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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica

Tiago Simão Ferreira

COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE TORRES TRELIÇADAS


AUTOPORTANTES DE AÇO PARA SUPORTE DE TURBINAS EÓLICAS

Belo Horizonte
2012
Tiago Simão Ferreira

COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE TORRES TRELIÇADAS


AUTOPORTANTES DE AÇO PARA SUPORTE DE TURBINAS EÓLICAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em


Engenharia Mecânica da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Engenharia Mecânica.

Orientador: Pedro Américo Almeida Magalhães Júnior

Belo Horizonte
2012
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Ferreira, Tiago Simão


F383c Comportamento estrutural de torres treliçadas autoportantes de aço para
suporte de turbina eólicas / Tiago Simão Ferreira. Belo Horizonte, 2012.
111.: il.

Orientador: Pedro Américo Almeida Magalhães Junior


Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica.

1. Engenharia de estruturas. 2. Vibração. 3. Métodos dos elementos finitos . 4.


Força eólica. I. Magalhães Júnior, Pedro Américo Almeida. II. Pontifícia
Universidade Católica de Gerais. Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica. III. Título.

CDU: 624.014.2
Tiago Simão Ferreira

COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE TORRES TRELIÇADAS


AUTOPORTANTES DE AÇO PARA SUPORTE DE TURBINAS EÓLICA.

Dissertação de mestrado apresentada ao programa de


Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais como
requisito parcial para obtenção do título de mestre em
Engenharia Mecânica.

____________________________________
Pedro Américo Magalhães (Orientador) - PUC Minas

____________________________________
Cristina Almeida Magalhães - CEFET-MG

____________________________________
Claysson Bruno Santos Vimieiro – PUC Minas

Belo Horizonte, 05 de dezembro de 2012.


A Deus por toda força, fidelidade e cuidado.
AGRADECIMENTOS

Há várias pessoas a quem preciso agradecer. Algumas pela contribuição teórica,


outras pelo carinho e incentivo necessários para a conclusão desta dissertação. A todas
elas, dedico a minha gratidão:
Agradeço primeiramente a Deus e a todas as pessoas e instituições que
contribuíram para que este trabalho se concretizasse e mais esta meta fosse alcançada em
minha vida. Em especial:
Ao professore Pedro Américo Magalhães, pelas aulas dadas, por suas orientações e
pelo apoio durante a execução dos estudos e produção deste trabalho. Também pelo
enriquecimento proporcionado pelas suas experiências e conhecimentos.
A todas as pessoas do Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica da
PucMG, professores e funcionários, que tanto contribuíram e deram suporte as minhas
atividades durante o curso.
A minha amada Lígia, pela compreensão nas ausências,e por todo apoio e
incentivo.
Aos meus pais, que sem eles tudo isto não seria possível.
Aos amigos que incentivaram durante a caminhada.
Aos colegas da Engenharia Experimental da Fiat Automóveis, pelo apoio, idéias e a
paciência em todos os momentos.
RESUMO

Este trabalho de dissertação apresenta um estudo sobre as torres treliçadas autoportantes


utilizadas para suportar aerogeradores de grande porte em regiões com elevada altitude. O
objetivo é avaliar e validar numericamente através do método dos elementos finitos o
comportamento estrutural quando as estruturas de treliça das torres de aérogeradores
estiverem submetidas a carregamentos estáticos. Com isto esperasse minimizar o custo de
transporte e instalação da torre e maximizar a geração de energia elétrica, respeitando
normas técnicas e as restrições de integridade estrutural e segurança, fazendo análise de
vibrações e carregamentos estáticos solicitadas, evitando assim as falhas por fraturas ou
fadigas mecânica. Exemplos práticos de torres serão projetados pelo sistema e serão
testadas em programas de simulação estrutural usando o Método de Elementos Finitos. A
análise permite a obtenção do comportamento da estrutura através da sua resposta de
frequências naturais e dos modos de vibração do sistema. Esta analise é feita sobre toda
região de acoplamento de ação do aerogerador, tendo como variável a sensibilidade aos
níveis de vibração. Os resultados obtidos para torre treliçada autoportante são comparados
com os resultados de uma torre tubular projetado para suportar um aerogerados com as
mesmas características usadas para a torre treliçada. Ao final deste trabalho é possível
observar a viabilidade de utilização de torres treliçadas que se mostra melhor quanto a sua
performance estrutural porém com ressalvas quanto ao seu desempenho dinâmico visto o
aparecimento de vários outros modos naturais de frequência diminuindo assim os
intervalos entre eles em baixa freqüência e teoricamente o aumento do risco de
ressonância.

Palavras-Chave: Análise Estrutural. Análise de Vibrações. Torres Treliçadas


Autoportantes. Energia Eólica. Elementos Finitos.
ABSTRACT

This dissertation aims to study the self-supporting lattice towers used to support large wind
turbines in areas with high altitude. The goal is to evaluate and validate numerically by
finite element method the structural behavior when the lattice structures of the towers of
wind turbines are subjected to static loads and these from common usage. With this
expected to minimize the cost of transportation and installation of the tower and maximize
the generation of electricity, respecting technical standards and restrictions of structural
integrity and safety, making vibration analysis and the required static and dynamic loads,
thereby preventing failures by fractures or mechanical fatigue. Practical examples of
towers will be designed by the system and will be tested in structural simulation programs
using the Finite Element Method. This analysis is done on the entire region coupling action
of the turbine, with variable sensitivity to vibration levels. The results obtained for
freestanding lattice tower are compared with the results of a tubular tower designed to
support of wind tower with the same characteristics used for lattice tower. At the end of
this work was possible to observe the feasibility of using lattice towers that proved better
as its structural performance but with caveats about its dynamic performance since the
appearance of several other modes natural frequency thus reducing the intervals between
them in low frequency and theoretically increase the risk of resonance.

Keywords: Structural Analysis. Vibration Analysis. Self-Supporting Lattice Towers. Wind


Energy. Finite Element Method.
LISTA DE SÍMBOLOS
k – Rigidez
fn – freqüência natural
x – Deslocamento
m – Massa
ωn – freqüência angular
M – Momento
J – Momento de inércia
θ – Aceleração angular
F(t) – Força de excitação
Fd– Força de amortecimento
c – Constante de proporcionalidade
Cc – Amortecimento critico
ζ – Razão de amortecimento
X – A amplitude
Ø – Fase do deslocamento
F0– Força harmônica
Tr – Transmissibilidade
Wd – Energia perdida por ciclo
σcr - Tensão crítica (da flambagem elástica).
E - Módulo de elasticidade do material.
r = (I/A)1/2 - raio de giração.
L - comprimento do elemento entre suportes
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Desenho esquemático de uma turbina eólica moderna. ....................................... 26


Figura 2 - Velocidade média anual de ventos a 50 metros de altura em m/s extraído do
Atlas do Potencial Eólico Brasileiro. ................................................................................... 31
Figura 3 - Atlas eólico do Estado de Minas Gerais, com algumas áreas selecionadas como
mais promissoras para empreendimentos eolioelétricos. .................................................... 32
Figura 4 - Potencial de geração eólica em função da altura da torre e da velocidade do
vento. ................................................................................................................................... 33
Figura 5 - Vibração em uma torre de aerogerador............................................................... 35
Figura 6 - Força perturbadora transmitida através de molas e amortecedores .................... 42
Figura 7 - Isolamento em sistemas com flexibilidade. ........................................................ 44
Figura 8 - Absorvedor Dinâmico de Vibração - ADV ........................................................ 45
Figura 9 - Exemplo de perfil de torres treliçadas. ............................................................... 72
Figura 10 - Fluxograma com sequência de trabalho............................................................ 73
Figura 11 - Utilização do software AutoMetal para gerar o perfil CAD. ............................ 74
Figura 12 - Tipos de ligações a ser utilizada ....................................................................... 74
Figura 13 - Elemento 1D plataforma ................................................................................... 76
Figura 14 - Elemento 1D com e sem a visualização de sua propriedade. ........................... 77
Figura 15 - Representação da torre eólica treliçada ............................................................ 80
Figura 16 - Nancelle e Rotor empregado sobre a Torre Eólica. .......................................... 81
Figura 17 - Elemento finito CBEAM .................................................................................. 82
Figura 18 - Detalhe estrutural e modelo em elemento finito ............................................... 83
Figura 19 - Avançamento do projeto da torre eólica treliçada autoportante. ...................... 84
Figura 20 - Flambagem num elemento bi-apoiado .............................................................. 87
Figura 21 - Curva tensão versus deformação ...................................................................... 88
Figura 22 - Distribuição das tensões de Von Mises (em Pa) devido ao carregamento de
308,45KN ............................................................................................................................ 91
Figura 23 - Possíveis posições para aplicação de carregamento ......................................... 92
Figura 24 - Curva carregamento versus o deslocamento para o vento a 00 ......................... 93
Figura 25 - Deslocamento relativo da torre treliçada autoportante. .................................... 94
Figura 26 - Distribuição de tensão sobre a torre treliçada. .................................................. 95
Figura 27 - Modo de vibração correspondente à primeira freqüência natural do modelo
estrutural: flexão no plano XY. ........................................................................................... 97
Figura 28 - Modo de vibração correspondente à segunda freqüência natural do modelo
estrutural: flexão no plano YZ ............................................................................................. 98
Figura 29 - Modo de vibração correspondente à terceira freqüência natural do modelo
estrutural: torção .................................................................................................................. 99
Figura 30 - Modo de vibração correspondente à quarta freqüência natural do modelo
estrutural: flexão no plano XY .......................................................................................... 100
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Análise de sensibilidade da malha utilizada. ................................................. 78


TABELA 2 - Análise de validação dos resultados e software. .......................................... 85
TABELA 3 - Frequências Fundamentais: Análise comparativa ......................................... 96
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 25
1.1 Problema ...................................................................................................................... 30
1.3 Objetivos ....................................................................................................................... 39
1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 39

2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 42


2.1 Vibrações mecanicas ................................................................................................... 42
2.1.1 Isolamento da vibração.............................................................................................. 42
2.1.2 Absorvedor dinâmico de vibração ............................................................................. 44
2.1.3 Sistema de muitos graus de liberdade ....................................................................... 48
2.1.4 Matriz de flexibilidade e de rigidez ........................................................................... 49
2.1.5 A matriz modal P ...................................................................................................... 50
2.2 Flambagem de colunas ................................................................................................ 52
2.2.1 Configuração flambada ............................................................................................. 52
2.3 Torres treliçadas .......................................................................................................... 54

3 ESTADO DA ARTE ....................................................................................................... 62

4 METODOLOGIA........................................................................................................... 71
4.1 Etapas do projeto ......................................................................................................... 72
4.2 Modelo geométrico em 3D (CAD) ............................................................................. 73
4.3 Determinação da malha utilizada ............................................................................. 76
4.3.1 Determinação do tipo de elemento finito (MEF) .................................................... 76
4.3.2 Análise de sensibilidade de malha ............................................................................ 77

5 CARACTERIZAÇÃO DO MODELO EM ELEMENTOS FINITOS. .................... 79


5.1 Características da torre eólica treliçada autoportante ............................................ 79
5.2 Modelo Computacional ............................................................................................... 81
5.2.1 Validação do software................................................................................................ 85
5.3 Hipóteses Simplificadoras ........................................................................................... 85
5.4 Modelagem do amortecimento ................................................................................... 86
5.5 Dimensionamento a flambagem da torre eólica........................................................ 87
5.6. Análises realizadas...................................................................................................... 88
5.6.1 Análise estática linear................................................................................................ 88
5.6.2 Análise dinâmica ....................................................................................................... 88

6. RESULTADOS PARA ANÁLISE ESTÁTICA E DINÂMICA ................................ 90


6.1 Introdução .................................................................................................................... 90
6.2 Análise linear estática .................................................................................................. 90
6.3 Descrição da análise estática linear comparativa ..................................................... 91
6.4 Força aplicada como um carregamento na direção do eixo x – vento a 0º............. 93
6.5. Análise dinâmica ......................................................................................................... 95
6.5.1 Análise dos autovalores e autovetores ...................................................................... 95
7 CONCLUSÃO............................................................................................................... 102

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ......................................................... 104

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 105


25

1 INTRODUÇÃO

A energia eólica é a energia que necessita do vento e que pode ser aproveitada
diretamente ou ser transformada a outros tipos de energia, como, por exemplo, a energia
elétrica. O primeiro uso que se conhece do aproveitamento do vento data do ano 3.000 a.C.
com os primeiros barcos veleiros egípcios. Uns milênios mais tarde (s. VII em Persia)
surgirão os primeiros moinhos de vento que permitirão moer grão ou bombear água. Hoje em
dia pode produzir-se eletricidade com grande eficiência, graças a aerogeradores de grandes
dimensões, também denominados turbinas de vento. Um aerogerador está formado por um
conjunto de pás (normalmente três) conectadas a um rotor que, mediante um sistema de
engrenagens, está conectado a um gerador elétrico. Toda esta maquinaria (turbina de vento)
coloca-se no cume de um mastro ou torre onde há mais influência do vento. A longitude das
pás definirá o diâmetro da área varrida pelas mesmas e, quanto maior seja esta área, maior
será a potência que pode gerar um aerogerador. Pode-se encontrar desde pequenos
aerogeradores de 400 W e 1m aproximadamente de diâmetro de pás, até imensos
aerogeradores dos grandes parques eólicos de 2.500 KW e 80 m de diâmetro de pás.
Para pequenas instalações de uso doméstico ou agrário os aerogeradores mais úteis e
exequíveis são os que têm um diâmetro de varrido de 1 a 5 m, capazes de gerar de 400 W a
3,2 KW. Estes apresentam a vantagem, ademais, que podem arrancar a uma velocidade de
vento mais baixa do que os de maior tamanho, podendo aproveitar ventos mais lentos (como
brisas marinhas ou ventos de montanha) e produzir mais quantidade de energia. Precisam de
uma velocidade do vento mínima de 11 km/h para arrancar (frente aos 19 km/h dos maiores),
conseguem seu máximo rendimento aos 45 km/h e se param com ventos a mais de 100 km/h
para evitar danos, desgastes ou sobre carga em seu mecanismo.
Para conseguir um bom rendimento é necessário que a localização dos aerogeradores
estejam numa região muito ventosa, com vento a maioria de dias do ano e com uma
velocidade média anual superior aos 13 km/h. A Figura 1 mostra o desenho esquemático de
uma turbina eólica moderna.
26

Figura 1- Desenho esquemático de uma turbina eólica moderna.

