Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rio de Janeiro, RJ
Dezembro / 2020
TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO NAVAL
SISTEMA ELÉTRICO DE PROPULSÃO NAVAL
Rio de Janeiro, RJ
Dezembro / 2020
TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO NAVAL
ALAIR DA SILVA GOMES
MATRÍCULA: 1121361017
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
Rio de Janeiro, RJ
Dezembro / 2020.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha mãe, Albanice da Silva Gomes, ao meu pai, Sebastião
Gomes de Jesus e à minha irmã, Ana Lúcia da Silva Gomes, todos já recolhidos ao Senhor,
por terem me ajudado a ser o ser humano que, hoje, sou.
Dedico também, aos colegas de curso que, comigo, fizeram trabalhos, pesquisas e
seminários, onde tive, por parte de todos, toda ajuda e apoio necessários para que pudesse
estar vivendo, hoje, este momento.
Este trabalho é, também, dedicado àqueles que, como eu, são oriundos de comunidades
carentes, mas não se vitimizam por isso e, mesmo tendo todo tipo de ofertas às suas portas,
exercem o poder da escolha e escolhem o caminho do respeito às diferenças, às leis que
regulam a sociedade e da retidão de caráter.
A todos estes, a minha saudade, gratidão, admiração e respeito.
AGRADECIMENTO
Roberto Shinyashiki.
RESUMO
Este trabalho foi elaborado com o intuito de versar sobre o sistema elétrico de propulsão
naval. Para tal, foi utilizada revisão de trabalhos já elaborados, pesquisas e artigos sobre o
tema. Não é intenção do trabalho fazer análise aprofundada dos sistemas de propulsão e
sim versar de forma a apresentar alguns aspectos dos sistemas, fazendo uma análise dos
mesmos, assim como breves comentários sobre outros sistemas, dando, sempre, um
destaque maior aos sistemas elétricos de propulsão, que é o tema central do trabalho. Ao
final, será feita uma conclusão, traçando um breve paralelo sobre o sistema elétrico de
propulsão e outras modalidades de sistemas, utilizados na propulsão naval.
This work was elaborated in order to deal with the electrical system of naval propulsion.
For this, a review of works already prepared, researches and articles on the topic. It is not the
intention of the work to do in-depth systems analysis of propulsion but rather to present some
aspects of the systems, making an analysis of it, as well as brief comments on other always
giving greater prominence to the electric propulsion system, which is the central theme of the
work. At the end, a conclusion will be made, drawing a brief parallel about the electric
propulsion system and other systems modalities, used in naval propulsion.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 14
2 OBJETIVO ...................................................................................................................................................... 15
3 REVISÃO HISTÓRICA ...................................................................................................................................... 16
4 PROPULSÃO ELÉTRICA EM CORRENTE ALTERNADA (AC) .............................................................................. 17
4.1 VANTAGEM E DESVANTAGEM DA PROPULSÃO ELÉTRICA ..................................................................... 17
5 PRINCIPAIS COMPONENTES DO SISTEMA DE PROPULSÃO ELÉTRICA............................................................ 18
5.1 GERADOR ELÉTRICO ............................................................................................................................... 18
5.2 BANCO DE BATERIAS .............................................................................................................................. 18
5.3 RETIFICADOR .......................................................................................................................................... 18
5.4 CONVERSOR ........................................................................................................................................... 19
5.5 MOTOR ELÉTRICO .................................................................................................................................. 19
6 COMPLEMENTO DO SISTEMA DE PROPULSÃO ELÉTRICA .............................................................................. 20
6.1 INVERSOR ............................................................................................................................................... 20
6.2 CONVERSOR SÍNCRONO ......................................................................................................................... 20
6.3 CICLOCONVERSOR.................................................................................................................................. 20
6.4 MODULADOR POR LARGURA DE PULSO (PWM) .................................................................................... 21
