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FACULDADE ASSIS GURGACZ

FABIANO JUNIOR JOHANN

JOÃO PAULO VIDAL

MARCOS TÁRTARO

UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES MÉDIAS MÓVEIS PARA A ANÁLISE GRÁFICA


DE AÇÕES

CASCAVEL
2010
1

FABIANO JUNIOR JOHANN

JOÃO PAULO VIDAL

MARCOS TÁRTARO

UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES MÉDIAS MÓVEIS PARA A ANÁLISE GRÁFICA


DE AÇÕES

Trabalho de conclusão do curso de Bacharelado


em Administração apresentado para banca do 8º
período da Faculdade Assis Gurgacz de Cascavel.

Orientador: Gilnei Saurin.

CASCAVEL
2010
2

FACULDADE ASSIS GURGACZ

FABIANO JUNIOR JOHANN

JOÃO PAULO VIDAL

MARCOS TÁRTARO

UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES MÉDIAS MÓVEIS PARA A ANÁLISE GRÁFICA


DE AÇÕES

Trabalho apresentado no Curso de Administração, da FAG como requisito parcial


para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob orientação do Professor
Gilnei Saurin

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Orientador: Gilnei Saurin
FAG

________________________________________
Prof. Avaliador(a): Edson Antonio Deliberali
FAG

________________________________________
Prof. Avaliador(a): Sergio Luiz Kuhn
FAG

Cascavel, 23 de Junho de 2010


3

Dedicamos este trabalho a nossas famílias, que sempre nos

apoiaram para conseguirmos o sucesso desejado.


4

AGRADECIMENTOS

Ao nosso professor orientador Gilnei Saurin por ter nos apoiado nas

orientações.

Aos demais professores do curso de Administração por auxiliarem na

construção do nosso conhecimento.

Nossos reconhecimentos aos colegas de turma pelo auxílio prestado ao longo

do curso e pela saudável amizade conquistada.


5

EPÍGRAFE

“O que mais preocupa não é nem o grito dos

violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-

caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio

dos bons”

Martin Luther King

“Os investimentos em conhecimento geram os melhores

dividendos”

Benjamin Franklin
6

RESUMO

O trabalho em questão tem por objetivo analisar graficamente uma ação, utilizando-
se de duas ferramentas denominadas: média móvel exponencial e média móvel
simples, para assim identificar os pontos de possíveis operações de compra e
venda. Para a análise foi utilizado o ativo Petr4, componente da Bovespa durante
um período de 4 anos compreendidos entre 2006 e 2010 e as ferramentas de
análise gráfica MME ou média móvel exponencial e MMS ou média móvel simples. A
MME foi utilizada 2 vezes durante todo o período, sendo uma com periodicidade de
7 dias e outra com 25 dias, os pontos onde ocorreram as operações foi quando se
deu o cruzamento das 2 MMEs. A MMS também foi utilizada 2 vezes durante todo o
período, sendo uma com periodicidade de 18 e a outra de 30 dias, e também possui
a mesma característica da estratégia anterior, onde os pontos de compra e venda se
dão no cruzamento das duas médias. O gráfico é considerado diário, pois é em
forma de candle, onde cada candle significa exatamente 1 dia. Os resultados
encontrados são: quantidades de operações, capital requerido, porcentagem de
retorno sobre o investimento, como outros dados importantes. A conclusão que se
teve da análise, remete que a estratégia utilizada para o ativo Petr4 é de fácil
entendimento e execução, possibilitando rentabilidades variadas.

Palavras Chaves: Ação, Gráfico, Médias Móveis.


7

ABSTRACT

The present monograph is going to analyse grafically an action, using two tools
known as: moving average exponential (MAE) and moving average simple (MAS),
indentifying the possible points of buying and selling about the action. To make the
analyse it was used the active Petr4, wich is a component of Bovespa for a four
years season, among 2006 and 2010, and both moving average. The MAE was used
two times during the season, one of them had 7 days rhythm and the other one a 25
days, the points where occurred the operations happenned just in the cross over of
the two moving averages. The MAS was also used two times during the season, one
of them had 18 days rhythm and the other one a 30 days, the operations occurred
with the same caracteristic as the other tool. The graphic is considered daily,
because it‟s a candle form, and each candle means exactly one day. The results
were: number of operations, required capital, percentage of return on investment, as
many other important information. The conclusion about the analyse was that the
strategy used for active Petr4 is easy for understanding and execution, allowing
varied returns.

Keywords: Action, Graphic, Moving Average.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Organograma da Bolsa de Valores.................................................... 20

Figura 2: Organograma do Funcionamento da Bolsa de Valores..................... 38

Figura 3: Petr4 de Janeiro de 2006 a Julho de 2006 – MME............................ 65

Figura 4: Petr4 de Julho de 2006 a Janeiro de 2007 – MME............................ 66

Figura 5: Petr4 de Janeiro de 2007 a Julho de 2007 – MME............................ 67

Figura 6: Petr4 de Julho de 2007 a Janeiro de 2008 – MME............................ 68

Figura 7: Petr4 de Janeiro de 2008 a Julho de 2008 – MME............................ 69

Figura 8: Petr4 de Julho de 2008 a Janeiro de 2009 – MME............................ 70

Figura 9: Petr4 de Janeiro de 2009 a Julho de 2009 – MME............................ 71

Figura 10: Petr4 de Julho de 2009 a Janeiro de 2010 – MME.......................... 72

Figura 11: Petr4 – Resumo Operações de Compra – MME.............................. 73

Figura 12: Petr4 – Resumo Operações de Venda – MME................................ 74

Figura 13: Petr4 – Resumo Total das Operações – MME................................. 75

Figura 14: Petr4 de Janeiro de 2006 a Julho de 2006 – MMS.......................... 78

Figura 15: Petr4 de Julho de 2006 a Janeiro de 2007 – MMS.......................... 79

Figura 16: Petr4 de Janeiro de 2007 a Julho de 2007 – MMS.......................... 80

Figura 17: Petr4 de Julho de 2007 a Janeiro de 2008 – MMS.......................... 81

Figura 18: Petr4 de Janeiro de 2008 a Julho de 2008 – MMS.......................... 82

Figura 19: Petr4 de Julho de 2008 a Janeiro de 2009 – MMS.......................... 83

Figura 20: Petr4 de Janeiro de 2009 a Julho de 2009 – MMS.......................... 84

Figura 21: Petr4 de Julho de 2009 a Janeiro de 2010 – MMS.......................... 85

Figura 22: Petr4 – Resumo Operações de Compra – MMS.............................. 86


9

Figura 23: Petr4 – Resumo Operações de Venda – MMS................................ 87

Figura 24: Petr4 – Resumo Total das Operações – MMS................................. 88


10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1 TEMA E PROBLEMA .......................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 16
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 16
2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO .............................................................................. 19
3 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 21
3.1 MERCADO DE CAPITAIS ................................................................................... 21
3.1.1 Definição de Mercado de Capitais .................................................................... 22
3.1.2 Mercado de Ações ........................................................................................... 24
3.1.3 Mercado Primário e Secundário ....................................................................... 32
3.1.4 Forma de Remuneração dos Acionistas........................................................... 34
3.1.5 Riscos............................................................................................................... 36
3.2 BOLSA DE VALORES ........................................................................................ 37
3.2.1 A Bolsa de Valores no Brasil e no Mundo ........................................................ 39
3.2.2 Bovespa ........................................................................................................... 41
3.2.3 Pregão .............................................................................................................. 42
3.3 ANÁLISE TÉCNICA DE AÇÕES ......................................................................... 43
3.3.1 Conceitos e definições da Análise Técnica de Ações ...................................... 44
3.3.2 Análise Gráfica de Ações ................................................................................. 46
3.3.3 Indicadores Médias Móveis .............................................................................. 48
4 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................... 54
4.1 TIPO E MÉTODO DE PESQUISA ....................................................................... 54
4.1.1 Pesquisa Exploratória....................................................................................... 55
4.1.2 Pesquisa Bibliográfica ...................................................................................... 56
4.1.3 Pesquisa Descritiva .......................................................................................... 56
4.2 ABORDAGEM DA PESQUISA ............................................................................ 57
4.2.1 Pesquisa Quantitativa....................................................................................... 57
4.2.2 Pesquisa Qualitativa ......................................................................................... 57
4.3 DADOS DA PESQUISA ...................................................................................... 58
11

4.3.1 Dados Secundários .......................................................................................... 58


4.4 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ................................ 59
4.5 PROCEDIMENTOS DE LEVANTAMENTO, ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE
DADOS ..................................................................................................................... 59
4.6 DELIMITAÇÃO DE ESTUDO .............................................................................. 60
4.7 LIMITAÇÕES DE ESTUDO ................................................................................. 61
5 ANÁLISE GRÁFICA .............................................................................................. 62
5.1 ANÁLISE GRÁFICA: MÉDIA MÓVEL EXPONENCIAL VERSUS MÉDIA MÓVEL
EXPONENCIAL ......................................................................................................... 63
5.1.1 Análise Gráfico Petr4-Petrobrás PN. ................................................................ 65
5.2 ANÁLISE GRÁFICA: MÉDIA MÓVEL SIMPLES VERSUS MÉDIA MÓVEL
SIMPLES ................................................................................................................... 76
5.2.1 Análise Gráfica Petr4-Petrobrás PN. ................................................................ 78
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 89
REFERENCIAS ......................................................................................................... 92
12

1 INTRODUÇÃO

O mercado de ações apresenta um crescimento exponencial em todo o

mundo, e junto com esta evolução surgem grandes quantidades de informações

explicativas de como investir. Estas informações chegam aos investidores de várias

formas, como: noticiários de televisão, internet, revistas, jornais e muitos outros,

porém grande parte dos investidores não possui um conhecimento apropriado para o

discernimento destas notícias e acabam por dar importância de maneira incorreta.

Grande parte destes investidores opta por realizarem seus investimentos através da

análise gráfica. As notícias e informações que esses investidores recebem

momentaneamente forçam o desequilíbrio emocional e cria-se assim, o pensamento

desejoso, onde tomam atitudes que confirmam as suas vontades iniciais.

Nem todos os investidores estão preparados para ficarem na frente de telas

verificando seus gráficos e analisando os movimentos que ocorrem

instantaneamente. Estes movimentos causam fortes emoções quando o sentido real

das ações não são os esperados, e dessa maneira antecipam as suas estratégias

ou até mesmo alteram elas.

“As pessoas tornam-se primitivas e orientadas para a ação quando se juntam

às multidões. Estas se deixam dominar por emoções básicas, mas poderosas, como

terror, exultação, sobressalto e alegria” (ELDER, 2004, p. 64).

São as emoções acima citadas que dão suporte a decisões inviáveis e

precipitadas, porém a análise gráfica traz uma afirmação concreta e com estudos

para justificar as medidas tomadas pelo investidor. A análise gráfica possui uma

riqueza enorme em suas ferramentas para criar decisões e determinar os rumos das
13

ações, porém esta quantidade de ferramentas muitas vezes não é entendida e

acabam sendo utilizadas incorretamente.

Neste sentido o presente trabalho tem a intenção de esclarecer a

aplicabilidade das ferramentas denominadas Médias Móveis, a qual é utilizada pelo

investidor para fazer a análise gráfica. As Médias Móveis são consideradas

instrumentos de fácil assimilação para o investidor e proporciona ótimos resultados

para a análise de todos os tipos de ações.

1.1 TEMA E PROBLEMA

Segundo Brigham e Ehrhardt (2008), durante a última década, o mercado de

ações tem crescido em ritmo acelerado. O índice norte-americano Dow Jones, no

ano de 1995 que somava 4000 pontos, obteve um salto aproximado de 7723 pontos

chegando ao total de 11723 pontos nos últimos 5 anos, isso significa dizer que os

investidores realizaram aproximadamente duas vezes mais negócios do que em 70

anos de investimentos. Todo esse mercado em alta encorajou um número

expressivo de mais de 79 milhões de norte americanos a investirem.

Analisando o mercado de ações no Brasil, temos dados congruentes ao Dow

Jones, a Bovespa em 1995 apresentava seu fechamento em 4.299 pontos, em uma

curva ascendente durante o período entre os anos de 1995 e 2007, sua evolução

apresentou a variação porcentual de 1.386% alcançando 6.388,10 pontos, e apesar

da crise em 2008 já se encontra em aproximados 60.000 pontos no mês de

Setembro de 2009.
14

Alguns observadores do mercado de capitais ainda possuem a preocupação

quanto a estes investidores sobre o aspecto dos mesmos muitas vezes não

reconhecerem os riscos existentes no mercado de ações, pois é visto que, mesmo

com o mercado em alta algumas ações podem estar em queda expressiva, e com o

mercado em baixa algumas ações podem estar em altas expressivas, gerando

assim perdas para os investidores menos acostumados com esse mercado.

Estes casos são vistos todos os dias principalmente pelos índices, como

exemplo o índice futuro do Dólar. Geralmente enquanto o índice Bovespa está em

alta, em conseguinte, todas as ações pertencentes a Bovespa em geral estão em

movimento de alta também, o índice do Dólar Futuro trabalha em baixa. É o

movimento chamado correlação negativa.

Segundo Piazza (2007), ação é um título de uma empresa de sociedade

anônima que representa o capital social da empresa, este podendo ser negociável.

