques. O jornaleiro tinha um grande pô ster
promocional de Percy Porcupine na parede, e o Doutor deixou escapar alguns sentimentos
rasgando-o e destruindo-o em pedaços. O que o jornaleiro pensaria pela manhã , ele
realmente nã o se importava. A porta da rua estava trancada, mas isso representava poucos
problemas para alguém que havia arrombado tantas fechaduras quanto o Doutor. Também
estava alarmado, mas a chave de fenda sô nica cuidou disso.
A rua estava bastante silenciosa quando ele saiu da loja - alguns jovens rondando, bebendo
cerveja barata em latas; um ocasional trabalhador de loja voltando para casa. A cabine onde
os Quevvils distribuíam seus prêmios mortais parecia deserta - o que quer que tenha
causado o barulho obviamente já havia desaparecido. O Doutor decidiu fugir antes que eles
pensassem em sair dessa maneira para persegui-lo. Ele saiu correndo pela rua principal,
voltando para o apartamento de Rose.
78
Rose olhou para todos os tubos e coisas que conduziam à sua mã e e sentiu-se enjoada de
novo. Sua mã e era tã o protetora com ela, sempre foi. Se Rose raspasse o joelho, Jackie
estaria lá para buscá -la. Ela estaria na escola se alguém tentasse atacar Rose, conversaria
com quem quer que fosse, nã o deixaria Rose ficar de fora, chateada ou perseguida. À s vezes
era embaraçoso, mas sua mã e protegia você, era isso que as mã es faziam.
Mas olhar para sua mã e deitada no carrinho do hospital, olho roxo e bochecha roxa e
sangue seco debaixo do nariz, sabendo que sua mã e era apenas um ser humano frá gil, nã o
um super-heró i, era a pior sensaçã o do mundo.
E além disso, agora era Rose quem estava tentando salvar o mundo, e parte do mundo que
precisava ser salva era sua mã e.
Isso foi tã o errado.
Os olhos de Jackie se abriram. Ela sorriu quando viu Rose. — Oh, Cristo, você está bem.
Minha querida, você está bem.
Rosa ficou olhando. 'Estou bem. Nã o se preocupe comigo. Porque por que sua mã e deveria
estar preocupada com Rose, quando ela estava naquele estado?
79

Jackie obviamente viu isso em seu rosto. "Ele disse que ia pegar você", disse ela.
Rose se inclinou, aproximando-se dela. 'Quem fez? Mã e, o que aconteceu com você? Foram
os alienígenas? Encontraram meu telefone? Eles pensaram que você estava de conluio com
o Doutor ou algo assim?
Agora foi a vez de Jackie olhar. 'O quê você está querendo? Era aquele neandertal Darren
Pye.
Rose nã o se conteve, quase sentiu uma pontada de alívio. Nã o alienígenas! Nã o é o telefone
dela, nã o é culpa dela!
Mas entã o ela olhou para a mã e e o alívio nã o durou.
— Eles apenas me disseram que você estava aqui, que estava ferido. O que aconteceu?'
Jackie parecia relutante. — Você só vai se culpar. . . '
'Mã e!' Agora Rose realmente tinha que saber.
"Ah, tudo bem entã o." Jackie se apoiou nos travesseiros. — Eu estava tentando encontrar
você. Liguei para o Mickey's, mas ninguém atendeu, mas pensei em dar uma passada por lá ,
só por acaso, a caminho de encontrar Dilys. Mas eu o vi. Aquele Darren Pye. Ele estava
carregando uma televisã o e eu poderia apostar que nã o era dele, e eu poderia ter dito
alguma coisa. E ele. . . ele disse. . . ele disse coisas sobre você. E eu nã o podia deixá -lo fazer
isso, entã o eu disse a ele o que pensava.'
Rose fechou os olhos, imaginando com relutâ ncia, pensando nas sirenes que ouviram,
imaginando se eles estavam vindo atrá s de sua mã e. Se ao menos ela tivesse ido investigar,
se ao menos. . .
“E ele disse que te devia uma por bater nele ou algo assim – você nã o bateu nele, nã o é,
Rose, por que você quer fazer isso, pedir encrenca? – e você ia conseguir. Mas para agora. . .
'
Jackie tropeçou. — Por enquanto, ele se contentaria comigo.
'Mã e!'
'Ele só me bateu um pouco. Parece pior do que é.
Rose sabia que isso nã o era verdade. E ela sabia que para sua mã e colocar uma cara
corajosa nisso, nã o pedir simpatia, bem, tinha que ser muito ruim.
'Ainda assim, tenho que furar a fila. Há centenas lá fora em baixas, e acabei de entrar como
um VIP adequado, cubículo dos meus 80

pró prias, enfermeiras correndo por aí limpando e costurando e o que você tem.' Ela
começou a sorrir, mas começou a tossir. Rose agarrou as mã os de Jackie e segurou com
força, tentando nã o chorar, tentando nã o se sentir tã o impotente.
— Roubou tudo que eu tinha também, aquele caipira. Bolsa, chaves, tudo.
Até meu bilhete premiado — disse ela, e Rose nã o teve coragem de contar à mã e a verdade
sobre aquele bilhete premiado, nã o agora, nã o enquanto sua mã e parecia tã o fraca.
— Ah, e seu telefone também, amor. Desculpe. Vou comprar um novo para você. Jackie
suspirou. 'A polícia nã o vai recuperá -lo, apesar de todo o seu 'faremos tudo o que
pudermos, Sra. Tyler'. Um deles chegou logo antes de você, disse que o procuraram pela
propriedade e ele nã o estava lá . Bem, claro que nã o. Nem mesmo Darren Pye é estú pido o
suficiente para ficar por aí onde acabou de assaltar alguém.
Nã o, ele nã o era tã o estú pido. E talvez ele pensasse que seria uma boa ideia fugir até que o
calor diminuísse. Talvez ele olhasse para o que roubou e visse que tinha um bilhete
premiado, um bilhete que o tiraria do país hoje. E talvez ele decidisse usar aquele bilhete.
Olhando para o rosto machucado e ensanguentado de sua mã e, Rose realmente esperava
que ele o fizesse.
O Doutor voltou para a propriedade. Ele foi direto até a porta de Rose e tocou a campainha.
Depois de alguns momentos, ele abriu a caixa de correio e gritou. "Alguém em casa?"
Mas ainda ninguém respondeu. O Doutor empurrou a porta, mas estava trancada. Ele olhou
através da caixa de correio. Nenhum sinal de vida. Entã o ele foi embora.
Alguns minutos depois, ele estava do lado de fora da porta de Mickey. Sem problemas para
entrar aqui, as abordagens violentas dos Quevvils cuidaram disso. Ele bateu mesmo assim,
gritando: 'Alguém em casa?' enquanto ele entrava.
'Aqui', veio a voz de Mickey, e o Doutor entrou no quarto. Mickey estava sentado ao lado do
computador, com a perna apoiada na cama.
'O que você fez com você mesma?' perguntou o Doutor, apontando para o joelho coberto de
bolhas de Mickey. 'E onde está Rose?'
81
'Levei um tiro de um porco-espinho', respondeu Mickey. 'Doeu um pouco que você nã o se
lembra.'
O Doutor acenou com a mã o com desdém. 'E a Rosa? ela está bem? Eles também nã o a
pegaram, pegaram?
- Nã o, ela está bem. Obrigado pela simpatia.
O Doutor suspirou. 'Da pró xima vez, vou trazer um cacho de uvas. De qualquer forma, onde
ela está ?
Mickey deu de ombros. — A ú ltima vez que soube, ela saiu para coletar aqueles jogos como
você pediu a ela. Ele ficou subitamente sério. 'Olha, há algo que você deveria ver. Pode ser
nada, mas. . . bem, é preocupante.' Ele voltou para o computador, clicou o mouse algumas
vezes e empurrou a cadeira para trá s para que o Doutor pudesse se aproximar o suficiente
para ver.
Na tela estavam as palavras 'KILL ALIEN'S FOR REAL ONLY £ 50'.
'Iletrados', murmurou o Doutor, pegando o mouse de Mickey e rolando para baixo.
Havia uma foto de um Mantodean, aparentemente uma captura de tela do jogo, e mais
texto: 'matar alienígenas'. este jogo permite que você atire em Alein de verdade. eles sã o
insetos gigantes e MAL. você pode matá -los. isso é GARANTIDO. E-mail
alienkiller1984@mail.net'.
O Doutor deu um soco na mesa. 'Idiotas!' ele disse. 'Se alguém começar a enviar esses jogos
para todo o país - para todo o mundo
– nã o teremos chance de coletá -los todos. Ainda assim, esperemos que ninguém perceba
que isso é verdade. Conhecendo os humanos, eles estariam se reunindo. . . '
Mickey limpou a garganta. — Acho que eles acham que é a verdade, no entanto. As pessoas
que estarã o lendo isso, de qualquer maneira. Eu estava apenas navegando, você vê. . . '
O Doutor já estava apertando o botã o Voltar. 'Anel de escravidã o alienígena?' ele disse,
incrédulo.
'Eu nã o pensei que realmente haveria sites sobre isso!'
disse Mickey
miseravelmente. 'Er. . . alguém que você conhece?'
O Doutor desligou o site com um clique decisivo. "Humanos ridículos", disse ele. - Vou
encontrar Rose. Estamos parando com isso agora.
∗∗∗
82

O Martin de Dilys deu uma carona para Rose, mas quando ela voltou, ela estava exausta. Ela
estava tã o preocupada com sua mã e, pensando que ela estava em algum planeta distante,
sendo morta por alienígenas.
A adrenalina estava bombeando algo podre. Agora - bem, ela ainda estava preocupada com
sua mã e, ferida e no hospital, e ela ainda estava preocupada com a coisa toda, os
alienígenas e os jogos e as pessoas sendo mortas - mas a adrenalina havia se esgotado,
deixando-a pronta para uma sentar e uma xícara de chá .
Ela nã o notou o Doutor sentado do lado de fora da porta da frente até que ela estava quase
em cima dele. "Olá ", disse ela. — Você escapou bem dos porcos-espinhos, nã o foi?
Ele deu a ela um olhar de sim, obviamente . 'Você faz isso entã o?' ele disse. 'Você tem todos
os jogos?'
Ela se inclinou sobre ele e colocou a chave na fechadura. 'Nã o. Nã o tenho nenhum deles.
'Por que nã o?' ele disse, seguindo-a para dentro.
Ela deu um grande suspiro. — Você nunca vai acreditar. Minha mã e tinha um daqueles
bilhetes de férias.
Ele parecia preocupado com isso. — Você a impediu de ir?
Ela balançou a cabeça. 'Está tudo bem. Bem, está tudo bem. Ela nã o foi. Em vez disso, ela foi
espancada. Ela está no hospital. E ela explicou tudo o que estava fazendo.
Para sua surpresa, o Doutor nã o parecia muito simpá tico.
Ela
nã o esperava muito, mas um pouco de 'pobre Rose, o que você deve ter passado' teria sido
bom.
"Entã o você nã o pegou nenhum dos jogos", disse ele. — Você nem tentou, nem mesmo
quando sabia que ela estava bem.
Seus olhos brilharam. 'Minha mãe estava no hospital .'
Ele encolheu os ombros. 'Hospital é onde eles cuidam das pessoas. Você sabia que ela
estava segura. Você poderia ter seguido o plano, talvez salvado algumas vidas. Mas, em vez
disso, você foi para o hospital.
Ela estava tã o brava que mal conseguia pronunciar as palavras. Como ele poderia nã o
entender? A mã e dela estava no hospital! Continuar se preocupando com alguma ameaça
abstrata enquanto sua pró pria mã e estava no hospital! Mas uma parte dela, lá no fundo,
percebeu que estava ficando com muita raiva porque

sabia, de certa forma, que ele estava certo. 'À s vezes você simplesmente nã o é humano!'
ela gritou. E ergueu as sobrancelhas como se dissesse: 'D'uh!'
Ela pegou sua bolsa. 'Vou pegar esses jogos entã o.' ela disse, sua voz um pouco menos
irritada do que antes.
O Doutor levantou-se. 'Bom. Eu irei com você.
Sua mã o estava na maçaneta da porta quando o telefone tocou.
Ela hesitou.
'Deixe-o', disse o Doutor.
Ela poderia ter feito, se ele nã o tivesse dito isso. Mas ela estava se sentindo contrariada
agora e, de qualquer maneira, poderia ser o hospital – o que era importante.
Ela passou pelo Doutor, voltou para a cozinha e pegou o telefone. Atrá s dela, ela ouviu a
porta bater e soube que ele tinha ido sem ela. Deixe-o, ela pensou, ao mesmo tempo em que
estava um pouco apavorada de nunca mais vê-lo. Mas alguns momentos depois ela estava
descendo os degraus atrá s dele, gritando a plenos pulmõ es.
'Doutor! Doutor!' ela gritou, e antes que ela descesse dois andares, ele a ouviu e correu de
volta. Toda a sua desaprovaçã o havia desaparecido diante da angú stia dela, e ele era o
melhor amigo reconfortante novamente, pronto para assumir o comando.
'O que é?' ele perguntou, segurando os ombros dela.
Ela balançou a cabeça, incerta, mas enquanto eles corriam de volta para o apartamento ela
tentou explicar. 'Pensei que era um telefonema sujo. Respiraçã o pesada e outras coisas.
'Meleca. EU. . . Nã o sei. Veja o que você acha.
Eles estavam de volta à cozinha, e ela enfiou o fone no gancho e apertou o botã o do viva-
voz.
Parecia um homem, um jovem. Havia uma respiraçã o pesada, mas eram respiraçõ es
profundas e irregulares de terror. Houve suspiros e o que parecia soluços presos na
garganta. Apenas aqueles poucos sons, mas tanto medo.
'O que é?' perguntou Rose, certa de que já sabia a resposta, mas sem vontade de sugerir.
"Seu telefone foi roubado", disse o médico. 'Assim como um bilhete de férias.
É ló gico que a mesma pessoa ainda tem os dois. Entã o eles recebem 84

levado para este planeta alienígena, forçado a jogar este -' seu rosto endureceu e ele cuspiu
a palavra - 'jogo'.
“Mas ligar para cá ... nã o, nã o me diga”, disse Rose, “este foi o ú ltimo lugar para o qual liguei,
e de alguma forma ele derrubou a rediscagem, ou a discagem rá pida ou algo assim. Foi isso
que aconteceu.
"Shh", disse o Doutor, apontando para o telefone, e Rose rapidamente calou a boca e
escutou. Outro som pô de ser ouvido, um barulho alto de tagarelice e clique. Os soluços
estrangulados estavam ficando mais rá pidos, e havia grunhidos sufocados do fundo da
garganta, como se alguém estivesse tentando desesperadamente formar palavras, mas nã o
conseguisse. O som tagarelando ficou mais alto, mais perto do telefone.
Entã o houve um barulho de schnick , como uma tesoura gigante se fechando. E entã o houve
um baque suave e pesado.
Entã o a linha caiu.
Rose puxou uma cadeira da cozinha e sentou-se. 'Eu queria que isso acontecesse',
ela disse. “Quando soube o que ele fez com minha mã e, quis que isso acontecesse. Eu queria
que ele jogasse aquele jogo alienígena idiota, queria que ele ficasse com medo, muito
assustado, como minha mã e quando ele batia nela. Eu queria que ele fosse morto assim,
com a cabeça cortada por um alienígena. Eu queria tudo isso.'
O Doutor sentou-se ao lado dela. "Está tudo bem", disse ele. 'Querer que isso aconteça nã o
causou isso. Foram os Quevvils que mataram Darren Pye, nã o você. Você nã o precisa se
sentir culpado.
Ela se virou para ele, angustiada. 'Você nã o entende. Eu nã o me sinto culpado. Nã o sei o que
sinto. Você sabe como você diz: “Eu nã o desejaria isso nem para o meu pior inimigo”? Bem,
ainda nã o tenho certeza se nã o o faria.
Porque eu me sinto mal por dentro, mas parte de mim ainda está feliz por ele ter sofrido.
'Lá vai você, sendo humano de novo', disse o Doutor. Ele colocou um braço em volta de
Rose e a abraçou. 'Nã o é justo, nã o é, quando somos forçados a ter pena de alguém que
odiamos. Parece que o mundo virou do avesso. Mas está tudo bem. Você ainda pode odiá -
los. Contanto que você nã o se vanglorie de sua queda, isso é tudo.
Sua boca se contorceu em um sorriso torto. 'Se você diz.'
Ele assentiu. 'Eu faço.'
O Doutor recostou-se, e Rose pegou um lenço e soprou 85

nariz duro. De repente, ela percebeu que nã o havia contado a ele tudo o que havia
acontecido. "Mickey se machucou", disse ela. 'Eu deveria verificar se ele está bem.'
'Eu sei, eu o vi', disse o doutor. 'Ele vai ficar bem. Poderia ter sido uma histó ria diferente se
o feixe o tivesse atingido em cheio, mas deve ter apenas roçado nele quando o
teletransporte tirou você de lá . Ele só vai mancar por algumas semanas. E falando em
mancar. . . vez está vamos fazendo as rondas, tentando pegar alguns desses jogos.'
Rose respirou fundo e se levantou. "Tudo bem", disse ela. 'Vamos.'
86

Eles decidiram uma histó ria de capa. Nã o é a melhor histó ria de capa do mundo, mas é
melhor do que simplesmente aparecer na porta de alguém e exigir que ele lhe dê seu
console de jogos.
Rose anunciou que iria se fazer passar por uma oficial de padrõ es comerciais, vindo para
recolher os jogos perigosos que costumavam pegar fogo e incendiar os apartamentos das
pessoas. Ela prendia o cabelo e chamava a si mesma de 'Susan', ou 'Pamela', ou algo
igualmente sensato e confiá vel.
O Doutor apontou que seu rosto estava em pô steres de "desaparecidos" em toda a
propriedade e arredores por um ano, muitas pessoas a conheciam ou a conheciam de vista
e, de qualquer maneira, por que eles estariam menos propensos a confiar em um uma
garota de dezenove anos de aparência honesta e cabelos soltos chamada Rose do que
alguém que obviamente estava fingindo ser algo que nã o era?
Rose admitiu o ponto.
'Mas', disse o Doutor, 'a ideia do fogo é boa. Diremos isso a eles.
E assim eles começaram. Rose bateu na primeira porta e, depois de alguns minutos, uma
jovem abriu. Rose a vira ocasionalmente, lutando com um carrinho de bebê, mas nã o sabia
o nome dela.
87
A mulher estava carregando uma criança chorando e nã o parecia particularmente feliz por
ser chamada à porta.
"Desculpe incomodá -lo", disse Rose, "mas está vamos imaginando se você ganhou um
console de jogos nesta promoçã o do Percy Porcupine."
A mulher os encarou. 'Parece que tenho tempo para jogar? Ah, cale a boca, Danny. A criança
gritou ainda mais alto.
"É só que houve um acidente", interveio o médico. — Entã o, se você tivesse um. . . '
"Bem, eu nã o", disse a mulher. – Como eu disse no ú ltimo.
Ela bateu a porta na cara deles. Rose e o Doutor trocaram olhares. 'O ú ltimo?' eles disseram
simultaneamente.
Eles se mudaram para o pró ximo apartamento. Uma senhora idosa manteve a porta presa a
uma corrente e espiou pela pequena abertura para eles. Demorou algum tempo para que
ela entendesse a ideia geral do que eles estavam procurando. Ela acabou nã o tendo um
console de jogos, mas ainda tinha um conjunto de cobras e escadas de quando seus filhos
eram pequenos e um maço de cartas antigas com anú ncios de cigarro nas costas. Ela
- possivelmente ainda nã o totalmente claro por que o Doutor e Rose estavam em sua porta
- sugeriu que eles viessem para um jogo, e Rose se sentiu bastante culpada quando o
Doutor gentilmente recusou.
O terceiro apartamento trouxe outra jovem mã e à porta. Eles podiam ver a sala de estar
atrá s dela, onde duas garotinhas assistiam The Tweenies na televisã o. Ela ouviu o discurso
do Doutor com os braços cruzados e uma expressã o dura no rosto que Rose achou bastante
intimidante. Quando o Doutor terminou, a mulher soltou um grande bufo. — Um incêndio,
você disse? ela disse, no que teria sido um agradá vel sotaque escocês se ela nã o soasse tã o
desdenhosa.
"No começo da tarde", disse o doutor. — Você nã o ouviu os carros de bombeiros passando?
"Vai estar tudo nos jornais amanhã ", acrescentou Rose, para aumentar a verossimilhança.
"Nã o, nã o ouvi nenhum carro de bombeiros", respondeu a mulher. 'O que é estranho,
porque eu tenho uma audiçã o muito boa. Também nã o vi fumaça.
"Bem, estamos um pouco longe para isso", disse o doutor, acenando com a mã o para indicar
algum lugar ali, mas realmente muito longe.
88

'Eu vejo.' A mulher bufou novamente. 'Bem, é melhor do que a ú ltima tentativa, eu vou te
dar isso. Pelo menos você nã o está ameaçando me dar um soco na cabeça. Será que você
está tentando ganhar o prêmio e nã o quer nenhum rival? Ou será que esses jogos valem um
pouco? É por isso que todo mundo está tã o ansioso para pegá -los?
Rose agarrou o braço do Doutor. "Mais alguém esteve por perto?"
ela disse. 'Alguém estava tentando fazer com que você desse seu console de jogos?'
"Tentando e conseguindo", disse a mulher. 'Eu nã o gosto de ceder a ameaças, mas quando
algum caipira está olhando para minhas garotas enquanto ameaça violência, alguma coisa
boba de computador é um pequeno preço a pagar.'
"É melhor desistir", disse Rose quando eles saíram, a porta nã o tendo sido realmente batida
na cara deles, mas perto o suficiente para eles terem entendido a mensagem. Mas o Doutor
discordou e, depois de uma hora e meia, eles conseguiram acumular oito jogos. Os braços
de Rose tiveram problemas para lidar depois dos três primeiros, mas a Sra. Burton, que
conhecia Rose desde pequena e certamente nã o daria o jogo que ela ganhou para seu neto
se fosse perigoso, emprestou a Rose sua cesta de compras em rodas para carregá -los. Rose
sentiu-se um pouco constrangida, mas nã o podia negar que isso tornava as coisas mais
fá ceis.
Algumas pessoas se recusaram a desistir dos consoles, algumas dezenas nunca tiveram um
jogo ou desistiram dos seus, mas a maioria dos donos de jogos já havia entregado os seus
em troca de nã o serem espancados, e nã o foi uma surpresa quando o aspirante a batedor
foi identificado por alguns dos vizinhos pró ximos de Rose como Darren Pye.
"Uma espécie de guindaste por seu pró prio petardo", disse Rose, enquanto desciam a
estrada em direçã o ao pró ximo bloco de apartamentos. – Roubar todos esses jogos e depois
ser morto por um deles. Em um deles.
O Doutor parou de repente. — Se foi isso que aconteceu. Vamos.'
E ele estava voltando por onde eles vieram tã o rá pido que os pés de Rose ainda estavam
indo para a frente. Ela rapidamente se virou e correu atrá s dele, mas ele nã o disse a ela por
que o plano havia mudado.
"Este Darren Pye", disse ele. "Grosso, nã o é?"
"Como um tijolo", respondeu Rose.
'Tem que ter algum tipo de poder de raciocínio para bater em alguém por 89

o dinheiro do almoço', disse o Doutor. 'Punho mais o primeiro ano aterrorizado é igual a
dinheiro, esse tipo de coisa. Seja desonesto o suficiente para nã o ser pego pelos
professores. Astuto o suficiente para nã o levar as coisas tã o longe que a polícia se envolva.
'Entã o?' disse Rosa.
— Entã o talvez tenhamos algo mais com que nos preocupar. Vamos.'
Para surpresa de Rose, o Doutor nã o voltou para o apartamento dela, mas para o de Mickey.
Ele entrou com apenas uma batida na porta da frente. Mickey estava no quarto,
concentrado no computador.
'Queremos dar uma olhada naquele site novamente', disse o Doutor.
Mickey parecia saber o que ele queria dizer. "Ficou louco", disse ele.
'Só esta noite. A morte para Mantodeans está em toda parte. Existem quadros de mensagens
e outras coisas. O preço subiu para 100 libras, e há um no eBay que já subiu para mais de
200 libras.
'Droga!' gritou o Doutor, chutando a cama de Mickey. 'Isso tem que ser parado.'
'As pessoas estã o vendendo os consoles na Internet?' perguntou Rosa.
'Humanos idiotas!' gritou o Doutor.
Mickey parecia quase nervoso. – Isso nã o é o pior.
O Doutor olhou para ele. — Você nã o está me dizendo que alguém fez algo ainda mais
estú pido?
'Er. . . sim', disse Mickey. "Parece que eles têm." Ele começou a clicar nas telas do
computador. — Estou nisso desde que você saiu.
Procurando por aí, vendo o que eu poderia descobrir. Isso só foi ao ar algumas horas atrá s,
até onde eu sei. Nã o é fá cil de encontrar. Você passa por todos esses links, senhas e outras
coisas. Mas cheguei lá . Ele se envaideceu ligeiramente.
"Muito bem, que menino esperto", disse Rose. — Agora, você vai nos contar o que
encontrou?
Mickey clicou em Retorno e recostou-se.
Tudo começou com uma mensagem postada em um fó rum. 'Seria gr8 se os jogos fossem
reais se você atirasse em alguém e eles estivessem realmente MORTOS!!!'
Foi assinado por alienkiller1984.
'Esse é o cara que administra aquele outro site', disse o Doutor.
'Mas é só o começo', disse Mickey, rolando o tó pico.
90

