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Atividade de Língua Portuguesa

ALUNO (A): ___________________________________ TURMA: ______

Leia o texto, que é uma narrativa ficcional sobre um pequeno príncipe que mora em um minúsculo
planeta. Depois, faça as atividades com base no texto lido.

O planeta do Pequeno Príncipe Preto


Em um minúsculo planeta mora um menino preto com uma árvore Baobá. O menino gosta muito de regar a Baobá,
que é sua única companheira.

— Vocês estão me ouvindo, mas não conseguem me ver. Estou atrás do tronco de uma árvore, da Baobá. É uma
árvore linda, imensa, gigante. Estou de braços abertos tentando envolvê-la, mas não consigo. Precisaria de duas,
três, quatro... de muita gente. Abraçar a Baobá é uma troca de força, de energia. Sabe quando a bateria está fraca?
Então, eu venho aqui e recarrego.

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Ah, já ia esquecendo: eu sou o Príncipe deste planeta. A Baobá disse que sou o Pequeno Príncipe. Ela é a Grande
Princesa.
Eu não sei quem veio primeiro. O planeta ou a Baobá. Ela é uma árvore sagrada, milenar. Está há tanto tempo aqui…
A Baobá gosta de solo seco, mas eu rego todos os dias com água morna. Não gosto de ver ninguém com sede.
As amizades também devem ser regadas todos os dias. [...]
Devo tanto à Baobá, sabe? Sabedoria é comida que nos alimenta. Existe uma coisa chamada ancestralidade. Antes
dessa árvore, existiu outra árvore, antes existiu outra árvore, e mais outra, outra e outra... Antes de mim vieram os
meus pais, os meus avós, os meus bisavós, os meus tataravós, o meus ta-ta-taravós... Todos eram reis, rainhas.
Como pode existir o hoje, o agora, se você não conhece o seu passado, a sua origem, as suas características? É
assim que a gente conhece a nossa ancestralidade. [...]
A minha pele é da cor desse solo. Quando eu rego fica mais escuro, cor de chocolate, de café quentinho. As cores são
diferentes, iguais aos lápis de cor. Tem gente que fala que existe um lápis “cor de pele”. Como assim? A pele pode
ter tantos tons…
Eu sou negro! Um pouco mais claro que alguns negros e um pouco mais escuro que outros. É como a cor verde...
Tem o verde-escuro e o verde-claro, mas nenhum dos dois deixa de ser verde. Eu gosto muito da minha cor e dos
meus traços.
Minha boca é grande e carnuda.
Olhe o meu sorriso, como é simpático e bonito!
Eu tenho nariz de batata. Eu adoro batata e adoro meu nariz.
Meus olhos são escuros como a noite. Também existem olhos claros, mas gosto dos meus olhos como eles são.
Porque são meus.
Meu cabelo não é ruim. Ele não fala mal de ninguém. Antes eu cortava o meu cabelo bem baixinho, mas agora estou
deixando crescer. Quero que fique para cima igual aos galhos da Baobá.
Vai crescer, crescer, crescer... Vai ficar forte, brilhoso, volumoso. Olhe para o céu! Ele será o limite.

Rodrigo França. O Pequeno Príncipe Preto.


Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2020. (Fragmento adaptado).

1. Quem é o narrador da história?


a) A Baobá. b) A Grande Princesa. c) O Pequeno Príncipe.

2. Quem faz companhia ao menino no planeta em que ele habita?


a) O pai e a mãe do príncipe. b) Uma árvore grande e sagrada. c) Vários reis e rainhas, avós do príncipe.

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3. É possível perceber que a Baobá é, de fato, enorme porque:
a) o Pequeno Príncipe não consegue envolver a árvore com os braços abertos.
b) apenas uma pessoa conseguiria envolver a árvore com os braços abertos.
c) baobás costumam ser árvores não muito grandes.

4. A árvore chama o menino de Pequeno Príncipe porque:


a) esse é o apelido que outras árvores deram ao menino.
b) ele é o único príncipe que já existiu no planeta.
c) ele é uma criança de quem ela gosta muito.

5. Quem veio primeiro: a árvore ou o planeta?


a) O menino não sabe se quem veio primeiro foi a árvore ou o planeta.
b) O menino tem certeza de que o planeta veio primeiro.
c) O menino acha que foi a árvore, pois ela está há muito tempo no planeta.

6. Como é a Baobá e o Pequeno Príncipe? Reconte como o menino descreve a si mesmo e a


árvore.
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7. Releia o trecho em que o menino fala de amizade.

“A Baobá gosta de solo seco, mas eu rego todos os dias com água morna. Não gosto de ver ninguém com sede. As
amizades também devem ser regadas todos os dias. [...]”

Como o menino alimenta a amizade que tem com a árvore Baobá?


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8. No trecho “Meu cabelo não é ruim. Ele não fala mal de ninguém”, podemos dizer que a
segunda afirmação é inusitada porque faz uma crítica. O que o menino está criticando?
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9. Releia o trecho abaixo e reescreva-o substituindo as palavras destacadas por sinônimos.

“A Baobá gosta de solo seco, mas eu rego todos os dias com água morna.”
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10. Releia o trecho abaixo.

“A minha pele é da cor desse solo. Quando eu rego fica mais escuro, cor de chocolate, de café quentinho. As cores
são diferentes, iguais aos lápis de cor. Tem gente que fala que existe um lápis 'cor de pele'. Como assim?”

a) Em que situações costumamos empregar o verbo regar?


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b) Por que o menino não concorda com a existência de um lápis “cor de pele”?
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11. Releia o trecho a seguir.


“Antes de mim vieram os meus pais, os meus avós, os meus bisavós, os meus tataravós, os meus
ta-ta-taravós...”

Reescreva o trecho, fazendo as adequações necessárias e iniciando deste modo: Antes de nós vieram…
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12. Você leu um texto de um menino que fala da importância de valorizar as próprias
características e o jeito de ser. Agora, escreva uma descrição sua valorizando suas
características físicas e sua maneira de ser. Elabore um texto com base nas orientações do
professor.
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Atividade de Língua Portuguesa

O texto que você vai ler pertence à tradição dos contos populares protagonizados por
animais. Nesse tipo de conto, animais assumem características humanas, como a esperteza
ou a ingenuidade. No conto a seguir, escrito com base no reconto oral de Manoel R. da
Silva, coletado por Marco Haurélio, um coelho faz de tudo para enganar uma onça.

O coelho medonho (O amigo Folhaço)


Certa feita houve uma festa e o coelho, contando vantagem para os outros bichos, disse que ia montado na onça.
Como era de se esperar, ninguém acreditou.
Chegado o dia da festa, a onça passou na casa do coelho para chamá-lo:
– Vamos comigo pra festa, amigo coelho.
– Não posso, amiga onça, pois quebrei a perna e não consigo andar.
A onça, que tinha segundas intenções, não desistiu do convite:
– Sendo assim, eu te levo. Montana minha cacunda.
O coelho recusou, dizendo que cairia, sem ter em que segurar.

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Mas a onça tanto insistiu que ele montou e se esparrachou no chão. Então, convenceu a onça a deixá-lo pôr uma sela,
o que conseguiu com muito esforço.
Posta a sela, o coelho montou na onça e tornou a cair. Aí, disse que tinha de colocar uma bride, mas a onça enfunou,
sem querer consentir.
O coelho disse que machucara a outra perna, pois mesmo com sela não tinha em que segurar. Resultado: pôs a
bride, montou e tornou a cair.
– Amiga onça, agora faltam as esporas, pois não tenho onde firmar as pernas.
Mais que das outras vezes, a onça deu a testa. Porém, como estava morta de vontade de comer o coelho, acabou
aceitando, desde que ele descesse antes de chegarem ao local da festa.
O coelho calçou as esporas e desta vez se firmou, indo em trote lento na direção da festa.
Quando estavam chegando, a onça pediu que ele descesse, mas o danado, fazendo-se de besta, encalcou a espora no
bucho da malvada. Na entrada, ele amarrou a onça no mourão pra ela não fugir. Os bichos, nem é preciso dizer,
ficaram todos espantados. Terminada a festa, nenhum bicho quis segurar a onça para que o coelho a montasse.
Mesmo assim, ele pulou na cacunda dela, puxou a rédea e encalcou de novo a espora. Perto de casa, o coelho se
pendurou num galho e a onça seguiu rumo à toca, toda agitada. Já chegou gritando:
– Ô, meus filhos, agarrem esse coelho malandro!
Mas os filhotes da onça responderam que não havia nenhum coelho. Foi quando ela se deu conta de que ele estava já
muito longe.
Passou o tempo, e o coelho, com medo da onça, mudou de casa e passou a morar num buraco. Um dia, os filhotes da
onça foram procurá-lo para avisar que a mãe havia morrido. O coelho, para se certificar, foi até a toca da bicha e lá a
encontrou estirada, parecendo morta mesmo. Perguntou aos filhotes:
– Ela já soltou vento?
– Não!...
– Então ainda está viva, pois, quando morre, a onça solta vento.
Imediatamente a onça soltou um vento e o coelho, percebendo a cilada, esticou na carreira, sumindo no mato.
Tempos depois, aproveitando-se de um estio violento, a onça foi fazer vigia na única fonte que não havia secado.
Desta vez, o coelho se viu apertado. Por sorte, perto de onde ele morava ia passando um tropeiro com umas cargas
nuns burros. Amarrada na carga ia uma cabaça de mel. O coelho atocaiou, arrebatou a cabaça, caindo com ela no
chão, quebrando-a e se lambuzando todo. Depois rolou sobre as folhas e, coberto com elas, ficou irreconhecível.
Chegando à fonte, a onça deixou-o beber, sem problemas. Depois perguntou:
– Ô, amigo Folhaço, você não viu o amigo coelho?
– Não, não vi – respondeu. Depois, entrou na água e as folhas desgrudaram do seu corpo.
A onça, vendo-se enganada mais uma vez, ainda tentou agarrá-lo, mas o coelho correu tanto, mas tanto, que ela
nunca mais ouviu falar dele.

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HAURÉLIO, Marco. Contos folclóricos brasileiros.
São Paulo: Paulus, 2010. p. 15-17.

bride: rédea. estio: falta de água, seca.


enfunar: irritar-se. mourão: poste no qual se amarram animais.

COMPREENSÃO DO TEXTO

1. Os acontecimentos narrados no conto seguem uma ordem linear, isto é, cronológica? Justifique.

2. O coelho e a onça são os personagens principais do conto. Mas há também personagens secundários.
a) Quais são eles?
b) Por que podem ser considerados secundários?

3. No início do conto, o coelho consegue chegar a uma festa montado na onça.


a) Descreva brevemente como ele conseguiu isso.
b) Por que o coelho enganou a onça, nessa ocasião?
c) Por que a onça deixou que o coelho montasse nela no início do caminho?
d) É possível dizer que a onça e o coelho estavam mal-intencionados? Por quê?

4. Em um segundo momento, a onça finge para o coelho estar morta.


a) Qual era a intenção dela ao fazer isso?
b) Nessa ocasião, o que o coelho consegue ao ser mais esperto que a onça?

5. Por fim, o coelho engana novamente a onça, mas dessa vez por meio de um disfarce.
a) Qual era esse disfarce? De que maneira o título do conto faz referência a esse disfarce?
b) Por que o coelho chega perto da onça mesmo correndo o risco de ser pego?

6. O texto apresenta algumas palavras e expressões que não pertencem a variedades socialmente valorizadas, como
a palavra cacunda.
a) Ela é semelhante sonora e graficamente a que outra palavra?
b) Há semelhança de sentidos entre cacunda e a palavra indicada na resposta anterior?
c) Qual dessas palavras é mais restrita a um grupo de falantes?

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7. Releia o trecho:
– Amiga onça, agora faltam as esporas, pois não tenho onde firmar as pernas.
Mais que das outras vezes, a onça deu a testa. Porém, como estava morta de vontade de comer o coelho, acabou
aceitando, desde que ele descesse antes de chegarem ao local da festa.

HAURÉLIO, Marco. Contos folclóricos brasileiros.


São Paulo: Paulus, 2010. p. 15-16.

a) Considerando o contexto em que aparece, a expressão “dar a testa” tem sentido oposto a que ação expressa na
frase seguinte?
b) Reescreva a frase “Mais que das outras vezes, a onça deu a testa” substituindo a expressão destacada por outra
de sentido semelhante.

8. Releia o trecho:
Quando estavam chegando, a onça pediu que ele descesse, mas o danado, fazendo-se de besta, encalcou a espora
no bucho da malvada.

HAURÉLIO, Marco. Contos folclóricos brasileiros.


São Paulo: Paulus, 2010. p. 16.

Qual é o sentido das palavras encalcou e bucho? Justifique.

9. Releia o trecho:
O coelho recusou, dizendo que cairia, sem ter em que segurar. Mas a onça tanto insistiu que ele montou e se
esparrachou no chão.

HAURÉLIO, Marco. Contos folclóricos brasileiros.


São Paulo: Paulus, 2010. p. 15.

Segundo Marco Haurélio, autor de Contos folclóricos brasileiros, o verbo esparrachar é uma versão da fala popular
nordestina para o verbo esparralhar, que significa “cair deitado”.

a) Parte da palavra original foi eliminada e substituída por outro verbo. Qual?
b) O sentido desse verbo incorporado é condizente com a ação de cair? Justifique.