7 PROPULSÃO ELÉTRICA EM EMBARCAÇÃO DE GRANDE PORTE ..................................................................... 22
7.1 SISTEMA DIESEL-ELÉTRICO ..................................................................................................................... 22
7.2 O SISTEMA AZIPOD ............................................................................................................................... 23
7.3 O TRANSATLÂNTICO NORMANDIE ....................................................................................................... 25
7.4 PROPULSÃO ELÉTRICA DE FONTE NUCLEAR ........................................................................................... 25
7.5 A PROPULSÃO TRADICIONAL ................................................................................................................. 28
7.6 TENDÊNCIA DAS EMBARCAÇÕES ELÉTRICAS .......................................................................................... 29
8 SISTEMA DE PROPULSÃO ELÉTRICA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMBARCAÇÕES ........................................ 30
8.1 A ENERGIA SOLAR NAS EMBARCAÇÕES ................................................................................................. 31
9 SISTEMA ELÉTRICO DE PROPULSÃO À ENERGIA SOLAR NAS EMBARCAÇÕES DE PEQUENO PORTE .............. 33
9.1 CONSTRUÇÃO DO PROJETO ................................................................................................................... 34
9.1.1 A ENERGIA SOLAR ............................................................................................................................... 35
9.1.2 O CONTROLE DOS MÓDULOS.............................................................................................................. 35
9.1.3 O SISTEMA DE PROPULSÃO ................................................................................................................. 36
9.2 CARACTERÍSTICA DO MOTOR PROJETADO ............................................................................................. 37
9.2.1 DESENVOLVIMENTO DO INVERSOR .................................................................................................... 38
9.2.2 O INVERSOR DO PROJETO TEVE AS ESPECIFICAÇÕES LISTADAS ABAIXO ............................................. 39
9.2.3 OBJETIVO DO PROJETO ..................................................................................................................... 40
9.3 A FABRICAÇÃO ....................................................................................................................................... 41
9.4 ESCOLHA DO MOTOR DO PROJETO ...................................................................................................... 44
9.5 ESCOLHA DO INVERSOR DO PROJETO .................................................................................................... 44
9.5.1 COMPONENTES NECESSÁRIOS ............................................................................................................ 44
9.5.2 O ENSAIO ............................................................................................................................................ 45
10 APLICAÇÕES DA PROPULSÃO ELÉTRICA ...................................................................................................... 46
10.1 OPERAÇÃO DE NAVIOS ESPECIAIS DE MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO SUBMARINA NA PRODUÇÃO
OFFSHORE DE PETRÓLEO. ............................................................................................................................ 46
11 EMBARCAÇÕES FLUVIAIS DE PROPULSÃO ELÉTRICA ................................................................................... 48
12 CONCLUSÕES .............................................................................................................................................. 50
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 51
14
1 INTRODUÇÃO
A forma mais simples de definir a propulsão seria dizer que é a força que dá impulso e
faz mover a qualquer ser ou veículo, seja este, terrestre, marítimo ou aéreo. Na área naval,
tem-se a propulsão manual, que é desenvolvida através da força humana, propulsão a vela,
que utiliza a força dos ventos, propulsão combinada, que utilizam motores diesel, turbinas a
gás, motores elétricos, turbinas a vapor e reatores nucleares, que através de combinação
entre si produzem a força de propulsão. Para toda modalidade de propulsão, será necessário
um sistema que a faça funcionar e este é o tema deste trabalho que falará sobre o sistema
elétrico de propulsão naval.
15
2 OBJETIVO
Este trabalho apresenta aspectos referentes aos sistemas elétricos de propulsão
marítima. Desde a sua geração, transformação, diversidade de modalidades de captação
energética, formas de processamento, à execução do movimento propulsivo da embarcação.