'Há tantas pessoas que eu gostaria de ver MORTAS. Mas nã o ir para a prisã o 4-lo!!!! Seria
GR8 se você pudesse mandá -los de férias e eles nunca voltassem para casa, mas fossem
MORTOS !!!! Você concorda.'
Rosa respirou fundo.
O texto 'Você concorda' foi linkado. "É aí que a trilha começa", disse Mickey. "Finalmente,
você consegue um nú mero de telefone." Ele apontou para um bloco de notas, onde um
nú mero de celular havia sido rabiscado. 'Você quer alguém morto - essa pessoa está
preparada para lhe vender uma raspadinha vencedora. Trate-os para um feriado. Eles
nunca voltam. Nenhuma culpa anexada.' Ele estremeceu.
O Doutor pegou o celular de Mickey na mesa sem perguntar.
Ele entrou na outra sala. Rose e Mickey se entreolharam.
"É doentio, nã o é?" disse Mickey.
Ela assentiu com a cabeça, realmente incapaz de acrescentar algo a isso. Totalmente
doente. Totalmente doente. Perca toda a fé na natureza humana doente. "Como está o
joelho?"
"Dor", disse ele. 'Nã o sei como vou lidar, para ser honesto.'
Ela fez uma careta de simpatia.
'O que eu realmente preciso é de alguém para me ajudar – cuidar de mim, me colocar na
cama, esse tipo de coisa.'
"Pena que estou ocupada salvando o mundo", disse ela. — Vou ligar para o serviço social, se
quiser. Eles podem mandar uma vovó simpá tica para lhe dar um banho no leito.
Mickey sorriu. 'Oh, que pena que o Doutor está usando meu telefone.'
"Oh, veja, ele acabou", disse Rose quando o Doutor voltou.
Mas a brincadeira foi interrompida pela expressã o no rosto do Doutor.
'O que é?' disse Rosa.
"Quinhentas libras", disse o doutor. 'Isso é quanto custa a morte na Internet. Nã o muito
mais do que uma televisã o de tela ampla.
— Você falou com alguém? perguntou Rosa.
O Doutor assentiu. – E nã o parecia que eu fosse o primeiro a ligar.
Acho que sua mã e nã o é a ú nica que foi assaltada por sua raspadinha vencedora.
Rose pensou em sua mã e, deitada machucada e ensanguentada em uma cama de hospital.
"Temos que parar com isso", disse ela.
91
'Bem, sim', disse o Doutor. "Essa é a ideia geral." Ele estendeu a mã o e apertou o braço dela,
um gesto reconfortante que desmentia o leve sarcasmo de suas palavras. Rose notou o
rosto de Mickey. Ele nã o gostou; nã o gostava da proximidade deles. Ela entendia, mas nã o
tinha tempo agora para se preocupar com os sentimentos de Mickey.
"Temos que pará -lo na fonte", dizia o médico. 'Está se espalhando por todo lugar aqui
embaixo. Olha, essa coisa da Internet acabou de começar. Nada roubado antes desta tarde,
pelo que sabemos. O mais cedo que alguém pode receber alguma coisa pelo correio é
amanhã de manhã .
Temos que chegar ao planeta onde tudo está acontecendo antes disso, pare com isso. Entã o
nã o importa quem ganha os jogos, quem ganha as férias.
Rose voltou sua atençã o para a conversa. 'O quê, você descobriu onde fica esse planeta?' ela
perguntou. 'Podemos correr para o resgate?'
O rosto do Doutor endureceu. "Nã o", disse ele, cerrando os punhos. 'Eu tenho o nome dele,
mas nã o significa nada.'
"Você pode pagar 500 libras para esse cara e ir de férias", sugeriu Mickey, e Rose teve
quase certeza de que nã o detectou apenas um indício de malícia, apenas a menor indicaçã o
de que Mickey nã o se importaria muito se o O médico saiu 'de férias' e nunca mais voltou.
"Há uma idéia", disse o doutor.
'O que realmente?' disse Mickey, ligeiramente incrédulo.
O Doutor logo o esvaziou. "Nã o é sua ideia real, obviamente", disse ele. 'Isso é muito
estú pido. Mas isso me deu uma ideia. . . Se ao menos conseguíssemos uma daquelas
raspadinhas de fim de ano. Com os Quevvils
tecnologia de teletransporte, seria obrigado a ter um circuito direcional nele. . . Eu poderia
conectar isso na TARDIS. . . Ele saltou para a porta. — Vamos, vocês dois. Mickey apontou
para o joelho. 'Vamos, entã o, apenas Rose. Eu preciso de suas economias de vida. Estamos
comprando raspadinhas até conseguirmos uma que ganhe o feriado.
Nesse ponto, Rose se lembrou de seu encontro com Dilys no estande dos Quevvils. Ela
colocou a mã o no bolso e tirou um pequeno retâ ngulo de papelã o. 'O que, como este?' ela
disse. 'Nã o parecia realmente importante antes. . . '
92

Pela expressã o do Doutor, ela nã o tinha certeza se ele queria bater nela ou beijá -la.
"Boa, Rose", disse Mickey.
O Doutor deixou Mickey com instruçõ es para continuar semeando a dissidência na Internet
sobre a Morte para Mantodeans , fazer parecer o mais indesejá vel possível, ver se o boato
sobre os consoles pegando fogo poderia se espalhar ainda mais.
Mickey sugeriu atear fogo em um e ligar para os jornais locais, mas mudou de ideia no meio
da explicaçã o do plano quando percebeu que seria seu apartamento em risco e, com o
joelho, ele nã o poderia fugir se as coisas dessem errado.
'Além disso, é outra ideia estú pida', comentou o Doutor, nã o maldosamente.
"E cuide-se", disse Rose. — Ah, e você poderia garantir que a Sra. Burton receba de volta
sua cesta de compras sobre rodas?
– Sim, claro – disse Mickey, parecendo um pouco preocupado. — Mas você vai voltar, nã o é?
"Claro que sim", disse Rose. Mas o problema é que, quando você viaja no tempo e no espaço
na TARDIS, nunca tem certeza.
Mickey mancou até a porta da frente para se despedir deles. 'Eu colocaria uma cunha
embaixo dele ou algo assim até que você conserte', disse o Doutor.
— Nã o se esqueça de que os Quevvils sabem onde você mora.
'Você disse que quebrou o sistema de teletransporte deles!' disse Rosa.
'Eles podem consertar isso!' respondeu o Doutor.
'Obrigado pelo pensamento alegre', disse Mickey. — Vou dormir tã o profundamente esta
noite agora.
Rose ouviu a porta se fechar atrá s deles enquanto começavam a descer as escadas. 'Nó s
vamos conseguir parar com isso, nã o vamos?' ela perguntou ao Doutor.
'Vai ser fá cil', respondeu ele.
'Nã o há mais humanos tendo suas cabeças arrancadas por alienígenas?'
'E nã o há mais alienígenas sendo baleados por humanos', disse o Doutor. 'Nã o se preocupe.
Vamos parar com isso, sem problemas.
Uma figura escorregou para as sombras de uma porta quando o Doutor 93

e Rose deixou o apartamento de Mickey. Agora ele deixou seu esconderijo e espiou pela
esquina para observá -los enquanto desciam as escadas: o cara alto e arrogante e a
prostituta tagarela. Ele tiraria os sorrisos de seus rostos. Eles nã o iriam ficar em seu
caminho novamente.
— Você nã o vai parar com isso — grunhiu Darren Pye, cuspindo atrá s das figuras que se
retiravam. 'Sou eu quem vai te impedir .'
94

— Amo você, Robert. A linda garota com longos cabelos loiros que se parecia um pouco com
Suzie Price estava olhando para ele em adoração. 'Eu tenho estive observando você, não
conseguia tirar meus olhos de você. Eu observei como você lidou com aqueles terríveis
alienígenas. A maneira como você agarrou aquela barra de ferro e usou como uma espada, do
jeito que você lutou com aquele alienígena e o levou desligado. . . Você deve ser um mestre
espadachim!'
Robert sorriu modestamente, indicando que nunca havia tentado antes, tinha apenas venha
naturalmente.
E foi igualmente natural abraçá-la; a maioria coisa natural do mundo se inclinar como ela se
inclinou e eles colocaram seus lábios juntos e beijados, seu primeiro beijo, seu primeiro beijo, o
mais suave, beijo mais lindo do mundo. . .
Mas ela estava sentada do outro lado da sala e mal olhou na direçã o dele, e quando o fez
nã o o notou, e provavelmente ouviu a mã e dele chamá -lo de 'Bobbles'. . .
E então o líder dos alienígenas, aquele que Robert havia derrotado em batalha, havia tirado a
máscara e por baixo tinha a cabeça de um porco-espinho
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– tirou a máscara e disse, com sua voz fria e profunda: 'Eu sou seu pai, Robert.
E Robert sabia que sempre fora o destino deles se encontrarem neste caminho, e que ele deve
destruir seu - mãe - pai como o último triunfo do bem sobre o mal.
E então ele pode conseguir outro beijo.
Mickey olhou ao redor da sala e finalmente pegou uma revista de TV.
— Nã o vou mais precisar disso — murmurou, lançando um olhar triste para o vã o onde a
televisã o estivera naquela manhã .
Entã o ele lentamente voltou para a porta da frente e, agachando-se com muitos gritos de
dor - embora provavelmente nã o tantos como se alguém estivesse presente para
potencialmente oferecer simpatia - enfiou a revista entre o batente e a porta.
Provavelmente nã o aguentaria muito, mas impediria que alguém o atacasse. Ele olhou para
a parede, onde uma grande placa vermelha instruía as pessoas a PARAR. Pena que os
alienígenas nã o prestaram atençã o nisso.
Ele tinha dado dois passos arrastados para trá s da porta quando ouviu um barulho do
outro lado. Os aliens? Mickey rapidamente olhou em volta em busca de uma arma. Mas nã o,
um segundo de concentraçã o e ele percebeu que eram passos. Passos humanos. O Doutor e
Rose, tendo esquecido alguma coisa? Nã o, era apenas uma pessoa. O ladrã o, voltando para
mais?
Mickey manteve-se imó vel e em silêncio. Por dentro ele estava rindo e apontando para si
mesmo pela paranó ia, mas a exposiçã o ao Doutor surtiu efeito. Havia algumas coisas
assustadoras lá fora. 'Nã o tenha pesadelos'
Crimewatch sempre dizia, mas eles estavam tentando persuadir as pessoas de que era
estatisticamente imprová vel que as coisas horríveis que eles estavam mostrando
acontecessem a qualquer membro da audiência em particular, e quando você estava lá e
fazia isso no que parecia ser uma base regular agora, você parou de acreditar nas
banalidades.
Iriam os passos passar por sua porta? Nã o. Eles pararam do lado de fora.
E tentou a maçaneta.
96

Um visitante legítimo iria bater neste ponto, ou gritar ou algo assim.


Ninguém bateu e ninguém gritou. Em vez disso, eles tentaram empurrar a porta
novamente. A porta se abriu mais ou menos um centímetro, a revista começando a
amassar. Uma voz á spera e masculina disse: 'Abra, Smith'.
Darren Pye.
Mickey nã o disse uma palavra. Começou a recuar, o mais silenciosamente que pô de,
procurando alguma outra coisa que pudesse usar para manter a porta fechada.
— Sei que você está aí, Smith. Eu sei que seus amigos esquisitos trouxeram alguns desses
jogos aqui, e eu os quero.
'Bem, você nã o pode ficar com eles', respondeu Mickey, esquecendo que estava fingindo
nã o estar lá .
Parecia que Darren estava dando um chute na porta. Surpreendentemente, a revista ainda
estava bem presa embaixo dela, impedindo-a de abrir, mas a qualquer momento ele a
tiraria das dobradiças.
Mas entã o o barulho parou. De repente, Mickey se endireitou, alertado por uma sensaçã o
que nã o conseguia identificar. Um formigamento no ar e, por algum motivo, o Dia da
Panqueca veio à mente. . . Ele ouviu um grito de alarme do lado de fora da porta,
provavelmente o mais pró ximo que alguém já ouviu Darren Pye ficar em estado de choque
e medo.
Entã o Mickey percebeu: era assim que se sentia pouco antes dos alienígenas – os Quevvils –
invadirem seu apartamento. A advertência do Doutor estava certa; eles devem ter
conseguido consertar seu sistema de teletransporte e acabaram de se materializar do outro
lado da porta da frente.
Eles estariam atrá s do Doutor. Teve que ser. Mas talvez eles ainda pensassem que Mickey
era um especialista; talvez com a ausência do Doutor eles tentassem sequestrar Mickey
novamente. . . Ou, pior, talvez tivessem descoberto que Mickey nã o era um especialista e
nã o quisessem arriscar que ele espalhasse detalhes de seus planos, de sua base subterrâ nea
ou de sua verdadeira natureza. . .
Nã o havia outra saída de seu apartamento. Mesmo em plena saú de, ele nã o poderia esperar
manobrar os Quevvils e suas penas voadoras e suas armas de laser; com seu joelho
duvidoso, ele nã o teve chance. Mickey voltou correndo o mais rá pido que pô de, ansioso
para encontrar um esconderijo. Mas entã o ele ouviu vozes do lado de fora.
97

'Como diabos você fez isso?' gritou Darren Pye.


Entã o veio a voz de um Quevvil: 'Este humano testemunhou nossa materializaçã o! Ele deve
ser destruído!'
Mickey congelou, esperando pelo assobio do raio laser, o grito do moribundo. Mas nã o veio.
'Nã o!' gritou Darren Pye. 'Posso te ajudar!'
Houve uma pausa, entã o um Quevvil disse, 'Explique.'
Darren estava tagarelando agora. 'Eu sei o que você é, certo? Eu sei o que você está fazendo.
Eu ouvi aqueles malucos falando. Vocês sã o alienígenas, certo, e querem matar esses
insetos. Isso é legal. Eu vi você aparecer antes, do nada assim. Eu quero ajudar.'
Um Quevvil – Mickey nã o fazia ideia se era igual ou diferente
– disse, 'Você ainda nã o explicou como pretende nos ajudar.'
'Já resolvi. Espalhando essas coisas pelo país. Conseguir pessoas que sabem o que estã o
fazendo.
E a surpresa do século: Darren Pye era o traficante. O negociante da morte. Aquele que
mandaria qualquer um para a morte por menos do que o preço de uma televisã o. E
pensando em anunciantes, ele provavelmente também tinha uma boa ideia de onde o
Mickey's havia ido; por que outro motivo ele estaria por aqui para ouvir o Doutor e Rose
conversando, para ver os Quevvils aparecerem? . .
E o Quevvil respondeu: 'Já localizamos a pessoa de que precisamos. Viemos aqui para
buscá -lo.
— O quê, aquela aberraçã o do Doutor? disse Darren. 'Ele nã o está aqui.'
Mickey nã o sabia o que aconteceu a seguir, mas Darren soltou um grito.
'Nã o! Olha, eu disse que poderia te ajudar. Eu vou te dizer onde ele está . Tudo o que quero é
que você me torne seu ú nico negociante na Terra. As pessoas vã o pagar um bom dinheiro
por essas coisas. Eu só quero um corte. Olha, temos um acordo?
Houve uma pausa, entã o um Quevvil disse: 'Sim. Diga-nos onde esta
“Médico esquisito” é.'
'Certo. Sim. Certo. Ele foi para o seu planeta, ele e aquela vaquinha. Ele tem uma coisa
chamada tarpit ou algo assim. Ele está colocando um de seus cartõ es nele e vai levá -lo até
lá .
Houve outra pausa.
"Devemos avisar Frinel", disse um Quevvil.
98

"Devemos retornar a Toop", disse a voz de outro.


'E esse humano? Devo matá -lo?
Houve um grito de Darren Pye. 'Nó s tinhamos um acordo! Eu disse que ajudaria você!
O Quevvil falou novamente. 'Nã o. Traga-o conosco. Nã o podemos deixar para trá s um
humano que conhece a verdade, mas se esse humano quiser nos ajudar. . . ele pode jogar o
jogo.'
Houve outro grito de Darren, interrompido abruptamente. Mickey estremeceu. Afinal, eles
o mataram? Mas nã o, havia o cheiro de limã o no ar novamente, e a sensaçã o efervescente
que fez seu cabelo ficar em pé.
Ele deixou por alguns minutos, mas nã o conseguiu suportar o suspense por mais tempo. Ele
mancou até a porta da frente e encostou o ouvido nela. Nem um som. Ele puxou a revista
amassada e abriu a porta. Nã o havia ninguém do lado de fora: nenhum humano, nenhum
alienígena.
Mickey bateu a porta, enfiou a revista embaixo dela novamente, cambaleou de volta para a
sala e desabou em uma cadeira. Seu joelho estava doendo muito, mas ele só conseguia
pensar no Doutor e em Rose. Os monstros sabiam que estavam a caminho. Estariam
esperando por eles. E nã o havia nenhuma maneira na Terra que ele pudesse deixá -los
saber sobre isso.
Eles estavam de mã os dadas e quase correram de volta para a TARDIS.
Era uma má quina do tempo, mas de alguma forma o tempo ainda parecia essencial.
O Doutor, irritantemente, nã o havia contado a Rose seu plano. Isso significava que ele nã o
tinha um, ou ele apenas esperava que ela fizesse o que ele pedisse, quando ele pedisse, sem
se preocupar com pequenas coisas bobas como explicaçõ es ou razõ es para isso. Mas ela nã o
precisava aguentar isso.
"Qual é o plano, entã o?" ela perguntou quando eles se aproximaram da TARDIS,
raciocinando que ela poderia muito bem saber o pior mais cedo ou mais tarde.
Só porque era a má quina do tempo do Doutor, isso nã o significava que ela tinha que jogar
inteiramente de acordo com as regras dele.
'Vou tentar entrar nesta fortaleza Mantodean. Resgatar alguém ainda lá dentro. Em seguida,
descubra onde eles estã o mantendo as pessoas prontas para jogar. Resgatá -los. Persuadir
os Quevvils a nã o fazerem isso 99

nã o mais. Quando nã o conseguirmos, faça algo inteligente, o que significa que eles nã o
podem fazer isso, quer queiram ou nã o.'
"Ó timo", disse ela. 'Eu aprovo.'
'Estou feliz que você aprova,' o Doutor respondeu, pegando sua TARDIS
chave.
'Como vamos fazer tudo isso entã o?' ela perguntou. 'Suborná -los com sal?'
O Doutor nã o parecia totalmente impressionado com sua onda cerebral salgada. Ela
explicara em detalhes enquanto eles percorriam todos os apartamentos.
'Bem. Lembrei-me de como os porcos-espinhos enlouquecem por isso', explicou ela. 'Eles
mastigam coisas em pedaços se alguém apenas tocou com as mã os suadas, isso é o quanto
eles adoram. Entao eu deduzi. . . '
O Doutor a interrompeu. 'Nã o sã o porcos-espinhos! Os porcos-espinhos, ao contrá rio da
crença popular, nã o atiram seus espinhos em você. Eles nã o andam eretos. Eles nã o
carregam pequenas armas de laser. E eles nã o, nã o importa o que David Attenborough
possa dizer, sequestram seres humanos e os teletransportam para um planeta alienígena!
Rosa deu de ombros. — Bem, eu sabia que era um tiro no escuro. . . '
Ele sorriu entã o. 'Uma flor brilhante!' E ele lhe deu um grande abraço, balançando-a no
chã o. 'Eu nunca vou deixar ninguém te chamar de humano burro de novo.'
'O que, você quer dizer que eles...'
'Nah', ele interrompeu novamente, rindo, e ele pegou a mã o dela e a conduziu pela rua.
"Nah", ele disse novamente agora. — Vamos descobrir isso quando chegarmos lá . Mais fá cil
assim. Odeio ter que ficar refazendo um plano só porque havia algo que nã o sabíamos antes
de chegarmos.
"Sim, certo", disse Rose. 'Você acabou de começar essa coisa de assento-da-calça
acontecendo. Você ficaria entediado se resolvesse tudo antes.
Ele apenas sorriu ao ouvir isso, enquanto abria as portas duplas azuis; nã o confirmou nem
negou.
Rose estava meio acostumada a entrar na TARDIS agora, da mesma forma que os amigos de
Alexander Graham Bell devem ter se acostumado ao milagre de ser chamado pelo telefone
apó s as primeiras vezes, 100

mas ela ainda se empolgava com isso, o andar casual em um maravilhoso ambiente
alienígena, uma má quina que era, surpreendentemente, maior por dentro do que por fora.
Isso teria sido surpreendente o suficiente por si só , mesmo sem toda a 'viajar para qualquer
lugar e a qualquer hora'
coisa.
A Doutora estendeu a mã o para a raspadinha vencedora enquanto eles subiam a rampa
para a sala de controle escura, e ela a puxou para fora do bolso da calça jeans novamente,
esperando que o leve vinco nã o tivesse prejudicado qualquer tecnologia estranha que
estava escondendo.
Ela o passou e o Doutor enfiou o cartã o em um slot no console. A TARDIS sempre parecia
ter exatamente o que era necessá rio. Rose suspeitava que de alguma forma se adaptasse
aos requisitos do Doutor, mas ela nunca conseguiu pegá -lo; nunca conseguiu identificar
algo que ela sabia que nã o estava lá antes, ou encontrou algo ausente que já estivera
presente.
"Nã o vai demorar", disse o doutor.
Rose esperava que sim, você realmente nã o queria muito tempo para refletir antes de
mergulhar em perigo mortal. O Doutor acionou alguns interruptores e a fina coluna no
meio do console começou a pulsar para cima e para baixo, banhando a sala com uma luz
verde-azulada. Isso significava que eles estavam voando. Que eles estavam, tanto quanto
ela podia entender, mais ou menos em lugar nenhum. Viajar na TARDIS era mais parecido
com os Quevvils
teletransporte do que um foguete para a lua: você nã o precisava fazer um desvio em torno
de Saturno ou arriscar ficar preso em um engarrafamento de naves na orla da Via Lá ctea,
você apenas. . . Bem, na verdade, ela deixaria os detalhes para o Doutor. Apenas confie nisso
por enquanto.
O Doutor estava vagando pelo console, com as mã os nos bolsos, ocasionalmente olhando
para alguma coisa. Ele nã o prosperou na inatividade. "Esteja lá a qualquer momento", disse
ele.
"Ó timo", disse Rose, "eu..." Mas de repente ela se viu voando pela sala. A TARDIS balançou
violentamente, como se tivesse dado um enorme e sú bito soluço. Ela agarrou uma das
estranhas esculturas que decoravam a sala, uma espécie de coisa em forma de Y que
parecia um cruzamento entre uma á rvore e uma está tua, e interrompeu sua fuga. Usando-o
como apoio, ela conseguiu se levantar.
101

'O que é que foi isso?' ela perguntou, abalada.