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10. Uma onça é bem maior e mais forte que um coelho. No conto, porém, o coelho consegue levar vantagem sobre
ela.
a) Por quê?
b) Considerando que, nesse tipo de conto, os animais assumem características humanas, o sucesso do coelho sobre
a onça representa a vitória e a derrota de que tipos de pessoa?

11. Considerando o que você já aprendeu sobre conto popular e sobre variação linguística, o que você acha que
aconteceria se essa história fosse contada na mesma linguagem dos jornais mais importantes de cidades como São
Paulo e Rio de Janeiro? Justifique.

12. Leia abaixo o trecho de uma notícia de 2016 sobre a seca no sertão nordestino.

Seca de 5 anos esvazia reservatórios e põe Nordeste em emergência

Com uma inflamação nos joelhos, a lavradora Maria Nascimento da Silva, 72, não consegue mais carregar latas e
galões de água na cabeça, como fez por toda a vida.
Depois de ver os filhos se mudarem para cidades como Salvador e Candeias, na região metropolitana da capital
baiana, hoje mora só com uma neta de nove anos na zona rural de Santa Bárbara, porta de entrada do sertão da
Bahia.
Numa sexta-feira de clima abafado, ela foi uma das moradoras que seguiam em romaria à prefeitura para fazer o
mesmo pedido: que o carro-pipa do Exército, recém-chegado, visitasse a sua casa e abastecesse a cisterna.
Assim como Santa Bárbara, uma em cada duas cidades do Nordeste está em estado de emergência por causa da
seca, que chega ao seu quinto ano consecutivo na região.

[...]
PITOMBO, João Pedro. Seca de 5 anos esvazia reservatórios e põe Nordeste em emergência. Folha de
S.Paulo, São Paulo, 7 nov. 2016. Cotidiano, p. B7.

a) A seca também é abordada no conto. Transcreva o trecho em que ela aparece.


b) No conto, a seca é apenas uma parte do cenário onde se passa a história? Justifique.
c) E qual é o papel da seca na realidade descrita na notícia?
d) Com base na resposta para os dois itens anteriores, compare os papéis da seca no conto e no contexto social
descrito pela notícia.

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Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): _____________________________________________ TURMA: ______

Você já leu ou ouviu falar de um texto biográfico? Leia o texto a seguir, que trata de uma pessoa muito
conhecida no mundo todo.

Nelson Mandela

Nelson Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Seu
nome verdadeiro é Rolihlahla Madiba Mandela. Principal representante do movimento antiapartheid,
considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um
terrorista e passou quase três décadas na cadeia.

[...] Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas
organizações sociais e de direitos humanos.

Disponível em:
<https://educacao.uol.com.br/biografias/nelson-mandela.htm>.

1
O antiapartheid foi um movimento liderado por Nelson Mandela contra a política racial implantada na África
do Sul, em que uma minoria branca detinha o direito ao voto e ao poder político e econômico. Por isso,
Nelson Mandela foi preso, em 1962, e condenado à prisão perpétua.

Releia o trecho sobre a vida de Nelson Mandela e explique por que ele pode ser considerado
uma pessoa pública.

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Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): ___________________________________________________ TURMA: _______

Leia o texto e responda às questões.

Le Petit Prince, O Pequeno Príncipe, é uma obra do escritor, aviador, aristocrata francês
Antoine de Saint-Exupéry, originalmente publicada em inglês e francês em abril de 1943 nos
Estados Unidos.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Saint-Exupéry foi exilado para a América do Norte. Em meio a
problemas pessoais e de saúde, ele produziu quase metade das obras no qual seria lembrado, incluindo o
conto de solidão, amizade, amor e perda, em forma de um jovem príncipe que caiu na Terra. Um
livro de memórias feito pelo autor que contava suas experiências de aviação no deserto do Saara,
acredita-se que ele usou estas experiências como base para escrever o livro.
Em abril de 1943, Saint-Exupéry deixou os Estados Unidos para combater as tropas nazis e deu o
manuscrito à sua companheira, a jornalista Sylvia Hamilton, que o vendeu à Morgan Library & Museum de
Nova Iorque 25 anos depois.
Trata-se de uma das obras literárias mais traduzidas no mundo, tendo sido publicado em mais de 220
idiomas e dialetos. O autor do livro foi também autor das ilustrações originais.

1
O pequeno príncipe

[...]
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui - disse a voz -, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. - Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs o principezinho. - Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa - disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?
- Procuro os homens - disse o principezinho. - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa
interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
- Não - disse o principezinho. - Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente - disse a raposa. - Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil
outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim.
Não passo, a teus olhos, de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos
necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo.
- Começo a compreender - disse o principezinho. - Existe uma flor... eu creio que ela me cativou.
- É possível - disse a raposa. - Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra - disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?

2
-Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito - suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua ideia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e
todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se me cativares, minha
vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros
passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E
depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de
trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será
maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o
barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! - disse ela.
- Bem quisera - disse o principezinho -, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas
coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm mais tempo de
conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os
homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente - respondeu a raposa. - Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na
relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.
Mas, a cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora - disse a raposa.
- Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz.
Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz.
Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas, se tu vens a
qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? - perguntou o principezinho.

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- É uma coisa muito esquecida também - disse a raposa. - É o que faz com que um dia seja diferente dos
outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na
quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se
os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. [...]

SAINT-EXUPÉRY, Antonie de. O pequeno príncipe. Tradução de Dom Marcos Barbosa. 41. ed. Rio de
Janeiro: Agir, 1994

1. Quais são as personagens da história?


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2. O narrador da história é também uma personagem? Como você chegou a essa conclusão?
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3. Na história do pequeno príncipe, a raposa é um animal personificado: sente, pensa e fala como ser
humano. Você já havia lido algum texto cujas personagens também eram personificadas? Comente.
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4. Como a raposa definia a amizade?


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5. Releia o trecho em que aparecem as palavras "cativar" e "rito".
a) Escreva o significado que essas palavras têm no texto.
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b) Procure as palavras no dicionário e confira a sua resposta.

6. Segundo a raposa, o que é preciso para cativar um amigo?


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7. A raposa valoriza o silêncio nos primeiros encontros entre os amigos. E justifica seu ponto de vista com a
afirmação: "A linguagem é fonte de mal-entendidos". O que você entendeu dessa afirmação da raposa?
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8. Em outro momento, a mesma personagem afirma: "descobrirei o preço da felicidade". Sabemos que a
palavra "preço" em seu sentido próprio significa "valor, custo de algo que se vende". No contexto em que
ocorre a fala da raposa, qual é o significado da palavra "preço"?
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9. Como o príncipe reagiu diante das explicações e dos ensinamentos da raposa?


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10. Veja como a raposa conclui a sua explicação sobre o que é cativar:

Mas a raposa voltou à sua ideia.


- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e
todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas, se me cativares, minha
vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros
passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E
depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de
trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será
maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o
barulho do vento no trigo...

a) A raposa explica ao principezinho como a amizade entre eles transformará o ponto de vista dela em
relação a tudo o que está à sua volta. Complete a tabela , observando as possíveis mudanças no mundo da
raposa ao ser cativada pelo pequeno príncipe.

O mundo da raposa antes de ser cativada O mundo da raposa depois de ser cativada
pelo príncipe

Vida monótona

Ao ouvir passo, entra debaixo da terra

Considera o trigo inútil e triste

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b) O que a raposa quis dizer com a expressão "minha vida será como que cheia de sol"?
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c) Ao falar com o príncipe, a raposa usa palavras e expressões como: "sol", "trigo", "cor de ouro" e "dourado".
O que elas têm em comum?
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d) Compare a característica do trigo com as do principezinho. Que relação há entre elas?


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e) O que faria o trigo deixar de ser inútil para a raposa?


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f) O uso dessa comparação no texto produz efeito poético. Por quê?


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11. A amizade, segundo a raposa, aguça os órgãos dos sentidos (visão, olfato, tato, audição e paladar) dos
que estão cativos.

a) Quais desses órgãos serão estimulados se ela e o príncipe se tornarem amigos?

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b) Transcreva os trechos que confirmem sua resposta anterior.

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12. O que você entendeu a respeito da palavra "rito"? Por que a raposa considerava importante ter rito?
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13. Que título você daria a esse trecho do livro de Saint-Exupéry?


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14. A raposa diz que "cativar é uma coisa muito esquecida". Considere suas relações, sua experiência
pessoal e responda: Você concorda com essa afirmação? Por quê?
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__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

8
Atividade de Língua Portuguesa
Aluno (a): __________________________________________ Turma: ________
Leia este poema, de Elias José:

As dores do mundo

Sinto bem fundo com a destruição


todas as dores do mundo. do verde e da vida.

Só que meu poema Tento escrever,


não conseguiu tocar mas sai um poema impotente.
em feridas maiores. Fico pensando:
Abro os jornais as dores do mundo
e leio e choro e me arrepio pedem canções
com a fome ou exigem ação?
com a guerra
(Cantigas de adolescer. 7. ed. São Paulo: Atual,
com a aids
1992. p. 43.)
com a violência

1. O eu lírico (a voz que fala no poema) reflete sobre os problemas do mundo.

a) Como ele se sente diante desses problemas?

__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________

b) Que tipo de iniciativa ele toma como forma de colaborar? Ele fica satisfeito com o resultado? Justifique
sua resposta com um trecho do poema.

__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________

1
2. No final do poema, o eu lírico explicita sua dúvida sobre os problemas do mundo e sobre o
papel da poesia.

a) Qual é a dúvida?

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

b) E para você? A poesia e a arte em geral podem contribuir para transformar a realidade e para buscar
soluções para os problemas do mundo?

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

3. O poema apresenta várias formas verbais simples. Identifique nele:

a) os verbos de 1ª conjugação:

__________________________________________________________________________________________________________

b) os verbos de 2ª conjugação:

__________________________________________________________________________________________________________

c) os verbos de 3ª conjugação:

_________________________________________________________________________________________________________

4. O poema também apresenta algumas locuções verbais.

a) Identifique-as.

__________________________________________________________________________________________________________

b) Em que forma nominal está o verbo principal de cada uma dessas locuções?

__________________________________________________________________________________________________________

2
c) Releia o poema e transforme as locuções verbais em formas verbais simples, mantendo o sentido
principal dos versos.

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

d) Conclua: Entre as formas verbais auxiliar e principal que compõem uma locução verbal, qual das duas
carrega o sentido principal da locução?

__________________________________________________________________________________________________________

e) Que informações a outra forma verbal contém?

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

f) Compare as formas simples que você indicou no item c às locuções verbais empregadas no poema. Que
diferenças de sentido existem entre elas?

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

5. Observe as formas verbais presentes nestes versos:

“Abro os jornais
e leio e choro e me arrepio”

a) Todas as formas verbais empregadas estão no mesmo tempo e modo. Qual é o tempo e o modo?

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

3
b) Essas formas verbais apresentam em comum uma desinência número-pessoal. Qual é ela? O que ela
indica?

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

c) Que efeito sonoro e de sentido a repetição da palavra e provoca nesses versos?

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

6. A maior parte das formas verbais empregadas no poema está na 1ª pessoa do singular.

a) O que justifica esse predomínio?

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

b) Identifique as demais formas verbais que estão em outras pessoas. Justifique o emprego delas nessas
pessoas.

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________

4
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): ________________________________________________________ TURMA: _______

O trecho a seguir ilustra o que acontece no momento em que Alice conversa com sua gatinha,
Kitty, acerca da Casa do Espelho. Leia-o.

– E agora, Kitty, se você ficar quietinha e me escutar e não falar tanto, eu lhe direi tudo que penso sobre a
Casa do Espelho. Em primeiro lugar, existe a sala que a gente vê do outro lado do espelho – é igualzinha à
nossa sala de visitas, só que está tudo ao contrário. Posso ver tudo quando subo em cima de uma cadeira,
tudo, fora aquele pedaço que está por trás da lareira. Ah, queria tanto poder ver aquele canto! (...)
Bom, os livros são mais ou menos parecidos com os nossos, só que as palavras estão ao contrário. Sei disso
porque uma vez levantei um livro diante do espelho e eles levantaram um também na outra sala. (...) Oh,
Kitty, que bom seria atravessar para dentro da Casa do Espelho! Tenho certeza de que existem coisas lindas
lá dentro. Vamos fazer de conta que existe uma maneira de atravessar, Kitty. Imagine que o espelho tenha
ficado todo macio como gaze, e assim se pode atravessá-lo. Ora essa, ele está se transformando numa
espécie de névoa, juro! Seria bem fácil atravessar...
Ela estava trepada na chaminé enquanto dizia isso, embora nem soubesse como tinha ido parar ali. E, de
fato, o espelho estava começando a dissolver-se, como se fosse uma brilhante névoa prateada.

1
Lewis Carroll. Tradução: Sebastião Uchoa Leite.
Através do espelho e o que Alice encontrou lá. Editora 34. Ilustrações: John Tenniel.

1. Leia as informações abaixo:


I. Ao relatar a Kitty suas impressões acerca da Casa do Espelho, é possível notar o grande desejo de Alice
adentrar na mencionada casa – o que pode ser evidenciado pelas palavras “Ah!” e “Oh!”.
II. Em conformidade com o relatado no trecho, nota-se que era possível à menina ver absolutamente todos
os espaços da sala que, segundo ela, existiam na Casa do Espelho.
III. Alice demonstra acreditar que o outro lado do espelho seja habitado, pois, certa vez, ao levantar um
livro, disse à menina que esse ato fora reproduzido na tal sala que conseguia avistar, subindo numa cadeira.