Fonte: CENTRO BRASILEIRO DE ENERGIA EÓLICA - CBEE, 2011

A geração eólica de energia representa uma fonte de energia renovável, limpa, de


baixo impacto ambiental e disponível em diversos pontos do território brasileiro. A utilização
desta fonte energética para a geração de eletricidade em escala comercial foi impulsionada,
principalmente, pela crise mundial do petróleo na década de 70. Neste momento, Europa e
Estados Unidos buscaram desenvolver esta tecnologia para diminuir sua dependência do
petróleo e carvão.
Além do forte apelo ecológico, a indústria de turbinas eólicas vem atualmente
acumulando crescimentos anuais acima de 30%, movimentando bilhões de dólares em vendas
anuais. No Brasil, o aproveitamento dos recursos eólicos tem sido feito tradicionalmente com
a utilização de cata-ventos multipás para bombeamento d'água. Entretanto, medidas precisas
de vento realizadas recentemente em diversos pontos do território nacional, indicam a
existência de um potencial eólico não explorado.
27

A exploração da energia eólica está associada, preferencialmente, às regiões costeiras,


por exemplo, o Ceará, Pernambuco, Fernando de Noronha entre outros. Contudo, não apenas
na costa do Nordeste localizam-se áreas de grande potencial eólico, pois em Minas Gerais
uma central funciona desde 1994. A primeira usina eólica conectada ao sistema elétrico
integrado, a Usina Eólio-Elétrica Experimental Morro do Camelinho, em 1994. Localizada no
município de Gouveia, em Minas Gerais, a usina possui quatro geradores eólicos com 250 kW
de potência em cada, totalizando 1 MW.
Aqui pretende-se estudar as torres de aerogeradores a partir da análise preliminar do
perfil de velocidades (turbulentos) do vento acima de 50m com relação a base da torre em
regiões montanhosas. Cabe ressaltar que a velocidade dos ventos e sua intensidade de
turbulência são condições que ditam os padrões de carregamentos em projetos das torres e das
turbinas eólicas.
Outras ações externas oriundas do conjunto transmissão/ eixo/ conversor elétrico são
responsáveis por vibrações aleatórias. Desde funcionamento nominal, ao desbalanceamento
do conversor, estas vibrações aleatórias podem excitar desfavoravelmente um ou mais modos
de vibração do sistema turbina/pás+torre. Logo, antes de qualquer análise estrutural a
caracterização destas ações vibratórias externas é uma fase preliminar imprescindível.
Em seguida, o fenômeno de acoplamento fluido-elástico será analisado nos sistemas
turbina/pás e turbina/pás + torre. Neste último sistema, em virtude das ordens de grandeza de
deslocamento, a interação entre turbina/pás e torre é suposto um acoplamento fraco (sem
retro-alimentação). Isto levará a determinação, ou seja, ao mapeamento dos esforços
aerodinâmicos atuantes no sistema estrutural.
A forma geométrica do perfil aerodinâmico do sistema turbina/pás+torre tem um forte
impacto na eficiência de aerogeradores. Carregamentos aerodinâmicos intensos causam
frequentemente flutter e estolamento em pás de aerogeradores. O fenômeno de flutter
acontece quando o acoplamento entre fluido e estrutura resulta em um modo de vibração,
combinação entre modo de flexão e modo de torção, que entra em ressonância com a
frequência natural do sistema causando a falha catastrófica da estrutura. O estolamento em
pás leva a perdas de eficiência, flutuação da geração de energia, e carregamentos cíclicos na
estrutura. As abordagens mais utilizadas para o estudo do estol dinâmico são de natureza
empírica ou contêm um grande número de simplificações o que causa perdas de informação
do modelo aproximado e torna difícil a caracterização e compreensão do escoamento e sua
interação com a turbina. Neste sentido, uma descrição mais precisa somente é possível com a
28

utilização de ferramentas de simulação numérica, e devido às dimensões do problema, isto


requer um sistema de computação de alta performance.
Cabe ressaltar que a otimização da forma aerodinâmica do sistema é essencial para a
máxima eficiência de conversão energética, assim como a melhor distribuição de esforços na
estrutura e consequentemente, um melhor aproveitamento da capacidade portante dos
componentes estruturais e conexões do sistema. Uma abordagem numérica de análise dos
fenômenos de acoplamento entre fluido e estrutura permite o uso de técnicas de otimização
para determinar soluções não-intuitivas e não-convencionais para o projeto de torres e de
aerogeradores.
Uma vez definidos os esforços estáticos e dinâmicos sobre a estrutura otimizada,
análises em mecânica dos materiais e confiabilidade estrutural trarão novas informações sobre
o comportamento da estrutura. De um lado, a mecânica dos materiais possibilitará a
identificação de fenômenos estruturais, tais como a fadiga em determinados elementos. Por
exemplo, o carregamento cíclico leva também a falhas por fadiga das torres de sustentação
dos aerogeradores. Por outro lado, a confiabilidade estrutural permitirá a determinação da
reserva resistente de componentes críticos a partir da construção de margens de segurança
compatíveis com situações limites. Cabe ressaltar que tal estudo tem caráter complementar ao
estudo de otimização numérica realizada através do estudo aeroelástico.
Do estudo aeroelástico da estrutura (pás/turbina+torre), podem ser detectados níveis
vibratórios excessivos, que além de comprometer o bom funcionamento do sistema, em casos
extremos levariam à sua ruína. Uma alternativa para este problema é a instalação de
dispositivos de controle passivo. Um sistema de controle passivo se resume à instalação de
um ou mais dispositivos incorporados à estrutura que absorvem ou consomem uma parte da
energia transmitida pelo carregamento dinâmico, reduzindo, assim, a dissipação dessa energia
nos membros da estrutura principal. Um dos dispositivos de controle mais comuns é o
amortecedor de massa sintonizado (AMS), que em sua forma mais simples, consiste em um
sistema massa-mola-amortecedor, ele atua transferindo parte da energia vibratória da estrutura
para si. A utilização de AMS acoplados à turbina para reduzir vibrações causadas pelo vento
já vêm sendo objeto de estudo, porém restam aspectos a serem aprofundados como por
exemplo a robustez do AMS em relação à mudanças nos parâmetros do sistema como um
todo. A adição destes amortecedores altera o comportamento dinâmico do sistema
necessitando de uma reavaliação do conjunto pás/turbina+torre. Esta modificação gera uma
alteração significativa do comportamento dinâmico da estrutura induzindo a retro-alimentação
29

nas fases de interação fluido-elástico e otimização aeroelástica. Eventualmente, esta nova


configuração gerará a necessidade de novos estudos sobre o comportamento mecânico e sua
confiabilidade estrutural.
Outra vertente a ser verificada é o estudo dinâmico do sistema quando da interação
com outros aerogeradores, pois, independentemente do fluxo entre os módulos, interação
fluido-elástica, otimização, mecânica dos materiais e confiabilidade, o comportamento
vibratório do sistema turbina/pás + torre está sujeito a perturbações. Estas situações podem ser
controladas através de amortecedores que possibilitam um retorno a um regime desejável de
funcionamento.
Dessa forma, vê-se a possibilidade de se estabelecer uma linha de pesquisa
multidisciplinar que envolverá áreas referentes à dinâmica das estruturas, mecânica dos
materiais, interação fluido-estrutura, modelagem numérica e confiabilidade estrutural, além de
se mostrar em consonância com o apelo da sociedade e autoridades relativamente ao
desenvolvimento sustentável.
Ressalta-se que a análise dos problemas acima discutidos exigem um esforço
computacional massivo, sendo viável apenas com a utilização de uma plataforma
computacional de alta performance. Um aspecto importante é que diante da popularização do
uso de computadores e o barateamento de sistemas de computação de alto desempenho
observa-se um maior uso de modelos de simulação numérica em projetos de engenharia e em
pesquisa científica. É natural então buscar sistemas de computação inovadores que
possibilitem a solução destes problemas com qualidade e em tempo razoável. Neste sentido,
um ambiente de desenvolvimento como o desta proposta possui todas as características de
inovação e capacidade computacional necessários para o desenvolvimento desta linha de
pesquisa.
O ideal para este tipo de trabalho multidisciplinar é o desenvolvimento completo de
um conjunto de ferramentas computacionais para a modelagem de problemas físicos. A
abordagem mais segura é trabalhar com o conceito de uma plataforma computacional que atua
no sentido de gerenciamento de programas pré-existentes, isto é, bibliotecas. Esta plataforma
computacional representa um gerenciador de aplicativos que possibilita a comunicação entre
diferentes programas de modo a habilitar um processo de solução e/ou de otimização de
problemas multifísicos. A meta básica da plataforma é o processamento de dados (objetos) e a
comunicação destes entre os diferentes aplicativos utilizados na solução de problemas
específicos.
30

Em vista do discutido acima, esta linha de pesquisa tem importância estratégica para o
país, pois a geração de energia é uma área que nos últimos anos tem sido vista como essencial
ao desenvolvimento nacional. Primeiro, pela geração alternativa de energia. Segundo, por
representar uma fonte limpa de geração, uma vez que não há resíduos.

1.1 Problema

Pretende-se elaborar um modelo computacional que possa representar com maior


exatidão o impacto que acarretará sobre as estruturas dos aerogeradores quando posicionados
segundo estudo de mapeamento eólico do estado de Minas Gerais.
Este modelo matemático terá como meta apresentar os possíveis problemas gerados
pelos modos de vibração da estrutura treliçada quando submetido a ventos com velocidades
de até 36m/s conforme critério de segurança dado pela norma NBR6123, para atender uma
velocidade média de trabalho de 50 km/h.
O Mapeamento do Potencial Eólico do Brasil indicou os locais promissores no interior
do país para a implantação de novos empreendimentos de geração de energia eólica. Com as
pesquisas realizadas já se tem a noção de que a Serra do Espinhaço, no norte do Estado de
Minas Gerais até o sul da Bahia, é uma região de potencial eólico extremamente elevado. A
Figura 02 mostra a velocidade média anual de ventos a 50 metros de altura.
31

Figura 2 - Velocidade média anual de ventos a 50 metros de altura em m/s extraído do


Atlas do Potencial Eólico Brasileiro.

Fonte: AMARANTE, 2001.

A Figura 03 detalha melhor a região do Estado de Minas Gerais, onde pode-se ver o
grande potencial eólico. Observa-se que quanto maior a velocidade do vento, maior a
quantidade de energia gerada pelos aerogeradores. Os limiares mínimos de atratividade para
investimentos em geração eólica dependem dos contextos econômicos e institucionais de cada
país, variando, em termos de velocidades médias anuais, entre 5,5 m/s e 7,0 m/s (19,8 km/h e
25,2 km/h). Tecnicamente, médias anuais a partir de 6,0 m/s (21,6 km/h) já constituem
condições favoráveis para a operação de usinas eólicas (AMARANTE at el , 2010).
32

Figura 3 - Atlas eólico do Estado de Minas Gerais, com algumas áreas selecionadas
como mais promissoras para empreendimentos eolioelétricos.

Fonte: AMARANTE et al., 2010.

Na Figura 04 apresenta o resultado da integração dos mapas e o potencial eólico de


Minas Gerais. Deve ser observado que os fatores de capacidade e o potencial de geração não
apresentarão variações significativas ao se utilizar curvas de potência de turbinas eólicas de
dimensões próximas daquelas consideradas, por exemplo, no emprego de turbinas de 1,2 MW
a 1,8 MW em lugar de 1,5 MW. Os resultados da integração cumulativa indicam um potencial
estimado de 10,6 GW, 24,7 GW e 39,0 GW, para áreas com ventos iguais ou superiores a 7,0
m/s (25,2 km/h), nas alturas de 50 m, 75 m e 100 m, respectivamente (AMARANTE at el,
2010). O fator de capacidade é definido como a razão entre a energia efetivamente gerada e a
energia teórica que seria gerada considerando-se a potência nominal do aerogerador.
33

Figura 4 - Potencial de geração eólica em função da altura da torre e da


velocidade do vento.

Fonte: AMARANTE et al., 2010.

No Brasil, se destacam a utilização de aerogeradores com torres de tubulão e


predominância na região litorânea, a beira mar. Um problema para o uso de aerogeradores de
grande porte em regiões de elevada altitude é o chamado vento de montanha, que se
caracteriza pela mudança de direção, podendo se inverter do dia para a noite e da presença de
uma forte componente vertical na velocidade. Isso gera esforços maiores nas torres das
turbinas de vento.
Complexidade na logística para transporte e montagem de torres convencionais
(cônico-tubulares em aço) para aerogeradores em terrenos montanhosos típicos do interior do
Brasil. Para resolver este problema propõem-se o uso de estruturas metálicas de torres
treliçadas autoportantes que tem um custo menor e são mais fáceis de transportar e montar.
Para facilitar mais o transporte das torres deve-se usar seções com tamanho e peso
reduzido, evitando assim necessidade de utilização de veículos especiais. Assim, a redução de
custos e tempo no transporte e montagem das torres implica em restrições no tamanho das
34

barras e seções usadas. O que é um complicador no projeto estrutural das torres em treliças
(FERNANDES, 2005).
Já existe na literatura um conhecimento consolidado sobre estruturas metálicas de
torres treliçadas autoportantes para linhas de transmissão e antenas de telecomunicação, mas
muito pouco para utilização em aerogeradores de grande porte. A pesquisa deve fazer
adaptações nas torres de linhas de transmissão e telecomunicações para suportar
aerogeradores de grande porte.
A idéia é apresentar melhorias na estrutura de torres treliçadas autoportantes para
suportar a carga estática de aerogeradores de grande porte com condições de ventos, relevos e
climas encontrados no interior do Brasil.
Outro problema é a presença de tempestades fortes no território nacional, com grande
número de descargas atmosféricas (relâmpagos). As torres devem suporta tais condições
climáticas, principalmente nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Deve-se ter em mente
a grande sazonalidade de mudanças climáticas no Brasil.
A segurança patrimonial e pessoal deve ser uma preocupação constante na engenharia.
O projeto de torres deve levar em conta normas e fatores estruturais que garantam sua
integridade por muitos anos (mais de vinte anos). A segurança existe não somente em
operação, mas também no transporte, na montagem, na instalação e na manutenção periódica.
A proteção dos funcionários e das pessoas que vivem nas proximidades das torres é de
fundamental importância e devem ser levadas em conta no projeto das estruturas metálicas.
Devido ao movimento das pás dos aerogeradores e das forças provocada pelo vento,
surgem vibrações indesejadas nas torres das turbinas de vento. Estas vibrações podem entrar
em ressonância com a torre e comprometer todo o desempenho estrutural, este fenômeno é
maior nas estruturas treliçadas do que nas torres tubulares. A figura 05 mostra a vibração de
uma torre de aerogerador.
35

Figura 5 - Vibração em uma torre de aerogerador.

Fonte: HAIYAN, 2011.

Um problema fundamental das torres treliçadas, que é a vulnerabilidade das suas


ligações ao alto nível de vibrações típicas do conjunto, o que resulta em baixa disponibilidade,
devido ao grande número de paradas para intervenção e custos de manutenção indesejáveis.
Uma solução para amenizar este problema é a utilização de módulos com ligações soldadas
em fábrica e com reduzido número de ligações com parafusos e porcas a serem executados no
campo.
Em princípio quanto maior a altitude e a altura das torres, maior a velocidade dos
ventos. Um aumento na velocidade do ar significa uma maior geração de energia por parte da
turbina eólica. Por outro lado, uma torre mais alta implica em um custo maior. Assim, busca-
se um ponto ótimo entre custo e beneficio no projeto de torres treliçadas autoportentes.
A questão principal do projeto é que se deseja minimizar os custos de transporte,
construção e instalação das torres e maximizar a geração de energia elétrica e o tempo de vida
da estrutura, obtendo uma elevada eficiência operacional das turbinas de vento por muitos
anos. Assim, a otimização do projeto de pesquisa envolve redução de custos e aumento do
lucro com eficiência energética.
A fase de detalhamento de uma estrutura representa o gargalo ou estrangulamento de
todo processo no que se refere ao tempo necessário de sua execução e à ocorrência de erros
36

simples do projeto. Mesmo em alguns países desenvolvidos, o processo de detalhamento das


ligações e estruturas ainda é feito manualmente, em pranchetas de desenho, ou utilizando o
computador como prancheta eletrônica. Esse procedimento, além de moroso, constitui uma
fonte de erros que muitas vezes podem causar a inviabilidade da obra.
O detalhamento de estruturas metálicas para torres exige uma complexa análise,
realizada sobre os resultados de dimensionamento, visando à transferência do diagrama
unifilar gerado pelo cálculo, para as reais dimensões envolvidas na montagem das torres em
campo.
Uma questão importante na construção de torres é a escolha dos materiais usados e
respectivas proteções anticorrosivas. As torres para aerogeradores são submetidas a grandes
esforços e ficam expostas as condições do tempo como calor, chuvas e variações de
temperatura. Deve-se escolher muito bem os materiais a serem utilizados nas torres e aplicar
uma proteção nestes para aumentar sua durabilidade.
Todos estes problemas são um desafio para o projeto de pesquisa. O trabalho deverá
encontrar soluções para todos os problemas e ainda testar estas soluções. Ensaios
experimentais indispensáveis devem assegurar todo o projeto. Aliado a isso, simulações
computacionais serão também usadas para verificar as soluções, estas são mais rápidas de
serem feitas e podem também mostrar falhas e erros em projetos de engenharia.
Das varias gamas de possíveis problemas que podem cercar a estrutura de um
aerogerador, este trabalho irá focar naquelas provenientes das vibrações causadas pelo
funcionamento comum da mesma.
A norma NBR6123 fornece, para todo o território nacional, as curvas de velocidade de
uma rajada de 3s, medida a 10m de altura, associada a uma probabilidade anual de ocorrência
de 2%. Neste trabalho adotou-se uma velocidade média de 36 m/s. A resposta dinâmica total,
igual à superposição das respostas média e flutuante, foi calculada segundo a NBR6123 .
Pretende-se também analisar os resultados obtidos pela de uma torre treliçada
autoportante e compara-los com o de uma torre tubular projetado para uma mesmo
aerogerador.

