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A Leitura

na Sala
de Aula:
Oficinas pedagógicas
interdisciplinares para o
Ensino Fundamental
Anos Finais

Dannytza Serra Gomes


Francisco Rogiellyson da Silva Andrade
Mônica de Souza Serafim
Priscila Sandra Ramos de Lima
Organizadores
A Leitura
na Sala
de Aula:
Oficinas pedagógicas
interdisciplinares para o
Ensino Fundamental
Anos Finais

Dannytza Serra Gomes


Francisco Rogiellyson da Silva Andrade
Mônica de Souza Serafim
Priscila Sandra Ramos de Lima
Organizadores
Editora
Paula Perin

Comitê Editorial
Ana Paula Oliveira Santana (UFSC)
Aline Rodrigues Nogueira (URCA)
Aucélia Vieira Ramos (UFPI)
Dannytza Serra Gomes (UFC)
Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin (UFC)
Fabiana dos Santos Lima (IFCE)
Hérica Paiva Pereira (UFCG)
Maria João Broa Martins Marçalo (Universidade de Évora, Portugal)
Maria Lúcia de Souza Agra (URCA)
Palmira Virgínia Bahia Heine Alvarez (UEFS)
Sandra Maia Farias Vasconcelos (UFC)

Preparação dos originais e Dannytza Serra Gomes


Revisão Francisco Rogiellyson da Silva Andrade
Mônica de Souza Serafim
Priscila Sandra Ramos de Lima
Capa, projeto gráfico e Francisco Rafael Mota de Sousa
diagramação

Este material foi produzido gratuitamente e sua distribuição é livre, desde que citada a fonte.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
A Leitura na sala de aula [livro eletrônico] : Oficinas pedagógicas
interdisciplinares para o ensino fundamental anos finais / organizadores
Dannytza Serra Gomes... [et al.]. — Juazeiro do Norte, CE : Editora Perin,
2021.
PDF

Vários autores.
Outros organizadores : Francisco Rogiellyson da Silva Andrade, Mônica
de Souza Serafim, Priscila Sandra Ramos de Lima

Bibliografia

ISBN 978-65-994596-3-4

1. Compreensão na leitura 2. Interdisciplinaridade 3. Leitura 4. Leitura –


Estudo e ensino 5. Oficinas pedagógicas 6. Sala de aula – Direção I. Gomes,
Dannytza Serra. II. Andrade, Francisco Rogiellyson da Silva. III. Serafim,
Mônica de Souza. IV. Lima, Priscila Sandra Ramos de.

21-80268 CDD-418.4
Índices para catálogo sistemático:

1. Oficinas pedagógicas : Leitura : Linguística 418.4

Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427

Editora Perin
Rua Augusto Dias de Oliveira, 1554
Novo Juazeiro, CEP 63031-760
Juazeiro do Norte – CE
Telefone: +55 (88) 99851-9202
Sumário

Apresentação
Liliane Viana Lima 9
11
Se a aula é de leitura, todo mundo ensina junto: interdisciplinaridade
como caminho teórico-metodológico para o ensino de leitura no Ensino
Fundamental Anos Finais
Dannytza Serra Gomes, Francisco Rogiellyson da Silva Andrade,
Mônica de Souza Serafim e Priscila Sandra Ramos de Lima

Oficina 1: Língua Portuguesa e História


A leitura de textos multissemióticos e a Ditadura Militar
Larissa Ingrid Paiva, Maria de Fátima Lino Souza e
Maria de Sousa Macêdo
15
Oficina 2: Língua Portuguesa e História
As figuras de linguagem e a Ditadura Militar
Cinthia de Castro Medeiros, Clara Samiry Coelho Maia,
Kariane dos Santos Pereira e Paulo Victor Maciel de Oliveira Melo
19
Oficina 3: Língua Portuguesa e História
Ditadura Militar no Brasil: reflexões musicais como recurso de
problematização da História
Alana Maria Veras de Assis, Fernando Antônio Neves de Lacerda,
Hudson Lopes da Silva e Tanara Dora Xavier de Sousa
23
Oficina 4: Língua Portuguesa e Geografia
Xilogravuras, literatura de cordel e a caatinga
Amanda Andrade de Menezes, Maria Flavyanne Pereira de Sousa e
Karinne Brito Sousa
26
Oficina 5: Língua Portuguesa e Geografia

29
A colonialidade que nos concerne e a leitura literária
Ana Kevyla Gomes de Sousa, Lidiane Pereira Rodrigues e
Yuri Barbosa da Silva

Oficina 6: Língua Portuguesa e Geografia


A seca como fenômeno geográfico e social: reflexões artístico-literárias
Amanda de Lima Aureliano, Tainá Veras Cavalcante Pinheiro e
Thomas Yuri de Freitas Silva
33
Oficina 7: Língua Portuguesa e Religião
Diferentes visões de mundo, moral e ética
Larissa Ferreira da Nóbrega, Mateus da Silva Páscoa e
Mayrla Thalia Sousa Arruda
37
Oficina 8: Língua Portuguesa e Religião
Chuta que é preconceito religioso: reflexões poéticas nas aulas de Língua
Portuguesa e Religião
Nayara Cavalcante Gois e Aless Jordan Linhares Caetano
39
43
Oficina 9: Língua Portuguesa e Religião
Analogia e parábola: leitura nas aulas de Língua Portuguesa e de Religião
Deorge Lucas Lopes Martins e Lucas Moraes Feitosa

Oficina 10: Língua Portuguesa e Educação Física

47
Literatura e meditação na escola
Antônio Lucas Gomes Rodrigues, Kailane da Silva Brito e
Maria da Conceição Mota Ferreira Campelo

Oficina 11: Língua Portuguesa e Educação Física


Luta e violência não andam juntas: é hora de ler reportagens e mangás
nas aulas de Língua Portuguesa e de Educação Física
Letícia Araújo da Silva e Camila Almeida da Silva
51
57
Oficina 12: Língua Portuguesa e Educação Física
Combatendo o sedentarismo nas aulas de leitura
Bruna Lourenço Ferreira e Willamy Matos dos Santos

Oficina 13: Língua Portuguesa e Artes


Literatura de cordel e xilogravuras: uma leitura multissemiótica
José Armando Araújo Pires Neto, Priscila Matias Moreira e
Thalia Aparecida Sousa Martins
61
67
Oficina 14: Língua Portuguesa e Artes
Expressões artísticas teatrais no ensino de leitura
Adriano Lira da Silva, Lucas Lira da Silva e Sara Lira da Silva

Oficina 15: Língua Portuguesa e Artes

73
O Brasil representado na arte: leitura de telas modernistas
Ana Beatriz Holanda Siqueira Barros, Beatriz de Paula Silva,
Biatriz de Moura Tavares e Raquel Nunes Cavalcanti

Oficina 16: Língua Portuguesa e Matemática

76
A leitura do texto literário e as operações matemáticas
Ashley Evelyn Reátegui Saraiva, Fernanda Steffany do Nascimento
Chrisóstomo e Jean Matheus de Souza Rocha

Oficina 17: Língua Portuguesa e Matemática


O poema e a Matemática: uma mistura que dá certo!
Giulia Lara Frota Lima, José Gabriel Carvalho da Silva e
Francisca Marcilene Aguiar da Silva
81
84
Oficina 18: Língua Portuguesa e Matemática
Porcentagem e reportagem andam juntas nas aulas de leitura
Maria Crislane de Paula Cavalcante, Maria do Socorro Moura Rodrigues e
Vitor Barbosa do Nascimento

Oficina 19: Língua Portuguesa e Matemática

89
Infográficos: reflexões verbo-numérico-visuais no ensino de leitura e de
letramento matemático
Abigail Oliveira Ferreira, José Felipe Matias dos Santos e
Paulo Alex Nascimento de Lima

Oficina 20: Língua Portuguesa e Ciências

95
A leitura de textos multissemióticos e as misturas homogêneas e
heterogêneas: tudo junto e misturado!
André Brito da Silva, Francisco José Gomes de Sousa,
Letícia Teixeira Lobo Rodrigues e Luan de Aguiar Vieira

Oficina 21: Língua Portuguesa e Ciências


Se tomar vacina vira jacaré? – Formando detetives de fakenews nas aulas
de leitura
Miguel Araújo Sousa Peres e Suyanne Teófilo Prado Peres
101
Oficina 22: Língua Portuguesa e Ciências
Sou magro, então sou saudável; sou gordo, então sou doente? –
Aprendendo a diferenciar padrões estéticos de hábitos alimentares
Natasha Ravenna Vale da Silva
104
Apresentação
Liliane Viana Lima
Coordenadora Escolar - CAIC Raimundo Gomes de Carvalho/SEDUC-CE
Doutoranda em Linguística - Universidade Federal do Ceará

Apresentar uma obra como esta é uma missão complexa e, justamente por isso, grati-
ficante, pois este é um dos momentos em que observamos a universidade olhando para fo-
ra de seus muros e observando a realidade à sua volta para, assim, produzir conhecimento
com a finalidade de sanar lacunas existentes na sociedade. O livro A leitura na sala de au-
la: oficinas pedagógicas interdisciplinares para o ensino fundamental anos finais possui co-
mo objetivo principal exatamente permitir que estudantes de licenciatura possam refletir
acerca da práxis docente na educação básica e, com seus escritos organizados nesta obra,
tentar amenizar a ausência de um ponto de partida de como os professores que lecionam
nos anos finais do ensino fundamental podem trabalhar a língua portuguesa em parceria
com diversos componentes curriculares por meio de oficinas.
Essa noção de interdisciplinaridade no ensino da leitura corrobora com a noção de
Kerwald (1998, p. 24), de que ler é atribuir significados, relacionando o texto com outros
textos na busca da sua compreensão, dos seus sentidos e de outras possíveis leituras. Tal
leitura só é possível com a articulação de conhecimentos diversos, permitindo ao aluno
não apenas decodificar um texto, mas sim o aprendizado por meio do letramento, o envol-
vimento de um “conjunto de conhecimentos, atitudes e capacidades envolvidos no uso da
língua em práticas sociais e necessários para uma participação ativa e competente na socie-
dade escrita” (SOARES; BATISTA, 2005, p. 50). Estas ideias entram em consonância com
os documentos oficiais, de modo que a BNCC (2018) intenciona superar a fragmentação
das políticas públicas por todo o país ao lançar uma organização comum das aprendizagens
essenciais aos estudantes da educação básica. Esta obra aqui apresentada torna-se, na ver-
dade, um de seus instrumentos para que sejam colocadas em prática as premissas da legis-
lação educacional vigente para a educação básica.
Sabemos das dificuldades existentes nos sistemas de ensino brasileiro, sobretudo na
educação pública, em que fatores internos, como as condições insuficientes de os professo-
res colocarem em prática suas ações pedagógicas, salas de aula numerosas e com estrutu-
ras questionáveis, pouco tempo de planejamento e, por vezes seccionado, não havendo
momentos de planejar com professores de outras áreas do conhecimento, entre outros inú-
meros assuntos, acabaram se amplificando em razão da pandemia mundial do vírus Covid-
19. Consequentemente, as deficiências existentes no método tradicional de ensino foram
ainda mais evidenciadas e a necessidade urgente de o professor reinventar a sua prática
pedagógica a fim de obter uma aprendizagem ao mesmo tempo essencial e efetiva de seus
educandos tornou-se urgente e necessária.

9
Por isso, especialmente em relação ao nosso contexto atual de metamorfose pelo qual
a nossa educação básica está passando, é de importância fundamental a presença de um
material que auxilie professores de diversas disciplinas dos anos finais do ensino funda-
mental a ultrapassarem as barreiras de seus saberes e trabalharem com temas transversais
e em parcerias interdisciplinares.
Este livro é um compêndio de oficinas produzidas pelos cursistas da disciplina Está-
gio em Ensino de Leitura, durante o semestre 2021.1, do curso de Letras, da Universidade
Federal do Ceará, sob a supervisão e organização das professoras doutoras Dannytza Serra
Gomes e Mônica de Souza Serafim, e dos doutorandos Francisco Rogiellyson da Silva An-
drade e Priscila Sandra Ramos de Lima. Sua divisão é composta por 22 oficinas divididas
em quatro blocos temáticos, a fim de mostrar que é possível o componente curricular Lín-
gua Portuguesa operar ativamente com todas as outras áreas de conhecimento dos anos fi-
nais do ensino fundamental. As oficinas 1 a 9 trabalham a interdisciplinaridade entre lín-
gua portuguesa e ciências humanas por meio de temas como Ditadura Militar, moral e éti-
ca; as oficinas 10 a 12 retratam como trazer temas transversais para serem utilizados com
as outras disciplinas da própria área de Linguagens e Códigos, buscando eixos temáticos
como meditação, arte popular, teatro, entre outros temas.
As oficinas 16 a 19 mostram que é perfeitamente possível unir Língua Portuguesa e
Matemática em um mesmo eixo temático, seja por meio do incentivo à leitura de textos
literários e identificação de aspectos matemáticos oriundos deles, seja por interpretação
de dados numéricos em textos jornalísticos. Por fim, as oficinas 20 a 22 revelam a união
entre Língua Portuguesa e Ciências, trazendo temas de vivência atual na vida dos alunos,
como a onda de fakenews.
Após esta breve explanação, pretendemos trazer aos gestores da educação e aos pro-
fessores a consciência de que não estamos sozinhos dentro das ilhas de nossas próprias
disciplinas; sempre podemos contar uns com os outros, compartilhar temas e, por que não,
trabalhar juntos no decorrer do ano letivo em atividades comuns de sala de aula. Por isso,
esta obra dedica-se a auxiliar o professor no planejamento das aulas e, juntamente com
seus pares, utilizar as oficinas aqui propostas para que, a partir delas, possamos imbuir
nos discentes o desejo de aprender, a autonomia do pensamento crítico e o aprofundamen-
to em letramentos diversos.

Referências

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2018.

KEHRWALD, I. Ler e escrever em artes visuais. In: NEVES, I. et al. (Orgs.). Ler e escrever:
compromisso de todas as áreas. Porto Alegre: UFRGS Editora, 1998.

SOARES, M.; BATISTA, A. Alfabetização e letramento: caderno do professor. Belo Hori-


zonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005.

10
Introdução
Se a aula é de leitura, todo mundo ensina junto:
interdisciplinaridade como caminho teórico-metodológico para o
ensino de leitura no Ensino Fundamental Anos Finais

Dannytza Serra Gomes


Francisco Rogiellysson da Silva Andrade
Mônica de Souza Serafim
Priscila Sandra Ramos de Lima

A leitura é responsabilidade de todos! Embora pareça uma afirmação óbvia, ainda se


proclama o discurso de que os problemas de letramento enfrentados por professores de
outras disciplinas são resultado de um fracasso do ensino de língua materna. Ao contrário
disso, se concordamos com Street (2014) de que o letramento é um fenômeno dêitico, é
bem verdade que as diferentes esferas de circulação dos discursos organizam seu conheci-
mento de maneira diferente, vide, por exemplo, a própria metalinguagem: a palavra “fun-
ção”, em Matemática, não adquire o mesmo significado que em Biologia, portanto, embora,
de fato, o professor de Língua Portuguesa tenha a responsabilidade de refinar as habilida-
des e competências de letramento dos estudantes para os diversos gêneros discursivos da vi-
da social, os professores de outras disciplinas necessitam assumir conscientemente sua res-
ponsabilidade na análise crítica dos textos decorrentes de seus componentes curriculares.
Já em 1999, Neves et al. organizaram obra que se tornou clássica ao destacar o papel
dos demais componentes curriculares na formação de leitores e de escritores. Anteriormen-
te, em 1987, Alliende e Condemarín apresentavam um capítulo de livro sugerindo de que
maneira professores de outras disciplinas que não a de língua materna poderiam refinar
habilidades de letramento dos estudantes em seus componentes curriculares. Mais recen-
temente, Mustifaga e Goettms (2008) atualizaram e amplificaram a discussão de suas pre-
decessoras apontando os gêneros, as questões de análise e as práticas pedagógicas que po-
tencialmente dirimiriam as dificuldades de leitura dos estudantes nos diferentes componen-
tes curriculares.
Com esse apanhado, visualiza-se que a discussão não é nova, mas ainda carece de
esforço e de formação inicial e continuada que possa orientar melhor os professores. Mais
que isso, é preciso analisar criticamente a realidade: o tempo de planejamento docente
ainda é insuficiente para as inúmeras demandas lhes exigidas, além de não haver momen-
tos concomitantes com colegas de outras áreas; em consequência disso, é de surpreender
escolas cujos professores conseguem superar esses obstáculos e efetivar projetos de ensino

11
interdisciplinares. Mais profundo que isso, Paulo Freire (2003 e, em coautoria com Mace-
do, 1994) e Foucambert (1994) observam que essa dificuldade de ensinar a leitura na esco-
la nada tem de irrefletido: é consequência de um projeto neoliberal de não formação efetiva
de leitores; uma vez que a leitura é prática social capaz de conferir ao leitor criticidade pa-
ra/sobre/com o mundo, torna-se muito perigoso, numa sociedade baseada na desigualdade
social e no capitalismo opressor, formar cidadãos capazes de problematizar.
Tendo em vista as questões de tempo e as circunstâncias histórico-sociais que atraves-
sam o ensino, tivemos a ideia desta organização. Como formação inicial, estudantes de li-
cenciatura em Letras da Universidade Federal do Ceará, no período letivo 2021.1, tiveram
a oportunidade de projetar propostas pedagógicas para a prática de sala de aula no Estágio
em Ensino de Leitura, componente curricular obrigatório do curso; como formação conti-
nuada, os leitores a quem o livro se dirige poderão, com seus pares, utilizar as oficinas aqui
propostas em suas aulas de leitura, ao lado de seus colegas de outras áreas.
Além de ser projeto de formação inicial e continuada de professores, este livro se con-
figura como ação articulada com a Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2018).
Além de todas as propostas terem sido planejadas à luz das habilidades propostas pelo re-
ferido documento, a preocupação interdisciplinar de não enclausurar os conhecimentos
e, portanto, os acontecimentos da vida humana como disciplinadamente estanques é cen-
tral para a BNCC (BRASIL, 2018).
Na verdade, vale ressaltar que, ao assistir às apresentações realizadas pelos autores
das oficinas, percebemos que, se escolhemos a interdisciplinaridade como mola propulso-
ra do ensino de leitura, por consequência, a transdisciplinaridade, ou seja, a reflexão sobre
temas transversais a partir dos diferentes enfoques analíticos das áreas do conhecimento
vem a reboque. Como será possível observar, as oficinas propostas não somente unem com-
ponentes curriculares, mas, para além disso, também elegem temáticas caras à vivência na
sociedade atual com o fito de problematizá-las.
Assim, temas como ditadura e repressão política, manipulação por fakenews, padrões
estéticos e saúde, desigualdade social em espaços de seca, manipulação de dados e estatís-
ticas, estereótipos esportivos, sedentarismo, (de)colonialidade, preconceito religioso, proje-
tos de futuro são alguns dos temas que atravessam as oficinas apresentadas. Ao serem ana-
lisados em diferentes gêneros discursivos, como canções, peças teatrais, notícias, infográfi-
cos, reportagens, poemas, postagens de redes sociais, romances, mapas, parábolas etc., sob
a lente reflexiva das habilidades concernentes a cada área do conhecimento, o processo de
leitura se enriquece, porque, além de ser motivo de refinamento de habilidades de leitura,
dá sentido aos objetos de conhecimento das disciplinas, por vezes trabalhados descontex-
tualizadamente.
Além disso, a pandemia do novo coronavírus, desde fevereiro de 2020, vem nos ensi-
nando muito e enfraquecendo as bases com as quais estávamos tão acostumados. Em fun-
ção disso, as oficinas foram pensadas para serem oficializadas em contextos presenciais,
remotos e híbridos. O objetivo disso é não engessar as práticas de ensino e, nessa conjun-
tura, mesmo em circunstâncias adversas, nunca perder de vista o objetivo de formação de
leitores.
Por fim, este ebook possui uma série de anexos, com textos, atividades, apontamentos
reflexivos, tudo preparado pelos autores das oficinas. Resolvemos, então, disponibilizar os
anexos em um arquivo separado, que pode ser baixado pelos leitores e editado conforme

12
adequação aos objetivos traçados para cada realidade escolar. Para acessar os anexos das
oficinas, basta escanear o QR code disponível a seguir.

Um empreendimento dessa natureza, portanto, resvala na compreensão de que, se que-


remos formar leitores, é preciso partir de seu mundo, ou seja, das questões problemáticas
de seu enredo experiencial, para que, assim, a leitura seja, como orientou Paulo Freire (2003
e, em coautoria com Macedo, 1994), a leitura da palavramundo. Só dessa forma o ensino
de leitura passa a ser visto como responsabilidade de todos e, assim, embora ainda tenha-
mos um currículo fragmentado, a partir das possibilidades que nos são dadas, efetiva-se
uma união que tem o fito de restituir à classe trabalhadora os objetos culturais a ela expur-
gados.
Avante, colegas: muito já foi feito; façamos mais!