De acordo com o texto, estão corretas:


a) apenas a afirmação I.
b) apenas as afirmações I e III.
c) apenas a afirmação II.
d) apenas as afirmações II e III.
e) as afirmações I, II e III.

2. E Alice continua a “conversar” com sua gatinha Kitty. Assinale a alternativa que traz a fala da
personagem adequadamente pontuada.
a) Gostarias de viver na Casa do Espelho Kitty? Será que lá eles também te dariam leite?
Talvez o leite do espelho não seja lá muito bom de se beber...
b) – Gostarias de viver na Casa do Espelho, Kitty! Será que lá eles também te dariam leite.
Talvez. O leite do espelho não seja lá muito bom de se beber.
c) – Gostarias de viver na Casa do Espelho, Kitty? Será que lá eles também te dariam leite.
Talvez, o leite do espelho não seja lá muito bom de se beber?
d) – Gostarias de viver na Casa do Espelho, Kitty? Será que lá eles também te dariam leite?
Talvez o leite do espelho não seja lá muito bom de se beber...
e) – Gostarias de viver na Casa do Espelho, Kitty. Será que lá eles também te dariam leite!
Talvez o leite do espelho não seja lá muito bom de se beber?

2
3. Na sequência da obra literária apresentada, Lewis Carroll narra o momento em que Alice,
finalmente, atravessa o espelho. No entanto, no trecho a ser lido, foram introduzidos,
propositalmente, três erros ortográficos.
No momento seguinte Alice paçava através do espelho e saltava de leve no chão da Casa do Espelho. A
primeira coiza que fez foi ver se tinha fogo na lareira e ficou muinto satisfeita de ver que tinha fogo de
verdade, tão resplandecente quanto o do outro lado. “Assim ficarei tão quentinha aqui como na minha antiga
sala”, pensou Alice...

Os erros estão em:


a) paçava (o correto: passava); primeira (o correto: primera); fez (o correto: fes).
b) coiza (o correto: coisa); muinto (o correto: muito); resplandecente (o correto: resplandescente).
c) paçava (o correto: passava); coiza (o correto: coisa); muinto (o correto: muito).
d) paçava (o correto: passava); chão (o correto: xão); lareira (o correto: larera).
e) primeira (o correto: primera); coiza (o correto: coisa); resplandecente (o correto: resplandescente).

4. No período “Imagine que o espelho tenha ficado todo macio como gaze, e assim se pode
atravessá-lo”, o pronome em destaque – lo – refere-se ao termo:
a) todo.
b) macio.
c) gaze.
d) espelho.
e) o período não traz o termo a que o pronome se refere.

5. No período “Ela estava trepada na chaminé enquanto dizia isso, embora nem soubesse como
tinha ido parar ali”, o termo embora pode ser substituído, sem alteração de sentido, por
a) caso contrário.
b) mesmo que ou ainda que.
c) no entanto ou entretanto
d) enquanto ou portanto.
e) tanto faz.

3
1

Atividade de Língua Portuguesa


Aluno (a): __________________________________ Turma: ________
Leia os textos a seguir e identifique a linguagem que cada um utiliza:
verbal, não verbal, multimodal ou visual.

a) ____________________________________________
2

b) ____________________________________________

c) _____________________________________________
— Pai, se eu apagar a luz, você consegue assinar o seu nome?
— Claro que sim, meu filho.
Depois de apagar a luz:
— Então assina aqui o meu boletim da escola, pai.

(In: Paulo Tadeu. Proibido para maiores — As melhores piadas


para crianças. 6. ed. São Paulo: Matrix, 2007. p. 31.)
d) _____________________________________________
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): ______________________________________ TURMA: _____

Candido Portinari. Meninos brincando, 1955.


Óleo sobre tela, 60 cm 3 72,5 cm.

1
Leia o relato biográfico abaixo e responda às questões.

Portinari

O vigário da cidade de Brodósqui, em São Paulo, estava com problemas. Queria


uma porteira, mas não conseguia explicar à pessoa que a faria como ela deveria
ser. Até que um menino chegou e desenhou a porteira, do jeito que o padre queria!
O religioso ficou olhando para o garoto. Seu nome era Candido Portinari, mas todos
o chamavam de Candinho. Filho de italianos, ele nasceu em 1903 numa fazenda de
café perto de Brodósqui. [...]
Quando ajudou o vigário, Portinari tinha nove anos. Mas sua pouca idade não
impediu que o padre o convidasse para algo importante: participar da restauração
da igreja, que seria feita por artistas, com quem Candinho poderia aprender. Convite
aceito, lá foi o menino, que pintou as estrelas do forro da paróquia. [...]
O garoto, que era pensativo, sempre mostrou que tinha jeito para pintura. Ele vivia
desenhando. Mas não havia futuro para seu talento numa cidade como Brodósqui.
Candinho precisava estudar no Rio de Janeiro!
A chance surgiu quando o garoto tinha 15 anos: uma família de Brodósqui, dona de
pensão no Rio de Janeiro, decidiu vir para a cidade natal por causa da gripe
espanhola, doença que se alastrava na época. Então, o pai de Portinari perguntou
se o filho não poderia trabalhar na pensão da família. A ideia foi aceita e... Candinho
passou noites sem dormir, com pena de deixar seus pais e irmãos.
[...]
[...] A vida do menino de Brodósqui na nova cidade era dura. Além de estudar,
Portinari trabalhava para sobreviver. Ele entregava marmitas para a pensão e, por
vezes, mudou seu caminho só para não encontrar colegas das aulas. Portinari era
bem diferente deles: menino do interior, tinha pouco estudo e era pobre. Então, nem
sempre era aceito.

2
Candido Portinari. Baile na roça, 1923-1924. Óleo sobre tela, 97 cm 3 134 cm.

Na época, o que marcava o início da carreira de um pintor era um prêmio: uma


viagem ao exterior! Em 1924, Portinari decidiu concorrer a ele, apresentando quatro
retratos e o quadro Baile na roça, que tinha um tema bem brasileiro e os
personagens inspirados em gente de Brodósqui! Mas, por ser diferente do
tradicional, a obra foi rejeitada pela organização do concurso, que só aceitou os
retratos na competição.
[...] A vitória viria apenas quatro anos depois. Então, o artista ganharia o mundo e
perceberia que sua vocação era retratar o Brasil!
Na Europa, Portinari viajou pela Inglaterra, Espanha, Itália e morou em Paris. Nessa
época, em vez de pintar e desenhar muito, preferiu observar e aprender.
Diariamente, ia a museus para ver as obras dos grandes mestres da pintura.
Também frequentava cafés, onde descobriu o que os artistas estavam fazendo de
novo na arte. Seus amigos no Brasil brincavam dizendo que ele estava só se
divertindo na Europa.
Mas Portinari estava em crise. Ele sentia que, ao retornar ao Brasil, precisava fazer
o que havia começado em Baile na roça: pintar sua gente. Tanto que escreveu, da
França, uma carta em que dizia: “Daqui fiquei vendo melhor a minha terra. Fiquei
vendo Brodósqui como ela é. Quando voltar, vou ver se consigo fazer a minha
terra”.

3
[...] Estão nos trabalhos de Portinari os mestiços, negros, índios e outros tipos
brasileiros; as festas populares, como o Bumba Meu Boi e o Carnaval; a infância em
Brodósqui, com os meninos brincando de pular carniça sob o céu estrelado ou
soltando papagaio como se fosse agosto; o drama dos retirantes que o pintor
acompanhou na infância em sua terra natal; a vida dos trabalhadores rurais, com
sua rotina e dificuldades.
Tudo isso pintado de uma maneira diferente, pois Portinari não tentou retratar o
Brasil como se suas telas fossem fotografias. Ele buscou distorcer e exagerar traços
das figuras, por exemplo, para expressar emoção e despertar sentimentos em quem
via a obra. E, embora tenha dedicado sua carreira a pintar a gente e a cultura do
seu país, Portinari conseguiu passar uma mensagem universal. Tanto é que foi
premiado aqui e no exterior.
Esse artista, que tinha muito orgulho do seu trabalho e pintava de terno branco, sem
se sujar, morreu no dia 6 de fevereiro de 1962. Ele, que se comparava a um
operário porque adorava suas ferramentas de trabalho, faleceu intoxicado pelo
chumbo que havia nas tintas que usava. [...]
Mara Figueira, com a colaboração de João Candido Portinari.

Em: Ciência Hoje das Crianças, n. 140, out. 2003. (Fragmento).

GLOSSÁRIO
Restauração: processo que tem como objetivo colocar algo no estado original ou
em melhor estado.
Pular carniça: brincadeira infantil que consiste em pular por cima de um dos
participantes, que está encurvado, usando as mãos para se apoiar em suas costas
ou ombros; pular sela.
Retirantes: pessoas que migram para outros lugares devido à seca em seu local de
origem.
Intoxicado: quem sofreu envenenamento por contato com substância tóxica.

4
Questões de compreensão do texto.

1. Complete a ficha a seguir com dados de Candido Portinari extraídos do


texto.

Nome completo

Local de nascimento

Ano de nascimento

Profissão

Uma obra de destaque

Uma curiosidade a respeito do seu


trabalho

Data de falecimento

2. Esse relato biográfico, além de descrever acontecimentos marcantes da


vida do pintor, revela seu temperamento, seus sentimentos e seus desejos.

a) Observe os trechos a seguir e assinale os que confirmam essa afirmação.


( ) “Filho de italianos, ele nasceu em 1903 numa fazenda de café perto de
Brodósqui.”
( ) “Candinho passou noites sem dormir, com pena de deixar seus pais e irmãos.”
( ) “Além de estudar, Portinari trabalhava para sobreviver.”
( ) “Mas Portinari estava em crise. Ele sentia que [...] precisava fazer o que havia
começado [...].”

b) O fato de a autora do relato referir-se ao pintor pelo apelido “Candinho” confirma


ou nega a intenção de mostrar Portinari além do artista?
___________________________________________________________________

3. Por quem e em que situação o talento de Candinho foi descoberto?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4. Releia a frase a seguir e explique por que Portinari não teria se tornado um
pintor famoso se tivesse permanecido em Brodósqui.

“Mas não havia futuro para seu talento numa cidade como Brodósqui.”

5
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5. A vida de Portinari no Rio de Janeiro era difícil.


a) Qual era seu trabalho?
___________________________________________________________________

b) Sublinhe o trecho do texto que mostra a provável causa de sua não aceitação.

c) Que atitude de Candinho comprova a afirmação de que ele não se sentia aceito?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
d) Como você acha que o menino se sentia nessa situação?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6. Ao sair do Brasil, Candinho percebeu o que gostava de pintar. Releia o


trecho.

“Daqui fiquei vendo melhor a minha terra. Fiquei vendo Brodósqui como ela é.
Quando voltar, vou ver se consigo fazer a minha terra.”

a) A que lugar se refere a palavra daqui, no trecho?


___________________________________________________________________

b) Assinale V para verdadeiro ou F para falso, de acordo com o trecho.


( ) Como Portinari estudou no exterior, pôde aprender mais sobre a cultura e a
história do Brasil.
( ) O distanciamento e a saudade de sua terra alimentaram a vontade de Candinho
de voltar a pintar a gente simples de Brodósqui.

7. Esclareça o sentido da seguinte expressão em sentido figurado usada no


texto: “Então, o artista ganharia o mundo [...]!”
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6
8. Reescreva as frases substituindo as palavras destacadas por sinônimos
encontrados no quadro abaixo.
aptidão maneira prontidão se espalhava

aumentava se adiantava modo ocasião

a) “O garoto, que era pensativo, sempre mostrou que tinha jeito para pintura.”
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

b) “[...] uma família de Brodósqui [...] decidiu vir para a cidade natal por causa da
gripe espanhola, doença que se alastrava na época.”
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

9. Assinale a frase em que a palavra paróquia é empregada com sentido


diferente daquele em que é usada no texto.
( ) A paróquia precisava de um novo sacerdote.
( ) Aquele sujeito é o maior mentiroso da paróquia!

Explique o significado com que a palavra paróquia foi empregada na frase que você
assinalou.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

10. Chame alguém que more com você para ler o relato biográfico de Candido
Portinari. Vocês podem dividir o texto em parágrafos e combinar quem lerá
cada um deles. Quando terminarem, faça as seguintes perguntas a essa
pessoa:

➔ Você conhecia a vida desse pintor?


➔ O que chamou a sua atenção na história de vida dele?
➔ Candido Portinari nasceu na cidade de Brodósqui, no estado de São Paulo. E
você, onde nasceu?

7
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): ______________________________________________________________ TURMA: ________

Leia o texto e responda às questões.

Brinquedos das crianças carajás

As índias carajás, que vivem na Ilha do Bananal, entre os Estados de Tocantins e Mato Grosso, cultivam uma antiga
tradição: fazem e ensinam suas filhas a moldar pequenas bonecas de barro. Chamadas Licocós, essas bonecas são
modeladas com braços grossos e decoradas com a mesma pintura corporal dos carajás. Elas trazem dois círculos
tatuados no rosto, logo abaixo dos olhos, que são uma marca característica dos carajás.
Atualmente, essas bonecas são vendidas como artesanato aos turistas que visitam a ilha, e passaram a ser
modeladas praticando diferentes atividades do cotidiano do povo carajá: pescando, dançando e plantando mandioca.
Os carajás também fazem objetos de madeira, como canoas, chocalhos e arco e flechas, que são brinquedos
somente para os meninos. [...]
[...] Entre os carajás, [...] os brinquedos dos meninos são feitos pelos irmãos mais velhos ou pelos pais. [...]