O Doutor estava examinando o console. "Nó s fomos repelidos por alguma coisa."
'O campo de força ao redor da fortaleza Mantodean!' Rosa percebeu.
'Sem teletransporte, sem TARDIS.'
O Doutor assentiu. "Entã o esse é o plano A fora da janela."
"Bem, nó s está vamos inventando enquanto avançá vamos", disse Rose, para confortá -lo. —
De qualquer forma, aterrissamos em algum lugar.
"Mm", disse o Doutor, tirando a chave de fenda sô nica do bolso como se para verificar se
ainda a tinha, e colocando-a de volta. — Imagino que tenha entrado no modo padrã o, nos
levado exatamente para onde os detentores das cartas vencedoras se materializam. Mas a
melhor maneira de descobrir...'
'É pra sair', completou Rose.
O Doutor abriu as portas da TARDIS e Rose o seguiu para fora.
102
Havia cerca de quinze pessoas na sala. havia quatorze agora, quatorze exatamente. Sempre
parecia haver uns quinze, porque tã o rá pido quanto eles levavam as pessoas, novas
apareciam. Quando as pessoas se materializavam do nada, geralmente ficavam chateadas e
confusas. Se você estivesse lá por um tempo, você tinha que explicar o que estava
acontecendo. Nã o que você realmente soubesse. À s vezes, as pessoas mal chegavam quando
Percy, o porco-espinho, entrava e as levava embora. À s vezes, como Robert, você pode ficar
lá por horas. Ninguém sabia para onde te levaram, mas todos ficaram com medo, ninguém
queria ser escolhido.
A mãe dele tinha feito uma coisa realmente embaraçosa, chorando e gritando para que eles a
levassem em vez dele, tentando se jogar na frente dele e impedir que os monstros se
aproximem dele.
Algumas pessoas disseram que provavelmente comeram você.
E eles a escolheram –
– e isso era real.
Robert nã o acreditou no que as pessoas diziam. Ele nã o acreditava que era isso que estava
acontecendo.
'Você não vai machucá-lo! Não vou deixar você levá-lo!
103

Robert também nã o achava que os porcos-espinhos pudessem distinguir os humanos; eles


nã o estavam escolhendo ou deixando para trá s ninguém em particular; foi apenas o acaso.
Algumas pessoas obviamente pensaram que escolheram quem estava mais pró ximo e
tentaram se esconder atrá s de todos os outros. Robert desprezava gente assim, os
covardes. Mas entã o outras pessoas o empurraram para trá s, tentaram protegê-lo porque
ele era o mais novo ali, e embora ele dissesse para nã o fazer isso, ele nã o os empurrou para
fora do caminho, nã o gritou: 'Nã o, leve-me em vez disso. !' Nã o como sua mã e tinha.
Ele estava desesperado para ser corajoso, desesperado para ser um heró i, mas a verdadeira
heroína era sua mã e.
E os heró is sempre voltavam. Eles sempre vencem as probabilidades contra eles.
No momento, havia Robert, e havia a garota loira e sua mã e. O nome da garota era Sarah,
nã o que ela falasse com ele, porque as garotas nã o falavam nem mesmo em situaçõ es de
vida ou morte, mas ele tinha ouvido a mã e dela chamá -la assim. O rosto de Sarah mudou
entre o sorriso de escá rnio mais perfeito e o beicinho mais lindo que Robert já tinha visto.
Ela chorou um pouco, no começo, mas agora parecia entediada. Havia quatro casais em
vá rios graus de idade: os Nkomos (velhos: provavelmente na casa dos trinta), os Catesbys
(muito velhos: provavelmente quarenta anos), os Snows (antigos: cinquenta ou mais) e os
Atallas (na casa dos sessenta: praticamente mortos ). Eram todos recém-chegados. Todos
ficaram fora do caminho dos Snows, que pareciam nã o perceber o que estava acontecendo
e insistiam que deveriam falar com alguém no comando.
Havia um homem chamado Daniel Goldberg, cuja esposa havia sido levada embora, e que
agora estava sentado em um canto chorando, e outro homem, provavelmente com cerca de
vinte anos, que usava terno e gravata e estava praticamente histérico desde que chegado.
Ele disse que seu nome era George, até onde ele podia ser entendido em meio a todos os
gemidos e gritos, e Robert achou que ele era patético. Ele esperava ser levado em seguida.
Depois tinha uma velha vovó chamada sra. Pobjoy, que dizia que era igualzinho à guerra e
ficava tentando organizar cantigas. No momento, ela estava dando a todos um coro
empolgante de
'Arrume seus problemas em sua velha mochila', mas Robert realmente nã o poderia 104

ver se eles tinham algo para sorrir, sorrir, sorrir, embora pudessem fazer isso se ela
parasse.
De repente, um barulho alto e á spero começou a ecoar pela sala. Parecia um grande motor
ganhando vida, e todos se assustaram. 'É a má quina de picar!' gritou Jorge.
'Eles vã o comer todos nó s!' Ele tentou agarrar a Sra. Nkomo para puxá -la para a frente dele.
O Sr. Nkomo o empurrou para trá s e parecia prestes a socar George. Robert nã o o culpava.
Mas entã o a coisa apareceu e chamou a atençã o de todos. Se fosse uma má quina de picar,
era mais estranha – embora menos assustadora – do que qualquer Robert poderia
imaginar. A coisa apareceu do nada: uma caixa azul, mais alta que um homem, com uma luz
piscando em cima e janelinhas altas nas laterais – uma espécie de galpã o azulzinho, só que
tinha os dizeres 'Caixa de Chamada da Polícia' escrito nele.
Todos ficaram olhando para ele pelo que pareceu um tempo muito longo, mas na verdade
foram apenas alguns segundos. A senhora Atalla disse ao marido: 'É uma cabine policial.
Como costumavam fazer', e o marido disse: 'Eu me lembro'.
Eles olharam para ele, de mã os dadas, o que era bastante nojento para pessoas de sua
idade.
Entã o as portas da guarita se abriram e um homem saiu.
Ele era um homem alto que se parecia um pouco com alguns dos professores mais
modernos da escola - ele tinha cabelo muito curto e usava uma jaqueta de couro surrada
muito legal que Robert cobiçou imediatamente. Se o pai de Robert aparecesse, gostaria que
ele fosse um homem assim.
E, na verdade, ele gostaria que ele fosse um homem que aparecesse do nada em uma caixa
azul também.
E entã o a segunda pessoa saiu da caixa, e Robert esqueceu tudo sobre o homem, e tudo
sobre Sarah, a garota loira sarcá stica, e sobre sua mã e, e até mesmo tudo sobre Suzie Price,
porque esta era a garota que ele iria amar. para sempre. Ela era totalmente linda e
totalmente legal e apenas, bem, perfeita. Ela provavelmente tinha dezoito ou dezenove
anos, mas isso nã o importava porque ele era realmente maduro para sua idade, e ela tinha
cabelos loiros escuros abaixo dos ombros e uma boca larga e sorridente que era ainda mais
desejá vel do que a de Sarah, a loira zombeteira. e quando ela deixou a caixa azul, seus olhos
encontraram os dele e ela 105

sorriu, e ele sabia que ela também sentia, a conexã o entre eles.
A garota passou por seu companheiro e foi direto para Robert.
Ela não tinha olhos para mais ninguém. E ela estendeu as mãos para ele, e ele os pegou na
dele, e ela disse apenas uma palavra, 'Olá', e então ela sorriu para ele.
Ele disse sem fôlego: 'Sou Robert'.
Ela disse: 'Eu sei. Viemos aqui por você, Robert. eu vim aqui para você. Porque você é especial.
Faz tanto tempo que quero conhecê-lo.
Ele disse. 'Eu também queria conhecê-lo, embora quase não ousasse acreditar que havia
alguém tão bonito no mundo.'
Ela se inclinou para ele, ia tomá-lo nos braços, e ele ficou forte e alto e fechou os olhos, e disse:
'Eu nem sei seu nome. . . '
Ele abriu os olhos. A garota estava parada atrá s do homem alto, na porta da guarita. "Tudo
bem", disse o homem com sotaque do norte, olhando para todos, "nó s somos a equipe de
resgate."
E Robert sorriu de verdade.
A sala em que eles pousaram era totalmente sombria, uma concha de concreto desolado.
Um grupo de pessoas estava amontoado em um canto, olhando para o Doutor e Rose:
principalmente adultos, mas também algumas crianças, um menino e uma menina.
Todos tinham pequenos discos de metal presos à testa, como a sra. Hall e o rapaz que viram
no jogo.
"Vamos levar você para casa", disse Rose, dando um passo à frente. Houve sorrisos
incrédulos da multidã o; um homem se jogou no chã o e começou a chorar.
Um homem de bigode se colocou à frente do grupo. 'Você está no comando aqui?' ele disse.
'Tenho uma reclamaçã o séria a fazer!'
Ao lado dele, estranhamente, uma senhora idosa começou a cantar: 'Haverá pá ssaros azuis
sobre os penhascos brancos de Dover. . . '
"Acho que nã o vai encontrar nenhum pá ssaro azul na Inglaterra, querida", disse o Doutor.
“Agora, caixas azuis, por outro lado. . . ' Ele deu um gesto exagerado de mestre de
cerimô nias em direçã o à TARDIS. 'Se eu pudesse incomodar todos vocês a andarem por
aqui. . . '
106

A porta da sala se abriu com um baque, e dois Quevvils pararam na entrada, com vá rios
outros atrá s deles. Suas cabeças estavam abaixadas e seus espinhos eriçados.
— Dentro, agora! ladrou o Doutor, mas no instante em que eles saltaram em direçã o à
TARDIS, antes que as pobres pessoas no canto tivessem dado um ú nico passo, uma
enxurrada de penas voou pelo ar, tilintando no chã o de concreto a seus pés. Alguns ficaram
presos nas laterais da TARDIS.
'Isso foi apenas um aviso!' chamou o líder Quevvil, pois todos congelaram no local.
Os dois primeiros Quevvils entraram lentamente na sala.
E com eles estava um humano. Uma Rosa humana reconhecida. Era Darren Pye.
'O que diabos ele está fazendo aqui?' ela gritou para o Doutor. 'Eu pensei que ele estava
morto!'
"Nã o tive essa sorte", disse o doutor. 'Ele é quem estava roubando os jogos e vendendo-os
na Internet.'
E ela percebeu o resto, se perguntou por que nã o havia pensado nisso antes. Eles ouviram
alguém do lado de fora, pensaram que era a pessoa que havia roubado a televisã o de
Mickey. Ele deve ter ouvido tudo o que eles disseram, sobre os jogos, sobre as férias, sobre
os alienígenas. E ele desceu as escadas e encontrou Jackie e pegou sua passagem e seu
telefone. Nã o teria usado ele mesmo o ingresso, sem saber o que representava. Vendi na
hora, e antes que você pudesse dizer Jack Robinson, o coitado que o comprou acabou
morrendo aqui, neste planeta.
"Pensei ter reconhecido a voz quando ele se ofereceu para enviar à minha velha tia
indesejada uma raspadinha vencedora por 500 libras", disse o Doutor.
Ele levantou a voz. — Deve ter sido uma chatice quando você descobriu quanto poderia
conseguir por eles, quando já tinha vendido a passagem de Jackie... e o telefone. O que você
conseguiu dessa vez? Vinte libras?
Trinta?'
Darren Pye apenas fez uma careta para eles. Mas uma das crianças, o menino, começou a
avançar. "Johnny Deans", exclamou. 'Ele disse que comprou seu ingresso de alguém no pub
por £ 30, e eles jogaram um celular 107

também. Ele ficou aqui apenas cinco minutos antes de o levarem. O menino fez uma pausa e
olhou para o reló gio. — Isso foi cerca de duas horas e meia atrá s.
"Isso seria o certo", disse Rose calmamente. Ela conhecia Johnny Deans da escola, nã o
propriamente nem nada, mas sabia quem ele era. Darren Pye costumava bater nele, ela
lembrou. Ato final de bullying, isso. Johnny provavelmente se perguntou por que seu velho
inimigo estava lhe fazendo um favor. Agora ela estava pensando naqueles sons
desesperados e moribundos no telefone. Pensando em como ela nã o foi capaz de sentir
pena da morte. Agora ela sabia que tinha sido outra pessoa morrendo, alguém de quem ela
nã o guardava rancor, seu estô mago revirou de repente com a culpa.
Os Quevvils restantes haviam entrado na sala; agora eram cinco ao todo, muitos para que o
Doutor ou Rose se arriscassem a tentar qualquer coisa. O líder Quevvil apontou para Rose.
'Prepare o humano', disse. O que nã o soava nada bem.
O Doutor pulou na frente dela. "Você nã o está fazendo nada com ela", disse ele.
'Você nã o tem escolha,' respondeu o Quevvil. Ele estava sorrindo presunçosamente para o
Doutor. 'Você vai jogar o jogo para nó s e aquele humano –' ele indicou Rose – 'será o seu
portador. Se você resistir, nó s o mataremos, e um desses humanos – agora ele apontou para
o grupo encolhido no canto – atuará como seu carregador.
'Basta levá -la!' gritou alguém do grupo – o jovem que estava chorando no chã o. Rose
desenvolveu uma antipatia instantâ nea e esmagadora por ele. 'Deixe-nos em paz, por
favor!'
O Doutor nã o se moveu, mas as penas dos Quevvils estavam começando a se eriçar
novamente. Melhor correr o risco de ser uma 'transportadora' do que uma morte planejada
aqui e agora. Rose deu um passo à frente, tentando nã o parecer nervosa. Uma voz jovem e
hesitante gritou: 'Nã o se preocupe. Nã o dó i muito. Ela se virou para ver o garoto que havia
falado antes apontando para o disco de metal no meio de sua testa. Entã o era isso que eles
iriam fazer com ela primeiro. Ela deu um sorriso para o menino, agradecendo o conforto,
tentando mostrar que nã o tinha medo.
Quando ela passou pelo Doutor, ele de repente a envolveu em um grande abraço.
108

Por um momento, isso a assustou: talvez ele realmente pensasse que isso era um adeus,
talvez ele nã o pensasse que poderia resgatá -la. . . Mas entã o ela o sentiu pressionando algo
em sua mã o e percebeu que o abraço exagerado era apenas uma distraçã o. Enquanto os
Quevvils gritavam para eles pararem e o Doutor se afastasse dela, Rose enfiou
apressadamente a chave de fenda sô nica do Doutor na manga esquerda de sua blusa.
Dois dos Quevvils vieram com ela e a conduziram por um corredor cinza deprimente. Ela
nã o fez nenhum esforço para fugir – difícil de correr de criaturas que poderiam espalhar
espinhos afiados por toda a extensã o do corredor e, de qualquer maneira, para onde ela iria
correr?
No final do corredor havia uma porta, e os Quevvils a levaram para um quarto.
A primeira coisa que ela notou foi a janela. Ela sabia que Toop era um planeta deserto, e ela
tinha visto partes dele na tela via Death. para Mantodeans , mas ainda foi um choque ficar
cara a cara com isso.
De alguma forma, ela esperava que um deserto se parecesse com uma versã o enorme de
Southend, só que com menos vendedores de sorvete e mais oá sis, mas nã o era nada disso.
O céu. . . o céu nã o era de um glorioso azul festivo, era um azul opaco, um azul acinzentado,
tã o pá lido que era quase incolor. O sol estava duramente branco: brilhantemente brilhante,
mas sem vida. E mesmo decepcionada com o solo, ela percebeu que nã o era areia funda e
fofa, do tipo que você faria castelos – ou mesmo andar de camelo – era mais como um
terreno morto: empoeirado, amarelo e ressecado. E foi sombrio. Tudo o que ela podia ver à
distâ ncia era uma ú nica estrutura, um monte ocre opaco que realmente parecia um pouco
como se alguém tivesse virado um balde de areia e produzido um cone truncado com um
toque de sua pá . Ela calculou que deveria ser o lugar Mantodean. Apenas alguns
quilô metros de distâ ncia. Uma guerra local.
O Quevvil que a segurava rosnou e ela se assustou.
Mas era
rosnando com a vista. "Um mundo arruinado por Mantodeans", disse. 'Mas nã o por muito
tempo. . . '
— Você já pensou em, sabe, apenas tentar ser amigo? disse Rosa. Os Quevvils ignoraram
isso, e o segundo agarrou seu braço. 'Ai!' ela disse. 'Ou você poderia apenas colocar cortinas
para que eles 109

nã o estrague sua visã o. . . ' Eles também nã o deram atençã o a isso.


Havia vá rias bancadas de trabalho na sala, e uma de Quevvil liderava
– arrastou – ela até um do outro lado, longe da janela.
Ele a segurou, enquanto o outro pegou um disco de metal e o segurou na cabeça de Rose.
Ela instintivamente tentou recuar, mas só conseguiu ficar ao pé do Quevvil segurando-a. Ele
a empurrou para frente com impaciência, e o segundo Quevvil entã o bateu o disco contra
sua testa.
O disco tinha pequenas garras saindo de um lado e, para seu horror, nã o grudou em sua
testa como ela esperava, mas sim em sua testa. Ela podia sentir as garras agarrando,
abrindo caminho para a carne, e entã o se fechando, como se estivessem fechando o punho.
Foi uma experiência horrível, mas para sua surpresa o menino estava certo, nã o doeu
muito; apenas um choque curto e agudo, como ter as orelhas furadas, depois um incô modo
incô modo, mas nenhuma dor realmente persistente.
Entã o um dos Quevvils apertou um botã o em uma pequena caixa prateada e a dor começou.
Ou talvez nã o fosse dor. Mas foi a sensaçã o mais desagradá vel.
Algo estava acontecendo dentro dela. A sensaçã o começou no disco em sua testa e
lentamente se espalhou por todo o corpo. Era como se fios minú sculos estivessem se
enroscando em cada nervo. Pior de tudo, ela nã o conseguia reagir: nã o conseguia gritar ou
recuar; nã o conseguia mover um ú nico mú sculo.
O Quevvil entã o pegou um pequeno cubo de metal. Rose percebeu o que estava fazendo –
isso era como o começo do jogo, só que ela nã o estava na sequência do título, eles a
estavam preparando para jogar de verdade.
O cubo estava preso a um grosso fio de metal, e o Quevvil pendurou-o em seu pescoço,
torcendo-o para que o fio a envolvesse como um laço. Mais dois fios, levados sob seus
braços, foram presos nas costas de Rose. Sem cortar o fio – ou tirar a cabeça – seria
impossível se livrar do cubo.
Ela observou o Quevvil que a estava segurando ir até um dispositivo na parede, exatamente
como ela tinha visto na parede de seu covil subterrâ neo em Londres. Ele falou para ele: 'O
controlador está pronto?'
"O controlador está pronto", uma voz confirmou. 'Você vai despachar o 110

operadora.'
'Entendido.'
O Quevvil fez algo no painel de controle. Rose teve uma fraçã o de segundo para registrar o
travo no ar que lhe falava do cheiro dos Quevvils.
dispositivos de teletransporte. E entã o – ela estava em outro lugar.
111
O homem havia deixado a garota maravilhosa ser levada pelos porcos-espinhos.
Roberto nã o podia acreditar. Ele tinha acabado de conhecê-la, e ela já estava sendo tirada
dele.
Veja bem, o homem realmente nã o parecia feliz com isso. Ele nã o estava fazendo nada
agora, mas pelo jeito que parecia, Robert tinha certeza de que nã o iria simplesmente aceitar
a situaçã o.
O homem alto virou-se para o porco-espinho mais pró ximo. 'Eu estava planejando apenas
resgatar todo mundo e, você sabe, talvez destruir sua tecnologia para que você nã o fizesse
isso de novo', disse ele em tom de conversa, agindo de forma totalmente fria sobre tudo
isso. 'Se ela se machucar, porém, a poeira deste planeta.
Só pensei em mencionar isso.
Sim, pensou Robert. Pó . Se eles a machucassem, ele estaria lá ajudando este homem a
destruir tudo.
O outro homem, o feio que tinha entrado com os porcos-espinhos, bufou de tanto rir. "Você
e o exército de quem?"
O homem alto virou-se para ele. — Quer saber, Darren? Aquilo que eu disse sobre a poeira?
Aplica-se a você também. Se ela se machucar. Ele realmente parecia sincero, e Robert ficou
satisfeito em ver o homem feio - Darren
– parece um pouco nervoso.
113

Mas o porco-espinho nã o parecia se importar com o que o homem dizia.


"Seu porta-aviõ es logo estará no lugar", disse ao homem alto. 'Você virá conosco e jogará o
jogo.'
"Sim, você diz a ele", disse Darren, reunindo-se.
O homem alto realmente riu. 'Se você soubesse o quã o patético você parece!' ele disse a
Darren. 'Tentando se aliar aos Quevvils, porque você acha que eles nã o vã o te machucar
dessa forma. Como se eles pensassem em você como diferente do resto dos humanos! Você
sabe como eles chamam as pessoas que fazem isso, que traem sua pró pria espécie, que
fazem a coisa de “cada um por si”? Eles os chamam de galinhas. E, para absoluto deleite e
espanto de Robert, ele começou a imitar uma galinha, cacarejando e batendo os braços.
O homem chamado Darren parecia realmente bravo com isso. 'Ninguém me chama de
galinha!' ele gritou, e começou a avançar, parecendo que ia bater no outro homem. Mas um
dos porcos-espinhos – os Quevvils? – estendeu a pata e o deteve.
'Fique quieto, humano', disse. Ele se virou quando outro Quevvil entrou na sala.
"Sã o necessá rios mais três porta-aviõ es, Frinel", dizia a nova entrada. O Quevvil que havia
sido abordado assentiu. O estô mago de Robert se contraiu.
Mais três portadores. Mais três deles para serem levados sabe Deus para onde, sabe Deus o
quê.
O novo Quevvil aproximou-se deles.
'Espere!' gritou o homem alto. 'Se eu vou jogar o seu jogo por você, você nã o precisa de
mais ninguém jogando! Desligue as conexõ es com a Terra. Nã o faça mais humanos jogarem
o jogo.'
Mas o Quevvil chamado Frinel parecia estar sorrindo. "Até que você tenha sucesso, o jogo
continuará a ser jogado", disse ele. 'Talvez haja outro controlador por aí tã o bom quanto
você.'
"Nã o há !" disse o homem, parecendo frustrado. 'Como eu disse a seus amigos antes, você
nã o vai encontrar um humano que possa jogar o jogo até o fim! Eu sou sua ú nica chance.
Entã o é inú til. Você está mandando essas pessoas para a morte por nada!
Houve um lamento de George e suspiros da maioria das mulheres.
Todos os maridos agarraram suas esposas a eles. A mã e de Sarah a segurou 114

apertado. Mas Robert estava sozinho. Todos eles realmente sabiam disso, é claro; todos
sabiam que as pessoas que foram levadas iriam morrer.
Mas eles nunca tiveram certeza absoluta; eles sempre foram capazes de esperar um
pouquinho.
Robert sentiu as lá grimas começarem a se formar no canto dos olhos, uma sensaçã o
desagradá vel de coceira. Ele piscou com força.
O Quevvil aproximou-se deles. Robert tentou se manter firme, para nã o demonstrar seu
medo. George ainda estava chorando, e Robert pensou que ele era tã o estú pido, chamando
a atençã o para si mesmo, que seria escolhido com certeza. Mas o Quevvil levou o Sr. e a Sra.
Nkomo e o Sr. Snow. Os Nkomos seguraram as mã os uns dos outros com força. A Sra. Snow
agarrou o braço do marido e começou a gritar com o Quevvil, algo sobre isso ser um ultraje,
mas nã o adiantou. O que sempre acontecia, acontecia. O Quevvil apontou uma pequena
caixa de prata para suas testas e, um a um, o Sr. Nkomo, a Sra. Nkomo e o Sr. Snow ficaram
rígidos, como está tuas. Os discos em suas testas começaram a piscar em vermelho. Entã o o
Quevvil apertou um botã o na caixa prateada e os três começaram a avançar roboticamente.
Teria sido engraçado em outras circunstâ ncias: o velho branco e o jovem casal negro
marchando rigidamente em uníssono juntos, pareciam estar em algum programa infantil
bobo com aqueles apresentadores embaraçosos que fingem estar falando com você pela
tela – 'Agora, todos fingem ser soldados. Muito bem, isso é ó timo!' Mas aqui, ninguém
estava achando divertido.
Exceto o homem feio, Darren. Ele começou a rir, imitando o andar do robô deles, os olhos
arregalados e zombeteiros, a boca fazendo uma coisa de 'Duh, duh, duh'. Robert realmente
queria bater nele.
Outro Quevvil apareceu na porta. "Toral", chamou, dirigindo-se ao Quevvil com a caixa de
prata, "é necessá rio um quarto carregador."
"Isso nã o é muito eficiente, se você quer saber", disse o homem alto. 'Eu me perguntei por
que você teve que construir uma introduçã o tã o longa ao jogo.
Ainda assim, espero que tenha funcionado da melhor maneira. Aposto que muitas pessoas
já desligaram de tédio antes mesmo de começar.
'Devo usá -lo?' disse Toral, apontando para o homem alto. O coraçã o de Robert saltou de
medo.
115

Do outro lado da sala, Darren estava rindo, ainda meio que imitando os movimentos de
braços rígidos das três pessoas já escolhidas. "Sim, use a aberraçã o", disse ele. 'Mostre a ele
o que você faz com as pessoas que te ameaçam, certo?'
Mas Frinel estava se virando para olhar o homem feio agora. Robert olhou para Darren
também, e estava cheio de desprezo tingido de horror – ele estava agindo como se estivesse
com os monstros; ele nã o podia ver que nã o era, que eles nã o estavam olhando para ele de
forma diferente de qualquer outra pessoa? Ele pensou que estava seguro, e nã o estava.
E Frinel disse ao outro Quevvil: 'Nã o. Esse é o controlador que nos trará a vitó ria.' Ele
levantou uma pata. "Use-o." Ele estava apontando para Darren.
Levou alguns segundos para Darren perceber o que Frinel queria dizer. Entã o ele começou
a gritar. 'Mas eu te ajudei! Eu disse a você o que estava acontecendo.
Eu te contei sobre eles e sua nave espacial! Eles teriam estragado tudo para você se eu nã o
tivesse avisado você, a aberraçã o do Doutor e aquela vaquinha!
Mas nã o fez diferença. Robert tentou desviar os olhos, mas seu cérebro nã o processava o
pedido. Toral ergueu a caixa prateada, mas entã o percebeu que Darren nã o tinha um disco
de metal na testa.
Ele gesticulou para o Quevvil que havia entrado com o pedido, e ele agarrou Darren. Eles
deixaram a sala, uma procissã o grotesca: três pessoas marchando desumanamente
seguidas por um Quevvil com a caixa de controle estendida à distâ ncia, depois um homem
feio e lutando nos braços de outro Quevvil, depois outro Quevvil seguindo.
O homem alto estava olhando para Robert e o grupo. Seus olhos pareciam estar tentando
tranqü ilizá -los, tentando distraí-los da visã o terrível. "Ninguém mais, eu prometo", disse
ele, e Robert nã o sabia como poderia prometer isso, mas parecia tã o sincero que nã o pô de
deixar de acreditar nele. 'Ninguém mais depois disso. Eu vou parar com isso.
A porta se fechou atrá s da procissã o. Restaram dois Quevvils, um deles o líder chamado
Frinel. Ele se virou para o homem alto e disse:
'Agora você vem comigo.' Entã o ele se virou para seu companheiro e disse:
— E traga um desses conosco. Ele gesticulou para Robert e os outros.
116