Referências

ALLIEND, F.; CONDEMARÍN, M. A leitura nas diversas disciplinas. In: ALLIEND, F.; CON-
DEMARÍN, M. Leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Porto Alegre: Artes Médicas,
1987. p. 185-199.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2018.

FOUCAMBERT, J. A leitura em questão. Tradução de Bruno Charles Magne. Porto Alegre:


Artes Médicas, 1994.

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cor-
tez, 2003.

FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo leitura da palavra. São Paulo:
Paz e Terra, 1994.

MUSTIFAGA, M.; GOETTMS, J. Leitura significativa – prática em todas as disciplinas do


currículo escolar. Visão Global, Joaçaba, v. 11, n. 2, p. 195-216, jul./dez. 2008.

NEVES, I. et al. (Org.). Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. Porto Alegre: Ed.
UFRGS, 1999.

STREET, B. Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento,


na etnografia e na educação. Tradução de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola Editorial,
2014.

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14
Oficina 1
A leitura de textos multissemióticos
e a Ditadura Militar
Larissa Ingrid Paiva
Maria de Fátima Lino Souza
Maria de Sousa Macêdo

Série 9º ano

Tempo previsto 200 minutos (4 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e História
Interdisciplinar
Campo de
Jornalístico-midiático
atuação
Língua Portuguesa:
Leitura de textos multissemióticos (tirinhas, charges e vídeo de ani-
mação).
Conteúdo
História:
Ditadura Militar.
Língua Portuguesa:
(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos — tiri-
nhas, charges, memes, gifs etc. —, o efeito de humor, ironia e/ou
crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambí-
guas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.
(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais
circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorre-
Habilidades portagens, o fato ou a temática retratada e a perspectiva de aborda-
desenvolvidas gem; em entrevistas, os principais temas/subtemas abordados, expli-
(BNCC) cações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em
tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

História:
(EF09HI19) Identificar e compreender o processo que resultou na
ditadura civil-militar no Brasil e discutir a emergência de questões
relacionadas à memória e à justiça sobre os casos de violação dos di-
reitos humanos.
Projetor multimídia, computador, quadro, slides, livro didático, tiri-
Material
nhas e charges impressas.

15
Primeira aula (50 min)
1. Predição: Perguntar o que os estudantes sabem acerca da Ditadu-
ra militar, como: “O que vocês sabem acerca desse período?”,
“Quando começou e quando terminou a Ditadura no Brasil?”,
“Seus avós já falaram algo sobre esse período para vocês?” (10
minutos)
2. Iniciar a aula com uma música para introduzir o assunto que se-
rá abordado (Cálice, de Chico Buarque, disponível em:
bit.ly/3qGvKwf). Relacionar a letra dessa música à Ditadura Mili-
tar, como no trecho: “Pai, afasta de mim esse cálice”. (15 minu-
tos);
3. Apresentar um vídeo sobre a Ditadura Militar (Ditadura / Regime
Militar – Resumo desenhado, disponível em: bit.ly/3qEYPI7. (15
minutos)
4. Criar um mapa-mental, no quadro, de palavras que mais reme-
tem à Ditadura. Ex.: o professor chama alguns alunos para colo-
car as principais informações do vídeo no quadro, no estilo de
um mapa-mental. (10 minutos)

Segunda aula (50 min)


1. Predição: Perguntar o que os alunos recordam da aula passada,
como: “Agora, o que vem à cabeça de vocês quando pensam em
Passos para Ditadura Militar?”, “Quando começou a Ditadura?” (10 minutos)
aplicação 2. Explicar o contexto sócio-histórico da Ditadura Militar e a impor-
tância de recordar os crimes contra os direitos humanos e a ne-
cessidade de justiça, com o acompanhamento do livro didático.
(35 minutos)
3. Indicar como sugestão de leitura o livro 1964: do golpe à democra-
cia, de Angela Alonso e Miriam Dolhnikoff (cf. referência biblio-
gráfica). (5 minutos)

Terceira aula (50 min)


1. Orientar a turma para que formem grupos para realização de ati-
vidades. (5 minutos)
2. Aguardar que os alunos se dividam em grupos de até 4 pessoas.
(10 minutos)
3. Apresentar as tirinhas e charges para cada grupo, ouvindo a lei-
tura de cada equipe. As tirinhas e charges encontram-se disponí-
veis em: bit.ly/3qGu1a1, bit.ly/36owSLH, bit.ly/3AjFLnu,
bit.ly/2SH7ZHC, bit.ly/3w8Xo5T, bit.ly/3hejksd, bit.ly/3hd6MkX,
bit.ly/2V2loLk. (15 minutos)
4. Fornecer tempo para que cada grupo faça as interpretações e dis-
cutam entre si. (15 minutos)
5. Finalizar a aula com a sugestão de que eles conversem e leiam
mais acerca do tema em questão. (5 minutos)

16
Quarta aula (50 min)
1. Predição: Revisão do conteúdo estudado nas últimas três aulas.
Por exemplo: “Quais foram os presidentes na época da Ditadura-
Militar?”, “Quais foram as determinações do AI-5?” (10 minutos)
2. Organização da turma em grupos já pré-divididos. (5 minutos)
3. Realização das exposições de interpretações pelos alunos e obser-
vação por parte do professor (com objetivo de avaliar as interpre-
tações e desenvolvimento de ideias). (30 minutos) Observação:
Cada grupo terá 5 minutos para a apresentação; caso o aluno ex-
trapole o tempo previsto, convém ao professor intervir e alertá-lo.
4. Felicitações à turma pelo esforço e desempenho. (5 minutos)

Avaliação da O professor irá avaliar a interpretação dos alunos nas atividades de


aprendizagem charge e tirinha.

ALONSO, A.; DOLHNIKOFF, M. 1964: do golpe à democracia. São


Paulo: Hedra, 2015.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da


Educação, 2017.

Referências Chico Buarque - Cálice - Clip Ditadura. Vídeo feito por: Aramuni.
Youtube, 2008. Disponível em: bit.ly/3qGvKwf. Acesso em 8 jul.
2021.

DITADURA/REGIME MILITAR - Resumo Desenhado. Historiar-te.


Youtube, 2020. Disponível em: bit.ly/3qEYPI7. Acesso em 8 jul.
2021

17
18
Oficina 2
Figuras de linguagem
e a Ditadura Militar
Cinthia de Castro Medeiros
Clara Samiry Coelho Maia
Kariane dos Santos Pereira
Paulo Victor Maciel de Oliveira Melo

Série 9º ano

Tempo previsto 150 minutos (3 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e História
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-literário
atuação
Língua Portuguesa:
Figuras de linguagem e interpretação de textos.
Conteúdo
História:
Ditadura Militar.

Língua Portuguesa:
(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de
recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc.), se-
mânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráfico-espacial (dis-
tribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com
o texto verbal.
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação
entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e ci-
nésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz,
Habilidades as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos
desenvolvidas por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como
(BNCC) as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a
postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apre-
sentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos
gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de
figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personifica-
ção, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese
e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expres-
sões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações
subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores,
percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, per-
sonagens e ações próprias de cada gênero narrativo.

19
História:
(EF09HI20) Discutir os processos de resistência e as propostas de
reorganização da sociedade brasileira durante a ditadura civil-mili-
tar.

Material Lousa, pilotos, caixa de som, projetor e papel impresso.

1. Para iniciar a oficina, os professores responsáveis farão pergun-


tas para os alunos que funcionarão como uma introdução ao que
será trabalhado. Ressaltamos que, antes da oficina, os professo-
res devem entrar em contato com o(a) professor(a) de História,
verificando os assuntos estudados com relação à temática esco-
lhida:
▪ De acordo com os conhecimentos adquiridos na disciplina de histó-
ria, o que vocês compreendem por censura?
▪ Vocês gostam de músicas? Quais suas músicas favoritas?
▪ As músicas relatam acontecimentos da história?
▪ Vocês já ouviram falar sobre censura no meio musical? (Caso muitos
alunos fiquem em dúvida, os professores retomarão rapidamente o
que foi o processo de censura)
▪ Quando falamos em censura nesse meio, podemos ter algum perío-
do da História do Brasil como referência?
▪ Vocês sabiam que o processo de censura se deu em inúmeros meios
artísticos?

2. Após a discussão iniciada por meio dessas perguntas norteado-


ras, os alunos receberão as letras da canção escolhida e/ou proje-
tadas no slide. Antes de escutar a canção e analisar a letra, os
Passos para professores farão as seguintes perguntas:
aplicação ▪ Vocês conhecem o cantor Belchior?
▪ O que o título da canção nos diz?
Após os questionamentos e a breve discussão, os professores apre-
sentarão um rápido panorama sobre o cantor, especificando a
sua importância na música no período da Ditadura Militar. Em
seguida, os alunos escutarão a canção completa e discutirão so-
bre o que a canção diz. Para reforçar a discussão, os professores
farão alguns questionamentos, como:
▪ Qual trecho vocês acharam mais interessante?
▪ Qual o papel da juventude na canção de Belchior?
▪ Qual interpretação podemos fazer da letra?
Além disso, é importante que os professores abram um espaço
para que os alunos relacionem os ideais discutidos pela juven-
tude no período ditatorial com os ideais discutidos atualmente,
sejam eles sobre política ou outros assuntos (Com esse processo,
sugerimos que os ministrantes instiguem a percepção dos alunos
com outras músicas em um contexto “mais atual”).

3. Após a análise, os professores selecionarão trechos da canção que


apresentam figuras de linguagem, para que os alunos visualizem
como esse processo da linguagem contribuiu para expressão mu-

20
sical. Nesse momento, os professores utilizarão a lousa para sepa-
rar e explicar cada figura e fazer anotações necessárias.

4. Ao final da aula, os professores explicarão a atividade final. Se-


rão apresentadas aos alunos 10 músicas compostas no período
ditatorial brasileiro, serão elas:
1. Apesar de Você - Chico Buarque;
2. Domingo no parque - Gilberto Gil e Os Mutantes;
3. Para não dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré;
4. Alegria, Alegria - Caetano Veloso;
5. Cálice - Chico Buarque;
6. Tiro ao Álvaro - Elis Regina e Adoniran Barbosa;
7. Meu novo sapato - Paulinho da Viola;
8. Que as crianças cantem livres - Taiguara;
9. É proibido proibir - Caetano Veloso;
10. Acender As Velas - Zé Keti.
Depois serão divididos grupos (tomaremos como base uma tur-
ma de 40 alunos, formando, assim, equipes de 5 alunos). Para a
realização da atividade, os alunos farão uma análise e apresen-
tarão as figuras de linguagem que aparecem na música, expli-
cando como as figuras reforçam a mensagem. A atividade deverá
ser apresentada em formato de seminário. Cada equipe terá 10
minutos para fazer a apresentação.
5. Para ter acesso aos textos e às questões orientadoras, acesso o QR
Code deste ebook.
Participação e engajamento no primeiro encontro, apresentação oral
e realização do fichamento sobre as equipes. Durante as apresenta-
Avaliação da
ções das equipes, todos os alunos ouvintes receberão uma ficha com
aprendizagem
três perguntas para serem respondidas. Cada pergunta terá relação
com o que será trabalhado pelas equipes.
BARBOSA, A. Elis Regina & Adoniran Barbosa - Tiro ao Álvaro.
YouTube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=caEFyFRc91c. Acesso em: 6
jul. 2021.

BECHARA, E. Nova gramática portuguesa. 39. ed. Rio de Janeiro:


Nova Fronteira, 2019.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da


Referências Educação, 2018.

BUARQUE, C. Cálice. YouTube. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=9y2xB90A0CY. Acesso em: 6
jul. 2021.

CARVALHO, R. BELCHIOR - COMO NOSSOS PAIS - AO VIVO


(Show). YouTube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Y3HTEKQ-rh8. Acesso em: 6
jul. 2021.

21
CORREIA, P. Gilberto Gil e Os Mutantes - Domingo no Parque.
YouTube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Zbv3M-AdxC0. Acesso em: 6
jul. 2021.

JAMILK, P. Português sistematizado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense;


São Paulo; Método, 2020.

JAZZ, R. Zé Keti - Acender As Velas. YouTube. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=DrSOtIjKDVU. Acesso em: 6
jul. 2021.

TAIGUARA OFICIAL. Que as Crianças Cantem Livres - Taiguara


- Melhor Qualidade. YouTube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=wrWSACrF7hE. Acesso em: 6
jul. 2021.

VANDRÉ, G. Pra não dizer que não falei das flores. YouTube.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=KdvsXn8oVPY. Acesso em: 6
jul. 2021.

VELOSO, C. É Proibido Proibir (Ambiente De Festival Com


Discurso). YouTube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=afwWdtUl0kY. Acesso em: 6
jul. 2021.

VELOSO, C. Caetano Veloso - Alegria, Alegria. YouTube.


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=WL8l8olaMmI. Acesso em: 6
jul. 2021.

VIOLA. Meu Novo Sapato. YouTube. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=qVlHjj5xVrc. Acesso em: 6
jul. 2021.

ZIN, R. Chico Buarque - Apesar de Você (com Letra). YouTube.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=33-
bMTOlvx0. Acesso em: 6 jul. 2021.

22
Oficina 3
Ditadura Militar no Brasil: reflexões musicais
como recurso de problematização da História
Alana Maria Veras de Assis
Fernando Antônio Neves de Lacerda
Hudson Lopes da Silva
Tanara Dora Xavier de Sousa

Série 9º ano

Tempo previsto 200 minutos (4 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e História
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-literário
atuação
Língua Portuguesa:
Inferência, compartilhamento de leitura e efeitos de sentido dos ele-
mentos linguísticos, dos recursos paralinguísticos e cinésicos no gê-
Conteúdo nero canção.

História:
Ditadura/Regime Militar no Brasil.
Língua Portuguesa:
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-
nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
contexto social e histórico de sua produção.
(EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/
recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de
leitura [...], dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de
Habilidades ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações [...].
desenvolvidas (EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação
(BNCC)
entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e ci-
nésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz,
as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos
por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como
as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a
postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apre-
sentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos
gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de
figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personifica-
ção, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese

23
e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expres-
sões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações
subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores,
percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, per-
sonagens e ações próprias de cada gênero narrativo.

História:
(EF09HI19) Identificar e compreender o processo que resultou na
ditadura civil-militar no Brasil e discutir a emergência de questões
relacionadas à memória e à justiça sobre os casos de violação dos di-
reitos humanos.
(EF09HI20) Discutir os processos de resistência e as propostas de re-
organização da sociedade brasileira durante a ditadura civil-militar.

Texto de apoio e letras de canções impressos, projetor multimídia,


Material
computador com acesso à internet e caixas de som.

Primeira e segunda aulas (100 minutos)


1. Brainstorm sobre a ditadura no Brasil. O professor de História ini-
cia uma sondagem com os alunos para averiguar o que eles asso-
ciam à ditadura e, assim, monta uma nuvem de palavras com os
resultados obtidos. (5 minutos)
2. Texto sobre o Regime Militar. Com base no texto de apoio (em ane-
xo), que é entregue aos alunos, o professor de História lhes apre-
senta o contexto histórico e discute com eles as características
do período. (30 minutos)
3. Canções. O professor de Português apresenta as canções “Como
Nossos Pais”, de Belchior, e “Apesar de Você”, de Chico Buar-
que. Cada estudante recebe uma folha com as letras e acompanha
a execução das canções. O professor pede que eles observem as
sensações que as canções lhes causam, as figuras de linguagem
Passos para presentes nas letras, as mensagens que elas veiculam e a relação
aplicação com o contexto em que as canções foram compostas e com o
momento atual. (20 minutos)
4. Discussão. Os professores organizam a turma em duplas de forma
que cada membro da dupla recebe um número (1 ou 2) e compar-
tilha com o colega suas impressões sobre a primeira ou a segun-
da canção, conforme o número que recebeu. Em seguida, as du-
plas são desfeitas e a sala toda discute as questões levantadas pe-
lo professor de Português, disponíveis em nosso QR code. (25 mi-
nutos)
5. Vídeos. O professor de Português escuta novamente as canções
com os alunos. Se achar conveniente, pode exibir vídeos dessas
canções de classificação livre que retratem cenas da Ditadura. Al-
guns deles podem ser encontrados na plataforma YouTube. Depois
ele abre espaço para os comentários dos alunos. (20 minutos)
6. Atividade de Casa. Os professores convocam os alunos a produ-
zirem, em equipes de no mínimo quatro alunos e no máximo seis

24
integrantes, paródias dessas ou de outras canções, canções origi-
nais, poesias, colagens ou outras formas de expressão que tratem
do tema da ditadura e, quando possível, das suas relações com o
período político atual. Podem ainda desenvolver análises de ou-
tras canções, poesias ou outras produções artísticas que se rela-
cionem com o tema. As equipes apresentarão os trabalhos numa
roda de conversa, cuja organização é apresentada a seguir.
Terceira e quarta aulas (100 minutos)
1. Roda de Conversa. As paródias, canções, poesias, análises ou ou-
tras formas de expressão criadas pelos alunos serão avaliadas em
uma roda de conversa que ocorrerá em duas aulas. Nesse mo-
mento, os professores e os alunos terão de conversar sobre os tra-
balhos criados. Os professores, como provocadores de perguntas
e reflexões sobre cada trabalho exposto pelos alunos, conduzirão
discussões que serão levadas em consideração para a avaliação.
Eis abaixo um leque de perguntas norteadoras que deverão ser
respondidas pelos alunos no momento de sua apresentação. (100
minutos)
▪ Por que você escolheu essa forma de expressão?
▪ Como se deu o processo de criação desse trabalho? Que meios foram
utilizados?
▪ Como surgiu a inspiração para essa produção?
▪ Como vocês relacionam a obra desenvolvida com o contexto
histórico da época das músicas e/ou o atual?
▪ O que a sua compreensão tem a acrescentar ao que foi discutido em
sala de aula.
A avaliação se dará no processo, a partir da observação da partici-
pação e do engajamento dos alunos nas atividades, bem como da
Avaliação da
análise das atividades propostas por ambos os professores; em uma
aprendizagem
avaliação conjunta do desempenho dos alunos tanto nas questões
literárias e gramaticais como nas questões históricas abordadas.
BELCHIOR. Como nossos pais. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=Y3HTEKQ-rh8. Acesso em 06
de agosto de 2021.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da


Referências
Educação, 2018.

CHICO BUARQUE - Apesar de Você. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=33-bMTOlvx0. Acesso em: 6
de julho de 2021.

25
Oficina 4
Xilogravuras, literatura de cordel
e a caatinga
Amanda Andrade de Menezes
Maria Flavyanne Pereira de Sousa
Karinne Brito Sousa

Série 7º ano

Tempo previsto 200 minutos (4 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Geografia
Interdisciplinar
Campo de
Práticas de estudo e pesquisa
atuação
Língua Portuguesa:
Compreensão de texto e leitura oral, xilogravuras e literatura de cor-
del.
Conteúdo
Geografia:
Características do bioma caatinga.
Língua Portuguesa:
(EF67LP20) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões pre-
viamente definidas, usando fontes indicadas e abertas.
(EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados
e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contex-
tos de produção e referências, identificando coincidências, comple-
mentaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/im-
precisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente so-
bre os conteúdos e informações em questão.
Habilidades (EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os
desenvolvidas objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro
(BNCC) suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro
comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou
sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for
mais adequado, como forma de possibilitar uma maior compreen-
são do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um po-
sicionamento frente aos textos, se esse for o caso.

Geografia:
(EF07GE01) Avaliar, por meio de exemplos extraídos dos meios de
comunicação, ideias e estereótipos acerca das paisagens e da forma-
ção territorial do Brasil.

26
Projetor multimídia, computador, vídeos e imagens sugeridas para
exposição, livro didático, painel (tecido de TNT), imagens e infor-
Material
mações do bioma caatinga (levadas pelos alunos ou imagens profis-
sionais), tesouras e fita adesiva.
Primeira aula (50 minutos)
1. Expor xilogravuras (independentes e em folhetos) de diferentes
autores, retomar e comentar acerca de conhecimentos prévios
dos alunos, utilizando perguntas tais como: “o que são essas ar-
tes? O que representam? Vocês conhecem essas paisagens?” (10
minutos)
2. Exibição de vídeo sobre o bioma “Caatinga” (disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=exD7zPoC9iA&t=2s) e dis-
cussão sobre o que vimos. (15 minutos)
3. Propor a confecção de um painel coletivo de imagens sobre a Caa-
tinga; orientar a pesquisa de informações e imagens para a ativi-
dade (separar grupos para pesquisar sobre a fauna, flora e clima
do bioma). (20 minutos)
SUGESTÃO DE AUTORES (XILÓGRAFOS)
▪ Ivan Borges, José Borges e José Miguel.
SUGESTÃO DE VÍDEO
▪ https://www.youtube.com/watch?v=exD7zPoC9iA&t=2s
SUGESTÃO PARA A PESQUISA
O professor pode ceder material de apoio para a pesquisa (que
Passos para contenha imagens e informações) em casos de falta de acessibili-
aplicação dade à computadores/internet. O livro didático de geografia e a bi-
blioteca da escola podem ser recomendados a fim de complemen-
tar a pesquisa do aluno.