1.2 Hipóteses
Diversas formas de energias vêm sendo desenvolvidas com o intuito de oferecer
alternativas ecologicamente corretas. Dentre essas energias, a energia eólica vem se
destacando no Brasil, principalmente no litoral em virtude do grande potencial eólico.
37

O equipamento responsável pela produção de energia eólica pode ser divido em


aerogerador (rotor e *nacele) e torre. De acordo com a DANISH WIND INDUSTRY
ASSOCIATION (DWIA, 2009), os aerogeradores podem ser classificados quanto à posição
do eixo do seu rotor em aerogeradores de eixo horizontal e aerogeradores de eixo vertical.
Os aerogeradores de eixo vertical são equipamentos mais simples, pois não existe
mecanismo de direcionamento. A ausência desse equipamento impede que o ângulo de ataque
do vento nas pás seja mantido constante, tornando-o menos eficiente, além de provocar
vibrações excessivas (FEIJÓ, 2010).
Os aerogeradores de eixo horizontal possuem mecanismos que direcionam a posição
do aerogerador conforme a direção do vento, proporcionando um melhor aproveitamento
deste. Dentre eles estão os de rotores de duas ou três pás, utilizados em todas as turbinas
modernas. Estes aerogeradores proporcionam uma elevada razão entre a potência extraída e a
área de varredura do rotor. Contudo, necessitam de ventos com velocidades mais elevadas.
Quanto às torres, estas podem ser fabricadas de diversos materiais e formas. Dentre as
principais estão as tubulares, que são fabricadas tanto em aço como em concreto, e as
treliçadas e as estaiadas, ambas feitas de aço.
As torres treliçadas, apresentam cerca de metade do peso de uma torre de seção cônica
DWIA(2009). Sua principal desvantagem é a agressão visual ao meio ambiente. As torres
estaiadas são utilizadas somente em pequenos aerogeradores. Possuem como vantagem o
baixo custo de fabricação, mas como desvantagens apresentam grande dificuldade de acesso
ao aerogerador para manutenção e a necessidade de uma área livre ao redor da torre para a
fixação dos cabos de estais.
Aliando as boas propriedades do aço à forma estrutural surgiu a torre com
configuração tubular, dotada com flanges internos nas extremidades para favorecer a estética,
com facilidade para manutenção através de acesso interno, inclusive em condições de tempo
adversas, e assegurando economia de custos. A forma em um conjunto de segmentos em
tronco de cone, com 20 a 30 m de comprimento cada, é que tem sido a mais utilizada, pois
garante maior estabilidade e rigidez ao conjunto (FEIJÓ, 2010).

* Nacele: é a carcaça montada sobre a torre, onde se situam o gerador, a caixa de engrenagens (quando
utilizada), e todo o sistema de controle.
38

Deve-se ressaltar que a altura das torres eólicas vem apresentando grande crescimento
devido ao aumento da potência dos aerogeradores que necessitam de ventos mais fortes.
Contudo, apesar destas torres, que em sua maioria são fabricadas em aço, representarem uma
parte significativa do custo de implantação do gerador eólico, em torno de 20% a 30%
segundo a DWIA (2009), pouco se tem investido na obtenção de um projeto otimizado. A fase
de análise e projeto da torre assume grande importância, primeiro porque uma redução no seu
custo pode ser significante para o custo final da energia gerada, e depois por que a sua
integridade estrutural é a garantia do perfeito funcionamento do sistema.
A análise e o projeto de torres tubulares para aerogeradores têm sido objeto de estudo
de alguns trabalhos da literatura. BAZEOS et al. (2000) realizou análise por elementos finitos
de uma torre de aço de 38,0 m de altura. Eles consideraram cargas estáticas e dinâmicas
devido a sismo e modelaram portas de acesso para visita, enrigecedores e a interação solo-
estrutura. Uma torre maior, com 45,0 m, foi analisada por LAVASSAS et al. (2003)
considerando no modelo de elementos finitos, além dos enrigecedores e de ações da gravidade
e sismo, o efeito do vento e da fundação, e um estudo de fadiga.
Ultimamente, estudos tem mostrado que as torres em treliças apresentam vantagens
sobre as torres tubulares em função do custo. Uma torre em treliças tem um custo menor que a
metade do preço de uma torre tubular, segundo HAIYAN (2011). O tipo torre em treliça seria
uma opção economicamente viável para grandes unidades de turbinas eólicas. O peso da torre
em treliça é bem menor, e as tensões em todos os componentes são baixas e a margem de
segurança para flambagem é muito boa (HAIYAN, 2011). A ressonância pode ser mais um
problema para torres de treliça, porque o intervalo entre as frequências são menores que nas
torres tubulares. No entanto, o risco poderia ser evitado usando sistema anti-vibrações ou
modificando o tamanho dos componentes (SPERA, 2009).
Outra grande vantagem das torres em treliças é a facilidade no transporte, instalação e
montagem em relação às torres tubulares. Isso se levar em conta que o terreno encontrado no
Estado de Minas Gerais é montanhoso e de difícil acesso. Sendo praticamente inviável
economicamente a instalação de torres tubulares em terreno com grandes declives, onde não
são possíveis a chegada de máquinas e caminhões pesados.
39

1.3 Objetivos

Para melhor compreensão dos objetivos deste trabalho esta tópico esta divido em dias
etapas: Objetivos geral e específicos.

1.3.1 Objetivo geral

O objetivo inicial deste trabalho foi o de propor um modelo computacional que


represente de forma satisfatória o comportamento estrutural da torre eólica. Para tanto,
algumas simplificações do modelo estrutural, foram consideradas de forma a permitir uma
satisfatória avaliação da resposta estática e dinâmica para a torre eólica em estudo.
Os efeitos de não-linearidade do material e geométrica, peso próprio da torre e dos
equipamentos necessários para a sua funcionabilidade, e, bem como a ação do vento sobre as
pás da torre são consideradas na metodologia de análise desenvolvida neste estudo.
A presente investigação foi desenvolvida em etapas: primeiramente, foi feita uma
calibração do modelo computacional proposto nesta dissertação, comparada com resultados
encontrados, a partir de medição experimentais em uma torre eólica de tamanho reduzido [12]
no que tange às freqüências naturais e modos de vibração. Posteriormente efetuou-se uma
análise estática não-linear com o objetivo de investigar a resposta da torre em termos de
estados limites últimos e de serviço.
Posteriormente será realizado, por meio de um pacote computacional de elementos
finitos, a avaliação dinâmica de aerogeradores com torres treliçadas para utilização de energia
eólica no Estado de Minas Gerais. Esta avaliação terá como foco principal os problemas
gerados pelas vibrações sofridas pela estrutura. Será considerado a forma da estrutura, os
carregamentos sofridos pela mesma devido as ações dos ventos e os modos naturais da
estrutura.

1.3.2 Objetivos específicos

a) Desenvolver uma metodologia de avaliação de aerogeradores usando ferramentas


computacionais como meio de avaliação.
b) Propor o projeto de torres metálicas treliçadas autoportantes para aerogeradores
eficientes;
40

c) Realizar simulações computacionais usando o Método de Elementos Finitos para


testar os esforços sofridos por torres de aerogeradores sobre a ação do vento.
Realizando para isto análise linear estática e dinâmica.
d) Analisar componentes, projetos e sistemas que, por meio de ganhos indiretos deste
trabalho, aumentem a vida útil e o desempenho das torres treliçadas autoportantes para
aerogeradores, por meio da redução de vibrações indesejadas e a inibição de
fenômenos como fadiga e fratura, mantendo a integridade estrutural;

1.4 Justificativa

Utilização do vento como fonte de energia é uma prática utilizada há milênios. À


medida que a agricultura foi sendo desenvolvida, a humanidade sentiu necessidade de
encontrar métodos de reduzir o seu esforço, bem como o desgaste dos animais. Com estas
motivações surgiram os moinhos de vento. Estes, em sua maioria, tinham como objetivo a
moagem de grãos e o bombeamento de água.
No final do século XIX, a descoberta da eletricidade e a instalação de geradores e
redes de transmissão em larga escala originou um declínio na utilização de moinhos de
ventos. Entretanto, alguns países com poucas fontes energéticas investiram no
desenvolvimento da energia eólica. Em 1891, na Dinamarca, foi construído o primeiro
gerador eólico para a geração de energia elétrica.
O uso da energia eólica consiste na conversão da energia cinética de uma massa de ar
em movimento em energia mecânica. Esta é gerada pela rotação das pás em torno de um eixo,
que, através de um gerador elétrico, converte a mesma em energia elétrica.
A energia eólica é uma energia renovável proveniente do aquecimento não uniforme
do planeta pelos raios solares e pelo movimento de rotação da Terra. Estes fenômenos causam
a movimentação das massas de ar, dando origem aos ventos. Cerca de 2% de toda a energia
solar que chega ao nosso planeta é convertida em energia cinética dos ventos, o que
representa dezenas de vezes mais do que a energia solar aproveitada na fotossíntese pelas
plantas (SÁ et al, 2001).
Entre as fontes renováveis, a energia eólica apresenta-se como aquela com boas
possibilidades para gerar energia elétrica em grandes blocos, podendo vir a concorrer
economicamente, em curto prazo, com fontes tradicionais de geração térmica, devido ao
constante desenvolvimento tecnológico que vem ocorrendo nos últimos anos. Esta fonte
renovável apresenta inúmeras vantagens, especialmente as relativas ao baixíssimo índice de
41

poluição ambiental pois, não produz emissões gasosas ou rejeitos e não consome nem degrada
recursos naturais utilizados pelo homem, como por exemplo, água.
A exploração da energia eólica está associada, preferencialmente, às regiões costeiras,
por exemplo, o Ceará, Pernambuco, Fernando de Noronha entre outros. Contudo, não apenas
na costa do Nordeste localizam-se áreas de grande potencial eólico, pois em Minas Gerais
uma central funciona desde 1994.
Deve ser salientado ainda que boa parte do relevo encontrado no Estado de Minas
Gerais se caracteriza pela presença de montanhas e vales. Aerogeradores instalados nestes
terrenos apresentam complicadores não encontrados em parques eólicos no litoral ao nível do
mar ou em planícies. Isso se deve a existência de uma forte componente vertical nos ventos
presentes nas montanhas e uma frequente alteração de sua direção, podendo inverter de
sentido entre o dia e a noite. Estes fenômenos geram maiores esforços na estrutura dos
aerogeradores e provoca o surgimento de vibrações indesejadas que diminuem a sua vida útil
e prejudica o seu desempenho energético. Além disso, existe o problema de transporte e
instalação do sistema torres+aerogeradores nestas regiões de difícil acesso, onde máquinas de
grande porte não podem chegar.
Este projeto pretende ser uma resposta ao desafio de explorar a energia eólica em
regiões montanhosas ou de difícil acesso, onde os problemas de transporte e montagem de
torres praticamente inviabiliza a instalação de aerogeradores com grande porte. O projeto de
justifica por sua originalidade, aplicabilidade e viabilidade econômica, com grande
possibilidade de sucesso.
Com originalidade no projeto destacam o estudo de análise estrutural em torres
treliçadas autoportantes para aerogeradores de grande porte em regiões montanhosas, além do
desenvolvimento de uma metodologia computacional que dado alguns parâmetros de entrada
gera e otimiza o projeto estrutural das torres e fundações desejadas com base no esforços
solicitantes.
Como viabilidade econômica cita-se o aumento da eficiência energética com o
aproveitamento da energia eólica, a utilização da energia eólica em regiões remotas e de
difícil acesso, a geração de energia a um custo de US$ 20 a 50 / MWh, o incentivo do uso da
energia eólica no interior do Brasil e não somente nas regiões a beira mar, a redução dos
custos nas estruturas das torres de sistemas eólicos, o aumento da vida útil dos sistemas
estruturais eólicos e a segurança patrimonial e pessoal no processo de transporte, instalação e
manutenção de sistemas torres+aerogeradores.
42

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Vibrações mecânicas

2.1.1 Isolamento da vibração

Muitas vezes as forças vibratórias geradas por maquinas são inevitáveis. Consegue-se,
entretanto, a redução substancial dos seus efeitos sobre um sistema dinâmico pelo emprego de
molas projetadas adequadamente, que são denominadas de isoladores. (THOMSON, 1978).

Figura 6 - Força perturbadora transmitida através de molas e amortecedores

Fonte: THOMSON, 1978

Para a Fig. 2.02 seja a força atuante sobre o sistema de um grau de liberdade. A
força transmitida através das molas ao amortecedor é

(01)

Visto que a amplitude X desenvolvida sob a força é dada pela Equação:

. A equação 01 foi reduzida a


43


 
    
  

  
(02)

 
    


 

A comparação da Equação 02 indica que | / | é idêntica a |/|  | / |.
Desta forma, o problema do isolamento de uma massa do movimento do ponto de apoio é

transmissibilidade,. É desejável algum amortecimento quando é necessário que  varie


idêntico ao do isolamento das forças pertubadoras. Cada uma destas razões é definida como

através da ressonância, embora a grande amplitude na ressonância possa ser limitada por
paradas.

Quando o amortecimento é desprezível, equação de transmissibilidade se reduz a

 



(03)


a ser usado é sempre maior que √2. E mais,




Ficando entendido que o valor de

substituindo-se " por #/∆", ∆= deflexão estática em polegadas, a Equação 03 é expressa


como

  &'()∆


(04)
*

Resolvendo em relação a + e convertendo para ciclos por minutos, obtemos a seguinte


equação.

+  188∆" . / 1 , +  188∆" .


   .
(05)

Onde a redução percentual na transmissibilidade é definida como R=(1-TR), A Figura 7


apresenta a Equação 05 para + em função de ∆” com R como parâmetro.
44

Figura 7 - Isolamento em sistemas com flexibilidade.

Frequência de excitação.

Deflexão Estatica

Fonte: JAMES et al., 1994

2.1.2 Absorvedor dinâmico de vibração

Quando ligamos uma massa auxiliar m2 a uma máquina de massa m1 por meio de uma
mola de rigidez K2, o sistema com dois graus de liberdade resultante será parecido com o
mostrado na Figura 08 abaixo. As equações de movimento das massas m1 e m2 são:
45

Figura 8 - Absorvedor Dinâmico de Vibração - ADV

m2

Fonte: RAO, (2008)

(06)

Supondo a solução harmônica,

(07)

Podemos obter a amplitudes de regime permanente das massas m1 e m2 como

(08)

(09)
46

Nosso interesse primordial é reduzir a amplitude da máquina (X1). Para que a amplitude de m1
seja zero, o numerador da equação deve ser igualado a zero, o que dá

 
2
3
(10)

Se a máquina, antes da adição do absorvedor dinâmico de vibrações, funcionar perto de sua


ressonância então temos:

ω2≈ ω12=k1/m1 (11)

Assim, se o absorvedor for projetado de tal modo que

  
2 24
3 34
(12)

a amplitude de vibração da máquina, ao operar em sua frequência de ressonância original,


será zero. Definindo

567  ,   
 24
24 34
(13)

como a frequência natural da máquina ou sistema principal, e

   
2
3 
(14)
47

como a frequência natural do absorvedor ou sistema auxiliar, as equações abaixo podem ser
reescritas como:




84 
9:;  
     
(15)
4 4  4


8 
9:;  
     
(16)
4 4  4

Os dois picos correspondem às duas frequências naturais do sistema composto. Como vimos
antes, X1=0 em ω=ω1.
Nessa frequência, a Equação 16 dá:

  567 
24 
2 2
(17)

Isso mostra que a força exercida pela mola auxiliar é oposta à força aplicada (k2X2=-F0) e a
neutraliza, reduzindo desse modo, X1, a zero. O tamanho do absorvedor dinâmico de vibração
pode ser determinado pelas equações abaixo:

<   =    > (18)

Assim, os valores de k2 e m2 dependem do valor permissível de X2.


Podemos ver, pela Figura 8, que o absorvedor dinâmico de vibração, elimina a vibração na
frequência aplicada conhecida ω, introduz duas frequências de ressonâncias Ω1 e Ω2, nas
quais a amplitude da máquina é infinita. Portanto, na prática, a frequência de operação deve
ser mantida longe das frequências Ω1 e Ω2. Os valores de Ω1 e Ω2 podem ser determinados
igualando o denominador da equação 2.14 a zero.
Observando que:
48

3  
 
2 2 3 34
24 3 34 24 34 4
(19)

e igualando o denominador da Equação 19 a zero, obtemos:

 ?    
  >  @1 / 1 / 3  A / 1
3 
 4  4 4
(20)

As duas raízes dessas equações são dadas por

 
D    E
4 4
 ∓
4
4/
B   

FG   H ?  I
 
 4 4 4


B
 
(21)
4


O que podemos ver que são funções de (m2/m1) e (ω2/ω1).

2.1.3 Sistema de muitos graus de liberdade

A análise dos sistemas dinâmicos de vários graus de liberdade é complicada por ter um
grande numero de equações e muitas computações detalhadas. É, pois, conveniente abordar-se
o problema de um modo sucinto, que conduzirá claramente aos resultados desejados, sem o
embaraço do envolvimento em detalhes intermediários. A este respeito os métodos matriciais
são ideais, pelo fato de que grandes grupos de equações podem ser manipulados com notação
sumária. O grande volume de computação geralmente necessário tem que ser atribuído ao
computador digital, sem o qual os problemas tornam-se impraticáveis.
Discutiremos neste capitulo as diversas técnicas matriciais aplicáveis à vibração dos
sistemas dinâmicos de muitos graus de liberdade. Inicialmente, vamos examinar conceitos
fundamentai essenciais na formulação das equações e desenvolver em notação matricial
diversos conceitos relativos à teoria da vibração. Esses conceitos formam a base para
tratamento e compreensão do comportamento dos grandes sistemas. (THOMSON, 1978).
49

2.1.4 Matriz de flexibilidade e de rigidez

O coeficiente de influencia de flexibilidade JKL é definido como o deslocamento em i


devido a uma força unitária aplicada em j. Com forcãs + , + , +M , atuando nos pontos 1,2 e 3,
pode-se aplicar o principio da superposição para determinar os deslocamentos em termos dos
coeficientes de influencia de flexibilidade. (THOMSON, 1978).

