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1 - METODOLOGIA ·
PARA O CALCULO DO BENEFÍCIO E DESPESAS INDIRETAS (BDI)

presso DEFINIÇÃO·
na form d . O BDI co rrespon d e ~o va 1or das despesas indiretas e do lucro da empresa. É usualmente ex-
nece o preço fi~I âf~~~=~tual estabelecido como fator multiplicador que, aplicado ao valor total do custo direto, for-

o resultado de~sa operação dependerá de uma série de variáveis entre as quais:


- Tipo de obra/serviço;
- Valor do Contrato;
- Prazo de execução;
- Volume de faturamento da empresa; e
- Local da execução da obra.

lar ª
s6Jara e?'ecução de obras/serv_iços :ºm projetos especiais, complexos ou de maior porte recomenda-se calcu-
O especificamente para cada s1tuaçao, observadas as peculiaridades físicas e técnicas de cada uma delas.

1.1 - Fórmula do BDI

, Para_ o cálculo do BDI , de acordo com o Acórdão nº 2369/2011 - Plenário do TCU será aplicada a seguinte
formula básica: ' '

B DI = (1 + DA + 5 + R + G).r(l + DF}x(1 + LB) _


· 1-T l

Sendo:

DA= Despesa administrativa


DF = Despesa Financeira
LB = Lucro Bruto
T = Tributos
S = Taxa de Seguro
R = Taxa de Risco
G = Taxa de Garantia

1.2 - Despesas Administrativas


DEFINIÇÃO: As despesas da Administração Central são aquelas incorridas durante um determinado período
com salários de todo o pessoal administrativo e técnico lotado ou não na sede central, no almoxarifado central, na
oficina de manutenção geral, pró-labore de diretores, viagens de funcionários à serviço, veículos, aluguéis, consumos
de energia, água, gás, telefone fixo ou móvel, combustível, refeições, transporte, materiais de escritório e de limpeza,
~gu~.~- ...
A definição de um valor real para essas despesas é inviável, visto que até empresas de um mesmo ramo de
atividade podem possuir despesas totalmente distintas em razão de diversos fatores como localização da sede,
quantitativo de funcionários e nível de automação do escritório. Todavia, após comparar valores praticados pelo Go-
verno do Estado de São Paulo, pelo MPU, pela média de 22 contratos do STF entre 2004/2007 e o valor do Parecer
SCI/STF nº 103/2003, definiu que o percentual máximo para DA seria de 5,00%.
- r' -k.~.,,t:1

1.3 - Taxa De Risco, Seguro e Garantia


DEFINIÇÃO: Taxa se aplica para empreitadas por preços unitários, preço fixo, global ou Integral, para cobrir
eventuais incertezas decorrentes de omissão de serviços, quantitativos irrealistas ou insuficientes, projetos mal feitos
ou indefinidos, especificações deficientes, inexistência de sondagem do terreno, etc.

consideram-se como imprevistos ou riscos os seguintes acontecimentos, dentre outros, cuja ocorrência preju-
dica o andamento dos serviços e independe da atuação prévia do executor da obra: fenómenos naturais (águas sub-
terrânea~, ventos fortes, condições climáticas atípicas, etc); perdas de eficiência de mão-de-obra; perdas excessivas
de material (por quebras ou retrabalhes) e greves.
. Pela análise dos riscos, a empresa faz sua opção de atuação buscando reduzir ou neutralizar seus efeitos, por
~eio do gerenciamento que engloba a contratação de seguros, e plano de ação de prevenção e mitigação e controle
rigoroso. Ao optar por contratar seguros, a empresa busca baixar o patamar de incerteza já que muitos dos imprevis-
tos passam a ser cobertos.
Também, a Administração Pública está sujeita a riscos, que podem ser de qualidade, de prazo e da incapaci-
dade de conclusão do contrato. A prestação de garantias, prevista no art. 56 da Lei n. 8.666/1993 e suas modifica-
ções, é um instrumento de mitigação desses riscos.
Segundo o Acórdão nº 2369/2011 - Plenário, do TCU, os valores de referência para as parcelas de seguro,
riscos e garantia estão presentes na Tabela 1, os quais serão adotados os valores médios para cada taxa e o risco
de obras simples, em condições favoráveis, com execução em ritmo adequado.
Tabela 1 - Parcelas de Seguros, Riscos e Garantia na composição do BOI
Parecia de Se1rnros, Riscos e Garantias na comoosição do BOI - Valores incidentes sobre Custo Direto
MÁXIMO MÉDIA
DESCRIÇÃO MÍNIMO
0,81% 0,36%
SEGUROS 0,00%
0,42% 0,21%
GARANTIAS 0,00%
RISCOS
Obras simples, em condi;ões fàvoráveis, com 0,57%
0,25% 0,85%
execução em ritmo adequado
Obras medianas em área e/ou prazo, em condi;ões 0,65%
0,29% 0,98%
normais de execução
Obras complexas, em condi;ões adversas, com
1,17% 0,78%
execução em ritmo acelerado, em áreas restritas 0,35%

