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CURSO DE
ECONOMIA DOMÉSTICA
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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ECONOMIA DOMÉSTICA
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
1. 2 OJETIVOS DO CURSO
2 DINHEIRO: VALOR, CONCEITO, ORIGEM E EVOLUÇÃO
3 AS DIMENSÕES DA SAÚDE E SUA RELAÇÃO COM O DINHEIRO
3.1 SAUDE FISICA
3.2 SAUDE MENTAL OU EMOCIONAL
3.3 SAÚDE SOCIAL
3.4 SAÚDE PROFISSIONAL
3.5 SAÚDE INTELECTUAL
3.6 SAÚDE FINANCEIRA
3.7 SAÚDE ESPIRITUAL
MODULO II
4 IDENTIFICANDO O PERFIL DO CONSUMIDOR
4.1 O CONSUMIDOR COMPULSIVO
4.2 O CONSUMIDOR IMPULSIVO
4.3 O CONSUMIDOR APRESSADO E DESATENTO
4.4 O CONSUMIDOR CONSCIENTE
5 ETAPAS DA MUDANÇA EM BUSCA DE UMA RELAÇÃO MAIS EFICAZ E
VANTAJOSA PARA A PESSOA
5.1 ESTÁGIOS DA MUDANÇA
5.1.1 Pré-contemplação
5.1.2 A contemplação
5.1.3 A preparação
5.1.4 A ação
5.1.5 A manutenção
6 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO
6.1 ELABORANDO O PLANEJAMENTO INANCEIRO E DEFININDO METAS
6.2 IDENTIFICANDO OS SONHOS E SE PERMITINDO SONHAR
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7 COMO ECONOMIZAR
MODULO III
8 ALFABETIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA
9 CUIDADOS COM AS ARMADILHAS
10 DIREITOS DO CONSUMIDOR
11 ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA
11.1. CADASTRO NEGATIVO E CADASTRO POSITIVO
12 A AGENDA FINANCEIRA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
Olá, se você chegou até aqui é porque quer aprender a lidar com suas
finanças ou então saber como conseguir guardar reservas financeiras. Parabéns por
esta iniciativa!
Neste curso, vamos ampliar o conceito de dinheiro, de forma que você possa
refletir sobre seus valores e modos de existência, pois estes aspectos são a base
para a mudança. Instrumentos e ferramentas de planejamento e análise financeira
podem auxiliar, mas mudar comportamentos frente ao dinheiro exige muito mais.
Então, vamos dar uma amostra do que vamos ver no curso.
Você já assistiu ao filme “Wall Street: o dinheiro nunca dorme”? Se puder
fazê-lo, seria interessante. Há uma frase no filme dita pelo personagem central,
representado por Michael Douglas: “O que vale a pena fazer, vale a pena fazer por
dinheiro!” Este filme é a continuação de “Wall Street – Poder e Cobiça”, de 1987,
que exportou ao mundo um novo modelo de viver: o modo “TER”, em detrimento do
Modo “SER”. De 1987 para cá, se passaram 26 anos e, polêmicas à parte, ainda
amargamos este modo de viver!
No centro desta questão, fica a pergunta que alguns fazem para si: “Dinheiro
traz a tão sonhada felicidade?” Analisar o papel do dinheiro no bem estar da pessoa,
tem sido tema de estudos recorrentes.
Diante da complexidade desta questão, há diversas pesquisas e estudos sobre
o assunto, porém, ainda não conclusivos, mas que trazem reflexão sobre o tema.
O conceito de felicidade e de bem estar é subjetivo e tem dois eixos, um que
se refere à qualidade emocional da experiência individual, ou seja, da frequência e
da intensidade das experiências que dão prazer ou dor. Por outro lado, o conceito de
felicidade depende das concepções que a pessoa tem sobre sua própria vida.
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Dessa forma, felicidade seria como as pessoas avaliam as suas vidas em
relação à satisfação com o trabalho, saúde, relacionamentos, prazer, etc. e ao
mesmo tempo determinam os aspectos que são importantes para ela.
Sonja Lyubomirsky, professora do Departamento de Psicologia da
Universidade da Califórnia, Riverside, Estados Unidos, em seu livro “A Ciência da
Felicidade”, aborda que vale a pena lutar pela felicidade e que 50% do nível de
felicidade do ser humano são determinados geneticamente (com base em estudos
de gêmeos), que apenas 10% são afetados pelas circunstâncias e situação da
pessoa (condição financeira, estado civil, tipo de trabalho, etc.), e que os 40%
restantes da felicidade estão sujeitos ao autocontrole, ou seja, aos comportamentos
adotados e, portanto, podem ser modificados. É neste último percentual que
enfocaremos o curso.
No mundo ocidental, há a crença de que quanto mais rica for a pessoa, mais
feliz ela é, porém, pesquisas demonstram outra realidade.
Pesquisas realizadas desde 2005, sobre felicidade, pelo Instituto Gallup, que
avaliou 155 países, representando aproximadamente 98% da população mundial,
demonstraram que os indicadores de satisfação se elevam com o aumento da
renda, porém, o bem-estar emocional se eleva até o limite de uma renda anual de 75
mil dólares, sendo que depois disso mantém-se estável. Por outro lado, situações de
baixa renda aumentam a dor emocional associada com divórcios, doenças e solidão.
"Alta renda compra satisfação com a vida, mas não compra felicidade, e baixa renda
é associada com pouca satisfação com a vida e baixo bem-estar emocional", afirma
um dos pesquisadores norte-americanos que foi a campo para elucidar essas
questões (GALLUP, 2005).
Para o pesquisador Ed Diener, que conduziu pesquisas sobre felicidade e
dinheiro nos lugares mais pobres do mundo, existe uma correlação entre felicidade e
dinheiro. Para chegar a esta conclusão, ele entrevistou mendigos de diversas
cidades e países, tais como da Califórnia, de favelas de Kolkata, na Índia, e de São
Paulo, e concluiu que o fato de eles terem tão pouco na vida os tornam estressados
e com falta de confiança crônica no próximo, porém, algumas pessoas conseguiram
mudar as péssimas condições de vida, por meio do desenvolvimento de boas
relações sociais no ambiente onde viviam, principalmente na Índia. Concluiu, então,
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que o investimento no próximo parece ser um bom caminho para a satisfação
pessoal e não necessita de dinheiro. Outro fator que influencia é a cultura local.
Estes resultados são semelhantes ao que Lyubomirsky (2008) cita em seu
livro. Para a autora, algumas ações ajudam a melhorar o nível de felicidade, tais
como: praticar a gratidão e o pensamento positivo, investir nas relações sociais,
administrar o estresse, a adversidade e o trauma, viver no presente, cuidar do corpo
e da alma e comprometer-se com suas metas.
Essa constatação também tem respaldo em outra pesquisa junto à
população de diversos países ricos, pois demonstraram que embora os países ricos
façam um bom trabalho de promoção da qualidade de vida nas áreas de educação,
trabalho e infraestrutura, não há relação com os indicadores de felicidade destes
países. Exemplo desta situação é o Japão, que desenvolveu um dos melhores
índices de desenvolvimento econômico nos últimos 50 anos, mas a satisfação geral
da população permaneceu constante e bem inferior ao da Irlanda, que tem um
Produto Interno Bruto (PIB) duas vezes menor.