N  J + / J + / JM +M


N  J + / J + / JM +M (22)
NM  JM + / JM + / JMM +M

A equação é, em notação matricial

ONP  OJPQ+R (23)

Onde

J J JM


OJP  SJ J JM T
JM JM JMM
(24)

É a matriz de flexibilidade.

Se a Equação 24 é pré-multiplicada pelo inverso da matriz de flexibilidade OJP obtemos a


equação:

OJP ONP  Q+R  O<PONP (25)

Encontra-se deste modo o inverso da matriz de flexibilidade, que é a matriz de rigidez O<P

OJP  O<P
Ou
50

OJP  O<P
Desenvolvendo os termos da Eq(2.24), temos

+ < < <M N


U+ V  S< < <M T WN X
+M <M <M <MM NM
(26)

É a seguinte a interpretação dos vários elementos da matriz de rigidez. Se N  1,0 e


N  NM  0 as forças em 1,2 e 3, que são requeridas para manter este deslocamento de
acordo com Equação 26 são < , < Z <M . Da mesma forma, as forças + , + , Z +M , requeridas
para manter a configuração do deslocamento N  0, N  1,0 Z NM  0, são < , < Z <M .
Portanto, a regra geral para estabelecer os elementos de rigidez de qualquer coluna é fazer o
deslocamento correspondente a esta coluna igual à unidade, com todos os outros
deslocamentos iguais a zero, e medir as forças requeridas em cada ponto. (THOMSON,
1978).

2.1.5 A matriz modal P

Verificamos que o acoplamento estático ou dinâmico resulta da escolha de


coordenadas e que, para um sistema não amortecido, existe um grupo de coordenadas
principais que expressa as equações do movimento na forma desacoplada. Tais coordenadas
são desejáveis, uma vez que cada equação pode ser resolvida independentemente das outras.
Para um sistema de massa concentrada de muitos graus de liberdade, as coordenadas
escolhidas em cada ponto de massa resultarão numa matriz de massa que é diagonal, mas a
matriz de rigidez conterá termos fora da diagonal, indicando acoplamento estático. A escolha
de coordenadas de outra maneira importará em acoplamento dinâmico ou tanto dinâmico
como estático.
É possível desacoplar as equações de movimento de um sistema de n-graus de
liberdade, desde que conheçamos previamente os modos normais do sistema. Quando os n
modos normais ( ou autovalores) são reunidos numa matriz quadrada, com cada modo normal
representado por uma coluna, denominamo-la de matriz modal P. Portanto, a matriz modal
para um sistema com três graus de liberdade apresenta-se como
51

N N N
N
[  SW  X N
W X N
W  X T  O  M P
NM  NM  NM M
(27)

A matriz modal torna possível incluir-se todas as relações de ortogonalidade de


propriedades ortogonais dos autovetores numa equações. Para esta operação precisamos
também da transposta de P, que é

&N N NM )
[  ]&N N NM ) ^  O  M P\
\

&N N NM )M
(28)

Com cada linha correspondendo a um modo. Se agora formamos o produto P’MP ou


P’KP, o resultado será a matriz diagonal visto que os termos fora da diagonal expressam
simplesmente relações de ortogonalidade que são zero.

Como um exemplo, consideramos um sistema de dois graus de liberdade. Efetuando a


operação indicada com a matriz modal, temos

\ _ \ _ _ 0


[\ _[  O  P\ O_PO  P      (29)
\ _  _
\ 0 _

Na equação acima, os termos fora da diagonal são zero, em razão da ortogonalidade, e


os termos em diagonal são a massa generalizada _K .

É evidente que uma formulação semelhante aplica-se também à matriz de rigidez K,


que resulta na seguinte equação

` 0
[\ `[   
0 `
(30)

Os termos em diagonal aqui são a rigidez generalizada `K .

generalizada _K , a nova matriz é denominada matriz modal ponderada e seu símbolo é [a. É
Se cada uma das colunas da matriz modal P é dividida pela raiz quadrada da massa
52

fácil de se ver que a diagonalização da matriz de massa pela matriz modal ponderada resulta
na matriz unitária

c _[a  1
[′ (31)

 gK a matriz de rigidez tratada de forma semelhante pela matriz modal


de
fe
Visto que

ponderada torna-se uma matriz diagonal de autovalores. (THOMSON, 1978).

g 0
c _[a  h g
[′ jΛ

(32)
0 g"

2.2- Flambagem de colunas

Para investigar a estabilidade de colunas reais com flexibilidade distribuída, em


contraste com o elemento rígido com a mola de torção utilizado anteriormente, utiliza-se
agora uma coluna ideal terminada em um pino (SIMÕES, 2007).

Algumas hipóteses simplificadoras devem ser mencionadas:

a) A coluna é perfeitamente reta inicialmente e feita de um material linear elástico;


b) A coluna está livre para girar, em suas extremidades, ao redor de pinos sem fricção;
isto é, a coluna tem as restrições de uma viga com apoio simples e os pinos passam
pelo centróide da sessão transversal;
c) A coluna é simétrica em relação ao plano xy e qualquer deflexão lateral da coluna
ocorre neste plano;
d) A coluna é carregada por uma força axial compressiva P aplicada pelos pinos.

2.2.1 Configuração flambada

Se P < PCR => A coluna permanecerá reta e terá seu comprimento reduzido sob uma
tensão axial uniforme (compressiva)
53

σ = P / A (equilíbrio estável)
Se P = PCR => Configurações vizinha também satisfazem o equilíbrio
(equilíbrio neutro)

Para determinar da carga crítica, PCR, e a forma da coluna flambada, determina-se o


valor da carga P tal que a forma(ligeiramente) fletida da coluna esteja em uma condição de
equilíbrio.
A carga crítica para uma coluna ideal é conhecida como a carga de flambagem de
Euler, autor que foi o primeiro a estabelecer uma teoria de flambagem para colunas.
O modo de flambagem também pode ser chamado de modo de flambagem
fundamental(ou primeiro modo). Embora a coluna possa teoricamente flambar no segundo
modo de flambagem, figura (b), se uma carga Pcr,2 = 4.π2 EI / L2 fosse aplicada, isso só
poderia ocorrer se existisse algum suporte lateral em x = L / 2 (travamento) para prevenir a
coluna de flambar no primeiro modo, na carga de Euler bem menor de Pcr = π2 EI / L2.

A expressão da carga de Euler pode ser escrita em termos da tensão


crítica de (de flambagem).

l  r/s 
m
n p q
o
(33)

Onde :

σcr = Tensão crítica (da flambagem elástica).


E = Módulo de elasticidade do material.
r = (I/A)1/2 = raio de giração.
L = comprimento do elemento entre suportes.
54

2.3- Torres treliçadas

Denomina-se treliça, o conjunto de elementos de construção (barras redondas, chatas,


cantoneiras, I, U, etc.), interligados entre si, sob forma geométrica triangular, através de pinos,
soldas, rebites, parafusos, que visam formar uma estrutura rígida, com a finalidade de resistir
a esforços normais apenas (NASCIMENTO, 2002).
A denominação treliça plana deve-se ao fato de todos os elementos do conjunto
pertencerem a um único plano. A sua utilização na prática pode ser observada em pontes,
viadutos, coberturas, guindastes, torres, etc.
Dois métodos de dimensionamento podem ser utilizados para as treliças:
a) Método dos Nós ou Método de Cremona
b) Método de Ritter ou Método das Seções (analíticos e usados com maior
frequência)
A resolução de treliças planas pelo método dos nós consiste em verificar o equilíbrio
de cada nó da treliça, seguindo-se os passos descritos a seguir:
a) determinação das reações de apoio
b) identificação do tipo de solicitação em cada barra (barra tracionada ou
barra comprimida)
c) verificação do equilíbrio de cada nó da treliça, iniciando-se sempre os
cálculos pelo nó que tenha o menor número de incógnitas.
Para determinar as cargas axiais atuantes nas barras de uma treliça plana, através do
método de Ritter, deve-se proceder da seguinte forma:
a) corta-se a treliça em duas partes;
b) adota-se uma das partes para verificar o equilíbrio, ignorando-se a outra parte até o
próximo corte. Ao cortar a treliça deve-se observar que o corte a intercepte de tal
forma, que se apresentem no máximo 3 incógnitas, para que possa haver solução,
através das equações de equilíbrio. É importante ressaltar que entrarão nos cálculos,
somente as barras da treliça que forem cortadas, as forças ativas e reativas da parte
adotada para a verificação de equilíbrio.
c) Repetir o procedimento, até que todas as barras da treliça estejam calculadas.
Neste método, pode-se considerar inicialmente todas as barras tracionadas, ou seja,
barras que “puxam” os nós, as barras que apresentarem sinal negativo nos cálculos, estarão
comprimidas (NASCIMENTO, 2002).
55

Nas estruturas estaiadas, os esforços horizontais transversais e longitudinais são


absorvidos pelos tirantes ou estais, consequentemente, as componentes das resultantes
horizontais são transmitidas ao solo. A desvantagem deste tipo de estrutura é a necessidade de
áreas maiores para a faixa de servidão dos estais; além disso, a sua instalação deve ser em
terrenos com topografia regular.
Nas estruturas autoportantes, os esforços são transmitidos ao solo através de suas
fundações. Segundo Labegalini (1992), podem ser de três tipos:
a) Rígidas: são aquelas que, mesmo sob a ação das maiores solicitações, não apresentam
deformações elásticas perceptíveis em qualquer direção.
b) Flexíveis: são aquelas que, sob a ação das solicitações de maior intensidade,
apresentam deformações sensíveis, que, por serem elásticas, desaparecem ao cessar a
solicitação. São típicos deste tipo de suportes, os postes e pórticos articulados,
independentemente do material com que são confeccionados.
c) Suportes mistos ou semi-rígidos: são estruturas que apresentam rigidez em uma das
direções principais, como por exemplo, os pórticos contraventados.
Na elaboração de um projeto estrutural é necessário conhecer a velocidade média do
vento e as rajadas, que podem ser alteradas consideravelmente dependendo das características
topográficas do local e da altura da estrutura. Com estes dados podemos determinar a ação do
vento (SINGH, 2009).
As torres autoportantes são indicadas para grandes carregamentos e alturas. Por serem
autoportantes, não exigem grandes espaços pra instalação. Possuem seção transversal
triangular ou quadrada, projetadas de acordo com as normas parciais ABNT, AISC e
especificações técnicas de nossos clientes. Suas ligações são parafusadas, viabilizando a
montagem e instalação. Tais estruturas apresentam ótima relação custo/benefício nas soluções
para sistema de telecomunicações, som e imagem, pois podem ser combinadas para atingir os
mais diferentes carregamentos, permitindo redução no custo, no prazo de entrega e
implantação. Para antenas de telefonia móvel, televisão, rádio, transmissão de rádio e outros
sistemas.
As fundações destas torres servem de base para as estruturas. Normalmente adotam-se
fundações do tipo grelha metálicas, estacas, tubulão e sapata em obras das torres, sempre
mediante prospecção da natureza do solo. As fundações têm um papel muito importante neste
tipo de empreendimento, pois a escolha da solução pode impactar diretamente no tempo de
execução da obra e custo.
56

As torres metálicas autoportantes são feitas de estruturas metálicas galvanizadas a


fogo, compostas por uma parte reta superior e uma parte piramidal na base. São formadas por
módulos treliçados e possuem diversas tipologias. Dentre elas destacamos:

a) Torre metálica autoportante de cantoneira quadrada - construída com colunas


diagonais e travamentos em perfis laminados planos de abas iguais, com escada frontal
à esteira vertical de cabos, instalados internamente, utilizando os travamentos como
proteção (guarda corpo), podendo ter plataforma de trabalho no topo e ou nos níveis
das antenas (conforme projeto). Todas as ligações são feitas através de parafusos,
porcas e pall nuts.
b) Torre metálica autoportante de chapa dobrada triangular - construída com colunas em
chapa plana dobrada (Perfil Omega), diagonais e travamentos em perfis "L" laminados
planos de abas iguais, com escada frontal à esteira vertical de cabos, instaladas
internamente, utilizando os travamentos como proteção (guarda corpo), podendo ter
plataforma de trabalho no topo e ou nos níveis das antenas (conforme projeto). Todas
as ligações são feitas através de parafusos, porcas e pall nuts.
c) Torre metálica autoportante de tubo triangular - construída com colunas em tubo
estrutural, diagonais e travamentos em perfis "L" laminados planos do tipo de abas
iguais, com escada central, esteira vertical de cabos instaladas internamente na parte
de traz da escada, utilizando guarda corpo e trava-quedas cabo de aço 5/16" , com
plataformas de descanso e plataformas de trabalho no topo e ou nos níveis das antenas
(conforme projeto). Todas as ligações são feitas através de parafusos, porcas e pall
nuts.
d) Torre metálica autoportante modular triangular - composta por módulos de 6 m
soldados, componíveis de acordo com carga de antenas e velocidade do vento,
construída com colunas em tubo, travamentos e diagonais em vergalhão maciço, sendo
a própria estrutura usada como escada e esteira de cabos. Os módulos são ligados
através de parafusos, porcas e pall nuts.

As torres metálicas autoportantes utilizam os seguintes tipos de fundação:


a) Tubulão: Tubulão é um elemento estrutural de fundação profunda, cilíndrica,
construída concretando-se um poço (revestido ou não) aberto no terreno, geralmente
dotado de base alargada. São empregados em grande escalda em áreas com dificuldade
57

de cravação de espaços ou de escavação mecânica. Geralmente são empregados em


área com alta densidade de Mara, lençóis d’água elevados ou cotas insuficientes entre
o terreno e o apoio da fundação. A profundidade do tubulão varia de 3 a 10 metros
dependendo do tipo do solo e dos esforços na fundação. São executados manualmente
(fuste de 70 cm no mínimo) ou mecanicamente, com base alargada ou não. Em solo
seco, o tubulão é moldado in loco, com alargamento de base. Em solo submerso, é
feita a fundação cilíndrica (sem alargamento de base) com o uso de camisas metálicas
ou de concreto, com profundidade maior que o tubulão com base alargada, devido à
tração. Caso as escavações sejam feitas em época de chuva e em solo arenoso,
recomenda-se utilizar camisa metálica (recuperável) no fuste de cada fundação, para
evitar desmoronamentos do solo e acidentes com operários.
b) Sapatão: Sapatas são elementos de fundação superficial, construídos em concreto
armado, dimensionado de modo que as tensões de tração não sejam resistidas pelo
concreto, mas sim, pelo emprego de barras de aço. Este tipo de fundação é aplicado
em pequenas profundidades, de 2 a 3 metros, devido à dificuldade de escavação
profunda (presença de água e desbarrancamento). Não deve ser utilizada em locais
sujeitos à erosão. É executada com escavação total, ou seja, retirada de todo o terreno
atuante na vertical sobre a base (geralmente quadrada ou retangular) da fundação. A
sapata é viável economicamente para torres de suspensão, em virtude dos pequenos
esforços na fundação. Para torres de ancoragem e terminal (grandes esforços), devem
ser feitas comparações de custo com as fundações em bloco e estaqueada.
c) Estaca: As fundações estanqueadas são constituídas de estacas verticais e inclinadas,
sendo as últimas destinadas a combater os esforços horizontais. São elementos
alongados, cilíndricos ou prismáticos e são cravados com um equipamento chamados
bate-estaca ou são confeccionadas no solo de modo a transmitir às cargas para as
camadas profundas do terreno. Os tipos mais utilizados são as estacas pré-moldadas de
concreto armado e estacas metálicas. No caso das estacas metálicas, as mesmas devem
ser protegidas contra corrosão, através de um encapsulamento de concreto de 5 cm, até
1 m abaixo do nível da água. Caso a cravação da estaca for interrompida a menos de
5m, com comprimento insuficiente para combater o esforço de tração, então pode-se
adotar a fundação estaqueada, de concreto armado. A mesma é preenchida com solo
compactado, no intuito de aumentar o peso do bloco e compensar a profundidade da
estaca.
58

d) Bloco: Geralmente executada com escavação total, a fundação tipo bloco é aplicada à
pequena profundidade, variando de 2,5 a 3,5 m, devido à dificuldade de escavação
manual, não devendo ser utilizada em locais sujeitos a erosão e em encostas íngremes.
No caso de ser moldado in loco é necessário fazer o fuste com no mínimo 80 cm de
diâmetro, dependendo da resistência do solo, no intuito de facilitar a escavação. Existe
também a fundação tipo bloco ancorado que é utilizada em locais de rocha não
escavável manualmente e a construção do bloco simples (peso) é insuficiente para
suportar o arrancamento, exigindo, portanto, a sua ancoragem. É recomendável utilizar
pelo menos um chumbador ou arrancamento por estrutura. Geralmente utiliza-se
chumbadores com diâmetro de 25 mm, aço CA-50 A, introduzidos num furo mínimo
de 50 mm.
e) Grelha metálica: Aplicada em terreno seco com profundidade que varia de 2 a 4 m, a
grelha metálica não deve ser aplicada em locais sujeitos à erosão ou em áreas
alagadas. As grelhas metálicas garantem rapidez na execução da fundação (escavação,
montagem e reaterro) e facilidade de transporte, principalmente em locais de difícil
acesso para o uso do concreto. Em solos considerados agressivos ou em regiões com
uso intensivo de fertilizantes e agrotóxicos é recomendado fazer uma proteção
anticorrosiva ou catódica nas fundações com grelha no intuito de evitar a corrosão das
mesmas. Para instalação da grelha na escavação é necessários fazer dois sulcos no
fundo da cava para encaixar os perfis “C” da grelha e permitir que as cantoneiras “L’”
fiquem assentadas no terreno.