1
"A arte indígena". Revista Recreio. São Paulo. Abril. ano 1. n. 14. 15 jun. 2000. Suplemento Para Saber Mais: Artes.
p. 20.

1. O texto comenta sobre qual povo indígena?


___________________________________________________________________________________________________________________

2. Que assunto o texto comenta sobre esse povo?


___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________

3. O que você acha do fato de as índias ensinarem suas filhas a fazerem as bonecas?
___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________

4. Como são as bonecas Licocós?


___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________

5. Os carajás também fazem brinquedos para os meninos? Se sim, informe quais.


___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________

6. O texto diz que as bonecas Licocós são modeladas praticando diferentes atividades do cotidiano do povo carajá.
Por que você acha que eles fazem isso?
___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________

7. Por que você acha que as bonecas Licocós são vendidas como artesanato?
___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________

2
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A) _________________________________________________ TURMA: _______

Leia o texto e responda à questão.

Infância

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.


Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso

1
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
— Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética, Record, 2001.

Leia as afirmações feitas a seguir, a respeito do poema:

I. No texto, o poeta rememora episódios de sua infância.

II. A infância do poeta caracteriza-se pela repetição dos mesmos pequenos acontecimentos de uma pacata

vida doméstica.

III. O menino foge da monotonia, da solidão, lendo as histórias de Robinson Crusoé.

IV. Desde criança, o poeta já percebia que sua vida tinha mais beleza que a de Robinson Crusoé.

Estão corretas as afirmações feitas em

a) I e II, apenas.

b) I, II e III, apenas.

c) II, III e IV, apenas.

d) I, II, III e IV.

e) II e III, apenas.

2
Atividade de Língua Portuguesa
aluno (a): _________________________________ turma: ________

Leia o texto abaixo e responda às questões.

1
1. A quem esse texto se dirige? Identifique os termos utilizados por
ele para fazer referência a seus leitores.
____________________________________________

2. Reescreva a frase da parte superior do texto, modificando seu


sentido, dirigindo-se diretamente ao leitor.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________

3. Identifique, no texto central, as formas pronominais utilizadas


para se dirigir diretamente ao leitor do texto. Em seguida,
classifique essas formas.
____________________________________________

4. Releia a frase em letras menores na parte inferior do texto.


a) Identifique o pronome demonstrativo que ela contém.
____________________________________________

b) A que elemento o pronome faz referência nesse contexto?


____________________________________________

2
Atividade de Língua Portuguesa
Gênero textual: biografia

A biografia é um gênero textual cujo objetivo é apresentar partes da trajetória de vida de uma
pessoa. É comum encontrar biografias de personalidades, porque ou fizeram algo importante
para a sociedade ou são muito conhecidas por determinado público. Esses textos são escritos
por biógrafos (pesquisadores), pessoas próximas da personalidade, como amigos e familiares,
ou pelo próprio biografado (nesse caso, trata-se de uma autobiografia). Voltadas a diversos tipos
de público, as biografias são publicadas em livros ou sites e podem dar origem a filmes,
documentários e livros. A estruturação do texto segue a ordem cronológica dos fatos, por isso é
comum a apresentação dos acontecimentos na forma de linha do tempo. Emprega-se a terceira
pessoa do discurso e o tempo verbal mais comum é o pretérito perfeito do indicativo.

No texto a seguir, você vai conhecer uma artista que contribuiu muito para a arte
brasileira.

Encontro com Tarsila

1. Tarsila do Amaral nasceu em Capivari, interior de São Paulo, em 1886.


2. Seus pais eram fazendeiros e a lavoura de café lhes proporcionava uma vida bastante
confortável. Eram pessoas cultas e preocupavam-se em oferecer uma educação refinada a
seus filhos. Tarsila e seus irmãos aprenderam a ler com uma professora belga, que lhes dava
aulas particulares.
3. Foi na fazenda em que nasceu que Tarsila passou sua infância. Menina levada, durante o dia
corria atrás das galinhas, saltava sobre grandes pedras, subia em árvores e brincava com
bonecas de mato que ela mesma fazia.
[...]
4. Desde criança gostava muito de desenhar, sempre acompanhada de seus gatos. [...] Dos
desenhos que fez quando pequena, o que mais gostou foi o de uma galinha com seus pintinhos.
5. Foi tão bom o tempo vivido na fazenda, que Tarsila nunca mais o esqueceu…
6. Suas lembranças aparecem em muitas de suas obras.
7. Os bichos reais ou imaginários que povoaram sua infância…
[...]
8. Fez diversas viagens à Europa. Em Paris, na França, estudou e conheceu artistas famosos.
De alguns ficou amiga. A influência deles foi muito importante em sua obra.
9. Fora do Brasil, longe da fazenda, sentia saudade.
10. Nas cartas que escrevia para sua família, dizia que quanto mais longe do Brasil, mais
brasileira se sentia. Queria ser a pintora de sua terra, a caipirinha da fazenda São Bernardo, em
Capivari. [...]
11. Com formas quase geométricas, linhas curvas e retas e muita cor, retratou a alegria e o bom
humor do Carnaval carioca daquela época.
Uma noite pintou um de seus quadros mais famosos, uma estranha figura saída de sua
imaginação: um homem gigante com a cabeça bem pequena. Essa obra recebeu um nome

1
também muito estranho: Abaporu, que em tupi significa “homem que come carne humana” [...].
12. Morreu em 1973, aos 87 anos, deixando obras que muito orgulham os brasileiros.

Encontro com Tarsila, de Cecília Aranha e Rosane Acedo. 4. ed. São Paulo: Formato, 2010. p.
6-10; 12-18; 24-32

Questões de interpretação do texto


1. Em que ano e onde ela nasceu?

2. Ela teve uma infância feliz? Comprove sua resposta com uma passagem do texto.

3. Qual era uma das preocupações dos pais de Tarsila do Amaral? Você concorda com essa
preocupação? Por quê?

4. O que Tarsila do Amaral gostava de fazer desde criança?

5. Releia este trecho do texto e responda às questões.

Nas cartas que escrevia para sua família, dizia que quanto mais longe do Brasil, mais brasileira
se sentia. Queria ser a pintora de sua terra, a caipirinha da fazenda São Bernardo, em Capivari.

a) Por que, provavelmente, Tarsila do Amaral se sentia mais brasileira quando estava longe no
Brasil?

b) O que quer dizer a expressão “caipirinha da fazenda São Bernardo”?

c) Por que Tarsila do Amaral queria ser a pintora de sua terra?

6. Volte ao texto e pinte as partes da história de Tarsila do Amaral de acordo com a legenda a
seguir.

(verde) Nascimento de Tarsila do Amaral.

(laranja) Infância de Tarsila do Amaral.

(amarelo) Período de viagens e estudos de Tarsila do Amaral.

(azul) Características das obras de Tarsila do Amaral.

(vermelho) Morte de Tarsila do Amaral.

7. Como se classificam textos que contam parte da trajetória de vida de uma pessoa?
a) autobiografia
b) relato
c) biografia

8. Você acha que a trajetória de vida de uma pessoa pode ser inteiramente contada em livro,
filme ou peça teatral? Por quê?

2
9. Observe as obras abaixo de Tarsila do Amaral e responda às questões.

Vendedor de frutas O lago

Operário

3
a) Cada uma das obras que você viu possui uma temática diferente. Qual é o tema de cada uma
delas?

b) Observe os detalhes, as cores, os traços e os temas das obras. Depois, responda: você
acha que o artista é influenciado pelo meio em que vive? Explique.

c) Para você, o que é preciso para fazer arte?

10. Retome o trecho que você leu da biografia de Tarsila do Amaral.


a) Os verbos estão, em sua maioria, em quais tempos verbais?
b) Por que você acha que isso acontece?

11. Com base na biografia lida e nas atividades que você fez até aqui, marque V nas afirmações
verdadeiras e F nas falsas.

( ) A biografia conta as partes mais interessantes da vida de uma pessoa.

( ) A biografia normalmente apresenta verbos no presente.

( ) A biografia segue a ordem cronológica dos fatos, isto é, conta partes da história de uma
pessoa desde seu nascimento até sua morte ou atual situação.

( ) A biografia tem as mesmas características de um diário.

12. Quais pessoas normalmente são biografadas? Por quê?

4
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): _____________________________________________________________ TURMA: _________

Nesta atividade, você continuará estudando o gênero carta de solicitação. Por meio desse tipo de texto,
que, em geral, utiliza linguagem formal e possui um desenvolvimento mais longo, analisaremos como a
repetição ou substituição de certos termos contribui para o entendimento da mensagem.

Leia uma carta em que a diretora-executiva de Médicos Sem Fronteiras Brasil faz uma
solicitação aos doadores da organização.

Rio de Janeiro, outubro de 2019.

Prezado(a) Doador(a) Sem Fronteiras,


Hoje, quero compartilhar com você a edição especial da revista InformAção – Relatório Anual 2018.
Nela, abordamos as principais atividades de Médicos Sem Fronteiras (MSF) e mostramos onde foram
investidos os recursos recebidos no Brasil e no mundo.
Em 2018, nossas equipes ofereceram mais de 11 milhões de consultas ambulatoriais em 74
países. Esse foi um ano particularmente marcado pela necessidade de apoiar pessoas em deslocamento.
São crianças e idosos, homens e mulheres que precisam deixar suas casas, famílias e histórias para
escapar da violência dos lugares onde vivem. Hoje, quase 70 milhões de pessoas são migrantes, refugiados
ou requerentes de asilo em algum lugar do mundo*, e tudo o que eles buscam é sobrevivência. Essa é a
realidade, por exemplo, de quase 1 milhão de rohingyas, que vivem em Bangladesh, fugindo de Mianmar.
Iêmen, Iraque, Nigéria e diferentes países da América Latina são apenas alguns exemplos de onde
atendemos milhares de pessoas afetadas pela violência, que buscam cuidados de saúde e, principalmente,
segurança para recomeçarem suas vidas. Nessas situações, os sistemas de saúde são covardemente
destruídos ou ficam sobrecarregados. Por isso, além de cuidar dos feridos, MSF ajuda a conter surtos e
epidemias que surgem em decorrência das duras condições de vida em acampamentos
improvisados, e oferece atendimento de saúde mental a sobreviventes de violência.

1
Asilo: lugar de amparo, abrigo, geralmente de idosos.
Consulta ambulatorial: que atende pacientes de pouca gravidade.
Rohingyas: grupo muçulmano.
Surto: aparição inesperada de algo.

[...]
Não deixe de ler esta edição especial, para saber mais sobre o que conseguimos fazer em 2018. São
pessoas especiais como você que nos permitem levar atendimento médico aos lugares mais remotos,
mesmo nas piores crises e emergências. Seu apoio constante garante nossa independência. Assim,
podemos oferecer cuidados humanitários e de saúde às pessoas mais vulneráveis, onde quer que estejam,
com base unicamente nas necessidades de cada população.
Nesse momento de crise e de incertezas, peço gentilmente que nos ajude ainda mais e faça uma doação
especial agora mesmo, pagando o boleto anexo no valor de sua preferência. Com R$ 89,00, por
exemplo, conseguimos adquirir 94 testes rápidos para o diagnóstico de malária. Com R$ 203,00,
podemos obter 2 463 comprimidos de ácido fólico para tratar e prevenir anemias e evitar defeitos na
formação de bebês durante a gestação. E com R$ 619,00, é possível providenciar 7 doses da vacina para
prevenir a meningite meningocócica.
Nunca é demais lembrar que toda ajuda é importante e que só conseguimos agir rapidamente e atender a
quem mais precisa, porque contamos como nossos Doadores Sem Fronteiras. Por isso, agradeço
sinceramente o seu apoio constante.
Obrigada por nos acompanhar até aqui e boa leitura.

Ana de Lemos
Diretora-executiva
Médicos Sem Fronteiras Brasil

P.S.: com essa doação especial, você ajuda ainda mais a salvar vidas. Pague o boleto anexo em
qualquer banco ou pela internet, indicando o valor que deseja doar. Se preferir, ligue para 4004-5545
(capitais e áreas metropolitanas) ou 0800 940 3585 (demais localidades, de qualquer telefone fixo). Para
ler o relatório completo, acesse msf.org.br. Muito obrigada!

2
LEMOS, Ana de. Médicos Sem Fronteiras Brasil. Rio de Janeiro, setembro de 2019.

Malária: doença infecciosa transmitida por mosquitos.


Meningite meningocócica: inflamação da membrana que envolve o cérebro, causada por bactéria.

1. Qual o objetivo de a remetente compartilhar a edição especial da revista InformAção – Relatório Anual
2018?
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__________________________________________________________________________________________________________

2. A respeito da estrutura das duas cartas de solicitação que foram lidas nesta e na atividade anterior,
analise se as afirmativas a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) A saudação inicial e a despedida são as mesmas nas duas cartas.
( ) A solicitação da remetente é a mesma nas duas cartas.
( ) Nas duas cartas, a remetente envia algo para o destinatário.
( ) A sigla “P.S.” foi usada com o mesmo objetivo nas duas cartas.

3. De acordo com as informações apresentadas no texto, os rohingyas:


( ) são de Bangladesh.
( ) são de Mianmar.

4. Por que o ácido fólico é tão importante durante a gestação?


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__________________________________________________________________________________________________________

› Reconheça palavras que podem ser substituídas sem comprometer o sentido do texto.
› Identifique as palavras que substituem os termos já utilizados.