Todos congelaram novamente. Eles – bem, nã o exatamente relaxados, mas eles pensaram
que estava acabado por enquanto. Os azarados foram escolhidos. O resto estava seguro, por
mais algum tempo. Mas eles nã o eram.
Robert sentiu as pessoas começarem a recuar novamente, nã o que houvesse mais algum
lugar para onde recuar. George começou a chorar novamente: 'Eu nã o! Eu nã o!' Robert
olhou para ele com desgosto. Covarde, pensou. Covarde, covarde.
Mas Robert também era um covarde. Ele deixaria outras pessoas serem levadas. Ele nã o fez
nada para impedir, nada para se esforçar para salvar alguém, mesmo à custa de sua pró pria
vida. Ele deixaria seu não pensar em mamãe
Ele deixaria outras pessoas fazerem isso. Ele era o garoto, ele deveria ser protegido. Ele era
especial, ele era –
Mas ele nã o era especial. Ele nã o era o Escolhido.
E mesmo se ele fosse. . .
Ele adorava livros assim, televisã o e filmes. Ele adorava coisas onde havia um Escolhido,
uma pessoa especial, um heró i, e adorava imaginar que um dia coisas assim aconteceriam
com ele. Mas havia uma coisa que ele havia notado, e era que por mais que o heró i
parecesse arriscar sua vida, durante todo o caminho haveria outras pessoas arriscando
suas vidas também, felizes em desistir de suas vidas para que o Escolhido, o heró i, poderia
viver para lutar outro dia, ou fazer algo inteligente, e todos aceitaram que era assim que
deveria ser. Muitas vezes, o heró i nem sabia seus nomes. Ele certamente raramente
pensava neles, apó s o primeiro breve arrependimento da perda.
Robert sabia que nã o era o heró i, nã o era especial. Mas olhando para este homem, o 'Doctor
freak' como Darren o chamava, ele sabia que estava na presença de alguém que era.
Ele se lembrou do que o homem havia dito sobre ninguém mais ser levado. Bem, talvez ele
estivesse quase certo. Ele iria acabar com tudo isso, Robert realmente acreditava nisso.
Entã o talvez mais uma pessoa tivesse que ir, e entã o todos os outros ficariam bem: Sarah, e
sua mã e, e a velha Sra. Pobjoy e o resto. E talvez a pessoa que vai pudesse ajudar o heró i.
Talvez seja capaz de dar a vida pelo heró i. Talvez seja parte da soluçã o, mesmo que tenham
que morrer. talvez 117

até mesmo ser lamentado um dia por aquela garota maravilhosa, amiga do heró i, porque
ele sabia que o heró i iria resgatá -la de alguma forma. Ela nunca saberia o nome dele, mas
talvez derramasse uma pequena lá grima e dissesse: 'Aquele menino, o ú ltimo a morrer.
Nunca teríamos conseguido sem o sacrifício dele.
E Robert de repente percebeu que havia se empurrado para a frente, afastando os braços
protestantes da sra. Pobjoy e da sra. Catesby, e estava gritando: "Leve-me".
E eles fizeram.
Para grande surpresa de Robert, ninguém produziu uma caixinha de prata e ativou o disco
em sua testa. Ele foi conduzido para fora da sala ainda sob seu pró prio controle, o que o
deixou extremamente satisfeito, embora ainda bastante apavorado. Ele tentou nã o mostrar
isso para o homem alto, o heró i, que caminhava ao seu lado.
O homem virou-se para Robert. "Olá ", disse ele. 'Eu sou o Doutor.'
"Sou Robert", disse Robert.
"Isso foi muito corajoso", disse o doutor, enquanto eram conduzidos por um corredor.
– Na verdade, nã o – murmurou Robert, embaraçado. Ele nã o achava que o heró i deveria
elogiá -lo até depois que você morresse. Depois de um momento, ele disse: 'Eles comem
você?'
A boca do Doutor se contorceu, mas Robert percebeu que ele nã o estava realmente rindo
dele. "Nã o, eles nã o querem", disse ele. 'É isso que as pessoas estavam pensando?'
Robert assentiu.
"Nã o posso dizer que é muito melhor, porém, o que eles fazem", disse ele.
'As pessoas ainda estã o morrendo. Morrendo horrivelmente. É perverso o que eles estã o
fazendo.
Robert nã o conseguiu se conter: engasgou, um grito rouco saindo pela metade da garganta.
O Doutor agarrou seu ombro. "Está tudo bem", disse ele. 'Eu sei que é assustador. Mas nã o
vou deixar que te machuquem.
Mas Robert nã o estava chorando por si mesmo. Finalmente, ele teve que pensar sobre isso.
'Eles levaram minha mã e!' ele chorou. 'Levaram minha mã e e eu a odiei e agora nunca mais
vou vê-la e é a sensaçã o mais horrível do mundo!'
118

Ele sentiu o aperto do médico apertando seu ombro. "Nú mero um, nã o há problema em
chorar", disse ele, parecendo sentir que a ideia de desmoronar na frente de um estranho, e
um heró i ainda por cima, era quase tã o ruim para Robert quanto o motivo pelo qual ele
estava chorando. 'Eu choro o tempo todo.'
'Você?' disse Robert em meio à s lá grimas, sabendo que o homem estava mentindo, mas
tentando acreditar nele mesmo assim.
"Sim", disse o médico. 'Nú mero dois, vamos conversar sobre isso, você e eu. Já tive que
bater um papo com a Rose – essa é minha amiga, a moça que estava comigo –
Rose – até o nome dela era lindo. . .
'-sobre pessoas que você odeia morrer. Mas acho que podemos descobrir que você está
vindo de uma direçã o diferente. Tipo, como você realmente nã o odiava sua mã e. Ou melhor,
você fez, mas era um tipo complicado de ó dio. Tipo, talvez você a amasse também. Mas seja
o que for, vamos resolver isso.
E Robert pensou que poderia finalmente entender como era ter um pai.
Os Quevvils os levaram para uma sala. Era realmente sombrio, como todo aquele lugar,
mas, para surpresa de Robert, havia uma grande tela em uma das paredes, como uma
televisã o. E até assentos onde eles pudessem se sentar. Eles iriam mostrar um filme?
Certamente nã o foi isso que aconteceu com todos os outros que foram levados.
O Doutor sentou-se em uma cadeira e gesticulou para que Robert fizesse o mesmo. Ele
parecia ter uma ideia do que estava acontecendo. Um dos Quevvils passou a ele um
dispositivo que se parecia com o painel de controle do novo console de jogos de Robert em
casa. O Doutor pegou e segurou com as duas mã os.
Uma luz brilhou repentinamente em um painel na parede. Frinel foi até ele e apertou um
botã o. Uma voz saiu do painel. 'O controlador está pronto?'
"O controlador está pronto", disse Frinel, falando no dispositivo. 'Você vai despachar a
transportadora.'
'Entendido', foi a resposta.
A tela ganhou vida, embora no momento nã o mostrasse nada além de um padrã o indistinto,
como se a antena da televisã o nã o estivesse conectada.
119

Entã o a imagem entrou em foco. Mostrava a vista de uma porta.


"Só por interesse", disse o doutor, dirigindo-se a Frinel. 'Eu sei que nã o posso tirá -la da
fortaleza Mantodean porque ela vai explodir, mas o que você vai fazer se eu apenas a fizer
andar em círculos um pouco?'
Robert nã o entendeu do que o Doutor estava falando. Mas ele entendeu a resposta de
Frinel.
"É para isso que este humano está aqui", disse ele, indicando Robert. 'Se você nã o funcionar
satisfatoriamente – entã o nó s o matamos.'
120
Rose sentiu-se enjoada, tonta e confusa, e ela queria fechar os olhos e segurar o estô mago
até que os sentimentos passassem. Ela nã o podia.
Parecia que ela estava envolta em concreto, incapaz de se mover. Como em um pesadelo,
onde você está tentando correr, mas suas pernas nã o fazem nada.
Mas ela sabia que estava acordada.
Sua visã o clareou gradualmente e a ná usea diminuiu mais ou menos.
Ela se materializou dentro da fortaleza Mantodean, ou assim ela presumiu. Incapaz de virar
a cabeça, ela podia ver apenas a porta à sua frente e pedaços da parede ao redor dela - mas
pelo menos ela podia mover seus globos oculares. Depois de um pouco de concentraçã o, ela
descobriu que era capaz de piscar também. Ela tentou falar, mas nã o conseguiu produzir
nada além de um ruído na garganta. Algo para praticar, no entanto.
Ela se perguntou se o Doutor estava vendo o que ela estava vendo. Ele estava sentado em
frente a uma tela, olhando para a imagem daquela mesma porta, daqueles mesmos pedaços
de parede? Ela assumiu que o disco em sua testa tinha algum tipo de câ mera dentro, bem
como a tecnologia que permitia ao Doutor controlá -la.
De repente, quase sem ela perceber, seu braço direito começou a se mexer. Ela nã o sentiu
nada, pode ter sido puxado para cima 121

por um pedaço de barbante por toda a consciência interna que ela tinha. Seu punho
cerrado. Ele iria fazê-la bater em alguma coisa? Entã o, de repente, seu polegar estalou na
vertical, a noventa graus de seu punho. Ela olhou para sua mã o. O Doutor estava fazendo
um sinal de positivo com o polegar.
Muito bem, doutor, nã o é o senhor quem está fazendo uma Lady Penélope numa pirâ mide
cheia de louva-a-deus mortais de dois metros.
Havia símbolos na porta, pequenos painéis de toque que ela nã o conseguia entender. Por
sorte, seu braço sabia o que fazer. Clique, clique, clique, clique, e a porta se abriu. Suas
pernas a levaram para o outro lado, e entã o pararam abruptamente. A cabeça dela caiu. Na
frente dela havia um poço. Um poço profundo o suficiente para que ela nã o pudesse ver o
fundo. Se ela tivesse sido feita para dar apenas mais um passo adiante. . .
Ela tentou ver para onde tinha que ir agora – havia caminhos para qualquer um dos lados?
Mas suas pernas começaram a ficar tensas, seus joelhos começaram a dobrar. . . Certamente
ele nã o poderia estar esperando que ela pulasse! Deve ter pelo menos oito metros de
largura. Nenhum problema para um louva-a-deus gigante, mas mesmo Denise Lewis nã o
poderia fazer isso desde o início! O que diabos ele estava jogando?
E entã o ela estava voando.
Ela nã o sabia como descrevê-lo, e acabou antes mesmo de começar a processar a
experiência. Algo lhe deu poder, a coisa que tirou seus membros fora de seu pró prio
controle permitiu que seus mú sculos fossem explorados em todo o seu potencial.
Foi monstruoso, horrível e totalmente emocionante.
Nã o havia tempo para pensar mais nisso; suas pernas avançavam, levando-a por um
corredor escuro e estreito. Houve uma curva para um lado, e seu corpo começou a se dirigir
para ele. Entã o uma força igual começou a puxá -la para trá s. Ela ficou no limbo, cada força
resistindo à outra. O que foi isso? Parecia. . . parecia que o Doutor estava tentando levá -la
para um lado, mas os controles nã o deixavam. Parecia que um cabo de guerra estava
acontecendo dentro dela, usando seus ó rgã os internos como corda. Ela se lembrou de
partes que o Doutor havia dito, como deve haver salvaguardas para impedir que as pessoas
esbarrem umas nas outras e destruam a ficçã o do jogo. Talvez os discos em suas testas
agissem de maneira semelhante aos pó los de um ímã ou algo assim, repelindo-se
mutuamente.

outros se eles chegaram muito perto. O Doutor conseguiu anulá -los quando ela e Mickey
estavam jogando na base subterrâ nea, e ele deve estar tentando fazê-lo novamente. Ele nã o
perceberia que isso a estava machucando.
Ela tentou dizer alguma coisa, protestar, deixá -lo saber de alguma forma que ela seria
dilacerada, mas nã o saiu nada.
E entã o parou. O Doutor deve ter desistido. Embora, conhecendo-o, provavelmente nã o por
muito tempo. Suas pernas começaram a se mover para frente novamente. No final do
corredor ela teve que virar uma esquina, o que era assustador - ela nã o podia espiar
primeiro para verificar se havia Mantodeans, ela apenas foi impulsionada para lá , incapaz
de ter qualquer cuidado. Seu estô mago estava na boca - mas nã o havia nada lá esperando
para cortar sua cabeça. Os Quevvils lhe deram uma pequena arma, mas ela nã o tinha
certeza se o Doutor a usaria – mesmo como ú ltimo recurso.
Ela chegou a outra porta e suas mã os resolveram outro quebra-cabeça diante de seus olhos.
A porta se abriu e seus olhos baixaram novamente, procurando buracos.
Nã o havia poço, mas havia algo muito pior. Fragmentos de um cadá ver humano jaziam no
chã o. Ela se lembrava de ter visto esse tipo de coisa na tela quando Mickey mostrou o jogo
pela primeira vez: eles pensaram que eram grá ficos terrivelmente realistas. Nã o havia mais
nada pelo qual a pessoa morta pudesse ser reconhecida, entã o, nesta fase, provavelmente
nã o importava se outros jogadores tropeçassem nos restos de um jogo anterior. Mesmo
com os poucos pedaços de roupa restantes – neste caso, jeans, talvez algodã o preto, tênis
outrora brancos
– seria preciso um Sherlock Holmes positivo para fazer qualquer conexã o entre alguma
imagem macabra em um jogo e uma pessoa que saiu de férias em algum lugar.
O disco de metal da testa havia sumido, mas a cabeça também. A cabeça de Rose se moveu
até que ela finalmente localizou o crâ nio sem carne do outro lado da sala, a cinco ou seis
metros do resto do cadá ver. A caixa do disruptor, no entanto, ainda estava no corpo, seus
fios ensanguentados enrolados em vértebras e caixa torá cica.
O estô mago de Rose revirou. Ela se perguntou, quase desapegada, se vomitasse, mas nã o
conseguisse abrir a boca, morreria sufocada com 123

seu pró prio vô mito?


Felizmente ela conseguiu segurá -lo. Era apenas um cadá ver.
Era muito nojento, mas nã o poderia machucá -la.
Mas entã o, com um puxã o, ela se viu curvada na cintura, sua cabeça se aproximando do
cadá ver medonho. O que o Doutor estava fazendo?! Ela estava trabalhando sob o equívoco
de que eles eram amigos, quando ele realmente a odiava e queria que ela sofresse? Ela
podia sentir o cheiro de sangue desta distâ ncia, o cheiro fraco de um açougue. Ele pretendia
fazer toda a parte do CSI e examinar o corpo horrivelmente morto em busca de pistas? Ela
poderia poupá -lo do problema se assim fosse: essa pessoa obviamente teve a cabeça
decepada pelas mandíbulas de um Mantodean, e entã o foi. . . comido. Despida. Oh, uh. O
açougue estava certo.
Ela estava se aproximando. Depois de algumas tentativas, ela conseguiu fechar os olhos,
mas isso foi quase pior. Parecia que a qualquer segundo ela iria mergulhar primeiro no
rosto do cadá ver. Ela os abriu novamente para descobrir que estava olhando diretamente
para a pélvis do esqueleto. E entã o sua mã o se moveu. . .
Nojento, doutor, nojento. É melhor ele ter uma boa razã o para isso. . .
E logo ficou claro que sim.
Sua mã o tocou a pélvis, passou por baixo, dentro dos restos esfarrapados do que um dia
deve ter sido jeans azul. Os olhos aguçados da Doutora devem ter visto o que ela só agora
captou, um pequeno canto de plá stico preto saindo por baixo. Sua mã o o agarrou e o puxou
para fora.
Era um celular.
Era o celular dela .
Ainda estava ligado, nã o transmitindo nada por milhares de anos-luz.
Na tela dizia 'Home'.
Esses trapos e ossos já foram Johnny Deans, que ela conhecia da escola.
Ela ouviu a morte deste homem.
Sua mã o desligou o telefone, enfiou-o em seu pró prio jeans e ela foi embora.
124

∗∗∗
'Eu quero minha mã e!' gritou Roberto. 'Eu quero minha mã e. Eu quero minha mã e, eu
quero minha mã e!' Lá grimas escorriam por seu rosto enquanto ele rasgava as amarras que
o prendiam à cadeira. 'Me deixar ir! Eu quero minha mã e!'
Frinel saiu depois de ajudar a amarrá -los, dizendo que tinha que preparar a força de
invasã o, e o Quevvil restante estava olhando para a tela desde entã o, mas agora se voltava
para Robert. 'Fique em silencio!' gritou para ele. Ele pegou uma pequena caixa prateada e
acenou ameaçadoramente para ele. Robert sabia o que isso significava: se ele nã o calasse a
boca, o disco em sua testa seria ativado e ele se tornaria um zumbi como os outros. Robert
parou de gritar. O Quevvil voltou para a tela.
Robert virou seu rosto coberto de lá grimas para o Doutor. 'Tudo bem?
Você entendeu?' ele sussurrou.
O Doutor respondeu pelo canto da boca. 'Sim. Obrigado.'
Entã o, depois de uma pausa, ele disse: 'Bom para você colocar tudo para fora.'
Roberto ficou tenso. 'Foi só fingir.'
'Sim, certo', sussurrou o Doutor.
Eles ficaram em silêncio por alguns momentos, observando o progresso de Rose na tela.
Robert achou difícil aceitar totalmente o que estava acontecendo, que o que ele estava
vendo era o que a garota maravilhosa, Rose, estava realmente experimentando; que o
Doutor estava de alguma forma controlando cada movimento dela.
Robert nã o estava morto. Isso o surpreendeu para começar. O que ele era, era um refém.
Isso parecia um tanto vergonhoso: através dele os Quevvils estavam forçando o Doutor a
fazer coisas que ele nã o queria.
Mas Robert se consolou com o fato de estar conseguindo ajudar o heró i de pequenas
maneiras. O Doutor – como Robert esperava
– tinha um plano. Infelizmente, tanto Robert quanto o Doutor estavam amarrados em suas
cadeiras, e esse Quevvil ficou para trá s para monitorar o progresso do Doutor. O Doutor
queria fazer coisas sem que ele percebesse.
O que significava que Robert tinha que tentar distraí-lo.
Essa tinha sido a mais fá cil. Mas o Doutor disse que precisava distraí-lo por muito mais
tempo da pró xima vez, e Robert realmente nã o sabia o que fazer.

pendência. 'Você viu', ele sussurrou para o Doutor. 'Se eu fizer qualquer outra coisa, vai
ativar isso.' Ele indicou o disco em sua testa. — Entã o nã o poderei ajudar em nada.
'Entã o o que você está dizendo é que precisamos distraí-lo antes que você possa distraí-lo?'
disse o Doutor.
Robert deu uma risada sem entusiasmo. 'Algo parecido. Nã o sei o que fazer — disse ele, e
sua voz soou patética e chorosa. Ele tentou controlar melhor. 'Gostaria que tivesse um disco
para que pudéssemos transformá -lo em um zumbi. . . '
'Sim', disse o doutor. 'Isso seria bom. . . '
O Doutor negociou com Rose um lance de degraus íngremes. O Quevvil agora estava
olhando para a tela novamente.
"Olhe para mim", sussurrou o doutor. Roberto assim o fez. O Doutor se inclinou e examinou
o disco.
"Tentamos removê-los", disse Robert. "Mas simplesmente nã o podíamos."
'Você nã o sou eu', disse o Doutor, sorrindo. Mas entã o seu rosto caiu.
'Droga!' ele disse. 'Eu dei minha chave de fenda sô nica para Rose. Bem, entã o é
improvisaçã o. . . Comece a gritar.
Robert fez o que lhe foi dito. O Quevvil poderia transformá -lo em zumbi, mas se fosse o que
o Doutor queria. . .
'Me deixar ir! Me deixar ir!' exclamou Robert a plenos pulmõ es.
O Quevvil pegou a caixa de controle prateada e a ergueu ameaçadoramente.
'Rá pido!' chamou o Doutor, segurando o controle do jogo. 'Essa coisa deu errado!'
Robert e o Quevvil olharam para a tela. Certamente parecia que algo havia dado errado - a
imagem estava subindo e descendo, subindo e descendo. Robert – mas aparentemente nã o
o Quevvil – notou que o Doutor estava realmente apertando rapidamente um botã o com o
polegar, de novo e de novo. 'Desculpe, Rose,' murmurou o Doutor. 'Ainda assim, um pouco
de exercício nã o vai te fazer mal. . . Ele acenou com o bloco de controle para o Quevvil. 'Eu
preciso disso consertado.'
O Quevvil se aproximou deles. Ele se inclinou para pegar o bloco de controle. E o Doutor o
atingiu bem no nariz arrebitado e peludo.
126

O Quevvil cambaleou para trá s e o Doutor agarrou a caixa prateada de sua mã o. Deixando
cair o bloco de controle, ele abriu a tampa da caixa, cutucou dentro dela e de repente
apontou para a testa de Robert. Robert recuou assustado, mas para seu espanto e deleite,
em vez de perder todo o controle de seu corpo, ele sentiu uma sensaçã o de có cegas ao
redor do disco, como se os pequenos ganchos de metal estivessem se retraindo de sua
carne! Um segundo depois, o disco caiu em seu colo.
Mas nã o havia tempo para alegria - o Quevvil havia se recuperado do golpe e cambaleava
na direçã o deles, suas penas endireitando-se, pronta para lançar. O Doutor ainda estava
remexendo dentro da caixa prateada. 'Rá pido, em sua cabeça!' ele gritou.
Em uma fraçã o de segundo, Robert percebeu o que ele queria dizer. Ele agarrou o disco e
empurrou a mã o para a frente em um movimento rá pido. Sua palma bateu no rosto do
Quevvil, e ele sentiu as pernas de metal se empurrarem contra a testa peluda do monstro. O
Doutor colocou a parte de cima da caixa de controle de volta e apertou um botã o.
O Quevvil congelou.
'Bom trabalho!' exclamou o Doutor, com um enorme sorriso no rosto. Mas Robert nã o
estava sorrindo. Ele estava olhando para sua mã o. Nas penas afiadas que estavam cravadas
em sua palma. A dor era intensa.
Ele sufocou um soluço.
O Doutor seguiu seu olhar. 'Ai!' ele disse com simpatia. Robert pensou que isso nem
começava a cobri-lo. Mas o Doutor estava realmente parecendo sério. "Tenho que tirá -los
de lá ", disse ele. “Eles sã o farpados e podem penetrar muito rapidamente. Se atingirem um
grande vaso sanguíneo. . . '
Roberto estremeceu. 'O que devo fazer?' ele perguntou, tentando manter o nível de voz.
O Doutor o olhou diretamente nos olhos. 'Você pode suportar alguma dor?'
Robert respirou fundo e assentiu. Ele pensou que estava disposto a morrer por este
homem. Ele nã o podia parecer um covarde na frente dele agora.
O Doutor enfiou a mã o no bolso do paletó e tirou um bisturi e uma maçã . Ele deu a maçã
para Robert. "Morda isso", disse ele.
127

Robert enfiou os dentes na maçã e estendeu a mã o. Sentiu uma dor ardente na palma da
mã o e ele mastigou a maçã em estado de choque. Ele cuspiu o pedaço e largou a maçã . –
Nã o acho que isso esteja ajudando muito – disse ele com voz fraca.
"Mais um", disse o doutor. Robert sentiu outra punhalada e nã o pô de deixar de
choramingar. "Tudo bem", disse o médico. 'Tudo feito.' Robert olhou para baixo e percebeu
que as penas haviam sumido de sua mã o. O Doutor os segurava e, mesmo à distâ ncia, era
ó bvio que as pontas farpadas haviam se expandido até parecerem miniaturas de á rvores de
Natal. Nã o é à toa que o Doutor teve que eliminá -los.
O Doutor deixou cair as penas no chã o e tirou um grande lenço branco do bolso. Ele
começou a enfaixar a mã o de Robert.
"Segure-o com força", disse ele. — Mas nã o deve sangrar por muito tempo.
Robert assentiu, segurando a palma da mã o o mais forte que podia com a mã o esquerda.
Mas através da dor, ele estava feliz. Ele ajudou! Ele realmente ajudou! Ele ajudou o Doutor,
e agora eles poderiam resgatar Rose, a garota mais maravilhosa do mundo. . .
Ele olhou para a tela, esperando ver exatamente a mesma visã o de quando o Doutor
abandonou o jogo alguns minutos antes.
Mas, para sua surpresa, descobriu que nã o era esse o caso.
'Doutor!' ele gritou, horrorizado demais para ficar embaraçado. 'Um mantodeano!'
O Doutor girou. Ali na tela, aproximava-se a gigantesca figura verde de um mantodeano.
Suas mandíbulas estavam abertas, chegando cada vez mais perto.
128