As torres estaiadas são as mais econômicas e fáceis de montar, porém exigem uma
área considerável para instalação: aproximadamente 10 vezes a área utilizada para torres
autoportantes da mesma altura.
São constituídas por um corpo metálico modulado, fixo por estais ao longo de sua
extensão. Este corpo metálico é formado por módulos com cerca de 5 a 6 m cada. Possui
colunas diagonais, travessas, barras de travamento (diafragmas), com ligações parafusadas ou
soldadas e seção transversal quadrada ou triangular. Os estais são constituídos por cordoalhas
de aço fixadas ao longo da torre e às fundações (blocos de ancoragem).
Os perfis estruturais mais utilizados nas torres estaiadas são cantoneiras simples de
abas iguais de aço ASTM A36, que possui tensão de ruptura de 400MPa a 500MPa e módulo
de elasticidade igual a 205GPa.
59

Os tipos de fundações mais empregados nas torres estaiadas são:


a) Estai – bloco de concreto (tronco cônico e prismático);
b) Mastro central – tubulão e sapata
As fundações dos estais são submetidas apenas a esforços de tração (na direção do estai). Na
fundação do mastro central atuam esforços de compressão verticais e horizontais. Para os
estais com fundação em bloco tronco cônico, sugere-se que a profundidade não ultrapasse 4
m, devido ao custo da haste-âncora embutida em cada fundação. É de fundamental
importância para a estabilidade das fundações dos estais fazer o controle da qualidade de
compactação de cada uma das cavas.
Para o mastro central sugere-se calcular projetos-padrão de tubulão com profundidade
variável de 3 a 5 m. Normalmente a sapata é projetada com profundidade de 1 a 1,5 m. Os
cuidados na execução das fundações para o mastro central são semelhantes às das torres
autoportantes.
As torres estaiadas possuem sua estrutura em aço galvanizado a fogo com diversas
tipologias. Dentre elas destacamos:

a) Torre metálica estaiada em aço triangular - uniforme em toda sua extensão,


construídas em módulos com montantes tubulares e treliçamento de aço
maciço soldados em módulos e com alturas variáveis. Sua montagem é feita
através da união dos módulos por meio de parafusos, porcas e pall-nuts e
devem ser instaladas com triângulos estabilizadores (anti-torção). A própria
estrutura é utilizada como escada. A seleção da torre é definida por sua
capacidade nominal, que é função da altura da torre e da área efetiva máxima
de antena suportada no topo da torre para o vento mais desfavorável.
b) Torre metálica estaiada irradiante - uniforme em toda sua extensão, construídas
em módulos com montantes tubulares e treliçamento de aço maciço soldados
em módulos e com alturas variáveis. Sua montagem é feita através de união
dos módulos por meio de parafusos, porcas e pall-nuts e devem ser instaladas
com triângulos estabilizadores (anti-torção). A própria estrutura é utilizada
como escada. A seleção da torre é definida por sua capacidade nominal, que é
função da altura da torre e da área efetiva máxima de antena suportada no topo
da torre para o vento mais desfavorável. Possui isolador de cerâmica na base e
nos cabos de estai, definidos conforme projeto irradiante.
60

O processo da norma brasileira NBR6123 para a determinação da ação estática do


vento é baseado no método de vibração aleatória proposto por Davenport. Difere dele na
determinação dos parâmetros que definem essa ação, além de destacar que a vibração da
estrutura em seus modos naturais dá-se em torno da posição deformada definida pela pressão
causada pela componente estática do vento (isto é, pela velocidade média).
As hipóteses fundamentais desse processo são as seguintes:

a) as componentes flutuantes do vento (rajadas) são processos estacionários, com


média zero;
b) na determinação da resposta estrutural na direção da velocidade média do
vento só é considerada a influência da componente flutuante nessa direção;
c) a estrutura é discretizada em n partes. Em um dado instante, a ação total do
vento, na direção da velocidade média, em cada parte da estrutura, é composta
de duas parcelas: uma ação média e uma ação flutuante.
d)
A NBR6123 permite calcular os esforços globais nas torres e as componentes em cada
uma das faces. Deve-se pensar aqui que cabe ao projetista determinar a aplicação dessas
componentes.
No modelo de cálculo estático pode-se realizar as seguintes etapas:

a) Desenhar a silhueta da torre, discretizando-a em módulos;


b) Calcular a pressão do vento para cada módulo;
c) Calcular o índice de área exposta de cada módulo;
d) Determinar o coeficiente de arrasto para cada módulo, conforme os tipos de barras
utilizadas (prismáticas e/ou circulares) e seu índice de área exposta;
e) Calcular as forças de arrasto para cada módulo;
f) Decompor as forças de arrasto por níveis, conforme a altura de cada módulo.
O modelo de cálculo dinâmico segue os mesmos passos do modelo estático com as
considerações presentes na norma da NBR6123 (REQUENA et al, 2002).

A análise estrutural das torres anemométrica e de sustentação de turbinas eólicas


baseia-se nos testes de falha estrutural por fadiga, flambagem e deformação plástica para duas
situações de trabalho a qual as torres são submetidas: (a) Regime normal de funcionamento
61

(torre anemométrica e de sustentação); (b) Ação de uma força harmônica (torre de


sustentação).
Entre as forças externas atuantes uma é devido à ação do vento que apresenta um
perfil logaritmo ou constante de velocidade do vento ao longo da camada limite. (VERGARA,
2005)
Uma vez determinadas às forças, momentos e deslocamentos internos máximos e
mínimos aplica-se os critérios de falha estrutural segundo:

a) Critério de falha estrutural por deformação elástica : Este critério verifica se a


estrutura possui uma deformação que satisfaz a relação linear de tensão x deformação
que rege o estado de deformação elástica da estrutura em função da tensão de
escoamento característica do material utilizado. Isto significa que cessado a causa da
deformação a estrutura retorna a posição inicial, situação esta que não ocorre quando
ocorre uma deformação plástica que caracteriza a falha estrutural das torres.
b) Critério de falha estrutural por fadiga : A análise estrutural em função do critério de
falha por fadiga utiliza o método de Von Mises-Goodman empregando os valores
máximos e mínimos de força e momento internos atuantes obtidos. Admitindo um
comportamento cíclico para os resultados obtidos obtém-se uma análise mais
conservadora.
c) Critério de falha estrutural por flambagem : Ao sofrer a ação de uma carga axial de
compressão, a peça perde a sua estabilidade, sem que o material tenha atingido o seu
limite de escoamento. Este colapso ocorrerá sempre na direção do eixo de menor
momento de inércia de sua secção transversal.
d) Critério de falha estrutural por vibrações : Quanto as cargas dos ventos e movimentos
presentes nas pás do aerogeradores, geram vibrações e oscilações que ameaça a
estrutura da torre e sua fundação, além de prejudicar o funcionamento nos
equipamentos de geração de energia. Isso é comuns em condições climáticas adversas
como tempestades e chuvas fortes.
62

3 ESTADO DA ARTE

Sirqueira (2008) realizou um trabalho de estudo do Comportamento Estrutural de


Torres de Aço Para Suporte de Turbinas Eólicas onde analisou uma torre modelo MM92 da
Repower. Neste trabalho Siqueira apresenta uma sugestão para o dimensionamento de uma
torre eólica baseada nos preceitos do
Eurocode para análise numérica desenvolvida neste trabalho, foi elaborado um modelo
de elementos finitos baseado na plataforma Ansys capaz de reproduzir com fidelidade o
comportamento da torre eólica submetida ao carregamento produzido pelo vento nas pás da
hélice. O modelo numérico estudado é constituído por elementos finitos de casca e considera
os efeitos das não-linearidades do material e geométrica.
Também foi desenvolvido neste trabalho uma análise dinâmica com o objetivo de se
avaliar as freqüências naturais, os modos de vibração (análise de autovalores e autovetores)
bem como uma análise harmônica e transiente para verificar a resposta dinâmica da torre no
domínio do tempo.
Bayar (1986) realizou alguns ensaios no túnel de vento com modelos reduzidos de
uma torre treliçada autoportante de seção quadrada. Os coeficientes de arrasto foram
determinados para modelos compostos por cantoneiras simples e duplas, além disso, foi
verificada a influência do ângulo de incidência do vento para torres situadas em morros
através da inclinação do eixo vertical do modelo. Com este estudo, o autor propôs equações
para determinação dos coeficientes de arrasto em função do índice de área exposta da
estrutura.
Loredo Souza (1996) estudou o comportamento de linhas de transmissão de energia
elétrica sob ação de ventos severos. Primeiramente, foram realizados ensaios no túnel de
vento com o objetivo de analisar o efeito da escala de turbulência sobre a resposta de uma
estrutura de cabos. Nos ensaios foram utilizados dois modelos de cabos, sendo um formado
por apenas um cabo e o outro por dois cabos paralelos. Após o término da fase experimental,
os resultados obtidos no túnel de vento foram comparados com um método estatístico baseado
em linhas de influência. Posteriormente, foi realizada uma revisão do procedimento de projeto
utilizado na determinação do carregamento do vento em torres de linha de transmissão. Além
disso, processos correntes, como fator de rajada de Davenport, foram comparados com um
63

método estatístico utilizando linhas de influência. O autor observou que há certas situações
em que a resposta ressonante pode ser uma parcela significante da resposta total.
Em sua tese de doutorado, Carril Júnior (2000) realizou investigações numéricas e
experimentais em uma torre metálica treliçada para telecomunicações, com o objetivo de
estudar o efeito dinâmico do vento neste tipo de estrutura. A torre foi dimensionada conforme
as normas brasileiras e foram estudadas as respostas ressonantes e não ressonantes, além do
fator de resposta de rajada. Na análise numérica foram comparados os modelos de Davenport
(1993), da norma brasileira NBR 6123/1988 e o processo do vento sintético de Franco (1993).
Alguns parâmetros foram analisados na parte experimental, tais como: ângulo de incidência
do vento, índice de área exposta, efeito de proteção e o fator de interferência no coeficiente de
arrasto de antenas de microondas, devido à proximidade da torre e a influência da turbulência
do vento. Após o estudo, o autor concluiu que a resposta ressonante não é significativa para a
estrutura utilizada como exemplo no trabalho, além disso, os valores dos parâmetros
encontrados nos ensaios de laboratório são aceitáveis quando comparados com as diferentes
normas existentes.
Em sua dissertação, Guimarães (2000) desenvolveu programas computacionais a fim
de analisar estaticamente e dinamicamente torres metálicas autoportantes quadradas.
Primeiramente, o autor realizou uma pesquisa de campo para identificar as características
mais significativas das torres instaladas na região Centro-Oeste do Brasil, em seguida,
analisou diversos projetos com o objetivo de avaliar os principais parâmetros utilizados em
projetos. A análise dinâmica foi realizada segundo o método de simulação de Monte Carlo,
cujos resultados foram comparados com os obtidos pelo programa comercial SAP2000. Com
base nos resultados, concluiu-se que para o modelo de torre apresentada no trabalho, as
deflexões, as ações de extremidades e as reações de apoio resultantes da análise estática são
maiores quando comparadas com as da análise dinâmica.
Nascimento (2002) apresentou um estudo numérico dos procedimentos propostos pela
NBR 6123/1988 para análise estática e dinâmica de estruturas treliçadas. Para isso, a autora
escolheu duas torres utilizadas no sistema de telecomunicações, sendo uma com base
quadrada e outra triangular. Os resultados obtidos na análise dinâmica, através do programa
comercial SAP2000, mostraram que para um dimensionamento seguro deste tipo de estrutura
é fundamental realizar a análise dinâmica. Além disso, os dois processos dinâmicos propostos
pela norma brasileira apresentaram valores muito próximos, sendo o processo discreto o mais
recomendado, pois permite trabalhar com mais de um modo de vibração da estrutura.
64

Pasquetti (2003) estudou a estabilidade estática e dinâmica de uma torre estaiada para
telecomunicações utilizando o princípio da energia potencial mínima e o princípio de
Hamilton. O autor deu ênfase aos estais que foram analisados conforme dois modelos, sendo
que em um deles os cabos são resolvidos pela equação da catenária e o outro consiste em
representar os cabos como molas com diversas leis constitutivas. Com base nos resultados da
análise estática, verificou-se que o colapso de um estai pode levar a configurações altamente
instáveis e a grandes deslocamentos, além da mudança brusca da configuração de equilíbrio, o
que pode provocar danos à estrutura. No que se refere à análise das vibrações livres e
forçadas, observou-se que o sistema apresenta um comportamento não linear. Além disso, os
parâmetros físicos e geométricos influenciam a frequência natural de uma forma similar a
aquela observada na análise da carga crítica.
Machado (2003) analisou a resposta estrutural de uma torre metálica treliçada sob a
ação do vento. A estrutura era utilizada como suporte de uma antena de rádio na cidade de
Porto Alegre (RS) e colapsou em 2000 após um vendaval. O autor desenvolveu o estudo em
duas etapas: uma teórica e outra experimental. Na etapa teórica, concluiu-se que os elementos
verticais de suporte da torre (elementos montantes) estavam sub-dimensionados, pois a força
de vento adotada para o projeto era bem menor do que a especificada em normas. Na parte
experimental, utilizaram-se dois modelos (trechos) seccionais para análise das propriedades
aerodinâmicas como coeficientes de arrasto, efeito de proteção, índice de área exposta e
ângulo de incidência do vento levando a resultados satisfatórios.
Merce (2003) estudou o comportamento estático e dinâmico de torres metálicas
autoportantes de seção quadrada através de programas desenvolvidos pela própria autora. A
análise estática foi realizada segundo a NBR 6123/1988 e a análise dinâmica segundo os
métodos de simulação de Monte Carlo e estatístico de Davenport. Primeiramente, a autora
analisou estaticamente e dinamicamente uma torre de 40m, em seguida, as torres quadradas de
50, 70 e 90m utilizadas por Guimarães (2000) foram analisadas segundo o método de
Davenport. Uma das conclusões obtidas neste estudo foi que os resultados da análise
dinâmica, obtidos pelo método de Davenport, se aproximaram do método discreto proposto
pela NBR 6123/1988. Além disso, para a torre de 40m, observou-se que os maiores
deslocamentos de topo foram obtidos na análise estática.
Por intermédio de estudos experimentais, Klein (2004) analisou as características
aerodinâmicas como efeito de proteção, coeficientes de força, índice de área exposta,
influência do escoamento suave e turbulento, ângulo de incidência do vento sobre perfis tipo
65