Outro estudo aponta que, embora a população da Coreia do Sul tenha
aumentado enormemente o seu poder de compra, seu bem-estar subjetivo se
apresenta baixo, pelo estresse, pela competitividade extrema desde a adolescência,
gerando inclusive altos índices de suicídio.
O estudo também alerta para o fato de que apenas após alcançar um nível
razoável de renda é que a pessoa relaciona felicidade com aspectos não materiais
como a capacidade de se ter amigos íntimos, ter uma vida familiar satisfatória e
tempo para refletir e buscar outros interesses.
Ao longo da história da civilização, o dinheiro passou por longas
transformações, pois ele foi criado, como veremos mais adiante, para ser um
instrumento padrão de trocas econômicas necessárias para a sobrevivência,
passando a constituir um bem em si mesmo, especialmente no capitalismo,
expresso na frase do personagem de Michael Douglas no filme citado.
“Mas, afinal dinheiro traz felicidade?"
Na verdade o dinheiro pode ajudar a pessoa a atingir seus sonhos e a ter
prazer, mas não é o fator preponderante para a felicidade e viver apenas para tê-lo,
pode gerar um imenso estresse. A felicidade deve ser vista como um processo, onde
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emoções e situações se modificam a cada momento e o mais importante é como
administrar e se adaptar a estas mudanças, sem tanto sofrimento.
Ter como meta ganhar mais, ser rico, é o desejo do ser humano, mas não
deve se transformar em um fim e em uma obsessão, pois a pessoa pode se
transformar em um escravo do dinheiro e não se dará conta de sua qualidade de
vida, de sua saúde e de sua energia. Aprender a lidar com o dinheiro e se educar
financeiramente deve promover melhor qualidade de vida, deve mudar modos de
pensar e de ver o mundo e mudar comportamentos.
É este o convite que fazemos com este curso.
1. 2 OJETIVOS DO CURSO
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2 DINHEIRO: VALOR, CONCEITO, ORIGEM E EVOLUÇÃO
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identificar um indivíduo “B” que possuísse excedente em sua produção e que
estivesse interessado no seu produto. Portanto, a condição para se efetivar o
escambo era a de se encontrar a contrapartida, ou seja, dois indivíduos com
coincidência de desejos, porém, nem sempre o produto disponível para a troca era
necessário para um determinado indivíduo que possuía o produto desejado pelo outro.
Exemplificando este processo, um pecuarista trocava a carne que produzia
por outras necessidades tais como alimentos, roupas, etc.
Esta procura demandava tempo e o pecuarista gastava boa parte de seu
tempo à procura de alguém com quem pudesse trocar sua mercadoria.
Outra dificuldade era como dimensionar o volume das trocas e, com o
passar do tempo, outras dificuldades foram surgindo, tais como a oscilação do valor
das mercadorias, pelo fato de não serem fracionáveis e por serem facilmente
perecíveis, não permitindo o acúmulo de riquezas.
Ao longo deste processo de trocas, algumas mercadorias, pela sua utilidade,
passaram a ser mais procuradas que outras, passando a ter função de moeda.
Como moedas de troca, entre outras, ganham destaque os Grãos de Cevada, as
Conchas, e principalmente o Gado Bovino – que apresentava vantagens de
locomoção própria, reprodução e prestação de serviços – e o Sal, pela dificuldade
de obtenção e pela sua propriedade de conservar os alimentos. Estas mercadorias
com função de moeda eram denominadas moeda mercadoria e circulavam como
elemento de troca por outros produtos, servindo para avaliar-lhes o valor.
Este tipo de troca predominou no início da civilização, mas, ainda hoje,
existe em sociedades primitivas e distantes, de difícil acesso, ou em situações
específicas em que as pessoas envolvidas trocam objetos sem a preocupação com
os valores equivalentes, mas, sim, com os desejos de obter algo.
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Quiz
Você Sabia?
Assunto: Palavras que até hoje utilizamos e que se originaram na época das trocas
A palavra capital significa “patrimônio”, e tem sua origem na palavra latim capita,
que significa cabeça.
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guarda. Inicialmente, ele foi utilizado em sua forma natural, depois sob a forma de
barras e, ainda, sob a forma de objetos, tais como braceletes, anéis, etc. Esta forma
de comercialização do metal exigia avaliação do grau de pureza e aferição do peso.
Para agilizar este processo, estas mercadorias ganharam forma definitiva e
peso determinado, além da marca do valor e a indicação do responsável pela sua
emissão, com isto, não precisavam mais ser pesadas e permitiam a identificação
imediata da quantidade de metal oferecida na troca.
Uma das dificuldades deste processo era a exigência do domínio de técnicas
de fundição e conhecimento do local onde poderiam ser encontrados, tornando
estas tarefas muito difíceis e, portanto, seletivas para a maioria dos indivíduos.
Em função da valorização deste tipo de comercialização, bem como de suas
dificuldades, o processo naturalmente se aperfeiçoou, com a utilização de réplicas
de objetos metálicos, em pequenas dimensões, que circulavam como dinheiro.
Cada civilização cunhava sua moeda de acordo com seus interesses e
cultura. No Oriente, circulavam moedas faca e chave, já na Grécia e em Chipre,
circulavam moedas de cobre ou bronze com o formato de pele de animal.
Com o passar do tempo e com a evolução inerente da sociedade, no século
VII a.C. surgem as primeiras moedas semelhantes às atuais, com as seguintes
características:
pequenas peças de metal, em especial em ouro, prata, ferro e cobre;
com peso e valor definidos;
com a impressão do cunho oficial, ou seja, a marca de quem as emitiu e
garante o seu valor;
fabricadas por processos artesanais rudimentares, com bordas irregulares,
diferentemente das de hoje, que são padronizadas.
As moedas refletem a mentalidade de um povo e de sua época, pois
registram os aspectos políticos, econômicos, tecnológicos e culturais e é por meio
delas que pudemos tomar conhecimento da efígie (escultura, representação) de
personalidades que viveram há muitos séculos. A primeira figura histórica a ter sua
efígie registrada numa moeda, provavelmente, foi Alexandre, o Grande, da
Macedônia, por volta do ano 330 a.C.
As moedas cunhadas em ouro e prata prevaleceram em relação a outros
metais em função de sua raridade, beleza, resistência e valor econômico. Também
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havia em torno destas moedas a crença no poder mágico destes metais, pela
ligação entre o ouro e o Sol, e a prata e a Lua, disseminada pelos sacerdotes da
Babilônia e estudiosos de astronomia, e se mantiveram por diversos séculos. Suas
peças eram garantidas pelo valor intrínseco, ou seja, pelo valor comercial do metal.
Uma moeda, que continha 30 gramas de ouro ou prata, era trocada por mercadorias
neste mesmo valor.
A partir do século XIX, outras ligas metálicas passam a ser utilizadas e seu
valor passa a ser o extrínseco, ou seja, o valor cunhado na peça,
independentemente do metal nela contido.
Mais tarde, com a emissão do papel moeda, as moedas de metal ficaram
reservadas para valores inferiores e a durabilidade passou a ser a qualidade mais
necessária, em função da alta rotatividade deste tipo de comércio, surgindo uma
grande diversidade de ligas modernas para atender esta necessidade.
A moeda de papel surgiu na Idade Média, a partir do costume de se guardar
os valores com um ourives, que em troca – e como garantia –, entregava um recibo.
Com o passar do tempo, estes recibos passaram a ser utilizados como pagamentos
e, circulando de mão em mão, deram origem à moeda de papel.