Os pensamentos de Rose sobre o Doutor nã o eram elogiosos. Ela vinha sofrendo as


indignidades de ser pisada, pular e correr, e agora estava congelada em um lugar, como
uma campeã mundial de está tuas musicais. Um pé estava fora do chã o – em circunstâ ncias
normais ela teria se desequilibrado rapidamente. O Doutor provavelmente estava dando
uma boa e velha risada da estú pida e indefesa marionete Rose.
E apenas saber que ele quase certamente nã o estava nã o a impediu de pensar nisso.
Quando ela o agarrou. . .
Ela lhe daria um grande abraço, porque ela ainda estaria viva e ele ainda estaria vivo e
provavelmente teria salvado a vida dela, de muitas outras pessoas, e um ou dois planetas
ainda por cima. E ela nã o iria mencionar o desamparo que sentiu; como ela odiava isso
mais do que qualquer coisa.
Ela nã o mencionou como estava preocupada por ser sua marionete, fazendo as coisas sob
seu comando, se ela poderia se mover sozinha ou nã o.
Ela pensou que tinha escolhido viajar com ele por vontade pró pria, mas descobriu que ele
tinha seus pró prios planos. Porque ele precisava de uma companheira. Ele precisava dela.
De alguma forma, ela o validou. Se uma á rvore 129

caiu em uma floresta quando ninguém estava lá para ouvi-lo, fez algum som?
Se um Time Lord salvou um mundo quando nã o havia ninguém para conhecê-lo, ele ainda
era um heró i?
E ela precisava de um heró i agora, oh, Deus. . .
Havia um mantodeano. Lá estava ela, presa como um limã o no meio da sala, e ela podia vê-
la no corredor. . . a qualquer segundo agora – oh, ajuda, ele a tinha visto, ele a tinha visto. . .
Ela tentou gritar com sua mente, rezando desesperadamente para que, em uma torçã o
espetacular, o implante em sua testa fosse capaz de transmitir ondas de pensamento para
seu controlador. Doutor, socorro! Doutor, socorro!
Doutor – Estava se aproximando, olhos multifacetados examinando esse intruso em seu
caminho, essa criatura alienígena que ameaçava a segurança de seu lar. Nã o que ela
estivesse fazendo muitas ameaças no momento.
Enquanto Rose observava, as mandíbulas da criatura se separaram, como um jardineiro
abrindo uma tesoura de poda. Se eles fossem fechados, sua cabeça cairia no chã o tã o
facilmente quanto um galho indesejado.
Doutor, socorro!
E entã o. . . seus joelhos se firmaram, e ela estava voando no ar, voando em direçã o ao teto
alto, e seus braços se estendiam sobre sua cabeça –
– e ela agarrou. Do que, ela nã o tinha ideia, ela nã o conseguia olhar para cima, mas pelo que
sabia suas unhas estavam cravando na rocha só lida. Se ela nã o soubesse que o que estava
fazendo era impossível, ela nã o cairia – como Wile E. Coyote correndo alegremente pelo ar
até pensar em olhar para baixo.
Suas pernas levantadas e sua cabeça apontada para baixo o suficiente para ela ver que o
Mantodean nã o poderia mais alcançá -la. Ele estava correndo embaixo dela, provavelmente
muito irritado. Ela estava apenas começando a se sentir - nã o segura, mas algum alívio por
nã o morrer naquele exato segundo - quando pensou em gafanhotos e no 'hopper'
pouco do nome deles, e os louva-a-deus nã o eram realmente como eles, e os Mantodeans
nã o eram realmente como louva-a-deus, e isso significava que eles podiam pular alto,
digamos, até o teto. . .
O Mantodean estava balançando ligeiramente nas patas traseiras – preparando-se para 130

saltar? Estava bem embaixo dela, iria agarrá -la, derrubá -la, cortar sua cabeça. . .
As mã os de Rose pararam de apertar.
Eles abriram bem.
Ela caiu.
Ela caiu bem em cima do Mantodean.
Rose esperava se machucar, mas nã o parecia. Ela também nã o achava que o Mantodean
estava apenas jogado no chã o, provavelmente um pouco atordoado. Ela se viu pulando de
pé, fugindo, deixando o inseto gigante ainda caído no meio do chã o. Virando uma esquina,
passando por um abismo, passando por uma porta, entrando em um tú nel. Isso é um
passaro? É um aviã o?
Nã o, é SuperRose.
O Doutor estava de volta ao controle e ela estava segura. Bem, tã o segura quanto ela
poderia estar por aqui, de qualquer maneira.
'Pronto', disse o Doutor, cujos olhos ansiosos desmentiram seu grito para a tela de 'Logo
tire você daí, Rose, sem problema'. Seus dedos frenéticos finalmente soltaram os controles.
"Ela está bem", disse Robert, aliviado.
'Ainda nã o está fora de perigo', disse o Doutor. 'Robert, fique de olho na tela. Diga-me se
você vir alguma coisa - e eu quero dizer qualquer coisa.
Um pouco de poeira ameaçadora, qualquer coisa.
'O que você vai fazer?' Robert perguntou, seguindo as instruçõ es, mas capaz de ver com o
canto do olho que o Doutor havia tirado a tampa do console.
"Poucos ajustes", disse o doutor. 'Essa coisa é bastante sofisticada, mas nã o o suficiente, na
minha opiniã o, nã o para o que eu preciso. Esses Quevvils sã o bons nesse tipo de coisa,
obviamente, mas nã o conseguem fazer esse tipo de ajuste delicado, nã o com aquelas
grandes garras. . . ' Ele resmungou. 'Rose nã o vai gostar, no entanto.'
'Quer dizer que vai melhorar os controles? Obrigá -la a fazer mais coisas?
'Sim e sim.'
'Nã o, eu nã o acho que ela vai gostar disso.'
'Nã o.'
131

O Doutor parecia ter parado de repente. Robert prendeu a respiraçã o - o Doutor ouviu um
Quevvil chegando ou algo assim?
Ele arriscou o menor olhar para o homem, e o que viu em seu rosto foi assustador. Olhando
apressadamente para a tela, ele sussurrou:
'O que é?'
O Doutor nã o respondeu de imediato. Robert se esforçou para nã o olhar fixamente
enquanto se levantava e começava a varrer as coisas para o chã o, bater, quebrar. Robert
estava apavorado que os Quevvils pudessem ouvir o barulho, apavorado que o Doutor
pudesse quebrar algo importante; acima de tudo, apavorado com o Doutor.
'Como eles ousam!' o Doutor gritou, batendo na parede com o punho.
'Como eles ousam me obrigar a fazer isso com ela! Rose nã o é um brinquedo!'
— Ela vai entender — arriscou Robert depois de um momento, com medo de piorar as
coisas, mas sabendo que precisava dizer alguma coisa. 'Ela saberá que você teve que fazer
isso, por que você teve que fazer isso.'
O Doutor nã o pareceu ouvi-lo. Sua voz estava mais calma agora, mas mais fria; mais
assustador. 'Você nã o trata alguém assim. Você nã o trata uma pessoa assim. E eles estã o me
obrigando a fazer isso, me fazendo degradá -la assim. Nó s vamos sair disso, nã o vamos
insistir nisso, nunca mais vamos mencioná -lo. Mas, no fundo, sempre estará lá . Ele bateu na
parede novamente e, depois de um segundo congelado, sentou-se e pegou o controle. 'Vou
continuar aumentando meu amigo entã o.'
— Sinto muito — sussurrou Robert.
'Eu sei', o Doutor sussurrou de volta. 'Obrigado.'
Rose parou de se mover novamente e estava tentando nã o entrar em pâ nico. O Doutor a
abandonou? Outro mantodeano a encontraria? O que foi essa dor. . . em. . . dela. . .
cabeça. . . ?
As coisas estavam se movendo dentro dela: em sua mente ela podia ver as fibras se
movendo, contorcendo-se ao longo dos caminhos de seu corpo. Se ela fosse radiografada
agora, ela se pareceria com um daqueles diagramas do sistema nervoso, um milhã o de fios
passando por ela, e ela poderia sentir cada um deles. Entã o – depois de apenas alguns
segundos, ou talvez uma vida inteira – a dor desapareceu, mas uma sensaçã o permaneceu,
inundando cada pedacinho dela, de có cegas na garganta a um formigamento nos dedos dos
pés.
132

Ela começou a se mover - involuntariamente, como antes, mas suavemente, oh, tã o


suavemente - ela nã o era mais uma marionete de cordas espasmó dicas, agora o movimento
fluía como uma bailarina desfilando em um palco. Um observador nã o acharia nada risível
no comportamento de Rose agora, embora eles pudessem ficar maravilhados com sua
graça, força e velocidade. Ela era uma gazela, uma chita, uma maravilha da natureza. Poços
se abriram embaixo dela e desapareceram em um piscar de olhos. Corredores passaram
rapidamente, barreiras foram quebradas enquanto ela mal parava para respirar. Se Rose
pudesse chorar de alegria, ela o teria feito.
"Uau", disse Robert, observando as características da fortaleza Mantodean passar
rapidamente, como se ele estivesse assistindo em avanço rá pido.
"Muito bem, se é que posso dizer", disse o doutor. Ele desligou sua raiva, empurrou-a para
trá s – estava se concentrando no trabalho em mã os, nã o no que isso significava. 'Muito
potencial desperdiçado, o corpo humano. Certo, hora de começar a trabalhar. Vou ficar de
olho em Rose – seus olhos nã o saíram da tela enquanto ele falava – entã o vou contar com
você, Robert.
Robert inchou de orgulho por dentro.
'Primeiro, você precisa nos desamarrar.'
Robert começou a trabalhar. Seus laços eram feitos de plá stico e eram resistentes, mas
agora nã o havia nenhum Quevvil vigilante esperando para atacar, ele foi capaz de atacá -los
com vigor. Com a ajuda do bisturi do Doutor, os dois logo ficaram livres.
'Agora, você precisa procurar um pouco. Espero que haja uma espécie de mapa, um plano,
um diagrama, qualquer coisa que se pareça com isso.
Robert começou a explorar a sala. Ele se sentiu nervoso ao passar pelo Quevvil congelado -
e se ele voltasse à vida exatamente quando ele estava na frente dele? Mas ele respirou
fundo, e o monstro permaneceu como uma está tua, ú ltima exibiçã o na Câ mara dos
Horrores, uma expressã o do que poderia ser choque ainda presa em seu rosto peludo.
Na parede atrá s deles, ele descobriu o que o Doutor queria. Era um pouco como um mapa
de metrô , só que muito mais complicado, todas as linhas de espaguete se retorcendo,
girando e se cruzando. Aqui e ali piscavam pequenas luzes coloridas, algumas azuis, outras
brancas. os brancos 133

estavam se movendo ao longo de fios de espaguete, um visivelmente mais rá pido que os


outros, enquanto o azul permanecia imó vel. Enquanto Robert observava, uma luz branca
ficou imó vel e mudou para azul. Alguns momentos depois, outra luz azul piscou e
desapareceu.
'É isso', disse o Doutor, olhando rapidamente ao redor antes de voltar para a tela.
'Brilhante. Agora, quanto ao palco – quantos palcos já tivemos até agora? Faça o que quer
que seja do plano.
Rose pairou sobre um Mantodean, a pobre criatura equivocada tendo a ideia de que
persegui-la com suas mandíbulas abertas de alguma forma a preocuparia. Pegue-me se
puder, ela pensou, saltando cada vez mais alto e mais rá pido.
Ela alcançou o topo de uma série de degraus de pedra e ali finalmente parou, deslizando até
parar graciosamente. Ela nã o estava sem fô lego; ela nã o doeu ou teve um ponto. Tecnologia
como essa, e eles a usam para promover uma guerra. Só serviu para mostrar como as
pessoas podem ser inteligentes e ainda nã o ter cérebro.
Sua mã o foi para o bolso – e tirou seu celular recém-recuperado. A outra mã o dela começou
a apertar as teclas. Ele percorreu o catá logo de endereços. Parou em um nome. Ele apertou
'discar'. Ele segurou o telefone no ouvido de Rose.
Mickey pulou quando seu celular tocou. Para sua surpresa, o visor lhe disse que era Rose
ligando. Ele clicou apressadamente.
'Olá ? Rosa?'
A voz de Rose disse: 'Olá , aqui é o Doutor.'
Mickey tirou o telefone da orelha e olhou para ele. Ainda dizia 'Rose'. Essa definitivamente
era uma voz feminina. A voz de Rosa.
"O senhor nã o fala bem, doutor", disse ele. 'Você teve algum tipo de acidente?'
"Você provavelmente está um pouco surpreso", disse a voz. — Ou, mais provavelmente,
você apenas tentou ser espirituoso. Rose pode ouvir você, mas eu nã o, e ela nã o pode
responder, entã o é melhor você calar a boca e ouvir. Eu preciso que você faça algo. É muito
importante e, infelizmente, nã o tenho mais ninguém a quem perguntar.
134

'Muito obrigado,' Mickey murmurou, convencido pela grosseria de que realmente era o
Doutor, que por algum motivo estava usando a voz de Rose para falar com ele. E além disso,
ele realmente nã o queria especular.
'Agora,' continuou o Doutor, 'eu espero que você seja melhor em jogar Death para
Mantodeans do que você parecia, porque acredite em mim, você vai ter que jogar como
nunca antes. . . '
Rose ouviu a si mesma com algum espanto enquanto delineava o plano.
Sua boca estava se abrindo e sua língua subia e descia e as palavras saíam, e ela nã o podia
fazer nada a respeito. Foi totalmente e totalmente bizarro.
E ela parecia ter desenvolvido um sotaque do norte.
Mickey estava se sentindo um pouco atordoado. Uma coisa era receber um telefonema de
sua ex-namorada, outra era receber um telefonema de seu novo namorado usando suas
cordas vocais para falar com você, ou algo assim, e era outra coisa totalmente diferente
para ele/ela para entrar casualmente na conversa de que ela - ele está - ligando de outro
planeta e precisa da sua ajuda para salvar o mundo novamente. Ou um mundo, pelo menos,
ele nã o tinha muita certeza disso. Tudo o que sabia era que o plano traçado pelo Doutor
nã o só era impossível, como também beirava a loucura, mas praticamente falando
totalmente difícil porque envolvia ele ter uma televisã o, o que ele nã o tinha mais. Na
verdade, isso parecia um problema muito mais intransponível do que os pedaços malucos
de salvar o mundo. Estava ficando tarde agora, quase onze horas, ele teria que encontrar
alguém que o deixasse entrar e jogar uma dú zia de partidas de Death to Mantodeans sem
fazer perguntas embaraçosas. Se Jackie estivesse em casa, ele teria uma chance – depois da
palestra sobre perturbar seu sono de beleza. . .
Talvez ele pudesse invadir o apartamento de Rose – mas se ele fosse pego, a polícia nã o iria
ouvir, eles iriam prendê-lo, e entã o quem salvaria o mundo?
Um pensamento o atingiu. Havia uma televisã o no clube da juventude. O clube deveria
fechar à s dez, mas Bob, que o dirigia, deixava alguns dos rapazes mais velhos ficarem por
mais tempo se nã o fosse uma noite de escola. Vale a pena ir.
Mickey juntou todos os consoles de jogos na cesta de compras sobre rodas da Sra. Burton e
saiu mancando. As escadas eram um tanto penosas, 135

especialmente com a cesta caindo atrá s dele, mas ele finalmente conseguiu.
Enquanto se dirigia para o clube juvenil, Mickey lançou um rá pido olhar para trá s, para o
apartamento de Rose. As janelas estavam escuras, claro.
As janelas do clube juvenil também estavam escuras, mas ele podia ouvir algo lá dentro. Ele
tentou a porta – trancada – entã o bateu, alto o suficiente para ser ouvido, mas nã o alto o
suficiente para acordar alguém pró ximo.
O barulho lá dentro parou abruptamente, mas ninguém veio até a porta.
Mickey bateu de novo, um pouco mais alto. Nada ainda. — Vamos, abra — gritou ele, ainda
tentando uma combinaçã o impossível de alto e baixo. 'É Mickey Smith.'
Depois de alguns momentos, ele ouviu uma chave girar na fechadura e a porta se abriu. Um
par de olhos desafiadores olhou para Mickey. Ele reconheceu o rosto: pertencia a um rapaz
chamado Jason Jones. Mickey achou bastante imprová vel que Jason tivesse permissã o para
estar aqui, especialmente considerando que ele estava acompanhado por um cheiro
distinto de cigarros e fumaça de á lcool.
Mickey abriu caminho para dentro. Jason fechou a porta e, amuado, seguiu Mickey até a
sala principal. — O que você quer afinal, Mickey? ele disse. Mickey sabia que ele inspirava
um leve respeito relutante por aqui, como um cara mais velho, dono de um carro que, pelo
menos por um tempo, estava saindo com de longe a garota mais atraente da propriedade.
Outros elogios derivaram de ele ter suspeitado de assassiná -la, embora descobrisse que
nã o. Mickey ouviu rumores de que ele tinha uma coleçã o de armas, uma coleçã o de facas e
vá rias loiras desmembradas sob o assoalho.
Havia dois outros rapazes na sala principal, sentados em frente à televisã o.
Mickey reconheceu os dois. E para seu horror, eles nã o eram todos que ele reconhecia. Lá ,
congelada na tela, havia uma imagem distinta da Morte para os Mantodeans . Nã o o nível de
treinamento, a coisa real. Mickey esperou até que os dois se virassem para encará -lo antes
de responder à pergunta de Jason. 'Eu quero usar aquela televisã o, e sua ajuda. Bob sabe
que você está aqui? ele continuou antes que eles pudessem reagir. — E sua mã e sabe que
você está sentado aqui com uma lata de cerveja e um cigarro? disse a Anil Rawat, que quase
deixou cair a bebida de susto.
136

Mickey esperou até que as três cabeças fossem sacudidas. 'Bem, se você quer que continue
assim. . . '
Eles claramente fizeram. Mickey ocupou a cadeira vazia em frente à televisã o e Jason puxou
outra. Mickey estendeu a mã o e o terceiro rapaz, Kevin, passou a ele o controle do jogo.
"É a sua noite de sorte", disse Mickey. Porque temos muitos jogos para jogar. . . Ele pegou o
celular e começou a ligar para Rose.
O Doutor pediu a Robert para observar o mapa do metrô enquanto ele continuava a jogar.
Depois de um tempo, Robert notou algo. Como o Doutor fez Rose virar à direita, o mais
rá pido dos semá foros viraria à direita também. Se Rose estivesse indo direto, a mesma luz
iria direto.
"Quantas luzes brancas ao todo?" perguntou o Doutor.
"Seis", disse Robert. 'Quatro deles estã o bem perto do lado de fora. Um está mais longe e
Rose é a mais distante de todas.
"Entã o eles sã o os jogadores ativos", disse o Doutor. 'Os pró ximos do lado de fora serã o
jogos que nã o começaram há muito tempo. Deve ser Darren Pye e os outros, imagino.
"Sr. Snow, Sr. e Sra. Nkomo", disse Robert. — E o outro?
'Um jogo que já estava sendo jogado', disse o Doutor. 'Pode ser sua mãe
qualquer um.'
— E as luzes azuis? perguntou Roberto.
O Doutor hummm. — Você diz que viu uma luz branca ficar azul e uma luz azul se apagar?
Robert assentiu, entã o lembrou que o Doutor nã o estava olhando para ele.
"Sim", disse ele.
'Entã o eu pensaria que as luzes azuis sã o pessoas em jogos inativos.
Eles estã o parados esperando que alguém os mova de novo.
"Ou para um Mantodean encontrá -los", disse Robert, que percebeu o que deveria significar
quando uma luz se apagou. 'E entã o. . . '
"Receio que sim", disse o doutor. 'Game Over.'
137

Mickey estava organizando tudo enquanto esperava Rose – ou o Doutor – atender o


telefone. O Doutor havia explicado que, como o ú nico sentido que ele compartilhava com
Rose era a visã o, ele teria que ficar olhando para o telefone para verificar se estava tocando,
entã o Mickey teria que ser persistente.
Havia um portá til preto e branco na cozinha, e Mickey pediu a Jason para trazê-lo. Anil
havia inicializado o antigo PC do clube juvenil e estava se conectando à Internet, e Kevin
estava examinando a pilha de consoles que Mickey havia trazido consigo.
– O problema – dizia Mickey para Anil –, quem estiver jogando nã o vai checar o quadro de
mensagens. E nã o queremos que ninguém comece um novo jogo. Mas veja se você pode
encontrar alguém de qualquer maneira. Ninguém deveria ter adquirido nenhum jogo de
alienkiller1984
ainda, porque ele nã o teve tempo de vendê-los, mas avise as pessoas que ele é um maluco
perigoso ou algo assim, só por precauçã o.
"Tudo bem", disse Anil.
Kevin começou a conectar um console à televisã o portá til.
'Você pode ignorar aqueles que nã o passaram do nível de treinamento,' Mickey disse a ele.
'Mas se eles fizeram, lembre-se, você nã o deve começar um novo 139

jogo. Descubra apenas se eles tiverem um jogo salvo que ainda esteja ativo.
"Sim, você disse", disse Kevin. Ele apertou alguns botõ es, esperou que a tela ganhasse vida.
"Este nã o", disse ele.
"Tente o pró ximo, entã o", disse Mickey. — Vamos, vidas estã o em jogo.
"Sim, certo", disse Kevin. Com o canto do olho, Mickey notou o dedo de Kevin circulando em
torno de sua orelha direita no clá ssico 'ele é um maluco'
gesto. Ainda assim, desde que continuassem fazendo o que lhes mandavam, ele aguentaria.
Ele tinha sido chamado de muito pior. Muito disso pelo Doutor.
Falando no diabo. . . O telefone de Mickey foi finalmente atendido. "Este é o Doutor", disse a
voz de Rose. — Espero que esteja prestando atençã o. Se você encontrou algum jogo ativo, é
isso que eu quero que você faça. . . '
Robert ainda observava o mapa, seus olhos correndo entre os seis pontos de luz branca. De
repente, um deles começou a se comportar de forma irregular, pulando primeiro para um
lado e depois para outro. 'Tenho um!' ele chamou o Doutor.
"Brilhante", respondeu o Doutor. Ele continuou falando, baixinho, mas Robert sabia que o
Doutor nã o estava falando com ele, ele estava murmurando as palavras que ele estava
fazendo Rose dizer. - Bom trabalho, Mickey. Certo, estou enviando Rose para conhecer seu
jogador. Continue fazendo exatamente o que eu disse. Se sentir resistência, você nã o
sobrepujou os controles corretamente. Rose, logo você conhecerá outro jogador. Nã o
consigo desfazer o disco de controle na testa deles, nã o a esta distâ ncia; uma vez ativado,
um movimento errado pode esmagar o cérebro deles. Robert estremeceu com o
pensamento. Graças a Deus seu disco nunca foi ativado.
'O que eu espero poder fazer, entretanto,' continuou o Doutor, 'através de você, usando a
chave de fenda sô nica, é desfazer os circuitos que fazem as pessoas explodirem se deixarem
a fortaleza Mantodean.'
'Você espera?' disse Robert, preocupado.
"Tenho certeza", disse o doutor, tranqü ilizador. — Tenho certeza de que nã o vã o explodir.
Ele continuou falando através de Rose. 'Mickey, entã o você seguirá minhas instruçõ es de
antes. Mas você precisa encontrar todas as outras pessoas lá também. Ele se virou para
Robert. "Quantos sã o?"
Robert correu os olhos por todo o mapa, contando rapidamente. "Ainda seis luzes brancas",
disse ele.
140

"Seis pessoas se movendo", disse o Doutor. 'Um deles é você.