16
3 REVISÃO HISTÓRICA
Segundo (FREIRE e FERREIRA, 2013), a primeira vez que se usou a propulsão elétrica
em navio de grande porte se deu no ano de 1913, num navio de 19.230 toneladas e
velocidade de 14 nós, aproximadamente 26 k/h, com dois eixos. Este tipo de propulsão foi
bastante utilizado e na década de 1940, era largamente utilizada em navios mercantes. A
propulsão elétrica, foi perdendo espaço gradativamente para a propulsão mecânica com
base em combustível fóssil que, por conta de sua maior simplicidade operacional, passou a
ser a opção mais atrativa após este período. Se o sistema de propulsão mecânica, a base
de combustível fóssil, tinha a vantagem em termos de facilidade na operação, o sistema
elétrico, teve a seu favor a flexibilidade, que a partir da década de 1980, com o auxílio da
eletrônica de potência, tornou possível a utilização de acionamentos que tornaram mais
eficiente a operação por meio deste sistema, o que ocasionou a troca nas embarcações civis
de cruzeiros e de embarcações de carga para o sistema de propulsão elétrica.
Sendo altamente poluente, por conta do motor diesel e com a constante variação para
cada situação operacional, o sistema mecânico vem, ao longo dos anos, perdendo espaço
para o sistema elétrico, pois os diesel-geradores além de ótimo rendimento e de serem
menos poluentes, variam sua velocidade por meio de inversores de frequência, o que torna
o sistema mais flexível além de menos pesado, o que confere maior velocidade a
embarcação. (FREIRE e FERREIRA, 2013)
17
5.3 RETIFICADOR
5.4 CONVERSOR
O motor elétrico na propulsão naval, faz com que o hélice gire de modo a fazer a
embarcação se movimentar. Ele precisa, para funcionar corretamente, de um excitador que
recebe corrente de um sistema composto por um inversor e um retificador. (NEVES, 2013)
20
6.1 INVERSOR
6.3 CICLOCONVERSOR
Fonte 1:navegacaodeesporteerecreio.blogspot.com
O sistema permite que sejam utilizados todos os motores em altas velocidades, sendo
desligados os não necessários em velocidade econômica, isto graças a modalidade do
23
sistema, sendo o hélice de passo fixo o mais apropriado, pois permite o controle de rotação
para várias faixas de operação com o uso do motor elétrico.
O sistema Azipod (figura 2), é um sistema de propulsão elétrica, onde o motor elétrico
com propulsor é montado dentro de um módulo aerodinâmico capaz de executar movimentos
de 360 graus abaixo do navio. É, hoje, o padrão adotado na indústria naval, e tem um sistema
que pode acionar e conduzir o navio ao mesmo tempo. Este sistema de propulsão reduz o
consumo de combustível em até 20% e atende a manobrabilidade, sem o auxílio de
rebocadores. Ele foi instalado em uma variedade bem ampla de embarcações, incluindo o
maior navio de cruzeiro do mundo, que comporta 6.600 passageiros, o quebra-gelo (figura
3) mais avançado do mundo, um dos maiores navios-guindaste da Ásia, um super-iate de
luxo de 105 metros, e mais recentemente, em um navio de transferência de carga.
24
Fonte 2: tecnologiamaritima.blogspot.
Fonte 3: gigantesdomundo.blogspot.com
O Normandie, foi o maior navio de passageiros do mundo da época e teve sua viagem
inaugural em maio de 1935. Tendo sido tomado pela Marinha dos Estados Unidos, em 1941,
por conta da Segunda Guerra Mundial, pegou fogo em 9 de fevereiro de 1942, quando
emborcou em sua doca em Nova Iorque. (ARAÚJO, 2016)
Fonte 4 - jornalggn.com.br
Assim operava o navio quebra-gelo Lenin que utilizava, como sistema, o sistema
chamado Azipod. (CRUZ e SILVA, 2016)
Fonte 5 - https://leninicebreaker.wordpress.com
27
Fonte 6 - Apostila CIAGA, Energia nuclear e instalações nucleares naval, 1978, pag 19, figura 285
1- REATORES
2- ESTABILIZADOR DE PRESSÃO
3- GERADOR DE VAPOR
4- BOMBA ELÉTRICA
5- TURBINA DE VAPOR
6- CONDENSADOR
7- ENGRENAGEM REDUTORA
8- TURBOGERADOR
9- QUADRO ELÉTRICO PRINCIPAL
10- MOTOR ELÉTRICO DO MEIO
11- MOTORES LATERAIS
De forma diferente, em um submarino nuclear (figura 7), um reator por meio de fissão,
ruptura controlada de átomos, provoca uma geração de energia em forma de calor
canalizado, que aquece a água contida em um encanamento separado. Esta água
transforma-se em vapor que ao passar por uma turbina, gera a energia que move o
submarino, movimentando seu eixo. Neste caso, não há propulsão elétrica, mas sim
propulsão termomecânica de fonte nuclear.
