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CONTROLE DE PRODUTOS QUÍMICOS

1. Antecedentes e Evolução

O controle de produtos químicos no Brasil teve início com a edição da Medida Provisória nº. 756, de 08 de
dezembro de 1994, mais tarde convertida na Lei nº. 9.017, de 30 de março de 1995., que estabeleceu normas
de controle e fiscalização sobre produtos e insumos químicos que possam ser destinados à elaboração de
cocaína em suas diversas formas, e de outras substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física
ou psíquica.

Com o perpassar dos anos constatou-se que o referido diploma legal, apesar de incorporar o sentimento da
comunidade internacional expresso nas recomendações da Convenção das Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito
de Entorpecentes e de Substâncias Psicotrópicas, precisava de ser aperfeiçoado para atender as necessidades
internas em toda a sua plenitude, sobretudo no que diz respeito a uma melhor prestação de serviço à sociedade
brasileira sem, contudo, fragilizar o controle e a fiscalização de tais produtos,

Nesse contexto, o Senhor Presidente da República sancionou a Lei nº. 10.357, de 27 de dezembro de 2001, que
estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que, direta ou indiretamente, possam ser
destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência
física ou psíquica. Após sua regulamentação, a atual legislação prevê novas medidas administrativas e
operacionais que, doravante, serão adotadas mediante o emprego de tecnologia moderna, tendo como resultado
final o controle eficaz dos produtos químicos que são passíveis de utilização no processamento ilícito de drogas.

2. Suporte Legal

O controle e a fiscalização sobre produtos químicos, a cargo da Polícia Federal, serão exercidos com base nos
seguintes instrumentos normativos:

§ Lei nº. 10.357, de 27 de dezembro de 2001;

§ Decreto nº. 4.262, de 10 de junho de 2002; e

3. Competência

Compete à Coordenação de Controle de Produtos Químicos-CCPQ, da Coordenação-Geral de Prevenção e


Repressão a Entorpecentes-CGPRE, do Departamento de Polícia Federal-DPF coordenar e executar as ações de
controle e fiscalização sobre produtos químicos que, direta ou indiretamente, possam ser destinados à
elaboração ilícita de substâncias entorpecentes e psicotrópicas. Como se trata de ações de âmbito nacional, a
CCPQ exerce as suas atividades em coordenação com as Superintendências Regionais do DPF e suas unidades
descentralizadas.

4. Documentos de Controle

De acordo com o artigo 28 da Portaria 169/MJ, de 21 de fevereiro de 2003, são considerados documentos de
controle:

§ Certificado de Registro Cadastral: certifica que a pessoa jurídica está devidamente registrada no órgão central
de controle de produtos químicos, em face de suas atividades estarem sujeitas a controle e fiscalização da
Polícia Federal.

§ Certificado de Licença de Funcionamento: documento que habilita a pessoa jurídica a exercer atividade não
eventual com produtos químicos sujeitos a controle e fiscalização, assim como, de forma equiparada e em
caráter excepcional, a pessoa física que desenvolva atividade na área de produção rural.

§ Autorização Especial: documento que habilita a pessoa física ou jurídica a exercer, eventualmente, atividade
com produto químico controlado. É intransferível e individualizada para cada produto.

§ Autorização Prévia: documento que autoriza a pessoa física ou jurídica a dar início aos procedimentos relativos
às operações de importação, exportação ou reexportação. Emitida antes do embarque, a Autorização Prévia é
intransferível e individualizada para cada produto.
§ Notificação Prévia:notificação dirigida à autoridade competente do país importador ou exportador para que
este se manifesta quanto à legitimidade de determinada operação de comércio exterior, que envolva produto
químico controlado, conforme estabelece os acordos internacionais sobre a matéria.

§ Mapas de Controle: informativos elaborados mediante o preenchimento de formulários instituídos pelo órgão
de controle, por meio do qual as pessoas jurídicas habilitadas e, excepcionalmente, os produtores rurais
informam ao DPF, até o décimo dia útil de cada mês, os dados relativos as suas operações desenvolvidas no
mês imediatamente anterior, envolvendo produto químico controlado.

§ Notas Fiscais, manifestos e outros documentos fiscais: todos já devidamente instituídos por outros órgãos de
controle.