No Brasil, os precursores das cédulas atuais foram os recibos que tinham
seu preenchimento à mão e foram lançados pelo Banco do Brasil, em 1810. Assim
como ocorreu com as moedas, o governo passou a gerir a emissão das cédulas,
para controlar falsificações e garantir o poder de pagamento. Hoje, quase todos os
países possuem seus bancos centrais que fazem este controle.
As cédulas retratam a cultura do país emissor e nelas se podem observar
motivos característicos da sociedade, tais como paisagens, tipos humanos, fauna e
flora, monumentos de arquitetura antiga e contemporânea, líderes políticos, cenas
históricas etc.
As cédulas e moedas emitidas pelos governos de um país formam o sistema
monetário, organizado a partir de um valor base, com definição de sua unidade
monetária. Regulado por legislação própria, também se responsabiliza pela
renovação das cédulas e moedas desgastadas.
Com a organização do sistema monetário, surgem os bancos e a moeda
bancária, ou moeda escritural, que consiste em depósitos efetuados em bancos ou
instituições equivalentes.
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Cada vez que o depositante precisava de moedas para efetuar algum
pagamento, ia buscá-la no banco. Com a evolução do processo, o depositante A, em
vez de ir ao banco retirar dinheiro para efetuar o pagamento a B, passou a entregar
diretamente a B uma ordem escrita de pagamento destinada ao banco. Se B fosse
cliente do mesmo banco, bastava ele debitar do emissor e creditar para si. Assim, a
dívida era liquidada sem uso de moeda metálica ou de papel. Se o credor B era
cliente de outro banco, ele recebia a ordem do devedor e entregava ao seu banco,
surgindo assim, as compensações bancárias de cheques.
Há algumas controvérsias a respeito da origem do cheque e de sua época,
contudo, há uma certeza que se generalizou no mundo, devido a suas inúmeras
vantagens, tais como:
facilita a movimentação de grandes somas;
economiza o tempo que tomariam para ser contadas;
diminui possibilidade de roubos;
impede o entesouramento do dinheiro em espécie.
Contudo, estes benefícios devem se cercar de garantias, que são possíveis
por meio de leis que punem eminentes de cheques sem fundos, amparando, assim,
sua circulação.
Com a evolução do sistema monetário e da economia, os cheques foram
sendo substituídos por cartões de crédito, que não são dinheiro real, mas registram
a intenção de pagamento do consumidor, no futuro.
Os cartões de crédito surgiram na década de 20, nos EUA, e em 1950, o
Diners Club criou o primeiro cartão de crédito moderno. Em 1950, a American
Express lança o seu cartão. Com a ampla aceitação e utilização, os bancos também
aderiram ao processo e, em 1958, o Bank Americard, lança o seu cartão que, em
1977, passa a denominar-se Visa. Na década de 90, o Visa torna-se o maior cartão
de circulação mundial, com 12 milhões de estabelecimentos vinculados.
Atualmente, há diversos tipos de cartões físicos e não físicos, com códigos
que os identificam, assim, tem-se:
cartões que são utilizados para retirar dinheiro, movimentar a conta bancária,
fazer pagamentos em caixas eletrônicos, etc., são os cartões de débito;
cartões mistos que aliam as funções acima, com possibilidade de compras
a crédito;
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cartões do comércio em geral, destinados a fidelizar o cliente, por meio da
facilitação da compra e eliminação da burocracia;
e-cards (não físicos, apenas um código) usados na internet;
e-bits (não físicos), símbolos usados na internet, como forma de motivar e
cativar o cliente e o internauta;
smart cards, o cartão inteligente, que pode ser carregado com uma
determinada quantia e a cada compra é debitado o respectivo valor até seu
saldo acabar e novamente ser carregado com nova quantia.
Com as facilidades dos cartões, estes se multiplicaram, e hoje atendem aos
mais diferentes perfis de clientes, podendo ser utilizados em inúmeras transações,
presenciais e pela internet.
Observa-se pela história que a expressão do dinheiro foi evoluindo conforme
a evolução do conhecimento humano, e sempre visando maior facilidade e rapidez
nas relações de troca entre as pessoas.
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No mundo atual, com a velocidade da mudança, ofertas e novos produtos
são divulgados na internet para o mundo todo, decisões de compra são tomadas
rapidamente pela internet e o dinheiro muda de mãos, o cartão de crédito torna-se o
controlador e a expressão da compra e o dinheiro torna-se cada vez mais virtual,
sem peso, sem corpo, sem matéria e circula pelo ciberespaço, cumprindo seu papel
de energia de troca e se multiplica por conta do volume de pessoas conectadas e
realizando negócios, Assim, segue sem fronteiras e parece estar disponível tanto
quanto o ar.
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-da-moeda/historia-da-moeda-2.php
http://www.bcb.gov.br/?ORIGEMOEDA
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3 AS DIMENSÕES DA SAÚDE E SUA RELAÇÃO COM O DINHEIRO
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nos dá esta definição é Don Ardell, citado no livro de Wellness – seu guia de bem
estar e qualidade de vida, que entre outras coisas, coloca que um estilo de vida de
bem-estar implica num forte senso de responsabilidade, uma postura positiva e
pensamento crítico, vida prazerosa e disponibilidade para descobrir novos
significados e propósitos da vida. Relacionando este conceito com o dinheiro, pode-
se dizer que na relação com o dinheiro também se deve ter responsabilidades,
postura positiva e critica, de forma que o dinheiro possa de forma harmônica e
equilibrada oferecer uma vida prazerosa. O bem-estar visto desta forma, está
associado à relação bem cuidada de nossos valores com o mundo a nossa volta.
Qualidade de Vida: devido à grande diversidade de conceituações no
tempo, no espaço, na cultura e nas pesquisas, decorrentes de olhares e de
instrumentos de avaliação diferentes, para um tema tão subjetivo, a ONU instituiu
um grupo de trabalho, que procurasse um conceito mais geral e consensual. Assim,
reuniu diversos especialistas de diversas áreas, de diferentes contextos culturais,
socioeconômicos e credos, que chegaram à conceituação de qualidade de vida
como sendo “a percepção do indivíduo de sua posição no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos e
expectativas, padrões e preocupações”. Neste conceito, percebe-se estreita relação
com nossos objetivos e expectativas acerca do dinheiro.
Estilo de Vida: conforme definido por Nahas (2006), é o conjunto de ações
cotidianas que reflete as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das
pessoas. Esses hábitos e ações conscientes estão associados à percepção de
qualidade de vida do indivíduo. Os componentes do estilo de vida podem mudar ao
longo dos anos, mas isso só acontece se a pessoa conscientemente enxergar valor
em algum comportamento que deva incluir ou excluir, além de perceber-se como
capaz de realizar as mudanças pretendidas. Relacionando este conceito com a
relação da pessoa com o dinheiro, pode-se dizer que um determinado
comportamento de consumo, pode ser um hábito, que define um estilo de vida que
reflete atitudes e valores que a pessoa possui em relação ao dinheiro.
Falamos até aqui das dimensões físico, mental, social e emocional do indivíduo
que, quando equilibradas, geram saúde. No entanto, expandindo estas dimensões,
teremos, além destas: Saúde Profissional, Saúde Financeira, Saúde Espiritual.
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Observando as dimensões, podemos ver que a Saúde Financeira representa
uma das dimensões, mas também permeia e mantém estreita relação com as demais.