cantoneira e módulos triangulares e quadrados que compõem uma torre metálica treliçada. A
autora concluiu que houve uma leve divergência dos coeficientes de força com a norma para
alguns ângulos de incidência, percebeu que não ocorreram diferenças quanto aos tipos de
escoamentos, notou a importância do cálculo correto das áreas para a determinação da força
atuante e comprovou o efeito de proteção, embora não tenha determinado o momento exato
em que este efeito deixou de atuar na estrutura.
Rippel (2005) realizou, no Túnel de Vento Prof. Joaquim Blessmann do Laboratório
de Aerodinâmica das Construções (LAC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), medições das forças de vento sobre modelos reduzidos de módulos de duas torres
metálicas treliçadas autoportantes. Estes módulos foram ensaiados para diferentes ângulos de
incidência e níveis de velocidade do vento. Com este estudo, o autor comparou os coeficientes
de arrasto obtidos experimentalmente com os obtidos numericamente através de diversas
normas existentes, além disso, verificou a eficácia das técnicas de medição de arrasto em
túnel de vento para os modelos estudados, comparando as forças experimentais com as
fornecidas pelos projetos das torres. Analisando os resultados, conclui-se que o somatório das
forças de arrasto, considerando a estrutura dividida em vários módulos, apresenta valores
próximos aos valores das forças atuantes sobre todo o conjunto. Também foi verificado que os
valores dos coeficientes de arrasto fornecidos por normas são adequados apenas para alguns
trechos das torres, não sendo indicados para os demais elementos cuja diferença entre a
geometria real e da norma seja grande, como por exemplo, as mísulas, vigas e deltas da
estrutura.
Oliveira (2006) estudou o comportamento estrutural de torres de linhas de transmissão
de energia elétrica quando submetidas aos efeitos dinâmicos induzidos pelo vento. Para isto, o
autor utilizou um modelo tridimensional constituído de elementos finitos de pórtico e treliça
espacial que leva em consideração a iteração cabo-estrutura. Desse modo, os grandes
deslocamentos sofridos pelos cabos e isoladores são considerados na análise dinâmica dessa
estrutura. Os resultados obtidos neste estudo mostraram que as frequências naturais da torre
isolada são muito maiores do que as do conjunto (torres e cabos). Além disso, os primeiros
modos de vibração da torre são devidos aos elementos de cabos, sendo a variação da rigidez
da torre praticamente irrelevante.
Em sua dissertação de mestrado, Ribeiro (2007) realizou um estudo numérico das
ações estáticas e dinâmicas do vento em torres metálicas estaiadas de seção quadrada
utilizadas no sistema de telecomunicações. O autor comparou os resultados dos exemplos
66

numéricos obtidos pelos programas desenvolvidos por Menin (2002) com os do programa
comercial SAP2000, além disso, analisou o comportamento estático, dinâmico e modal de
torres estaiadas considerando o rompimento de um cabo. Assim, concluiu que os programas
desenvolvidos por Menin (2002) são capazes de simular satisfatoriamente os comportamentos
estáticos, dinâmicos e modais deste tipo de estrutura, já que os dados obtidos nesses
programas ficam bem próximos dos obtidos pelo SAP2000. Na análise das estruturas onde foi
considerada a ruptura de cabos, observou-se que houve alterações nos valores do
deslocamento máximo do topo da estrutura, além de modificações nas forças de pré-
tensionamento inicial e nos esforços máximos de tração dos cabos.
Hatashita (2007) apresentou uma metodologia para análise de confiabilidade de torres
de linhas de transmissão quando submetidas a ventos fortes. Seguindo as normas vigentes,
realizou o dimensionamento de uma torre no programa SAP2000, cujos resultados serviram
de dados de entrada para uma rotina no Matlab que calculava a confiabilidade de todas as
barras através do método analítico FORM. O autor comparou os resultados do SAP2000 com
os do Matlab e notou que a barra com menor índice de confiabilidade, também era a mais
crítica no dimensionamento. Assim, manteve-se a coerência entre os resultados do
dimensionamento com os da análise de confiabilidade. Além disso, foi apresentado um
mapeamento das velocidades de vento do estado do Paraná.
Guimarães (2008) analisou a influência de determinados parâmetros na resposta
estática e dinâmica de torres estaiadas de diferentes alturas. As solicitações na estrutura
devidas ao vento foram obtidas através do programa Matlab e para a modelagem
tridimensional em elementos finitos foram elaboradas rotinas na linguagem APDLs (ANSYS
Parametric Design Language). Alguns parâmetros de projeto foram analisados tais como:
quantidade, posicionamento e ângulo de inclinação dos estais, em termos de tensões de Von
Mises, esforços nos estais e deslocamentos resultantes. O autor concluiu que o ângulo de
inclinação dos estais com relação ao mastro pode ser reduzido, levando a uma redução da área
ocupada pela estrutura, além disso, observou que as torres se mostraram mais sensíveis a
deslocamentos do que às tensões.
Singh (2009) descreve o estudo do comportamento de torres metálicas autoportantes
submetidas à ação do vento. Inicialmente foram modificadas algumas sub-rotinas dos
programas desenvolvidos por Menin (2002). Assim, foram desenvolvidos novos programas:
GTAU que gera a geometria das torres autoportantes e AETAU que realiza a análise estática.
Nesses programas, a determinação da força estática do vento é determinada a partir dos
67

critérios da NBR 6123 e NBR 5422. As torres foram modeladas utilizando um modelo
matemático não linear que permite alongamentos nos elementos de cabos e treliças para a
introdução das forças de pré-tensionamento, além de considerar o efeito da variação da
temperatura. Completando o estudo, foi realizada uma análise comparativa entre os resultados
dos deslocamentos dos cabos, obtidos no programa AETAU, com a flecha obtida através da
equação da parábola. Além disso, foram comparados os resultados da força axial (tração) dos
cabos, obtidos no programa AETAU, com os resultados obtidos com o programa SAP2000
Advanced v. 12.0.0. Os dados obtidos através da análise estática revelaram que os programas
desenvolvidos foram capazes de simular o comportamento dos cabos quando submetidos à
ação do vento e peso próprio. Observando-se os resultados da análise sem vento de todos os
modelos analisados, verificou-se que os maiores esforços de tração foram obtidos nas
horizontais do tronco da cabeça, nas diagonais das mísulas e para-raios e nos travamentos da
extensão. Já os maiores esforços de compressão atuam nos montantes de toda a estrutura. Na
análise com vento, os maiores esforços de tração foram obtidos nas diagonais das mísulas e
para-raios, nas diagonais da extensão e nos montantes das pernas. Para os esforços de
compressão, os maiores valores encontrados foram nos montantes de toda a estrutura, nas
diagonais do tronco e nos travamentos da extensão.
Xu et al (2008) investigou a aplicação de algoritmos genéticos na concepção ideal de
torres em treliças com turbinas eólicas. Embora o modelo de design ideal de algoritmos
genéticos com a condição de restrição foi estabelecido no trabalho. Considerando as
propriedades mecânicas da estrutura, o projeto de otimização da torre de treliça com inflexão
como restrição é apresentado. Visando uma melhoria na limitação dos algoritmos genéticos de
ser propenso a convergir para o ponto local ideal, o valor limite de cada variável foi alterada,
respectivamente, e cálculo foi realizada duas vezes para que o programa pudesse trabalhar de
forma mais eficiente e os resultados fossem mais precisos. Finalmente, um projeto de
otimização é feita para uma turbina de vento com torre em treliças sob uma carga pré-
digeridas, e os resultados satisfatórios foram obtidos.
(REQUENA et al, 2002) apresentam uma análise de projeto de torres metálicas
treliçadas autoportantes, utilizando software de perfis tubulares de aço. As torres, em especial
as de telecomunicações, serão abordadas com ênfase na análise das ações estática e dinâmica
de vento que incidem nesta categoria estrutural e que requerem atenção cuidadosa dos
calculistas. Para possibilitar essa análise foi desenvolvido um software de automação de
projeto de torres treliçadas autoportantes. O objetivo do software é auxiliar e facilitar o
68

desenvolvimento de projeto estrutural de torres utilizando-se as normas brasileiras para o


cálculo das ações de vento estática e dinâmica e para o dimensionamento das barras. Assume-
se que os cálculos de ações de vento, obtenção dos esforços e dimensionamento das barras
envolvem esforço repetitivo e por isso devem ser automatizados, dando ao calculista maior
tempo para reflexão geral do projeto. O projeto de uma torre via programa é dividido em seis
etapas: (a) Geração da geometria automática da torre, (b) Aplicação automática dos
carregamentos, (c) Obtenção dos esforços nas barras, (d) Dimensionamento das barras, (e)
Cálculo do modo de vibração da torre, (f) Dimensionamento final das barras da torre. A
geração da geometria automática da torre é automatizada para alguns modelos. O software
automatiza a geometria de torres de seção transversal quadrada ou triangular equilátera.
Vergara (2005) apresenta a análise estrutural desenvolvida de torres utilizadas em
projetos para determinar o potencial eólico da região em estudo (torre anemométrica) e na
instalação de turbinas eólicas na altura de projeto (torres de sustentação reticulada e tubular).
Determinando as forças e momentos atuantes, assim como as frequências e modos naturais de
vibração das torres através das técnicas utilizadas pela mecânica clássica e pelo método dos
elementos finitos, para a análise estrutural segundo os critérios de falha por fadiga e
flambagem na situação normal de trabalho e quando a estrutura encontra-se sob a ação de uma
força harmônica.
Fonseca (2007) desenvolveu um procedimento computacional para a otimização de
estruturas treliçadas planas e espaciais submetidas a carregamentos estáticos e dinâmicos, em
que são aplicadas as técnicas dos algoritmos genéticos e das redes neurais artificiais,
juntamente com o método dos elementos finitos. Além do problema de otimização
dimensional, considerou-se, também a otimização topológica e de forma e outra abordagem,
simultânea, em que se combinou a otimização dimensional e de forma. O problema da
otimização incorporou às suas restrições tradicionais, as restrições normativas. Essa inclusão
propiciou que as respostas do problema estivessem mais próximas à realidade do projeto, pois
as restrições normativas são justamente os critérios prescritos nas normas de
dimensionamento. Como ferramenta de aceleração da convergência dos algoritmos genéticos,
adotaram-se os parâmetros genéticos adaptativos e técnicas alternativas para a avaliação da
função aptidão. As técnicas de aceleração, as redes neurais como simuladores da função
aptidão e o método da aptidão baseada em similaridade da função aptidão permitiram que
grandes estruturas fossem otimizadas, garantindo a aplicabilidade desse procedimento em
projetos reais.
69

Moura (2007) avalia algumas das principais metodologias de projeto fundações


superficiais de aerogeradores assentes em areia de duna a partir do estudo de caso de um
aerogerador da usina eólica da Taíba-CE. Inicialmente, os ventos da região e o aerogerador
estudado são caracterizados. Para estimar os esforços atuantes nas fundações do aerogerador
realiza-se, em campo, um monitoramento estrutural e um modelo reduzido é ensaiado em
túnel de vento. O solo de apoio das fundações é caracterizado, em laboratório, por meio de
ensaios básicos de caracterização, de ensaios eodométricos e de cisalhamento direto. Em
campo, realizam-se sondagens à percussão, com medida de energia e torque, e ensaios
pressiométricos. Dez metodologias utilizadas para estimar o módulo de deformação cisalhante
máximo a partir de sondagens à percussão e de ensaios pressiométricos são avaliadas. Neste
contexto foi possível verificar que tanto ensaios pressiométricos (PMT) quanto sondagens à
percussão (SPT) podem ser utilizadas para a determinação do módulo cisalhante máximo de
solos arenosos. Esforços atuantes nas fundações do aerogerador estudado, estimados de
diferentes formas, são comparados. As estimativas do momento fletor que apresentaram os
resultados mais próximos dos valores extrapolados pelo monitoramento estrutural foram
obtidas pela utilização da NBR 6123/87 modificada. Estimativas da tensão admissível e do
recalque são realizadas por métodos que utilizam ensaios de campo e de laboratório. A faixa
de variação da frequência de vibração obtida pela utilização dos métodos foi ampla, no
entanto, verificaram-se diferenças bastante superiores a 30% com relação à faixa de
frequência de operação da máquina indicando a ausência de risco de fenômenos ressonantes.
Por fim, a possibilidade de redução das dimensões da fundação do aerogerador estudado é
discutida concluindo-se que é possível projetar fundações cerca de 32 % mais econômicas.
Zwick (2012) estudou os vários tipos de apoio possíveis de estruturas para turbinas
eólicas em “offshore”, onde uma torre em treliça de altura total é usada como opção de
projeto. As vantagens desta concepção é a menor quantidade de aço utilizado para a
montagem da estrutura em comparação com outras concepções, e a possibilidade de instalar a
estrutura inteira em uma única operação. Com base na complexidade de cargas dinâmicas na
estrutura de apoio pelo vento e ondas, bem como as cargas operacionais, um projeto inicial de
torre em treliça com componente de dimensões constantes e mais a altura da torre mostra um
grande potencial de otimização e pode ser otimizada seção por seção. Este estudo apresenta
considerações básicas para uma abordagem de otimização iterativo e identifica áreas
plausiveis à otimização processo de uma torre de estrutura de altura completa. Verificou-se
70

que uma análise com dimensões de componentes de treliça sobre umaa torre dá uma indicação
sobre as dimensões necessárias para um projeto otimizado.

Muskulus (2012) analisou uma estrutura de suporte alternativo para turbinas eólicas no
mar mostrando que mesma elimina a necessidade de um processo oneroso de transição de
peças e permite a redução significativa no peso com redução de aço utilizado. O conceito é
baseado na substituição tanto da tradicional torre de turbina eólica e o usual suporte de
estrutura com uma única torre em treliça, que se estende a partir do fundo do mar até a
turbina. Neste estudo é apresentado um panorama dos estudos realizados e os resultados
obtidos para este projeto até agora, de suas vantagens e desvantagens, e para planos futuros de
otimização automática melhorada do projeto. Embora seja difícil demonstrar a viabilidade
económica deste conceito de torre treliçada, devido à problema generalizados e de forma
confiável quantificar os custos de fabricação e instalação, a maior redução do peso de aço
torna um conceito atraente, que deve ser analisado, especialmente para os projetos futuros de
offshore em águas profundas.
71

4 METODOLOGIA

Este capítulo visa apresentar a metodologia adota para o desenvolvimento deste


trabalho. Numa visão geral este trabalho se desenvolve partindo da construção de um modelo
3D, numa fase preliminar de projeto. Partindo desta fase o modelo gerado será discretizado
em elementos finitos e posteriormente testado.
Para a fase de testes será levantado um carregamento padrão de avaliação conforme
norma NBR6123. Nesta fase também será questionado a forma da torre e treliças a fim de se
chegar a melhor forma. Para isto pretende-se comparar o desempenho da torre treliçada com o
desempenho de uma torre tubular padrão.
Finalizando este estudo pretende apresentar uma avaliação de torres treliçadas e
apresentar uma conclusão que possa tornar claro os ganhos e perdas da utilização de uma torre
treliçada para geração de energia eólica.
Para a realização do estudo de torres para aerogeradores, serão necessárias as seguintes
atividades:
a) revisão bibliográfica referente a: caracterização atmosférica turbulenta, caracterização
aerodinâmica de aerogeradores, métodos computacionais em interação fluido-estrutura
e otimização, dinâmica de torres+aerogeradores, mecânica e confiabilidade de
elementos estruturais, controle e vibrações aleatórias.
b) definir um escoamento atmosférico padrão;
c) definir um espectro de vibração referente ao sistema torre/transmissão/rotor/turbina;
d) caracterizar os esforços aeroelásticos atuantes sobre a torre de um aerogerador;
e) realizar otimização geométrica do sistema turbina/pás+torre;
f) avaliação dos esforços para identificação de estados limites referentes à fadiga,
deformações excessivas, etc.
g) avaliar a confiabilidade de elementos estruturais;
h) estabelecimento de uma metodologia de avaliação integrada de esforços
aerodinâmicos em torres de aerogeradores.
72

4.1 Etapas do projeto

O objetivo desse trabalho é a análise do comportamento dos aerogeradores com torres


treliçadas sobre sua resposta em frequência, e dos modos de vibração do sistema. Esta analise
será feita sobre toda a região da estrutura tendo como variável o comportamento da mesma
quando em regime de trabalho.
Para isso foi utilizado um modelo teórico de uma estrutura de torre treliçada como
referencia as torres utilizadas em para transporte de energia e antenas como de celular no
Brasil, também como referência para esta construção foram utilizados dados de construção de
torres terliçadas de aerogeradores de outras regiões como a Alemanha. Deste modelo foi
realizado um estudo, e tendo como base a norma EN 50341-1 quando aplicadas a uma
estrutura metálica treliçada de transporte de energia elétrica.

Figura 9 - Exemplo de perfil de torres treliçadas.

Fonte: DIAS, 2007


73

Além da resposta modal do modelo será avaliada a sua FRF (Função de Resposta e
Frequência) dentro do aspecto da INERTÂNCIA, que se define pela resposta em frequência
sendo o resultado obtido dado por [A/F] ou aceleração por Força, que visa obter picos de
aceleração obtidos na região de maior interesse para esta análise.

A realização deste trabalho será com base no fluxograma apresentado abaixo.

Figura 10 - Fluxograma com sequência de trabalho.

Alterar modelo

Fonte: Elaborado pelo autor

4.2 Modelo geométrico em 3D (CAD)

Na etapa de projeto foram feitas as escolhas do componentes a serem utilizados.