Quando se compra uma ação de qualquer empresa, está adquirindo uma parte

mínima desta, tornando-se assim um pequeno “sócio” e com isso podendo receber

dividendos de acordo com o lucro da organização, ou conforme a valorização de

mercado do respectivo título caso queira negociá-lo. Diante disso deve-se ter uma

boa pesquisa de mercado para saber em qual empresa investir.

Elder (2004) baseado nos seus estudos sobre análise técnica de ações diz

que o analista técnico de ações estuda os movimentos do mercado, e com base nos

mesmos, tenta identificar padrões para formação dos preços recorrentes e visa

lucrar com o estudo desses padrões, porém, a análise gráfica traz um grande

problema, o qual se chama pensamento desejoso, onde os investidores convencem-

se de que um padrão é de alta ou de baixa dependendo da sua própria intenção de

comprar ou vender.
15

Os indicadores utilizados para análise técnica de ações de forma geral podem

auxiliar na identificação das tendências e seus pontos de inflexão. Também são

capazes de fornecer visão mais profunda sobre o equilíbrio de poder entre

compradores e vendedores, ou como se diz na linguagem dos investidores, entre

“touros e ursos”. Porém os indicadores na maioria das vezes são contraditórios, pois

alguns funcionam melhor nos movimentos de tendências enquanto outros em

movimentos horizontais. Alguns são ótimos na antecipação dos pontos de inflexão

enquanto outros são preferíveis no acompanhamento das tendências.

“A média móvel é uma fotografia composta do mercado – combina preços de

vários dias. O mercado consiste em multidões enormes, e a média móvel identifica a

direção do movimento de massa” (ELDER, 2004, p. 131).

Elder (2004) diz que o valor da média móvel depende de dois fatores

essenciais: a amplitude do intervalo temporal da média móvel e os valores cuja

média está sendo calculada. A massa de investidores promove um consenso sobre

o preço instantâneo da ação, um preço isolado não diz se a multidão é altista ou

baixista, é necessário unir uma série de preços para definir a tendência.

Diante do exposto e da grande quantidade de material encontrado nos

referenciais e noticiários acerca de análise gráfica de ações, este trabalho se propõe

a responder a seguinte pergunta–problema para novos investidores: Qual é o ponto

ótimo de compra e venda de ações utilizando-se das médias móveis como

ferramenta de análise de investimentos?


16

1.2 OBJETIVOS

Objetivo geral:

Analisar investimentos em ações utilizando-se da ferramenta médias móveis

para a análise gráfica de ações, indicando o ponto ótimo de compra e venda.

Objetivos específicos:

 Apresentar as diferentes médias móveis e sua aplicabilidade na análise de

investimentos em ações.

 Demonstrar os gráficos com indicadores médias móveis.

 Elaborar a análise gráfica com as informações obtidas através dos

indicadores de médias móveis.

1.3 JUSTIFICATIVA

Analisando todas as atividades que o mercado de ações tem a ofertar, este

mercado pode ser considerado como mais um campo de estudo para os

acadêmicos, como também ser apontado através do conhecimento adquirido para

um ofício. Acadêmicos que estudam áreas sociais e aplicadas, mais precisamente o


17

curso de Administração no qual estamos inseridos, possuem em sua grade de

ensino algumas disciplinas onde são abordados assuntos sobre o mercado de

capitais, ações, bolsa de valores, etc. É com base nestes e outros aspectos, que o

presente trabalho tem a intenção de divulgar os mecanismos de funcionamento do

mercado de ações buscando promover o interesse do público acadêmico.

Quando se observa outros públicos e não somente o universitário, existe uma

grande simpatia em investir na bolsa de valores. Porém esse empenho é bloqueado

quando se notam todas as dificuldades que atingem o início dos investimentos para

o leigo. A falta de estratégias para análise é uma das dificuldades, uma vez que o

investidor iniciante nem sempre conhece a sistemática operacional dos

investimentos na bolsa de valores e não consegue visualizar os pontos ótimos de

compra ou venda de ações.

De acordo com Piazza (2007) sabe-se que para investir no mercado de

capitais precisa-se de conhecimento amplo para interpretar como está o seu

andamento, porém, sabemos que para novos investidores esta interpretação é mais

complicada.

Ainda para Piazza (2007), pela falta de conhecimento adequado, esse

investidor torna-se uma pessoa passiva ao mercado, desconhecendo termos

técnicos, sem uma visão ampla e principalmente sem conhecimento de utilização do

home broker1 (sistema para operar ações pela internet). Geralmente este investidor

não sabe avaliar a hora certa de entrar e sair do mercado, totalmente ao contrário de

um investidor ativo, que já possui afinidade com todas as ferramentas de avaliação

de investimentos.

1
Home Broker: “[...] Sistema interligado aos sistemas da Bovespa que permite ao investidor enviar
ordens de compra e venda de ações através da internet” (LEMES JUNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2002,
324).
18

Portanto, este trabalho tem o intuito de mostrar o momento certo para se

retirar ou iniciar um investimento, para que as probabilidades de fracasso no

investimento sejam cada vez menores, tornando o investidor uma pessoa ativa, e

assim conseguindo se beneficiar do mercado. Então porque investir em ações? Eis a

resposta: Para se ter um rendimento maior do que a poupança, ou até mesmo

investimentos em títulos de renda fixa, e conseqüentemente proporcionar uma renda

extra para o investidor. Diante disso, justifica-se tal tema, pois visa ofertar

informações adequadas ao investidor auxiliando-o nas decisões de compra e venda

de ações utilizando-se das ferramentas analíticas médias móveis inseridas na

análise gráfica de ações.


19

2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO

A pré disposição da parte investidora é que define o inicio dos investimentos,

visto a oferta das ações nas bolsas de valores. O presente trabalho tem por objetivo,

analisar o momento correto para a compra e venda das ações através da utilização

dos indicadores médias móveis, utilizados na análise gráfica.

Assim, definimos como organização em estudo, todos os órgãos envolvidos

para que a tramitação da compra e venda de ações seja efetuada. São estas

organizações: a Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa, as Sociedades

Corretoras e os Investidores.

A Bovespa é o local onde são registradas e ofertadas as ações das empresas

que à compõem. Já as Corretoras de valores são os intermediários entre a Bovespa

e o investidor. As ordens dos investidores são registradas nas corretoras as quais

efetuam as negociações diretamente com a Bolsa de valores. Os investidores são

todas as pessoas com cadastro ativo em uma corretora, enviando suas ordens de

compra e venda para esta corretora. Existem vários perfis de investidores definidos

de acordo com as estratégias de negociação em relação ao tempo. Podemos defini-

los como Day-traders, os mais arrojados, que efetuam negociações diárias ou de

curtíssimos prazos, em seguida os Swing-traders que elaboram negócios a médio

prazo, e os investidores de longo prazo.

Este processo pode ser representado de acordo com o organograma a seguir:


20

Figura 1 – Organograma da Bolsa de Valores

Fonte: Adaptado de Brito, 2005, p. 99

O organograma apresentado na figura 1 explicita melhor o funcionamento da

Bolsa de Valores, onde se pode identificar o comprador, a corretora e em seguida o

pregão, onde acontecem as negociações.


21

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 MERCADO DE CAPITAIS

Conforme Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), o mercado de capitais

abrange o conjunto de transações para a transferência de recursos financeiros entre

agentes poupadores e investidores, com prazo médio, longo ou indefinido. Ou seja,

é uma relação financeira constituída por instituições e contratos que permite que

poupadores e empresas demandantes de capital de longo prazo realizem suas

operações.

É onde são efetuados os financiamentos do capital de giro e do capital fixo


das empresas e das construções habitacionais. É neste mercado que está
concentrada a maior parte das operações das instituições financeiras não-
monetárias; os financiamentos são, basicamente, de médio e longo prazos,
e até mesmo de prazo indeterminado, como as operações do mercado de
ações que se constitui em um segmento deste mercado (SOARES et al.
1983, p. 32).

Para Pinheiro (2008) o mercado de capitais pode ser determinado como um

conjunto de organizações e ou instituições e de instrumentos que negociam com

valores imobiliários e títulos, assim objetivando o direcionamento dos recursos dos

agentes compradores para os agentes vendedores.


22

3.1.1 Definição de Mercado de Capitais

Pinheiro (2008) comenta que o mercado de capitais veio a surgir a partir do

momento em que o mercado de crédito em uma decadência natural deixou de

atender às necessidades da atividade produtiva, isto no sentido de garantir ao

cliente um fluxo de recursos em condições adequadas em termos de prazos, custos

e exigibilidades. Neste contexto o surgimento do mercado de capitais foi

fundamentado com base em dois princípios:

- Contribuir de forma geral para o desenvolvimento econômico, atuando como

propulsor de capitais para os investimentos, estimulando assim a formação da

poupança privada;

- Permitir a formação e a orientação de uma sociedade pluralista, baseada na

economia de mercado, permitindo a participação coletiva de forma ampla na riqueza

e nos resultados da economia.

Já, para Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), a existência de um mercado

de capitais ativo sinaliza o estágio de desenvolvimento de uma economia, pois

pessoas, empresas e instituições passam a ter maiores oportunidades de

investimento e, as empresas, são fontes permanentes de captação de recursos

financeiros.

Ainda para Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), além disso, a participação

no mercado de capitais permite às organizações a obtenção de recursos a custo

competitivo, uma vez que elas poderão captar externamente através da emissão de
23

ações ou títulos de dívida (debêntures2), o que reduzirá a dependência dos

financiamentos de curto prazo, de financiamentos bancários caros ou mesmo da

geração de recursos internos (os quais nem sempre são suficientes para atingir os

níveis de expansão desejados.

Uma das condições essenciais para o desenvolvimento econômico de um


país é um mercado de capitais forte. Mas, o que significa “mercado de
capitais forte”? Significa que o mercado reúne investidores e tomadores de
recursos de maneira eficiente. Ao mesmo tempo, oferece alternativas de
aplicação para a poupança dos primeiros e assegura que os tomadores
poderão suprir suas necessidades de recursos de investimento em termos
de montante, prazo e taxa. (CAVALCANTE; MISUMI, 2008, p. 21)

O mercado de capitais se dedica essencialmente a operações no mercado

acionário envolvendo 3 tópicos básicos, de acordo com Brito (2005) são eles:

- Carteira própria de ações: as instituições compram ações e vende-as após a

valorização esperada, administrando estas compras e vendas para constituição de

carteira própria. Os resultados são obtidos com a diferença entre o ganho com a

valorização da ação e o custo do dinheiro no mercado.

- Trade com ações: é a oportunidade de ganho com as bruscas oscilações de

mercado em um curto espaço de tempo.

- Underwritting: é a operação de colocação de ações ou debêntures de

clientes que estão abrindo ou ampliando seu capital.

“O mercado de capitais representa um sistema de distribuição de valores

mobiliários que tem o propósito de viabilizar a capitalização das empresas e dar

liquidez aos títulos emitidos por elas” (PINHEIRO, 2008, p. 131).

Alguns títulos negociados no mercado de capitais brasileiro segundo Pinheiro

(2008) são: debêntures, notas promissórias comerciais, bônus de subscrição,

2
Debêntures: “Título emitido por uma sociedade anônima, previamente autorizado pela CVM, com a
finalidade de captar recursos de médio e de longo prazos” [...] (PINHEIRO, 2008, p. 147-148).
24

recibos de subscrição, quotas de fundos imobiliários, certificados de investimento

audiovisual, entre outros.

3.1.2 Mercado de Ações

“O mercado de ações é um segmento do mercado de capitais, que envolve a

colocação primária3 de ações emitidas pelas empresas e a negociação secundária

das ações em circulação”[...] (LEMES JÚNIOR; CHEROBIM; RIGO, 2002, p. 321).

“Este mercado é muito importante como fonte de financiamento de longo

prazo para as organizações. Possibilita a obtenção de liquidez para os investidores,

criando um ciclo virtuoso para o desenvolvimento das economias” (BRITO, 2005, p.

99).

O mercado de ações pode ser classificado em algumas etapas. A primeira

etapa do processo, é onde os compradores e vendedores de ações informam às

corretoras, por meio das quais atuam, para efetuarem as ordens de compra e venda

de ações, em seguida as corretoras orientam seus operadores no pregão da Bolsa

para executarem as ordens de cada um de seus clientes, após realizada esta

operação de compra ou venda, a informação é repassada a Câmara de Liquidação.

Somente no terceiro momento que segundo Brito (2005), todas as condições de

liquidação e obrigações dos clientes perante a Câmara de Liquidação de Valores

passam a ser exercidas, incluindo a contabilização das operações, ou seja, para

3
Colocação Primária: Abertura do capital da empresa para que suas ações sejam negociadas em
Bolsa de Valores.
25

uma posição de compra, ela assumirá posição de venda e para uma posição de

venda, assumirá a de compra, garantindo a liquidação das operações.

Para Soares et al. (1983), os mercados de ações se subdividem em dois

grandes segmentos:

- Não-Institucionalizado: A venda das ações ocorrem no próprio balcão das

empresas, portanto não possuem regulação e controle das autoridades.

- Institucionalizado: Empresas registradas na Bolsa de Valores, sendo assim,

as negociações sofrem regulação e controle das autoridades.

3.1.2.2 Empresas de Capital Aberto e Fechado

De acordo com Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), uma companhia

aberta é aquela que possui ações e/ou debêntures negociadas junto ao público em

Bolsa de Valores ou mercado de balcão. No entanto, para participar do mercado de

ações, uma companhia necessita realizar a abertura de seu capital, ou seja, lançar

títulos de capital (ações) ou dívidas (debêntures) para negociação pública.