Segunda aula (50 minutos)


1. Promover momento para compartilhar informações apuradas so-
bre cada aspecto (fauna, flora, clima). (40 minutos)
2. Discutir como os aspectos apresentados são retratados nas xilo-
gravuras vistas na aula anterior. (10 minutos)

Terceira aula (50 minutos)


1. Iniciar a confecção do painel coletivo, em que cada aluno irá adi-
cionar suas imagens às categorias (fauna, flora e clima) previa-
mente identificadas no tecido TNT. Aqui, o professor pode traba-
lhar, também, incentivando os alunos a decorarem o painel de
forma criativa, junto de seus colegas (adicionar bordas, texturas
que lembram a Caatinga, confeccionar letras, etc). (50 minutos)

Quarta aula (50 minutos)


1. Finalização da confecção do painel coletivo iniciado na aula an-
terior. (35 minutos)

27
2. Exibição de vídeo sobre xilogravuras e cordel (disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=f1XrCCiqyhc), promovendo
mais informações sobre esse tipo de arte (15 min).
SUGESTÃO DE VÍDEO
▪ https://www.youtube.com/watch?v=f1XrCCiqyhc
SUGESTÃO PARA O PROFESSOR
O profissional poderá trabalhar os demais biomas, em outras aulas,
a partir do uso de outros textos literários, a fim de explorar ainda
mais o tema (Biomas brasileiros) e dando continuidade às ativida-
des interdisciplinares.

Avaliação da O professor irá avaliar o comprometimento dos alunos em desen-


aprendizagem volver e compartilhar suas pesquisas com os colegas.

BAHIA 24HS. ‘Caatinga - Cores, Sabores e Amores': veja reporta-


gem especial sobre o bioma. 2017. (4min26s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=exD7zPoC9iA&t=2s. Acesso
em: 20 jul. 2021.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da


Referências
Educação, 2017.

LEMOS, D. J. Borges - Xilogravura e Literatura de cordel. 2014.


(5min14s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=f1XrCCiqyhc. Acesso em: 20
jul. 2021.

28
Oficina 5
A colonialidade que nos concerne
e a leitura literária
Ana Kevyla Gomes de Sousa
Lidiane Pereira Rodrigues
Yuri Barbosa da Silva

Série 9º ano

Tempo previsto 100 minutos (2 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Geografia
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-literário
atuação
Língua Portuguesa:
Adesão às práticas de leitura.
Conteúdo
Geografia:
A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura.
Língua Portuguesa:
(EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros
de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo
a textos que rompam com seu universo de expectativas, que repre-
sentem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas
experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguís-
ticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas ori-
entações dadas pelo professor.
(EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os ob-
Habilidades jetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro
desenvolvidas suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro
(BNCC) comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou
sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for
mais adequado, como forma de possibilitar uma maior compreen-
são do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um po-
sicionamento frente aos textos, se esse for o caso.

Geografia:
(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia euro-
peia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em si-
tuações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural
em diferentes tempos e lugares.

29
(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando
sua adequação ao contexto produção e circulação — os enunciado-
res envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação —, ao
modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à
variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à
construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e
do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, re-
visão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a
ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar
as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações,
correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editan-
do imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes,
acrescentando/ alterando efeitos, ordenamentos etc.

Livro “O Coração das Trevas”, computador, apresentação de slides,


Material mapas geográficos online, mapas mentais ou conceituais online,
texto impresso e/ou online para leitura.

Esta oficina interdisciplinar é estruturada conforme a sequência bá-


sica do letramento literário descrita por Cosson (2006), que reúne
as etapas de motivação, introdução, leitura e interpretação. Pode
ser realizada nas modalidades presencial e/ou online.

Motivação (10 minutos)


Observação: Pedir aos estudantes que tomem notas, resumindo o
tema apontando termos e frases que considerem essenciais para a
produção de um mapa mental como atividade, ao final do encontro.
Sugere-se que o(a) docente da disciplina de Geografia seja mediador
neste debate inicial, observando os passos a seguir:
1. Formar dois grandes grupos com o intuito de facilitar a coopera-
ção entre os discentes;
2. Perguntar aos estudantes o que sabem sobre os termos colonia-
lismo, neocolonialismo e imperialismo;
Passos para 3. Perguntar em que veículos de comunicação se informaram e/ou
aplicação viram debates a respeito dos temas, além da sala de aula.

Introdução (20 minutos)


Neste momento, o professor ou a professora de Geografia apresen-
tará brevemente os conceitos de Neocolonialismo e Imperialismo,
ratificando os comentários dos alunos.
Na sequência, deve-se explicar aos estudantes que eles vão discutir
um excerto da obra de Joseph Conrad, “O Coração das Trevas”. Além
do texto, terão contato com recursos multimodais, unindo-os à lite-
ratura de maneira prática, para atrair interesse dos alunos pela lite-
ratura e o olhar geográfico sobre o texto. Sugere-se a exibição da re-
senha “Colonialismo e Guerra, o horror: quem (ou o que) é Kurtz?”
do canal do Youtube “Quadro em Branco”.

Leitura e interpretação (50 minutos)


De acordo com Martins (2006, p. 83), “a carência de noções teóricas
e a escassez de práticas de leituras literárias são fortes fatores que

30
contribuem para que o aluno encare a literatura como objeto artísti-
co de difícil compreensão”. Deve-se enfatizar que a literatura e a
geografia podem caminhar juntas e o estudo de geografia através da
literatura estimula uma nova linguagem para aquisição de conhe-
cimento, com o objetivo de promover uma visão crítica.
Para esta etapa, sugere-se que haja dois momentos de leitura do
trecho de “O Coração das Trevas” (anexo): leitura silenciosa e em
grupo, feita por representantes de cada grupo em seguida. A partir
da leitura, pedir que outros representantes dos grupos respondam
oralmente:
▪ O que lhes chamou atenção do excerto do livro “O Coração das Trevas”,
de Joseph Conrad?
▪ Que palavras e/ou termos do texto conhecem ou desconhecem o signi-
ficado? Sugere ao/a docente listar as palavras a fim de formar um pe-
queno glossário.
▪ Como o trecho se relaciona com as opiniões e os conceitos apresen-
tados no início da aula em relação a neocolonialismo e imperialismo?
Após apresentar a obra e seu autor, demonstrando que o texto fic-
cional corrobora para entender o contexto histórico, geopolítico e
cultural e seu debate, comentar que pode levar à produção de ou-
tros textos orais ou escritos em diversos veículos.

Atividade 1 (40 minutos)


Após leitura e debate e a partir da explicação, opiniões e anotações
feitas em classe, os estudantes serão incentivados a produzirem um
mapa mental que conecte o texto literário aos conceitos de
neocolonialismo e imperialismo. Para tanto, mostrar exemplos de
mapas mentais ou conceituais online.

Atividade 2 (60 minutos)


Pedir aos estudantes que produzam um breve texto de opinião (de
15 a 25 linhas) deixando suas impressões sobre o conteúdo da aula.
Após correção, sugere-se que os textos sejam publicados em site ou
blog da escola ou da própria turma.
O professor deve observar se as atividades contribuíram para uma
aprendizagem teórico-prática significativa, por meio das atividades
diferenciadas de modo interdisciplinar. Se houve compreensão crí-
tica da obra de Joseph Conrad relacionada com a cultura dos povos
Avaliação da africanos, seu território e o contexto em que o Romance está inseri-
aprendizagem do, se foram identificados os elementos culturais referentes ao Ro-
mance Coração das Trevas no Congo, e valorizados as discussões e
incentivo ao pensamento crítico sobre a questão imperialista na
África e a utilização da literatura como um meio para o desenvol-
vimento da habilidade de leitura, análise e interpretação do texto.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da
Educação, 2018.
Referências
CONRAD, J. Coração das trevas. São Paulo: Companhia das Letras,
2008.

31
COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Con-
texto, 2006.

MARTINS, I. A literatura no ensino médio: quais os desafios do pro-


fessor? In: BUNZEN, C.; MENDONÇA, M. (Orgs.). Português no en-
sino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial,
2006. p. 83-102.

Quadro em Branco. Colonialismo e Guerra, o horror: quem (ou o


que) é Kurtz? Youtube, 29 nov. 2019. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=pzVI5ClmQNc>. Acesso
em: 22 jul. 2021.

32
Oficina 6
A seca como fenômeno geográfico e social:
reflexões artístico-literárias
Amanda de Lima Aureliano
Tainá Veras Cavalcante Pinheiro
Thomas Yuri de Freitas Silva

Série 6º ano

Tempo previsto 150 minutos (3 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Geografia
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-literário
atuação
Língua Portuguesa:
Inferência e leitura crítica.
Conteúdo
Geografia:
O fenômeno da seca.
Língua Portuguesa:
(EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões co-
muns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interes-
se da turma e/ou de relevância social.
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-
nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as
identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o con-
texto social e histórico de sua produção.
(EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencen-
Habilidades tes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança, exposi-
desenvolvidas ção etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural
(BNCC) etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas
(cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD’s, DVD’s etc.), diferen-
ciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os co-
mo gêneros que apoiam a escolha do livro ou produção cultural e con-
sultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.

Geografia:
(EF06GE01) Comparar modificações das paisagens nos lugares de vi-
vência e os usos desses lugares em diferentes tempos.
(EF06GE04) Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento
superficial no ambiente urbano e rural, reconhecendo os principais

33
componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e
a sua localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura
vegetal.
(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e
formações vegetais.
(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das
práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.).
Projetor, caixas de som, lousa, pincel, letra impressa da música
Material
Súplica Cearense.
Pressupõe-se que o(a) professor(a) de Geografia já tenha trabalhado
com o tema das secas (mudanças climáticas, ação do homem, carac-
terísticas das regiões do Brasil etc.) para a realização das aulas aqui
descritas.

Primeira aula (50 minutos)


O professor de português deve fazer audição e análise da música
“Súplica Cearense”, letra de Nelinho e Gordurinha e interpretação
da banda O Rappa. Para essa análise, considere os seguintes motes:
1. Qual súplica faz o eu lírico da canção?
2. Todas as queixas realizadas pelo eu lírico se direcionam somente
para o fenômeno das secas?
3. Você acha que há alguma relação entre as secas e as políticas
públicas?
A música tem a intenção de fazer somente uma súplica ou há uma
súplica revestida de crítica social? Comente.

Segunda aula (110 minutos)


Passos para Exibição da animação Morte e vida Severina, desenho animado de
aplicação Miguel Falcão, inspirado na obra de João Cabral de Melo Neto. Suge-
re-se que a reflexão sobre o texto seja baseada nos questionamentos
a seguir. O/a docente pode, para isso, separar os alunos em equipes
e dar uma questão para cada componente do grupo responder e, de-
pois, pedir para que os integrantes compartilhem entre si suas con-
clusões.
1. No texto, como poderíamos entender o que é uma vida severina?
2. Em que região mora Severino? O que você sabe sobre as caracte-
rísticas geográficas dessa região?
3. Em certo momento, Severino usa a palavra sesmaria. Você lem-
bra o que significa esse termo? Se não, pesquise na internet ou
em livros de história e comente por que ele utiliza esse termo.
4. Severino diz que, assim como o nome, outros severinos têm a
vida semelhante a dele. Quais são essas semelhanças?
5. Em dado momento, em um diálogo, Severino pergunta ao inter-
locutor se o defunto que ora vê faleceu de morte morrida ou de
morte matada. Com base nesse trecho, responda.
a) Qual seria a diferença entre morte morrida e matada?
b) O que motivou a morte do homem?

34
c) A partir da resposta apresentada pelo interlocutor, o que po-
demos inferir sobre a vida naquele lugar?
6. A partir da leitura do texto, podemos entender que a pobreza em
regiões secas decorre tão somente de questões geográficas? Co-
mente.
7. Podemos fazer uma comparação entre Morte e Vida Severina e a
música Súplica Cearense? Quais são?
Por fim, coletivamente, é interessante que professor e estudante
discutam oralmente, fazendo considerações a partir dos dois textos
trabalhados: A seca é um fenômeno geográfico ou social?
Espera-se que as considerações girem em torno da questão de que,
embora haja questões geográficas que influenciam na questão, há
problemáticas de políticas públicas e de desigualdade social que
interferem na manutenção do problema.

Terceira aula (50 minutos)


O professor de geografia, para concluir, deverá fazer levantamento
e discussão de ideias acerca do conteúdo visto nas aulas de portu-
guês. Compartilhamento em grupo das produções textuais sugeri-
das como atividade de casa e comentários pertinentes ao tema e seu
desenvolvimento nas aulas. Algumas perguntas norteadoras serão
utilizadas para facilitar a discussão do tema:
1. De acordo com o que estudamos, como podemos definir a seca?
2. Quais as causas desse fenômeno?
3. Quais as principais consequências desse fenômeno?
4. Que áreas geográficas são mais suscetíveis à seca?
5. Que medidas vêm sendo tomadas para minimizar os efeitos da
seca?
A avaliação será realizada de maneira contínua, com base na parti-
cipação dos alunos, no compartilhamento das suas atividades de
Avaliação da
casa e na observação do domínio do tema durante as discussões —
aprendizagem
seja na modalidade escrita (leitura e atividade de casa), seja na mo-
dalidade oral (discussão em sala).
EDUCAÇÃO, História do Brasil. Especiais Diversos: Morte e Vida
Severina em desenho animado. YouTube, 19 out 2015. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=56ViKnpBo2Q. Acesso
em: 03 jul. 2021.
O RAPPA. Súplica cearense. YouTube, s/d. Disponível em:
Referências https://www.youtube.com/watch?v=F19PnbWigSA&ab_channel=
ORappa. Acesso em: 03 jul. 2021.

TV ESCOLA. Morte e vida severina – Animação – Completo.


YouTube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=clKnAG2Ygyw. Acesso em:
30 jul. 2021.

35
36
Oficina 7
Diferentes visões de mundo, moral e ética
Larissa Ferreira da Nóbrega
Mateus da Silva Páscoa
Mayrla Thalia Sousa Arruda

Série 9º ano

Tempo previsto 100 minutos (2 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Ensino Religioso
Interdisciplinar
Campo de
Jornalístico-midiático
atuação
Língua Portuguesa:
Leitura, análise e identificação de valores sociais, culturais e huma-
nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários.
Conteúdo
Ensino Religioso:
A moral e a ética.
Língua Portuguesa:
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-
nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
Habilidades
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
desenvolvidas
contexto social e histórico de sua produção.
(BNCC)
Ensino Religioso:
(EF09ER07) Identificar princípios éticos (familiares, religiosos e cul-
turais) que possam alicerçar a construção de projetos de vida.

Material Computador, lousa, pincel e projetor multimídia.

37
Primeira aula (50 minutos)
1. Predição: Levantamento de conhecimentos prévios a partir dos
questionamentos. (10 minutos)
▪ O que você entende por projeto de vida?
▪ Por que é necessário construir um projeto de vida?

2. Atividade: Construção de um projeto de vida (parte 1). (30 minu-


tos):
▪ Ler a passagem de Eclesiastes 3, 1-8, disponível em:
https://www.bible.com/en-GB/bible/1608/ECC.3.ARA. (5 minutos)
▪ Discussão sobre o texto lido. (15 minutos)
▪ Quais princípios morais e éticos podemos observar no texto?
Passos para
aplicação ▪ Como esses princípios poderiam guiar uma pessoa em seu projeto
de vida?
▪ Apresentação da Roda da Vida. (10 minutos)

Segunda aula (50 minutos)


1. Atividade: Construção de um projeto de vida (parte 2). (30
minutos)
▪ Preenchimento da Roda da Vida (5 min). Disponível em: Roda Da
Vida
▪ Discussão e análise da Roda da Vida (5 min)
▪ Preenchimento da tabela para construção do Projeto de Vida. Ver
anexo disponível em (15m): Projeto de Vida - Modelo
▪ Compartilhamento dos projetos criados (5 min).

Avaliação da Os alunos serão avaliados pela participação na aula: interação com


aprendizagem os colegas, sugestões, manifestações de dúvidas etc.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da
Educação, 2018.

Referências RUFFATO, L. Religião, ética, moral. El País. São Paulo, 11 de


outubro de 2017. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/09/opinion/1507561856_7
45482.html. Acesso em: 6 de julho de 2021.

38
Oficina 8
Chuta que é preconceito religioso:
reflexões poéticas nas aulas de Língua
Portuguesa e Religião
Aless Jordan Linhares Caetano
Nayara Cavalcante Gois

Série 7º ano

Tempo previsto 200 minutos (4 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Religião
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-literário
atuação
Língua Portuguesa:
O gênero poema e seus elementos constitutivos
Conteúdo
Religião:
A diversidade religiosa
Língua Portuguesa:
(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos — tiri-
nhas, charges, memes, gifs etc. —, o efeito de humor, ironia e/ou
crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambí-
guas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-
nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
contexto social e histórico de sua produção.
Habilidades (EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de
desenvolvidas recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc.),
(BNCC) semânticos (figuras de linguagem, por exemplo) [...] e sua relação
com o texto verbal.
(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando
sua adequação ao contexto produção e circulação — os enunciado-
res envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação —, ao
modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à
variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à
construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e
do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, re-
visão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a
ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar

39
as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações,
correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e edi-
tando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajus-
tes, acrescentando/ alterando efeitos, ordenamentos etc.
(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio,
posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislum-
brando possibilidades de denúncia quando for o caso.

Religião:
(EF07ER01) Reconhecer e respeitar as práticas de comunicação
com as divindades em distintas manifestações e tradições
religiosas.

Quadro branco, pincel, projetor, folha impressa, computador, caixa


Material
de som.

O professor de religião deve apresentar aos alunos tirinhas e ima-


gens que reproduzem intolerância religiosa e demonstram a diver-
sidade de religiões existentes. Fazer perguntas estimulando-os a
interpretarem a situação e pontuar os lados negativos do precon-
ceito religioso.

Figura 1
Fonte: Página de Rafael Casal no Twitter. Disponível em:
https://twitter.com/rafacasal/status/951827523511504896. Acesso
em: 12/07/21.

Figura 2
Fonte: Página do Armandinho no Facebook. Disponível em:
https://www.facebook.com/tirasarmandinho/photos/a.4883616712
09144.113963.488356901209621/1586610451384255/?type=3&th
eater. Acesso em: 12/07/21.
Passos para
aplicação Charge – Perguntas
▪ Você já presenciou alguma situação parecida com a da charge?
▪ Qual a sua opinião sobre a reação dos personagens na charge?
▪ Qual a sua religião ou a que você mais se identifica?
▪ Você sabe o que significa intolerância religiosa?

Tirinha – Perguntas
▪ Por que cada criança na tirinha fala uma expressão diferente?
▪ Qual a mensagem que a tirinha deseja passar para o leitor?
▪ Você tem medo de alguma divindade religiosa?
▪ Como você descreveria o seu Deus?