28
Fonte 7 - https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-funciona-o-submarino-nuclear/2011
Este vapor gerado, também faz funcionar um gerador de energia elétrica, que alimenta
as funções vitais do submarino.
O oxigênio, utilizado pela tripulação, é obtido por meio de hidrólise, quebra de moléculas
a partir da água do mar, o que permite ao submarino ficar submerso por tempo ilimitado.
Já nas embarcações militares, com o evento da automação dos sistemas de armas, nas
décadas de 1980 e 1990, mais equipamentos elétricos e eletrônicos foram incorporados aos
navios, aumentando a demanda por energia elétrica e para suprir tais demandas foram
instalados geradores de maior potência, gerando uma reserva para crescimento no futuro.
Fonte 8 - navegacaodeesporteerecreio.blogspot.com
Fonte 9 - navegacaodeesporteerecreio.blogspot.com
Classifica-se como embarcação de médio porte (figura 10), toda aquela que tenha
comprimento maior que 8 e menor que 24 metros.
31
Fonte 10 - navegacaodeesporteerecreio.blogspot.com
Os motores das embarcações movidas a energia solar (figura 11), já são uma realidade
em vários países do mundo. Tais motores elétricos, são alimentados por baterias que, por
sua vez, são carregadas por painéis solares. A Suíça e a França, são líderes neste
seguimento, que já se faz presente no Brasil, que aos poucos, vai aderindo ao uso deste
sistema não poluente.
Figura 11 - Barco movido a energia solar
Fonte 11 - portalnaval.com.br
Tendo como principal objetivo o combate à poluição, a energia solar nas embarcações,
causará diminuição da contaminação das águas e na emissão de gases causadores do efeito
estufa.
32
Por conta de vazamentos de combustível, alguns países europeus estão tentando, junto
as suas autoridades, a proibição de embarcações com sistemas de propulsão a base de
combustão, para preservar seus rios e lagos. No Brasil, o uso de energia solar, nas
embarcações, além da economia e preservação do meio-ambiente, terá a vantagem de
termos, no país, grande quantidade de sol, o que não é comum nos países europeus.
Por ser uma tecnologia em desenvolvimento, pode ser que, no primeiro momento, se
tenha um custo elevado, mas, ainda assim, se fará viável por conta do longo tempo de
autonomia das embarcações.
Com o crescimento do uso da energia solar nas residências, os painéis solares passaram
a ter preços mais atraentes o que, fatalmente, ocorrerá com os motores que utilizarem este
tipo de alimentação.
A tendência é uma maior utilização da energia solar, por conta de vários aspectos positivos
que a torna cada vez mais promissora, não só no meio naval, mas em todas as atividades
desenvolvidas em nosso cotidiano. (Portal Solar, 2018)
33
O casco deste tipo de embarcação é projetado para receber o sistema elétrico com
desenvolvimento de tecnologia de sistema eletroeletrônico e carregadores de bateria de íons
de lítio, a partir de rede de painéis fotovoltaicos, inversores PWM trifásicos, motor elétrico do
tipo síncrono a imã permanente e um sistema de supervisão e gerenciamento baseado em
rede de comunicação entre componentes.