3
5. No trecho “Nela, abordamos as principais atividades de Médicos Sem Fronteiras (MSF) [...]”, o termo

destacado refere-se à:

(A) carta enviada.

(B) revista InformAção.

(C) solicitação de doação.

(D) sigla “P.S.”.

6. O termo destacado no trecho “[...] e tudo o que eles buscam é sobrevivência [...]” refere-se aos:

(A) migrantes.

(B) refugiados.

(C) requerentes de asilo.

(D) rohingyas.

7. Em “Nessas situações, os sistemas de saúde são covardemente destruídos ou ficam sobrecarregados”, o

termo destacado se refere às situações de:

(A) deslocamento.

(B) sobrevivência.

(C) violência.

(D) epidemia.

4
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): _________________________________________________ TURMA: ________

Eduardo Gonçalves de Andrade, conhecido como Tostão, é um médico e ex-futebolista brasileiro. É


considerado um dos grandes jogadores do futebol nacional e internacional. É também um dos maiores
ídolos da história do Cruzeiro.

Leia um trecho da crônica “A perfeição não existe” e responda às questões.

Os trinta anos da conquista da Copa do Mundo de 70 estão sendo muito comemorados. Recentemente,
sentei-me diante da TV para assistir, na íntegra, aos jogos daquela seleção. Com ansiedade, orgulho e
saudade, tentei ver as partidas com o olhar crítico de um comentarista e sem a emoção daquele momento.
Queria entender a magia daquele time, idolatrado desde a conquista do título. Sei que foi a primeira Copa
transmitida ao vivo pela TV, que o Brasil ganhou todas as partidas, que goleou a Itália na final por 4 a 1 e
que havia um grito contido no povo, por causa da ditadura, mas existe um encanto ou uma admiração por
aquela equipe que ultrapassa meu entendimento.
Naquela época, a marcação individual e a velocidade eram infinitamente menores que hoje.

1
Parreira disse, numa entrevista à revista Placar, que ver hoje a seleção de 70 atuar é um exercício de
paciência por causa da lentidão. O treinador (na época, observador e auxiliar da preparação física) é um
apaixonado pela marcação, pela velocidade e pelo futebol moderno. [...]

TOSTÃO. A perfeição não existe. São Paulo: Três Estrelas, 2012. p. 28.

1. Qual o objetivo de Tostão ao rever os jogos da seleção?

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2. Que diferença Tostão reconhece que existe entre a seleção de 1970 e os times da atualidade?

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3. Na crônica, Tostão descreve a fala de Parreira usando uma metáfora. Copie a frase com essa metáfora e
explique-a.

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4. Identifique, no terceiro parágrafo, a hipérbole que caracteriza Parreira. Explique-a.

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2
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): __________________________________________________________ TURMA: ________

Textos narrativos geralmente são compostos de personagens, tempo, espaço etc. Você conseguiria identificar todos
esses elementos? E quanto ao conflito do enredo, você sabe o que isso é?
Essa atividade colocará você diante de situações que o fará pensar nessas questões.

Leia o poema a seguir. Talvez você até conheça essa história.

O Lobo e o Cordeiro quase dez braças abaixo


de vós, nesta correnteza,
Na água limpa de um regato, não posso sujar-vos a água.
matava a sede um Cordeiro,
quando, saindo do mato, – Não importa. Guardo mágoa
veio um Lobo carniceiro. de ti, que ano passado,
me destrataste, fingindo!
Tinha a barriga vazia, – Mas eu nem tinha nascido.
não comera o dia inteiro. – Pois então foi teu irmão.
– Como tu ousas sujar – Não tenho irmão, Excelência.
a água que estou bebendo? – Chega de argumentação.
– rosnou o Lobo, a antegozar Estou perdendo a paciência!
o almoço. – Fica sabendo – Não vos zangueis, desculpai!
que caro vais me pagar! – Não foi teu irmão? Foi teu pai
ou senão foi teu avô –
– Senhor – falou o Cordeiro – disse o Lobo carniceiro.
encareço à Vossa Alteza E ao Cordeiro devorou.
que me desculpeis, mas acho
que vos enganais: bebendo, Onde a lei não existe, ao que parece,
a razão do mais forte prevalece.

LA FONTAINE. Fábulas. 6. ed. Trad. Ferreira Gullar. Rio de Janeiro: Revan, 2011.

1
Antegozar: sentir o prazer futuro.
Carniceiro: aquele que come carne.
Destrataste: desrespeitaste.
Prevalece: tem mais valor.
Regato: riacho, córrego.
Rosnou: soltou um som rouco e ameaçador.

1. Depois de ler o poema de La Fontaine, responda.

a) Quais são os personagens que aparecem no poema?


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b) O que esses personagens estavam fazendo no início do texto?


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c) Sobre as falas que aparecem ao longo do poema, assinale as alternativas corretas.


( ) A fala “Como tu ousas sujar a água que estou bebendo?” — pertence ao lobo.
( ) A fala “Fica sabendo que caro vais me pagar!” — pertence ao cordeiro.
( ) A fala “Mas eu nem tinha nascido.” — pertence ao cordeiro.

2. Ao longo da conversa, o lobo tenta argumentar para mostrar que está com razão de estar bravo com o
cordeiro.

a) Qual foi o primeiro argumento que o lobo usou para justificar a irritação?
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2
b) E qual foi a resposta do cordeiro a essa colocação do lobo?
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c) O lobo aceitou o argumento do cordeiro? Justifique sua resposta.


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3. Explique o desfecho da história.


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4. A moral do poema narrativo lido é: “Onde a lei não existe, ao que parece, a razão do mais forte
prevalece”. Assinale a alternativa que melhor explica essa moral.
( ) Quando a fome aparece, tudo é justificável.
( ) Em terra sem lei, todos fazem o que querem.
( ) Contra a força, não há verdade que se sustente.

3
Os poemas narrativos contam uma história em versos e apresentam todos os elementos necessários para
que essa história aconteça: enredo, personagens, narrador, conflito, clímax, desfecho etc. Mas, por outro
lado, esses poemas contêm elementos poéticos que os tornam diferentes das narrativas em prosa.

› Observe os elementos da narrativa: narrador, personagens, tempo, espaço e enredo.


› Fique atento à estrutura do enredo: situação inicial, conflito, clímax e desfecho.
› Identifique como os personagens se relacionam ao longo do desenvolvimento da história.

5. No poema O Lobo e o Cordeiro, o conflito gerador de toda a trama é:


(A) o descuido do cordeiro.
(B) a fome do lobo.
(C) a ingenuidade do cordeiro.
(D) a força do lobo.

6. Nessa versão do escritor nordestino Ferreira Gullar, o eu lírico, aquele que “fala” no poema, corresponde:
(A) ao lobo.
(B) ao cordeiro.
(C) a uma terceira pessoa.
(D) a La Fontaine.

7. Uma marca do poema narrativo que o difere das narrativas em prosa é a presença de:
(A) diálogo.
(B) travessão.
(C) enredo.
(D) rimas.

8. No desfecho do poema, é possível perceber que:


(A) o lobo agiu pensando apenas nas próprias necessidades.
(B) a ingenuidade do cordeiro permitiu que ele fosse devorado.
(C) o lobo estava realmente com a razão de reclamar do cordeiro.
(D) o bem vence o mal, independentemente da situação.

4
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): ________________________________________________________ TURMA: ________

Leia uma lenda para resolver as questões propostas.

Como nasceu a primeira mandioca

Era uma vez uma índia chamada Atiolô. Quando o chão começou a ficar coberto de frutinhas de murici, ela
se casou com Zatiamarê.
As frutinhas desapareceram, as águas do rio subiram apodrecendo o chão. Depois, o sol queimou a terra,
um ventinho molhado começou a chegar do alto da serra.
Quando os muricis começaram outra vez a cair, numa chuvinha amarela, Atiolô começou a rir sozinha.
Estava esperando uma menininha.
Zatiamarê, porém, vivia resmungando:
— Quero um menino. Para crescer feito o pai. Flechar capivara feito o pai. Pintar o rosto assim de urucum
feito o pai.
O que nasceu mesmo foi uma menina. Zatiamarê ficou tão aborrecido que nem lhe deu um nome. E ficou
muitas luas sem olhar a sua cara. A mãe, por sua própria conta, começou a chamar a menininha de Mani.
O único presente que Zatiamarê deu a Mani foi um teiú de rabo amarelo. Mas não conversava com ela. Se
Mani perguntava alguma coisa, ele respondia com um assobio.
— Por que você não fala com sua filha? — Perguntava Atiolô, muito triste.
— Porque essa filha eu não pedi — respondia ele. — Pra mim é como se fosse de vento.
Até que Atiolô ficou esperando criança de novo. — Se dessa vez não for um homem, feito o pai — jurava
Zatiamarê —, vou botar em cima de uma árvore. E nem por assobio vou falar com ela.
Foi, porém, um menininho que chegou: Tarumã.
Com ele, o pai conversava, carregava nas costas pra atravessar o rio, empoleirava no joelho pra contar
história.
Mani pediu à mãe que a enterrasse viva. Assim, o pai ficaria mais feliz. E talvez ela servisse para alguma
coisa.

1
Atiolô chorou muitos dias com o desejo da filha. Mas tanto Mani pediu que ela fez.
Fez um buraco no alto do morro e enterrou Mani.
— Se eu precisar de alguma coisa — explicou ela —, você saberá.
Atiolô voltou para casa. De noite, sonhou que a filha sentia muito calor. De manhãzinha foi até lá e a
desenterrou.
— Onde você quer ficar enterrada? — perguntou.
— Onde tiver mais água — pediu Mani. — Me leva pra beira do rio. Se eu não estiver satisfeita, você
saberá.
Na primeira noite, Atiolô não sonhou nadinha. Achou que a filha estava alegrinha no novo lugar. De tardinha,
porém, quando tomava banho no rio, não é que recebeu um recado?
Boiando na água, era a voz de Mani:
— Me tira da beira do rio. O frio não me deixa dormir.
Atiolô obedeceu. Levou a filha pra bem longe, na mata.
— Quando você pensar em mim — disse a menina — e não se lembrar mais do meu rosto,
está na hora de me visitar. Aí, você vem.
Passou muito tempo. Bastante que bastante. Um dia, Atiolô sentiu saudade da filha, mas
cadê que lembrou da cara que ela tinha?!
Foi na mata.
Em vez de Mani, encontrou uma planta muito alta e muito verde.
— Uma planta tão comprida não pode ser a minha filha! — resmungou.
Na mesma hora a planta se dividiu. Uma parte foi ficando rasteirinha, rasteirinha e virou raiz. Sua mãe
achou que podia levar aquela raiz pra casa.
Era a mandioca.

COMO nasceu a primeira mandioca. Lenda indígena. In: Alfabetização: livro do aluno – contos tradicionais,
fábulas, lendas e mitos. Brasília: Fundescola/MEC, 2000. p. 117.

2
1. Com base no trecho “Quando o chão começou a ficar coberto de frutinhas de murici, ela se
casou com Zatiamarê”, é possível concluir que Atiolô e Zatiamarê casaram-se:
(A) na primavera.
(B) no verão.
(C) no outono.
(D) no inverno.

2. No trecho “Me leva pra beira do rio”, há palavras que evidenciam uma linguagem marcada
pela:
(A) conotação. (C) regionalidade.
(B) denotação. (D) oralidade.

3. Essa lenda tem como principal finalidade:


(A) contar a história de um ser sobrenatural.
(B) explicar o surgimento de algo no universo.
(C) ensinar costumes de determinada região.
(D) preservar as tradições de um povo.

4. O fato que corresponde ao clímax do enredo é:


(A) Zatiamarê querer um filho e não uma filha.
(B) Mani pedir à mãe que a enterrasse viva.
(C) Atiolô sentir saudade da filha, mas não se lembrar do rosto dela.
(D) Atiolô encontrar uma planta no lugar de Mani.

5. Em “Com ele, o pai conversava, carregava nas costas pra atravessar o rio, empoleirava no
joelho pra contar história”, a última vírgula poderia ser substituída, sem prejudicar o sentido
expresso, pela conjunção “e”, estabelecendo uma relação de:
(A) explicação.
(B) conclusão.
(C) adição.
(D) exclusão.

3
Atividade de Língua Portuguesa
Leia a crônica de Luis Fernando Verissimo e descubra como ele narra com
criatividade uma história que pode ter sido vivida por ele e por muitos de sua
geração, usando canções da Bossa Nova.

O apagar da velha chama

Eu, você, nós dois, um cantinho, um violão... Da janela, mesmo em Porto Alegre,
via-se o Corcovado, o Redentor (que lindo!) e um barquinho a deslizar no macio azul
do mar. Tinha-se, geralmente, de vinte anos para menos quando, em 1958, chegou
a Elizete com abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim e João Gilberto com o amor,
o sorriso, a flor e aquela batida diferente, mas que era bossa-nova e era muito
natural, mesmo que você não pudesse acompanhar e ficasse numa nota só, porque
no peito dos desafinados também batia um coração, lembra? Na vida, uma nova
canção, um doce balanço. Era carioca, era carioca, certo, mas a juventude que aquela
brisa trazia também trazia pra cá e daqui se via a mesma luz, o mesmo céu, o
mesmo mar, milhões de festas ao luar, e sempre se podia pegar um Electra e
mandar descer no Beco das Garrafas, olha que coisa mais linda. Queríamos a vida
sempre assim, si, dó, ré, mi, fá, sol, muito sol, e lá. Mas era preciso ficar e trabalhar,
envelhecer, acabar com esse negócio de Rio, céu tão azul, ilhas do sul, muita calma
pra pensar e ter tempo pra sonhar, onde já se viu? Até um dia, até talvez, até quem
sabe. O amor, o sorriso e a flor se transformavam depressa demais. Quem no
coração abrigou a tristeza de ver tudo isso se perder, para não falar nos seus vinte
anos, nos seus desenganos e no seu violão, nem pode dizer ó brisa fica, porque nem
mais se entende, nem mais pretende seguir fingindo e seguir seguindo. A realidade
é que sem ela não há paz, não há beleza, é só a melancolia que não sai de mim, não
sai de mim, não sai. E dê-lhe rock.