Como vimos, as dimensões da vida são: Física, Mental, Social, Profissional,
Intelectual, Financeira e Espiritual.
FIGURA 2 - ALIMENTOS
FONTE: Banco de Imagens. Humus Alimentos para a Vida. Disponível em: <https://pt-
br.facebook.com/HumusAlimentosParaAVida?filter=2 >. Acesso em: 1 jan. 2013.
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Alimentação equilibrada e saudável é aquela que possui todos os nutrientes
necessários, contendo a quantidade, qualidade, harmonia e adequação a cada fase
da vida, pois em cada fase, as necessidades nutricionais se modificam e sofrem
alterações. A alimentação saudável começa na gestação, passando para o bebê até
2 anos, para a criança, até 10 anos, para os adolescentes de 10 a 20 anos, para o
adulto até 60 anos e idosos, a partir dos 60 anos.
A escolha por uma alimentação saudável envolve uma série de questões,
dentre elas, as questões socioculturais do micro ambiente (hábitos familiares e
comunitários, renda familiar, rotinas diárias, etc.) e macro ambiente (comunicação
em massa, aspectos econômicos da região, do país, sazonalidade na produção de
alimentos distribuição de renda, etc.) são importantes definidores de hábitos e
estilo de vida.
Ao se falar em alimentação saudável, é preciso falar em mudança de hábitos
e de atitudes, e as mudanças de hábitos alimentares são as mudanças mais difíceis
de serem processadas.
No Brasil, estamos vivendo a fase de “Transição Nutricional”, que é a
mudança ocorrida no estado nutricional de uma população. Por meio de estudos
realizados nas décadas de 70, 80 e 90, foi possível constatar uma grande mudança
no perfil nutricional da nossa população.
Estas mudanças ocorridas nos últimos 50 anos e decorrentes de multifatores
externos e internos à nossa cultura, tais como: mudanças demográficas de
ocupação rural para urbana, diminuição na média de filhos por família de seis a oito
para dois a três filhos; diminuição na mortalidade infantil; em consequência da
elevação da vida; modificação na pirâmide populacional, mais próximo dos países
desenvolvidos (diminuição de crianças, adolescentes e jovens), e aumento de
pessoas com mais de 50 anos. Além destas mudanças, pode-se citar também:
mudança no mercado de trabalho, com novas ocupações, influenciando a geração
de renda, estilos de vida e demandas nutricionais.
Muito embora a distribuição de renda não tenha melhorado, nem ocorrido
aumento nominal na renda nestas décadas, o tamanho da família e a entrada da
mulher no mercado de trabalho trouxeram um aumento da renda familiar, que é um
dos fatores econômicos internos que também contribuiu para esta transição.
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A partir de estudos realizados a partir de 1975, foi possível analisar as
tendências evolutivas e a partir de estudos comparativos, nos últimos 22 anos,
observou-se um declínio marcante na desnutrição, porém observou-se também um
aumento do IMC em mulheres da área rural, à exceção das mulheres do nordeste,
equiparando-se aos índices encontrados em países desenvolvidos.
Desta forma, ao mesmo tempo, em que há um declínio da desnutrição, em
crianças e adultos, aumenta o sobrepeso e a obesidade na população brasileira, e
pela velocidade e quantidade crescente deste perfil, pode-se afirmar que há uma
epidemia do problema. Inicialmente atingindo a classe mais rica, já se identifica esta
tendência também nos estratos mais pobres da população. Ao mesmo tempo em
que se tem aumento da estatura média do brasileiro e da obesidade, tem-se também
uma presença maior de anemia, atingindo todas as regiões, inclusive crianças
menores de cinco anos. Além da questão do ganho de peso e do aumento da
anemia, há também um aumento significativo de doenças crônicas, tais como:
diabetes, hipertensão, etc.
Este quadro da nutrição no Brasil demonstra um pouco da influência das
escolhas que fazemos na alimentação. Muitas das escolhas nesta esfera poderiam
ser mais saudáveis e mais econômicas, podendo se perceber a questão do
consumo na escolha de alimentos. A renda do brasileiro foi um dos aspectos
determinantes para esta transição.
A OMS recomenda, em sua Estratégia Global de Saúde:
Redução de alimentos de alta densidade calórica que promovem
ganho de peso. Esses alimentos, ricos em gorduras, carboidratos simples ou
amido, são, em geral, altamente processados e pobres em micronutrientes.
Nesta categoria encontram-se: biscoitos em geral, farináceos contidos nas
massas, etc. Em oposição a eles, estão os alimentos de baixa densidade
calórica, ricos em água, como frutas, verduras e legumes;
Aumento da ingestão de fibras. As fibras são alimentos de baixo valor
energético que constituem grande parte do volume alimentar. São essenciais
para bom o funcionamento do intestino, atuando também na regulação do
peso corporal, ou seja, os alimentos ricos em fibras são muito importantes
para a saúde. As fibras não são encontradas em alimentos de origem
animal, como carnes, ovos e laticínios, apenas nas plantas, elas são
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encontradas em parte dos grãos, vegetais e frutas Nesta categoria
encontram-se: os cereais integrais: aveia, quinoa, arroz e pão integral,
linhaça; as frutas: laranja, maçã, manga e ameixa, sempre com casca e
bagaço; os vegetais: couve, repolho, agrião e berinjela; e os grãos: feijão,
lentilha, soja, ervilha e grão-de-bico;
Aumento do consumo de frutas, vegetais e cereais integrais. A OMS
recomenda consumo mínimo diário de 400g de frutas e vegetais, com
aumento do consumo de alimentos ricos em fibras e de nozes e
assemelhados. Estes alimentos são recomendados, pois substituem outros
alimentos de alto valor energético e baixo valor nutritivo, como cereais e
grãos processados e açúcar refinado, utilizados na preparação de alimentos
industrializados;
Restrição de alimentos com alto índice de açucares. Estes alimentos
de alto índice glicêmico são digeridos e absorvidos rapidamente pelo
organismo, diminuindo rapidamente a saciedade. Estes alimentos estão
presentes na batata, no pão branco e em cereais matinais – flocos de milho,
etc. De preferência a grãos e alimentos integrais, tais como: aveia, farinha
integral, farinha de soja;
Redução de bebidas açucaradas. O consumo frequente de refrigerantes
tem sido associado ao ganho de peso. De preferência a sucos naturais feitos
em casa com frutas frescas da época;
Restrição do consumo total de gorduras e redirecionar o consumo de
gorduras não saturadas, eliminar o consumo de gorduras hidrogenadas.
As gorduras hidrogenadas são encontradas na margarina, biscoitos, sorvetes,
bolos e pão branco, e influenciam o fator de risco para doença coronariana,
aumentando o risco de desenvolver doença coronariana;
Restrição do consumo de sódio. O sódio e o potássio são minerais
essenciais para a regulação dos fluidos intra e extracelulares, atuando na
regulação da pressão arterial. O sal de cozinha – cloreto de sódio – é a
principal fonte de sódio.