O professor de português irá apresentar um poema que fala da di-


versidade religiosa. Distribuir cópias do poema selecionado e fazer
uma leitura compartilhada. Com a ajuda do professor de religião,
direcionar aos alunos as seguintes questões sobre o texto lido:

40
▪ O poema mostra que o Brasil é um país de misturas. Qual a relação dis-
so com a diversidade religiosa? E qual a sua relação com essa diversi-
dade?
▪ Aponte uma ação, presente na segunda estrofe do texto, que pode com-
bater a intolerância religiosa.
O professor de português deverá explicar quais são os principais
elementos que caracterizam um poema a partir do livro didático,
enfatizando que, além de rimas e outros recursos sonoros, os poe-
mas podem apresentar imagens poéticas, construídas por meio das
metáforas. Retomar o poema trabalhado, apresentando as seguintes
questões:
▪ Apontar no texto uma parte na qual o narrador utiliza a metáfora.
▪ O que você aprendeu quanto ao respeito à diversidade nessa metáfora
que escolheu?
▪ Quais são os outros recursos característicos do poema que estão pre-
sentes no texto lido? Aponte onde eles estão.
▪ Qual a importância da rima no poema lido?
Dessa forma, apresentar também outros elementos característicos do
poema, ressaltando como esses recursos, no poema tratado, influ-
enciam positivamente para sensibilizar sobre diferenças religiosas,
assim como sentir as culturas e as belezas dessas religiões.
Os professores de português e de religião devem passar a seguinte
atividade no projetor multimídia:
Imagine que um amigo seu muito próximo não queira mais ser ami-
go de outro colega por conta da diferença religiosa entre eles. Desen-
volva um poema no qual você dá uma resposta à atitude dele. Inicie
o texto como no exemplo abaixo e continue com as suas palavras,
ou comece de outra forma, caso prefira. (Utilize os elementos do poe-
ma explorados em sala, como a rima, as estrofes, os versos). Mínimo
de 10 linhas.
“Querido amigo,
Não é preciso agir assim
Temos crenças diferentes
Mas...”.
A atividade deverá ser feita em dupla e em folhas de papel A4 co-
loridas. Logo após, os poemas poderão ser colados em um espaço
(pode ser dentro ou fora de sala), pelos alunos, em uma espécie de
mural. Os alunos, em seguida, lerão seus textos que estão no mural
para os colegas.
Apresentar as imagens, poemas e vídeos disponíveis no QR code do
livro.
Uma miniatividade será entregue, na qual o aluno precisará respon-
der e entregar no fim de cada aula. Ela terá uma única e simples
Avaliação da pergunta: O que você aprendeu na aula de hoje? (O aluno deverá
aprendizagem responder em, no mínimo, 5 linhas).
A miniatividade funcionará como uma parte subjetiva da avaliação,
que dependerá unicamente do que o aluno alega ter aprendido; aso

41
ele afirme que teve ótimo rendimento, o professor deve dar a nota
satisfatória.
A outra parte da avaliação passa pelo crivo de observação do pro-
fessor, que vai julgar se houve evolução, e se o aprendizado daquele
aluno foi realmente satisfatório, tendo em vista o interesse demons-
trado, a participação, e o que foi relatado na miniatividade. Nesse
momento, o educador precisará avaliar tendo em vista sua experiên-
cia e o que já é conhecido sobre o aluno.
A terceira parte da avaliação é fincada em um fato e não passará
pelo lado subjetivo nem do educador e nem do educando. O foco
aqui é a entrega de atividades. Caso o aluno entregue o que foi pedi-
do, ele já receberá alguma pontuação.
A nota final ficará a cargo do professor, que utilizará os critérios
acima decidindo quais deles contarão mais ou menos.
Esse processo objetiva avaliar o aluno não somente pelo olhar do
professor, mas também pelo aprendizado que o próprio estudante
considera ter desenvolvido, além de procurar entender melhor o
que pode ser melhorado no processo educativo, a partir de uma es-
pécie de feedback do estudante. Compreende-se, também, que os
níveis de evolução passam pela individualidade da criança/adoles-
cente, e o lado pessoal deles deve ser considerado, buscando uma
avaliação mais justa e eficaz. No entanto, o professor ainda deve per-
manecer com o crivo principal diante da nota.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da
Educação, 2018.

PEREIRA, J. Pluralidade Cultural. Juarês do cordel. 14 abr. 2014.


Disponível em:
Referências
https://juaresdocordel.blogspot.com/2014/04/pluralidade-
cultural.html. Acesso em 12 jul. 2021.

SOUZA, M. Poema Religare (Anamari). Disponível em:


https://youtu.be/fLXHxavC-fk. Acesso em: 12 jul. 2021.

42
Oficina 9
Analogia e parábola: leitura nas aulas de Língua
Portuguesa e de Religião
Deorge Lucas Lopes Martins
Lucas Moraes Feitosa

Série 6° ano

Tempo previsto 300 minutos (6 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Religião
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-literário
atuação
Língua Portuguesa:
Gênero discursivo parábola e analogia.
Conteúdo
Religião:
Valores humanos e éticos.
Língua Portuguesa:
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-
nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
contexto social e histórico de sua produção.
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação
entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e ci-
Habilidades nésicos [...], os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras
desenvolvidas de linguagem [...].
(BNCC)
Religião:
(EF06ER01) Reconhecer o papel da tradição escrita na preservação
de memórias, acontecimentos e ensinamentos religiosos.
(EF06ER03) Reconhecer, em textos escritos, ensinamentos relacio-
nados a modos de ser e viver.
(EF09ER01) Analisar princípios e orientações para o cuidado da
vida e nas diversas tradições religiosas e filosofias de vida.

Material Papel impresso, lápis de cor, canetinha, lápis, caneta, caderno.

43
Primeira aula (100 minutos)
De início, o professor de religião irá ler com os estudantes a famosa
parábola do semeador, com base nos questionamentos a seguir:
▪ No texto bíblico, normalmente, aparecem alguns números? O que eles
significam?
▪ Na narrativa contada por Jesus, ele apresenta três tipos de semeadores.
Quais são suas características? Você se identifica com algum deles?
▪ Você já viveu ou vive um processo de semear algo? O que você tem fei-
to para conseguir seu objetivo? Você acha que errou em algum momen-
to?
Após responderem esses questionamentos e discutirem suas conclu-
sões coletivamente, o professor de religião deve pedir para que es-
crevam um objetivo/sonho que tenham e dizer como estão fazendo
para concretizá-lo.

Segunda aula (100 minutos)


O professor de português, com o mesmo texto, deve apresentar o gê-
nero parábola. Como já tiveram contato com o texto na aula de reli-
gião, é interessante que o docente peça aos estudantes para dizerem
o que percebem de característico do gênero, anotando essas
contribuições na lousa.
Depois, o professor deve dizer que, também, uma das característi-
Passos para cas do gênero parábola é a utilização de analogias, figura de lingua-
aplicação gem cuja definição deve ser apresentada (em nosso QR code, apre-
sentamos uma definição). Após essa discussão, deve ser pedido que
os estudantes leiam mais uma vez a referida parábola, incentivando
que, após a leitura, ressaltem exemplos de analogias presentes no
texto. É importante associar as intenções do gênero parábola com a
recorrente utilização da função da figura de linguagem analógica.
Após isso, o professor deve dividir os estudantes em equipes e dar
a cada um dos grupos outro exemplar de parábola. Indicamos as
seguintes: “A ovelha perdida”, “O filho pródigo”, “O joio e o trigo”
e “A lamparina”. Os estudantes devem responder, após a leitura do
texto, aos seguintes questionamentos:
▪ Na parábola que leram, existem palavras desconhecidas? Procurem em
dicionários impressos ou digitais seus significados e façam uma
espécie de glossário para leitura da parábola.
▪ Que analogias são utilizadas por Jesus na parábola por que sua equipe
ficou responsável?
▪ O que Jesus tentou ensinar a partir da narrativa da parábola?

Terceira aula (100 minutos)


O professor de religião, a partir da leitura das outras parábolas rea-
lizadas na aula de português, solicitará que os estudantes façam
ilustrações das analogias feitas em suas parábolas, explicando, ao
fim, para a turma o que aprenderam com a leitura do texto.
A análise das contribuições feitas no início das aulas, se atentando
Avaliação da
se os alunos em questão conseguiram compreender por si só os sen-
aprendizagem
tidos do texto proposto.

44
BRASIL, Base Nacional Comum Curricular. MEC, Brasília, 2017.

OLÍMPIA. BNCC e campos de atuação no EFII. Escrevendo o


Futuro, 2020. Disponível em
<https://www.escrevendoofuturo.org.br/formacao/pergunte-a-
olimpia/180/bncc-e-campos-de-atuacao-no-efii>. Acesso em 30 de
jun. 2021.
Referências
ALMEIDA, H.; DINIZ, R. A Tomada de Consciência sobre o uso de
Analogias Espontâneas: Contribuições de uma Formação
Continuada Desenvolvida com Professoras de Ciências. Ciências da
educação, Bauru, 26, mai/jun 2020. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/ciedu/a/fGJTDLDstpV44nmsMjxNFVv/?la
ng=pt>. Acesso em: 1 jul. 2021.

45
46
Oficina 10
Literatura e meditação na escola
Antônio Lucas Gomes Rodrigues
Kailane da Silva Brito
Maria da Conceição Mota Ferreira Campelo

Série 9° ano

Tempo previsto 100 minutos (2 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Educação Física
Interdisciplinar
Campo de
Campo Artístico-literário
atuação
Língua Portuguesa:
Relação entre textos
Conteúdo
Educação Física:
Esportes
Língua Portuguesa:
(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender — selecionan-
do procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes
objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes
— romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contem-
porâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crôni-
cas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense,
Habilidades
poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciber-
desenvolvidas
poema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e es-
(BNCC)
tabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

Educação Física:
(EF89EF07) Experimentar e fruir um ou mais programas de exercí-
cios físicos, identificando as exigências corporais desses diferentes
programas e reconhecendo a importância de uma prática individua-
lizada, adequada às características e necessidades de cada sujeito.

Material Projetor multimídia, computador, vídeos sugeridos, texto impresso

47
Português e Educação Física.

Importância da meditação: 7 fatores para você iniciar já


(aurha.com.br)

Perguntas antes da leitura do texto (15 minutos)


1. Vocês conhecem ou já ouviram falar sobre a importância de se
praticar a meditação?
2. Quais seriam para vocês os benefícios da meditação?

Leitura do texto
Texto: A importância da meditação: 7 fatores.
1º passo: Formar grupos com 7 estudantes.
2º passo: O professor entrega para cada estudante um benefício da
meditação.
3º passo: Cada estudante ler individualmente o tópico do seu texto.
Passos para (10 minutos)
aplicação
4º passo: Cada estudante vai compartilhar com o grupo o que enten-
deu de sua leitura. (35 minutos)
5º passo: O grupo receberá um documento com uma pergunta acer-
ca do texto para responder.
▪ Quais as vantagens apresentadas no texto sobre cada um dos benefícios
da meditação? (15 minutos)

Pós-leitura: Assistir ao vídeo e exercitar a prática da meditação


Agora vamos praticar a atividade física de meditação. Obedeça aos
comandos da meditação guiada.

Prática de meditação: Vídeo da Netflix: Headspace Meditação Gui-


ada. (22 minutos)
https://www.netflix.com/title/81280926?s=i&trkid=13747225
Outras opções de vídeos (meditação guiada)
https://youtu.be/QQkRN4tjHns
https://www.youtube.com/watch?v=jEISnPXnwCk
Avaliação de perguntas e respostas:
1. Quais dos 7 benefícios de meditação, pra você, seria o mais impor-
tante no momento em que está vivendo?
2. Que benefícios a meditação trouxe no âmbito escolar?
Avaliação da 3. Já conheciam a prática meditativa?
aprendizagem 4. Levando em consideração que a meditação melhora a concentra-
ção e a produtividade, responda: Como a meditação poderia ser
utilizada na sala de aula? E em que momento?
5. A meditação também auxilia no controle emocional de seus pra-
ticantes. Considerando isso, reflita: Qual seria a importância do
controle emocional para os estudantes?

48
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da
Educação, 2017.

Referências MARQUES, A. Importância da meditação: 7 fatores para você


iniciar já. 2020. Disponível em:
https://blog.aurha.com.br/importancia-da-meditacao/. Acesso em:
01 jul. 2021.

49
50
Oficina 11
Luta e violência não andam juntas: é hora de ler
reportagens e mangás nas aulas de Língua
Portuguesa e de Educação Física
Letícia Araújo da Silva
Camila Almeida da Silva

Série 7º ano

Tempo previsto 100 minutos (2 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Educação Física
Interdisciplinar
Campo de
Jornalístico-midiático
atuação
Língua Portuguesa:
Relação entre textos, tema e subtema e efeitos de sentidos decorren-
tes da intertextualidade temática
Conteúdo
Educação Física:
A influência dos gêneros e das mídias na mercadorização das lutas
marciais.
Língua Portuguesa:
(EF69LP03) Identificar [...] o fato central, suas principais circunstân-
cias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o
fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem [...] os
principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses
defendidas em relação a esses subtemas; [...] a crítica, ironia ou hu-
mor presente.
(EF67LP27) Analisar, entre os textos literários [...] e outras mani-
festações artísticas (como cinema, [...] e midiáticas), referências ex-
Habilidades plícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos temas, persona-
desenvolvidas gens e recursos literários e semióticos.
(BNCC) (EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender — selecionan-
do procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes ob-
jetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes,
[...] mangás dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido
e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF67LP11) Planejar [...] vlogs, vídeos e podcasts variados, e textos
e vídeos de apresentação e apreciação próprios das culturas juvenis
[...] tendo em vista as condições de produção do texto — objetivo, lei-
tores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. [... ] da busca
de informação sobre a produção ou evento escolhido, da síntese de

51
informações sobre a obra/evento e do elenco/seleção de aspectos,
elementos ou recursos que possam ser destacados positiva ou nega-
tivamente ou da roteirização do passo a passo [...] para posterior
gravação dos vídeos.

Educação Física:
(EF67EF09): Construir, coletivamente, procedimentos e normas de
convívio que viabilizem a participação de todos na prática de exer-
cícios físicos, com o objetivo de promover a saúde.
(EF67EF17): Problematizar preconceitos e estereótipos relacionados
ao universo das lutas e demais práticas corporais, propondo alter-
nativas para superá-los, com base na solidariedade, na justiça, na
equidade e no respeito.

Caixa de som ou celular, computador ou lousa (pincel), textos sele-


Material cionados dos respectivos gêneros textuais: reportagem e mangá, bem
como atividade impressa ou em arquivo digital (PDF).

Observações:
1. As aulas podem ser adaptadas tanto para o modelo virtual quan-
to presencial.
2. O professor de Educação Física deverá ministrar uma aula sobre
o eixo temático “Lutas” recorrendo ao uso dos textos seleciona-
dos em parceria com o professor de Língua Portuguesa. Dessa for-
ma, conhecimentos, informações e críticas mais específicos do
tema (lutas) serão melhor trabalhados, ao mesmo tempo que isso
contribuirá para o professor de Português explorar a abordagem
de leitura na perspectiva de tema e de subtema, permitindo que
o aluno estabeleça relações entre os conhecimentos prévios sobre
o tema e os subtemas, como também recuperar informações que
auxiliem na compreensão dos fatos, contextos e produções de sen-
tidos. Ademais, com ambos os docentes de acordo, o professor de
Educação Física deverá solicitar, após sua aula, a elaboração de
Passos para um vídeo ou podcast, informando sobre os benefícios das lutas,
aplicação com o fito de tentar promover a modalidade esportiva como algo
positivo para a saúde e, assim, desassociá-la de ações violentas.
Portanto, o ideal seria, após o recebimento dessas produções, an-
tes de divulgá-las, o docente da área de Educação Física entregá-
las ao professor de Língua Portuguesa, para este último orientar
o aluno em possíveis ajustes necessários que deverão ser feitos
nas produções. Por fim, os professores, conjuntamente com os
alunos, escolherão a plataforma de mídia para divulgar esses ma-
teriais.

Primeira aula (50 minutos)


1. Dar início a aula apresentando o gênero reportagem, assim como
suas características (exemplos disso: recurso da polifonia, texto
em primeira e terceira pessoa, debate sobre o tema de forma mais
detalhada do que a notícia), como também estabelecer a diferen-
ça entre este gênero e a notícia. Iniciar a introdução do tema de
lutas, a partir dos questionamentos a seguir:

52
▪ Você gosta de esportes?
▪ Você conhece alguma modalidade de luta?
▪ Conhece alguém que aderiu à prática de lutas regularmente?

2. Mostrar a reportagem “A um mês da Olimpíada, atletas se mani-


festam por projeto de lei de incentivo ao esporte e à saúde” no
formato audiovisual (duração de 2 min e 59s). Solicitar ao aluno
que aponte os operadores argumentativos de soma e de oposição
empregados pelos falantes (Todavia, caso o aluno não consiga
indicar esses recursos linguísticos, não será prejudicado, pois a
reportagem escrita será disponibilizada). Em seguida, indagar so-
bre a presença da intertextualidade entre o cinema e a televisão.
Assim, é interessante instigar a seguinte reflexão:
▪ Na reportagem selecionada, os personagens mencionados aludem ao
cinema. Qual sua função social?
▪ Seus pais ou familiares conhecem esses personagens do cinema cita-
dos na reportagem?
▪ Você conhece esses personagens ou já assistiu a esses filmes?

3. Entregar a reportagem escrita aos alunos e simultaneamente soli-


citar que façam uma leitura individual. Assim, considerando que
o aluno já teve contato com o conteúdo, propor o tempo de cinco
minutos para a leitura. Novamente, o aluno deverá atentar-se aos
recursos linguísticos (conjunções) de soma e de oposição.

4. Iniciar a discussão com as seguintes questões:


▪ Quais suas impressões sobre o texto?
▪ Ao ler apenas o título da reportagem, o que você pensou que seria
abordado ao longo do texto?
▪ Vocês acham que tema e título são a mesma coisa?
▪ Qual é a ideia central da reportagem?
▪ Quais as diferenças entre a reportagem escrita e oral?

5. Solicitar a leitura do primeiro parágrafo em voz alta para qual-


quer aluno voluntário. Perguntar para a turma se conseguiram
perceber alguma ligação entre esse parágrafo e o tema principal.
Por conseguinte, por meio das respostas dos alunos, o docente de-
verá direcionar o debate sobre as informações e trechos indicados.
▪ Como você chegou a essa conclusão? Apenas por meio do texto ou
também pelo contexto? Peça para que o aluno justifique a resposta.

6. Solicitar a leitura do segundo parágrafo e sondar:


▪ Qual trecho ou informação se relaciona com a ideia central?
▪ Novamente, verifique como o aluno chegou nessa conclusão.

7. Após a leitura dos próximos parágrafos, questione:


▪ Quais informações você considera que são essenciais?
Por meio das respostas obtidas, estimule a utilização dos conhe-
cimentos prévios e de mundo do aluno para debater o contexto
dos trechos das informações recortadas com os colegas.

53
8. Ler o último parágrafo e questionar quais informações acessórias
foram trazidas nesse trecho, assim como perguntar como estas
foram adicionadas ao texto.

9. Sugerir que o aluno aponte como as informações discutidas pro-


duzem sentido de continuidade ao tema central do texto.

10. Após a leitura do texto completo com a turma, é fundamental


propor questionamentos sobre o conteúdo geral da reportagem.
▪ Você observou como outras informações foram adicionadas e rela-
cionadas à ideia central do texto? Quais são essas informações?
▪ Em algum momento da leitura, você teve a sensação de que o autor
do texto antecipou algum assunto? Se sim, qual?
▪ Você percebeu alguma polêmica levantada pelo autor do texto so-
bre a temática de leis e esportes?
▪ Os envolvidos na reivindicação da aprovação do PND fazem algu-
ma crítica na reportagem?

11. Sugerir como atividade para casa a leitura do capítulo setenta


e dois do mangá Naruto (Kishimoto, Masashi) para discussão
em sala.

Segunda aula (50 minutos)


1. Perguntar se todos leram o capítulo solicitado do mangá, assim
como suas impressões sobre a leitura.

2. Trazer a discussão da relação dos quadrinhos com a estética e a


saúde atrelada ao universo das lutas, por meio de perguntas co-
mo:
▪ Você percebeu que os personagens do mangá são diferentes das refe-
rências dos personagens do cinema mencionados na reportagem
apresentada na aula passada?
▪ Quais diferenças físicas são notáveis entre os personagens dos filmes
e do capítulo lido? Justifique.

3. Exibir alguns trechos do mangá, nos quais o personagem Rock


Lee aparece, e indagar:
▪ No capítulo sugerido para leitura existe uma relação com a reporta-
gem que foi vista na aula passada. Dessa forma, qual seria?
▪ O personagem do mangá é representado no cinema da mesma ma-
neira?

4. Discussão sobre a temática da luta em Naruto


▪ Você acha que as lutas são vistas como símbolo de violência?
▪ A luta é um diferencial na vida do Naruto e de outros personagens
que aparecem no capítulo? Se sim, justifique.
▪ Como a rivalidade feminina no contexto esportivo é tratada neste
capítulo?
▪ Você gostaria de fazer alguma crítica sobre como a temática lutas é
abordada em Naruto?

5. Questionamento final
▪ Tanto na reportagem quanto no mangá, a mídia possui um papel
fundamental. Nesse sentido, como você explica a popularização e a

54
divulgação das lutas como esporte? Além disso, como você avalia a
influência das mídias sociais ao tema?

6. Orientar os alunos na elaboração do roteiro do vídeo ou podcast


solicitado pelo professor de educação física.
Consiste em uma atividade avaliativa compartilhada entre os pro-
fessores de ambas as disciplinas. Portanto, a obtenção de pontos
considerará os conceitos distribuídos em uma tabela, a qual contém
aspectos que envolvem a avaliação do processo de avaliação da
aprendizagem. Por fim, na disciplina de Educação Física, o profes-
sor responsável poderá avaliar e atribuir a nota ao seu modo.