“A bolsa de valores só pode negociar títulos e valores mobiliários de

companhias abertas registradas na CVM – Comissão de Valores Mobiliários [...]”

Cavalcante e Misumi (2001)

Para Lemes, Rigo e Cherobim (2002), para iniciar um processo de abertura

de capital a empresa deve estar organizada e constituída de acordo com as

definições constantes na Lei 6.404, de 15/12/1976, logo, precisa estar na forma

jurídica de uma sociedade anônima. Além disso, deverá ser efetuado o registro da
26

empresa junto à Comissão de Valores Monetários (CVM), para ser autorizada a

negociação junto ao público.

Abrir o capital significa tornar-se uma companhia de capital aberto, ou seja,

emitir ações para o público, que poderão ser transacionadas em Bolsas de Valores e

nos mercados organizados. Em síntese, abrir o capital significa ter novos sócios”.

(CAVALCANTE; MISUMI, 2001, p. 156)

A globalização e uso intenso da tecnologia inserem as empresas em um

mercado muito competitivo, não possibilitando desta maneira o financiamento para

sua expansão dependendo apenas dos recursos próprios. A abertura de capital

mediante a subscrição de ações novas possibilita que as empresas se supram de

capital, sendo esta uma alternativa disponível para as empresas expandirem.

De acordo com Cavalcante e Misumi (2001) as companhias de capital aberto

possuem os seguintes direitos:

- ter os valores mobiliários de sua emissão negociados publicamente em

bolsas de valores ou mercado de balcão, organizado ou não;

- captar recursos através do lançamento público de valores mobiliários;

- obter, junto à CVM, o registro de seus programas de lançamento de recibos

de depósito (DR‟s) negociáveis no exterior, para captação de recursos em mercados

estrangeiros.

“Além das vantagens para as empresas, existem também as vantagens para

a economia. Ao investir, as empresas aumentam a produção, geram empregos e

renda, proporcionam aumento na arrecadação de impostos etc” (PINHEIRO, 2008,

p. 153).

Ainda para Pinheiro (2008), para que uma empresa possa se candidatar ao

processo de abertura de capital é necessário que esteja constituída na forma jurídica


27

de uma sociedade anônima, de acordo com o que preceitua a Lei nº 6.404, de

15/12/1976.

3.1.2.3 Tipos de Ações

“As ações são títulos de propriedade de uma parte do capital social da

empresa que às emitiu. Quem tem ações, portanto, pode-se considerar sócio da

empresa emissora”[...] (PINHEIRO, 2008, p. 138)

As ações diferenciam-se segundo os seguintes critérios de acordo com

Pinheiro (2008):

Quadro 1 – Critérios de diferenciação das ações.

Critérios de
Características da diferenciação:
Diferenciação:
O título caracteriza-se pelo código pertencente a empresa
emissora, sendo que cada uma há um código diferente,
- Empresa Emissora exemplo:
Empresa: Petrobrás
Código: Petr4, Petr3, etc.
Ações Ordinárias – direito a voto
Ações Preferenciais – direito a dividendos
- Espécie
Ações de Fruição – direito a voto, dividendos e
preferência para novas ações.
Ações Nominativas - inscrição do acionista no livro de
“Registros de Ações Nominativas”.
Ações ao Portador – não apresenta o nome do
- Forma de Circulação
proprietário.
Ações Escriturais – não são representadas por
certificados.
Diferenciam-se em classes por seguintes motivos:
- Classe - Objetivos específicos a que a ação se propõe.
- Restrições quanto a sua posse.
Fonte: Adaptado de Pinheiro (2008).
28

Segundo Pinheiro (2008), os direitos e vantagens conferidos aos acionistas

são os critérios que definem a espécie da ação.

Brigham e Ehrhardt (2008) comentam que as ações ordinárias ainda podem

ser separadas em duas classes, classe A e classe B, e assim por diante, essas

classificações não possuem significados padronizados, mas normalmente o que

acontece é que as empresas designam direitos diferentes para dois ou mais tipos de

ações, como as de classe A têm direito a dividendo porém não tem direito a voto, já

as classe B têm direito total.

As ações ordinárias de acordo com Pinheiro (2008), têm como característica

principal o direito ao voto. Numa sociedade anônima, é pelo voto que o acionista

possui direitos legais de controle da empresa.

De acordo com Pinheiro (2008), caso não seja especificado em estatuto, os

dividendos pagos às ações ordinárias são 10% menores do que os pagos às ações

preferenciais, elas geralmente possuem liquidez e valor de mercado menor do que

as das preferenciais, isso se deve ao fato de que a maioria das ações ordinárias

esta em posse de proprietários que desejam controlar a empresa não estando assim

dispostas a negociações.

Para Pinheiro (2008), as mais importantes características dos direitos gerais

de um acionista ordinário são estabelecidas por leis uniformes em muitos aspectos,

sendo as mais importantes:

- adotar e corrigir o estatuto da companhia;

- eleger a junta de dirigentes;

- autorizar a fusão com outra companhia;

- autorizar a venda do ativo fixo ou imobilizado;

- mudar a quantia autorizada das ações ordinárias;


29

- autorizar a emissão de ações preferenciais, debêntures e outros tipos de

títulos.

As ações preferenciais segundo Brito (2005) são aquelas que permitem ao

seu titular a prioridade na distribuição do capital, sendo este com ou sem prêmio,

como também a prioridade na distribuição de dividendos, os quais devem ser 10%

maiores do que os atribuídos às ações ordinárias.

A ação preferencial é considerada um híbrido, pois é similar aos títulos de

dívida de longo prazo em alguns aspectos e às ações ordinárias em outros. De

acordo com Brigham e Ehrhardt (2008) a ação preferencial tem um valor nominal e

um montante fixo de dividendos, estes devem ser pagos antes dos diretores

poderem omiti-los, sem o perigo de que seja decretada a falência da empresa.

As ações preferenciais têm como característica fundamental a prioridade


sobre as ações ordinárias no recebimento de dividendos e de receber, no
caso de dissolução da sociedade, a sua parte. Podem existir diversas
classes de ações preferenciais (classe A, classe B etc.), dependendo das
vantagens ou restrições que elas apresentam. As vantagens ou
preferências, bem como as restrições que essas ações possuem, devem
constar claramente nos estatutos da companhia. (PINHEIRO, 2008, p. 141,
142)

Normalmente as ações preferenciais não dão direito a voto, porém algumas

emissões de ações preferenciais permitem os acionistas a elegerem uma parte

minoritária dos diretores caso o dividendo não seja pago, ou seja, omitido. Segundo

Brigham e Ehrhardt (2008), existem algumas ações preferências que permitem aos

acionistas elegerem até mesmo a parte majoritária da organização.

Para Brigham e Ehrhardt (2008), se pode enumerar algumas vantagens e

desvantagens no financiamento com ações preferenciais. As principais vantagens

são:
30

- A obrigação do pagamento de dividendos preferências não é rígida, ao

contrário dos títulos de dívida de longo prazo, assim a omissão de um pagamento de

dividendo não pode levar a empresa a falência.

- A emissão de ações preferências evita a diluição do patrimônio líquido dos

acionistas ordinários que ocorre quando ações ordinárias são vendidas.

- A emissão das ações preferenciais reduz o escoamento do fluxo de caixa

devido ao reembolso do principal que ocorre com as emissões de dívida.

E são duas as principais desvantagens:

- Normalmente os dividendos das ações preferenciais não são dedutíveis do

imposto do emissor, tornando o custo após os impostos das ações mais alto que o

custo da dívida após os impostos.

- Por mais que os dividendos possam ser omitidos, os acionistas esperam o

pagamento, aumentando o risco financeiro e conseqüentemente, o custo do

patrimônio líquido dos acionistas ordinários.

As ações de fruição são atribuídas aos sócios cujas ordinárias ou


preferenciais foram totalmente amortizadas pelas reservas patrimoniais.
Amortização é a antecipação ao acionista do valor que ele provavelmente
receberia, na hipótese de liquidação da empresa. (PINHEIRO, 2008, p. 143)

As ações classificadas em sua espécie por ações de gozo ou fruição segundo

Brito (2005), são aquelas que permitem a participação dos dividendos e no acervo,

também possibilita a preferência de aquisição de novas ações, e conservam o direito

de voto.
31

3.1.2.4 Rentabilidade do Investimento em Ações

Para Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), o valor de uma ação dependerá

das expectativas do mercado quanto as desempenho futuro da empresa que a

emitiu, o que reflete tanto seu desempenho passado, quanto as suas possibilidades

a médio e longo prazos. Essas possibilidades dependerão de fatores como a gestão

dos recursos da empresa e pontos fortes e fracos desenvolvidos.

Ainda para Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), as conjunturas

econômicas internas e internacionais também influenciam as cotações de preço de

uma ação, uma vez que alterem o chamado risco sistemático, ou seja, risco

resultante de fatores que afetam não somente as empresas, mas todo o sistema

econômico e poderão constituir tanto oportunidades como ameaças para a

companhia.

No entanto, Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), afirma que apesar de o

preço da ação dever refletir as perspectivas da empresa. Diariamente as cotações

são fortemente influenciadas por movimentos internacionais de capitais,

perspectivas diversas de crises (como as crises russa e argentina, e as provocadas

pelo terrorismo), antecipações de eleições, taxas de juros, fusões e aquisições, etc.


32

3.1.3 Mercado Primário e Secundário

O mercado acionário pode ser dividido em duas partes de acordo com

Pinheiro (2008), as quais são denominadas de mercado primário e mercado

secundário, a diferença básica entre os dois mercados respectivamente:

- alocação apropriada dos recursos na empresa;

- simples transação entre compradores e vendedores de ações, não

ocorrendo desta maneira alterações financeiras na empresa.

“O mercado primário de ações é onde se negocia a subscrição (venda) de

novas ações ao público, ou seja, no qual a empresa obtém recursos para seus

empreendimentos” (PINHEIRO, 2008, p. 149).

Pinheiro (2008) complementa a afirmação dizendo que quando a emissão dos

títulos são totalmente vendidas pelos antigos acionistas, mesmo que a empresa seja

registrada em bolsa, chama-se esta transação de subscrição particular e é

elaborada diretamente na empresa ou por meio da bolsa de valores. É nesta etapa

das transações onde ocorre a primeira negociação da ação e o dinheiro da venda é

direcionado a empresa.

Pode-se interpretar a estrutura do mercado de capitais segundo Pinheiro

(2008) caracterizando os mercados primários e secundários na seqüência:

Mercado Primário:

- criação de títulos;

- capitalização das empresas;

- abertura de capital;

- documentação legal e contábil;


33

- registros na CVM e na bolsa;

- colocação dos papéis e repasse dos recursos para a companhia.

Mercado Secundário:

- negociação de títulos;

- troca da propriedade do título;

- proporciona liquidez aos títulos e incentiva o mercado primário.

“Assim, esse importante segmento do mercado de capitais, o mercado

primário de ações, exerce sua função de canalizar recursos dos que poupam para o

investimento nas atividades produtivas” (PINHEIRO, 2008, p. 150).

Os mercados secundários são aqueles onde os valores imobiliários que já

estão previamente emitidos são negociados, dentro deste contexto Brigham e

Ehrhardt (2008) afirmam que sem dúvida alguma, o mais importante mercado

secundário e mais ativo para os administradores financeiros é o mercado de ações,

é neste mercado que os preços das ações das empresas são estabelecidos. O

conhecimento sobre o mercado de ações é muito importante para qualquer pessoa

envolvida na administração de um negócio, visto que o principal objetivo da

administração financeira é maximizar o preço da ação da empresa.

O mercado secundário nada mais é do que o lugar onde se transferem títulos

entre investidores e ou instituições, de acordo com Pinheiro (2008) a função do

mercado secundário é dar liquidez ao investidor, possibilitando que existam

compradores e vendedores para que as negociações aconteçam, viabilizando desta

maneira o crescimento do mercado primário e, por conseguinte a capitalização das

organizações por meio do mercado de ações.


34

3.1.4 Forma de Remuneração dos Acionistas

De acordo com Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), no mercado de ações

valores são investidos e capturados com a intenção de obter lucro ou captação de

recursos para aplicar na empresa, através de um papel emitido por ela mesma ou

pelo Banco Central. Uma ação dá a seu proprietário diversos direitos como:

- Dividendos: Pagamento de parte dos lucros, em dinheiro, aos acionistas na

proporção da quantidade de ações detida, ao fim de cada exercício social.

No Brasil, pela Lei das Sociedades Anônimas, a empresa deve distribuir,


no mínimo, 50% do lucro líquido do exercício como dividendo, a menos que
seu estatuto estabeleça um percentual menor. Não pode, porém ser menos
de 25%. As ações preferenciais, [...] recebem 10% a mais de dividendos
que as ordinárias, caso o estatuto social da companhia não estabeleça um
dividendo mínimo. Se apresentar prejuízo ou estiver atravessando
dificuldades financeiras, a companhia não poderá pagar dividendos.
Porém, caso não pague dividendos por mais de três exercícios, suas ações
preferenciais adquirirão direito de voto, até que se restabeleça a
distribuição de dividendos. (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2002, p.
329)

Os dividendos de acordo com Pinheiro (2008) “[...] são valores

representativos de parte dos lucros da empresa, que é distribuído aos acionistas, em

dinheiro, na proporção da quantidade de ações possuídas.[...]”