A necessidade humana diária de sal é de cerca de 300 a 500 miligramas. A
maior parte dos indivíduos, mesmo crianças, consome níveis além das suas
necessidades. O consumo excessivo, maior que 6g diárias (2,4g de sódio), é
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uma causa importante da hipertensão arterial (HA), e explica 40% das mortes
por acidente vascular encefálico (AVE) e 25% daquelas por doença arterial
coronariana. No preparo dos alimentos, procure ressaltar seus sabores,
reduzindo ao máximo o uso de sal e utilizando temperos e ervas naturais;
Restrição do consumo de açúcares livres. O consumo excessivo de
açúcar está associado ao aparecimento de diabetes, obesidade, cárie bucal
e inflamações em geral. Para a necessidade de açúcar, de preferência ao
consumo de frutas secas e frescas, chocolate amargo.
Uma escolha saudável de alimentos não precisa aumentar a conta no
supermercado, desde que façamos as escolhas certas.
Algumas dicas podem ser importantes para manter uma alimentação
equilibrada e saudável e ao mesmo tempo manter a economia doméstica. São elas:
1. Aproveite sempre as frutas, legumes e verduras da época, pois estas
têm preço inferior às de outras épocas;
2. Lave, corte e embale em casa. Ao invés de comprar verduras lavadas e
embaladas e frutas, legumes cortadas que, alem de serem mais caras, têm
seus nutrientes diminuídos, de preferência a prepara-los em casa.
3. Troque a carne por outros tipos de proteína. A carne é um dos itens
mais caros da cozinha brasileira. Porem ela pode ser substituída por outros
alimentos ricos em proteínas e mais baratos, tais como: ovos, leite, iogurte,
queijo, soja, grão-de-bico, feijão, ervilha, lentilha, queijo de soja (tofu), leite
de soja e arroz integral.
4. Faça seu próprio suco em casa. Aproveite as frutas de época e seus
açucares naturais. Não utilize sucos em pó.
5. Se planeje e vá à feira. As feiras são ótimos lugares para se comprar
frutas e verduras a bons preços, principalmente ao seu final, quando os
valores são ainda mais reduzidos. Priorizar os ingredientes da época
também ajuda economizar e ainda garante mais frescor na dieta.
6. Fique atento também para os dias de promoção no supermercado.
7. Evite comprar comidas prontas e Fast Food. Nestes restaurantes a
oferta de alimentos e grande, estimulando comer mais. De preferência a
fazer em casa seu alimento.
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8. Aproveite os alimentos ao Maximo e não jogue as cascas no lixo.
Muitas frutas e verduras podem ser aproveitadas por completo, incluindo a
casca. É o caso, por exemplo, do pepino, das folhas da couve-flor: 100g de
folha de couve-flor contêm 122mg de vitamina C, o que é quatro vezes o
mesmo volume contido na polpa da laranja, casca de limão: é rica em fibras,
contendo cerca de 6,7g. Ela pode ser utilizada em sucos, vitaminas e
geleias, além de dar um gosto especial em algumas receitas de bolo,
semente de melão: cheia de cálcio, pode ser utilizada em sucos e vitaminas.
9. Se prepare para as compras. Não vá às compras com fome. Com fome,
acabamos comprando mais do que precisamos. Para economizar, faca uma
lista antes de ir às compras, e siga-a à risca.
Seguindo estas dicas, certamente você manterá uma alimentação mais
saudável e ainda economizará.
Acesse os links a seguir e saiba mais sobre o assunto!
<http://saude.ig.com.br/alimentacao-bemestar/2012-08-27/como-ter-uma-dieta-
saudavel-sem-gastar-demais.html>
<http://blog.serlares.com.br/nutricao/como-economizar-na-hora-de-ter-uma-
alimentacao-saudavel>
<http://www.sesc.com.br/mesabrasil/>
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnan.pdf>
<http://nutricao.saude.gov.br/>
Outra área ligada à dimensão física é a da prática de atividade física, que nos
exercita e nos prepara para realizar atividades do dia a dia com menor esforço. Não
precisamos ser atletas, mas precisamos exercitar o corpo, por isto não precisamos
necessariamente de investimento financeiro. Podemos caminhar, subir escadas ao
invés de esperar o elevador, descer um ponto antes para caminhar. Frequentar
parques pode ser uma boa alternativa, pois sempre ocorrem atividades físicas ao ar
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livre. Procure no seu bairro, na sua comunidade, o que tem sido oferecido para a
prática de atividade física.
Mas, lembre-se: consulte sempre o médico antes de começar qualquer
atividade física, para uma avaliação.
Outro aspecto da dimensão física se refere ao cuidado com a saúde: ir
regularmente ao médico, pode evitar muitos problemas de saúde ou agravos de
doenças, o que pode gerar também um gasto financeiro emergencial. Prevenir,
sempre é a alternativa mais econômica. Portanto, se programe e vá ao médico
periodicamente.
Em relação ao fumo, não há mais dúvidas sobre seus malefícios no
organismo e no bolso. O Instituto Nacional do Câncer (Inca), em seu relatório
estatístico, de agosto de 2008, levanta os seguintes dados, no Brasil:
200 mil mortes anuais são causadas pelo tabagismo
16% da população brasileira adulta é fumante, representando uma
diminuição de quase 50% no número de fumantes desde 1989;
os homens apresentaram prevalências mais elevadas de fumantes do que
as mulheres;
A concentração de fumantes é maior entre as pessoas com menos de oito
anos de estudo do que entre pessoas com oito ou mais anos de estudo;
o cigarro brasileiro é o 6º mais barato do mundo;
cerca de 8% dos gastos com internação e quimioterapia no sistema único
de saúde são atribuídos a doenças relacionadas ao consumo do tabaco.
No mundo, o tabagismo:
é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo;
a OMS estima que 1,2 bilhão de pessoas sejam fumantes;
os homens também apresentaram prevalências mais elevadas de
fumantes do que as mulheres;
o total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu 4,9 milhões de mortes
anuais. Esse número aumentará para 10 milhões de mortes anuais por volta
do ano 2030.
Em relação às doenças associadas ao tabagismo, tem-se mais de 50
doenças relacionadas ao consumo do tabaco, dentre elas:
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25
25% das mortes causadas por doença coronariana - angina e infarto do
miocárdio;
45% das mortes causadas por doença coronariana na faixa etária abaixo
dos 60 anos;
45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de
65 anos;
85% das mortes causadas por bronquite e enfisema;
90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de
fumantes passivos);
30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe,
faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero);
25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral).
E, ainda o tabagismo pode causar: impotência sexual no homem;
complicações na gravidez; aneurismas arteriais; úlcera do aparelho digestivo;
infecções respiratórias. Estatísticas revelam que os fumantes comparados aos não
fumantes, apresentam risco dez vezes maior de adoecer de câncer de pulmão; 5
vezes maior de sofrer infarto; cinco vezes maior de sofrer de bronquite crônica e
enfisema pulmonar; e duas vezes maior de sofrer derrame cerebral.
Os benefícios de parar de fumar são inúmeros e depois que um fumante
deixa de fumar, e os benefícios podem ser sentidos conforme abaixo:
após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue do ex-
fumante;
após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor;
após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já
degusta melhor a comida;
após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação
melhora;
após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio já foi reduzido à
metade;
após 5 a 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas
que nunca fumaram.
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Saiba mais sobre o tabagismo, no site do Inca.
<http://www.inca.gov.br/TABAGISMO/>.
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crianças, idosos e animais domésticos, protegendo-os de quedas e fogo, acidentes,
intoxicações, por produtos químicos e outros. Não adotar atitudes seguras, além de
causar danos a sua saúde física pode gerar ônus financeiro inesperado. Portanto,
mantenha sempre uma atitude segura.