Assim, também com ajuda do software Auto_METAL41-UNICAMP desenvolvido pela
Unicamp podemos chegar a uma estrutra metálica na forma treliçada que comporte os
aerogeradores. Este modelo contempla, de forma simplificada, todos os componentes
necessários para uma torre treliçada
74

O modelo abaixo faz parte do pacote (tutorial) do software utilizado.

Figura 11 - Utilização do software AutoMetal para gerar o perfil CAD.

Fonte: Elaborado pelo autor

Também nesta etapa é dada uma atenção especial as barras utilizadas para montagem
da torre. Estes componente receberam alterações de projeto afim de solucionar problemas de
picos de acelerações, causado por ressonâncias, caso o mesmo se faça necessário.
A figura abaixo apresenta o tipo de formulação que será representado em elementos
finitos para representar os tipos de ligações para montagem da torre no local de interesse.

Figura 12 - Tipos de ligações a ser utilizada

Fonte: DIAS, 2007


75

Etapas do projeto:

a) Pesquisa Bibliográfica;
b) Revisão de Literatura;
c) Aquisição de livros e normas técnicas;
d) Consulta e coleta de dados sobre ventos de montanhas e sistemas eólicos no Estado de
Minas Gerais (relevo, clima, tempo e etc);
e) Estudo preliminar sobre estrutura de torres treliçadas autoportantes para aerogeradores
em terrenos montanhosos;
f) Levantamento de cargas, forças, potências e momento nos aerogeradores;
g) Desenvolvimento de um modelo matemático e computacional para simulação dos
esforços estáticos e dinâmicos das torres treliçadas autoportantes de aerogeradores em
Minas Gerais (Ansys/Abaqus);
h) Levantamento dos requisitos estruturais das torres treliçadas autoportantes de
aerogeradores;
i) Simulação numérica e computacional das torres em treliças autoportantes propostas
para os esforços estáticos e dinâmicos por elementos finitos (Optstruct);
j) Análise estrutural completa das torres treliçadas autoportantes propostas por
simulações computacionais e análise de elementos finitos (Análise estática, análise de
vibrações);
k) Seleção das melhores torres treliçadas autoportantes propostas;
l) Comparação das melhores torres propostas com as encontradas em outros lugares no
mundo;
m) Comparação das melhores torres treliçadas autoportantes para aerogeradores propostas
como torres treliçadas autoportantes para linhas de transmissão e para
telecomunicações;
n) Publicação por meio de artigo científico.
o) Propostas para novos trabalhos e pesquisas;
p) Conclusão e término do projeto de pesquisa.
76

4.3 Determinação da malha utilizada

4.3.1 Determinação do tipo de elemento finito (MEF)

Como a relação entre as larguras e comprimentos pelas espessuras das chapas


utilizadas no modelo é pequeno (largura >> comprimento), optou-se em utilizar o elemento do
tipo 1-D, que, conforme o help do software “Hypermesh 11.0”, utilizado para análise neste
trabalho.
O elemento do tipo 1D utilizado é o PBEAM. Este elemento e formado a partir de
duas posições no espaço, ou seja dois nós de referencia. Estas posições já indicam o vetor de
orientação do elemento dado pela ordem de escolha dos nós.
Ao se atribuir uma propriedade ao elemento é definido o material a ele atribuído
juntamento com o perfil que este representa: circular, quadrado, com seção cheia ou vazada,
ou um perfil em “L”, este utilizado para representar as treliças utilizadas para este trabalho.

Abaixo, na Figura 13, podemos ver a representação matemática de um elemento 1D


usado no Hypermesh.

Figura 13 - Elemento 1D plataforma

Fonte: HELP DO SOFTWARE HYPERMESH VS.11.0, 2011

Com a formulação do hypermesh para criação de elemento 1D é apresentado na Figura


14 a configuração utilizada para este trabalho
77

Figura 14 - Elemento 1D com e sem a visualização de sua propriedade.

Sem visualizar propriedade visualizando propriedade

Fonte: Elaborado pelo autor

4.3.2 Análise de sensibilidade de malha

Para a determinação do número de elementos, torna-se necessária uma verificação da


discretização do modelo, a partir do qual não se faz perceptível a alteração nos resultados
fornecidos pelo software. A esta verificação, dá-se o nome de análise de sensibilidade de
malha ou teste de validade de malha.
A análise de sensibilidade de malha consiste em se variar o tamanho do elemento da
malha a ser criada. Esta variação deve ser iniciada com um tamanho de elemento considerado
grosseiro por experiência própria do pesquisador até um determinado tamanho onde haja
convergência dos resultados obtidos com as análises realizadas.
Neste estudo, a análise de sensibilidade de malha é realizada variando o tamanho dos
elementos do modelo entre 20, 40, e 60 milímetros em média. Os resultados foram
comparados juntamente com o tempo de processamento.
78

TABELA 1 - Análise de sensibilidade da malha utilizada.

Tamanho do N° Total de
Tempo de análise Resultados (1° modo)
elemento elementos
20mm 14.051 102 seg 0,29Hz
40mm 10.535 90 seg 0,29Hz
60mm 7.020 85 seg 0,29Hz
Fonte: Elaborado pelo autor

Como análise de sensibilidade de malha não apresentou variação nos resultados,


optou-se em utilizar o tamanho de malha (1D) de 60mm, correspondente ao numero total para
a formação da torre de 14.051 elementos, devido a um menor tempo de processamento.
79

5 CARACTERIZAÇÃO DO MODELO EM ELEMENTOS FINITOS.

O presente capítulo é destinado à apresentação da criação do modelo em elementos


finitos e do desenvolvimento das simulações computacionais. Primeiramente, serão abordadas
as características da torre eólica estudada e o seu modelo estrutural propriamente dito. A
seguir serão discutidas as metodologias de análise empregadas.

5.1 Características da torre eólica treliçada autoportante

A torre treliçada eólica de aço estudada nesta dissertação refere-se ao modelo a um


modelo de torre padrão de para transporte de energia no estado de Minas Gerais, os resultados
deste modelo serão confrontados com o modelo de torre tubular MM92 da Repower,
apresentado na dissertação de mestrado de Sirqueira (2008). Esta torre tubular esta presente
em diversos países como Espanha, Portugal e Alemanha possuindo uma capacidade de gerar 2
MW de energia elétrica. O modelo MM92 [8] possui um formato de um tronco cônico vazado
divido em três partes com a finalidade de facilitar o transporte e a montagem. A primeira
possui uma altura de 21,77 m, diâmetro na base de 4,30 m e no topo de 39,17 m, a segunda
uma altura de 26,62 m, diâmetro na base de 3,917 m e no topo de 3,45 m e, finalmente, uma
terceira com altura de 2,78 m com diâmetro na base de 3,45 m e no topo de 2,96 m,
totalizando uma altura de 76,20 m.
A torre treliçada autoportante utilizada neste trabalho tem como referencia inicial as
torres utilizadas pela CEMIG nos estado de Minas Gerais reforçadas conforme torres eólicas
treliçadas projetadas em alguns países, destacando a Alemanha.
O modelo treliçada possui um formato de perfil quadrado divido em duas partes com a
finalidade aumentar sua rigidez de flexão e torção. A primeira possui uma altura de 48,0 m, e
base de perfil quadrado com aresta de 24,0 m na base, a segunda uma altura de 28,12 m, com
base com aresta de 8,00m finalizando no topo desta segunda parte com um perfil quadrado de
aresta de 6,00. A Figura 15 ilustra as divisões da torre treliçada. As treliças que compõem a
torre possuem perfil em “L” com dimensões de 44,45mm x 44,45mm e espessura variando de
acordo com o níveis de tensão obtido nos resultados de carregamento sofrido pro ações do
vento.
80

Figura 15 - Representação da torre eólica treliçada

2° parte

8,00m
76,12m
80,00m

6,00m
48,00m
1° parte

28,12m
24,00m 24,00m 8,00m

Fonte: Elaborado pelo autor.

O sistema de ligação por aparafusamento é o utilizado para conectar as partes


treliçadas da torre. Na torre investigada nesta dissertação emprega-se um acoplamento
perfeitamente rígido, isto pelo fato de estarmos analisado o efeito da dinâmica da torre de
forma global e não os efeitos locais.
A parte superior da torre é composta por três pás de hélice medindo cada uma 45,20 m
fabricadas e pesando cada uma 800 kg. As pás são transportadas separadamente e engastadas
ao rotor através de parafusos criando, quando em funcionamento, uma superfície variada de
6.720 m2. O rotor da torre é responsável em fazer girar a turbina e conseqüentemente,
produzir a energia elétrica. A nacelle é o conjunto de todos os equipamentos mecânicos e
elétricos locados na parte superior da torre, pesando 6900 kg. A Figura 16 ilustra a nacelle, o
rotor e as pás da hélice da torre modelo. As treliças que compõem a torre são feitas de aço
com módulo de elasticidade de 205 GPa e com de escoamento de 370MPa.
81

Figura 16 - Nancele e Rotor empregado sobre a Torre Eólica.

Fonte: FUHRLÄNDER, 2012

5.2 Modelo computacional

Neste trabalho usamos para o modelo numérico elaborado o método dos elementos
finitos utilizando-se elementos 1D CBEAM presente na biblioteca de elementos do programa
HyperMesh versão 11.0. Este elemento é adequado para a análise de estruturas compostas por
vigas e/ barras de forma que este tipo de elemento simplifica a análise. O elemento CBEAM é
composto por dois nós com seis graus de liberdade por nó: translações nas direções X, Y e Z e
rotações em relação aos eixos X, Y e Z. Trata-se de um elemento adequado para a modelagem
de problemas estruturais que envolvam análise linear e não-linear física e geométrica. Com
este elemento é possível atribuir um perfil a seção dando a ele a forma desejada. Na Figura
17, apresenta-se este elemento que foi utilizado na elaboração dos modelos em elementos
finitos desta dissertação.
Não-linearidades físicas e geométricas foram desconsideradas no modelo em
elementos finitos. Adicionalmente, a utilização do regime linear do material nos permite
utilizar um menor tempo computacional e por outro lado podemos utilizar a previsão de
grandes deformações extrapolando os resultados, desde que este ainda estejam no campo da
linearidade do material considerando a redistribuição de carregamento na torre após o
escoamento inicial.
82

Figura 17 - Elemento finito CBEAM

Fonte: HELP DO SOFTWARE HYPERMESH 11.0, 2011

As condições de contorno da torre eólica de aço foram simuladas nos modelos


numéricos pela restrição do grau de liberdade apropriado, sendo considerado o impedimento
da rotação e translação dos eixos x, y e z, ou seja, uma base engastada. As malhas dos
modelos de elementos finitos foram definidas através de testes de validação de modelagem,
isto é, as análises modais feitas para todos os modelos foram realizadas com diversas formas
de perfis para as estruturas das torres, variando de um perfil reto, este saindo de um seção
quadrada na base e chegando ao topo da torre com uma seção nas mesmas dimensões de
origem, as repostas das análises iam variando e quando a torre apresentasse uma resposta
compatível com os dados testados em outras publicações cientificas, então a torre seria separa
para os testes desta dissertação. O modelo final adotado foi constituído por 14362 elementos e
14084 nós, conforme apresentado na Figura 18 (a). As pás das hélices foram representadas
por uma massa concentrada, o rotor e a nacelle foram representados por um elemento de
casca, conforme Figura 18 (b), com densidade equivalente aos respectivos pesos.
83

Figura 18 - Detalhe estrutural e modelo em elemento finito

a) Modelo em elementos finitos da torre b) nacelle e rotor

Fonte: Elaborado pelo autor

Até a construção final da torre utilizada neste trabalho mais de 40 perfis foram criados
e testados até que seu resultado final fosse considerados pertinentes quanto a sua viabilidade
estrutura.
Na figura 19 podemos observar avançamento do projeto desde sua concepção ao
modelo final da torre.
84

Figura 19 - Avançamento do projeto da torre eólica treliçada autoportante.

Torre 1 (modelo inicial) Torre 22 Torre 42 (modelo final)


Fonte: Elaborado pelo autor

Alem da variação do perfil da torre observado na Figura 19, para o atendimento das
especificações também o perfil das treliças que compõem a torre variou de (44,5mm x
44,5mm) para (254mmx254mm), alterando em consequência a massa total da torre que
começou com as primeiras interações com apenas 5,2 toneladas chegando a uma massa de
153 toneladas e compondo o modelo de torre final usado nesta dissertação.

Com relação às informações acima citadas devamos lembrar que:

a) A torre deve suporta um aerogerador de 355 toneladas;


b) A torre tubular de Sirqueira (2008), que é usada como referencia neste trabalho
possui 379 toneladas.
85

c) O peso total da torre usada nesta dissertação é de 508 toneladas.

5.2.1 Validação do software

Como forma de validar os resultados obtidos e também o software Hypermesh,


utilizado neste trabalho, foram comparados os resultados obtidos via Optstruct-Hypermesh,
com os oriundos dos “Solvers” NASTAN 2011 e ABAQUS 6.7.
A tabela abaixo apresenta os resultados obtidos quanto a análise comparativa.

Tabela 2 – Análise de validação dos resultados e software.

Software Resultados ∆(%)


OPTSTRUCT (.fem) 0,29Hz 0
NASTRAN (.odb) 0,29Hz 0
ABAQUS (.inp) 0,29Hz 0
Fonte: Elaborado pelo autor

Os resultados obtidos na tabela 2 não apresentaram variação, isto se deve em parte


pelo modelo ser constituído de elemento 1D que possuem formulação simplificada quanto aos
métodos de integração quando comparados a elementos 2D e 3D.

5.3 Hipóteses simplificadoras

Objetivando-se a implementação computacional de um modelo matemático, mediante o


emprego do método dos elementos finitos, de forma a traduzir mais realisticamente o efeito da
torre eólica estudada na dissertação foram adotadas as seguintes hipóteses simplificadoras:

a) Considera-se apenas o regime linear do material.


b) Considera-se que a ligação das partes da torre não sofre o efeito de rotação sendo as
juntas simplificas num engaste rígido
c) A nacelle, o rotor e hélice foram simplificados possuindo um material calibrado com
uma densidade que representa seu peso total.
86

d) A torre teve sua base simplificada considerando o terreno rochoso da região de estudo.
Neste caso foram considerados um engaste rígidos na base da torre impedindo
qualquer rotação e translação dos na da base.

5.4 Modelagem do amortecimento

A matriz de amortecimento, C, é geralmente expressa em termos de taxas de


amortecimento obtidas experimentalmente, através de ensaios dos sistemas estruturais ou de
suas componentes constituídos do mesmo material, devido à dificuldade de se avaliar
fisicamente essa matriz. É usual se utilizar a matriz de amortecimento do tipo proporcional ou
de Rayleigh, cuja matriz C é proporcional a matriz de rigidez e de massa.

C = a0M + a1K (34)

Em termos de taxa de amortecimento modal e freqüência natural circular, dada em rad/s, a

ξu  /
equação 34 pode ser reescrita como:
v x4 yz
we 
(35)

onde {| é a taxa de amortecimento do modo i e }~ é a freqüência natural circular do modo i


= 2πfni. Isolando os temos a0 e a1 da Equação 35 para duas freqüências naturais, tem-se:

J 
&€ w €4 w4 )
w
 w
4
(36)

a  2ξ ϖ > a ξ ϖ (37)

Portanto, a partir da definição de duas frequências naturais, pode-se determinar o valor


dos parâmetros a0 e a1, que definem a matriz de amortecimento. Nesta dissertação foram
consideradas as duas primeiras frequências naturais da estrutura para o cálculo dos parâmetros
a0 e a1.
87

5.5 Dimensionamento a flambagem da torre eólica

A flambagem é um fenômeno de instabilidade que se caracteriza pela ocorrência de


grandes deformações transversais em elementos sujeitos aos esforços de compressão. Em
estruturas metálicas, este e outros fenômenos de instabilidade assumem particular
importância, pois devido a grande resistência do aço, os elementos apresentam em geral
esbeltez elevada.
Com base na teoria da estabilidade elástica, deduz-se a carga crítica elástica (carga
crítica de Euler dada pela equação 38) – o valor do esforço axial para o qual o elemento passa
a exibir deformações não axiais. O fenômeno de flambagem numa peça comprimida, isenta de
imperfeições, é ilustrada de uma forma simplificada na Figura 20.

(38)

Figura 20 - Flambagem num elemento bi-apoiado

Fonte: SIMÕES, 2007

Porém, nas estruturas reais, as inevitáveis imperfeições, fazem com que o


comportamento real de um elemento comprimido afaste-se do comportamento teórico. Nestas
circunstâncias, a carga crítica em geral não é atingida. As imperfeições num elemento de uma
estrutura real podem ser essencialmente de dois tipos: imperfeições geométricas (falta de
88

linearidade, falta de verticalidade, excentricidade das cargas, entre outras) e imperfeições do


material (comportamento não-linear, tensões residuais, entre outras).
O dimensionamento da torre treliçada autoportante utilizada neste trabalho levou em
consideração a estabilidade que a mesma deva possuir de moda a evitar a flambagem da torre
de modo geral e mitigar os efeitos locais em treliças existindo a possibilidade de flambagem
local.