VERISSIMO, Luis Fernando. O apagar da velha chama.

In: Peças íntimas. Porto Alegre: L&PM Editores, 1990.

1
GLOSSÁRIO

Corcovado, o Redentor: menção ao Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, e à


estátua do Cristo Redentor, que se encontra no pico do morro.

Batida: ritmo musical, cadência.

Electra: provável menção à Electra International Brazil, um dos fundos de


investimento da concessionária Supervia, operadora da rede de trens urbanos do
Rio de Janeiro. A expressão “sempre se podia pegar um Electra e mandar descer no
Beco das Garrafas” deve significar pegar um trem e descer numa estação próxima
ao beco.

Desengano: desilusão, falta de esperança.

Melancolia: estado de grande tristeza sem causa definida, desencanto geral;


depressão. Às vezes está associada à saudade.

Intertextualidade (relações entre textos) por meio de paródia


A paródia é um dos tipos de relação que podemos estabelecer entre textos. Para
provocá-la, o autor deixa em seu texto marcas que nos ajudam a lembrar de outro
texto e, ao mesmo tempo, promove uma atualização de significados inesperados,
quase sempre com efeitos de humor e crítica.

QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO - Respostas no caderno ou em folha à parte

1. Que canções você percebe que foram parodiadas no texto?

2. Que idade tinha o narrador, possivelmente, quando viveu a Bossa Nova? Que

passagem do texto permite chegar a essa conclusão?

3. O narrador fala de experiências individuais ou coletivas? Justifique indicando o

uso de pronomes e de verbos.

4. A perspectiva com que o narrador olha a vida no final da crônica também é a

dessa idade? Que passagens você gostaria de indicar para justificar sua resposta?

5. O que chama sua atenção na paragrafação? E quanto ao emprego de vírgulas e

pontos, qual desses sinais de pontuação é mais recorrente?

6. Você acha que essas escolhas foram coerentes para a sugestão de um ritmo para

o texto? Por quê?

2
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): ______________________________________________________________ TURMA: ________

Leia o texto e responda às questões.

Onde já se viu?

Uma tarde de inverno, estava eu lá, na Rua Barão de Itapetininga, mexendo nas estantes de uma livraria.
(Não consigo passar por uma sem entrar para fuçar no meio dos livros. Desde que eu tinha quatro anos de
idade - o que já faz muito tempo - livro para mim é a coisa mais gostosa do mundo. A gente nunca sabe que
surpresa vai encontrar entre duas capas. Pode ser coisa de boniteza, ou de tristeza, ou de poesia, ou de
risada, ou de susto, sei lá. Um livro é sempre uma aventura, vale a pena tentar!)
Pois bem, estava eu ali, muito entretida, examinando os livros, quando de repente senti que alguém me
puxava pela manga. Olhei para baixo e vi um menino - um garotinho de uns nove ou dez anos, magrelo,
sujinho, de roupa esfarrapada e pé no chão. Uma dessas crianças que andam largadas pelas ruas da cidade,
pedindo esmola. Ou, no melhor dos casos, vendendo colchetes ou dropes, essas coisas. Eu já ia abrindo a
bolsa para livrar-me logo dele, quando o garoto disse:
- Escuta, dona ... (naquele tempo, ninguém chamava a gente de tia: tia era só a irmã do pai ou da mãe).
- O quê? - perguntei. - O que você quer?
- Eu ... dona, me compra um livro? - disse ele baixinho, meio com medo.
Dizer que fiquei surpresa é pouco. O jeito do menino era de quem precisava de comida, de roupa, isso sim.
Duvidei do que ouvira:
- Você não prefere algum dinheiro? - perguntei.
- Não, dona - disse o garoto, mais animado, olhando-me agora bem nos olhos. - Eu queria um livro. Me
compra um livro?
Meu coração começou a bater mais forte.
- Escolha o livro que você quiser - falei.
As pessoas na livraria começaram a observar a cena, incrédulas e curiosas. O menino já estava junto
à prateleira, procurando, examinando ora um livro, ora outro, todo excitado. Um vendedor se aproximou,
meio desconfiado, com cara de querer intervir.

1
- Deixe o menino escolher um livro - falei. - Eu pago.
As pessoas em volta me olhavam admiradas. Onde já se viu alguém comprar um livro para um molequinho
maltrapilho daqueles?
Pois vou lhes contar: foi exatamente o que se viu naquela tarde, naquela livraria. O menino acabou se
decidindo por um livro de aventuras, nem me lembro qual. Mas me lembro bem da minha emoção quando
lhe entreguei o volume e vi seus olhinhos brilhando ao me dizer um apressado obrigado, dona! antes de sair
em disparada, abraçando o livro apertado ao peito.
Quanto aos meus próprios olhos, estes se embaçaram estranham ente, quando pensei comigo:
"Tanta criança rica não sabe o que perde, não lendo, e este menino pobre - que certamente não era um
pobre menino - sabe o valor que tem essa maravilha que se chama livro!"
Isso aconteceu há vários anos. Bem que eu gostaria de saber o que foi feito daquele menino ...

Tatiana Belinky. Onde já se viu? In: __ Olhos de ver. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2004. p. 19-21. (Veredas)

2
1. Releia a seguinte fala da narradora da crônica.

"Tanta criança rica não sabe o que perde, não lendo, e este menino pobre - que certamente não era um
pobre menino - sabe o valor que tem essa maravilha que se chama livro!"

Com esse comentário, a narradora faz uma crítica em relação ao hábito de leitura entre crianças de
diferentes realidades sociais. Explique como se dá essa crítica.
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2. Em um trecho da crônica, é dito que o menino pediu o livro meio com medo. Analise a situação e explique
o porquê de ele ter tido essa reação.
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3. Você concorda com a afirmação de que "Um livro é sempre uma aventura"? Justifique.
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3
4. Para você, por que as pessoas da livraria ficaram admiradas ao observar a cena do menino escolhendo
um livro?
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5. A crônica é um gênero textual curto e com poucos personagens, inspirado em uma situação ou fato do
cotidiano, real ou imaginário.

a) Qual fato ou situação foi o ponto de partida da crônica de Tatiana Belinky?


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__________________________________________________________________________________________________________
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b) Em sua opinião, a narradora realmente vivenciou o fato (ou situação) ou ela o criou?
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__________________________________________________________________________________________________________

c) Quando e onde o fato aconteceu?


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4
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): _____________________________________________________ TURMA: ________

Você já percebeu que, em um texto, podem ser empregadas palavras e expressões que causam
determinados efeitos e contribuem para os sentidos do texto? É isso que vamos estudar nesta atividade.

Você já participou de alguma enquete? Que tal participar agora? Para isso, leia a enquete a seguir e
reflita a respeito dos questionamentos.

Enquete: Você gosta de ler? Desde quando?

Quando gostamos muito de ler, vamos para um universo interior só nosso. A realidade à nossa volta
desaparece. Muitas vezes, é como se estivéssemos mergulhados em um sonho, provocado pelo mundo que
o livro representa nesse instante.
E você, gosta de ler?
Se gosta, participe da pesquisa que o Conversas de leitura e escrita está fazendo.
Queremos saber quais são suas lembranças sobre a experiência com a leitura em sua infância. Sua
participação é importante. Seu voto vai nos ajudar a saber como ensinar novas crianças a amar a leitura.
Responda à enquete!

VOCÊ gosta de ler? Desde quando?. Diálogos Assessoria. Disponível em: <https://dialogosassessoria.
wordpress.com/2014/06/01/lembrancas-de-leitura-e-escrita-3/>. (Adaptado).

1
1. Sobre os autores e o público da enquete, responda às questões:

a) Quem é o responsável pela enquete lida?


__________________________________________________________________________________________________________

b) A quem ela é destinada?


__________________________________________________________________________________________________________

c) Como você chegou à conclusão das respostas anteriores?


__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________

2. O que se pretende descobrir com a realização da enquete lida?


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__________________________________________________________________________________________________________

3. Sob orientação do professor, realize a enquete em sala de aula.

a) Qual seria sua resposta à enquete? Por quê?


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b) Qual seria o resultado da enquete, considerando a resposta da sua turma?


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2
4. Leia novamente o trecho a seguir e explique:

“A realidade à nossa volta desaparece.”

Qual foi a intenção do autor da enquete ao usar o termo em destaque?


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A enquete é um texto produzido com a finalidade de descobrir o que um público específico pensa sobre
determinado assunto. Ela é composta de uma pergunta (ou um conjunto de perguntas) e pode ser realizada
oralmente ou, ainda, feita na internet, como a que foi lida.

➔ Contorne no texto os parágrafos em que se encontram os trechos citados nos enunciados das

atividades abaixo, a fim de verificar com mais facilidade o contexto em que as expressões foram

empregadas.

➔ Sublinhe, em cada parágrafo, as expressões em destaque nos trechos citados, com a finalidade de

poder localizá-las mais rapidamente durante a realização das atividades.

3
5. No trecho “Quando gostamos muito de ler, vamos para um universo interior só nosso”, a expressão

destacada corresponde ao:

(A) nosso íntimo.

(B) nosso medo.

(C) nosso pensamento.

(D) nosso desejo de ler.

6. No trecho “Muitas vezes, é como se estivéssemos mergulhados em um sonho”, a expressão destacada

sugere que a leitura de um livro:

(A) precisa abordar o imaginário.

(B) retrata o que acontece nos sonhos.

(C) revela o sentido dos sonhos.

(D) proporciona momentos surreais.

7. Na oração “Quando li o primeiro grande escritor de literatura”, a expressão destacada foi utilizada

com o sentido de:

(A) todas as obras de um grande escritor.

(B) primeira obra lida de um grande escritor.

(C) primeiro livro escrito por um grande escritor.

(D) primeiros livros de vários grandes escritores.

4
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): ___________________________________________________________ TURMA: _________

*Respostas em folha à parte

Leia o poema a seguir, de Fernando Pessoa, e responda às questões.

[Havia um menino] pra ver se chegava


Havia um menino a casa e tirava
que tinha um chapéu o tal caracol
para pôr na cabeça do chapéu, saindo
por causa do sol. de lá e caindo
o tal caracol.
Em vez de um gatinho
tinha um caracol. Mas era, afinal,
Tinha o caracol impossível tal,
dentro de um chapéu; nem fazia mal
fazia-lhe cócegas nem vê-lo, nem tê-la:
no alto da cabeça. porque o caracol
era do cabelo.
Por isso ele andava
depressa, depressa Fernando Pessoa

a) No poema, pode-se notar que o eu lírico apresenta uma situação vivida por um menino. De acordo com
as três primeiras estrofes, o que ocorre com esse menino?

b) Ao final do poema, o eu lírico quebra a expectativa do leitor revelando um fato novo. Que fato é esse?

c) Na segunda estrofe do poema, foi utilizado o pronome oblíquo -lhe. A quem esse pronome faz
referência?

1
d) Na última estrofe do poema, há também o uso do pronome oblíquo -lo. Esse pronome faz referência a
quem?

2. Identifique e transcreva um pronome pessoal do caso reto presente no texto. Indique o substantivo
que esse pronome substitui.

3. Substitua, na terceira e na quarta estrofes do poema, os pronomes oblíquos e o pronome pessoal do


caso reto pelos termos a que eles fazem referência. Depois, responda: Por que o poeta usou os pronomes
no lugar dos substantivos?

4. Leia a sinopse do livro Parque encantado, publicada em um suplemento destinado ao público


infantojuvenil de um jornal de ampla circulação.

Prepare-se para entrar em um parque de diversões com jogos e brinquedos incríveis. O texto de João
Anzanello Carrascoza coloca o leitor dentro da brincadeira. Você vai girar dentro de uma xícara, entrar no
beco das fantasias e virar uma borboleta no borboletário, onde voará de flor em flor. As ilustrações de
Andrés Sandoval captam o movimento e a cor que há nos parques.

O Estado de S. Paulo, 16 out. 2016. Suplemento Estante de Letrinhas.

a) Qual é a finalidade dessa sinopse?

b) No texto, há o uso do pronome de tratamento você. A quem esse pronome se refere?

c) Considerando a finalidade da sinopse, por que foi escolhido esse pronome de tratamento?

2
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): ___________________________________________________ TURMA: ______

O que é uma reportagem?

A reportagem é um conteúdo jornalístico, escrito ou falado, baseado no testemunho direto dos fatos e situações

explicadas em palavras e, numa perspectiva atual, em histórias vividas por pessoas, relacionadas ao seu contexto. A

reportagem televisiva, testemunho de ações espontâneas, relata histórias em palavras, imagens e sons.