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A Qualidade de Vida abrange diversas dimensões e o fato de estar bem em
uma dimensão não significa ter bem-star. Há muitos mitos e crenças a respeito, por
exemplo, que sucesso profissional traz felicidade. Por outro lado, também há
aqueles que acreditam que o sucesso profissional atrapalha a vida pessoal.
Portanto, as crenças nos levam a adotar determinadas visões e comportamentos na
vida, que por sua vez, motivarão nossas escolhas.
Ter sucesso em uma das dimensões não garante bem-estar e qualidade
de vida, mas, sim, a forma como gerenciamos todas as dimensões da vida é que
fará a diferença.
Gerenciar as dimensões engloba: autoconhecimento, clareza de propósitos,
atitude positiva perante a vida, metas pessoais e escolhas feitas pela pessoa.
Interessante observar que o bem-estar, por ser subjetivo e se relacionar com
felicidade – embora situações externas possam atrapalhar sua busca –, não pode
ser criado por terceiros, pois é algo sentido pela pessoa. Dois aspectos internos à
pessoa são importantes, para este sentimento de bem-estar, pois eles nortearão
nosso comportamento e nossas escolhas, são eles: autoestima e harmonia interior.
Procure reservar um tempo só para você, para você pensar sobre seus
sonhos, suas dificuldades, seus talentos, sobre quem você é. Isto lhe ajudará a se
conhecer melhor e também a lidar de forma mais adequada com as situações
estressantes e difíceis.
Como veremos posteriormente, a dimensão emocional é muito importante no
nosso relacionamento com o dinheiro e no perfil de consumo que adotamos.
Acesse os links a seguir para saber mais!
<http://educarfinancas.com.br/2011/10/07/como-promover-o-equilibrio-entre-a-
saude-fisica-mental-e-a-financeira-educar-financas-entrevista-rogerio-nakata-
confira/>
<http://www.blogdasaude.com.br/saude-mental/2012/12/27/saude-mental-emocao-
depressao-enjoo-personalidade-dislexia-meditacao-alzheimer/>
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3.3 SAÚDE SOCIAL
Reflita: Quem é a pessoa em que você mais confia? Ela te ajudaria a mudar
seus hábitos de consumo? Então vamos lá peça sua ajuda!
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3.4 SAÚDE PROFISSIONAL
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3.5 SAÚDE INTELECTUAL
FIGURA 6 - INTELECTO
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3.6 SAÚDE FINANCEIRA
FIGURA 7 - FINANÇAS
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conceito de valor é amplo e abrange diferentes áreas do conhecimento, tais como:
economia, filosofia, psicologia, sociologia, política, veremos algumas definições.
Para a filosofia, o conceito de valor não é totalmente subjetivo, nem
totalmente objetivo, mas é determinado pela interação entre o sujeito, ou seja, a
pessoa e o objeto, o dinheiro. Numa visão materialista da filosofia, cuja visão da
natureza do valor reside na capacidade do ser humano em valorizar o mundo de
forma objetiva “o valor exprime uma relação entre as necessidades do indivíduo
(respirar, comer, viver, posse, reproduzir, prazer, domínio, relacionar, comparar) e a
capacidade das coisas, objetos ou serviços, em satisfazê-las. Assim, há uma
hierarquia de valores decorrentes desta relação, de acordo com a
urgência/prioridade das necessidades, chamado de valor intrínseco, ou seja, valor
interno a pessoa e a capacidade (valor extrínseco, ou seja valor externo a pessoa)
dos mesmos objetos para as satisfazerem e esta relação que será a base para a
tomada de decisão.
Por outro lado, a filosofia também considera que os valores humanos são
os fundamentos éticos e espirituais, princípios e propósitos valiosos e objetivam
fins grandiosos, que constituem a consciência humana, tornando a vida algo digno
de ser vivido.
Outra definição para valor, e que será o nosso referencial, é o valor como
“quantidade de trabalho e esforço necessário para se realizar um desejo”, assim, a
disponibilidade da realidade será determinante na escolha de Ter ou Não Ter.
Assim, o valor ou o que se quer Ter ou Não Ter é determinado pela quantidade de
sacrifício que se interpõe entre a pessoa e seu desejo.
Se algo que desejo Ter tem um custo excessivo passo então a não mais
querer Ter, passando a Não Ter mais valor para mim, mesmo que meu impulso
inicial seria querer Ter. Este é um critério de utilidade e escassez.
O valor então passa a ser a relação entre o Ter e o Não Ter e que coloca o
individuo entre seu mundo interno e externo.
Esta visão de utilidade e escassez não ocorre apenas na questão física do
objeto de desejo, mas também ocorre nas dimensões emocional, intelectual e
espiritual, ou seja, não só os desejos e necessidades concorrem para o consumo,
mas também as carências emocionais, intelectuais e espirituais, nossas prioridades,
AN02FREV001/REV 4.0
34
nossas crenças, nossos valores e nossas limitações impactarão sobre as nossas
decisões de Ter e Não Ter.
Saúde Financeira se relaciona, assim, com o nosso Ser e com nossa
capacidade de estabelecer valores e de tomar decisões de Ter e de Não Ter,
ponderando nossos desejos e o custo do que queremos, o que demonstra nossa
maturidade, frente à oferta de produtos, mercadorias, serviços, etc.
Pode-se dizer que consumir é uma forma de ter e o consumo apresenta
qualidades distintas e ambíguas, pois ao mesmo tempo em que alivia a ansiedade,
porque o que se tem não pode ser tirado, exige que cada vez mais se consuma,
porque o consumo anterior rapidamente perde a sua capacidade de satisfazer a
ansiedade, geradora do impulso de compra.
Os consumidores modernos têm como paradigma a fórmula: EU SOU = O
QUE TENHO E O QUE CONSUMO. Esta reflexão esta contida na dimensão
espiritual por se relacionar com a questão do “TER e do SER” e de seu equivalente
“de posse e existência”, ou seja, enquanto a posse de ter algo esta centrada em
torno de coisas, a existência se centra na pessoa.
Nos dias atuais na sociedade de consumo, um valor transmitido pelas mídias
e empresas é que é preciso Ter para Ser. As crianças como grandes consumidoras
são bombardeadas por propagandas que transmitem que “ter o brinquedo” é
fundamental para que ela possa “ser”. Crescemos com este valor e mesmo adultos,
temos dificuldades de separar o Ter do Ser.
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3.7 SAÚDE ESPIRITUAL
FIGURA 8 - ESPIRITUAL
A saúde espiritual não se relaciona com a religião, mas, sim, com o nosso
ser, nossa existência, nossos valores, nossas crenças e atitudes. Vimos na saúde
financeira, o quanto os valores e modo de existência interferem em nossas escolhas.
Na dimensão espiritual e no conceito de Ter e Ser, a Fé também adquiriu
significados diferentes, dependendo do referencial de Ter ou Ser, da pessoa.
No modo “Ter”, a Fé representa a posse das respostas para seu cotidiano,
explicando os acontecimentos e aliviando a responsabilidade e as escolhas do
individuo, que se torna proprietário das certezas da Fé.
O modo Ser, por outro lado, se relaciona com uma orientação íntima e com a
Atitude da pessoa frente à vida. Não é simplesmente uma crença ou uma certeza na
Fé, que a tudo responde. A Fé aqui é vista como crença, enquanto que no modo Ter
ela é a própria crença.