5.6. Análises realizadas

5.6.1. Análise estática linear

Na análise estática considera-se o aço da torre como elástico, conforme o gráfico da


Figura 21, O objetivo da análise estática foi determinar o máximo deslocamento ocorrido na
torre eólica provocada por uma carga concentrada aplicada no centro do rotor, representando
a força resultante do vento atuando nas pás da hélice, conforme descrito no segundo capítulo
desta dissertação.

Figura 21 - Curva tensão versus deformação

Fonte: HIBBELER, 2004

5.6.2. Análise dinâmica

Ao longo do presente estudo, foram desenvolvidas análises de autovalores e


autovetores, harmônicas e análises transiente. As análises de autovalores e autovetores
constituíram uma fase inicial do estudo, onde pode-se determinar os parâmetros importantes
de uma estrutura tais como: freqüências naturais e modos de vibração.
89

Na análise harmônica, a resposta permite prever o comportamento dinâmico da


estrutura sob carregamento cíclico. Isto permite verificar quais os valores decorrentes que
podem gerar ressonância na estrutura, fadiga ou outros efeitos. Qualquer carga cíclica produz
uma resposta dinâmica estacionária (função temporal conhecida). A análise da resposta
harmônica é uma técnica usada para determinar a resposta de uma estrutura sob a ação de
cargas que variam harmonicamente com o tempo, conforme a Equação 39.

&ƒ)  [„Z…&†ƒ / ‡) (39)

onde ω é a frequência de excitação em termos de ciclos por tempo e Ø é o ângulo de fase.


A idéia do processo foi calcular a resposta da estrutura para várias freqüências e obter
um gráfico da resposta (deslocamento nodal) em função da freqüência. Os picos de resposta
são identificados no gráfico e as tensões podem ser analisadas para esses valores. Picos na
resposta ocorrem quando as freqüências das forças se igualam às freqüências naturais da
estrutura. Esta fase é muito importante, pois é através dela que se obtém a contribuição dos
modos que participam da resposta para um certo tipo de carregamento.
Na análise transiente, é determinada a resposta dinâmica de uma estrutura sob a ação
de vários tipos de carregamento dependentes do tempo. Pode-se utilizar esse tipo de análise
para determinar a variação no tempo dos deslocamentos, esforços e tensões como resposta de
uma combinação da ação de cargas estáticas, harmônicas e transientes. Nesta análise, o
amortecimento considerado é do tipo proporcional ou de Rayleigh, sendo a matriz de
amortecimento montada a partir dos parâmetros a0 e a1, que são coeficientes, relacionados
com a matriz de massa e a matriz de rigidez, respectivamente. Esses parâmetros são
determinados em função das taxas de amortecimento, visto em capítulo anterior desta
dissertação.
90

6. RESULTADOS PARA ANÁLISE ESTÁTICA E DINÂMICA

6.1. Introdução

Conforme citado na seção 1.3.2 dessa dissertação, este parágrafo apresenta os


resultados obtidos na análise linear estática e dinâmica. A análise estática teve como objetivo
avaliar a coerência do modelo em termos de uma análise preliminar e somente para confirmar
a viabilidade estrutural da torre. Já a análise dinâmica, foco desta dissertação, contribuiu para
a calibração do modelo comparando-se a frequência fundamental obtida numericamente com
valores numéricos obtidos de outros trabalhos correlacionados e validados
experimentalmente. Para este fim o trabalho “Comportamento Estrutural de Torres de Aço
Para Suporte de Turbinas Eólicas” de Alan da Silva Sirqueira apresentado para obtenção de
título de mestre pela universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ teve grande
contribuição.

6.2. Análise linear estática

A Figura 20 ilustra a distribuição das tensões máximas, das avaliadas máximas e


mínimas ao longo da torre, geradas pela ação do vento de velocidade média de 36 m/s
provocando um carregamento de 308,45 kN aplicado no centro do rotor, conforme descrito no
capítulo 2 dessa dissertação no item 2.1. Nesta análise observa-se que tensão máxima
observada foi de 254,1 MPa, obtida junto as treliças da parte central da torre, e esta não
excede o valor da tensão de escoamento do aço de 355 MPa. O maior deslocamento ocorre no
ponto de aplicação do carregamento, ou seja, no centro do rotor, com valor de 60,8cm. A
Figura 22 ilustra também a distribuição das tensões (máxima e mínima) nas treliças da torre.
Conforme os resultado obtidos de tensão podemos chegar a um fator de segurança
(FS) de:

. ‰    1,397
9Š‹;eŒ M fmv
9áe ?, fmv
(40)

Para uma verificação do estado limite de utilização em torres metálicas correntes


segundo o Eurocode 3, o deslocamento máximo permitido no topo dessas estruturas é
representado pela equação 40.
91

(41)

onde h representa a altura da torre.

Utilizando-se os dados da torre eólica treliçada na equação 40, encontra-se um valor de 1,60
m superior aos 0,60 m provocados pela ação do vento.

Figura 22 - Distribuição das tensões de Von Mises (em Pa) devido ao carregamento de
308,45KN

Fonte: Elaborado pelo autor

6.3. Descrição da análise estática linear comparativa

A análise não-linear foi executada a partir da aplicação de deslocamento no centro do


rotor da torre na direção do eixo x (vento a 00 de projeto), na direção do eixo x. A Figura 23
ilustra a posições da nacelle adotada nesta dissertação para a aplicação de carregamento. Isto
se justifica pelo fato da nacelle da torre ter o mesmo efeito em qualquer direção do vento para
uma torre treliçada. As análises foram realizadas com uma carga equivalente ao deslocamento
92

utilizado no trabalho de referencia para efeito de comparação. A figura 23 demonstra o


comparativo entre as duas torres na posição de comparação.

Figura 23 - Possíveis posições para aplicação de carregamento

(a) (b)

Fonte: Elaborado pelo autor

Vale ressaltar que devido a não-simetria da torre em referencia ao giro da nacelle. o


teste deve ser realiza em diversas posições, porem para este trabalho se utilizou a posição
considera mais flexível uma vez adotado a hipótese de que seria a posição critica de projeto.
Como citado anteriormente, a obtenção dos resultados utilizou-se do método dos
elementos finitos com ajuda do programa computacional hypermesh 11. As respostas da
estrutura são avaliadas através da elaboração de gráficos em termos de carregamento kilo-
Newtons (kN) versus deslocamentos em metros (m). Os resultados da análise não-linear são
expostos a seguir para a torre treliçada e também comparados com os resultados da torre
tubular.
93

6.4. Força aplicada como um carregamento na direção do eixo x – vento a 0º

A Figura 24 exibe um gráfico de carregamento atuante no centro do rotor da torre


versus o deslocamento no ponto de aplicação da carga simulando a transmissão da ação do
vento sobre as pás da hélice, para a turbina na posição do vento a 00. O gráfico abaixo
apresenta o comportamento das torres representadas pelas figuras 22 (a) realizada neste
trabalho com um carregamento de 1800KN e comparados com os resultados de referencia
obtidos da figura 23 (b) estes gerados um deslocamento prescrito.

Figura 24 - Curva carregamento versus o deslocamento para o vento a 00

Fonte: Elaborado pelo autor

A Figura 25 exibe o deslocamento da torre treliçada após a aplicação de um carregamento de


1800KN.
94

Figura 25 - Deslocamento relativo da torre treliçada autoportante.

Fonte: Elaborado pelo autor

A Figura 26 ilustra a distribuição das “tensões – máximas” correspondentes ao


carregamento apresentado na curva Força versus Deslocamento da figura 24. Estas tensões
corresponde a um carregamento aplicado de 1800 kN gerando um deslocamento máximo de
1,35 m na região mais elevada da torre (ponto de fixação da pás), Observa-se pela figura 26
que a região em vermelho é a parte da torre em estado de tração correspondendo a parte
anterior da torre, a parte azul é a parte em estado de compressão, ou seja a parte posterior da
torre. O restante da torre treliçada, em verde, corresponde à região com tensões médias devido
a distribuição da mesma em treliças adjacentes.
95

Figura 26 - Distribuição de tensão sobre a torre treliçada.

Fonte: Elaborado pelo autor

6.5. Análise dinâmica

Serão apresentados os resultados obtidos, mediante a modelagem computacional do


modelo estrutural em estudo, referentes à análise dos autovalores (frequências naturais) e
autovetores (modos de vibração). Na seqüência, procede-se a uma análise harmônica,
objetivando identificar quais as frequências do modelo que apresentam maior participação na
resposta dinâmica.

6.5.1. Análise dos autovalores e autovetores

Com base nas simulações numéricas realizadas, são determinadas as frequências


naturais (autovalores) e os modos de vibração (autovetores) da torre eólica em estudo.
Inicialmente, a Tabela 3 apresenta uma comparação entre os resultados obtidos
numericamente sobre o modelo da torre treliçada com aqueles obtidos mediante o trabalho de
mestrado de Silqueira (2008) empregado com uma das metodologias de validação nesta
dissertação. Este trabalho também realizou simulações numéricas do tipo estáticas e
96

dinâmicas numa torre eólica tubular e teve seus resultados confrontados com os obtidos
experimentalmente.
Na tabela 3 são apresentados os resultados obtidos para a torre treliçada utilizada
como estudo nesta dissertação e comparados com os resultados obtidos nas simulações da
torre tubular acima citado.

TABELA 3 – Frequências Fundamentais: Análise comparativa

Freqüências Análise Numérica (Hz) Análise Numérica (Hz) ∆ (%)


Torre Treliçada Torre Tubular

f01 0,29 0,36 19,4

f02 0,30 0,36 16,6

f03 0,39 2,59 84,9

f04 1,06 2,64 54,8

Fonte: Elaborado pelo autor

Na Tabela 3 pode-se observar, que os resultados fornecidos pelo modelo numérico são
muito próximos, porém inferiores ao modelo da torre tubular, apresentando diferenças já
esperadas, sob o ponto de vista numérico. Com estes resultados podemos observar que a torre
treliçada reponde de forma mais flexível e apresenta um grande números de modos
concentradas em baixa frequência. Os resultados comparativos entre a duas torres, treliçada e
tubular, esta do trabalho de Sirqueira (2008), estão presentes da Figura 27 à Figura 30.
97

Figura 27 - Modo de vibração correspondente à primeira freqüência natural do modelo


estrutural: flexão no plano XY.

Fonte: Elaborado pelo autor (torre treliçada);


SIRQUEIRA, 2008 (torre tubular).
98

Figura 28 - Modo de vibração correspondente à segunda freqüência natural do modelo


estrutural: flexão no plano YZ

Fonte: Elaborado pelo autor (torre treliçada);


SIRQUEIRA, 2008 (torre tubular).
99

Figura 29 - Modo de vibração correspondente à terceira freqüência natural do modelo


estrutural: torção

Fonte: Elaborado pelo autor (torre treliçada);


SIRQUEIRA, 2008 (torre tubular).
100

Figura 30 - Modo de vibração correspondente à quarta freqüência natural do modelo


estrutural: flexão no plano XY

Fonte: Elaborado pelo autor (torre treliçada);


SIRQUEIRA, 2008 (torre tubular).
101

Da Figura 27 à Figura 30 ilustram-se os quatros primeiros modos de vibração do


modelo estrutural da torre treliçada comparando com o modelo de torre tubular do trabalho de
referencia. A Figura 27 mostra a primeira freqüência natural com valor igual a 0,29 Hz
(f01=0,29Hz) associado a uma flexão no plano XY. A Figura 28 representa a segunda
frequência natural com valor igual a 0,30 Hz (f02=0,30Hz), associada ao primeiro modo de
flexão no plano YZ. Na Figura 29 o terceiro modo de vibração é apresentado com um valor de
frequência natural igual a 0,39 Hz (f03=0,39 Hz), associado ao primeiro modo de torção. A
quarta frequência natural ilustrada pela Figura 30 tem valor igual a 1,06 Hz (f04=1,06 Hz) e
está associada ao segundo modo de flexão na direção do eixo XY.
102

7 CONCLUSÃO

Esta dissertação teve como objetivo o estudo do comportamento estático e dinâmico


de uma torre eólica treliçada segundo os padrões estabelecidos pelo setor energético. Esta
avaliação foi executada, por meio do emprego de técnicas usuais de discretização, via
métodos dos elementos finitos e também usando outros trabalhos como meio de validação.
Os comportamentos estáticos linear e dinâmicos foram analisados através da aplicação
de carregamento que simulam a ação do vento sobre as pás da hélice da torre analisada.
Este trabalho esta dividido em duas fases distintas. Em uma primeira etapa foram
realizadas análises lineares do comportamento estático da torre. A etapa seguinte contemplou
a modelagem dinâmica para diversos tipos de análises, como a resposta modal do sistema. Em
ambas as fases a torre treliçada deste trabalho foi comparado com as torres tubulares que já
são amplamente utilizadas para este fim.
Os resultados das respostas estática e dinâmicas das torres eólica estudadas foram
apresentados em termos de deslocamento e tensões máximas atuantes na torres, onde as
mesmas apresentaram valores de tensão de 254,1MPa.
Quanto às duas frentes de pesquisa para validação de uma torre eólica treliçada
autoportante, a primeira foi para validar a estrutura da torre, com isto foi realizado algumas
análises estáticas. A segunda foi para validar a performance desta torre quanto a sua resposta
dinâmica.
O método numérico dos elementos finitos demonstrou-se bastante útil e preciso
durante o processo de avaliação do comportamento estrutural da torre eólica estudada. Sua
utilização mostrou-se eficaz na previsão das análises estática e dinâmica, quando comparada
com resultados obtidos por outros trabalhos com mesmo foco.
Para a primeira frente desta pesquisa foi verificado que com o carregamento aplicado,
avaliado no capítulo 5, não houve uma tensão superior que a tensão de escoamento,
apresentado um fator de segurança de 1,397, fato que a princípio garante a sua segurança
estrutural. Neste tópico é importante lembrar que para gerar este carregamento o fato gerador
para a base de calculo foi usado uma velocidade média de ventos de 36m/s, segundo fator de
segurança sugerido pela norma NBR6123. A região de Minas Gerais onde se pretende utilizar
torres eólicas feitas usando treliças, tendo como referencia torres de redes de alta tensão
usadas pela CEMIG, possui, para uma torre de aproximadamente 80m de altura, uma
103

velocidade média de 10m/s, ou seja temos uma boa margem de segurança devido aos valores
de carregamento utilizado.
Observou-se ainda que nenhuma torre entrou em colapso em nenhum dos quarenta
e dois (42) modelos analisados. Ocorreram apenas flambagem ou plastificação em algumas
barras cujos esforços foram distribuídos para as barras adjacentes.
Para a segunda frente desta pesquisa, a análise dinâmica, foi verificado que uma torre
treliçada autoportante responde com modos em frequências levemente inferiores quando
comparado a torres tubulares, em média 8% menor. Outro fato que chama muita atenção nos
resultados da análise dinâmica é o elevado número de modos que possui uma torre treliçada,
isto pode ocasionar um risco maior de ocorrência de ressonância que pode ser um problema
para torres em treliça, isto porque o intervalo entre as frequência é menor do que a de torres
tubulares. No entanto, o risco pode ser evitado atuando em modificações tais como a forma do
perfil das treliças.
Logo, torres em treliça é uma boa opção quanto a econômia para aplicação de turbinas
eólicas. Também é uma alternativa atraente para torres tubulares que tem sido tipicamente
utilizada até agora.
Outras ponto favorável para torres de treliça é a análise feita tendo em conta as baixas
tensões em todos os componentes e a margem muito segura para flambagem.
104

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A seguir relacionam-se algumas sugestões para a continuidade e desenvolvimento de


trabalhos futuros sobre o tema aqui tratado e outros correlatos.

a) Realizar estudos experimentais em torre eólicas treliçadas estudando também o efeito nos
resultados da variação da forma da seção das treliças;
b) Avaliar outros tipos de geometria de torre eólica, composta por outros tipos de
materiais;
c) Investigar os efeitos quanto à aplicação da torre para diferentes tipos de solos;
d) Realizar estudo sobre as possibilidades diversas de juntas usadas para uma torre:
parafusada, soldado, etc...;
e) Executar uma análise de otimização visando um melhor desenpenho estático e/ou
dinâmico;
f) Realizar estudo de aerodinâmica para mensurar ganhos de uma torre treliçada.
105

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