Rosa.'
"Oito luzes azuis", disse Robert. Enquanto ele observava, outro deles foi repentinamente
apagado. "Sete", disse ele. 'Sete luzes azuis. Outra pessoa acabou de morrer.
O Doutor estendeu a mã o para trá s e apertou o ombro de Robert. "Sete pessoas presas aqui
e ali", disse ele, contando a Rose e Mickey. 'Isso é jogos pausados, Mickey. Isso é gente com
problemas. Você tem que encontrá -los. Sã o doze vidas em suas mã os.
"Entã o, sem pressã o", murmurou Mickey, olhando para a tela à sua frente. Mostrava um
tú nel. Difícil de acreditar que alguém realmente estava naquele tú nel; difícil acreditar que a
vida de quem quer que fosse dependesse dele agora.
"Encontrei um", chamou Kevin, que ainda estava testando a pilha de consoles, um por um.
"Brilhante", disse Mickey. 'Certo, reative-o, pule na pessoa como eu mostrei a você, e entã o
espere pelas instruçõ es.'
'Entã o. . . vamos receber o prêmio?' disse Jasã o. "Aquela por ganhar o jogo."
"Sim", disse Mickey. 'Nó s vamos receber o prêmio.'
As coisas estavam começando a ficar complicadas - bem, ainda mais complicadas. O Doutor,
que obviamente conseguia manter uma dú zia de coisas em mente ao mesmo tempo, estava
transmitindo instruçõ es a Mickey para ambos os jogos. Mickey estava tentando controlar o
da televisã o principal e passar as instruçõ es para Kevin também. Nã o estava funcionando.
O pobre controle do Mickey estava andando em círculos. Ele finalmente entregou o
controle para Jason e se concentrou em separar as instruçõ es para cada jogo.
Anil continuou ligando em pedaços de sua pesquisa na Internet, distraindo ainda mais
Mickey. 'Encontrei uma pessoa que está jogando agora mesmo!' ele gritou de repente,
fazendo Mickey perder completamente a linha de pensamento. E ele nã o podia nem pedir
ao Doutor para repetir. Ainda assim, o Doutor estava obviamente seguindo o que eles
estavam fazendo; ele descobriria onde Mickey havia errado.
141

'Certo!' Mickey ligou de volta. 'Diga a ele que você tem alguns có digos de trapaça infalíveis
ou algo assim. Diga a ele para pular um pouco com o cara.
Entã o diga a ele que você vai enviar uma série de instruçõ es e ele deve segui-las ao pé da
letra. Convença-o de alguma forma, nã o me importo com o que você diz.
Houve um ping do computador. "Mensagem instantâ nea", disse Anil.
Houve uma pausa enquanto ele lia. 'Esse cara diz que comprou seu console de
alienkiller1984', disse ele. "Bem, mais ou menos."
'Mas nã o deu tempo!' disse Mickey.
"Comprei no pub", disse Anil. "De Darren Pye."
Kevin e Jason olharam para cima. — Você nã o disse que Darren Pye estava envolvido nisso
tudo! disse Jason, soando como alguém tentando nã o parecer assustado.
"Posso lidar com Darren Pye", disse Mickey, com a confiança de quem ouviu recentemente
que a pessoa em questã o está em outro planeta. 'Sim, tudo bem, ele é realmente matador de
alienígenas em 1984.'
“Ele diz que comprou o console de Darren no pub por dez centavos”, disse Anil,
continuando a ler, “e depois Darren volta, oferecendo-se para comprá -lo de volta por vinte.
Esse cara se recusa, e Darren diz a ele que é para realmente matar alienígenas, e ele vai
fazer uma fortuna com a Internet. Mas ele achava que Darren era maluco e nã o daria a ele.
"Tanto faz, continue dizendo a ele que ele tem que fazer o que você disser", disse Mickey.
'Você tem que convencê-lo a seguir suas instruçõ es, certo?'
"Tudo bem", disse Anil, parecendo duvidoso. — Mas se ele é o tipo de homem que diz a
Darren Pye onde descer. . . '
"Apenas tente", disse Mickey.
'Ei!' gritou Jasã o. 'Eu posso ver alguém!'
Mickey se virou para olhar a tela. Havia uma forma à distâ ncia. Enquanto ele observava,
ficou mais claro, tornou-se a imagem de uma garota baixa, magra e bonita com longos
cabelos loiros. Ela estava segurando um celular no ouvido. Rosa.
'Aqui', disse Jason, 'é aquela Rose Tyler!
Aquele que...' Ele
parou, lançando um olhar para Mickey.
142

"Ela foi sequestrada por alienígenas e forçada a cumprir suas ordens", disse Mickey.
"Ah, certo", disse Jason. 'O que eu faço agora?'
Mickey voltou sua atençã o para a voz de Rose vinda de seu telefone e começou a passar as
instruçõ es do Doutor novamente.
— Ele diz que nã o vai. Ele está jogando o dia todo e desta vez está determinado a vencer',
disse Anil. 'Ele vai ser a primeira pessoa a completar o jogo, vai ganhar o prêmio, e se ele
realmente está matando alienígenas, isso é brilhante.'
Mickey suspirou. Tudo estava ficando muito complicado.
Rose estava caminhando por um tú nel. As palavras do Doutor ainda estavam saindo de sua
boca, e ela estava tentando ouvir o que ela estava dizendo. Mickey estava tagarelando sobre
coisas em seu ouvido - ela tinha acabado de ouvi-lo dizer a alguém que ela havia sido
sequestrada por alienígenas e forçada a cumprir suas ordens.
Diga a alguém a verdade pura, e eles nunca acreditarã o em você, ela pensou. Eles apenas
acham que você está sendo sarcá stico. Mais fá cil do que inventar uma mentira.
Parecia que ela estava se aproximando de alguém, de qualquer maneira. Ela pensou
naquela tarde – que pena, foi mesmo só naquela tarde? – e ela e Mickey sentados em frente
à s telas na base dos Quevvils. As figuras se aproximando cada vez mais. A percepçã o
repentina. Isso seria ela, agora. Em alguma tela, em algum lugar, ela seria uma figura
distante em uma tela, aproximando-se cada vez mais.
A cabeça de Rose virou. O Doutor estava obviamente procurando pelo outro jogador. E ela
podia vê-lo agora.
Nã o – ela.
A outra jogadora era uma mulher, uma linda negra na casa dos trinta anos, vestindo um
terninho escarlate. Seus olhos estavam arregalados de terror. Rose desejou poder dizer
algo tranqü ilizador, deixá -la saber que tudo ficaria bem, que ela logo estaria fora dali, mas
sua boca ainda despejava esquerdas, direitas e retas no telefone, e Rose podia nã o diga
nada por sua pró pria vontade.
143

A mulher estava cada vez mais perto. "Essa é a sra. Nkomo", Rose se ouviu dizer. A Sra.
Nkomo aproximava-se ainda mais.
"Opa", disse a voz de Mickey em seu ouvido, enquanto a sra. Nkomo, os olhos correndo de
um lado para o outro em alarme, correu direto para Rose.
Os dois jogadores olharam para frente enquanto estavam cuidadosamente posicionados
um de frente para o outro. A mã o de Rose encontrou a chave de fenda sô nica e a estendeu
na frente dela. "Nã o se preocupe, sra. Nkomo", ela se viu dizendo, exatamente as palavras
que queria forçar a sair. — Em breve tiraremos você de lá . Rose aqui vai desconectar
algumas coisas, entã o vamos levar você para fora. Meia hora, no má ximo, estará tudo
acabado. Oooh, aqui vem outra pessoa.'
Rose girou. Aproximando-se por uma encosta íngreme atrá s dela estava um homem branco
de meia-idade. 'Aparentemente, esse é o Sr. Johnson. Ele se foi há horas. Homem de sorte,
os Mantodeans devem ter sentido falta dele.
Vamos, Rose', disse Rose, 'vamos em frente'.
Ela voltou para a Sra. Nkomo e a chave de fenda sô nica começou a funcionar.
Robert observou o mapa enquanto duas pequenas luzes brancas se dirigiam para fora. Isso
deixou quatro luzes brancas, além de Rose, e seis luzes azuis. Nã o – cinco. Outra luz azul se
apagou, outro jogador foi encontrado pelos Mantodeans. Ele estava tentando nã o pensar. . .
Tentando nã o ter esperança. . .
Nã o que ele nã o tivesse mais o suficiente para pensar. Robert estava chamando as rotas
para o Doutor, enquanto o Doutor, mantendo os olhos em Rose, as retransmitia para
alguém chamado Mickey do outro lado da linha. Mickey, disse o Doutor, costumava sair
com Rose, entã o Robert o odiava.
'É isso!' disse Roberto. 'Os dois estã o fora!' A Sra. Nkomo e o Sr. Johnson estavam seguros -
bem, seguros - finalmente. Obrigado Senhor. Cinco luzes brancas agora (incluindo Rose),
cinco luzes azuis.
De repente, houve um zumbido no tipo de intercomunicador. Roberto deu um pulo. Sua
mente estava tã o cheia, tã o ocupada, tã o concentrada nos dez pontinhos remanescentes de
luz-vida, que ele quase se esqueceu de onde eles estavam, que estavam em uma sala
assustadora no QG dos monstros.
144

"Esta é Frinel", disse uma voz. 'Gerdix, o transportador parece nã o estar mais se
aproximando do centro da fortaleza Mantodean. Por que é isso?
Você se reportará imediatamente.'
Robert olhou para o Doutor, esperando desesperadamente que ele tivesse um plano.
O que eles disseram antes? Algo sobre Robert estar lá para manter o Doutor na linha. Ele
tinha a sensaçã o de que os Quevvils também nã o blefavam. Se eles entrassem e
descobrissem o que havia acontecido, seria adeus, Robert.
Mas o Doutor parecia tã o surpreso quanto Robert. Ele pulou, dando o controle para Robert
e dizendo-lhe para ficar de olho nas coisas - e correu para a porta. Havia algum tipo de
bloqueio alienígena nele, mas o Doutor nã o se preocupou com isso. Em vez disso, ele
começou a empurrar armá rios e bancos e qualquer coisa que encontrasse na frente deles.
'Gerdix!' disse a voz de Frinel novamente irritada. 'Gerdix, responda imediatamente!'
As açõ es do Doutor chegaram bem na hora. A porta chacoalhou quando alguém tentou abri-
la pelo outro lado.
Frinel falou novamente pelo interfone. 'Herryan relata que ela é incapaz de obter acesso a
você. Se eu nã o tiver notícias de Gerdix nos pró ximos trinta segundos, presumiremos que
ele foi dominado. Força extrema será empregada. Todos os humanos serã o mortos. Trinta.'
O Doutor e Robert trocaram olhares. 'Eu nã o sou humano!' resmungou o doutor. — Já disse
isso a eles.
"Vinte e oito", disse Frinel.
145

Mickey ainda estava confuso. As estaçõ es de pâ nico de alguns minutos atrá s haviam
passado: Jason e Kevin guiaram seus jogadores para fora da fortaleza Mantodean, e tudo
estava indo bem a partir de entã o. O Doutor havia parado de lhe dar instruçõ es por meio de
Rose. Mas tudo o mais havia parado também. O Anil tinha parado de tentar persuadir esse
cara a jogar do jeito que eles queriam, porque ele tinha parado de responder as mensagens
dele.
Ainda havia alguns consoles nã o testados, e Mickey estava ansioso para experimentá -los,
plenamente consciente de que qualquer atraso poderia significar a diferença entre a vida e
a morte para a pessoa do outro lado, mas ele teve que esperar por Jason. ou Kevin para
colocar seu jogador no lugar.
Kevin chegou lá primeiro, e Mickey puxou o cabo de conexã o e conectou o primeiro dos
jogos restantes. Nã o vá . Ele tentou o seguinte. O mesmo. Nenhum jogo armazenado.
E assim parou, por enquanto, até chegar a hora da ú ltima etapa do plano do Doutor. Mas ele
ainda tinha o destino das pessoas em suas mã os, o que era extremamente injusto. Se ele
quisesse esse tipo de responsabilidade, teria se tornado um médico ou um soldado ou algo
assim. Mas ele nã o tinha. Ninguém perguntou se ele queria isso. Rose tinha escolhido se
misturar 147

em todas essas coisas, ele acabou de ser pego em seu turbilhã o, e todos esperavam que ele
continuasse com isso. Bem, na verdade o Doutor provavelmente esperava que ele falhasse
miseravelmente. Mas ninguém lhe dera escolha.
Pergunte: 'Mickey, você quer se envolver nessa histó ria de salvar o mundo, sim ou nã o?' e
ele diria nã o. Quem iria? Mas quando você já está envolvido, quando está no meio das
coisas, nenhum ser humano decente pode ir embora. Realmente nã o era nada justo.
'Entã o é isso?' perguntou Kevin. 'Podemos ir para casa agora?'
Mickey balançou a cabeça. 'Nã o. Agora temos um trabalho de verdade pela frente. Mas
enquanto ele estava sentado lá , confuso e pensando desesperadamente, ele nã o tinha ideia
de como eles iriam fazer isso.
'Vinte e quatro.'
'O que nó s vamos fazer?' gritou Roberto. “Aquela coisa –” ele apontou para o Quevvil
chamado Gerdix – “nã o pode responder. Está congelado!'
O Doutor olhou para Gerdix. Entã o ele olhou para Robert. 'Caixa de controle!' ele disse de
repente.
Robert pegou a caixa de controle prateada e a passou para o Doutor.
O Doutor começou a bisbilhotar em alta velocidade, falando muito rá pido ao mesmo tempo.
'Isto tem aproximadamente a mesma funçã o que o painel de controle, e se eu pudesse
modificá -lo, poderia modificá -lo. Queria ter minha chave de fenda sô nica. . . Lá !'
"Quinze segundos."
O Doutor acenou com a caixa para o Quevvil. Deu um leve estremecimento.
'Reorganizei as ligaçõ es, como fiz com Rose', disse o Doutor.
— Imagino que seja bastante desagradá vel. Pobre Rosa. Vamos! Vamos. . . '
"Oito segundos."
O Doutor continuou mexendo nos controles. Finalmente, depois de pelo menos três vidas, o
Quevvil respondeu.
"Cinco segundos."
Gerdix saltou para o interfone com uma graça que parecia totalmente inapropriada para
um porco-espinho gigante.
"Quatro segundos."
O Doutor continuou manipulando os controles. O Quevvil ergueu uma pata e apertou um
botã o.
148

"Três segundos."
O Doutor fez algo que parecia extremamente complicado.
Nada aconteceu.
'Dois segundos.'
'Ah! Eu esqueci. . . O Doutor girou um botã o.
'Um segundo.'
'Frinel, aqui é Gerdix.'
Houve um bufo do outro lado. 'Gerdix! Por que você nã o respondeu antes? Por que Herryan
nã o conseguiu acesso?
'Havia um. . . uma oscilaçã o de energia. Perdemos temporariamente o controle do
comunicador. E a porta tranca. E o controlador nã o conseguiu comandar seu porta-aviõ es.
Toda a energia agora está restaurada. Todas as funçõ es voltarã o ao normal.'
Robert esperou com a respiraçã o suspensa. Funcionaria?
Frinel respondeu: 'Muito bem. Estamos ansiosos para ver a transportadora continuar.
Você procederá como planejado.'
Robert sorriu e deu um sinal de positivo para o Doutor. O Doutor largou a caixa de controle
prateada no chã o e suspirou profundamente. 'Fazendo-me descer ao nível deles', ele
murmurou com raiva. Ele bateu no braço da cadeira e chutou com o pé, derrubando a caixa
de controle. 'Isso é demais! Fazendo as pessoas dançarem como marionetes, me fazendo
tirar todo resquício de dignidade do meu melhor amigo. . . Eu posso te dizer agora, ela nã o
vai adorar. Mas eu nã o tenho escolha. A ú nica maneira de tirar todo mundo de lá .
Robert achou que ia começar a quebrar coisas de novo, embora os Quevvils os estivessem
observando. Mas, em vez disso, o Doutor bufou de repente, e Robert ficou surpreso ao ver
que ele estava quase rindo. "Ouça-me", disse ele. 'Se eu quisesse me sentir bem comigo
mesmo, ir para a cama com um pouco de brilho moral todas as noites, entã o estou no
negó cio errado. Vamos, temos trabalho a fazer. Onde estã o todos?
E Robert olhou para o plano e viu, para seu horror, que restavam apenas quatro luzes azuis.
Os Mantodeans fizeram outra vítima.
Anil tinha, surpreendentemente, conseguido rastrear mais dois dos peo-149

pessoas que estavam realmente jogando o jogo agora. Ele vinha inventando algumas
histó rias de disfarce bastante convincentes e, em um caso, a namorada de alguém viu suas
mensagens enquanto ela navegava na Internet, esperando que o namorado ligasse para ela
e mandou uma mensagem para ele, apenas para descobrir que ele havia jogando Death to
Mantodeans na ú ltima hora. Outra pessoa entrou na Internet para verificar seus e-mails e
encontrou uma das notícias falsas de Anil que havia sido encaminhada por um amigo.
Mickey tinha seu pró prio celular em um ouvido e o de Jason no outro, e transmitia as
instruçõ es do Doutor de um para Anil, no clube juvenil, pelo outro.
Entã o Mickey pegou o pró prio console dos rapazes e o 'ao vivo' que eles encontraram
antes, persuadiu (chantageou) Jason e Kevin a irem com ele, e eles estavam prestes a fazer
algo que nã o era nem um pouco sensato.
Ele nã o conseguiu resistir a olhar para as janelas de Rose novamente quando eles deixaram
o clube juvenil; seus olhos foram irresistivelmente atraídos para lá . Mas ainda nã o havia
sinais de vida. Ele nã o sabia por que meio que esperava ver alguma coisa. Jackie ainda
estava no hospital, tanto quanto ele sabia, e Rose estava. . . em outro lugar. Mas quando
alguém tinha uma má quina do tempo, você nã o podia deixar de pensar que eles poderiam
aparecer mesmo quando você soubesse que eles estavam em outro lugar. . .
Mas nã o havia nenhuma caixa azul por perto. Rose e o Doctor – a futura Rose e o Doctor, ou
mesmo a Rose e o Doctor do passado – nã o estavam aqui. Tudo dependia dele, Mickey.
Ele bateu na porta a sua frente. Jason e Kevin arrastaram os pés atrá s dele. Eles levaram
algum convencimento. Veja bem, Mickey estava nervoso, mesmo sabendo que deveria ser
seguro.
Depois de trinta segundos ou mais, ele bateu de novo, mais alto. 'Mantenha o barulho
baixo!' veio uma voz de algum lugar acima. 'Alguns de nó s estã o tentando dormir!'
Mickey levantou a mã o para bater de novo, mas entã o ouviu algo, alguém se arrastando na
direçã o deles.
A porta foi aberta um
comprimento de corrente, e um rosto enrugado espiou para eles através da abertura.
"Olá , Sra. Pye", disse Mickey. — Você se importa se entrarmos?
∗∗∗
150

Assim que superaram o pâ nico sobre o que Darren faria se voltasse para casa e os
encontrasse ali, Kevin e Jason pareceram bastante impressionados com a maneira como
Mickey persuadiu a Sra. Pye a deixá -los entrar no apartamento. Eles ficaram ainda mais
impressionados com a maneira como Mickey havia comandado a meia dú zia ou mais de
televisores que encontraram em uma sala dos fundos, especialmente porque ele até
conseguiu que a Sra. Pye indicasse tomadas elétricas onde eles poderiam conectá -los. all-in.
Ele entã o descobriu o estoque de consoles de jogos de Darren. Havia dezenas de coisas – ele
devia ter andado por toda a á rea – e eles haviam passado por cada uma delas.
E entã o ele soltou o maior suspiro de alívio do mundo, porque eles encontraram mais
quatro jogos salvos.
"Restam apenas seis para encontrar", dissera o Doutor. 'Quatro jogos salvos e mais dois ao
vivo.'
Entã o, só faltam os dois vivos agora. Mickey sabia que um deles era o cara que nã o parava
de jogar, mas nã o conseguiu dizer isso ao Doutor. De qualquer forma, porém, isso
significava que eles encontraram tudo, exceto uma pessoa ainda jogando o jogo. Por mais
estranho que parecesse, Darren Pye tinha feito um favor a eles ao coletar todos esses jogos.
Ele provavelmente conseguiu mais deles com ameaças do que Rose teria feito com apelos, e
isso significava que a maioria dos jogos era em um só lugar.
De qualquer forma, mais quatro pessoas estavam saindo da fortaleza Mantodean. E isso
significava que talvez, em breve, Mickey pudesse ir para casa e dormir.
Rose estava ocupada com a chave de fenda sô nica. Ela nã o tinha ideia de como estava
funcionando – ela nã o tinha ideia se estava funcionando, mas ela nã o tinha ouvido
nenhuma explosã o, entã o ela esperava pelo melhor.
Ela se encontrou com outro homem branco de meia-idade - o Sr. Snow, disseram a ela - que
tinha uma espécie de olhar vidrado em seus olhos, nã o como se estivesse com medo,
apenas como se estivesse se recusando a acreditar que isso estava realmente acontecendo. .
Ela havia feito a má gica do Doutor no Sr. Nkomo, alguém chamado Anne de alguma coisa,
alguém chamado Tim Breeley e uma garota japonesa que devia estar lá há muito tempo
porque o Doutor disse que seu amigo Robert nã o a reconheceu.
151

Mais uma pessoa estava vindo em sua direçã o, sua pró pria voz disse a ela.
E ela esperava que isso fosse quase tudo, que ela pudesse acabar com o resgate, para que
alguém pudesse resgatá -la.
Havia apenas quatro luzes agora, incluindo Rose; o resto havia deixado a fortaleza. Robert
estava preocupado que os Quevvils percebessem o que estava acontecendo, mas o Doutor
disse que mesmo que percebessem que as pessoas estavam saindo do local, eles pensariam
que estavam sendo explodidos.
Agora a ú ltima luz azul voltou a ser branca – e Robert nã o conseguia evitar de girar a cada
poucos segundos para olhar a tela. Agora se aproximava da luz branca que era Rose.
Agora – vire-se – havia um borrã o na distâ ncia que poderia ser apenas uma pessoa. Agora –
volte para o mapa – estava chegando muito perto de Rose. Agora – vire-se novamente –
estava quase lá , a qualquer momento ele poderia ver –
Era uma mulher. Era. . . Era Rachel Goldberg. Robert se forçou a sorrir. "O Sr. Goldberg
ficará muito feliz", disse ele. — E ela foi muito legal também.
Ele elaborou a rota para tirar Rachel da fortaleza, e o Doutor transmitiu suas palavras,
através de Rose, para este Mickey na Terra. Robert ficou de olho nas duas luzes restantes
que nã o eram de Rose, mas elas nã o mostraram sinais de dar aquele pequeno pulo que o
Doutor havia imaginado como um sinal. O Doutor fez com que Rose cortasse a conexã o com
a Terra, dizendo a Mickey que ligaria de volta quando - se - eles fossem necessá rios.
'Rose,' disse o Doutor, falando em voz alta as palavras que ele estava criando através dela,
'ainda tem mais duas pessoas lá , jogando o jogo.
Espero que o Mickey esteja tentando encontrar os controladores, mas estamos ficando sem
tempo. Vou mandá -lo para interceptá -los, se puder. Talvez você possa realizá -los ou algo
assim. Mas de alguma forma temos que tirar todos de lá . Eu tenho um plano.
Robert interiormente se alegrou. O Doutor ainda tinha um plano!
— Mas todo mundo tem que sair de lá . Nó s -'
152

'Gerdix! A transportadora nã o está seguindo o caminho correto! Você teve mais problemas
de energia?
Robert deu um pulo quando a voz explodiu no interfone. 'Rá pido!'
ele gritou para o Doutor. 'Você tem que fazê-lo responder de novo!'
O Doutor estava remexendo no chã o, procurando a caixa de controle prateada. - Deixei cair
aqui. . . '
— Você chutou para longe — Robert o lembrou.
'Deve estar em algum lugar por aqui. . . '
'Gerdix! Responder! Se você nã o responder dentro de trinta segundos. . . '
'Lá vamos nó s de novo', disse o Doutor. 'Ah! Deve ter ido para debaixo daquela bancada.
Robert agarrou o controle do jogo e se encarregou de observar a tela para Mantodeans,
enquanto o Doutor rastejava pelo chã o com as mã os e os joelhos.
'Vinte e cinco segundos. . . '
— Nã o... onde está a maldita coisa? Ahá !'
Um Mantodean apareceu na tela. Robert instintivamente apertou o botã o para atirar nele.
Ele imaginou o braço de Rose disparando, seu dedo no gatilho de uma arma. . . O
Mantodean mal cambaleou quando o feixe de laser o atingiu, certamente nã o caiu. As armas
tinham sido praticamente inú teis contra eles, Robert lembrou-se de seus pró prios dias
jogando Death aos mantodeanos . Ele cutucou os controles, esperando que as melhorias do
Doutor o ajudassem aqui. 'Doutor, ela está sendo atacada!'
ele chamou.
Enquanto o Doutor se jogava para trá s, com a caixa prateada em uma das mã os, Robert fez
Rose executar um impressionante chute de caratê no monstro inseto.
'Vinte segundos. . . '
Robert passou os controles de volta para o Doutor. 'Você tem que tirá -la de lá !' ele disse.
"Parece que você estava fazendo um bom trabalho sozinho", disse o médico. Na tela, o
Mantodean havia se afastado; o chute foi eficaz. 'Eu acho que é hora de Rose fugir, no
entanto. . . '
O Doutor a guiou por uma passagem estreita e a colocou correndo em alta velocidade.
"Certo, você assume de novo", disse ele a Robert, passando 153

de volta a almofada.
'Dez segundos. . . '
O Doutor apontou a caixa de controle prateada para Gerdix, o Quevvil.
Nada aconteceu. Ele balançou a caixa. Ele chacoalhou. 'Alguma coisa se soltou!' ele disse.
'Você pode consertá -lo?' perguntou Robert, tonto com a adrenalina de ter salvado – ele
ousaria chamar assim? Sim! – de ter salvado a vida da garota perfeita. De ainda estar no
controle de seu destino. De estar no comando dela. . .
'Sim', disse o Doutor, arrancando a tampa da caixa, 'é só uma questã o de tempo. . . '
'Cinco segundos. . . '
O Doutor apontou um dedo, restaurou a conexã o. O topo voltou. Um botã o foi pressionado.
'Um segundo. . . '
Gerdix deu um passo trêmulo para frente.
E a porta do quarto explodiu.
154