No modo Ter, tudo se centra na propriedade privada, e a pessoa se volta
para a aquisição de propriedades e de sua manutenção, sem perceber que o objeto
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consumido é transitório, pode ser destruído, pode se perder, pode se quebrar, pode
se depreciar e, em última instância, a pessoa pode perder sua condição social e um
dia vai morrer. Neste modo Ter, a pessoa é o que Tem e seus bens ou propriedades
constituem a sua identidade. Se ela perde o que tem, então quem ela passa a ser?
Possivelmente passará a ser uma derrotada, um vazio, uma perdedora. Por este
motivo, a pessoa preocupada em manter o que tem, desenvolve uma série de
medos, medo de ser assaltado, medo de perder o trabalho, medo de reformas
econômicas, de doença, etc. e está sempre preocupada, ansiosa, insegura,
aborrecida, ocupada e numa postura defensiva e autocentrada.
O modo Ser, contudo, refere-se a nossa experiência humana, e embora não
se possa definir com clareza este modo, pode-se identificar características
especificas, tais como: a independência, a liberdade e a presença da razão crítica. É
o ser ativo, não no que se refere a atividade, mas na concretização de seu potencial,
significa renovar-se, evoluir, dar de si, amar, estar interessado, desejar. Enquanto no
modo Ter, a inércia domina, no modo Ser, é a experiência que domina. O modo Ser
surge, quando desapegamos do que temos e passamos a viver nossas
experiências. O modo Ser exige renúncia, não é fácil abandonar as muletas das
propriedades e bens, para encontrar e utilizar suas próprias forças internas, e viver o
Eu Sou e não o Eu Tenho. Se sou o que sou, e não apenas o que tenho, não vou
perder nada e ninguém pode me privar da minha segurança, da minha auto
confiança e da minha identidade, pois meu centro está em mim e depende de mim.
Enquanto o Ter diminui com o tempo, o Ser aumenta com a prática.
A sociedade está mudando, pois as pessoas já perceberam que é preciso
mudar seu comportamento de consumo e isto de certa forma estimula a se voltarem
para si. A percepção de que bases puramente econômicas da sociedade agrediram
a natureza, trouxeram a guerra e a competição entre pessoas e povos, geraram
desigualdades sociais, contribuíram para a miséria de alguns, está cada vez mais
estimulando o surgimento de uma nova Ética.
Outro fator que se constata é que embora se tenha propriedades e uma vida
confortável, há uma crescente insatisfação da sociedade e como consequência
aumento da depressão e do stress. As pessoas sentem o isolamento, o vazio e a
falta de significado de suas vidas. O Ter não foi suficiente para preencher estes
sentimentos e não trouxe o tão esperado bem estar.
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É preciso começar a mudança em nos mesmos.
Para Ser não é preciso Ter, o Ter deve ser uma consequência do Ser, não
um fim sem si mesmo. Não devemos abrir mão do Ter, mas temos que Ter com
consciência, sem deixar de Ser. O modo Ser nos oferece todas as possibilidades,
inclusive de ter prosperidade e abundância.
Agora que você já reconhece seu modo de existência, é importante que você
reflita se deseja mudar.
Este curso o ajudará a buscar o estímulo necessário para as mudanças e
dará ferramentas que auxiliarão no seu planejamento financeiro.
Existencialmente você se descobriu, agora vamos falar de coisas práticas
que o ajudarão nesta mudança e no saneamento de suas dividas.
FIM DO MÓDULO I
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ECONOMIA DOMÉSTICA
Aluno:
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ECONOMIA DOMÉSTICA
MÓDULO II
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO II
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comportamento, assim, respondendo sinceramente à questão do módulo anterior,
dará dicas de seu modo de existência.
Outro fator que nos ajuda a entender nosso comportamento de consumo é o
entendimento do que é “necessidade e do que é desejo”. Necessidade é tudo aquilo
de que dependemos para sobreviver, é o indispensável. Desejo por sua vez, é o
dispensável, não é o básico e podemos viver sem o que desejamos. Os conceitos de
necessidade e desejo são subjetivos e variam de pessoa a pessoa, pois se
relacionam com os modos de existência de que falamos, de Ter ou de Ser, os quais
são expressos em comportamentos de consumo.
Um consumidor consciente, possivelmente está mais centrado do modo Ser
de existência.
Então, vamos conhecer os tipos mais comuns de consumidor.
São várias as categorizações do consumidor, vamos conhecer uma delas.
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afetiva, necessidade de manter o status, poder e imagem pessoal, de estar sempre
na moda, de buscar segurança, etc.
Você sabia?
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Em geral, o consumidor compulsivo tenta compensar distúrbios emocionais
por meio das compras. Quando a pessoa não resiste às compras gerando
consequências negativas para si e/ou para seu grupo familiar, a compra compulsiva
é considerada um transtorno mental, normalmente associado a outros distúrbios, tais
como: depressão, abuso de dependência de álcool ou outras drogas, transtornos de
ansiedade e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
Quando se trata deste transtorno, a pessoa no ato de seu consumo associa
a compra com bem-estar e prazer. O produto, o bem, a mercadoria ou serviço
consumido e todo o ato de sua compra é percebido pela pessoa como algo que
melhorará o seu humor e lhe trata alegria.
Porém, esta sensação de bem-estar e prazer é momentânea e logo passa,
restando ao consumidor compulsivo mais uma dívida no cheque especial ou no cartão
de crédito, que rapidamente é percebida levando a pessoa a esconder o objeto
comprado, seja por vergonha, arrependimento ou para evitar conflitos familiares.
Este consumidor não consome apenas para si, mas o descontrole também
pode aparecer na compra para presentear outras pessoas, para compensar algo,
para aliviar alguma culpa, para mostrar-se sempre presente no modo Ter, para
mostrar poder, etc.
Normalmente, este tipo de distúrbio apresenta as seguintes características
de comportamento:
não consegue resistir ao impulso de compra, pois não consegue
diferenciar necessidade de desejo;
não consegue lidar com frustrações e adiar desejos e seus pensamentos
recaem sobre o fato de não encontrar mais aquele determinado objeto;
tenta obter prazer, gratificação, satisfação ou alívio de emoções negativas
como tristeza, frustrações, raiva, ansiedade, sentimento de vazio e angústia
por meio de compras;
tem gastos desmedidos, pois adquire mais do que sua capacidade de
pagamento;
sente culpa e arrependimento após a compra;
não consegue avaliar os riscos ou resistir às promoções e perde o limite
para aquisição de produtos promocionais, mesmo quando não precisa;
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apresenta sintomas depressivos quando não pode comprar; quando
percebe a gravidade da situação ou quando percebe o tamanho das dívidas;
apresenta dívidas e excesso de gastos/despesas expressos no uso do
limite do cheque-especial, dos cartões de crédito e na emissão de cheques
pré-datados, e quando recorre com frequências a empréstimos à família,
amigos, agiotas e financiadoras, para pagar dividas;
apresenta dificuldade em admitir a existência de um padrão patológico de
consumo, não assume a responsabilidade por seus atos, atribui a
responsabilidade de seus comportamentos a outros, seja à família, ao emprego,
condição social, governantes, etc. e não aceita procurar ajuda profissional;
apresenta outros distúrbios emocionais e sentimentos de orgulho em cada
nova aquisição.