- Bonificação: Distribuição gratuita de novas ações aos acionistas, em função

de aumento de capital por incorporação de reservas. Excepcionalmente pode

ocorrer a distribuição de bonificação em dinheiro. “As bonificações consistem no

recebimento gratuito de um número de ações proporcional à quantia já possuída.

[...]” (PINHEIRO, 2008, p. 147). Estas bonificações resultam do aumento de capital,

por incorporação de reservas ou lucros em suspenso.

- Desdobramento: Distribuição gratuita de novas ações aos acionistas, pela

diluição do capital em maior número de ações, para dar mais liquidez à ação.
35

Para Pinheiro (2008), é por conta da diluição do capital em maior número de

ações, com o objetivo de dar liquidez aos títulos no mercado, que é feita então uma

distribuição gratuita de novas ações aos acionistas. No desdobramento não há

alteração do capital da companhia, apenas aumento do número de ações,

diferenciando então por este aspecto das bonificações.

- Agrupamento: é a transformação de várias ações em uma com o aumento

do valor patrimonial da ação. Para Pinheiro (2008), o agrupamento é a condensação

do capital em um número menor de ações aumentando desta maneira o valor

patrimonial da ação.

- Juros sobre capital próprio: Atualmente, pela legislação, os dividendos

podem ser pagos como se fossem juros sobre o capital próprio. Do ponto de vista do

planejamento tributário, é vantajoso para a empresa e para o acionista, pois a

empresa abate do lucro líquido, reduzindo sua carga tributária de 25% do IR e 8%

de contribuição social. É descontado na fonte, do acionista, 15%.

- Bônus de Subscrição: Direito dado ao acionista de subscrever novas ações,

proporcionais ao seu capital, a um preço menor que o de mercado. Ou seja, é o

direito de preferência na compra de novas ações emitidas, o que além de garantir a

possibilidade de manter a mesma participação no capital total, pode significar um

ganho adicional, dependendo das condições do lançamento. Por fim, se não

exercido, o direito pode ser vendido a terceiros.


36

3.1.5 Riscos

Segundo Cavalcante e Misumi (2001) probabilidade de perda pode ser uma

definição para o risco. Em termos estatísticos, quanto mais dispersos os valores

esperados da aplicação em relação a uma média, mais arriscado é o investimento,

assim o risco é a dispersão de valores esperados em torno de uma média (desvio

padrão), ainda conforme Cavalcante e Misumi (2001), o risco é classificado como de

mercado e de crédito. O risco de mercado reflete a variação de preços do ativo,

enquanto que o risco de crédito é a probabilidade do credor não receber o valor de

resgate quando do vencimento.

O risco é definido em Wall Street como volatilidade e uma maneira de reduzir

o risco, afirmam os especialistas é a diversificação. Cavalcante e Misumi (2001)

apontam Warren Buffet, investidor americano, como prova real e contrária a estas

afirmações já que ele investe grandes quantidades em poucas e selecionadas

empresas.

Segundo Soares et al. (1983), quem compra ações corre vários riscos, dos

quais destacam-se:

- os negócios da empresa emissora não andem tão bem quanto se esperava;

- o mercado de ações entra numa fase recessiva, prejudicando o preço da

ação mesmo que a empresa esteja tendo sucesso;

- embora o mercado esteja em alta e a empresa esteja indo bem, o preço de

suas ações esteja caindo.

Para Soares et al. (1983), existem três tipos de risco:


37

Quadro 2 – Tipos de risco

Risco do Negócio Risco Financeiro Risco de Mercado


- probabilidade de não - probabilidade de - probabilidades de
ocorrer o lucro dificuldades financeiras mudanças não esperadas no
esperado. ou mesmo de insolvência comportamento do mercado.
da empresa;
- deve ser considerado o
nível de endividamento
da empresa.
Fonte: Adaptado de Soares et al. (1983)

3.2 BOLSA DE VALORES

“A origem das Bolsas de Valores é bastante remota. Alguns escritores a

localizam nos emporium dos gregos, outros nos collegium mercatorum dos romanos,

ou nos fundeks (bazares) dos palestinos”. (CAVALCANTI; MISUMI, 2001, p. 67)

O organograma a seguir foi adaptado para melhor explicitar o funcionamento

das bolsas de valores.


38

Figura 2 – Organograma do Funcionamento Bolsa de Valores

FONTE: Adaptado de Soares et al. 1983, p. 32.

Cavalcanti e Misumi (2001) complementam que não existe nem uma definição

histórica sobre estes acontecimentos, sabe-se somente que as bolsas surgiram em

épocas distantes e com atribuições que não as vinculavam especificamente a

valores mobiliários. Porém o comportamento dos mercadores resumia o

procedimento comercial que daria vida às Bolsas. Algumas das características

destes comportamentos eram a negociação de viva voz, superando barreiras

geográficas, lingüísticas e ideológicas.

É tido como conceito de bolsa a história em que realizavam-se assembléias

de comerciantes na casa de um senhor chamado Van der Burse, em cuja fachada

existia um escudo com três bolsas, o brasão do proprietário, isto na cidade chamada

Bruges, capital de Flandres. Cavalcanti e Misumi (2001) dizem que em 1698 foi

fundada a Bolsa de Fundos Públicos de Londres, a qual tinha acesso restrito ao


39

público em geral, ela era orientada por um delegado, e com associados corretores

intermediários que negociavam por conta própria.

Todos estes fatos criavam por sua vez, o primeiro sistema financeiro

integrado do mundo moderno. A Bolsa em caráter oficial foi criada naquela época

por conta do enorme crescimento das negociações, embora estas operações com

valores já estivessem legalizadas. Mas segundo Cavalcanti e Misumi (2001), foi

somente no século XVIII que estas instituições atingiram grande desenvolvimento,

quando os banqueiros foram obrigados a fracionar os empréstimos em títulos de

participação pelas exigências de crédito público. Estas instituições financeiras

assumiram um papel preponderante na oferta e procura de capitais com a expansão

das sociedades por ações.

3.2.1 A Bolsa de Valores no Brasil e no Mundo

As bolsas vêm sofrendo profundas transformações em sua estrutura desde os

mercados medievais, segundo Cavalcanti e Misumi (2001) o desenvolvimento do

Brasil está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento da estrutura financeira do

país, estrutura essa que se assentou basicamente sobre dois tipos de instituições:

as Bolsas de Valores e os bancos comerciais.

“Ao longo da história, as bolsas de valores se revestiram em um manto de

mistério. Um intrigado mundo no qual só tinham espaço grandes magnatas das

finanças e especuladores sem crepúsculos”. (PINHEIRO, 2008, p. 121)


40

[...] Cabe destacar aqui que as bolsas de valores, de acordo com o disposto
na Resolução n.º 39, de 20 de outubro de 1966, do Banco Central do Brasil,
constituem-se como associações civis, sem fins lucrativos e tendo por
objetivo social, entre outros, manter local adequado ao encontro de seus
membros e à realização, entre eles, de transações de compra e venda de
títulos e valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente
organizado e fiscalizado por seus membros e pelas autoridades monetárias.
(SOARES et al. 1983, p. 69)

Hoje as bolsas ocupam um lugar destacado no contexto econômico,

assumindo dupla função como canalizadora da poupança e como instrumento de

financiamento empresarial, sendo o local onde se gerenciam capitais desenhando

operações financeiras de acordo com Pinheiro (2008). As bolsas assumiram o papel

de barômetro da economia e um elemento dinamizador das próprias empresas.

No Brasil, foram regulamentadas as atividades das Bolsas e Corretoras pelo

Governo Federal somente em 1934, através do Decreto nº 24.275. Mas foi a partir

do decreto-lei nº 1.344 de 1939, que a legislação passou a ser mais afirmativa,

passando a reger todas as bolsas do País. Porém de acordo com Cavalcanti e

Misumi (2001), mesmo depois do último decreto citado, elas continuaram sendo

entidades públicas com ingerência dos governos estaduais em suas administrações.

Foi somente a partir das reformas que institucionalizaram o sistema financeiro

nacional, iniciadas em 1964, que as Bolsas de Valores assumiram as características

que hoje possuem.


41

3.2.2 Bovespa

A BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo é o maior centro de

negociações com ações da América Latina. A Bovespa nasceu em uma época em

qua a bolsa de valores era uma instituição pouco conhecida do grande público, ela

foi fundada em 23 de agosto de 1890, foi neste período de acordo com Cavalcanti e

Misumi (2001), que incorporou toda a evolução econômica e política brasileira

através da longa história do Índice Bovespa, criado em 1968 e um dos mais

tradicionais do Brasil.

A Bovespa, atenta ao desenvolvimento tecnológico, e é responsável por


inúmeras iniciativas visando à qualidade dos serviços prestados aos
investidores e companhias abertas que a equipara às bolsas dos grandes
centros financeiros mundiais. Entre as iniciativas mais recentes podemos
destacar: Mega Bolsa, home Broker, After-Market, Novo Mercado etc. Em
2001, com a finalidade de fortalecer o mercado acionário brasileiro e se
preparar para a globalização dos negócios, a Bovespa concluiu um acordo
histórico para integração de todas as bolsas brasileiras em torno de um
único mercado de valores – o da Bovespa (CAVALCANTI; MISUMI, 2001, p.
69)

O quadro social da Bovespa é integrado pelas sociedades corretoras que

podem operar no sistema de negociação eletrônica. Segundo Pinheiro (2008) a

estrutura da Bolsa de valores de São Paulo é representado por dois órgãos, a

assembléia geral das corretoras membros, que elege os membros do conselho de

administração e discutem aprovações e orçamentos financeiros; e o Conselho de

administração, integrado por doze conselheiros efetivos, dos quais oitão são

representantes das sociedades corretoras membros.


42

3.2.3 Pregão

O local mantido pelas Bolsas de Valores para o encontro das sociedades

corretoras para a negociação de ações é denominado Pregão, sendo este o principal

processo de um bolsa de valores. O pregão de acordo com Soares et al. (1983), é

um mercado onde se efetuam milhares de negócios em um só dia, de forma segura

e ágil, pois milhares de pessoas que desejam comprar ou vender ações estão

representadas no pregão pelos operadores de Bolsa, os próprios corretores.

O pregão on-line é um sistema que registra e controla os negócios


efetuados, divulgando as informações em tempo real, o que favorece a
continuidade dos preços e a liquidez do mercado. Mantém e fornece,
através de relatórios e consulta a terminais, dados históricos e informações
do pregão do dia, possibilitando, desta maneira, o acompanhamento e
análise dos negócios efetuados, da evolução dos papéis negociado ou do
mercado como um todo (SOARES et al. 1983, p. 155-156)

O Pregão é o local apropriado para as negociações das ações, pois é neste

local que os compradores e vendedores acordam os preços, de acordo com

algumas determinações. Para Filho (1998) “esse local permite a todos os

participantes terem conhecimento, ao mesmo tempo, dos fatores ou fatos mais

importantes que possam alterar o preço atual ou futuro das ações que estão sendo

negociadas”. Sendo verbalmente ou eletronicamente comercializam valor e

quantidade de ativos negociados. O vazamento das informações é uma das maiores

preocupações da Bolsa de Valores. Segundo Filho (1998) “isso é feito para que as

pessoas mais bem informadas não levem vantagens sobre aquelas menos

informadas e com isso aviltem o preço de ações”.


43

O pregão on-line de acordo com Cavalcanti e Misumi (2001), favorece a

continuidade dos preços e liquidez do mercado, pois é um sistema que registra e

controla os negócios efetuados. Também de forma organizada ele mantém e

fornece, através de relatórios e consulta a terminais, informações do pregão do dia e

dados históricos, possibilitando o acompanhamento e a análise dos negócios

efetuados, a evolução do mercado como um todo ou dos papéis negociados,

permitindo o acesso as informações aos limites da sala de negociações mediante a

sua divisão através da rede de terminais da Bolsa de Valores.

3.3 ANÁLISE TÉCNICA DE AÇÕES

Em geral as análises técnicas e fundamentalista são utilizadas

simultaneamente, onde a análise fundamentalista define quais as ações nas quais

serão investidas. Já a análise técnica define os momentos de compra ou venda para

estes investimentos. Para Pinheiro (2008), ambas as análises possuem uma

característica subjetiva muito forte, e o mais importante é saber conjugar os fatores

das duas análises.

As escolas de análise utilizam dados passados para prever o futuro. A análise

fundamentalista mostra porquê os valores se comportaram desta forma, e a escola

técnica, na qual a análise gráfica está inserida, mostra como os preços se

comportaram. Para Cavalcanti e Misumi (2001), a escola técnica afirma que não há

estatísticas para a esperança, humor, medo, ganância, estimativas e necessidades,

e informações secretas; pois os principais objetivos desta escola são:


44

- conhecer e mensurar a Lei de Oferta e Procura;

- identificar oportunidades de operações atraentes;

- otimizar ingressos e saídas do mercado;

- determinar limites de oscilação nos preços;

- estabelecer estratégias de risco.

Para a escola técnica, os gráficos traduzem o comportamento do mercado, e

avaliam a participação de massas de investidores que influenciam a formação dos

preços. Assim justifica-se uma característica básica da análise técnica, é a defesa

de conhecer a análise comportamental. Muitos analistas dizem que a massa é

emocionável, impulsiva, violenta, inconsistente, extremada e descuidada,

características de um perdedor no mercado de ações, e por estes motivos os

analistas enfatizam a necessidade de conhecer psicologia das massas para melhor

avaliar as tendências de mercado.