5. Produtos Químicos Controlados

O Anexo I da Portaria nº. 169/MJ, de 21 de fevereiro de 2003, relaciona em quatro listas os produtos químicos
sujeitos a controle e fiscalização da Polícia Federal:

§ Lista I

§ Lista II

§ Lista III

§ Lista IV

6. Habilitação para o exercício de atividade que envolva produto químico controlado

6.1. A pessoa jurídica que necessitar exercer atividade não eventual com produto químico controlado deverá
requerer ao DPF a emissão do Certificado de Registro Cadastral e do respectivo Certificado de Licença de
Funcionamento, por meio de Requerimento instruído com o comprovante de recolhimento da Taxa de Controle e
Fiscalização de Produtos Químicos – GAR FUNAD, Formulário Cadastral e cópia autenticada dos seguintes
documentos:

§ contrato social ou ato constitutivo da pessoa jurídica e de suas respectivas alterações, devidamente registrados
nos órgãos competentes;

§ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;

§ inscrição estadual;

§ Cadastro de Pessoa Física – CPF e carteira de identidade dos proprietários, presidente, sócios, diretores e do
representante legalmente constituído;

§ Cadastro de Pessoa Física – CPF, carteira de identidade e cédula de identificação profissional do responsável
técnico; e

§ instrumento de procuração.

6.2. A pessoa física ou jurídica que necessitar exercer atividade eventual com produtos químicos controlados
deverá requerer ao DPF a emissão de Autorização Especial, por meio de Requerimento próprio, instruído com a
GAR FUNAD e cópia dos seguintes documentos:

§ CPF, carteira de identidade do interessado e comprovante de residência, se pessoa física, ou, no caso de
pessoa jurídica, formulário cadastral devidamente preenchido acompanhado do CPF, carteira de identidade e
comprovante de residência dos proprietários, sócios, diretores ou do representante legalmente constituído, bem
como da carteira de identidade profissional do responsável técnico;

§ contrato social ou ato constitutivo da pessoa jurídica e suas respectivas alterações, devidamente registradas; e
§ autorização, certificado de não objeção ou documento equivalente emitido por outros órgãos que exerçam
controle sobre o produto químico envolvido na operação.

6.3. Para importar, exportar ou reexportar produto químico sujeito a controle e fiscalização a pessoa física ou
jurídica deverá requerer ao DPF a emissão de Autorização Prévia correspondente, mediante Requerimento
próprio instruído com os seguintes documentos:

§ fatura pro forma, com o nome, a quantidade (em quilograma ou litro), a concentração, o teor ou grau de
pureza, o percentual mínimo do produto, o tipo de embalagem, o valor da mercadoria, além da identificação do
exportador/importador, do fabricante e dos dados disponíveis relativos ao transporte; e

§ autorização, certificado de não objeção ou documento equivalente emitido pelo órgão competente do país
importador e do país do destinatário final, quando for o caso.

7. Prazo para habilitação

As pessoas jurídicas que exercem atividade que envolva qualquer um dos novos produtos químicos que estarão
sob controle a partir do dia 29 de abril de 2003, têm o prazo de 60 (sessenta) dias, a contar daquela data, para
requererem a sua habilitação junto à Polícia Federal. Nas unidades do DPF em todo o território nacional haverá
servidores treinados para o atendimento ao público externo.

8. Recadastramento

A partir de 29 de abril de 2003, as pessoas jurídicas já habilitadas para o exercício de atividade controlada serão
recadastradas na data de vencimento de sua atual licença de funcionamento. Para recadastrar-se a pessoa
jurídica deverá atender as mesmas exigências previstas no cadastramento.

9. Renovação de Licença

A renovação de licença deverá ser requerida no período de 60 (sessenta) dias imediatamente anterior à data de
vencimento do Certificado de Licença de Funcionamento, devendo o requerente apresentar, a critério da
autoridade competente, os documentos exigidos no pedido de habilitação inicial. As pessoas jurídicas
possuidoras de licença cujo vencimento ocorrerá até o dia 28 de abril de 2003, inclusive, procederão a sua
renovação com base nas regras atuais.

DPF - Polícia Federal

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