Neste sistema, o motor tem mais tempo de vida útil sendo, o sistema, composto por um
banco de baterias, dois motores, dois conversores, um conjunto de painéis solares com
conversor para carregar baterias e um sistema de controle e supervisão que monitora as
condições das baterias.
Este tipo de propulsão, afeta fatores como autonomia, peso e custo por conta da alteração
da fonte armazenadora de energia.
Apesar das variações de parâmetros como passo do hélice, carga utilizada e elevação,
não se observa diferenças nas velocidades abaixo de 2500 rpm e acima de 4000 rpm.
Por ser limitado o espaço, se faz necessária a divisão em módulos fotovoltaicos leves e
de alta eficiência. A energia fornecida pelos módulos é acumulada no banco de baterias. A
tensão deste banco de baterias é superior a tensão de geração dos módulos, sendo esta
energia processada eletronicamente e para maximizar a potência fornecida, é realizado o
controle individual dos módulos.
O processamento elétrico se dá por meio de dois estágios, que são o divisor de tensão,
que se encarrega de dividir a tensão de barramento, proporcionada pelo banco de baterias
e o circuito mppt, que se encarrega de elevar a tensão individual de cada painel fotovoltaico
e extrair sua máxima potência.
Foi construída uma estrutura que opera em uma faixa de corrente elevada, o que
acarretou um dimensionamento mais elevado causando a redução de eficiência do consumo
como um todo. A intenção foi utilizar somente um banco de célula de íon lítio (Li-Ion) para
simplificar o dimensionamento do carregador.
Construiu-se uma célula de potência menor, mas com maior eficiência, com intuito de
melhorar e aperfeiçoar a estrutura do conversor, o que a fez fornecer toda corrente de
recarga.
Rendimento do módulo 𝜂 = 94 %
Fonte 12 - O autor
O uso de energia solar no barco elétrico teve como finalidade estabelecer uma certa
autonomia em energia, mas devido a limitação de espaço usou-se módulos leves com
frequência mais elevada. A energia gerada pelos módulos foi armazenada no banco de
baterias, mas a tensão de barramento fornecida pelo banco de baterias foi superior a tensão
gerada pelos módulos. A energia gerada teve seu processamento através de dispositivos
eletrônicos, sendo esta tensão determinante da potência elétrica fornecida.
Se fez necessário o controle individual dos módulos para aumentar a potência, o que
permitiu o uso de módulos de diferentes fabricantes sem afetar a operação individual fazendo
com que cada módulo entregasse sua potência máxima. Foi utilizado um módulo de controle
36
Dois estágios foram responsáveis por processar a energia, sendo um divisor de tensão
de barramento vinda do banco de baterias, e outro de elevar a tensão individual de cada
painel fotovoltaico extraindo sua potência máxima, sendo este o circuito MPPT.
O motor elétrico, além da redução de volume e peso opera com velocidade elevada
apesar da perda na redução mecânica que, sendo esta insignificante, não compromete o
rendimento do sistema de propulsão.
experimentos, chegou-se à conclusão de que o motor mais apropriado para o projeto teria
as características listadas abaixo. (Quadro 2)
Quadro 2 - Motor trifásico síncrono a imã permanente com bobinagem concentrada e polos lisos
Verificou-se que o rendimento do motor teve valor igual a 96,8%, considerado superior ao
encontrado no mercado e que o motor desenvolvido, possui dimensões menores que os do
mercado e perdas reduzidas.
Foi desenvolvido um inversor trifásico de cinco níveis em corrente (5L-CLI) com o objetivo
de ser utilizado no acionamento do motor. A entrada da estrutura foi projetada de modo a
promover um aumento no rendimento e melhorar o sistema de propulsão. Foi criado um
sistema de refrigeração compacto, eficiente e com peso e volume pequeno onde foi utilizado
um sistema de bombeamento de água de um sistema de motor de popa convencional, que
é utilizado na refrigeração de motor à combustão. Foi projetado um conjunto motor, sistema
de refrigeração e inversor para o sistema de propulsão elétrica. Após estudos efetuados
concluiu-se que deveria ser criado um estágio de entrada do inversor próprio para o sistema
(Quadro 3).