3.3.1 Conceitos e definições da Análise Técnica de Ações

“Podemos conceituar a análise técnica como um estudo dos movimentos

passados dos preços e dos volumes de negociação de ativos financeiros, com o

objetivo de fazer previsões sobre comportamento futuro dos preços” (PINHEIRO,

2008, p. 316).

O surgimento da análise técnica possui registros por volta de 1700, onde

famílias japonesas através do método conhecido hoje como candlesticks,


45

começaram a acompanhar o preço do arroz e formularem tendências para o mesmo,

hoje denominado “contrato futuros de arroz”.

Pinheiro (2008) comenta que os negócios futuros são dependentes dos

preços anteriores. Os padrões históricos permitem prever as tendências, sendo eles

o principal input para a análise gráfica, cabendo somente ao analista identificar e

interpretar as tendências.

Diferente da análise fundamentalista, as informações de lucros, participação

no mercado, dividendos, grau de endividamento ou liquidez da empresa, não são

considerados na análise técnica, o que tem importância são os fatores de oferta e

procura internos do mercado, sendo crucial o entendimento da „psicologia‟ de

mercado. Para Pinheiro (2008), o porquê dos movimentos não é importante e sim

como estes preços se movimentam. Seguindo este contexto pode-se dizer que esta

análise parte de três princípios:

- os preços movem-se em tendências: é um conceito de grande importância,

afirmar que os preços movimentam-se dentro de tendências, pois o propósito é

encontrá-las para assim assumir posições no seu início;

- a história repete-se: o investidor tende a repetir situações anteriores, dando

valor a figuras, indicadores e osciladores que funcionaram bem no passado;

- todo fator que afeta o preço de um valor está descontado: a análise do

gráfico desse valor é tudo o que necessitamos para encontrar a tendência do seu

preço, sem importar a razão que o provoca, pois qualquer fator (fundamentalista,

econômico, psicológico ou político) que possa influenciar no preço de um valor já se

encontra refletido em seu preço.


46

3.3.2 Análise Gráfica de Ações

A Teoria de Dow nasceu no início do século XX, quando Charles Dow disse

que (as médias descontam tudo), afirmando desta maneira que todas as esperanças

e os conhecimentos sobre a economia e sobre o mercado de ações já estavam

descontados nos gráficos. Segundo Elder (2004) Charles Dow nunca escreveu um

livro, apenas os editoriais do jornal de Wall Street.

Segundo Lemes Junior, Rigo e Cherobin (2002), sabe-se que os preços das

ações são definidos conforme a perspectiva do mercado quanto às ameaças

internas e externas da organização. Então para elaborar a compra de uma ação, a

decisão dependerá da leitura que o investidor irá conseguir, baseado em diversos

tipos de indicadores. Dentre estes indicadores está a Análise Gráfica.

Para Lemes Junior, Rigo e Cherobin (2002) as variações que ocorrem nos

preços e o volume negociado de um ativo financeiro geram um estudo que

chamamos de análise gráfica, que tem como objetivo analisar e prever através de

gráficos, as futuras mudanças nos preços refletidas no mercado em relação ao título

em observação, constatando a movimentação do seu preço, podendo ser

ascendente ou descendente.

Esse tipo de estudo de acordo com Lemes Junior, Rigo e Cherobin (2002),

auxilia o investidor quando se trata de compra ou venda de ativos financeiros. A

tendência do mercado é uma das maiores preocupações para o investidor e a

movimentação de preços e quantidades é algo indispensável a ser analisado.

Segundo Lemes Junior, Rigo e Cherobin (2002) “a análise gráfica tem por

pressuposto teórico que ações negociadas seguem uma tendência de alta ou baixa,
47

a qualquer momento” por isso, através de uma amostra, constroem-se uma média

de evolução dos preços para este estudo.

“A análise gráfica constitui um dos pilares da análise técnica. Muitos analistas

técnicos baseiam-se exclusivamente nos gráficos para fazer suas recomendações e

por isso são chamados de grafistas” (PINHEIRO, 2008, p. 324)

Conforme Elder (2004), os analistas técnicos procuram identificar padrões

que se repetem com o objetivo de obter lucro. Estes padrões são os movimentos do

mercado, estudados na grande maioria pelo gráfico de barras ou candles, os quais

mostram o preço de abertura, fechamento, preço máximo e preço mínimo do

período.

Para Elder (2004), o maior problema está no pensamento desejoso, onde os

investidores convencem-se de que um padrão é de alta ou de baixa de acordo com

sua intenção de comprar ou vender.

“Podemos dizer que o principal objetivo dessa análise seria a identificação de

tendências e pontos de reversão por meio da análise de formações anteriores”

(PINHEIRO, 2008, p. 324).

“Os padrões dos gráficos refletem as ondas de ganância e medo entre os

operadores de mercado” (ELDER, 2004, p. 76)

Segundo Pinheiro (2008), os gráficos mais utilizados para a análise gráfica

são os seguintes:

- gráfico de linha, onde forma-se uma linha unindo os pontos de fechamento

de cada período.

- gráfico de volume, o qual representa o volume negociado, podendo ser este

volume em dinheiro, em quantidade ou em números de negócios.


48

- gráfico de barras, representando uma linha vertical, onde os ápices, superior

e inferior são respectivamente a máxima e a mínima do período, e duas projeções,

uma a esquerda e uma a direita da barra, são respectivamente a abertura e o

fechamento do período.

- gráfico de candlesticks, representa as mesmas informações do gráfico de

barras. No gráfico de candlestick, está desenhado o corpo em forma de barra

espessa, possui cores diferentes quanto à valorização ou desvalorização, sendo

cada ápice, o fechamento e a abertura; e possui também uma continuação da barra,

porém esta menos espessa, para cima e/ou para baixo, representando estas, a

máxima e a mínima do período.

3.3.3 Indicadores Médias Móveis

“As médias móveis são utilizadas em análise técnica para identificar

tendências e ajudar a montar estratégias de operação” (SANVICENTE; FILHO,

1988, 127).

As médias móveis também são utilizadas para eliminar as flutuações das

ações produzidas por problemas de instabilidade, proporcionando a identificação da

tendência e suas reversões de direção. As médias móveis segundo Pinheiro (2008),

são indicadores técnicos que possibilitam a análise dos movimentos dos preços de

uma ação. Estes indicadores tornaram-se um dos mais objetivos e versáteis

indicadores de tendência por conta da sua simplicidade de construção e à

objetividade de seus resultados.


49

Para a construção da média móvel, escolhe-se determinado período de


tempo e calcula-se a média dos preços dos dias para preços de
fechamento. Essa média é chamada de móvel porque será sempre a média
do último período acompanhado, ou seja, a cada novo dia de negociação
subtrai-se da média o primeiro dia e soma-se o novo dia. (PINHEIRO, 2008,
p. 337)

“As médias móveis são um dos indicadores mais populares e a base de

quase todos os outros, pois todos eles são a média móvel de alguma coisa [...]”

(NORONHA, 2009, p. 2)

O que é uma média móvel? Seja ela aritmética, geométrica ou exponencial,


é uma média extraída de um corpo de dados seqüenciais numa janela de
tempo. Assim, uma média móvel de 10 períodos (ou barras), mostra o preço
médio do fechamento dos últimos 10 períodos (ou barras). No décimo
primeiro dia, substitui-se o preço de fechamento do primeiro dia (ou barra)
pelo preço de fechamento do décimo - primeiro e calcula-se uma nova
média, e assim sucessivamente. Ao conectar os pontos das médias móveis
de cada dia, você cria a linha da média móvel. O primeiro ponto de uma
média móvel surge de acordo com a periodicidade em que está sendo
calculada. Numa média móvel de 10 dias, por exemplo, o primeiro ponto
aparece no décimo dia (NORONHA, 2009, p. 2)

As médias móveis possuem como principal objetivo, informar se começou ou

terminou uma tendência dos preços. Por ser calculada sobre dados passados, ela

não prediz, apenas responde com uma pequena defasagem de tempo em relação

aos movimentos dos preços, ou seja, ela segue mas não lidera ou antecipa os

preços. Para Noronha (2009), a principal característica das médias móveis é

suavizar o movimento do gráfico de preços facilitando a visualização da tendência

básica.

A média móvel é um dos dispositivos utilizados na análise gráfica de ações e

geralmente o mais utilizado para medir tendências, sendo a melhor maneira de

negociar ações, no sentido da tendência. Porém, segundo Noronha (2009), as

médias móveis são atrasadas, e não é possível tomar decisões nos fundos (pico
50

inferior da movimentação) ou nos topos (pico superior da movimentação) somente

com as médias móveis.

As médias móveis podem ser analisadas de acordo com os sinais

apresentados. Segundo Pinheiro (2008), o sinal de compra é dado quando a linha de

preço cruza a linha da média de baixo para cima, já o sinal de venda é visto quando

a linha de preço cruza a linha da média de cima para baixo. Ainda é necessário

considerar alguns critérios para a interpretação dessas médias, como:

- as médias são linhas de resistência nos movimentos de alta e suporte nos

de baixa;

- a média pode ser utilizada como aviso de reversão de tendência quando as

cotações estão num movimento de alta ou de baixa.

Para Pinheiro (2008), são três os principais tipos de médias:

- média móvel simples: como o próprio nome diz, ela simplesmente soma as

cotações de determinado período e divide pelo número de períodos, da mesma

maneira à média aritmética, porém ela não faz distinção entre os dias, tratando-os

da mesma forma.

Devem-se repetir os dias avançando a fórmula, a cada período que passa é

retirada o último da fórmula para incluir o próximo.

A média móvel simples segundo Elder (2004) calcula-se de acordo com a

seguinte fórmula:

(1)

P1+P2+ +PN
MMsimples
N

Onde:

P = preço de que se está calculando a média.


51

N = número de dias da média móvel (determinado pelo investidor)

- média móvel ponderada: é calculada multiplicando-se diversos fatores para

atribuir pesos diferentes a cada valor utilizado, cada cotação é ponderada por sua

vez, ou seja, em um período de 5 pregões, a primeira cotação é multiplicado por um,

a segunda por dois, a terceira por três e assim sucessivamente, dando peso maior

ao movimento mais próximo.

“Calculada através da definição do fator peso “n” para cada dia em uma

média móvel de “d” dias. Dessa forma, em uma média móvel pesada de “d” dias, o

último dia terá peso “n”, o penúltimo terá peso n-1, e assim sucessivamente”, de

acordo com o site ADVFN (2009).

(2)

2pd-n+2+pd-n+1
MMP:npd+(n-1)pd-1+ + + +2+1
n+(n-1)

- média móvel exponencial: com um calculo mais complexo ela reúne as

vantagens da média móvel simples e ponderada, priorizando as cotações mais

recentes em relação às mais antigas, possibilitando assim maior diferenciação no

tratamento das cotações.

Para Elder (2004), a média móvel exponencial é representada da seguinte

maneira:

(3)

MME Phoje *K+MMEontem *(1-K)


52

Onde:

N= Número de dias da MME (escolhido pelo investidor)

Phoje = preço de hoje

MMEontem = a MME de ontem.

“A média móvel exponencial (MME) é melhor ferramenta de acompanhamento

de tendência do que a média móvel simples. Ela atribui maior peso aos dados mais

recentes e reage com mais rapidez às mudanças do que a MM simples” (ELDER,

2004, p. 131)

Duas grandes vantagens da média móvel exponencial devem ser levadas em

consideração com relação a média móvel simples. A primeira atribui maior peso ao

último dia de negociação, ou seja, o humor mais recente dos investidores, diferente

da média móvel simples, que retrata todos os fechamentos com o mesmo peso. E

sua segunda vantagem é que ela não abandona os fechamentos mais velhos de

forma abrupta. Para Elder (2004), a média móvel exponencial vai eliminando os

fechamentos velhos aos poucos, diferente da média móvel simples.

- média móvel adaptiva: “A média móvel adaptiva (AMA) é um tipo de média

móvel exponencial que utiliza um indicador de eficiência para modificar a constante

K = {2 ÷ (N+1)} e foi introduzida por Perry Kaufman em seu livro Smarter Trading”,

conforme o site ADVFN4 (2009).

A velocidade da média móvel adaptiva, é adaptada a volatilidade do mercado,

utilizando um indicador que compara o preço com o nível de volatilidade, ou seja, em

um mercado (lateral) ela se movera mais lentamente do que com o mercado em

4
<http://wiki.advfn.com>: Site da ADVFN, mesmo sendo Wiki, não é editável por pessoas comuns,
somente a equipe da empresa, que é bem reconhecida no cenário nacional.
53

tendências de alta ou de baixa. Para o site ADVFN (2009), quando a média móvel

adaptiva subir é momento de comprar, e quando ela descer é momento de vender.

- média móvel tripla: é a utilização de três médias juntas, sendo uma mais

curta, uma intermediaria e uma com o período de tempo mais longo. Segundo o site

ADVFN (2009), o momento de compra se dá quando as três médias caminham em

movimento ascendente, e o momento de venda quando elas andam em tendência

de queda. A tendência ascendente deve ser levada em consideração quando a

média móvel mais curta está mais alta do que as duas outras e a de longo prazo

esta mais baixa que todas, e a tendência de queda é quando a média móvel mais

curta está mais baixa que as outras duas médias.