Nome do
Conceito 1 Conceito 2 Conceito 3 Conceito 4
aluno

Aluno X

Aluna Y
Avaliação da
aprendizagem Legendas: Conceito 1 — O aluno relacionou seu conhecimento prévio e
extralinguístico para complementar a estratégia de leitura apresentada (te-
ma e subtemas). Conceito 2 — O aluno participou das discussões propos-
tas, realizou a leitura do capítulo e a resolução da atividade sugerida no
prazo estipulado. Conceito 3 — O aluno realizou a proposta da atividade
interdisciplinar, considerando os elementos constitutivos como o conteú-
do temático, retomadas de sentido e propósitos comunicativos. Conceito
4 — O aluno atentou-se às referências explícitas, a presença da intertex-
tualidade entre a televisão e o cinema.
A: Excelente; B: Satisfatório; C: Bom; D: Insatisfatório.
A distribuição da pontuação nesses conceitos fica a critério do do-
cente, entretanto propomos que a maior pontuação seja destinada
aos conceitos relacionados às habilidades de leitura, uma vez que
esta oficina é voltada para a leitura.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da
Educação, 2018.

KISHIMOTO, M. Naruto. Disponível em:


https://mangalivre.net/ler/naruto/online/173/capitulo-72#/!page1.
Acesso em: 16 jul. 2021.
Referências
VALENTE, R. A um mês das olimpíadas, atletas se manifestam
por projeto de lei de incentivo ao esporte e à saúde. Espn, São
Paulo, 23 de junho de 2021. Disponível em:
https://www.espn.com.br/olimpiadas/artigo/_/id/8814193/a-um-
mes-da-olimpiada-atletas-se-manifestam-por-projeto-de-lei-de-
incentivo-ao-esporte-e-a-saude. Acesso em: 12 jul. 2021.

55
56
Oficina 12
Combatendo o sedentarismo nas aulas de leitura
Bruna Lourenço Ferreira
Willamy Matos dos Santos

Série 9º ano

Tempo previsto 100 minutos (2 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Educação Física
Interdisciplinar
Campo de
Jornalístico-midiático
atuação
Língua Portuguesa:
Leitura de textos multissemióticos e de divulgação científica.
Conteúdo
Educação Física:
Prática corporal: combate ao sedentarismo.
Língua Portuguesa:
(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos — tiri-
nhas, charges, memes, gifs etc. —, o efeito de humor, ironia e/ou
crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambí-
guas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.
(EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção
dos gêneros de divulgação científica — texto didático, artigo de di-
vulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de
enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e
animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e ví-
Habilidades deos variados de divulgação científica etc. — e os aspectos relativos
desenvolvidas à construção composicional e às marcas linguística características
(BNCC) desses gêneros, de forma a ampliar suas possibilidades de compre-
ensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

Educação Física:
(EF89EF07) Experimentar e fruir um ou mais programas de exercí-
cios físicos, identificando as exigências corporais desses diferentes
programas e reconhecendo a importância de uma prática individua-
lizada, adequada às características e necessidades de cada sujeito.
(EF89EF10) Experimentar e fruir um ou mais tipos de ginástica de
conscientização corporal, identificando as exigências corporais dos
mesmos.

57
(EF89EF11) Identificar as diferenças e semelhanças entre a ginásti-
ca de conscientização corporal e as de condicionamento físico e dis-
cutir como a prática de cada uma dessas manifestações pode con-
tribuir para a melhoria das condições de vida, saúde, bem-estar e
cuidado consigo mesmo.
Cópias dos textos indicados e roupas adequadas para as atividades
Material
físicas propostas.

1. Apresentação e leitura dos textos (30 minutos)


Em um primeiro momento, o professor de Português apresentará
o conteúdo que será trabalhado de maneira interdisciplinar com
a área de Educação Física. Em seguida, fará uma leitura da tirinha
do Garfield (ver Texto I, em nosso QR code) com a turma, eviden-
ciando a característica sedentária do personagem. Espera-se que
os alunos possam discutir essa escolha do personagem de não pra-
ticar exercícios físicos e quais as consequências desse ato.

2. Leitura nas equipes (10 minutos)


Logo após, o professor deve dividir a sala em grupos e orientar a
leitura do texto II (em nosso QR code) de modo a gerar uma refle-
xão sobre os comportamentos sedentários, seus sintomas e suas
consequências. Sugere-se que os alunos tentem identificar se per-
cebem algum desses sintomas neles próprios ou em alguém da fa-
mília. É possível, ainda, que elaborem um quadro-resumo, a par-
tir da leitura.

3. Discussão entre as equipes (10 minutos)


Nesse terceiro momento, as equipes compartilharão com a turma
as impressões sobre o texto II com base nas questões propostas
Passos para ao final da leitura. Espera-se que os alunos compreendam o concei-
aplicação to de sedentarismo, os principais sintomas e a forma de comba-
ter essa condição.

4. Prática de exercícios (40 minutos)


Para esse momento, os alunos irão, com o professor de Educação
Física, para a quadra ou o pátio da escola. Com a orientação do
professor, realizarão uma sessão de alongamentos físicos, obser-
vando como os movimentos trabalham as mais diversas partes do
corpo. Em seguida, o professor passará uma série de exercícios
físicos simples como corridas, saltos, flexões e polichinelos com
o objetivo de os alunos observarem como seu corpo reage aos mo-
vimentos. É importante que, durante a realização dos exercícios,
o professor acompanhe o desempenho de cada aluno de modo a
evitar possíveis lesões.

6. Discussão pós-exercícios (10 minutos)


Esse último momento consistirá na avaliação da aprendizagem.
Os dois professores se reunirão com a turma e irão debater os as-
pectos físicos de antes e depois dos exercícios. Nesse ponto, os
alunos que praticam regularmente atividades físicas e os que não
praticam darão seus depoimentos relacionando-os com a impor-
tância de combater o sedentarismo com a prática corporal.

58
Os alunos serão avaliados com base nas discussões propostas pelos
Avaliação da
professores, bem como, na participação e no empenho durante a
aprendizagem
realização dos exercícios físicos.
Atividade de Educação Física: sedentarismo. Tudo Sala de Aula.
Disponível em:
https://www.tudosaladeaula.com/2019/06/atividade-de-educacao-
fisica.html. Acesso em: 11 de julho de 2021.

Referências BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da


Educação, 2018.

BRUCE, C. Sedentarismo: o que é, sintomas e como combater. Tua


Saúde. Disponível em: https://www.tuasaude.com/consequencias-
do-sedentarismo/. Acesso em: 11 de julho de 2021.

59
60
Oficina 13
Literatura de Cordel e Xilogravuras:
uma leitura multissemiótica
José Armando Araújo Pires Neto
Priscila Matias Moreira
Thalia Aparecida Sousa Martins

Série 9º ano

Tempo previsto 200 minutos (4 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Artes
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-literário
atuação
Língua Portuguesa:
Leitura: cordéis de autores nordestinos, Produção de textos: criação
de um cordel e Oralidade: apresentação do cordel produzido.
Conteúdo
Artes:
Artes integradas: produção e desenvolvimento de textos em Litera-
tura de Cordel e sua capa com base nas xilogravuras.
Língua Portuguesa:
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-
nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
contexto social e histórico de sua produção.
(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de
recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc.), se-
mânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráfico-espacial (dis-
Habilidades tribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com
desenvolvidas o texto verbal.
(BNCC) (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento,
textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições
temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as
configurações da situação de produção — o leitor pretendido, o
suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. — e
considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias
ao texto literário.
(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos — como con-
tos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, hu-
morísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (comparti-

61
lhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como
romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura
infantojuvenil — contar/recontar histórias tanto da tradição oral
(causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor,
contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição
literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do tex-
to por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite
o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela
pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como ne-
gritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou
esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção
de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leitu-
ras dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poe-
mas diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como qua-
dras, sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísti-
cos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido
pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e pro-
longamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recur-
sos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético
e à situação de compartilhamento em questão.

Artes:
(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com
base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coleti-
vo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recur-
sos convencionais, alternativos e digitais.
(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e
imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo
suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épo-
cas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relati-
vos às diferentes linguagens artísticas.
Projetor multimídia, computador, vídeos sugeridos, caixinha de som,
papel A4 multi cor, tesoura, régua, grampeador de papel ou cola,
Material
bandeja de isopor ou E.V.A., lápis nº 2, caneta esferográfica, pincel,
tinta preta, barbante, fita adesiva.
Primeira aula (50 minutos)
1. Predição: O que é cordel? Professor, neste momento, deve-se ave-
riguar com a turma o conhecimento prévio sobre a literatura de
cordel. Pode-se questionar sobre “Você sabe o que é literatura de
cordel?”, “já viram um cordel de perto?”, “qual a temática do
cordel?” (5 minutos)
Passos para
2. Apresentação da literatura de cordel: história e estrutura. No se-
aplicação
gundo momento da aula, o tema deverá ser explorado através de
sua história, explicando o surgimento do gênero, sua chegada ao
Brasil e sua importância como arte popular e expressão cultural
nordestina. No campo literário deverá frisar-se a composição de
sua estrutura, como a importância da rima e da musicalidade tí-
pica do cordel. (25 minutos)

62
SUGESTÃO DE LEITURA PARA O PROFESSOR:
NOGUEIRA, Â. Origem e características da literatura de cordel.
Ariquemes, 2009. Artigo, Faculdades Integradas de Ariquemes –
FIAR. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea00709a.pdf.
Acesso em: 21 jul. 2021.

3. Leitura de literatura de cordel. O terceiro momento da aula será


destinado ao contato dos alunos com o texto. Os cordéis escolhi-
dos poderão ser disponibilizados em cópias impressas, digitais
(PDF, documento do Word...) ou por meio audiovisual (vídeo do
YouTube). Professor, o ideal é que os alunos tenham um primeiro
contato com a musicalidade do gênero, então, o docente deverá
realizar uma primeira leitura para que os estudantes assimilem
o ritmo e possam, em uma leitura posterior, ler segundo o estilo
próprio dos cordéis. (15 minutos)

SUGESTÃO:
VIEIRA, G. A Terrível História da Perna Cabeluda (Prenúncios da
Besta-Fera). Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/rd000004.pdf.
Acesso em: 21 jul. 2021.

MAIS SUGESTÕES:
CAUSOS DE CORDEL. O saci - Cordel Sertão Encantado (Episódio
Piloto). 2019. (3min 50s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=K9wQdlXCKms. Acesso em:
21 jul. 2021.
LITERATURA em Cordel grátis em PDF. In: BaixeLivros. [S. l.]:
BaixeLivros Fundação A.M.A.S., [20--?]. Disponível em:
https://www.baixelivros.com.br/biblioteca/literatura-de-cordel.
Acesso em: 21 jul. 2021.
Caso a aula não seja geminada, como atividade de casa sugere-se
uma pesquisa e leitura de outro(s) cordel(is).

Segunda aula (50 minutos)


1. Recapitulação do tema: Literatura de Cordel. Durante a segunda
aula, é importante que o que foi aprendido seja fixado pelos estu-
dantes, de modo que os tópicos estudados na aula anterior sejam
rememorados. Pode-se neste momento questionar sobre “o que
acham sobre a literatura de cordel?”, “qual a importância do cor-
del?”, “como é a estrutura de um cordel?” (10 minutos)
2. Proposta de atividade de produção textual: gênero Literatura de
Cordel. Após a leitura e a recapitulação, o professor dividirá os
alunos em grupos, e apresentará as atividades. Em equipes, os es-
tudantes deverão produzir um curto exemplar do gênero Litera-
tura de Cordel, fundamentando-se no que foi aprendido nos mo-
mentos anteriores. O texto basear-se-á nos elementos e histórias
da cultura folclórica brasileira ou de lendas urbanas que os alu-
nos já conheçam. (5 minutos)

63
Professor, a atividade será dividida em quatro etapas ao longo des-
ta e das próximas duas aulas: 1ª etapa (Escrita), 2ª etapa (Corre-
ção), 3ª etapa (Criação de uma xilogravura) e 4ª etapa (Apresen-
tação da versão final da xilogravura e do texto).
3. Produção de texto: Literatura de Cordel. Neste primeiro momen-
to de desenvolvimento, o docente deverá guiar as equipes duran-
te a etapa inicial da produção textual, solucionando eventuais
dúvidas e auxiliando-os na escrita dos textos. Ao final do tempo
destinado para a realização da atividade em sala, o docente
anunciará a conclusão do texto como atividade de casa, sugerin-
do a entrega do texto na aula seguinte para a revisão antes da
apresentação. (35 minutos)

Terceira aula (50 minutos)


1. Produção de texto: revisão. As equipes entregarão o produto escri-
to para a revisão do professor, que recomendará as modificações
necessárias, caso haja. (10 minutos)
2. Apresentação: o que é a xilogravura? Neste momento, o professor
fará uma breve explicação e apresentação do que é a xilogravura
e como fazê-la. (10 minutos)

SUGESTÃO:
BANCO de Dados: Imagens de Cordel. In: Memória de Leitura.
Campinas: Unicamp, [20--?]. Disponível em:
https://www.unicamp.br/iel/memoria/LiteraturaPopular/BancodeD
ados/index.htm. Acesso em: 21 jul. 2021.

3. Proposta de atividade: oficina de xilogravura. Após todos os co-


mentários a respeito dessa arte, o professor orientará e auxiliará,
caso necessário, na criação de xilogravuras que servirão de capa
para os Cordéis previamente criados. (30 minutos)

SUGESTÃO:
Como realizar a xilogravura?
MARCUCCI, C. Xilogravura no isopor. In: Revista Crescer. [S. l.]:
Editora Globo, [201-?]. Disponível em:
https://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI318179-
18554,00-XILOGRAVURA+NO+ISOPOR.html. Acesso em: 21 jul.
2021.

Quarta aula (50 minutos)


1. Proposta de atividade: apresentação dos cordéis produzidos. O
professor proporá que os alunos disponham seus assentos na clas-
se em forma de meia lua ou “u” e as equipes apresentarão, de
forma oral, as versões finais de seus cordéis e a capa produzida.
Após a leitura, as equipes passarão suas obras aos demais alunos
para que possam ser observadas por todos. (45 minutos)
2. Proposta de avaliação: autoavaliação. O último momento da ati-
vidade culminará com o processo de autoavaliação dos estudan-

64
tes quanto ao trabalho realizado e o processo para consegui-lo.
Eles analisarão a dificuldade em produzir o cordel, bem como a
xilogravura, o seu desempenho e a proposta de atividade. (5 mi-
nutos)

SUGESTÃO:
Ao final da aula, os cordéis poderão ser expostos em ambientes da
escola (no pátio, na entrada/saída, em uma árvore da leitura…) para
que outros alunos possam ler as obras produzidas.
Os cordéis poderão também ser doados às bibliotecas públicas e/ou
comunitárias, de modo que os textos fiquem à disposição para a
leitura do público em geral. Nesse caso, os próprios alunos poderão
se dirigir à biblioteca para realizar a doação ou algum responsável
pela instituição escolhida poderá ir até a sala e receber os cordéis
que poderão ser lidos pela comunidade.
O professor avaliará o processo de criação do cordel: argumento,
Avaliação da
engajamento dos alunos, compreensão do tema, a utilização de
aprendizagem
recursos rítmicos e autoavaliação.
ARAÚJO, F. Como fazer um cordel passo a passo: da escrita à
impressão. YouTube, 2020. (13min 56s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=PxasQHMB-Dw. Acesso em:
21 jul. 2021.

BANCO de Dados: Imagens de Cordel. In: Memória de Leitura.


Campinas: Unicamp, [20--?]. Disponível em:
https://www.unicamp.br/iel/memoria/LiteraturaPopular/BancodeD
ados/index.htm. Acesso em: 21 jul. 2021.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da


Educação, 2018.

CAUSOS DE CORDEL. O saci - Cordel Sertão Encantado (Episódio


Piloto). YouTube, 2019. (3min 50s). Disponível em:
Referências https://www.youtube.com/watch?v=K9wQdlXCKms. Acesso em:
21 jul. 2021.

LITERATURA em Cordel grátis em PDF. In: BaixeLivros. [S. l.]:


BaixeLivros Fundação A.M.A.S., [20--?]. Disponível em:
https://www.baixelivros.com.br/biblioteca/literatura-de-cordel.
Acesso em: 21 jul. 2021.

MARCUCCI, C. Xilogravura no isopor. In: Revista Crescer. [S. l.]:


Editora Globo, [201-?]. Disponível em:
https://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI318179-
18554,00-XILOGRAVURA+NO+ISOPOR.html. Acesso em: 21 jul.
2021.

NOGUEIRA, Â. Origem e características da literatura de cordel.


Ariquemes, 2009. Artigo, Faculdades Integradas de Ariquemes –
FIAR. Disponível em:

65
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea00709a.pdf.
Acesso em: 21 jul. 2021.

VIEIRA, G. A Terrível História da Perna Cabeluda (Prenúncios da


Besta-Fera). Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/rd000004.pdf.
Acesso em: 21 jul. 2021.

66
Oficina 14
Expressões artísticas teatrais
no ensino de leitura
Adriano Lira da Silva
Lucas Lira da Silva
Sara Lira da Silva

Série 6º ano

Tempo previsto 200 minutos (4 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Artes
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-Literário
atuação
Língua Portuguesa:
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos
provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos,
Conteúdo relação entre textos e produção de textos orais.

Artes:
Contextos e práticas, elementos da linguagem, processos de criação.
Língua Portuguesa:
(EF67LP29) Identificar, em texto dramático, personagem, ato, cena,
fala e indicações cênicas e a organização do texto: enredo, conflitos,
ideias principais, pontos de vista, universos de referência.
(EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando,
na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e para-
linguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, ento-
nação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os ges-
tos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem
Habilidades
e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário,
desenvolvidas
da trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.
(BNCC)
Artes:
(EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasi-
leiros e estrangeiros de diferentes épocas, investigando os modos de
criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação
profissional em teatro.
(EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as construções corporais
e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo
cênico.

67
Computador, projetor multimídia, pincel, quadro branco, fotocópias,
tinta guache branco e preto e/ou estojo de maquiagem, adereços
Material
que componham figurino: chapéu, fantasias, anéis, colares, pulsei-
ras, cintos, etc.
As aulas serão organizadas de acordo com a disposição das discipli-
nas no cronograma escolar. Recomenda-se que haja, porém, inter-
valos entre as aulas 1 e 2, para que o aluno continue o processo de
aprendizagem fora de sala. Ademais, recomenda-se que a aula 3 sja
geminada, pois será uma prática contínua do teatro improvisado,
em que ocorrerá a interdisciplinaridade.

Primeira aula (50 minutos)


1. Em um primeiro momento, o professor introduz brevemente o
tema da aula: texto teatral, por meio de perguntas motivadoras:
Alguém conhece um teatro? Já esteve em um teatro ou assistiu a
uma peça teatral? Qual(is)? Os alunos podem responder livre-
mente e o professor media o tempo, a fim de que se mantenha o
objetivo de ativar conhecimentos prévios.
2. Em seguida, convida os alunos a organizarem a sala em forma de
semicírculo, a fim de que haja uma melhor visualização de seus
colegas para a leitura do texto “A descoberta'', de Marcus di Bello.
3. A leitura será feita de forma coletiva e o professor pode dividir,
ainda, a turma em dois lados, um direito e outro esquerdo, repre-
sentando a divisão de falas das duas personagens do texto, Al-
berta e Eureka. O professor distribui fotocópias do texto, dispo-
Passos para nível para download em:
aplicação https://oficinadeteatro.com/conteudotextos-pecas-etc/pecas-de-
teatro/viewdownload/11-pecas-infanto-juvenis/294-a-
descoberta e inicia a leitura.
4. Após os alunos lerem o texto, o professor levantará questões, in-
citando o compartilhamento de ideias, tais como: o que vocês en-
tenderam do texto? Vocês têm alguma opinião sobre algum per-
sonagem? O que vocês acharam do final da narrativa? Novamen-
te os alunos podem sentir-se à vontade de expressarem suas opi-
niões sobre o texto. O importante é que suas percepções sejam tra-
tadas com acolhimento para que, logo em seguida, seja introduzi-
do um questionário, no qual os alunos responderão oralmente
perguntas relacionadas ao texto.
▪ O texto trata de que assunto?
Da descoberta de Alberta, a galinha bota ovo.
▪ Como Alberta conseguiu descobrir que a galinha bota ovo?
Por meio de cálculos.
▪ Há alguma palavra ou termo desconhecidos nos cálculos de Alber-
ta? Você consegue, pelo contexto, compreender seus significados?
Galinóvio Granjé, curva galinácea, ciclo pintínico, ovofritíceos, etc.
Nesse ponto, o professor evidencia aos alunos o fenômeno linguís-
tico que constitui a formação de novas palavras ou novos sentidos
a palavras que já existem: o neologismo, recurso linguístico do au-

68
tor para a composição do texto.