1.4 - Custos Financeiros


DEFINIÇÃO: O custo financeiro, é pago para pagamentos à prazo e compreende, uma parte pela perda mone-
tária decorrente da defasagem entre a data do efetivo desembolso e a data da receita correspondente e a outra par-
te, de juros correspondentes ao financiamento da obra paga pelo executor.
~ a s-financeiras são_gastos...celacio.nados à perda monetária decorrente da defasagem entre a data do
efetivo desembolso e a data da receita correspondente. Esses gastos estão vinculados a pagamentos que a empresa
deva fazer em período anterior ao recebimento da fatura e, normalmente, são mais representativos nos contratos de
obras, onde alguns insumos são custeados previamente pela construtora. Já para os contratos de serviços, não vis-
lumbra-se a necessidade desse custo, uma vez que não existem significativos desembolsos prévios vinculados à
execução do contrato. No entanto, o projeto em questão trata de um contrato de obra por isso as despesas financei-
ras são representativas. De acordo com o Acórdão 325/2007, a taxa SELIC pode servir de parâmetro para remunera-
ção deste encargo.
A
Tabela 2 representa a taxa Selic de 2012 e sua respectiva média mensal.

Tabela 2 - Taxa selic referente a 2011 e 2012 (Fonte: Receita Federal)

Meses 2011 2012 2o-1f ,9.i)1~


Janeiro 0,86% 0,89% 1,oi1.. ! , o!flo
0

Fevereiro 0,84% 0,75% .i,oo'Jv O, '8'l- l0


Março 0,92% 0,82% 1,16o/o .1,oSºto
Abril 0,84% 0,71% J,oflo/o
Maio 0,99% 0,74% 4 11-1 "lo
Junho 0,96% 0,64% L,1,•1 ..
Julho 0,97% 0,68% 11H?.
Agosto 1,07% 0,69% J, 1.. 2."h
Setembro 0,94% 0,54% 4 1 H '/o1
Outubro 0,88% 0,61% J,o s).
Novembro 0,86% 0,55% J., o~ Í.
Dezembro 0,91% 0,55% J, ~2.%
TOTAL 11,62% 8,48% 3 .20'~
1
3 , urt,
Média Mensal 0,92% 0,68% , , l f) C'l ~ J 'V -0 "/o
1
A equação a baixo representa o cálculo das despesas financeiras:

seli Du/21 ]
DF = [ (1 + 10;) - 1 xl0O
Sendo:
Selic- média mensal da Selic do ano de 2012 = 0,68%
DU - dias úteis entre a data do desembolso e a data da receita (sendo de 42 dias para esse proje-
to)

DF = [(1
0 6 ,:/.21
+ ; 0 ;)
]
- 1 xlO0 --- DF = 1,361)&
1.5-Tributos '. ( 1) .rs;sSiN C2} r,s (3) c»r.J P ll'g;;
- /
DEFINIÇAO: Os tributos considerados na composição do BDI/LDI são (1) ISSQN, cuja alíquota va-
ria de acordo com o município da prestação e serviços; (2) PIS; e (3) COFINS. Para a definição do _yalor estimado
pela administração, as alíquotas do PIS e da COFINS consideradas foram aquelas para empresas NAO submetidas
ao regime de incidência cumulativa - 1,65% e 7,60%. Destarte, o percentual de tributos do BOI considerado foi:
9,25% + ISSQN.

• Tributos Federais

DEFINIÇÃO: São tributos obrigatórios que incidem sobre o faturamento ou lucro das empresas.

Como a Lei nº 8.666/93 exige que os dados na licitação sejam objetivos e transparentes, para o efei-
to da composição do BOI, serão utilizados os tributos do Lucro Presumido incidindo sobre o faturamento da obra,
como representado na Tabela 3.