Escolher a duração da média móvel não é tarefa fácil e varia de acordo com

cada estilo de investidor que aplicam modelos de estratégias diferentes. Quanto

mais curta for uma média móvel exponencial, mais sensível ela está às mudanças

de preços, captando as tendências com maior rapidez, porém muda de direção com

mais freqüência. Já os períodos mais longos apesar de eliminar as pequenas

variações de preços, perdem os pontos de inflexão por margem mais ampla. Elder

(2008) comenta que é necessário vincular a duração da média móvel exponencial a

um ciclo de mercado, um canal de alta, ou baixa, ou uma congestão, sendo a MME

correspondente à metade da duração do ciclo de mercado. É definido ainda que

quanto mais longa for a tendência que se esta tentando captar, mais longa deve ser

a média móvel.
54

4 METODOLOGIA DE PESQUISA

Segundo Cervo e Bervian (2002) o empirismo não é um fator de sucesso, é

necessário planejar, disciplinar o espírito e adaptar o esforço às exigências do objeto

a ser estudado, selecionando os meios e processos mais adequados. O método é

uma ordem imposta aos diferentes processos necessários para atingir o resultado

desejado, um conjunto de processos empregados na investigação e na

demonstração da verdade. Porém não é um meio onde o aplicando, irá colher-se

resultados sem margem de erro, pois é apenas um conjunto ordenado de

procedimentos que se mostraram eficientes ao longo do tempo.

“Método é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem

vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência ou para alcançar

determinado fim” (GALLIANO, 1986, p. 6).

4.1 TIPO E MÉTODO DE PESQUISA

“A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou

práticos com o emprego de processos científicos” (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 63)

De acordo com Cervo e Bervian (2002), existem inúmeros tipos de pesquisa,

cada uma com suas peculiaridades, apesar de possuírem um núcleo comum de

procedimentos. A pesquisa parte de uma dúvida ou problema e busca a solução ou

a resposta através do método científico. A meta do pesquisador é satisfazer uma


55

necessidade intelectual do conhecimento na pesquisa básica, já na pesquisa

aplicada, o investigador é movido pela necessidade de contribuir para fins práticos

mais ou menos imediatos, buscando assim soluções para problemas concretos.

4.1.1 Pesquisa Exploratória

A pesquisa exploratória não elabora hipóteses a serem testadas no trabalho e

sim definem objetivos e buscam mais informações sobre determinado assunto de

estudo. Segundo Cervo e Bervian (2002), a pesquisa exploratória tem o objetivo de

obter nova percepção e descobrir novas idéias, ela realiza descrições precisas da

situação e a relação existente entre os componentes pesquisados.

Para Gil (1991), a pesquisa exploratória pretende proporcionar maior

familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito. O principal objetivo da

pesquisa exploratória é o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições;

embora seja um planejamento bastante flexível. Na maioria dos casos a pesquisa

exploratória assume a forma de pesquisa bibliografia ou de estudo de casos.

O trabalho em questão é de caráter exploratório, que de acordo com Marconi

e Lakatos (2000), tem como objetivo aumentar o conhecimento em determinado

assunto, familiarizando o pesquisador com o fenômeno e esclarecer conceitos.


56

4.1.2 Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências

teórica publicadas em documentos. Podendo ela ser independente quando percorre

todos os passos formais do trabalho científico ou ainda segundo Cervo e Bervian

(2002), pode ser utilizada como parte da pesquisa descritiva ou experimental quando

é elaborada com o intuito de recolher informações e conhecimentos prévios com

foco no problema no qual se esta buscando soluções.

Já para Gil (1991), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material

já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em

quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há

pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

4.1.3 Pesquisa Descritiva

Para Vergara (2000), a pesquisa descritiva expõe características de

determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer

correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar

os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.

“As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que

habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação

prática” (GIL, 1991, p.46)


57

4.2 ABORDAGEM DA PESQUISA

4.2.1 Pesquisa Quantitativa

Segundo Oliveira (2001), a abordagem quantitativa utiliza meios estatísticos

como percentagem, média entre outros que ajudam a quantificar os dados que

foram obtidos nas pesquisas, ajuda também a investigar a relação entre as variáveis

evitando assim erros de interpretação e análise, fazendo com que se tenha uma

melhor precisão nos resultados obtidos.

Utilizou-se o método quantitativo, pois exprime os dados e transmite uma

imagem real dos mesmos, em forma de números, percentuais e outros.

4.2.2 Pesquisa Qualitativa

Segundo Cervo e Bervian (2002), a pesquisa qualitativa parte do fenômeno

concreto onde se pretende avaliar não só a aparência do fenômeno concreto como

também a sua essência, ou seja, busca-se a real origem do fenômeno, sua

existência, suas causas e relações, bem como saber quais serão suas

conseqüências.

A abordagem qualitativa não utiliza técnicas estatísticas porque não se “tem a

pretensão de numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas”. Ela descreve


58

um problema complexo, compara as variáveis e classifica os “processos dinâmicos

experimentados por grupos sociais”, fazendo com que haja mudanças,

interpretações e uma melhor profundidade no comportamento humano (OLIVEIRA,

2001, p.116-117)

Optou-se pelo método qualitativo, pois este expressa, além de dados

estatísticos, uma qualificação dos fatores analisados, ou seja, a realidade dos fatos.

4.3 DADOS DA PESQUISA

4.3.1 Dados Secundários

Para Mattar (2001), dados secundários são aqueles que já foram

coletados, ordenados e às vezes, até analisados e que estão catalogados a

disposição dos interessados.

Os dados secundários foram coletados através de referencial bibliográfico,

para prover embasamento científico à pesquisa. Também serão coletados através

da análise de gráficos utilizados para elaborar os estudos.


59

4.4 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para Marconi e Lakatos (2001), é a etapa da pesquisa em que se inicia a

aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se

efetuar a coleta dos dados previstos.

Segundo Carvalho (2002), a coleta de dados é o princípio da pesquisa com a

busca de dados exaustivos, assim tendo os tipos de pesquisas mais adequados ao

tema escolhido.

Neste trabalho utilizou-se a pesquisa bibliográfica e estudos elaborados em

gráficos de ações.

4.5 PROCEDIMENTOS DE LEVANTAMENTO, ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE

DADOS

Os dados para estudo foram levantados através das pesquisas citadas no

encaminhamento metodológico e organizados de acordo com os procedimentos

corretos para uma boa manutenção e integridade dos dados, tornando o material

flexível e otimizando a acessibilidade.

A análise foi realizada de acordo com os processos adequados para

encontrar facilmente os objetivos prescritos. Foram analisados gráficos de ações

onde os indicadores denominados, média móvel simples e média móvel exponencial

farão parte dos estudos permitindo assim ao leitor, um bom entendimento para a
60

definição correta do momento de compra e venda de ações através dos indicadores

acima citados.

Para Lakatos e Marconi (2001), iniciadas as tarefas de investigação, é

necessário preparar não só os instrumentos de observação, mas também o dossier

de documentação relativo à pesquisa: pastas, cadernos, livretos, principalmente

fichários.

Os dados obtidos nesta pesquisa foram organizados em pastas, facilitando

assim cada etapa de elaboração desta.

4.6 DELIMITAÇÃO DE ESTUDO

“Após a escolha do tema é necessária a delimitação do estudo em relação a

sua abrangência, onde quanto maior a delimitação mais profunda será a explicação

do tema em questão” (ANDRADE, 2003).

O presente trabalho foi elaborado de acordo com o funcionamento da Bolsa

de Valores, delimitando sua pesquisa e estudo na análise gráfica de ações, mais

precisamente em duas ferramentas utilizadas para tal análise. Estas ferramentas ou

indicadores são chamados de média móvel simples e média móvel exponencial.

O Software utilizado para elaboração dos gráficos é chamado CMA séries 4,

fornecido pela empresa CMA Solutions. Esta plataforma é uma das mais utilizadas

pelos investidores brasileiros.


61

4.7 LIMITAÇÕES DE ESTUDO

“Limitações da pesquisa são todas as dificuldades encontradas, durante o

desenvolvimento, tornando seu estudo menos significativo” (AZEVEDO, 1998, p.

46).

As dificuldades encontradas para elaboração do trabalho foram referentes à

reduzida quantidade de material bibliográfico disponível para pesquisa.

As médias móveis que não foram utilizadas para o estudo são: média móvel

ponderada, média móvel adaptativa e média móvel tripla.


62

5 ANÁLISE GRÁFICA

A análise gráfica explicita a movimentação do ativo em um determinado

período de tempo, e as ferramentas utilizadas para esta análise se baseiam nos

movimentos dos preços do ativo. As médias móveis são um dos indicadores

utilizados para a análise gráfica, são médias de preço que se deslocam com o

tempo, estes deslocamentos são decorrentes da entrada de novos preços e

consequentemente à saída de preços mais antigos.

Foram então, elaborados gráficos que permitem a compreensão dos

indicadores médias móveis exponenciais e médias móveis simples, e as estratégias

de utilização das mesmas para a formação de pontos de compra e de venda do

ativo. Estas estratégias são: cruzamento das médias móveis exponenciais, e

posteriormente em outra análise do mesmo ativo, o cruzamento das médias móveis

simples.

O ativo utilizado para aplicar as duas estratégias é Petr4, este código

representa as ações PN da Petrobrás, ou seja, as ações preferenciais da empresa

Petrobrás SA. Este é um dos ativos mais conhecidos pelos investidores do Brasil,

está entre os mais negociados, o que dá referência para a utilização do mesmo para

execução da análise.

Os gráficos analisados foram elaborados com informações dos preços do

ativo Petr4 desde Janeiro de 2006 a Janeiro de 2010, somando 4 anos de

movimentação de preços. Para melhor visualização e compreensão dos gráficos,

cada um deles possuem o período de 6 meses, neles estão expressos as


63

movimentações dos preços, as médias móveis exponenciais ou médias móveis

simples, e os pontos indicativos das operações de compra e venda.

5.1 ANÁLISE GRÁFICA: MÉDIA MÓVEL EXPONENCIAL VERSUS MÉDIA MÓVEL

EXPONENCIAL

A estratégia de análise gráfica com as médias móveis exponenciais é

elaborada sobre o ativo Petr4, no período de 4 anos, divididos em 8 gráficos de 6

meses cada, onde estão inseridas as movimentações dos preços dos ativos, as

duas médias móveis exponenciais e as figuras indicativas dos pontos de compra e

venda.

As duas médias móveis exponenciais utilizadas para a análise, diferem entre

si apenas na periodicidade imposta a cada uma, sendo então uma de 7 períodos e

outra de 25 períodos. Estas médias móveis exponenciais podem ser chamadas de

MMEs, e constituem as seguintes formulações:

1. Média Móvel Exponencial de 7 períodos:

MME Phoje *K+MMEontem *(1-K)

Onde:

N= Número de dias da MME (7)

Phoje = preço de hoje

MMEontem = a MME de ontem.


64

2, Média Móvel Exponencial de 25 períodos:

MME Phoje *K+MMEontem *(1-K)

Onde:

N= Número de dias da MME (25)

Phoje = preço de hoje

MMEontem = a MME de ontem.

Os pontos de compra e venda serão definidos no cruzamento das duas

médias, ou seja, quando a média móvel exponencial (MME) de 7 períodos cruzar de

cima para baixo a MME de 25, é o ponto de Venda e ou de saída da Compra, e

quando a MME de 7 cruzar de baixo para cima a MME de 25, está dado o ponto de

compra e ou de saída da venda.

A simulação de rendimentos é efetuada na capacidade de negociação de 200

ações para o título, ou seja, cada operação realizada, seja de compra, saída da

compra ou venda, saída da venda, é negociado 200 ações.

Legenda dos gráficos:

: Compra (cruzamento de baixo para cima da MME 7 com a MME25).

: Saída da Compra

: Venda

: Saída da Venda

: MME 25

: MME 7
65

5.1.1 Análise Gráfico Petr4-Petrobrás PN.

A figura 3 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Janeiro de 2006 a

Julho de 2006.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis

exponenciais de 7 e de 25 períodos, e as figuras que representam os pontos de

compra, saída da compra, venda e saída da venda.

Figura 3 – Petr4 de Janeiro de 2006 a Julho de 2006 – MME

5
Fonte: CMA.

Neste gráfico existem 8 cruzamentos das médias móveis exponenciais, o

primeiro cruzamento ocorreu em um momento de correção dos preços, ou seja, em

uma curta tendência de queda, sinalizando uma venda. Esta tendência foi o início de

um período de congestão, que significa uma lateralidade dos preços, eles ficaram

indefinidos até Abril de 2006, e durante este período ocorreu a grande maioria dos

cruzamentos das MMEs do primeiro semestre de 2006, permitindo então, várias

operações. O rompimento desta indefinição do mercado ocorreu no início de Abril,

5
CMA: Software utilizado para análise gráfica, denominado comumente como plataforma de análise
gráfica.
66

quando os preços se firmaram em uma tendência de alta, onde se teve uma

operação de entrada no mercado, que perdurou até a metade do mês de Maio, a

partir deste momento, os preços inverteram novamente sua tendência, acontecendo

uma forte queda entendida até aproximadamente o dia 15 de Junho de 2006,

quando um movimento de alta reverteu a correção, a qual foi confirmada pelas

MMEs no início de Julho, apontando entrada no ativo.

A figura 4 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Julho de 2006 a

Janeiro de 2007.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis

exponenciais de 7 e de 25 períodos, e as figuras que representam os pontos de

compra, saída da compra, venda e saída da venda.