▪ Esses termos fazem referência a alguma área de conhecimento? Qual?


Ciências.
▪ O nome das personagens também tem relação com essa área? Por quê?
Alberta Stein vem de Albert Einstein, famoso cientista físico. Eureka
é um termo que significa descobri, em grego, gritado por Arquimedes,
famoso cientista da Antiguidade.
Caso os alunos não conheçam a referência, o professor deve explici-
tar a intenção do autor de utilizar tais nomes para suas personagens
como objetos importantes para o contexto.

▪ Por que Alberta desiste de publicar sua descoberta?


Por incentivo de Eureka, que diz não ser um bom momento para a
humanidade.
Aqui, o professor também explica o emprego do termo “a frente do
meu tempo”, que remete a pessoas ousadas com ideias inovadoras,
utilizado pelo autor para destacar a ideia de Alberta, que não seria
aceita nem compreendida na sua época, assim como a de muitos
estudiosos de diversas ciências. É importante o professor auxiliar
na reflexão dos alunos para chegar à resposta, mas sempre incenti-
vando seu próprio raciocínio.

Segunda aula (50 minutos)


1. Neste momento o professor poderá usar a lousa ou o projetor pa-
ra apresentar aos alunos as características do texto teatral: o tex-
to primário e o texto secundário, a divisão estrutural do texto, a
sequência do enredo etc. É interessante apresentar também alguns
dos principais autores do gênero, brasileiros e/ou estrangeiros:
William Shakespeare, Miguel de Cervantes, Artur Azevedo, Nel-
son Rodrigues etc., ressaltando os elementos que o constitui e o
seu contexto, além de sua importância como arte cênica.
2. Após sua apresentação, o professor convida os alunos para lerem
novamente o texto “A descoberta”, mas, desta vez, trazendo a
atenção do aluno para a composição estrutural do texto, utilizan-
do um questionário que será respondido de forma escrita.
▪ Quais elementos estruturais do gênero texto teatral podemos identi-
ficar no texto “A descoberta”?
Cena, cenário, figurino, rubricas, diálogos, personagens.
▪ O texto teatral possui como característica o diálogo entre personagens,
transcreva um dos que Alberta explica sua descoberta a Eureka.
ALBERTA – Então, usando cálculos cloacos cheguei nesse resultado
(mostra o papel com o resultado).
EUREKA – Incrível... Jogando o resultado descoberto pela tabela
duziástica na fórmula de Granjé...
ALBERTA – Elementar, minha cara Eureka.
EUREKA – A galinha bota ovo!
▪ Cite os objetos que compõem o cenário e o figurino das personagens.
Não há indicação de cenário. Jalecos.

69
A identificação de tais elementos por parte dos alunos deve ser pre-
tendida pela percepção deles próprios, cabendo ao professor somen-
te auxiliar no processo. Quanto à escrita, os alunos precisam estar
atentos à norma padrão e à composição estrutural do gênero quan-
do transcrito.

Terceira aula (100 minutos)


Etapa 1
Nesta etapa, os alunos se dividirão em grupos para a produção de
um texto teatral. Será necessário novamente a disposição das car-
teiras em semicírculo para a apresentação dos alunos em um teatro
improvisado.
O professor de artes e o de língua portuguesa indicarão os elemen-
tos que deverão compor os textos dos alunos e os auxiliarão no pro-
cesso. O tema dos textos pode ser livre e é importante que a produ-
ção dos alunos não seja longa, pois isso podem prejudicar o tempo
de ensaio da etapa 2 (de qualquer modo, caso prefiram, os profes-
sores podem alterar o tempo de realização da atividade).
O professor de Artes poderá elucidar o aluno para a cena imaginati-
va de seus gestos, expressões, posições no local de cena etc. O pro-
fessor de português, na criação dos textos, tirando dúvidas dos alu-
nos quanto ao que foi estudado nas aulas anteriores sendo postas
em prática, como a construção de características simples dos perso-
nagens (vício linguístico, aparência física, modo de se expressar
etc.), composição estrutural do texto e sua ideia principal.
O método para criação dos textos é livre, contanto que todos os par-
ticipantes dos grupos contribuam de forma cooperativa no processo.
Exemplo: Grupo com 4 participantes. Dois alunos ficam responsáveis
pela escrita do texto teatral, os outros dois pela encenação.

Etapa 2
Nesta etapa, os alunos estudarão seus textos com o auxílio dos pro-
fessores, ensaiando técnicas simples de atuação, observando as ru-
bricas postas, memorizando as falas das personagens e tentando ex-
pressar-se de maneira fidedigna às características de seus persona-
gens.
Os professores irão disponibilizar para os alunos um estojo de ma-
quiagem, tinta guache e adereços de figurino para uso em cena. Tan-
to a maquiagem quanto os adereços devem ser pensados como ele-
mentos significativos para a encenação.
É interessante pensar na sala de aula como um palco dividido, para
que cada equipe tenha um espaço necessário suficiente para a repre-
sentação.

Etapa 3
Nesta última etapa, os alunos se apresentarão. A organização e a or-
dem da sala devem ser observadas pelos professores, para que os
alunos se sintam à vontade na execução de seus papéis.

70
Os procedimentos de avaliação dos alunos devem levar em conside-
ração sempre o contexto, as condições de aprendizagem e o desem-
penho dos discentes no ambiente escolar no qual estão inseridos.
Avaliação da Assim sendo, os docentes devem avaliar os alunos considerando as
aprendizagem habilidades desenvolvidas de Língua Portuguesa e de Artes.
As avaliações podem ser individualizadas, pois assim pode-se diag-
nosticar as dificuldades de cada aluno e ter uma avaliação contínua
e progressiva.
BELLO, M. A Descoberta. São Paulo, abril de 2010. Disponível em:
https://oficinadeteatro.com/conteudotextos-pecas-etc/pecas-de-
teatro/viewdownload/11-pecas-infanto-juvenis/294-a-descoberta.
Acesso em 25 jul. 2021.

Referências BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília:


MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#fundamental/lingua
-portuguesa-no-ensino-fundamental-anos-finais-praticas-de-
linguagem-objetos-de-conhecimento-e-habilidades. Acesso em 25
jul. 2021.

71
72
Oficina 15
O Brasil representado na arte:
leitura de telas modernistas
Ana Beatriz Holanda Siqueira Barros
Beatriz de Paula Silva
Biatriz de Moura Tavares
Raquel Nunes Cavalcanti

Série 8º ano

Tempo previsto De 7 a 8 aulas de 50 minutos


Área
Língua Portuguesa e Artes
Interdisciplinar
Campo de
Campo artístico-literário
atuação
Conteúdo Modernismo brasileiro e Brasilidade
Língua Portuguesa:
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-
nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
contexto social e histórico de sua produção.
Habilidades
desenvolvidas Artes:
(BNCC) (EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações
processuais entre diversas linguagens artísticas.
(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e
imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo
suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas,
e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às
diferentes linguagens artísticas.

Material Projetor multimídia, notebook, lousa e material xerocopiado.

73
Primeira aula (50 minutos)
O professor de Artes irá trabalhar com os estudantes as pinturas
“Abaporu”, de Tarsila do Amaral, e “O Homem Amarelo”, de Anita
Malfatti, fazendo um momento de predição com eles:
1. O que vocês veem nas telas?
2. O que as cores demonstram para vocês?
3. O que vem à mente de vocês ao contemplarem as pinturas?
Após isso, o professor ressaltará a importância daquelas pinturas pa-
ra a introdução e consolidação do movimento modernista no Brasil,
considerando seu pioneirismo para as artes plásticas e observando,
nas telas, suas cores e características.

Segunda e terceira aulas (100 minutos)


O professor de português, a partir das mesmas obras, irá trabalhar
a questão da brasilidade trazida pelas pintoras às artes plásticas.
Para isso, antes de analisar as obras, perguntará?
1. Para vocês, o que representa o povo brasileiro?
2. Que linguagens artísticas podem representar o nosso país?
3. Qual a importância de um povo se sentir representado artistica-
mente?
Passos para Assim, o professor irá fazer a análise das obras, pedindo para que os
aplicação estudantes respondam às questões a seguir.
1. É possível encontrar alguma semelhança entre as duas pinturas?
2. O movimento modernista é um movimento de brasilidade. As-
sim, quais são as possíveis características de brasilidade em Aba-
poru (1928) e em O Homem Amarelo (1917)?
3. Você gostou das duas pinturas? Qual lhe chamou mais atenção?
Por quê?
Proposta de Exposição de Arte Moderna: Para a exposição, a turma
deve elaborar em grupo uma obra artística (um poema, um quadro,
uma sátira, uma paródia, etc.) que tenha as características do Mo-
dernismo, seja uma releitura ou não, para apresentar na aula se-
guinte. Os alunos que escolherem desenvolver obras escritas, re-
ceberão orientação do professor de Português e os alunos que esco-
lherem desenvolver obras visuais ou performances, receberão ori-
entação do professor de Artes. A apresentação da obra deve contem-
plar características do Modernismo que serviram de base para a
criação artística, além de comentários breves sobre o processo ar-
tístico.

Quarta aula (100 minutos)


Exposição da atividade artística dos alunos em conjunto com o pro-
fessor de Artes (5-8 minutos para cada equipe)

Avaliação da Observação da participação e do engajamento dos estudantes nas


aprendizagem atividades promovidas.

74
AMARAL, T. Abaporu, 1928. Disponível em:
https://cdn.culturagenial.com/imagens/abaporu-2-cke.jpg. Acesso
em: 04 ago. 2021.

BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira. 52, Cultrix,


2018.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da


Referências Educação, 2018.

CANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira. 7. ed. Belo Ho-


rizonte-Rio de Janeiro: Editora Itatiaia, 1993.

MALFATTI, A. O Homem Amarelo, 1917. Disponível em:


https://arteeartistas.com.br/wp-content/uploads/2019/02/O-
Homem-Amarelo.-Anita-Malfatti.-1916.jpg. Acesso em: 04 ago.
2021.

75
Oficina 16
A leitura do texto literário e
as operações matemáticas
Ashley Evelyn Reátegui Saraiva
Fernanda Steffany do Nascimento Chrisóstomo
Jean Matheus de Souza Rocha

Série 6º ano

Tempo previsto 200 minutos (4 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa, Matemática e História
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-literário
atuação
Língua Portuguesa:
Leitura de texto literário

Matemática:
Conteúdo Operações com números naturais e fração

História:
Povos da Antiguidade na África (egípcios) e no Oriente Médio
(mesopotâmicos)
Língua Portuguesa:
(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender — selecionan-
do procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes ob-
jetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes —,
romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas
brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas
de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos,
mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), ví-
Habilidades deo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação
desenvolvidas sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas,
(BNCC) autores.
(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos — como con-
tos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, hu-
morísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (comparti-
lhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como
romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura
infantojuvenil — contar/recontar histórias tanto da tradição oral (cau-
sos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos
de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literá-

76
ria escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto por
meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o rit-
mo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pon-
tuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos,
itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse
conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de
audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras
dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poe-
mas diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como qua-
dras, sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísti-
cos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido
pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e pro-
longamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recur-
sos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético
e à situação de compartilhamento em questão.

Matemática:
(EF06MA03) Resolver e elaborar problemas que envolvam cálculos
(mentais ou escritos, exatos ou aproximados) com números naturais,
por meio de estratégias variadas, com compreensão dos processos
neles envolvidos com e sem uso de calculadora.

História:
(EF06HI07) Identificar aspectos e formas de registro das sociedades
antigas na África, no Oriente Médio e nas Américas, distinguindo
alguns significados presentes na cultura material e na tradição oral
dessas sociedades.

Lousa, pincel, 36 camelos de E.V.A ou de cartolina, fita adesiva, pa-


Material
pel e figuras impressas.

Primeira aula (50 minutos)


Predição 1 (25 minutos)
1. Apresentar quatro materiais referentes à cultura árabe e aos po-
vos do Oriente Médio. Como sugestão, seguem alguns links: (2
minutos)
➢ O cartaz promocional da produção cinematográfica Aladdin
(2019):
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/b/be/Aladdin_(2
Passos para
019).jpg
aplicação
➢ Uma imagem representativa do movimento Primavera
Àrabe: https://cdn.prod.www.spiegel.de/images/33cda7a1-
0001-0004-0000-
000000948049_w1528_r1.6370526315789473_fpx34.19_fp
y49.98.jpg
➢ Imagem ilustrativa da dança do ventre:
http://3.bp.blogspot.com/-
lzAWPqki2mg/ThubT11GvEI/AAAAAAAAACY/MAcErmLl
4rk/s1600/1275427715_42079828_1-Fotos-de--DANZA-

77
ARABE-INSCRIPCIONES-ABIERTAS-TEMPORADA-2010-
1275427715.jpg
➢ Uma fotografia da Kaaba na Grande Mesquita de Meca:
https://veja.abril.com.br/mundo/peregrinacao-vip-apenas-
vacinados-poderao-ir-a-meca-diz-arabia-saudita/

2. Incentivar a reflexão por parte dos alunos por meio dos seguintes
questionamentos: (10 minutos)
➢ “O que está presente no material?”
➢ “O que conhecem acerca do material?”
➢ “Sabem o que estas imagens têm em comum?”
➢ “Vocês conhecem algo sobre a cultura árabe?”

3. Debater, juntamente com o(a) professor(a) de História e a turma,


sobre os povos do Oriente Médio e sua cultura, a partir das res-
postas produzidas pelos alunos acerca da temática. (13 minutos)

Predição 2 (25 minutos)


1. Dispor 35 camelos em E.V.A ou em cartolina pré-produzidos na
lousa (deixando um, dos 36, para ser acrescentado posteriormen-
te). Observação: nesse momento, o(a) professor(a) pode solicitar
ajuda da turma para fixar os camelos na lousa. (5 minutos)
2. Propor a seguinte problemática a fim de que os alunos reflitam
sobre: (10 minutos)
➢ Tenho 35 camelos e desejo dividi-los entre meus três filhos.
Como devo fazer para que a divisão seja justa?
3. Expor as dúvidas dos alunos e possíveis resoluções do enigma
para gerar uma discussão na turma. Observação: o(a) professor(a)
de Português, juntamente com o(a) professor(a) de Matemática,
deverá auxiliar durante o desvendar do enigma, levantando hi-
póteses e analisando as possíveis resoluções. (10 minutos)

Segunda aula (50 minutos)


1. Retomar o enigma da aula anterior. (5 minutos)
2. Introduzir a obra a ser lida “O homem que calculava”, de Malba
Tahan, apresentando os aspectos do gênero literário (romance
infanto-juvenil), do enredo, das personagens, entre outros. (15
minutos)
3. Entregar cópias do capítulo 3 do livro “O homem que calculava”
aos alunos e pedir que façam uma leitura silenciosa e atenta do
texto. (15 minutos)
4. Realizar a leitura em voz alta para a turma e indagar os alunos
sobre a leitura, com o intuito de que estes exponham suas im-
pressões acerca do texto lido e da resolução do problema dos ca-
melos, e se haviam pensado da maneira proposta pelo texto,
acrescentando o 36º camelo à lousa. Observação: Caso a resolu-
ção do problema não tenha ficado clara para os alunos, o(a) profes-

78
sor(a) de Matemática utilizará esse momento para esclarecer as
dúvidas sobre o conteúdo. (15 minutos)

Terceira aula (50 minutos)


1. Dividir a turma em quintetos ou quartetos e entregar a eles um
instrumental contendo um dos problemas abaixo para que estes
o solucionem juntos em um outro momento. (5 minutos)
➢ Imaginem que vocês são o personagem Samir, aficionado por
analisar e resolver problemas matemáticos. Durante um
passeio às Pirâmides de Gizé, vocês se depararam com as
seguintes proposições:
I) Um vendedor de falafel cobrava 12 moedas por uma porção
de 5 unidades da comida, no entanto, um fotógrafo em uma
viagem de turismo gostaria de provar esta iguaria e só
possuía 8 moedas. O que fazer para que o fotógrafo possa
degustá-la?
II) Uma vendedora de tecidos gostaria de comprar um frasco
de essência, de tâmaras e macadâmias, para perfumar seus
produtos. Entretanto, um frasco de 50 mL de essência custava
130 moedas e a vendedora só possuía 70 moedas. O que fazer
para que a vendedora possa perfumar seus tecidos?
2. Fazer a leitura do instrumental para todas equipes e explicar o
que será feito a partir da proposta da atividade. (10 minutos)
3. Explicar que na aula seguinte as equipes deverão expor suas re-
soluções dos enigmas para a turma da maneira que acharem me-
lhor, por meio de uma apresentação, cartaz, esquete, paródia, etc.
O(a) professor(a) deverá estipular um tempo de apresentação pa-
ra cada equipe a depender da quantidade de alunos na turma.
(10 minutos)
4. Pedir para que os alunos debatam em equipes como resolveriam
de maneira criativa a situação proposta, os preparando para a pró-
xima aula. Observação: O intuito dessa atividade é fazer com que
os alunos interpretem a situação e pensem em resoluções possí-
veis para os casos que também vão além da Matemática, por
exemplo, como trocar serviços de fotografia ou de divulgação em
troca da porção de falafel ou trocar um dos tecidos à venda por
um frasco de essência. (25 minutos)

Quarta aula (50 minutos)


1. Reunir as equipes pré-estabelecidas na aula anterior para os ajus-
tes finais da apresentação. (5 minutos)
2. Revisar o que foi discutido na aula anterior. (5 minutos)
3. Compartilhar as soluções criativas desenvolvidas pelas equipes
para o(a) professor(a) e para o resto da turma. (30 minutos)
4. Encerrar a aula e dar os devidos feedbacks às equipes, assim co-
mo abrir espaço para os comentários dos alunos acerca da ofici-
na. Observação: Caso seja possível, tendo em conta o trabalho in-
terdisciplinar, poderia ser realizado um sarau com apresentações

79
artísticas ou uma semana cultural em torno do tema “mundo
árabe”. (10 minutos)

Avaliação da O professor irá avaliar a interação dos alunos durante as aulas e a


aprendizagem apresentação das atividades pelas equipes.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da


Educação, 2017.

TAHAN, Malba. Capítulo 3. In: TAHAN, Malba. O homem que


Referências
calculava. 83ª ed. rev. Rio de Janeiro: Record, 2013. p. 19 - 21.
Disponível em: https://lelivros.love/book/baixar-livro-o-homem-
que-calculava-malba-tahan-em-pdf-epub-e-mobi/. Acesso em: 15
jul. 2021.

80
Oficina 17
O Poema e a Matemática:
uma mistura que dá certo!
Giulia Lara Frota Lima
José Gabriel Carvalho da Silva
Francisca Marcilene Aguiar da Silva

Série 6° ano

Tempo previsto 100 minutos (2 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Matemática
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-literário
atuação
Língua Portuguesa:
Leitura estrutural de poemas
Conteúdo
Matemática:
Leitura de problemas
Língua Portuguesa:
(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de
recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc.), se-
mânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráfico-espacial (dis-
tribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com
o texto verbal.
Habilidades
desenvolvidas Matemática:
(BNCC)
(EF06MA03) Resolver e elaborar problemas que envolvam cálculos
(mentais ou escritos, exatos ou aproximados) com números naturais,
por meio de estratégias variadas, com compreensão dos processos
neles envolvidos com e sem uso de calculadora.
(EF06MA06) Resolver e elaborar problemas que envolvam as ideias
de múltiplo e de divisor.

Material Projetor multimídia, computador, vídeo sugerido e livro didático.

81
Primeira aula (50 minutos)

Pré-leitura (15 minutos)


1. Boas vindas.
2. Pergunta 1: Quem gosta de matemática?
3. Pergunta 2: Você acha que utiliza ou já utilizou a matemática
para realizar alguma tarefa no seu dia a dia?
4. Exibição do vídeo “A importância da matemática na nossa vida”.
📌A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA NA NOSSA VIDA |
Um vídeo pra quem não gosta de matemática [Prof. Alda]
(https://www.youtube.com/watch?v=zXiFaFkL9KQ)
5. Pergunta 3 (após a exibição do vídeo): Você descobriu algum lu-
gar ou alguma situação em que a matemática está presente e que
você não sabia?