O repórter pode valer-se também de fontes secundárias (documentos, livros, almanaques, relatórios,

recenseamentos, etc.) ou servir-se de material enviado por órgãos especializados em transformar fatos em notícias

(como as agências de notícias e as assessorias de imprensa).

Em diversas editorias (seções) do jornalismo diário (assim como em rádio, TV e internet), é comum a figura do

repórter setorista, ou seja, especializado em cobrir um determinado assunto ou instituição.

Na editoria (seção) de Geral, por exemplo, existem os setoristas de polícia, saúde, transportes, serviços públicos, do

Instituto Médico Legal, etc. Em Política, há os setoristas do palácio do governo, do parlamento, de cada ministério ou

secretaria, entre outros. Já na Economia, trabalham setoristas de mercado financeiro, do Banco Central, de petróleo,

de construção civil e similares.

Por classificação, a reportagem é do gênero informativo, e não pode conter a opinião do autor. Entretanto, muitas

vezes é possível ver autores expressando suas opiniões em uma reportagem, principalmente no jornalismo literário.

A reportagem, tal como a notícia, tem uma estrutura. Essa estrutura é: manchete, título auxiliar, lide (parágrafo em

que se encontram respostas a estas perguntas: onde, quem, quando, por que e quando?) e corpo da reportagem

(desenvolvimento).

Adaptado de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Reportagem.

1
Leia a reportagem a seguir e, depois, responda às perguntas:

Como o Facebook está patenteando suas emoções

Nos últimos anos, a plataforma acelerou os registros de patentes relacionadas à modulação de reações emocionais
dos usuários

Texto: Ethel Rudnitzki, Rafael Oliveira


10 de julho de 2019

“O Facebook ajuda você a se conectar e compartilhar com as pessoas que fazem parte da sua vida.” É essa
mensagem que aparece na sua tela ao se fazer o login na rede social – ou antes de criar a sua conta, se você não for
um dos 130 milhões de brasileiros que usam o Facebook.
Mas, além de se conectar com amigos e família, ao criar uma conta ou logar na plataforma, você está
compartilhando suas informações com a empresa. O uso dos dados pessoais sempre esteve descrito nos Termos de
Utilização e na Política de Dados – para quem tivesse paciência de lê-los. Mas a extensão e as consequências desse
uso só começaram a vir à tona com o escândalo da empresa Cambridge Analytica, que mostrou como dados de
usuários do Facebook foram usados na segmentação de anúncios para a campanha eleitoral de Donald Trump à
presidência dos Estados Unidos.
Um estudo inédito da pesquisadora Débora Machado, da Universidade Federal do ABC (UFABC), revela que o uso de
informações pessoais pode ir além. O Facebook tem tecnologias suficientes para saber o que estamos sentindo em
cada momento que logamos na plataforma. E mais: a partir disso, pode moldar as nossas emoções em benefício
próprio.
A pesquisadora buscou patentes e pedidos de patente registrados pela Facebook Inc. nos Estados Unidos entre
2014 e 2018, encontrando quase 4.000. Entre elas, refinou a pesquisa para aquelas que só diziam respeito à rede
social e depois selecionou 39 com potencial de modulação do comportamento do usuário. Destas, cerca de 15%
tinham a análise de emoções como parte fundamental do funcionamento – vale lembrar que nem todas se tornaram
patentes de fato. “Por mais que aquela tecnologia não esteja sendo utilizada, ou não vá ser utilizada, aquele é um
conhecimento que a empresa adquiriu”, explica Débora.
Durante um mês, a Pública analisou algumas patentes sobre modulação de comportamento e adaptação do
conteúdo apresentado no feed de notícias para entender como as tecnologias do Facebook podem detectar as
emoções dos usuários e o que elas podem fazer com essas informações. A reportagem descobriu 130 invenções da
Facebook Inc. com a palavra “emotion” e/ou “feeling” (emoção e sentimento, respectivamente) – uma parcela
pequena do total de 3.081 patentes efetivamente registradas desde sua criação, em 2004. O levantamento revelou
que 65% (85) das patentes que tratam de emoções foram registradas a partir de 2015, quando a plataforma

2
patenteou a tecnologia da ferramenta “Reactions”, aquelas “carinhas” que demonstram sua reação a um texto – sinal
de que desde então o interesse da plataforma por reações emocionais só aumentou.

Das reactions ao reconhecimento facial

Em fevereiro de 2016, o Facebook lançou as reactions com a ajuda de psicólogos e psiquiatras da Universidade
Berkeley, nos Estados Unidos, e de Matt Jones, ilustrador da Pixar que fez a animação Divertidamente.
A ferramenta permite que o usuário reaja com cinco diferentes emoções às publicações na rede social. Além do
tradicional “curtir”, a plataforma oferece as reações “amei”, “haha”, “uau”, “triste” e “grr”. A intenção era “fornecer ao
usuário mais maneiras para ele expressar suas reações às postagens de uma maneira fácil e rápida”, conforme
declarou o desenvolvedor de produto Sammy Krug durante o lançamento mundial da ferramenta. “Ao longo do tempo
esperamos aprender como as diferentes reações podem ser ranqueadas diferentemente pelo feed de notícias para
fazer um melhor trabalho em mostrar para as pessoas as histórias que elas mais querem ver”, completou.
O reconhecimento facial, sensor de teclado e análise de informações linguísticas são alguns exemplos de como a
empresa vislumbra fazer isso. “A maioria das patentes cita um uso de todos os sensores do celular”, diz Débora.
“Fala-se bastante de reconhecimento facial, fala-se bastante de reconhecimento de voz. Fala-se também de uma
análise da forma que você digita e de sensores como giroscópio, que consegue identificar em qual posição o celular
está, a rapidez que você tira ele do bolso, a iluminação ao redor.”
Uma das patentes analisadas pela Pública se chama “Técnicas para a detecção de emoção e entrega de conteúdo” e
foi registrada em fevereiro de 2014. A ferramenta identifica o sentimento que o usuário expressa a cada publicação
que ele vê. Para captar isso, o aplicativo pode usar a câmera do dispositivo e reconhecer a expressão facial do
usuário e a interação com o post (curtida, reação, compartilhamento ou comentário). Com a emoção reconhecida, o
aplicativo leva em conta a informação para apresentar as próximas publicações. No texto da patente há um exemplo:
“se um usuário for identificado como entediado, um conteúdo engraçado poderá ser mostrado a ele”.

Sorria. Você está sendo “modulado”

Diferente da manipulação, a modulação ocorre de maneira sutil e personalizada através de algoritmos que coletam
dados dos usuários. “Você não precisa enganar a pessoa, você não precisa dar informações falsas ou dar a entender
uma coisa sendo que a verdade é outra. Você na verdade está direcionando ela, orientando ela em uma certa direção,
ao mesmo tempo que dá a sensação de que ela está caminhando livremente para onde ela quiser”, explica a
pesquisadora Débora Machado, que analisou 39 patentes de ferramentas que modulam o comportamento.
Um exemplo de patente que pode ser considerada útil para a modulação de comportamento se chama “Filtrando
comunicações relacionadas a emoções indesejadas em redes sociais”. A invenção associa emoções a diversas
interações dos usuários na plataforma – comentários, mensagens, publicações, curtidas etc. Aquelas interações que

3
forem associadas a emoções consideradas “desejadas” serão reforçadas, e as que forem consideradas “indesejadas”
serão preteridas. Como exemplos de emoções indesejadas, a patente cita luto, culpa, raiva, vergonha e medo.
Para incentivar o seu bom humor, a rede social pode exibir no feed de notícias publicações às quais você reagiu
positivamente no passado. A patente cita como exemplo a lembrança de ações anteriores do usuário. Isso já
acontece quando o Facebook sugere posts que comemoram um aniversário ou relembram uma publicação antiga –
mas não há indícios de que isso é associado ao seu estado de humor.
[...]

Adaptado de:
https://apublica.org/2019/07/como-o-facebook-esta-patenteando-as-suas-emocoes/.

QUESTÕES

a) A notícia, geralmente, relata um fato. Trata de algo que ocorreu pontualmente e que conseguimos recuperar
facilmente pois o fato ocorrido ainda está muito próximo de nós. A reportagem pode partir de um fato, mas costuma
aprofundá-lo. Qual o tema/assunto aprofundado na reportagem lida? Explique com suas palavras.

b) A Agência Pública, responsável pela publicação dessa reportagem, possui um trabalho forte com jornalismo
investigativo. A reportagem apresenta algum indício de processo de investigação? Transcreva um trecho a seguir:

c) As reportagens também utilizam falas de pessoas que têm alguma autoridade para tratar do assunto. Como
sabemos que se trata de fala de alguém e que não é de propriedade dos autores da reportagem? Explique.

d) Quem é a especialista cuja fala é utilizada na reportagem? O que aparece de sua profissão no texto?

e) Qual sua opinião sobre o uso de patentes pelo Facebook? Justifique seu posicionamento.

f) Qual a relevância dessa reportagem para a população? Por quê?

g) Observe o trecho a seguir e responda às questões:

A pesquisadora buscou patentes e pedidos de patente registrados pela Facebook Inc. nos Estados Unidos entre
2014 e 2018, encontrando quase 4.000. Entre elas, refinou a pesquisa para aquelas que só diziam respeito à rede
social e depois selecionou 39 com potencial de modulação do comportamento do usuário.

A quem se refere “a pesquisadora”?


O pronome “elas” substituí que palavra no trecho?
Por que os autores preferiram usar essas palavras destacadas em vez de repeti-las?

4
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): _____________________________________________________ TURMA: _________

Leia o texto introdutório do médico e escritor Drauzio Varella para uma entrevista produzida
para seu site a respeito de gripes e resfriados.

Gripes e resfriados

Na cultura brasileira, qualquer espirro é sinônimo de gripe. A pessoa abre a geladeira, espirra porque entrou
em contato com o ar frio e imediatamente se considera gripada.
Essa banalização do que é a gripe tem inconveniente sério, pois não se trata de uma doença com a
benignidade que a maioria imagina. Em crianças, pessoas idosas ou imunodeprimidas, pode ser uma
moléstia grave e até causar a morte.
Gripe e resfriados são doenças virais e vão muito além de um simples espirro. Embora os sintomas sejam
semelhantes, os da gripe são bem mais intensos. Há até uma regra prática para distinguir uma
enfermidade da outra. Se a pessoa foi trabalhar apesar do nariz escorrendo, do peso na cabeça e da
irritação na garganta, não está com gripe, está resfriada. A gripe derruba a pessoa, deixa-a de cama, sem a
menor condição de sair de casa e trabalhar.

[...]

Gripes e resfriados. Entrevista com o médico João Silva de Mendonça.

1. O que o dr. Drauzio Varella explica ao dizer que, para os brasileiros, "qualquer espirro é sinônimo de
gripe"?
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________

1
2. Do ponto de vista da língua, as palavras espirro e gripe não poderiam ser consideradas sinônimas. Por
quê?
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________

3. Que substantivos foram usados ao longo do texto para retomar a palavra gripe?
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________

4. Em relação à gripe, as palavras anotadas no item c são hiperônimos ou hipônimos?


__________________________________________________________________________________________________________

5. No segundo parágrafo, quais palavras podem ser consideradas sinônimas?


__________________________________________________________________________________________________________

6. Qual é a vantagem de não usar sempre a mesma palavra em um texto?


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7. Você considera que o texto é uma fonte confiável para aprender a diferença entre gripe e resfriado? Você
usaria a internet para tentar descobrir a doença responsável por um sintoma em seu corpo, como manchas
na pele? Por quê?
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2
Atividade de Língua Portuguesa
Aluno (a): ___________________________________________________ Turma: _______
Leia o texto biográfico a seguir.

A pequena Grace O’Malley (também conhecida como Gráinne ou


Granuaile) não queria nada além de velejar com o pai, um capitão irlandês,
e sua frota de navios. Os O’Malley eram uma família poderosa na costa
oeste da Irlanda. Dois de seus castelos, Clare Island e Kildawnet, em Achill
Island, ainda existem até hoje. Grace implorou aos pais para deixarem que
ela fosse para o mar, mas a mãe insistiu que não era lugar para uma
garota.
Assim, de acordo com a lenda, Grace cortou o longo cabelo ruivo e se
vestiu com roupas de garoto. Nos anos 1530, esse não era o jeito normal de
uma garota se comportar. Mas Grace O’Malley era assim, e logo ela se
tornaria a pirata mais famosa da Irlanda.
Aos 16 anos, Grace se casou com um chefe de clã irlandês e eles tiveram
três filhos. Mas ela não era do tipo que ficava em casa. Depois da morte do
pai, ela assumiu o comando da sua frota e, quando o marido morreu,
muitos dos integrantes do clã se juntaram a ela.
Comercializando até Espanha e Portugal, executando pirataria e pilhagem
como atividades paralelas, Grace ganhou reputação de capitã ousada.
Os mares eram cheios de comerciantes e piratas, e a terra era governada
por chefes de clãs que lutavam para proteger seus domínios dos vizinhos
ingleses, que estavam tomando a Irlanda lenta e regularmente. Um a um,
os chefes de clãs se renderam, mas Grace se manteve firme, determinada
a ficar livre e a proteger sua família e seus seguidores. Os ingleses não
gostaram disso. Eles enviaram um exército para capturá-la, mas ela fugiu e
liderou seu povo em uma rebelião contra os ingleses. Isso foi por volta de
1588, quando Grace tinha quase 60 anos.
Os ingleses sequestraram seu filho mais novo e o acusaram falsamente de
traição, um crime punível com a morte. Para salvar o filho, Grace colocou a
própria vida em risco e foi direto até a pessoa mais poderosa da Inglaterra:
a rainha Elizabeth I. Os súditos de Elizabeth ficaram chocados quando a
rainha aceitou se encontrar com a pirata. Elas conversaram em latim, a
única língua que tinham em comum. Grace contou à rainha sobre o
sofrimento da família nas mãos dos generais na Irlanda e pediu que ela

1
poupasse seu filho. A rainha ordenou a libertação dele da prisão e deu a
Grace permissão pessoal para continuar velejando pelos mares.