Figura 4 – Petr4 de Julho de 2006 a Janeiro de 2007 - MME

Fonte: CMA.

No segundo semestre de 2006, os preços tiveram tendências mais definidas

que o primeiro semestre, e por este motivo, se observa somente 2 cruzamentos das

MMEs. A confirmação da tendência de alta ocorrida no início de Julho se manteve

até Agosto, quando a média móvel exponencial de 7 períodos cruzou de cima para

baixo a mme de 25 períodos, revertendo os preços para a queda e sinalizando a

saída da compra anterior e mais uma venda. Esta queda alcançou o mês de
67

Setembro de 2006, quando um candle denominado “martelo” por ter sua forma física

semelhante, marcou a reversão, que foi confirmada posteriormente pelas MMEs

sinalizando entrada no ativo. Esta operação de compra teve sucesso, pois os preços

ingressaram em um canal de alta longo, sendo os ativos vendidos no mês de

Dezembro de 2006.

A figura 5 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Julho de 2006 a

Janeiro de 2007.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis

exponenciais de 7 e de 25 períodos, e as figuras que representam os pontos de

compra, saída da compra, venda e saída da venda.

Figura 5 – Petr4 de Janeiro de 2007 a Julho de 2007 - MME

Fonte: CMA.

O ano de 2007 iniciou em queda, porém uma pequena congestão no mês de

Fevereiro propiciou 2 cruzamentos das MMEs sem sucesso. Porém a queda

continuou após esta congestão, encerrando somente no início de Março, a reversão

para a alta ocorreu com muita força. E apenas uma correção se estabeleceu em

Abril de 2007. A alta continuou após a mesma até o fechamento do primeiro

semestre. Foram no total 6 cruzamentos das médias móveis exponenciais e exatos


68

3 pontos de venda, 3 compras, 3 saídas de venda e 3 saídas de compras. As

operações realizadas na congestão de Fevereiro e na queda de Abril foram

ineficientes, pois em seguida ocorreram as reversões, porém a venda após a

congestão de Fevereiro e a compra em Março e a compra em Maio, foram eficientes,

porque abrangeram uma grande variação de preços.

A figura 6 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Julho de 2007 a

Janeiro de 2008.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis

exponenciais de 7 e de 25 períodos, e as figuras que representam os pontos de

compra, saída da compra, venda e saída da venda.

Figura 6 – Petr4 de Julho de 2007 a Janeiro de 2008 - MME

Fonte: CMA.

O segundo semestre do ano de 2007 foi marcado pela continuidade da alta

iniciada em Março do mesmo ano, o canal de alta foi interrompido em Julho onde os

preços trabalharam em queda durante um mês, retomando a tendência de alta em

Agosto, que a partir deste mês, não houve grandes correções até o fim do ano de

2007. Existiu apenas 2 cruzamentos das médias móveis exponenciais, um no início


69

da queda em Julho, que sinalizou uma venda, e outro cruzamento no início de

Agosto, que sinalizou a saída da venda e uma compra.

A figura 7 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Janeiro de 2008 a

Julho de 2008.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis

exponenciais de 7 e de 25 períodos, e as figuras que representam os pontos de

compra, saída da compra, venda e saída da venda.

Figura 7 – Petr4 de Janeiro de 2008 a Julho de 2008 - MME

Fonte: CMA.

O gráfico que demonstra o primeiro semestre de 2008 traz logo no início a

formação de uma congestão nos preços pautada pela reversão da alta que vinha de

2007. Esta indefinição foi taxada por duas agulhadas de baixa, uma no início de

janeiro e outra no fim de Fevereiro, após a segunda agulhada de baixa, as MMEs

confirmaram a alta, enquadrando os preços em um canal que perdurou por 2 meses,

até Maio, quando o inicio da crise reverteu os preços para a queda. Se formou 4

cruzamentos das médias móveis exponenciais de 7 por 25 períodos no momento da

congestão, no inicio do semestres, e por este motivo algumas entradas e saídas no

ativo foram ineficientes, porém a entrada após a congestão, no mês de Março e a


70

venda no inicio da crise em Maio de 2008 foram eficientes, pois abrangeram

tendências de alta e de baixa bem definidas pelas movimentações dos preços.

A figura 8 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Janeiro de 2008 a

Julho de 2008.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis

exponenciais de 7 e de 25 períodos, e as figuras que representam os pontos de

compra, saída da compra, venda e saída da venda.

Figura 8 – Petr4 de Julho de 2008 a Janeiro de 2009 - MME

Fonte: CMA.

O segundo semestre de 2008 é todo compreendido em meio a crise de 2008.

Temos um canal de baixa durante os 6 meses do gráfico. Esta tendência de queda é

interrompida pelas médias móveis exponenciais apenas em um momento, no mês

de Setembro, onde foi efetuado um ponto de compra, e logo em seguida a saída da

compra e uma venda, porém após esta interrupção, o canal de baixa continuou até

Dezembro de 2008, quando o canal cessou, e se iniciou uma reversão, chamada de

recuperação da crise. Neste momento ocorreu o cruzamento da média móvel

exponencial de 7 períodos de baixo para cima na mme de 25 períodos, sinalizando a


71

entrada no ativo, e desta forma, o ano de 2008 encerrou com o fim da queda

decorrente da crise, do ativo Petr4, e o inicio da recuperação dos preços do mesmo.

A figura 9 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Janeiro de 2009

a Julho de 2009.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis

exponenciais de 7 e de 25 períodos, e as figuras que representam os pontos de

compra, saída da compra, venda e saída da venda.

Figura 9 – Petr4 de Janeiro/2009 a Julho/2009 - MME

Fonte: CMA.

Em 2009, com a força total dos investidores, o ativo Petr4 se firmou no canal

de alta durante praticamente todo o ano, porém no fim do primeiro semestre, o qual

esta representado na figura 9, ocorreu uma pequena correção nos preços que

propiciou uma saída ineficiente do papel, fechando o primeiro semestre em meio a

esta pequena retração. Foi esta queda no fim do primeiro semestre que permitiu o

único cruzamento das médias móveis exponenciais durante os 6 primeiros meses do

ano de 2009.

A figura 10 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Julho de 2009 a

Janeiro de 2010.
72

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis

exponenciais de 7 e de 25 períodos, e as figuras que representam os pontos de

compra, saída da compra, venda e saída da venda.

Figura 10 – Petr4 de Julho de 2009 a Janeiro de 2010 - MME

Fonte: CMA.

Como comentado no gráfico da figura 9, o ano de 2009 foi refletido

inteiramente pela recuperação dos preços do ativo Petr4, decorrente da crise em

2008. Então o canal de alta perdurou todo o ano de 2009, com apenas uma

interrupção das médias móveis exponenciais na metade do ano, quando se efetuou

uma venda, uma saída de venda e uma compra. Esta compra se estendeu até o fim

do mês de Novembro, quando as médias móveis exponenciais se cruzaram

confirmando uma correção dos preços e sinalizando uma venda novamente, e o ano

fechou com esta tendência de queda.

A figura 11 representa o resumo das operações de compras efetuadas no

período total da análise, de acordo com a estratégia de cruzamento das médias

móveis exponenciais.
73

Figura 11 – Petr4 – Resumo Operações de Compras - MME

Fonte: CMA.

A figura 11 expõe os dados quantitativos de todas as operações de compra,

sendo elas as Compras e as Saídas das Compras. Para estas operações foram

registradas no período de 4 anos, compreendidos entre o início de 2006 e início de

2010, exatamente 15 operações e dentre estas apenas 7 são consideradas

operações ganhadoras, as outras 8 foram ineficientes. Para execução de cada

operação foi comprado 200 ações e para isso, requerido um capital de R$ 1.120,00.

A soma das operações 15 operações ganhadoras geraram uma rentabilidade de R$

6.560,00 e a soma das perdedoras um prejuízo de R$ -1.642,00, o que resulta em

um lucro líquido total de R$ 4.918,00. Este valor se comparado ao capital exigido

para execução, tem-se um retorno na conta de 439,11%.

A figura 12 explicita um resumo das operações de venda executadas durante

todo o período analisado com a estratégia das médias móveis exponenciais.


74

Figura 12 – Petr4 – Resumo Operações de Vendas - MME

Fonte: CMA.

De acordo com a figura 12, a qual representa um resumo das operações de

vendas do ativo Petr4 nos 4 anos analisados, temos 15 operações no total, sendo 5

ganhadoras e 10 perdedoras, porém, mesmo com somente 33,33% de operações

ganhadoras, se teve um ganho bruto de R$3.204,00 contra um prejuízo de R$-

1902,00, resultando um lucro líquido total de R$1.302,00, valor este que se

comparado ao capital requerido para a estratégia (R$1.296,00), tem-se o retorno na

conta de 100,46%.

A figura 13 traz o resumo de todas as operações, tanto de compra quanto de

venda, efetuadas nos 4 anos estudados do ativo Petr4 com a estratégia de

cruzamento da média móvel exponencial de 7 períodos e a média móvel

exponencial de 26 períodos.
75

Figura 13 – Petr4 – Resumo Todas as Operações - MME

Fonte: CMA.

A figura 13 representa o resumo de todas as operações, ou seja, as de

compra mais as operações de venda. Neste resumo é possível analisar o número de

operações efetuadas (30), quantas delas foram ganhadoras (12), quantas

perdedoras (18), e os valores totais, como capital requerido para execução da

estratégia na totalidade do período para as 200 ações negociadas, que foi de

R$1.296,00, e ainda a rentabilidade obtida com todas estas operações. O ganho

bruto total foi de R$9.764,00, perante um prejuízo total de R$-3.544,00, o que resulta

em um lucro líquido de R$6.220,00. Este lucro líquido se comparado ao capital

requerido, encontram um retorno na conta extremamente positivo, 479,94%.


76

5.2 ANÁLISE GRÁFICA: MÉDIA MÓVEL SIMPLES VERSUS MÉDIA MÓVEL

SIMPLES

A estratégia de análise gráfica com as médias móveis simples é elaborada

sobre o ativo Petr4, no período de 4 anos, divididos em 8 gráficos de 6 meses cada,

onde estarão inseridas as movimentações dos preços dos ativos, as duas médias

móveis simples e as figuras indicativas dos pontos de compra e venda.

As duas médias móveis simples utilizadas para a análise, diferem entre si

apenas na periodicidade imposta a cada uma, sendo então uma de 18 períodos e

outra de 30 períodos. Estas médias móveis simples podem ser chamadas de MMSs,

e constituem as seguintes formulações:

1. Média Móvel Simples de 18 períodos:

P1+P2+ +PN
MMsimples
N

Onde:

P = preço de que se está calculando a média.

N = número de dias da média móvel (18)

2. Média Móvel Simples de 30 períodos:

P1+P2+ +PN
MMsimples
N
77

Onde:

P = preço de que se está calculando a média.

N = número de dias da média móvel (30)

Os Pontos de Compra e Venda serão definidos no cruzamento das duas

médias, ou seja, quando a média móvel simples (MMS) de 18 períodos cruzar de

cima para baixo a MMS de 30, é o ponto de Venda e ou de saída da Compra, e

quando a MMS de 18 cruzar de baixo para cima a MMS de 30 períodos, está dado o

ponto de compra e ou de saída da venda.

A simulação de rendimentos é efetuada na capacidade de negociação de 200

ações para o título, ou seja, cada operação realizada, seja de compra, saída da

compra ou venda, saída da venda, é negociado 200 ações.

Legenda dos gráficos:

: Compra

: Saída da Compra

: Venda

: Saída da Venda

: MME 30

: MME 18
78

5.2.1 Análise Gráfica Petr4-Petrobrás PN.

A figura 14 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Janeiro de 2006

a Julho de 2006.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis simples de

18 e de 30 períodos, e as figuras que representam os pontos de compra, saída da

compra, venda e saída da venda.

Figura 14 – Petr4 de Janeiro de 2006 a Julho de 2006 - MMS

Fonte: CMA.

A análise do primeiro semestre do período de 4 anos que compreendem a

totalidade do estudo, tem-se logo no início, uma congestão nos preços, que vai de

Janeiro à Abril de 2006. Durante esta indefinição dos preços do Petr4, as médias

móveis simples se cruzaram 5 vezes, permitindo algumas operações ineficientes,

somente no início do mês de abril, um cruzamento da MMS de 18 com a MMS de

30, de baixo para cima, sinalizou um pequeno canal de alta que perdurou por

aproximadamente 15 dias, onde novamente houve o cruzamento ao contrário,


79

revertendo a tendência para uma queda, com uma operação de venda eficiente. A

grande volatilidade encontrada nestes 6 meses, não permitiram rentabilidade diante

das operações efetuadas através dos cruzamentos das médias móveis simples.

A figura 15 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Julho de 2006 a

Janeiro de 2007.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis simples de

18 e de 30 períodos, e as figuras que representam os pontos de compra, saída da

compra, venda e saída da venda.

Figura 15 – Petr4 de Julho de 2006 a Janeiro de 2007 - MME

Fonte: CMA.

O segundo semestre do ano de 2006 iniciou com a formação de uma leve

alta, onde as MMSs sinalizaram uma compra, porém a alta durou apenas 2 meses, e

a inversão dos preços levaram ao cruzamento da mms de 18 períodos de cima para

baixo a mms de 30 períodos, apontando uma operação de venda. Esta queda

compreendeu o mês de Agosto até Setembro, quando a reversão dos preços

iniciaram, e somente em Outubro ocorreu a confirmação da alta pelas médias

móveis simples, sinalizando a entrada no ativo. O canal de alta percorreu todo o

resto do ano de 2006, fechando este ano com a ascendência dos preços.
80

A figura 16 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Janeiro de 2007

a Julho de 2008.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis simples de

18 e de 30 períodos, e as figuras que representam os pontos de compra, saída da

compra, venda e saída da venda.