Durante a leitura (35 minutos)


1. Para o(a) professor(a): peça para três ou mais alunos lerem o poe-
ma no link:
https://drive.google.com/file/d/1ulTFwCBwPLwisvYMEmMNAg
ZAdqmzPg_v/view?usp=drivesdk.
2. Após a leitura, explicar sobre a estrutura do texto lido, ou seja, os
Passos para alunos entenderão sobre o gênero poema (versos, estrofes, rimas,
aplicação etc.). (20 minutos)
3. Discussão sobre o poema (o que os alunos gostaram e o que não
gostaram e sugestões).

Segunda aula (50 minutos)

Pós-leitura
1. Após a discussão, os alunos realizarão uma atividade interdisci-
plinar onde responderão perguntas relacionadas ao gênero poe-
ma e aos aspectos matemáticos que podem ser encontrados nele.
(25 minutos)
Língua Portuguesa
▪ Qual título poderíamos sugerir para o poema?
▪ Neste poema, há alguma rima? Onde?
▪ Quantas estrofes e quantos versos ele contém?
▪ Se você estivesse escrevendo um poema, que palavra você escolhe-
ria para rimar com ‘centena’?

Matemática
▪ Você utilizou a matemática para contar quantas estrofes e quantos
versos existem no poema?
▪ Quais operações matemáticas você encontrou no poema?
▪ Em que situações no dia a dia podemos utilizar as operações mate-
máticas?

82
▪ Agora que você sabe um pouco mais sobre o uso da matemática, sua
opinião sobre ela mudou? Comente com seus colegas.
▪ Divisão da turma em 3 grupos onde responderão as seguintes ativi-
dades: (25 minutos)
▪ Agora, imagine que você é o professor e que pediu para 4 alunos lerem
o poema anterior. Como fazer para que cada aluno leia o mesmo número
de estrofes? Explique para seus colegas como você resolveu o problema.
▪ Para o(a) professor(a): para finalizar, os alunos devem criar uma situação-
-problema para que outro grupo responda. Os alunos devem usar no mí-
nimo 2 operações matemáticas em suas questões.

Avaliação da
Apresentação das atividades e interação com os colegas.
aprendizagem

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da


Educação, 2018.

A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA NA NOSSA VIDA | Um


vídeo pra quem não gosta de matemática [Prof. Alda]. YouTube,
2017. (5min 03s). Disponível em:
Referências https://www.youtube.com/watch?v=zXiFaFkL9KQ. Acesso em: 21
jul. 2021.

PINTO, F.; GONÇALVES, V. Matemática: 1º ano. In: Material de


Análise: Fundamental I - 1º ano. Tijuca: Irium Editora. v. 1, p. 3.
Disponível em: https://issuu.com/iriumeducacao/docs/1ano_fund.
Acesso em: 22 jul. 2021.

83
Oficina 18
Porcentagem e reportagem
andam juntas nas aulas de leitura
Maria Crislane de Paula Cavalcante
Maria do Socorro Moura Rodrigues
Vitor Barbosa do Nascimento

Série 9° ano

Tempo previsto 400 minutos (cerca de 10 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Matemática
Interdisciplinar
Campo de
Jornalístico-midiático
atuação
Língua Portuguesa:
Reportagem
Conteúdo
Matemática:
Porcentagem
Língua Portuguesa:
(EF89LP01) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico,
os efeitos das novas tecnologias no campo e as condições que fazem
da informação uma mercadoria, de forma a poder desenvolver uma
atitude crítica frente aos textos jornalísticos.
(EF89LP07) Analisar, em notícias, reportagens e peças publicitárias
Habilidades em várias mídias, os efeitos de sentido devidos ao tratamento e à
desenvolvidas composição dos elementos nas imagens em movimento, à perfor-
(BNCC) mance, à montagem feita (ritmo, duração e sincronização entre as
linguagens — complementaridades, interferências etc.) [...].

Matemática:
(EF09MA05) Resolver e elaborar problemas que envolvam porcen-
tagens, com a ideia de aplicação de percentuais sucessivos e a de-
terminação das taxas percentuais, preferencialmente com o uso de
tecnologias digitais, no contexto da educação financeira.
Slide para os trechos dos textos ou trechos impressos colados com
Material fitas adesivas na lousa, textos impressos, cronômetro, pincel, inter-
net (para o 4° momento).

84
Primeira e segunda aulas (100 minutos)
1. Apresentar trechos de reportagens e pedir que identifiquem a
ocorrência desses trechos nas diversas esferas de circulação. (20
minutos)
▪ Nesta terça, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou
um reajuste na bandeira tarifária vermelha patamar 2 para as contas
de julho.
▪ De acordo com a pesquisa, mais de 68% dos jovens permanecem co-
nectados de quatro a 12 horas por dia — e 12% dos entrevistados
afirmaram passar mais de 12 horas na internet diariamente.
▪ Inflação sobe em maio com energia mais cara e chega 8,06% em 12
meses.
▪ No relatório, foram registrados quase 300 milhões de alunos afeta-
dos em 22 países de três continentes pelo fechamento de escolas
devido à expansão do vírus.

2. Contextualização do período histórico-social (leitura da reporta-


gem “A gente tá vivendo como dá”. (30 minutos)
https://noticias.uol.com.br/reportagens-especiais/desigualdade-
na-pandemia---sem-renda-sem-comida-sem-moradia/#cover)

Perguntas referente à compreensão leitora:


▪ Sobre o título da reportagem “A gente tá vivendo como dá” em que
Passos para contexto geralmente é usado esse tipo de frase? alguma vez vocês ou
aplicação alguém próximo já usou?
▪ Logo abaixo do título, somos apresentados ao subtítulo: “Na perife-
ria, moradores se ajudam, procuram bicos e dependem de doações”.
Em relação ao subtítulo, ele está em consonância com o título da re-
portagem?
▪ Observem atentamente a foto que se apresenta nessa reportagem.
Quais elementos/objetos vocês identificam nela? Em que espaço vo-
cês acham que ela foi tirada? Observem também a mulher e a meni-
na. Qual sentimento vocês acham que ambas transmitem? Obser-
vando a imagem e a legenda, como vocês acham que essa família vi-
ve? Qual situação socioeconômica dessa família nos é revelada?
▪ Temos três fotografias, ainda das mesmas pessoas. quais elementos
e sentimentos podemos sentir? Nas quatro imagens, estão todas em
preto e branco. Qual seria a razão, na opinião de vocês, da jornalista
ter escolhido esse tom?
▪ Agora temos outras fotos de diferentes pessoas que estão inseridas
em um contexto socioeconômico semelhante ao de Rosilene. Quais
elementos são possíveis notar nelas?
▪ Com o depoimento de Rosilene Maria Ferreira da Silva, em qual con-
texto histórico está inserido nessa reportagem? A família de Rosile-
ne sempre teve dificuldades econômicas, mas, durante a pandemia,
essa realidade mudou?
▪ Durante a leitura da reportagem, a realidade da Rosilene Maria Fer-
reira da Silva se mostrou sendo única ou a realidade dela se mostrou
sendo comum em várias outras famílias? Para justificar a sua respos-
ta, localize um trecho que confirme sua afirmação.

85
▪ Em qual cidade essa reportagem foi escrita? Quais problemáticas fo-
ram reveladas pelo IDH (índice de Desenvolvimento Humano)? Essa
realidade se restringe apenas a essa cidade?
▪ Além de toda a problemática discutida anteriormente, Joana nos re-
vela algo em sua fala: “Eu achei que isso ia acabar rápido e o que a
gente está vendo são as pessoas cada vez mais com dificuldade de ter
o alimento na mesa. O curioso é que quem menos tem é quem mais
ajuda a gente. A desigualdade já era grande, mas sinto que piorou.
Tem gente passando muita necessidade. É de doer o coração.” O que
seria?
▪ Odila Chaves, outra entrevistada, nos revela mais uma problemática
que muitas famílias passaram na pandemia em sua fala: “Eles não dão
chance para ninguém ter uma dignidade”. Qual é essa problemática?
▪ No final da reportagem “Muito além de 500 mil mortes”, qual ou
quais informações foram surpreendentes para vocês?

3. Revisão do gênero (30 minutos)


▪ Explicar o que é o gênero reportagem
▪ Como esse gênero se organiza
▪ Meio de circulação
▪ Tipos de suporte (impresso, digital)

Terceira e quarta aulas (100 minutos)


Utilizando-se da mesma reportagem, o professor de matemática ana-
lisará com os alunos os dados estatísticos apresentados no texto,
considerando as orientações a seguir.
▪ Calcule com os alunos qual a correspondência numérica representada
pelos dados percentuais.
▪ Reflita com os alunos o motivo da escolha pela evidência de dados per-
centuais ao invés de numéricos.
▪ Oriente os alunos a perceberem o motivo de uma reportagem preferir
usar dados percentuais ao invés de numéricos.

Quinta e sexta aulas (100 minutos)


1. Leitura coletiva do texto “Impactos da pandemia na educação” -
https://www.futura.org.br/impactos-da-pandemia-na-educacao/
utilizando a técnica de pré-leitura. Para isso, recomenda-se que
o docente faça as seguintes perguntas: (25 minutos)
▪ O que vocês acham que seriam esses “Impactos da Pandemia na Edu-
cação”?
▪ Durante essa mudança repentina das aulas presenciais para a forma
remota, quais dificuldades vocês sentiram na aprendizagem? Exem-
plo: dificuldade em ler, acompanhar as aulas...
A leitura inicia com um aluno escolhido pelo professor e deve
seguir com o aluno ao lado a cada ponto de forma que a maior
parte da turma leia um trecho em voz alta.

2. Estudando o gênero. Análise da estrutura do gênero reportagem


a partir da segunda leitura do texto “Impactos da pandemia na
educação” (https://www.futura.org.br/impactos-da-pandemia-
na-educacao/). (25 minutos)

86
Verifique com os discentes:
▪ Os efeitos de sentido devido ao tratamento e à composição dos ele-
mentos nas imagens.
▪ A diferença da reportagem nos diferentes meios de veiculação de in-
formação (o telejornal, site, revista, blog).
▪ Função do lide.

3. Explore o texto, retomando as perguntas norteadoras elaboradas


no exercício de pré-leitura. (20 minutos)

4. Para além do texto: implicações do texto. (25 minutos)


▪ O professor deve provocar uma discussão/reflexão de como os dados
estatísticos expressos no texto abrangem a realidade dos alunos.
▪ Verificar se os discentes se reconhecem como parte dos dados esta-
tísticos apresentados na reportagem lida.

Sétima e oitava aulas (100 minutos)


Indicamos que esta parte seja trabalhada a partir da leitura dos tex-
tos disponíveis nos links de nosso QR code.
1. Recomenda-se que o docente separe a turma em 4 grupos de 5
alunos e distribua os textos entre esses grupos e dê as seguintes
orientações.
▪ Leiam de forma individual e silenciosa todo o texto. (12 minutos)
▪ Dividam entre si qual parágrafo cada um deverá ficar encarregado pa-
ra explicar a sua parte para os demais do grupo. (15 minutos)
▪ Anotem as dúvidas sobre o texto e tentem sanar dentro do próprio gru-
po. (10 minutos)
▪ Escolham uma pessoa para apresentar a reportagem para os demais
colegas. (10 minutos)
▪ Apresentação dos cinco textos. (50 minutos)

2. O/a professor/a de matemática solicitará a produção de um conteú-


do informativo por equipe, no modelo vídeo minuto, dentro da
temática: efeitos da pandemia. (13 minutos) (Aqui sugerimos
que a proposta considere o contexto da realidade vivida como a
fonte de coleta de dados e de circulação). Sugerimos que os alu-
nos realizem uma coleta de dados, que deve ser feita a partir da
aplicação de questionários desenvolvidos na plataforma Google
Forms e processem os dados estatísticos, representando-os em ta-
belas.

Nona e décima aulas (100 minutos)


1. As equipes apresentam a primeira versão dos seus respectivos tra-
balhos para que o(a) professor(a) possa melhor orientá-los no que
se refere à tabulação dos dados. (50 minutos)
2. Produção/correção dos dados tabulados. (50 minutos)

87
Décima primeira aula (50 minutos)
1. Apresentação da versão final dos vídeos das equipes para toda a
turma. O (a) professor (a) poderá publicar as produções em uma
rede social que melhor atenda às necessidades dos estudantes e
do(a) professor(a). (50 minutos)

Avaliação da Participação do estudante no processo da aula, produção e apresen-


aprendizagem tação do vídeo minuto produzido pela equipe.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da


Referências
Educação, 2018.

88
Oficina 19
Infográficos: reflexões verbo-numérico-visuais
no ensino de leitura e de letramento matemático
Abigail Oliveira Ferreira
José Felipe Matias dos Santos
Paulo Alex Nascimento de Lima

Série 9º ano

Tempo previsto 300 minutos (6 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Matemática
Interdisciplinar
Campo de
Práticas de estudo e pesquisa
atuação
Língua Portuguesa:
Curadoria de informação, relação do texto com o contexto de pro-
dução e análise de textos multissemióticos.
Conteúdo
Matemática:
Análise de gráficos, representação de dados de pesquisa expressos
em tabelas de dupla entrada, gráficos de colunas simples e agrupa-
das, gráficos de barras e de setores e gráficos pictóricos.
Língua Portuguesa:
(EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados
e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contex-
tos de produção e referências, identificando coincidências, comple-
mentaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/im-
precisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente so-
bre os conteúdos e informações em questão.
(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulga-
Habilidades ção do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais co-
desenvolvidas mo artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, info-
(BNCC) gráfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de ex-
perimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre ou-
tros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos
gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

Matemática:
(EF09MA21) Analisar e identificar, em gráficos divulgados pela mí-
dia, os elementos que podem induzir, às vezes propositadamente,
erros de leitura, como escalas inapropriadas, legendas não explici-

89
tadas corretamente, omissão de informações importantes (fontes e
datas), entre outros.
(EF09MA22) Escolher e construir o gráfico mais adequado (colunas,
setores, linhas), com ou sem uso de planilhas eletrônicas, para apre-
sentar um determinado conjunto de dados, destacando aspectos
como as medidas de tendência central.
Lousa branca, pincel para quadro branco, projetor multimídia, sli-
Material des, cartolina ou folha de papel, lápis grafite, borracha, kit com ré-
gua, transferidor e esquadro e lápis de cor.
1. Apresentar os diversos tipos de gráficos, focando em exemplos
de infográficos.
2. Analisar, com os alunos, os elementos presentes ou ausentes nos
gráficos que podem induzir erros de leitura, como legendas não
explicitadas corretamente, omissão de informações importantes
(fontes e datas), entre outros.
Exemplos:
No gráfico a seguir, observamos que há ausência de uma legenda
mais clara que informe o que está representado nos números ver-
ticais à esquerda, bem como o que está em cada numeração dos
anos apresentados. Além disso, o gráfico em questão carece de
uma legenda que exemplifique o porquê de os dados apresenta-
dos demonstrarem um recorde histórico de focos de incêndio.
Nesse sentido, o professor de matemática junto ao de português
pode solicitar que os estudantes façam uma legenda para o gráfi-
co.

Gráfico 1
Passos para
aplicação Fonte: https://www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/em-
marco-pantanal-registra-maior-numero-de-queimadas-dos-
ultimos-16-anos. Acesso em: 10 jul. 2021.

No gráfico abaixo, as informações são confusas. É importante


perceber que, inicialmente, há indicação de que os dados serão
em milhões, quando, na verdade, alguns aparecem como bilhões.
Também, há a ausência de uma legenda explícita e da fonte de
onde as informações foram retiradas. Por conta disso, o professor
de matemática pode pedir que os estudantes pesquisem a fonte
de onde as informações podem ter sido retiradas, corrigindo as
informações apresentadas e as grandezas numéricas. Ainda, é in-
teressante que, após fazerem a correção, os estudantes criem
uma legenda para o gráfico.

Gráfico 2
Fonte: https://planejadorweb.com.br/o-que-e-infograficos/. Acesso
em: 29 jul. 2021.

Utilizar os gráficos exemplificados acima (ou outros) para traba-


lhar outros eixos temáticos, além dos que já foram citados, como

90
porcentagens, problemas que envolvem cálculo de percentuais
sucessivos, grandezas diretamente proporcionais e grandezas in-
versamente proporcionais, planejamento e execução de pesquisa
amostral e apresentação de relatório etc.

3. Apresentar/Revisar o conceito de gênero textual, relembrar as


principais características do gênero notícia e do gênero textual
infográfico, exemplificando-os (é possível, inclusive, exemplifi-
car com os gráficos trabalhados na aula de matemática).

4. Analisar a importância, no gênero infográfico, da articulação en-


tre linguagem verbal e a não verbal para o processo de compre-
ensão. Para isso, o docente deve refletir, junto aos alunos, como
as imagens, as cores, as formas e os textos verbais dialogam entre
si e são importantes, coletivamente, para o entendimento das in-
formações contidas nos infográficos.
Exemplos:
O gráfico 3 foi produzido para ser lido de acordo com a indicação
das setas e dos números, pois apenas assim a mensagem será
repassada ao seu leitor da forma como foi projetada. Além disso,
as imagens de cada um dos ícones em que o alvo deve clicar,
acompanhadas de verbos no imperativo, facilita o entendimento
das informações apresentadas, que só se concretiza se a leitura
conjunta do verbal e do imagético for feita. O professor pode fa-
zer os seguintes questionamentos aos estudantes:
▪ Por que houve a utilização de verbos no imperativo ao longo do grá-
fico?
▪ Qual a função de algumas partes do gráfico serem clicáveis?
▪ Em que as ilustrações existentes em cada orientação auxiliam a com-
preensão do leitor?

Imagem 3: Gráfico 3
Fonte:
http://ned.unifenas.br/blogtecnologiaeducacao/educacao/infografic
os-na-educacao/. Acesso em: 29 jul. 2021.

Aqui vemos um tópico em que é explicado ao longo do infográfi-


co, por meio da junção do verbal e do não verbal. Isso é feito por
meio do uso da primeira pessoa do plural junto às imagens que
remetem a cada uma das orientações: planejamento (representa-
do pelo lápis), explorar (representado pela lupa), projeto (repre-
sentado pela paleta de cores), verificação de qualidade (represen-
tado pelo símbolo de “certo”) e os comentários (representados pe-
lo balão com as reticências), que devem ser seguidas em sequên-
cia a partir da condução à qual as setas remetem. Na interpreta-
ção do gráfico com os estudantes, é interessante que o professor
leve os alunos a refletirem o motivo pelo qual houve a escolha
das imagens apresentadas no gráfico. Ainda, é interessante que
se destaque o fato de que o matiz rosa, da esquerda para a direita,
vai clareando.

91
Gráfico 4
Fonte:
https://www.storyboardthat.com/pt/create/infogr%C3%A1ficos-ux.
Acesso em: 30 jul. 2021.

A seguir, os números de 1 a 5 e as setas orientam como os vende-


dores devem agir para efetivar uma venda com seus possíveis
clientes, por meio dos passos seguidos em sequência. Além dis-
so, as cores e as palavras em destaque demonstram o que é im-
portante em cada uma das etapas para que um cliente seja atraí-
do, como a cor vermelha, que remete à atenção e está ligada à
consciência. A seguir, apresentam-se alguns questionamentos
que podem ser feitos aos estudantes: Por que as linhas do gráfico
são numeradas? As diferentes cores utilizadas no gráfico têm a
função de deixá-lo colorido ou também influenciam no processo
de compreensão? Comente. As setas existentes em cada uma das
linhas da pirâmide têm que função no texto?

Gráfico 5
Fonte: https://www.vrsys.com.br/blog/como-fazer-e-utilizar-
infograficos-que-trabalhem-a-favor-do-seu-marketing-digital.
Acesso em: 30 jul. 2021.
A análise do infográfico abaixo deverá ser feita em dois momentos.
No primeiro, será verificada a compreensão leitora dos estudantes
após o conteúdo abordado, por meio de perguntas norteadoras que
guiarão a leitura imediata. Posteriormente, será efetuada uma produ-
ção, a partir do infográfico apresentado e de uma pesquisa feita pe-
los alunos, que compreenda habilidades dos campos de Matemáti-
ca e de Português.
▪ Que título você daria ao gráfico?
▪ Você acha que faltam elementos para que o leitor melhor compreenda
o gráfico? Comente.

Gráfico 6
Fonte: https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/952530-covid-19-
Avaliação da corona-virus-disease-infographic. Acesso em: 30 jul. 2021.
aprendizagem
Após analisar com os estudantes o gráfico, os professores de portu-
guês e de matemática solicitarão que os estudantes pesquisem (com
familiares, colegas de classe, amigos da comunidade — pode-se até
incentivá-los a criar formulários de pesquisa, como o Google Docs)
perguntando aos participantes quais as precauções que mais utili-
zam. Com o auxílio do professor de matemática, os estudantes irão
fazer a tabulação dos dados e escolher qual a melhor grandeza para
expô-los (percentualmente, média, moda ou numericamente). Com
o auxílio do professor de português, os estudantes serão orientados
a criar um gráfico, no formato que melhor compreenderem, expon-
do seus achados de pesquisa. É importante que, ao criarem seus grá-
ficos, os estudantes considerem: o tipo de gráfico; as fontes e cores
a serem utilizadas; a presença ou ausência de imagens; a criação de

92
um título; a necessidade ou não de legendas. Como culminância,
os professores podem publicizar os gráficos elaborados nas redes
sociais da escola, a fim, inclusive, de que a própria comunidade se
apodere das informações apresentadas.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da
Educação, 2018.