Tabela 3 - Parcela de tributos federais sobre o BDI

lncidênciã Cumulativa.([u- Incidência Não Cumulativa


cro Presumido) I);'.:" f\..lw-%,_io (Lucro Real)
PIS - Programa de Integração Social // ., , 9 65 1,65
COFINS - Financiamento da Seguridade Social / 3,0Q_ -=:--- 7,60

) C,of ,rJ~ ;
N,).b,/l
~ ~ ~.!:
r ~,~ . l J
cÀ-k

")&V J Tributb"'M'umcipal - ISS

DEFINIÇÃO: Trata-se de um tributo municipal cobrado pela prestação de serviços no local de exe-
cução da obra ou de serviço. . _
No município de São José dos Campos, as allquotas de ISSQN sao de 2%, 3% e 5%, de acordo
com o serviço prestado. Assim a alíquota de ISSQN é de 3% para o serviço.
o
tributo total é dado pela soma dos tributos e impostos aplicáveis, ou seja, T = ISSQN + PIS + CO-
=
FINS. Logo, T 3,00 + 1,65 + 7,60-+ T 12,25%. =
Considerando a jurisprudência do TCU, Acórdão nº 440/2008 e Acórdão nº 2.875/2008, os valores
de BOI devem ser diferenciados numa mesma contratação em relação a SERVIÇOS, MATERIAIS E EQUIPAMEN-
TOS. Justifica-se tal diferenciação, o fato de não ser razoável a incidência de lucro sobre a compra de materiais e
equipamentos, o que deve ficar adstrito à prestação de serviços, e, ainda, que a aquisição de materiais e equipamen-
tos não se sujeita à incidência de ISSQN .

1.6 • Lucro Bruto

DEFINIÇÃO: Lucro ou margem é uma parcela destinada a remunerar, o custo de oportunidade do


capital aplicado, -~apacidade adm_in_istrativa, gerencial e tecnológica adquirida ao longo de anos de experiência no
ramo, responsabilidade pela administração do contrato e condução da obra através da estrutura organ izacional da
/
~mpresa e investimentos na formação profissional do seu pessoal e criar a capacidade de reinvestir no próprio negó-
cio.
O
A previs~o de_lucro na contratação é calculada pela aplicação de uma taxa percentu~I sobre total
O
dos custos e despesas (inclusive as despesas administrativas), excluídas, apenas, as despesas fiscais sobre fa_tu-
r~mento. O percentual máximo a ser admitido deve ser de 10%, por analogia ao percentual proposto na Nota Técnica
n 1/2007 desta SCI/STF. Por isso os valores adotados para o lucro bruto estão de acordo com a Tabela 4.
Tabela 4 - Taxas de Lucro Bruto para composição do BOI
LB(¾l
Prestação de Serviço
Obras até R$ 150.000,00- Carta Convite/ Preoão Eletrónico 10,0
Obras ae R$ 150.0Ó0,00 a R$ 1.500.000,00 - Tomada de Precas 8,0
6,0
Obras acima de R$ 1.500.000,00 - Concorrência

1.7 - Definição do Cálculo do BOI para Órgão Contratante


Através da metodologia como órgão Contratante, fez-se a necessidade de se criar faixas de valores
de contratação de obras, para assim definir o BDI para cada uma dessas faixas. .
Assim, as faixas relativas ao limite de valores estabelecidos por tipo de licitação conforme a Lei
8666/93.
Faixa 1: Carta Convite/ Pregão Eletrônico: até R$ 150.000,00;
Faixa 2: Tomada de Preços: de R$ 150.000,01 a R$ 1.500.000,00; e
Faixa 3: Concorrência: acima de R$1.500.000,00.

1.8 - Resultado do BOI


A representa as taxas utilizadas na composição do BDI, e usando a fórmula contida no item 1.1 ob-
tém-se o cálculo final do BDI, também representado na Tabela 5.
Tabela 5 - Composição e cálculo do BOI para S ~

Variáveis Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3


DA 5,00% 5,00% 5,00%
DF 1,36% 1,36% 1,36%
s 0,36% 0,36% 0,36%
R 0,57% 0,57% 0,57%
G 0,21% 0,21% 0,21%
LB 10,0% 8,0% 6,0%
T 12,25% 12,25% 12,25%
BOI 34,86% 32,41% 29,96%

Tabela 7 - Composição e cálculo do BOI para EQUIPAMENTOS

Variáveis Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3


DA 5,00% 5,00% 5,00%
DF 1,36% 1,36% 1,36%
s 0,36% 0,36% 0,36%
R 0,57% 0,57% 0,57%
G 0,21% 0,21% 0,21%
LB 10,0% 8,0% 6,0%
T 9,25% 9,25% 9,25%
BOI 30,40% 28,03% 25,66%

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