Rose ficou chocada quando se viu cara a cara com outro Mantodean, surpresa quando se
viu atirando nele e surpresa, mas nã o desagradada, ao se ver dando um forte chute lateral
em seu abdô men. Esqueça Buffy, essa era Rose, a Caçadora de Insetos Gigantes. . .
Ela havia sido tirada da criatura, mas entã o se viu parada pelo que pareceu um longo
tempo.
Entã o, de repente, ela falou de novo. 'Rose, sou eu', disse a voz dela. “Está tudo um pouco
em forma de pêra neste final. Nã o vou poder falar muito caso percebam o que estou
fazendo. Também nã o posso deixar você acelerar, eles também perceberiam isso. Nã o
posso tirar você de lá , ainda nã o. Se você nã o continuar até o meio, eles vã o matar todo
mundo. Mas eu vou resolver isso. Até mais.' Houve uma pausa e entã o, como se ele sentisse
que deveria estar assinando uma carta, 'com amor, o doutor'.
E foi isso.
Ela se sentiu um pouco magoada, porque ela era sua melhor amiga, e ele estava escolhendo
salvar a vida de todas essas outras pessoas ao invés dela.
– e embora ele nã o fosse o Doutor se nã o o fizesse, e é claro que ela teria dito: 'Nã o, nã o,
salve-os, nã o eu', se ela fosse questionada, o 155

A questã o é que ela nã o foi convidada, e ela pensou que era perfeitamente razoá vel se
sentir um pouco desconcertada nas circunstâ ncias. As circunstâ ncias sendo ela indo para
sua prová vel morte agora.
A porta explodiu e três Quevvils armados com pistolas a laser abriram caminho através dos
restos fumegantes. Dois deles apontaram suas armas para o Doutor e Robert, enquanto o
terceiro foi até o interfone e relatou a Frinel. Alguns minutos depois, o pró prio Frinel
juntou-se a eles na sala.
Houve algum alarme quando viram Gerdix congelado no meio da sala, uma pata ainda
levantada do chã o. Frinel chamou uma espécie de cientista Quevvil, que finalmente
conseguiu remover o disco da testa. O Doutor estava resmungando com raiva baixinho
enquanto isso acontecia, coisas sobre como eles obviamente nã o haviam projetado as
coisas para serem reversíveis. Robert estava mais feliz do que nunca por seu disco nunca
ter sido ativado, mas estava preocupado com Rose. Ah, e os outros. O Doutor disse que uma
vez que ele tivesse sua chave de fenda sô nica de volta, remover as coisas seria moleza.
Isso se Rose saísse da fortaleza.
— E quanto ao seu plano? Robert havia sussurrado para o Doutor. O Doutor disse que seu
plano ainda funcionaria. Ainda estava no caminho certo. Seu plano principal, seu grande e
importante plano, salvar a Terra. Foi apenas a parte de tirar Rose disso que atingiu um
obstá culo. . .
Frinel disse que foi um erro deixar o Doutor com apenas um guarda. Ele iria remediar isso.
Robert e o Doutor foram levados para outra sala, uma sala realmente grande e de aparência
importante. Havia muitos Quevvils lá , movimentando-se, examinando telas, mostradores e
leituras. Havia uma série de pequenas cabines que pareciam um pouco com cabines de
chuveiro, cada uma iluminada por uma luz amarela suave.
Um pequeno Quevvil carregava no console do Doutor e o estava anexando a uma das
grandes telas. O bloco de controle foi devolvido ao Doutor.
Outra porta se abriu e o resto dos humanos foi conduzido: Sarah 156

e sua mã e e George assustado e todo o resto. Robert queria dizer ao ainda choroso Daniel
Goldberg que Rachel estava bem, mas sabia que nã o devia. Ele tentou chamar a atençã o do
homem, mas nã o conseguiu. Entã o Robert foi agarrado por um Quevvil e jogado para trá s
com o grupo. "Vai ficar tudo bem", disse o médico quando Robert foi levado embora.
Frinel se aproximou e falou com o Doutor, alto o suficiente para os humanos ouvirem.
'Você nã o jogou o jogo como nó s instruímos. Você tentou sabotagem. Você atacou um
Quevvil. Você foi avisado de que, se nã o obedecesse à s nossas instruçõ es, o humano
morreria. Ele apontou para Robert.
Robert estava se sentindo quase desligado do que estava acontecendo.
Ele estava preocupado com o plano do Doutor, com Rose, sobre tirar as pessoas da
fortaleza. A figura maior. Ele quase se esqueceu da ameaça à sua pró pria vida. E aqui
estava, de repente. Nenhum sacrifício heró ico maravilhoso. Nada de levar uma bala
destinada a outra pessoa. Apenas uma morte repentina, inesperada e sem sentido.
"Mate-o", disse Frinel.
A senhora Pye parecia ter metido na cabeça que eles eram policiais – e embora digam que
os policiais parecem mais jovens quanto mais velho você é, isso é ridículo, pensou Mickey,
olhando para os dois adolescentes magricelas que o acompanhavam. Ela sentou-se à mesa
da cozinha, resmungando ininteligivelmente (ela nã o se preocupou em colocar a dentadura
postiça), enquanto Mickey, Kevin e Jason guiavam seus pupilos através dos muitos canais
de TV.
telas. Finalmente, Mickey soltou o ú ltimo dos controles com um suspiro. "É isso", disse ele.
'Agora esperamos pelo Doutor. Jason, ligue para o Anil e pergunte como ele está .
Mas Anil nã o teve sorte em rastrear o console restante ou persuadir o outro jogador a
abandonar o jogo.
'O que nó s fazemos?' perguntou Kevin. 'Devemos, tipo, bater nas portas, ver se
conseguimos encontrar o ú ltimo jogo?'
Relutantemente, Mickey balançou a cabeça. Decisõ es de vida ou morte, pensou. Ele nã o
deveria ter que fazer isso. "Nó s ficamos aqui", disse ele.
157

'Os jogos nã o sã o apenas no Powell Estate, eles estã o por toda parte aqui.
Será como procurar uma agulha no palheiro. Ele olhou para a série de telas, todas
mostrando a mesma visã o; pensou nas pessoas posicionadas no final de telefones e contas
de e-mail, esperando por seu sinal. — E o doutor pode nos chamar a qualquer momento,
nã o é? Temos que estar preparados para isso, ou será tudo em vã o.
Entã o ele apenas ficou sentado ali, olhando para o celular e desejando que tocasse,
esperando ter feito a escolha certa.
Frinel ordenou que um Quevvil o matasse. Robert notou, quando tudo ficou subitamente
claro, que o Quevvil nã o tinha uma arma. Estava eriçado - ele se lembrou da sensaçã o dos
espinhos na palma da mã o e imaginou que se espalhavam por todo o corpo. Se você tinha
que morrer, realmente nã o parecia justo que você também tivesse que sofrer. . .
Mas o Quevvil pegou uma caixa de prata e a apontou para Robert. Roberto ficou intrigado.
Assim foi o Quevvil, pois nada aconteceu. O Quevvil voltou-se para Frinel.
'Esse aí nã o tem disco de controle, seu idiota!' estalou Frinel.
'Mate outro.'
A caixa prateada nã o apontava mais para Robert. Ele se virou, sentindo que estava fazendo
isso em câ mera lenta, que aquilo o tomava para sempre. Houve gritos: gritos masculinos.
Entã o os gritos mudaram para uma espécie de engasgo gorgolejante, como se a pessoa
estivesse sendo estrangulada. O olhar de Robert finalmente chegou e captou a cena. Era
Jorge; ele estava deitado no chã o, segurando a cabeça. Enquanto Robert observava, ele
parou de engasgar, parou de segurar a cabeça e ficou imó vel. Algo escorria de seus ouvidos;
Robert desviou rapidamente o olhar.
Frinel falou com o Doutor. 'Você foi avisado. De agora em diante, o menor desvio resultará
na morte de um ser humano. Agora, continue com o jogo.'
O rosto do Doutor ficou branco. Robert imaginou que ele estava se sentindo muito, muito
zangado e chateado, e tentava nã o demonstrar. O Doutor pegou o controle e começou a
mover Rose pelo labirinto.
Um dos Quevvils, que estava debruçado sobre algum tipo de exibiçã o, de repente gritou: 'O
porta-aviõ es está se aproximando de outro porta-aviõ es novamente!'
158

Robert olhou para a tela. Sim, ele podia apenas ver uma figura à distâ ncia.
'Nã o me culpe', gritou o Doutor. 'Eu nã o estou fazendo isso de propó sito.
Nã o consigo mais saber onde estã o os outros jogadores.
Robert prendeu a respiraçã o enquanto Frinel se aproximava do Doutor.
Eles passaram algum tempo trocando histó rias de Darren Pye - o que ele disse, o que ele
fez, o que eles ouviram que ele fez, quem eles ouviram dizer que ele matou. Era um catá logo
e tanto. Mickey teria achado ridículo se nã o soubesse com certeza que boa parte do que
soava como boato obsceno era realmente verdade. Mas agora eles meio que afundaram em
um silêncio expectante, apenas esperando que algo acontecesse.
De repente, o toque agudo de um telefone celular cortou o silêncio na sala da Sra. Pye.
Mickey pulou. Era isso! Mas nã o era o celular dele, era o de Jason.
"É o Anil", relatou Jason. – Aquele cara voltou a entrar em contato, aquele que nã o parava
de jogar. Ele diz. . . ele diz que acha que descobriu um novo có digo de trapaça, porque pode
ver um pá ssaro na tela. Ele está se gabando disso.
'Rosa!' gritou Mickey. 'Diga a ele para fazer isso, agora! Diga a ele que você descobriu um
caminho mais rá pido para o fim, se ele seguir nossas instruçõ es!
'Você ouviu isso?' Jason disse ao telefone. Houve uma pausa.
Entã o Jason disse: 'Anil diz que nã o acredita nele. Ele diz que Anil está apenas tentando
afastá -lo, dando-lhe uma rota falsa, porque Anil quer terminar primeiro. Ele vai continuar
jogando. Ele diz. . . ele diz que se aquela ave for uma rival, ele vai enobrecê-la. . . '
Rose sentiu como se tivesse pesos de dez toneladas em seus tênis. O Doutor estava
movendo-a naquele ritmo lento e barulhento novamente, cada passo um evento.
Sua cabeça se virou e ela vislumbrou uma figura bem à sua frente. Brilhante! Tudo voltou
ao normal? Mas ela parou de repente, ela nã o estava correndo para encontrá -lo como antes.
159

A figura ainda estava avançando e, com um sobressalto, Rose percebeu quem era.
Darren Pye.
Ela sabia que ele estava no planeta com eles e, de qualquer maneira, o Doutor contou a
Mickey sobre isso através dela, mas ele nã o disse uma palavra sobre Darren ter sido
enviado para a fortaleza. Ela se perguntou se o Doutor sabia. Certamente ele nã o estaria tã o
ansioso para resgatar cada pessoa se o fizesse. Ela suspirou. Sim, ele iria, ele era o Doutor.
Darren estava vindo em sua direçã o como um macaco com botas de chumbo. Ela
instintivamente tentou sair do caminho dele, embora obviamente nã o pudesse. Quando ele
se aproximou, ela ficou surpresa ao ver que ele estava carrancudo. Nã o era que seu rosto
tivesse congelado em uma careta de raiva, ele estava realmente carrancudo. E havia mais:
de vez em quando ele quase recuava um membro, resistindo ao imperativo colocado sobre
ele pelos fios em seu cérebro. Ele é forte, pensou Rose, tã o forte. Se ele puder lutar contra
isso. . .
Ela sabia quando Darren a vira, porque a expressã o dele mudou. Seus olhos se estreitaram,
e o ó dio dirigido a ela era tã o intenso que Rose sentiu como um golpe. Se ela pudesse se
mover, ela teria cambaleado para trá s.
Calma, tigre, ela pensou, enquanto ele se aproximava cada vez mais. Agora seria realmente
um bom momento para o Doutor fazer alguma coisa. Porque ver Rose seria apenas um
incentivo para Darren realmente recuperar o controle de seus membros. . .
'Os carregadores nã o devem conseguir se aproximar!' gritou Frinel. 'Este jogo foi projetado
para que cada transportadora siga uma rota separada! Se os controladores humanos
avistassem os portadores. . . '
Um Quevvil de aparência nervosa correu e examinou o console.
'Ele anulou o campo de repulsã o do disco de controle, Frinel!'
Robert prendeu a respiraçã o. Eles descobririam os outros refinamentos que o Doutor havia
feito nos controles?
'Entã o mude de volta!' estalou Frinel.
'EU. . . Nã o tenho certeza se posso,' guinchou o Quevvil.
∗∗∗
160

Darren Pye estava na frente de Rose agora. Ela nã o pô de deixar de olhar diretamente em
seu rosto. Ela podia ver cada espinha, cada vaso sanguíneo rompido, cada pelo eriçado
saindo de suas narinas.
E entã o ela sentiu um movimento e forçou seus globos oculares a olhar para baixo, o mais
longe que podiam. Darren estava levantando sua arma. Foi um esforço sobre-humano de
sua parte? Foi uma instruçã o de seu controlador? E o que eu já fiz com você? Rose gritou
dentro de sua cabeça.
Darren Pye sorriu. Sua boca se abriu lentamente e com um esforço ó bvio ele forçou as
palavras: 'Baa baa faia. . . '
Tchau, tchau, pensou Rose, e se preparou.
'Lá !' gritou o Quevvil, batendo a tampa no console e correndo para ficar o mais longe
possível do círculo de consciência de Frinel.
'Nã o!' gritou o Doutor.
Acertou Rose como uma bala. A dor explodiu, floresceu dentro dela, até que nã o houvesse
mais nada.
O impacto a jogou para trá s. E isso era tudo o que ela sabia.
Robert, observando a tela, deu um grito.
O homem, o homem feio, havia sumido de vista, como se estivesse na ponta de uma corda
elá stica horizontal.
O Doutor, parecendo nã o se importar por estar cercado por monstros com pontas, armas e
dispositivos de esmagamento cerebral, começou a gritar com Frinel. 'Quã o estú pido você é?
Achei que a ideia era levá -la até o fim! Se você a machucou. . . '
Frinel parecia despreocupada. Ele apontou para a tela, que mostrava a vista de um teto
rochoso. 'Os relés neurais ainda estã o transmitindo, portanto a portadora nã o foi
danificada.'
O Doutor falou com os dentes cerrados. 'Ela nã o é “a portadora”.
Ela é uma pessoa e seu nome é Rose Tyler.
Frinel dispensou isso.
'E mesmo que ela esteja viva, e você pode se considerar sortudo, amigo, ela ainda pode
estar 'danificada'. Como os pó los se repelem, e tudo isso.
161

Você liga isso de volta quando eles estã o pró ximos um do outro, e o que você esperava que
acontecesse?'
"Continue jogando", disse Frinel, "ou matamos outro humano."
'Oh, essa é a sua resposta para tudo', cuspiu o Doutor, mas ele pegou o controle novamente.
De repente, um dos outros Quevvils gritou: 'Frinel! Mantodeanos se aproximando!'
Robert virou a cabeça para olhar. Havia apenas uma tela na sala, a que mostrava o ponto de
vista de Rose, mas esse Quevvil tinha um grá fico parecido com o da outra sala, só que
mostrava um aglomerado de pequenas luzes vermelhas. Eles estavam se aproximando de
uma ú nica luz branca brilhante.
'Fuja dos Mantodeans!' Frinel estalou para o Doutor.
Mas o outro Quevvil interrompeu. 'Nã o, Frinel, eles estã o se aproximando do outro porta-
aviõ es. Aquele que está sendo controlado da Terra.
Frinel acenou com a pata. — Entã o nã o importa.
"Nã o importa?" disse o Doutor. 'Isso é um ser humano! Pelo menos deixe-me tentar ajudá -
los!'
"Eles nã o sã o importantes", disse Frinel. 'Você vai continuar a jogar o jogo.'
Robert ainda observava o grá fico. Os pontos vermelhos agora rodeavam totalmente o ponto
branco. E entã o, enquanto ele olhava, a luz branca piscou.
"Tarde demais", disse o Quevvil.
Jason recebeu uma mensagem de texto de Anil. — Ele diz que o cara mandou uma
mensagem para ele.
Ele diz que acabou o jogo. Ele está culpando Anil, embora eu nã o consiga ver de onde ele
tirou isso.
E o estô mago de Mickey caiu como uma pedra, enquanto ele pensava, alguém acabou de
morrer. Um ser humano acabou de morrer. E eu deveria ter sido capaz de impedir. Se eu
tivesse pensado nas coisas certas para dizer.
Dane-se essa coisa de heró i por diversã o.
Mas, pelo lado positivo, pelo menos ele recuperou a televisã o.
Rose, nã o morta, acordou. Ela levou cerca de seis segundos para se lembrar de 162

onde ela estava e o que estava acontecendo. E quando se lembrou de tudo, sentiu-se muito,
muito zangada.
Algo bateu contra seus pés. Ela nã o podia olhar para ver o que era. Entã o ela sentiu-se
mover. Ela começou a se levantar. Ao fazer isso, ela viu a coisa a seus pés. Era a cabeça de
Darren Pye.
163

Rose havia sido tirada da cabeça de Darren Pye, longe dos Mantodeans que ela podia ver à
distâ ncia, mastigando algo invisível, mas perfeitamente imaginá vel, no chã o.
Ela tinha sido levada por muitos outros tú neis, através de abismos, degraus acima, e
através dela nã o tinha certeza de quantas fechaduras criptografadas e portas com
armadilhas, e ela estava realmente farta.
Entã o, quando já havia perdido a esperança de ouvir outra voz humana novamente, ela
falou consigo mesma.
'Rose, sou eu. Você está quase lá , entã o tenho que arriscar.
Sua mã o tirou o celular do bolso e começou a discar.
– Só preciso falar com Mickey de novo. Ouve, vou tirar-te daí. Assim que estiver perto o
suficiente, eles ativarã o os disruptores. Nã o sei o que vai acontecer entã o. Mas você vai ficar
bem. Confie em mim.'
O telefone foi levado até sua orelha.
'O que você estava dizendo sobre estar bem e confiar em mim?' disse a voz de Mickey. 'Está
tudo bem, Rosa? Deus, espero que você esteja bem.
Mas Rose nã o conseguiu responder, e o Doutor nã o conseguiu ouvi-lo.
165

"Mickey?" Rose disse, nas palavras do Doutor. 'Espero que esteja tudo pronto.
Porque vai ser a qualquer momento.
Havia um ar de excitaçã o mal reprimida na sala de controle da Quevvil.
Assim que Rose começou a aproximaçã o final ao centro, Frinel ordenou que os Quevvils
entrassem nos cubículos de chuveiro iluminados em amarelo, que aparentemente eram
cabines de teletransporte. Quase todos os Quevvil haviam se espremido, deixando apenas
um ou dois cuidando dos vá rios pedaços e peças ao redor da sala.
O pró prio Frinel estava do lado de fora da cabine mais pró xima. O Quevvil chamado
Herryan estava no local para ativar os disruptores e, no instante em que fossem ligados,
para teletransportar os Quevvils para o coraçã o da fortaleza Mantodean.
"Eu mesmo liderarei o ataque", anunciou Frinel. "É apropriado." Ele acenou com o punho
no ar triunfantemente. 'A vitó ria final se aproxima!'
O bloqueio final foi o mais complicado até agora. Rose evitou o fluxo de á cido e as lâ minas
de barbear que bateram na altura da cabeça, enquanto estava no topo de um penhasco, e
finalmente decifrou o có digo. Ou melhor, o Doutor fez tudo isso.
A porta se abriu. Cem mantodeanos se viraram para olhar para ela.
'Mickey, agora!' ela se pegou gritando.
- Herryan, agora! exclamou Frinel.
A pata de Herryan disparou e apertou o botã o ativando os disruptores.
A tela na frente do Doutor ficou em branco. Quase uma fraçã o de segundo depois, a pata
moveu-se para apertar o botã o ativando os teletransportadores.
Robert sentiu o cabelo crescer na cabeça, o ar cheio de está tica. Sentiu um cheiro de
detergente de limã o e todos os Quevvils desapareceram.
As cabeças de todos os restantes se viraram para olhar quando a porta da sala caiu no chã o.
Pela porta caíram o Sr. Nkomo, a Sra. Nkomo, o Sr. Snow, Rachel Goldberg, o Sr. Johnson,
Anne ou algo assim.

outro, Tim Breeley e a japonesa, impulsionados para a frente por seu impulso, cada um com
um disruptor amarrado ao peito.
As luzes amarelas das cabines de teletransporte se apagaram.
Cada tela, dial e leitura na sala morreram instantaneamente.
E, por um momento, houve silêncio.
Entã o, 'Acho que todos os seus companheiros acabaram de ser atomizados', disse o Doutor
aos dois Quevvils restantes. — Pode ser uma boa ideia você se render agora.
De volta à Terra, o ú nico jogador restante de Death to Mantodeans balançou seu controle,
tentou bater no console de jogos e ligou e desligou a TV algumas vezes. Nada parecia
funcionar. Olhou para o reló gio e viu que era meia-noite. Há quanto tempo ele jogava
aquele jogo? Ele percebeu que estava realmente com muita fome e cansado agora. Além
disso, nã o era para ser ruim para os olhos?
Ele pegaria um sanduíche, iria para a cama e talvez tentasse o jogo novamente pela manhã .
Pode ter se resolvido até entã o.
E a 160 quilô metros de distâ ncia, um homem que concordou em pagar £ 500 por algo que o
livraria de sua esposa de uma vez por todas, se revirava na cama, imaginando se havia
cometido um erro terrível, imaginando se havia cometido um erro terrível. foi roubado,
imaginando se a passagem prometida algum dia chegaria, imaginando se ele realmente a
odiava tanto assim, afinal. . .
Robert estava se sentindo bastante atordoado. Ele nã o conseguia acreditar que o Doutor
tinha feito isso. “Tinha que fazer todo mundo atravessar o deserto primeiro, tinha que
arrastar as coisas o tempo suficiente para eles conseguirem. Entã o tempo de fraçã o de
segundo', dissera o Doutor. 'Essas coisas só funcionam de muito perto. Tinha que estar
perto o suficiente para chegar aqui quando o teletransportador ainda estava em operaçã o,
enquanto os Quevvils ainda estavam fluindo pelo ar como seus á tomos componentes - mas
nã o tã o cedo que estragariam tudo assim que o sinal do disruptor fosse enviado . Entã o
teríamos apenas uma pilha de Quevvils raivosos em nossas mã os, e isso nã o seria bom para
ninguém. Ele sorriu entã o. 'Acho que o Mickey nã o é tã o inú til 167
afinal.' Ele levou um dedo aos lá bios e sibilou para Robert: "Mas nã o diga a ele que eu disse
isso."
— Mas e quanto a Rose? disse Robert, mal ousando pensar no que poderia ter acontecido
com a garota maravilhosa.
O Doutor pareceu realmente solene por um segundo. Entã o ele deu uma espécie de meio
sorriso, um 'claro que está tudo bem, honestamente'. Ele olhou em volta para onde os
Nkomos estavam se abraçando, e Rachel e Daniel Goldberg estavam agarrados um ao outro
como se nunca fossem se soltar, e o Sr. Snow estava dizendo à Sra. estar escrevendo uma
carta com palavras fortes para a empresa.
'Eu nã o sabia se os disruptores derrubariam o sistema de controle,'
ele disse. 'Eu pensei que eles iriam - mas nã o tenho certeza. Um pouco assustado por estar
deixando Rose congelada no meio de um bando de Mantodeans.
Mas ela vai ficar bem.
— Mas e o bando de mantodeanos? perguntou Robert, que tinha visto a tela no instante
anterior ao corte do sinal. Ele esperava que isso fosse tudo o que havia sido cortado.
"Ela vai ficar bem", reiterou o médico. — Mas nã o faria mal ir ver. . . '
Todas as luzes morreram. Todos os zumbidos tecnoló gicos foram cortados.
"Crikey", sussurrou Rose. Ela disse para si mesma, em sua cabeça, mas ficou surpresa ao
ouvir o som sair de sua boca. Ela poderia falar novamente! Ela tentou mover um pé. Sim!
Ela poderia andar de novo!
Sua alegria foi ligeiramente atenuada pela percepçã o de que ela teria que sair desta sala
cheia de Mantodeans sem nenhum daqueles superpoderes que o dispositivo de controle lhe
dera.
Esta sala cheia de Mantodeans – que estavam todos olhando para ela. 'O que é que você fez!'
gritou um. Rosa ficou surpresa. Ela nunca tinha ouvido um Mantodean falar antes, ela
estava assumindo que eles eram apenas monstros idiotas, bestas agindo por instinto. Quã o
estú pida ela tinha sido – como monstros estú pidos poderiam ter criado um labirinto como
este, e quebra-cabeças e armadilhas como aquelas que ela encontrou?
'Você pode falar!' ela disse.
Houve um silvo coletivo dos Mantodeans. 'Ele fala! Ele fala!'
168