DIAS, M. Infográfico na Educação. Disponível em:


http://ned.unifenas.br/blogtecnologiaeducacao/educacao/infografic
os-na-educacao/. Acesso em: 29 jul. 2021.

DIGITAL, V. Como fazer e utilizar Infográficos que trabalhem a


favor do seu Marketing Digital? Disponível em:
https://www.vrsys.com.br/blog/como-fazer-e-utilizar-infograficos-
que-trabalhem-a-favor-do-seu-marketing-digital. Acesso em: 30 jul.
2021.

LOPES, A. O que é infográficos Como fazer Exemplos. Disponível


em: https://planejadorweb.com.br/o-que-e-infograficos/. Acesso
Referências em: 29 jul. 2021.

NEWS, C. Em março, Pantanal registra maior número de


queimadas dos últimos 16 anos. Disponível em:
https://www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/em-marco-
pantanal-registra-maior-numero-de-queimadas-dos-ultimos-16-
anos. Acesso em: 10 jul. 2021.

OFFICIAL, P. Infográfico de doença do vírus corona covid-19


Vetor grátis. Disponível em: https://pt.vecteezy.com/arte-
vetorial/952530-covid-19-corona-virus-disease-infographic.
Acesso em: 30 jul. 2021.

THAT, S. Criar um infográfico de experiência do usuário.


Disponível em:
https://www.storyboardthat.com/pt/create/infogr%C3%A1ficos-ux.
Acesso em: 30 jul. 2021.

93
94
Oficina 20
A leitura de textos multissemióticos e as
misturas homogêneas e heterogêneas:
tudo junto e misturado!
André Brito da Silva
Francisco José Gomes de Sousa
Letícia Teixeira Lobo Rodrigues
Luan de Aguiar Vieira

Série 6º ano

Tempo previsto 200 minutos (4 aulas de 50 minutos)


Área
Língua Portuguesa e Ciências
Interdisciplinar
Campo de
Jornalístico-midiático
atuação
Língua Portuguesa:
Leitura de textos multissemióticos
Conteúdo
Ciências:
Misturas homogêneas e heterogêneas e processos de separação de
misturas.
Língua Portuguesa:
(EF67LP06) Identificar os efeitos de sentido provocados pela sele-
ção lexical, topicalização de elementos e seleção e hierarquização
de informações, uso de 3ª pessoa etc.
(EF67LP08) Identificar os efeitos de sentido devidos à escolha de
imagens estáticas, sequenciação ou sobreposição de imagens, defi-
nição de figura/fundo, ângulo, profundidade e foco, cores/tonalida-
des, relação com o escrito (relações de reiteração, complementação
Habilidades ou oposição) etc. em notícias, reportagens, fotorreportagens, foto-de-
desenvolvidas núncias, memes, gifs, anúncios publicitários e propagandas publi-
(BNCC) cados em jornais, revistas, sites na internet etc.
(EF69LP33) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, ima-
gens variadas etc. na (re)construção dos sentidos dos textos de di-
vulgação científica e retextualizar do discursivo para o esquemáti-
co — infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etc. — e, ao
contrário, transformar o conteúdo das tabelas, esquemas, infográfi-
cos, ilustrações etc. em texto discursivo, como forma de ampliar as
possibilidades de compreensão desses textos e analisar as caracte-
rísticas das multissemioses e dos gêneros em questão.

95
Ciências:
(EF06CI01) Classificar como homogênea ou heterogênea a mistura
de dois ou mais materiais (água e sal, água e óleo, água e areia etc.).
(EF06CI02) Identificar evidências de transformações químicas a par-
tir do resultado de misturas de materiais que originam produtos
diferentes dos que foram misturados (mistura de ingredientes para
fazer um bolo, mistura de vinagre com bicarbonato de sódio etc.).
(EF06CI03) Selecionar métodos mais adequados para a separação de
diferentes sistemas heterogêneos a partir da identificação de proces-
sos de separação de materiais (como a produção de sal de cozinha,
a destilação de petróleo, entre outros).
Livro didático, projetor multimídia, computador, lápis, lápis de cor,
Material
canetas hidrográficas, folhas de papel A4, cartolinas, fita adesiva.
Primeira aula (50 minutos)
1. Predição: sondar os conhecimentos prévios dos alunos a partir
de questões, tais como: (10 min)
▪ “O que vocês pensam quando ouvem a palavra ‘mistura’?”.
▪ “Quais tipos de misturas vocês conhecem?”.
▪ “Vocês costumam fazer misturas no dia a dia? O que vocês mistu-
ram?”.

2. Explicar os tipos de misturas homogênea e heterogênea (utilizar


o livro didático como suporte teórico). (20 minutos) Observação
1: O professor pode utilizar os exemplos dados pelos alunos para
relacionar aos tipos de misturas mencionados. Observação 2: No
caso de escolas que possuam laboratório de Ciências, o professor
poderá utilizá-lo para demonstrar os tipos de misturas.

3. Identificar os tipos de mistura a partir de exemplos presentes no


Passos para cotidiano dos alunos (projetar imagens pelo projetor multímidia).
aplicação (10 minutos)
Sugestões de imagens:
Imagem 1: https://www.gestaoeducacional.com.br/wp-
content/uploads/2019/03/Misturas.jpg
Imagem 2: http://4.bp.blogspot.com/-
z8cGP0yLtp0/T24QbpehheI/AAAAAAAAAyQ/fKsIduhEMsY/s4
00/milk+cereal.jpg
Imagem 3: https://static.vecteezy.com/ti/fotos-gratis/p1/728730-
copo-cheio-de-agua-e-suco-com-gelo-foto.jpg
Imagem 4:
https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/55/2017/12/26
/gelatina-1514301441344_v2_450x450.jpg

4. Fechar a exposição acerca dos tipos de mistura; deixar espaço


para tira-dúvidas. (5 minutos)

96
5. Orientar os alunos para a aula seguinte, sobre os processos de se-
paração de mistura, para que reflitam acerca das seguintes ques-
tões (com base no livro didático) e que comentem na próxima au-
la: (5 minutos)
▪ “Quais são as misturas presentes no seu dia a dia?”.
▪ “Vocês poderiam separar essas misturas?”.
▪ “Como vocês fariam essa separação?”.
▪ “Vocês acham que todas as misturas podem ser separadas?”.

Segunda aula (50 minutos)


1. Retomar a atividade passada na aula anterior, indagando os alu-
nos acerca dos tipos de mistura observados por eles e dos proces-
sos de separação previstos, de acordo com o livro didático. (10
minutos)
2. Expor os tipos de separação de misturas apresentados pelo mate-
rial didático. (30 minutos) Observação 1: Sempre que for possí-
vel, o professor pode relacionar os processos de separação aos
exemplos trazidos pelos alunos. Observação 2: Assim como na
primeira aula, o professor também poderá utilizar, se tiver dispo-
nível, o laboratório de Ciências para auxiliar na exposição do
conteúdo.
3. Finalizar a discussão mostrando imagens que vinculem as lingua-
gens escrita e visual, de modo a relacionar o efeito expresso pela
dependência dessas duas linguagens, considerando-as como uma
espécie de mistura, por meio de perguntas como: (10 minutos)
▪ “Se tirássemos a imagem, vocês conseguiriam entender a mensagem
do texto escrito? E se tirássemos o texto escrito, seria possível
entender a imagem?”.
▪ “Se separássemos a imagem da parte escrita, isso mudaria o sentido
de antes?”.
▪ “Quando separamos a imagem do texto escrito, encontramos novos
significados?”.
▪ “Na sua opinião, é importante/necessária a separação dessas partes
do texto?”.
▪ “Quando acrescentamos uma imagem a um texto, facilitamos a com-
preensão?”.
Sugestões de imagens:
Imagem 1: https://www.coladaweb.com/wp-
content/uploads/2014/12/20181030-separacao-dissolucao-
fracionada.jpg
Imagem 2:
https://i.pinimg.com/originals/27/55/0e/27550ec8b6a42621c6
2df7128837855e.png
Imagem 3:
https://www.facebook.com/cienciaemmemes/posts/78942723
4885612/
Observação: Ao fim da aula, o professor deverá dar instruções aos
alunos para que providenciem, para a aula seguinte, materiais para

97
escrita e desenho (como lápis de cor, canetas hidrográficas, cartoli-
nas etc.), que serão utilizados na realização da atividade.

Terceira aula (50 minutos)


1. Dividir os alunos em duplas.
2. Selecionar a quantidade de misturas equivalente à quantidade de
duplas. Em seguida, distribuir, mediante um sorteio, uma mistu-
ra para cada dupla.
3. A dupla deverá discutir e eleger qual tipo de separação é a mais
adequada para a mistura sorteada.
4. A partir da discussão, o primeiro aluno da dupla deverá descre-
ver, em modalidade escrita, o processo de separação elegido, en-
quanto o segundo deverá ilustrar o mesmo processo em um de-
senho. (40 minutos)
5. Ao fim da confecção, recolher as produções, no intuito de expô-
las na aula seguinte e dar continuidade à atividade.

Quarta aula (50 minutos)


1. Expor os desenhos, com o auxílio dos alunos, pela sala de aula,
de forma que todos possam visualizá-los. (5 minutos)
2. Refazer as duplas constituídas na aula anterior.
3. Embaralhar e distribuir as produções escritas para cada dupla.
4. Convidar a dupla à frente da sala para proceder à finalização do
exercício.
5. Cada dupla deverá ler o texto escrito que lhe foi dado, em voz al-
ta, para toda a turma.
6. Em seguida, deverá buscar o desenho correspondente ao texto
verbal, refletindo acerca dos conhecimentos adquiridos. Obser-
vação: Ao longo da exposição, verificar se a turma concorda com
a escolha feita pela dupla.
7. Encerrar a discussão do conteúdo com considerações acerca da
articulação das disciplinas, exaltando o empenho dos alunos na
realização das atividades propostas e na compreensão dos conteú-
dos. (5 minutos)
O professor de Ciências avaliará a compreensão e a associação
Avaliação da entre os conteúdos: tipos de mistura e processos de separação. Já o
aprendizagem professor de Português avaliará o entendimento acerca das relações
existentes entre os textos verbais e imagéticos.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da
Educação, 2017.
Referências
NEVES, J. Separação de Misturas. Educa+ Brasil. Brasil, 25 mai.
2019. Disponível em:
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/quimica/sephttps://ww

98
w.educamaisbrasil.com.br/enem/quimica/separacao-de-
misturasaracao-de-misturas. Acesso em: 20 jul. 2021.

QUÍMICA COM PROF. PAULO VALIM. 4. Introdução à Química:


Misturas Homogênea e Heterogênea [Química Geral]. YouTube, 29
out. 2013. (5min51s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=JsYy-sDnH5I. Acesso em: 20
jul. 2021.

VIEIRA, M. A leitura de textos multissemióticos: novos desafios


para velhos problemas. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE
ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA, v. 2, n. 1, 2012, Uberlândia.
Anais… Uberlândia: EDUFU, 2012. Disponível em:
https://docplayer.com.br/32364066-A-leitura-de-textos-
multissemioticos-novos-desafios-para-velhos-problemas-palavras-
chave-leitura-livro-didatico-multissemiose-multiletramentos.html.
Acesso em: 20 jul. 2021.

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Oficina 21
Se tomar vacina vira jacaré? – Formando
detetives de fakenews nas aulas de leitura
Miguel Araújo Sousa Peres
Suyanne Teófilo Prado Peres

Série 9º ano

Tempo previsto 300 minutos (6 aulas de 50 minutos cada)


Área
Língua Portuguesa e Ciências
Interdisciplinar
Campo de
Jornalístico/midiático
atuação
Língua Portuguesa:
Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de tex-
tos e caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros
em circulação, mídias e práticas da cultura digital.
Conteúdo
Ciências:
Hereditariedade, ideias evolucionistas e preservação da biodiversi-
dade.
Língua Portuguesa:
(EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de notícias falsas
nas redes sociais e desenvolver estratégias para reconhecê-las, a par-
tir da verificação/avaliação do veículo, fonte, data e local da publica-
Habilidades ção, autoria, URL, da análise da formatação, da comparação de dife-
desenvolvidas rentes fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a fidedig-
(BNCC) nidade do relato dos fatos e denunciam boatos etc.

Ciências:
(EF09CI11) Discutir a evolução e a diversidade das espécies com ba-
se na atuação da seleção natural sobre as variantes de uma mesma
espécie, resultantes de processo reprodutivo.
Recortes de notícias em meios digitais ou impressos, wi-fi, apare-
Material lhos com acesso à internet, laboratório de informática, 2 cartolinas
e caneta hidrográfica de ponta grossa.

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1. O professor de Ciências irá estudar com a turma o tópico relacio-
nado à evolução humana.
2. O professor de português apresentará aos alunos várias informa-
ções, advindas de diversas fontes digitais, como prints de Whats-
App, Telegram, textos extraídos de diversos sites, blogs, portais
de informação etc. (consultar QR Code do livro para sugestões de
fakenews).
3. Com base na interpretação da leitura anterior, o professor irá cri-
ar uma agência de detetives, em que os alunos, que agora serão
chamados de detetives, deverão classificar como fato ou fake as
informações trazidas pelo professor, considerando aquilo que
aprenderam sobre evolução humana na aula de Ciências.
4. O professor irá perguntar aos alunos quais os critérios ou os mé-
todos foram utilizados para chegar a tal classificação. É interes-
Passos para sante que os alunos, embora sob à orientação do professor, pos-
aplicação sam fazer suas inferências em conjunto com os colegas de equipe.
5. Após o processo de investigação, em conjunto com a classe, o pro-
fessor irá analisar se todos os critérios utilizados pelos alunos-de-
tetives foram válidos ou não, no intuito de suscitar nos alunos a
busca por rigorosos métodos que assegurem a veracidade daquilo
que for fato e o descarte do que for fake.
6. Com base em tal atividade, o professor pedirá aos alunos-deteti-
ves que identifiquem e listem os elementos necessários para va-
lidar alguma informação.
7. O professor deverá recolher as listas dos alunos-detetives e fazer
um diário de passos de acordo com a lista apresentada pelos alu-
nos.
8. Por fim, o professor, em conjunto com os alunos, deverá fazer um
cartaz com uma lista-síntese dos passos de investigação construí-
dos pelos alunos.
A turma será dividida em pequenos grupos de detetives, de preferên-
cia trios ou duplas, cada grupo deverá trazer recortes de notícias re-
lacionadas ao tema de diversas aulas, como biologia, geografia etc.
Feito isso, haverá um sorteio para que os grupos troquem as notícias
entre si, de forma que cada grupo fique com as notícias trazidas por
Avaliação da outro grupo. Cada grupo deverá analisar as notícias de outro grupo
aprendizagem e depois entregar suas conclusões ao grupo que originalmente trou-
xe aquelas notícias, para que o grupo que original possa avaliar as
correções feitas em suas notícias.
Sugestão: A atividade avaliativa também pode ser feita durante o
7º passo, já que, individualmente, os alunos deverão aplicar os co-
nhecimentos obtidos em sala e em estudos individuais.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da
Referências
Educação, 2018.

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Oficina 22
Sou magro, então sou saudável; sou gordo,
então sou doente? – Aprendendo a diferenciar
padrões estéticos de hábitos alimentares
Natasha Ravenna Vale da Silva

Série 6º ano

Tempo previsto 100 minutos (2 aulas de 50 minutos)


Área
Língua Portuguesa e Ciências
Interdisciplinar
Campo de
Artístico-literário; Jornalístico-midiático
atuação
Língua Portuguesa:
Estratégias de leitura
Conteúdo
Ciências:
Vida e Evolução - Hábitos alimentares
Língua Portuguesa:
(EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre estes e outras
manifestações artísticas (como cinema, teatro, música, artes visuais
e midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos,
quanto aos temas, personagens e recursos literários e semióticos.
(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender — selecionan-
do procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes
objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes
[...], expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo prefe-
Habilidades
rências por gêneros, temas, autores.
desenvolvidas
(BNCC)
Ciências:
(EF05CI08) Organizar um cardápio equilibrado com base nas carac-
terísticas dos grupos alimentares (nutrientes e calorias) e nas neces-
sidades individuais (atividades realizadas, idade, sexo etc.) para a
manutenção da saúde do organismo.
(EF05CI09) Discutir a ocorrência de distúrbios nutricionais (como
obesidade, subnutrição etc.) entre crianças e jovens a partir da aná-
lise de seus hábitos (tipos e quantidade de alimento ingerido, prá-
tica de atividade física etc.).
Smartphone ou câmera fotográfica, álbum de fotos e HQ da Magali
Material
(Turma da Mônica).

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1. A professora de português inicia a aula com uma acolhida, con-
versando com os alunos, perguntando o que eles gostam de co-
mer. Divide com a turma gibis da Magali (Turma da Mônica) e
questiona o porquê de a Magali comer tanto e não engordar. Al-
guns questionamentos sugeridos são expostos a seguir:
▪ Magali é magra e Mônica é gorda. Porém, pelos hábitos alimen-
tares de Magali, isso significa que ela se alimenta de alimentos
nutritivos? Comente.
▪ Você já julgou alguém por conta de seu peso, tal como fazem
alguns amigos da Mônica?
▪ Pelo que se aprendeu na disciplina de Ciências, podemos dizer
que o corpo evidencia, por si, saúde?
2. Com a discussão aberta, a professora de ciência fala sobre nutri-
ção, vitaminas e componentes necessários para manter o corpo
em funcionamento.

Passos para 3. Em seguida, apresenta os conceitos de carboidratos, calorias, áci-


aplicação dos graxos, nutrientes e proteínas. Aproveita para explicar como
funciona o gasto calórico e como funciona a digestão de cada
grupo alimentar.
4. Após explicar o último conceito em sala, a professora propõe aos
alunos que fotografem por uma semana todas as suas refeições,
fazendo anotações sobre gostos, preferências e se acredita que
tal alimento faz bem ou não para o organismo.
5. Na aula seguinte, ao término desse prazo, os alunos apresentarão
murais com suas fotos — que devem ser impressas — e precisa-
rão explicar uns aos outros (e à professora) como esse alimento
será aproveitado pelo corpo de acordo com o previamente apren-
dido em sala. Caso não seja possível imprimir as fotos, pode-se
pedir que os alunos façam vídeos ou, mesmo, elaborem um diá-
rio escrito.
6. A professora pedirá que os alunos dividam o que comeram em
dois grupos — os dos alimentos saudáveis e os dos alimentos não-
-saudáveis — e explicar de que maneira fizeram suas divisões.

Avaliação da A avaliação se dará em caráter diagnóstico, por meio da exposição


aprendizagem visual e oral em sala de aula.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério


Referências
da Educação, 2018.

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O
livro A leitura na sala de aula: oficinas pedagógicas interdis-
ciplinares para o ensino fundamental anos finais possui co-
mo objetivo principal exatamente permitir que estudan-
tes de licenciatura possam refletir acerca da práxis docente na educa-
ção básica e, com seus escritos organizados nesta obra, tentar ame-
nizar a ausência de um ponto de partida de como os professores que
lecionam nos anos finais do ensino fundamental podem trabalhar a
língua portuguesa em parceria com diversos componentes curricu-
lares por meio de oficinas. Por isso, especialmente em relação ao
nosso contexto atual de metamorfose pelo qual a nossa educação bá-
sica está passando, é de importância fundamental a presença de um
material que auxilie professores de diversas disciplinas dos anos finais
do ensino fundamental a ultrapassarem as barreiras de seus saberes e
trabalharem com temas transversais e em parcerias interdisciplina-
res. Pretendemos trazer aos gestores da educação e aos professores
a consciência de que não estamos sozinhos dentro das ilhas de nos-
sas próprias disciplinas; sempre podemos contar uns com os outros,
compartilhar temas e, por que não, trabalhar juntos no decorrer do
ano letivo em atividades comuns de sala de aula. Por isso, esta obra
dedica-se a auxiliar o professor no planejamento das aulas e, junta-
mente com seus pares, utilizar as oficinas aqui propostas para que,
a partir delas, possamos imbuir nos discentes o desejo de aprender,
a autonomia do pensamento crítico e o aprofundamento em letra-
mentos diversos.

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