O sistema elétrico de propulsão, foi idealizado para barco de pequeno porte. Tais
embarcações terão como utilização a inspeção de lagos, de barragens de hidrelétricas,
fiscalização de áreas do litoral das costas do país e condução de turistas às áreas de
proteção ambiental, e com o desenvolvimento de tecnologias inovadoras nacionais, visa
reduzir o consumo de combustíveis fósseis.
O sistema proposto para propulsão elétrica tem um único banco de baterias, dois motores,
dois conversores, um conjunto de painéis solares com sistema de conversão para carregar
baterias e um sistema de controle e supervisão que monitora as condições das baterias.
Fonte 16 - Folha 1 Do Artigo, Sistema Elétrico De Propulsão Para Barcos De Pequeno Porte - UFSC
Por não ter uma empresa especializada em fabricar os equipamentos utilizados no projeto,
todo desenvolvimento técnico foi executado pelos idealizadores do projeto.
41
9.3 A FABRICAÇÃO
Fonte 17 -: folha 4 e 5 do artigo, Sistema elétrico de propulsão para barcos de pequeno porte- UFSC
Célula de Li-Ion, módulo de baterias, circuito de monitoramento individual da célula da bateria, circuito
de monitoramento e controle de banco de bateria e estratégia de recarga do banco de baterias.
42
Foram necessários estudos sobre outros modelos de embarcações (Quadro 5), para se
saber sobre a viabilidade ou não de tal projeto. Neste caso, parâmetros como comprimento,
boca, peso do casco, peso total, hélice (diâmetro x peso) e elevação foram comparados com
os de outros modelos de embarcações, assim como a relação entre parâmetros como
velocidade e rotação.
Mesmo havendo variação no passo do hélice, carga utilizada e rotação, não se observa
diferença nas velocidades abaixo de 2500 rpm e acima de 4000 rpm.
MODELO
Alumacraft MV 1
4,88 1,88 308 630 118 x 214
1650AW SC
13
Alumacraft MV 3
5,18 2,11 377 764 118 x 214
1756AW SC
12
5
Xpress SV 16 4,88 1,90 308 678 138 x 82
13
5
Xpress SV 17 5,18 2,08 417 786 138 x 82
13
Fonte 18 - Artigo Sistema Elétrico Para Barcos De Pequeno Porte- UFSC.
Resultou que mesmo com uma embarcação de menor volume e menor quantidade de
combustível, para o mesmo padrão de funcionamento o projeto teve um banco de baterias
de no mínimo 500 kg, que ainda assim ficou pesado para a embarcação.
Por conta do pouco espaço para instalar os painéis, não foi possível utilizar somente
energia fotovoltaica pois parte da energia da batearia veio da rede elétrica, ou seja, houve
duas formas de captação de energia para a embarcação.
Ao carregar a tensão da célula, buscou-se uma ondulação pequena em C/C com o valor
de uso tendendo a adquirir seu valor médio.
Através da injeção de uma C/C a célula alcançou uma tensão onde se manteve fixa, até
que a corrente baixou até atingir um valor específico para o seu perfeito funcionamento. Este
procedimento, além de reduzir perdas também evitou danos a célula em caso de uma
elevação da tensão acima dos limites especificados pelo fabricante.
44
Após vários ensaios, feitos em bancadas, com diversos tipos de motores, chegou-se à
conclusão de que o motor apropriado seria o motor síncrono a imã permanente, assim como
através de experimentos, foi escolhido o tipo de inversor que seria utilizado no acionamento
do motor, após testes onde utilizou-se indutores, capacitores e interruptores de potência.
O motor da operação foi escolhido de acordo com sua velocidade de rotação, e foi definido
que deveria ser igual a velocidade do hélice.