O mantodeano que falou primeiro deu um passo à frente. 'Se ele fala, se nã o é um animal
mudo como os outros, entã o vai explicar por que nos fez isso, antes que esmaguemos seu
tó rax e ele nã o possa mais falar!'
"Espere um minuto", disse Rose. 'EU. . . Acho que tem havido muitos fios cruzados aqui.
Você pensava que os humanos eram animais, nó s pensá vamos que eram monstros. . . ' Isso
nã o parecia estar indo muito bem, entã o ela mudou de rumo. 'Olha, os Quevvils...' houve um
silvo dos mantodeanos, 'os Quevvils têm sequestrado meu povo, humanos, e os enviado
para cá para entrar em sua fortaleza. Eles nã o podiam entrar, mas desenvolveram esse
disruptor – ela bateu no peito – para que pudessem derrubar suas defesas e se
teletransportar. Ela olhou em volta. — Achei que já estariam aqui. Embora, obviamente, eu
esteja feliz que eles nã o estejam.
— Você é um aliado dos Quevvils? estalou um mantodeano.
'Nã o!' ela disse. 'Eles estã o nos forçando a fazer isso. Realmente forçando, entã o nã o
podíamos nos mover sozinhos, ou mesmo falar. Olha, nã o tem nada a ver comigo. Por favor,
se eu pudesse ir, nunca mais vou incomodá -lo. . .
Sinto muito pelo que aconteceu.
Mas o primeiro Mantodean estava vindo em sua direçã o, e suas mandíbulas estavam se
abrindo. 'Você trouxe esse 'disruptor' para o centro de nossa fortaleza!' disse. 'Você
destruiu toda a nossa tecnologia! Você derrubou todas as nossas defesas!
"Sinto muito", disse Rose, recuando, tentando desesperadamente ver se havia algum lugar
para onde correr. Mas os mantodeanos atrá s dela estavam se aproximando. E as
mandíbulas à sua frente estavam se abrindo cada vez mais, ficando cada vez mais pró ximas.
..
Foto!
As mandíbulas do Mantodean se fecharam.
Rose, para sua grande surpresa, ainda tinha cabeça. O disruptor, no entanto, agora estava a
seus pés, as tiras de aço agora cuidadosamente cortadas.
"Vamos estudar isso", disse o Mantodean. 'Vamos aprender a reverter o dano que ela
causou e vamos nos vingar dos Quevvils!'
Os Mantodeans começaram a se aglomerar em volta, pernas e tentá culos estendendo-se
para o disruptor, sugerindo esta ou aquela coisa para tentar. rosa 169

sussurrou: 'Entã o, posso ir agora?' e começou a recuar novamente sem esperar por uma
resposta. Estavam todos distraídos. Ela realmente deveria sair antes que eles começassem
a, por exemplo, notá -la novamente.
Maravilhosamente, a perda de energia afetou todas as portas, todas as armadilhas e
quebra-cabeças. Ela se sentiu feliz no começo, pensando que seria muito fá cil sair. Mas é
claro que nã o foi. A perda de energia também afetou todas as luzes. Quanto mais ela
pensava naquelas horas vagando pelo labirinto de tú neis, e que estava com o Doutor para
guiá -la. . . e como diabos ela iria superar todos aqueles buracos e coisas no escuro? Ela
estava em forma e era atlética, mas nã o era, por mais que gostaria de ser, a Mulher
Maravilha.
Ela pensou que a aventura havia acabado, mas talvez estivesse apenas começando.
170
Com pressa indecente, enquanto todos ainda tentavam chegar a um acordo com as coisas, o
Doutor se apressou em remover todos os discos de controle e, em seguida, resolveu o
sistema de teletransporte de volta à Terra –
'Consegues consertar isso?' Robert perguntou, assustado por estar fazendo o Doutor
parecer Bob, o Construtor - mas 'Sim, posso', foi a resposta, 'está em um circuito separado,
nã o se preocupe.' E o Doutor trouxe todos de volta para a Terra. Ele entã o começou a
quebrar os controles de teletransporte com uma grande chave inglesa.
Robert - que implorou, implorou e se comportou como um pirralho total para poder ficar
com o Doutor - ficou um pouco em pâ nico, mas o Doutor garantiu que ele havia dado tempo
suficiente para que todos se rematerializassem na Terra antes de destruir o
teletransportador.
'Você vai ter que ir para casa na minha nave', o Doutor disse a Robert.
E Robert nã o iria discutir isso.
Rose estava avançando com muito, muito cuidado por uma encosta muito, muito íngreme,
quando ouviu alguém chorando. 'Olá ?' ela gritou. 'Tem alguém ai?'
171

O choro parou, sufocado. 'Olá ?' disse a voz de uma mulher. 'Ah, estou aqui, estou aqui!'
Rose desceu o resto do caminho. Sua visã o noturna estava melhorando e ela pensou que
podia ver apenas a figura indistinta de uma mulher. 'Estou chegando!' ela chamou.
'Parar!' a mulher gritou de volta, virando-se para Rose em pâ nico.
Rose se esforçou para impedir que seus pés avançassem por sua pró pria vontade. No
escuro, ela nã o notou o buraco à sua frente.
Ela agarrou o braço da mulher. 'Obrigado!' ela disse. — Eu teria entrado imediatamente!
Parecia que a mulher deu um meio sorriso. "Nã o me agradeça ainda", disse ela. — Acho que
estamos presos.
Rosa se virou. Atrá s deles estava a encosta íngreme. Forte o suficiente para deslizar para
baixo. Impossível subir. Na frente deles estava o poço.
E nã o havia outra saída.
A caixa pode dizer 'Police Public Call Box' do lado de fora, mas o Doutor disse a ele que era
apenas para disfarçar. Era um disfarce e tanto!
Porque dentro, dentro da nave. . .
Robert achou que seus olhos iam explodir enquanto tentava assimilar tudo.
"Esta é a sua nave espacial?" ele disse. 'Realmente? Realmente pertence a você?
"Uh-huh", disse o Doutor casualmente, mas deu a Robert um enorme sorriso.
'Brilhante, nã o é?!'
— E você e Rose. . . ?
'Viajar pelo universo fazendo boas açõ es, sim. Bem, e se divertindo um pouco. À s vezes.'
'Entã o ela é realmente. . . tipo, seu assistente. Como Robin, ou algo assim.
O Doutor bufou. 'Assistente? Rosa, certo? Ela viaja comigo.
Na minha má quina do tempo. Você pensaria que eu seria o chefe, sim? Okay, certo.
Houve momentos em que eu nã o teria me importado com uma daquelas caixinhas de prata,
eu lhe digo - isso tornaria as coisas muito mais fá ceis. . . '
Mas Robert nã o estava mais ouvindo. Sua atençã o foi bem e verdadeiramente atraída por
algo no início do discurso do Doutor. ' Má quina do tempo .'
172

O Doutor bufou de novo, mas também estava sorrindo de novo. 'Sim, sim, eu posso levá -lo
aos cantos mais distantes do universo, eu digo, ao infinito e além, e todo mundo sempre diz,
oh, isso é legal, isso é bom, mas assim que eu menciono isso também viaja no tempo . . . ' Ele
apertou um interruptor neste cogumelo brilhante incrivelmente bizarro gigante no meio da
fantá stica sala de controle. 'Rose era a mesma coisa. E falando de Rose. . . '
— Mas como vamos encontrá -la? perguntou Roberto.
'Ah, a TARDIS vai conseguir, agora o campo de força caiu', disse o Doutor. – Nã o consigo
entender por quê, mas ela parece ter se apaixonado por aquela garota.
E ele puxou uma alavanca, e a sala de repente foi inundada com luz verde. 'Estavam fora!'
disse o Doutor. E Robert achou que foi a coisa mais emocionante que lhe aconteceu em toda
a sua vida.
Rose estava se perguntando se ela poderia encontrar uma maneira de fazer a chave de
fenda sô nica derreter a pedra, para que ela pudesse fazer apoios para as mã os na lateral do
poço, ver se havia alguma saída no fundo. Parecia um plano estú pido e impraticá vel, mas
era o ú nico que ela tinha no momento, além do ainda mais inú til de fazer uma corda muito
longa com todas as roupas. Para começar, quase certamente nã o seria longo o suficiente,
para outro, eles estariam correndo de cuecas e, para um terceiro, os tecidos frá geis
provavelmente nã o suportariam o peso de qualquer maneira. Pena que nã o dizia na
etiqueta interna – 100% algodã o, lavar a 40 graus, nã o secar na má quina, suporta até
500kg.
A nova amiga de Rose, cujo nome era Daisy, sentou-se em silêncio enquanto Rose expunha
seus vá rios esquemas e teorias. Ela ainda parecia em estado de choque.
Ela perguntou a Rose quem mais havia saído
lá , e Rose contou a ela sobre todos que ela encontrou na fortaleza. Ela esperava que todos
tivessem saído. Daisy achava que nã o conhecia nenhum deles além de Tim Breeley. "Mas
acho que já estou lá há muito tempo", disse ela. 'Parou uma ou duas vezes, mas sempre
recomeçou.'
"Você teve sorte", disse Rose.
173

Daisy sorriu tristemente. 'Sortudo? Talvez. Mas isso era todo mundo? Eles passaram pelas
pessoas muito rapidamente. Portanto, ninguém mais pode ter sobrevivido desde o
momento em que entrei. . Espero. . . ' Lá grimas escorriam por suas bochechas. 'Foi tã o
difícil, só eu e ele, seu pai nã o queria saber, tem sido tã o difícil sobreviver, mas eu tentei
tanto. . . Eu o amava muito e sei que adolescentes devem ser difíceis, mas ele parece se
ressentir muito de mim. . . Mas eu teria feito qualquer coisa por ele, qualquer coisa. . . E
você tenta protegê-los do sarampo e da caxumba e correr para a estrada e brincar com
fó sforos, mas você nã o pode protegê-los de coisas assim, coisas que você nã o sabia, coisas
que você nunca teria acreditado que fossem real. . . '
Rose sentou-se ao lado dela e estendeu a mã o para ela. — Você teve um filho?
'Meus pequenos Bobbles.' Ela tentou rir. — Ele odiava que eu o chamasse assim. “Mã e”,
dizia ele, “meu nome é Robert”. . . '
Rosa deu um pulo. Ela tinha sido tã o estú pida. A mulher só havia perguntado sobre as
pessoas na fortaleza, ela nã o tinha pensado em mencionar as pessoas na base dos Quevvils.
Obviamente, Daisy nã o ousara esperar que ele tivesse ficado ali tanto tempo. 'Margarida,
está tudo bem!' ela chorou. 'Robert's...'
Mas ela foi abafada por um som que nã o era apenas mú sica para seus ouvidos, era a mú sica
mais maravilhosa de todas, era a maior sinfonia já escrita, executada pela melhor orquestra
do mundo. Era o som da TARDIS.
Rose teve que agarrar Daisy, que começou a recuar de espanto e medo, esquecendo – ou
nã o se importando mais – que havia um poço muito fundo atrá s. E entã o, de repente, lá
estava a TARDIS na frente deles, sua luz piscando banindo a escuridã o, banindo o medo
deles.
A porta se abriu. Um jovem colocou a cabeça para fora - e viu Daisy.
'Bobinhos!' ela gritou. 'Oh, minha querida, minha querida!'
O rapaz suportou seu enorme abraço com bastante má graça.
'Mã e', ele disse, 'meu nome é Robert.'
Entã o o Doutor apareceu, ainda o mesmo de sempre, sorrindo.
'Grupo de resgate!' ele disse.
Ele se virou para Daisy e parecia estar olhando para ela. Rose tossiu, incisivamente.
174

- Esta é a sua mã e, entã o? ele disse a Robert. 'Engraçado, isso. Ela nã o é realmente como eu
a imaginei pela sua descriçã o. . . '
Robert deu de ombros e fez uma careta.
"Olá ", disse o Doutor a Daisy, estendendo a mã o. 'Eu sou o Doutor.'
Ela agarrou a mã o dele com as duas dela, agradecendo saindo de sua boca. Demorou um
pouco para o Doutor se desvencilhar. Entã o ele se virou para Rose. 'Aí está você entã o.
Tudo bem?'
"Sim", disse ela. 'Estou bem.'
Eles foram para a TARDIS.
Eu não teria conseguido sem você, Robert. Você realmente é especial. Você realmente é um
Escolhido. Alguns podem até chamá-lo de herói.
Obrigado, doutor. Mas não foi nada.
Ah, Roberto. Você foi maravilhoso. Você salvou minha vida, realmente você salvou.
Doutor. . .
Sim, Rosa?
Você está pensando o que eu estou pensando?
Acho que sim, Rosa. Robert – você nos daria a grande honra de ficar com a gente? Viajando
pelo universo conosco? Fazendo o bem e se divertindo. Isso é o que fazemos. Isso é o que nós
três faremos.
É isso que você quer dizer? Realmente? Eu, viajar com você? Com você e Rose? Ser o herói,
sendo o especial? Claro que eu. . .
Mas aí está sua mã e, agora. Olha como ela estava chateada. E ela saberia tudo sobre isso. Ela
pode até querer ir com você. Você nã o pode levar sua mã e em uma aventura. Nã o é assim
que funciona, nã o está certo.
E o Doutor nã o vai perguntar a você. E você nã o pode perguntar a ele, porque você nã o
suportaria se ele dissesse nã o. Você ficaria tã o mortificado e 'mortificado'
realmente significa 'morto' e você teria que se matar.
E há apenas vocês dois, você e sua mã e. E você realmente nã o poderia deixá -la sozinha. Na
verdade.
Agora os quatro estavam voltando para a Terra. Rose, a garota maravilhosa, parecia um
pouco quieta. Ele a imaginara mais feliz, 175

mais saltitante. Mas entã o talvez ela fosse, normalmente. Prendendo a respiraçã o, sem
acreditar no que estava fazendo, ele foi até ela.
"Olá ", disse ele. "Eu sou Robert." Estú pido estú pido! Ela já sabia disso!
“Olá , Robert”, ela disse, sorrindo e fazendo seu coraçã o pular como um ioiô .
'Você é. . . você está bem?' Ele perguntou a ela.
Ela acenou com a mã o. 'Sim. Sim eu estou bem. O médico livrou-se de tudo aquilo de dentro
de mim, de todas as partes que entravam nos meus nervos.
Houve silêncio. Robert tentou desesperadamente pensar em algo para dizer, algo
espirituoso e encantador, algo para mostrar que ele se sentia perfeitamente à vontade na
companhia dela e talvez eles pudessem ser amigos. . .
Ele ainda nã o havia pensado em nada quando Rose voltou a falar. 'Bem, talvez eu nã o esteja
bem. Você... você tinha uma daquelas coisas presas na cabeça, nã o é?
Robert disse a ela que sim, ele tinha. Mas nã o um que tinha sido ativado. Nã o uma que o
obrigasse a fazer coisas.
"Foi horrível", disse ela. 'Nã o estar no controle. Faz você pensar, no entanto. Faz você se
perguntar se está vivendo assim, de qualquer maneira.
Roberto ficou boquiaberto. 'Mas você está dando a volta ao universo salvando-o!'
Ela deu de ombros. 'Okay, certo. Mas eu sou apenas Robin. E nã o quero dizer que tenho
uma queda por meias e cuecas por fora.
Robert tentou nã o pensar na calcinha de Rose. Mas lembrou-se do que o Doutor havia dito
quando sugeriu a mesma coisa.
– Na verdade, nem sou Robin – disse Rose. 'Sou mais Lois Lane. Ele -'
ela acenou com a cabeça para o Doutor, que estava ocupado no console – 'vai ser o super-
heró i. Eu posso ser resgatado.'
'Isto é o que você pensa?' perguntou Roberto.
'É o que eu sei', ela respondeu.
Robert sorriu. "Engraçado que ele nã o saiba disso", disse ele.
A boca de Rose caiu aberta. — Ele está falando sobre mim?
— Pode ser — disse Robert, mal ousando acreditar que estava realmente provocando a
garota maravilhosa. — Posso ter dito uma ou duas coisas. E ainda 176

mal acreditando em sua pró pria coragem diante da beleza extrema, ele apenas riu e se
recusou a dizer mais nada.
Eles pousaram em Powell Estate, em frente ao Chinese e ao clube juvenil, e Rose nã o ficou
nem um pouco surpresa. O lugar estava deserto, no entanto - o ú ltimo dos noturnos tinha
ido para a cama, e os madrugadores ainda nã o haviam acordado. Era aquela hora
deprimente no início da manhã , onde as ú nicas pessoas eram leiteiros, policiais – e
viajantes do tempo.
Ela explicou a Daisy e Robert onde eles estavam. "Nã o haverá ô nibus por uma ou duas
horas, eu nã o acho", disse ela. Mas Daisy disse que estava tudo bem; eles encontrariam um
ô nibus noturno, ou caminhariam, ou pegariam um tá xi, ou algo assim. Robert parecia estar
prestes a protestar, nã o queria ir, mas Daisy permaneceu firme, e apenas um ou dois
minutos depois que a TARDIS pousou, os dois estavam indo embora juntos, Robert se
livrando do braço protetor de Daisy. Rose reprimiu o riso, refletindo sobre o quã o irritante
ela achava sua pró pria mã e apenas alguns anos atrá s. Bem, e muitos dias desde entã o, mas
de uma maneira diferente. O rapaz nã o parava de olhar para ela, e ela sabia por quê, entã o
ela sorriu e acenou em despedida.
Eles foram embora juntos, o menino e sua mã e. Rose parecia triste por vê-los partir, entã o
Robert continuou olhando para trá s, tentando tranqü ilizá -la.
Mas ela não aguentou e veio correndo atrás dele.
— Por favor, não vá, Robert — disse ela. 'Por favor, fique comigo. Conosco. vai seja ótimo, nós
três juntos, sendo heróis no universo.'
E Robert queria ficar com ela, queria voltar, queria mais do que qualquer outra coisa. Mas ele
sabia que não podia. Então ele disse: 'eu sou Desculpe, Rosa. Eu tenho que ficar aqui. Tenho
que cuidar da minha mãe. Ele sorriu.
'Tenho que ser um herói sozinho, aqui na Terra.'
E embora ela ainda parecesse um pouco triste, ela sorriu e disse: 'Eu entendo. Você está
fazendo a coisa certa.
E ele sabia que era.
Ele se virou para a mã e e disse, rispidamente, tropeçando um pouco nas palavras: 'Estou
feliz que você esteja bem. Estou feliz por eles nã o terem machucado você.
177

E ela deu a ele um olhar cheio de sol, iluminando o mundo.


Entã o, juntos, felizes, eles foram para casa.
Rose parou de acenar quando Robert e Daisy viraram a esquina e desapareceram de vista.
Ela olhou para o Doutor e suspirou. — Suponhamos que seja melhor ficarmos por aqui até
de manhã . Vá e veja todos.
Agradeça ao Mickey por salvar o dia e tudo mais. Certifique-se de que ele devolveu a cesta
de compras à Sra. Burton. Coisas assim.'
O Doutor parecia horrorizado. 'Diga ao Mickey, o idiota, que ele salvou o dia? Por que você
quer fazer isso?
— Você disse que sim! Você me contou tudo!
Ele balançou sua cabeça. 'Nã o, eu nã o fiz. Nã o disse nada do tipo. Eu disse que ele foi de
alguma utilidade, e pelo menos ele nã o estragou tudo como de costume.
— Você poderia dizer isso a ele entã o — disse ela. — É um grande elogio vindo de você.
Mas ele parecia bastante alarmado.
"E depois há a minha mã e", disse ela. 'Preciso ligar para o hospital, saber como ela está .'
Ela olhou para Bucknall House, no alto de seu apartamento.
Havia uma luz acesa na janela.
'Mamã e disse que Darren Pye roubou as chaves dela!' ela disse. 'Temos ladrõ es!' E ela saiu
correndo.
Rose entrou no apartamento o mais silenciosamente que pô de. O Doutor vinha atrá s. Os
assaltantes nã o tiveram chance contra eles.
A luz vinha de debaixo da porta à sua direita. O quarto de sua mã e. Ela empurrou a porta,
pronta para gritar ou lutar ou berrar.
Mas lá dentro estava apenas sua mã e, dormindo. Os hematomas em seu rosto brilhavam
com cores vivas na iluminaçã o da lâ mpada, e o coraçã o de Rose se contorceu.
Ela ergueu a mã o para impedir que o Doutor avançasse e caminhou suavemente até a cama.
Mas ela deve ter feito algum barulho, porque os olhos de Jackie se abriram. Houve alarme
neles por um 178

momento, depois alívio e felicidade ao reconhecer Rose.


- Olá , querido - sussurrou ela.
"Olá , mamã e", disse Rose. — Eles deixaram você sair entã o? Ela nã o tinha pensado que eles
iriam, ainda nã o. Sua mã e parecia tã o horrível. Mas a sensaçã o de alívio, sabendo que nã o
tinha sido tã o ruim assim – foi avassaladora.
Jackie sorriu sonolenta. 'Milímetros. Disse que vou ficar bem. Apenas vá com calma. Ela
bocejou.
"Volte a dormir", disse Rose.
— Você ainda estará aqui de manhã ?
Rose se inclinou e beijou sua mã e gentilmente na testa.
"Nã o sei", disse ela. — Mas vejo você em breve, tanto faz.
Entã o, quando os olhos de Jackie se fecharam novamente, Rose saiu da sala.
O Doutor estava preparando uma xícara de chá na cozinha.
"Mamã e está dormindo", disse Rose, bocejando.
'Nã o é uma má ideia, eu
considerar. Eu tenho meu quarto e você pode ficar com o sofá .
O Doutor serviu-se de um biscoito. 'Sim, entã o talvez amanhã possamos ir alimentar os
patos no parque, ou talvez haja um bom filme na televisã o.'
Ela deu a ele um olhar duro. — Entã o você está me dizendo que nã o quer ficar por aqui.
"É chato", disse ele. 'Quem quer fazer coisas comuns como dormir, quando há um universo
para explorar? O que você prefere fazer, pegar quarenta piscadelas ou dar uma espiada
para dar uma olhada nas luas de Jú piter?
- Nã o sei - disse ela, provocando. — Nã o está muito frio lá em cima?
– Em algum lugar quente, entã o! ele disse. "Poderíamos observar a construçã o da Grande
Pirâ mide ou investigar o boato que ouvi sobre esse cientista maluco que tentou construir
robô s de amianto para colonizar o sol."
E todo o cansaço de Rose desapareceu enquanto ele falava. Ela olhou pela janela enquanto
o sol nascia em outro dia cinzento de Londres e pensou nas alternativas que o Doutor
estava oferecendo. E ela percebeu que, embora pudesse realmente ser a dona de seu
pró prio destino, à s vezes nã o havia muita escolha.
"Sim, tudo bem", disse ela.
Entã o, de braços dados, eles deixaram o apartamento e caminharam em direçã o ao futuro.
179
Reconhecimentos
Muito obrigado aos adorá veis Russell T Davies e Helen Raynor por serem tã o prestativos,
generosos, perspicazes e simplesmente fantá sticos. Ah, e por trazer de volta Doctor Who
tã o gloriosamente!
Justin Richards e Steve Cole, colegas autores e amigos muito queridos, foram brilhantes,
como sempre.
Nada teria sido possível sem o apoio da minha família, especialmente Nick, mamã e, papai e
Helen.
Agradeço também a David Bailey pela assistência técnica inestimá vel e entusiasmo sem
limites.
181

Sobre o autor
Jacqueline Rayner é uma autora e editora que passou quase sete anos trabalhando na série
de romances do Oitavo Doutor da BBC, mas - embora triste por vê-lo partir - foi inconstante
o suficiente para passar a adorar seu sucessor quase imediatamente.
Ela mora em Essex com dois gatos e um marido que está se aproximando do nível final de
Ratchet and Clank 3 . Se Ratchet ou Clank for real e estiver lendo isso, por favor, entre em
contato.
183
Resumo do Documento
 Cobrir
 Conteú do
 Pró logo
 UM
 DOIS
 TRÊ S
 QUATRO
 CINCO
 SEIS
 SETE
 OITO
 NOVE
 DEZ
 ONZE
 DOZE
 TREZE
 QUATORZE
 QUINZE
 DEZESSEIS
 DEZESSETE
 DEZOITO
 DEZENOVE
 VINTE
 VINTE E UM
 Reconhecimentos
 Sobre o autor

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