[...]

(Kate Schatz. Mulheres incríveis: artistas e atletas, piratas e punks,


militantes e outras revolucionárias que moldaram a história do mundo.
Bauru, SP: Astral Cultural, 2017. p. 89.

1. O texto trata da vida de uma mulher.

a) Quem é essa mulher e por que ela ficou conhecida?

___________________________________________________________________________

b) Em que época ela viveu?

___________________________________________________________________________

c) A história contada sobre sua vida é totalmente verídica ou há fatos sem


confirmação? Que palavras ou expressões usadas no primeiro parágrafo
confirmam sua resposta?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2. No texto, há o emprego de palavras que indicam país de origem,


nacionalidade — os chamados adjetivos pátrios.

a) Identifique essas palavras.

___________________________________________________________________________

b) Caso o texto empregasse uma palavra para indicar a nacionalidade de


Grace, qual seria o adjetivo pátrio?

___________________________________________________________________________

c) E se Grace e seus familiares tivessem nascido em outros países? Escreva


os adjetivos pátrios, no masculino e no feminino, relacionados aos
seguintes países:

• França: _________________________________________________________________

• Japão: ___________________________________________________________________

2
• Noruega: ________________________________________________________________

• Holanda: ________________________________________________________________

• Escócia: _________________________________________________________________

• China: ___________________________________________________________________

3. Além de ser empregada em palavras que indicam nacionalidade, a


letra s com som de /z/ é usada em sufixos que indicam qualidade em
abundância, intensidade.

a) Identifique no texto uma palavra com o uso do sufixo -osa que significa
“cheia de fama”. _________________________________________________________

b) Indique no texto uma palavra com o sufixo -osa que significa pessoa
“cheia de poder”. ________________________________________________________

c) Forme outras palavras com o mesmo sufixo, deduzindo seu significado.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

4. Os verbos no pretérito imperfeito do subjuntivo são grafados com


dois s, seguidos da vogal e.

a) Identifique no texto duas formas verbais empregadas nesse tempo e


modo verbais. ____________________________________________________________

b) Complete as frases a seguir com o verbo no modo e no tempo


adequados:

• Se eu ___________________ (viajar) para a Amazônia, gostaria de conhecer


diversos animais.

• Se vocês ________________ (poder) agir para preservar a Amazônia, o que


vocês fariam?

3
5. O fonema /z/ pode ser grafado com diferentes letras. Identifique no
texto:

a) palavras com o som /z/ grafadas com a letra z.

___________________________________________________________________________

b) palavras com o som /z/ grafadas com a letra x.

___________________________________________________________________________

c) palavras com o som /z/ grafadas com a letra s.

___________________________________________________________________________

6. A palavra ousada é grafada com s.

a) Qual é a regra gramatical que justifica o uso da letra s nessa palavra?

___________________________________________________________________________

b) Dê outros exemplos do emprego do s em casos similares.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

4
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): _______________________________ TURMA: ________

Leia, a seguir, a crônica “Recado ao senhor 903”, de Rubem Braga.


**Respostas em folha à parte**

Vizinho

Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita
do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o
barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal –
devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que
estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do
prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor teria ainda ao seu lado a Lei e a
Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é
impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou
melhor: é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não
sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois
números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me
limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao
Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor.
Todos esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano
Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois
apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua.
Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um
comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa
(perdão, ao meu número) será convidado a se retirar às 21:45, e explicarei: o
903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o
109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa
vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável
quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando
dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo
silêncio.
... Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que
um homem batesse à porta do outro e dissesse: “Vizinho, são três horas da
manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou.” E o outro respondesse:
“Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos
todos a bailar e a cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela”.

1
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e
amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das
estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade
entre os humanos, e o amor e a paz.

BRAGA, Rubem. Recado ao senhor 903. In: Para gostar de ler: crônicas. Vol.
I. São Paulo: Ática, 1975. p. 74-5.

a) Observe que essa crônica se apresenta como uma espécie de resposta de


um indivíduo a um fato cotidiano do qual fez parte. Qual seria esse fato?

b) Diante do fato mencionado no item a, qual é a postura adotada pelo


narrador e qual é o recurso de linguagem comum às crônicas empregado no
diálogo com o vizinho?

c) Observe os verbos destacados no início da crônica e indique o tempo e o


modo verbal de cada um deles.

d) Agora suponha que o homem do 1003 receba um comunicado do síndico


do prédio com a seguinte frase:

Morador do 903 muda no próximo mês.

O verbo está conjugado no presente e apresenta valor de:

( ) passado

( ) futuro do presente

( ) futuro do pretérito

( ) futuro do subjuntivo

( ) imperfeito do subjuntivo

e) Releia o seguinte trecho da crônica e observe os verbos destacados:

“... Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que
um homem batesse à porta do outro e dissesse: “Vizinho, são três horas da
manhã e ouvi música em tua casa.”

Indique o tempo e o modo verbal desses verbos. Depois, explique o valor do


tempo verbal empregado.

2
Atividade de Língua Portuguesa
ALUNO (A): ________________________________________________________________ TURMA: __________

Você já ouviu falar sobre uma organização chamada Médicos Sem Fronteiras (MSF)? Considerando o
nome dessa organização, pense e responda: que tipo de ajuda ela oferece? Onde ela atua?
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________

Por meio de uma carta de solicitação, é possível pedir providências, fazer pedidos, sugerir mudanças, entre
outras finalidades.
Você vai ler uma carta de solicitação enviada pela organização Médicos Sem Fronteiras, leia-a para
descobrir qual é o pedido.

1
É muito importante poder contar com você para salvar vidas o ano inteiro.

Rio de Janeiro, outubro de 2019.

Prezado(a) Doador(a) Sem Fronteiras,


Quero agradecer o seu apoio constante ao nosso trabalho, que foi fundamental em 2019. Com essa
mensagem, envio o seu Calendário MSF 2020, uma pequena lembrança do quanto apreciamos poder
contar com você. É a ajuda de cada um dos nossos doadores que nos permite salvar vidas todos os dias.
Em grande parte dos projetos de Médicos Sem Fronteiras (MSF) oferecemos tratamento para pessoas com
desnutrição, doença relacionada à metade das mortes de crianças com menos de 5 anos de idade. Ela
ainda é a maior ameaça à saúde pública mundial. Em 2018, o número de crianças com
desnutrição chegou a 198 milhões*. Por trás dessa estatística há vidas em risco, crianças que podem
desenvolver sequelas graves e irremediáveis. Vemos esse padrão se repetindo em 2019. Precisamos
continuar trabalhando para salvar vidas.
[...]
Milhares de famílias têm sido obrigadas a se deslocar para fugir de conflitos e outras formas de violência.
Com isso, comunidades inteiras recebem educação insuficiente, seguem práticas alimentares inadequadas
e dependem de sistemas de saúde precários.
A desnutrição é uma doença diretamente relacionada à pobreza, que pode ser evitada e tratada. Ela
aumenta a frequência e a gravidade de outras enfermidades comuns da infância, criando um ciclo
potencialmente mortal: a infecção que se instala agrava o estado nutricional da criança que, enfraquecida,
piora ainda mais. Além disso, nos primeiros 1.000 dias de vida, a desnutrição pode causar atraso no
crescimento e no desenvolvimento. Tudo isso pode comprometer, por toda a vida, a saúde e a capacidade
cognitiva do paciente, prejudicando o seu desempenho na escola e no trabalho. Deixar de oferecer
tratamento para a desnutrição ajuda a perpetuar a situação de vulnerabilidade de populações inteiras,
especialmente as que são continuadamente atingidas pela doença.

Graças ao apoio contínuo de pessoas como você, em 2018, MFS tratou 74 200 crianças com
severos problemas nutricionais e admitiu 132 900 em programas de nutrição terapêutica. Mas
a verdade é que precisamos fazer mais ainda.

2
Em 2019, com o agravamento da crise migratória das ondas de violência e a perpetuação de guerras
prolongadas, ainda mais crianças ficaram expostas à desnutrição. E MSF atuou em vários dos países onde
as pessoas lutam para sobreviver à desnutrição. Em apenas 4 deles, havia quase 5 milhões de criança com
a doença. Às portas de 2020, isso deveria ser inadmissível.
[...]
Você é nosso(a) Doador(a) Sem Fronteiras e sei que podemos contar com a sua ajuda para enfrentar a
desnutrição e muitos outros desafios que afetam populações inteiras pelo mundo. Não podemos permitir
que crianças continuem a morrer ou a ficar com limitações críticas para toda a vida por falta de acesso ou
cuidados básicos de saúde. Por isso, peço que faça uma doação especial para MSF. Pague o boleto
bancário anexo, em qualquer banco ou pela internet, indicando o valor que deseja doar.
[...]
Enquanto você lê esta mensagem, nossos profissionais estão salvando vidas em mais de 70 países. E tudo o
que conseguimos fazer, a cada dia, só é possível porque podemos contar com a ajuda de pessoas especiais
e comprometidas com o nosso trabalho como você. Muito obrigada.
Agradeço imensamente o seu apoio constante e desejo um feliz e próspero 2020.
Ana de Lemos
Diretora-executiva
Médicos Sem Fronteiras Brasil

P.S.: por favor, faça uma doação especial e ajude MSF a continuar salvando vidas em emergências médicas
e crises humanitárias ao redor do mundo. Pague o boleto anexo em qualquer banco ou pela internet,
indicando o valor que deseja doar. Se preferir, ligue para 4004-5545 (capitais e áreas metropolitanas) ou
0800 940 3585 (demais localidades, de qualquer telefone fixo).

LEMOS, Ana de. Médicos Sem Fronteiras Brasil. Rio de Janeiro, outubro de 2019.

Desnutrição: nutrição ausente ou abaixo do necessário.


Estatística: análise e comparação de dados.
Irremediável: sem solução.
Padrão: modelo a ser reproduzido.
Sequela: consequência de uma doença.

3
Capacidade cognitiva: capacidade de aprender.
Migratório: referente a pessoas que se mudam de um local para outro.
Perpetuação: continuação.
Vulnerabilidade: fragilidade.

1. Pensando na estrutura de uma carta, responda às perguntas a seguir.

a) Qual é o local e a data em que a carta de solicitação foi escrita?


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b) Quem é o remetente da carta, ou seja, quem a escreveu?


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c) Quem é o destinatário da carta de solicitação?


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d) O que diz a saudação inicial?


__________________________________________________________________________________________________________

e) O que é dito na despedida?


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2. De que modo o deslocamento de famílias que fogem de conflitos e de outras formas de violência impacta
diretamente a desnutrição?
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3. Além de agradecer o apoio do(a) doador(a) ao trabalho do MSF, a remetente faz uma solicitação.

4
a) Qual é essa solicitação?
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__________________________________________________________________________________________________________

b) Qual é a finalidade dessa solicitação?


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c) Para reforçar e embasar a solicitação, a remetente apresenta um forte argumento, ou seja, ela expõe o
motivo de sua solicitação. Que argumento é esse?
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4. Na carta de solicitação lida, há o emprego do registro formal ou informal? Justifique sua resposta com
um exemplo do texto.
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5. Na carta de solicitação, o remetente fez uso da sigla “P.S.” com o objetivo de:
( ) reforçar uma informação já apresentada.
( ) apresentar uma nova informação.

A sigla “P.S.”, do latim Post Scriptum, significa “pós-escrito” ou “depois de escrito”. Geralmente, essa sigla
é usada para mencionar informações consideradas importantes, mas que não foram escritas anteriormente.

5
➔ Entenda que a tese é a opinião defendida sobre determinado assunto.
➔ Pense nos argumentos como as razões dadas para tentar convencer o interlocutor a aderir à
opinião defendida.
➔ Relacione os problemas apontados na carta com suas possíveis soluções.

6. Grande parte dos projetos de Médicos Sem Fronteiras (MSF) oferece tratamento para pessoas com
desnutrição. A principal razão para a autora da carta afirmar “Precisamos continuar trabalhando para salvar
vidas” é o fato de essa doença:

(A) estar relacionada à metade das mortes de crianças com menos de 5 anos.

(B) ainda ser a maior ameaça à saúde pública mundial.

(C) ter atingido 198 milhões de crianças.

(D) poder desenvolver sequelas graves e irremediáveis em crianças.

7. A desnutrição cria um ciclo potencialmente mortal porque:

(A) está diretamente relacionada à pobreza.

(B) não pode ser evitada nem tratada.

(C) faz o estado nutricional da criança se complicar.

(D) compromete a capacidade cognitiva do paciente.

8. A argumentação de que, em 2019, ainda mais crianças ficaram expostas à desnutrição com o
agravamento da crise migratória procura defender a ideia de que:

(A) o trabalho de MSF não foi suficiente em 2018.

(B) é preciso fazer ainda mais do que já foi feito.

(C) o apoio dado à MSF em 2018 não foi suficiente.

(D) isso deveria ser inadmissível em 2020.

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