9.4.1 O ENSAIO
Foram feitos ensaios com motores síncronos a imã permanentes para avaliar o poder do
torque de cada motor pesquisado. Os ensaios foram efetuados em bancadas com testes de
motor a vazio e chegou-se à conclusão de que tais motores têm perdas reduzidas, o que os
fazem ter maior rendimento.
sistema. Já as perdas por comutação são reduzidas, o que fez com que o valor da frequência
de comutação fosse aumentado, este fato trouxe redução dos elementos passivos, como
indutores e capacitores de filtragem.
9.5.2 O ENSAIO
• Diesel-mecânico
• Diesel-elétrico
• Diesel-elétrico-mecânico
alto mar, remove resíduos produzidos na atividade para a base de apoio. Abaixo do convés,
transporta granéis sólidos e líquidos como lama, cimento, água, combustível e produtos
químicos dentre outros.
Neste item será abordado o trabalho da USP (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) “UM
ESTUDO SOBRE INSTALAÇÕES PROPULSORAS PARA EMPURRADORES FLUVIAIS”
Com 2 eixos propulsores, cada um acionado por um motor diesel, acoplado através de
uma caixa redutora/reversora, a um hélice de passo fixo, consiste a instalação diesel
convencional, enquanto a instalação diesel-elétrica consiste em 2 grupos diesel-geradores,
1 barramento para distribuição de energia com tensão de 440 V, 2 conversores CA-CC, 2
motores elétricos assíncronos, cada um acionando um hélice de passo fixo, considera-se um
sistema de governo similar ao diesel convencional. O sistema azipod compacto, é o que mais
se adapta ao uso no empurrador fluvial. É uma instalação tida como mais complexa exigindo
maior informação. O custo foi considerado elevado. O método AHP, método multicriterial, foi
utilizado analisando todos os fatores, já elencados, como custo operacional, análise
ambiental, segurança, manobrabilidade e observou-se que a instalação diesel convencional
é a mais apropriada para o fim ao qual se destina a operação, tendo a diesel-elétrica como
49
segunda opção e a azipod como terceira opção, tendo a instalação diesel convencional sido
escolhida, principalmente, por levar vantagem nos aspectos custo operacional e impacto
ambiental.
12 CONCLUSÕES
Assim sendo, fica concluído que, o sistema fotovoltaico por ser não poluente e infindável,
tem seu lugar na atividade naval, sem desprezar a força da propulsão mecânica
convencional que, em muitos casos, será necessária à atividade e finalmente a flexibilidade
do sistema diesel elétrico que, mesmo tendo contra si a falta de potência, quando usado nas
grandes embarcações, polui pouco e pode ser empregado onde há a necessidade de força,
com a versatilidade do sistema diesel elétrico agregada.
O sistema diesel elétrico de propulsão é a opção a dominar a atividade naval por muitos
anos, por conta não só da flexibilidade, mas, principalmente, pelo avanço tecnológico
agregado à atividade.
51
REFERÊNCIAS
ANDRÉ L. FUERBACK, B. S. D. C. A. A. Sistema elétrico de propulsão para barcos de pequeno porte. INEP -
Instituto de Eletrônica de Potência do Departamento de Eng. Elétrica do Centro Tecnológico da UFSC. Santa
Catarina. 2010.
ARAÚJO, A. O cruzeiro do Normandie ao Rio de Janeiro em 1939. Jornal GGN, Rio de Janeiro, Janeiro 2016.
Disponivel em: <https://jornalggn.com.br/historia/o-cruzeiro-do-normandie-ao-rio-de-janeiro-em-1939-por-
andre-araujo/>. Acesso em: Setembro 2020.
CRUZ, A. S.; SILVA, D. C. PROPULSÃO NUCLEAR X DIESEL E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS. ESCOLA DE
FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE - EFOMM. Rio de Janeiro, p. 69. 2016.
NEVES, V. R. PROPULSÃO ELÉTRICA. CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE GRAÇA ARANHA. Rio de Janeiro.
2013.
PEREIRA, N. N. Um estudo sobre instalações propulsoras para empurradores fluviais. Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo. São Paulo. 2007.