Figura 16 – Petr4 de Janeiro de 2007 a Julho de 2007 - MMS

Fonte: CMA.

O ano de 2007 iniciou com os preços do ativo Petr4 indefinidos, formando um

longo canal lateral, que permaneceu até o mês de Junho. Durante estes 5 meses, os

preços permitiram 6 cruzamentos das média móveis simples, o que apontou várias

entradas e saídas no ativo. Estas operações por serem expostas a uma volatilidade

dos preços e serem executadas em curto espaço de tempo, foram ineficientes. No

início do mês de Julho, foi constatado o último cruzamento desta congestão, quando

os preços ingressaram em um curto canal de alta, finalizando este primeiro semestre

de 2007 com uma operação de compra em aberto.

A figura 17 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Julho de 2007 a

Janeiro de 2008.
81

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis simples de

18 e de 30 períodos, e as figuras que representam os pontos de compra, saída da

compra, venda e saída da venda.

Figura 17 – Petr4 de Julho de 2007 a Janeiro de 2008 - MMS

Fonte: CMA.

A segunda metade do ano de 2007, deu-se continuidade ao curto canal de

alta iniciado em Junho, levando a ascensão dos preços do ativo Petr4 até a

proximidade do fim do mês de julho, porém a inversão dos preços para a queda só

foi confirmada pelas médias móveis simples no inicio de Agosto, apontando para

uma venda. Esta leve correção estendeu-se até aproximadamente a metade de

Agosto, e só foi confirmada o fim da correção e o início de o longo canal de alta que

veio em frente, próximo do fim do mês de Agosto, sinalizando uma operação de

compra. O canal de alta que os preços ingressaram se manteve até a finalização de

2007, não permitindo mais nenhum cruzamento das médias móveis simples de 18

por 30 períodos.

A figura 18 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Janeiro de 2008

a Julho de 2008.
82

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis simples de

18 e de 30 períodos, e as figuras que representam os pontos de compra, saída da

compra, venda e saída da venda.

Figura 18 – Petr4 de Janeiro de 2008 a Julho de 2008 - MMS

Fonte: CMA.

Em Janeiro de 2008, os preços inverteram-se, cessando a alta que vinha no

fim de 2007, efetuando uma agulhada próximo ao fim de Janeiro. A recuperação

desta agulhada para baixo não foi longa, pois próximo ao fim do mês de Abril,

novamente ocorreu uma agulhada nos mesmos patamares, e só após esta segunda

queda, construiu-se uma canal de alta. O período compreendido entre Janeiro e

Abril foi de indefinições dos preços, visto as duas quedas repentinas, isso fez as

médias móveis simples cruzarem 3 vezes e apontarem entradas e saídas dos ativo

Petr4 ineficientes. A formação da alta iniciada próximo a Abril, foi confirmada pelas

MMS próximo ao dia 15 de Abril, sinalizando uma operação de compra. No mês de

maio, aconteceu a reversão dos preços, que foi confirmada pelo cruzamento da

média móvel simples de 18 de cima para baixo na mms de 30 períodos na metade

do mês de Maio de 2008, quando uma operação de venda foi executada, e desta

maneira encerrou-se o primeiro semestre do ano de 2008.


83

A figura 19 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Julho de 2008 a

Janeiro de 2009.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis simples de

18 e de 30 períodos, e as figuras que representam os pontos de compra, saída da

compra, venda e saída da venda.

Figura 19 – Petr4 de Julho de 2008 a Janeiro de 2009 - MMS

Fonte: CMA.

O segundo semestre de 2008 compreende toda a crise vivenciada pelo

mercado de ações neste ano. No mês de julho continua a queda, a qual se estende

até a metade do mês de Novembro. Somente um cruzamento das médias móveis

simples ocorreu ao longo deste semestre, decorrente de uma leve correção para

cima dos preços, e por ser assim, as operações sinalizadas por estes cruzamentos

foram ineficientes, visto o curto espaço de tempo e a invariabilidade dos preços. No

inicio de Novembro ocorreu o inicio da recuperação da crise, porém só foi

confirmada esta reversão pelas médias móveis simples perto do fim de Novembro,

quando a mms de 18 cruzou de baixo para cima a mms de 30 períodos, sinalizando

uma compra.
84

A figura 20 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Janeiro de 2009

a Julho de 2009.

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis simples de

18 e de 30 períodos, e as figuras que representam os pontos de compra, saída da

compra, venda e saída da venda.

Figura 20 – Petr4 de Janeiro de 2009 a Julho de 2009

Fonte: CMA.

O ano de 2009 foi inteiramente marcado por uma forte alta, chamada de

recuperação do mercado perante a crise de 2008. O primeiro semestre de 2009

vivenciou 3 cruzamentos das médias móveis simples. Os dois primeiros

cruzamentos são decorrentes de uma leve retração dos preços dentro do canal de

alta, o que permitiu uma operação de venda ineficiente. Em seguida os preços

continuaram em ascensão e no início de Junho novamente uma correção dos preços

permitiram o cruzamento da mms de 18 de cima para baixo na mms de 30 períodos,

sinalizando uma operação de venda, e assim encerrou o primeiro semestre de 2009.

A figura 21 representa o gráfico do ativo Petr4 no período de Julho de 2009 a

Janeiro de 2010.
85

Estão expressos no gráfico os candles diários, as médias móveis simples de

18 e de 30 períodos, e as figuras que representam os pontos de compra, saída da

compra, venda e saída da venda.

Figura 21 – Petr4 de Julho de 2009 a Janeiro de 2010 - MMS

Fonte: CMA.

A retração iniciada em Julho encerrou-se na metade do mês de Julho de

2009, e as médias móveis simples confirmaram o fim desta correção no fim de Julho,

sinalizando uma entrada no ativo Petr4 e dando continuidade ao canal de alta

iniciado em Janeiro. Próximo ao mês de Dezembro de 2009, uma forte correção nos

preços permitiram o cruzamento das MMSs novamente, sinalizando uma venda. O

período analisado do ativo Petr4 em sua totalidade se encerrou com esta operação

de venda em aberto, no fim de 2009.

A figura 22 representa o resumo de todas as operações de compra

executadas durante o període 4 anos estudados com a estratégia de cruzamento

das médias móveis simples.


86

Figura 22 – Petr4 – Resumo Operações de Compras - MMS

Fonte: CMA.

A figura 22 representa o resumo de todas as operações de compra efetuadas

durante os 4 anos analisados do ativo Petr4 sob os aspectos da estratégia de

cruzamento das médias móveis simples de 18 por 30 períodos.

Neste resumo constata-se que foram executadas 14 operações de compra,

sendo que 6 foram ganhadoras e 8 perdedoras. Para negociar as 200 ações

propostas para o estudo, nas operações de compra, foi requerido um capital de

R$934,00. Com estas 14 operações, obteve-se um lucro bruto de R$3.422,00

perante um prejuízo total de R$-1.676,00, resultando então em um lucro líquido de

R$1.746,00. Este valor comparado ao capital requerido para efetuar as operações,

com o retorno na conta perante as negociações de compra foi de 186,94%.

A figura 23 traz o resumo de todas as operações de venda efetuadas durante

o período total analisado com a estratégia de médias móveis simples.


87

Figura 23 – Petr4 – Resumo Operações de Venda - MMS

Fonte: CMA.

As operações de vendas compreendidas nos 4 anos estudados, estão em

resumo, expostas na figura 23. Neste resumo visualiza-se que foram efetuadas no

total, 14 operações de venda, sendo destas, 7 ganhadoras e 7 perdedoras, o capital

requerido para negociar as 200 ações propostas foi de R$934,00. Com a execução

das 7 operações de vendas ganhadoras, o lucro bruto acumulado é de R$3.186,00

perante o prejuízo acumulado das 7 operações perdedoras R$-1.522,00. O lucro

líquido total das 14 operações de venda foi de R$1.664,00. Este Lucro líquido

comparado ao capital requerido, permite a compreensão de um retorno na conta de

178,16%.

A figura 24 explicita o resumo de todas as operações executadas na

totalidade do período estudado com a estratégia de cruzamento da média móvel

simples de 18 períodos e a média móvel simples de 30 períodos.


88

Figura 24 – Petr4 – Resumo Todas as Operações - MMS

Fonte: CMA.

A análise gráfica do ativo Petr4, no período de 01 de Janeiro de 2006 à 01 de

Janeiro de 2010, sob os estudos das Médias Móveis Simples, trás os seguintes

resultados:

Foram executados na totalidade das operações de compra e venda, 28

operações, onde 13 destas foram ganhadoras e acumularam um lucro bruto de

R$6.608,00 e 15 foram perdedoras, acumulando um prejuízo de R$-3.198,00. Desta

maneira, o lucro líquido total é R$3.410,00. Este valor comparado ao capital

requerido para a negociação de 200 ações propostas, que foi de R$934,00, tem-se

um retorno na conta de 365,10%.


89

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As inúmeras maneiras existentes para análise de investimentos de ações

instigam os investidores a colher informações e descobrir qual é a forma que melhor

se adapta e traz rendimentos para seu investimento. O estudo fundamentalista e o

técnico são os pontos de partida para o aprofundamento das análises, sendo preciso

antes de tudo a definição pessoal do investidor pertinente a algumas características

que estarão presentes em sua personalidade no momento das negociações, e com

estas definição, ele estará findado na utilização em maior grau sob um dos dois

estudos acima citados. O trabalho teve seus objetivos específicos postulados

somente no estudo técnico, mais precisamente na análise gráfica, e são eles:

apresentar as médias móveis e sua aplicabilidade na análise de investimentos de

ações, demonstrar os gráficos com indicadores médias móveis e por fim, elaborar a

análise gráfica com as informações obtidas através dos indicadores médias móveis.

Lembra-se que os indicadores médias móveis são algumas das inúmeras

ferramentas existentes para a análise gráfica de ações.

Para a execução das análises, foi adotado o ativo Petr4, da empresa

Petrobrás, por ser um dos mais conhecidos e mais negociados da Bovespa. Este

ativo foi analisado durante um período de 4 anos, compreendidos entre o ano de

2006 e 2010. Os estudos foram elaborados em duas situações com o mesmo ativo

citado e mesma periodicidade. A primeira situação foi a utilização de uma estratégia

de cruzamento de 2 médias móveis exponenciais, e a segunda situação foi a

utilização de uma estratégia de cruzamento de 2 médias móveis simples. Os gráficos

foram construídos de acordo com as seguintes características: gráfico de candles, 8


90

gráficos para cada estratégia, sendo que cada um contém 6 meses, cada candle

equivale a 1 dia de movimentação dos preços, o que denomina o gráfico como

diário. Estão inseridas as 2 médias móveis respectivas a cada estratégia em forma

de linha, sendo que as médias móveis exponenciais são de 7 e 25 períodos, e as

simples são de 18 e 30 períodos.

O apanhado de informações colhidas sobre o funcionamento do mercado de

ações no Brasil deu suporte para a execução da análise gráfica, que trouxe algumas

perspectivas sobre as estratégias utilizadas.

O objetivo geral do trabalho, o qual tem como propósito apontar os pontos

ótimos de compra e venda de ações através dos indicadores médias móveis, foi

respondido durante as análises dos gráficos. Estes gráficos analisados se remetem

as estratégias citadas acima. Os pontos de compra e venda de ações, como dito na

explicação das estratégias, ocorreram nos cruzamentos entre as duas médias

móveis presente em cada gráfico.

Notou-se que em momentos onde os preços do ativo Petr4 o qual foi utilizado

para as análises, não possuíam tendências definidas, tanto de alta quanto de baixa,

aconteceram mais cruzamentos das médias móveis, proporcionando mais pontos de

compra e venda, estes momentos são conhecidos como congestão dos preços,

onde eles trabalham em lateralidade. Estes pontos de venda e compra não retornam

boas rentabilidades, porém quando existem tendências bem definidas, tanto de alta

quando de baixa dos preços, se formam menos pontos de compra e venda, e assim

retornam maior rentabilidade.

As duas estratégias de médias móveis tiveram resultados positivos, ou seja,

com retorno lucrativo sobre o capital investido, mas a primeira estratégia, a que

utilizou duas médias móveis exponenciais, sendo uma de 7 e outra de 25 períodos,


91

apresentou a maior rentabilidade. A segunda estratégia, que utilizou duas médias

móveis simples, sendo uma de 18 e outra de 30 períodos, obteve rentabilidade

menor.

Todas as informações analisadas na execução dos objetivos demonstraram

eficiência, permitindo um bom entendimento do real funcionamento das estratégias,

levando ao investidor as ferramentas necessárias e os principais pontos que se deve

dar atenção. As estratégias são de fácil assimilação, pois o próprio sistema gráfico

expõem com precisão os pontos de entrada e saída do ativo, o que permite a

agilidade do investidor e assim seguir com assiduidade tudo o que a análise gráfica

lhe trouxer de informação, conseguindo resultados semelhantes aos estudados.


92

REFERÊNCIAS

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<http://wiki.advfn.com/pt/Média_Móvel_Adaptiva> acesso em: 20 de Outubro de
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