Como toda compulsão, a pessoa repete o comportamento e o hábito vira
vício ou dependência, e o consumo foge do controle, trazendo graves
consequências para a pessoa e para sua família, pois o consumidor compulsivo em
desespero e diante de dívidas impagáveis é capaz de dispor de bens e de recorrer a
agiotas ou outros empréstimos para efetuar pagamentos, aumentando ainda mais
suas dívidas. Por conta disto, normalmente tem seu nome incluído em empresas
como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e SERASA. Muitas empresas,
inclusive não contratam candidatos cujos nomes estão incluídos nestes cadastros,
agravando ainda mais a situação da pessoa.
Mas, temos como mudar este padrão de comportamento?
Sim, felizmente há saída para isto!
O primeiro passo é refletir criticamente sobre o comportamento, o padrão de
consumo, as verdadeiras necessidades, e quais os fatores que nos influenciam na
hora da compra.
Descobrir nosso modo de existência é fundamental para a mudança. Qual o
nosso modo? Ter ou Ser? Se for Ter, temos que buscar nossa essência e nos
preencher com nosso potencial. Procurar ajuda profissional para isto, pode acelerar
ou ajudar no processo, em especial quando não se consegue mudar sozinho.
Outras dicas práticas:
ao sair de casa, leve apenas o dinheiro mínimo necessário, não leve talão
de cheque, nem cartão de crédito;
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se possível nem tenha cartão de credito, e se receber da instituição,
devolva, ou não desbloqueie;
planeje seu roteiro e não desvie do seu caminho; evite shoppings ou
vitrines;
se tiver sobra no orçamento, invista em aplicações que tenham tempo
mínimo para retorno;
se tiver muito alegre ou triste, procure não olhar anúncios e não pensar
em compras.
Viver com o cartão de crédito estourado, com muitas dívidas e, ainda assim,
querer continuar comprando, pode ser “oniomania”. Oniomania é o agravamento da
compulsão, se caracterizando como um transtorno de personalidade, caracterizado
pela compulsão de comprar, comprar e comprar. Não é defeito de personalidade,
mas sim uma doença que precisa ser tratada. Normalmente, este tipo de transtorno
compulsivo se expressa também em outros comportamentos, tais como comer
compulsivamente, trabalhar sem parar, etc.
Mas, antes de tudo, é preciso que você queira MUDAR!
Para tratamento, acesse o site Devedores Anônimos. Disponível em:
<www.devedoresanonimos-sp.com.br.>
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4.2. O CONSUMIDOR IMPULSIVO
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algum canto da casa ou no armário. Canais de compra na televisão e sites
promocionais na internet são especialistas em estimular o consumidor impulsivo.
Você sabia?
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reveja sempre seu modo de existência e seus valores;
não viva um estilo de vida que não é o seu. Viva um estilo de vida que
combine com sua renda.
Ah! Pratique atividade física, pois ela ajuda a liberar serotonina em nosso
organismo, auxiliando no equilíbrio de nosso humor. Assim, se você compra para se
sentir melhor, a atividade física substitui este comportamento com o mesmo resultado.
Este tipo de consumidor não conhece seus direitos e, por isto, não os exige.
Na hora da compra, normalmente está apressado. Não pesquisa preços, nem
qualidade e não tem objetivos definidos.
Este comportamento também traz consequências, pois o consumidor gasta
mais na compra de um produto, acaba ficando com prejuízos, porque não “corre”
atrás de seus direitos, em caso de defeitos ou inadequações do produto.
Algumas dicas podem ajudar este comportamento, são elas:
planejar a compra;
pesquisar antes de comprar;
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conhecer as vantagens e desvantagens de uma determinada marca,
produto, etc.;
conhecer os direitos do consumidor;
saber onde reclamar.
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não agride o meio ambiente, se não utiliza trabalho escravo ou infantil, etc. Ele dá
preferência às empresas reconhecidamente éticas, que respeitam o ser humano, o
meio ambiente e os recursos naturais.
O Instituto Akatu, procurando orientar consumidores, publicou uma cartilha
contendo os 12 princípios do consumo consciente, conforme segue:
1. Planeje suas compras. Compre menos e melhor;
2. Avalie os impactos de seu consumo no meio ambiente e na sociedade;
3. Consuma só o necessário. Reflita sobre suas reais necessidades e tente
viver com menos;
4. Reutilize produtos. Não compre outra vez o que você pode consertar e
transformar;
5. Separe seu lixo. Reciclar ajuda a economizar recursos naturais e a gerar
empregos;
6. Use crédito com responsabilidade. Pense bem se você poderá pagar as
prestações;
7. Informe-se e valorize as práticas de responsabilidade social das
empresas;
8. Não compre produtos piratas. Assim você contribui para gerar empregos e
combater o crime organizado;
9. Contribua para a melhoria dos produtos e serviços. Envie às empresas
sugestões e críticas construtivas;
10. Divulgue o consumo consciente. Levante essa bandeira para amigos e
familiares;
11. Cobre dos políticos. Exija ações que viabilizem a prática do consumo
consciente;
12. Reflita sobre seus valores. Avalie os princípios que guiam suas
escolhas e hábitos de consumo.
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5 ETAPAS DA MUDANCA EM BUSCA DE UMA RELACAO MAIS EFICAZ E
VANTAJOSA PARA A PESSOA
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1. crenças e valores pessoais;
2. pressão dos grupos;
3. dificuldades pessoais;
4. falta de acesso a informações necessárias à evolução dos próximos
estágios;
5. medo de errar, reforçado pela cultura ocidental, que nos prepara para o
perfeccionismo;
6. mecanismos de defesa.
Por outro lado, há forças propulsoras, ou seja, motivadoras, que equilibram a
situação e propiciam condições para as transformações, tais como:
1. a eterna insatisfação do ser humano, sempre em busca de significados
novos para a sua vida;
2. a grande capacidade e o potencial ilimitado que possuímos, às vezes de
forma latente, necessitando estímulos para vir à tona;
3. a constatação de que as mudanças acontecem de forma difusa ou clara, e
certamente mais dia ou menos dia sensibilizarão os mais resistentes;
4. o instinto de sobrevivência que nos impele à ação quando nos sentimos
ameaçados (a estagnação pode ser ameaçada pela transformação);
Desta forma, refletir e se deparar com questões relativas ao consumo
inadequado e que traz consequências negativas para si e para sua família, pode ser
um fator motivador.
Qualquer ser humano, ao se decidir pela mudança, precisa ser apoiado e
ter facilitada a sua jornada, já que as barreiras a serem transpostas existem e não
são poucas.
Uma das principais falhas das propostas de processo de mudança é
considerar que as pessoas devem iniciar a mudança pela ação, porém, o caminho a
percorrer até a situação desejada passa por cinco estágios, e é imprescindível que
cada pessoa ou grupo identifique em que estágio está para não tentar atropelar o
processo, com consequências indesejáveis, tais como descrédito, aumento da
resistência ou acomodação.
Para passar de uma situação A para outra situação B, é necessário que seja
detonada uma força interna ou externa à pessoa.
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Para dar o salto qualitativo mencionado, deve-se ser capaz de compreender
que todo e qualquer processo de mudança traz em si duas decorrências inevitáveis:
transição e contradição. A mudança, não ocorre de uma hora para outra, é um
processo longo, o lado positivo está no fato de termos mais tempo para perceber,
refletir reagir e mudar junto: estado de transição. O lado negativo é que, enquanto a
mudança realmente não se efetiva, a sensação é de total insegurança. O que nos faz
voltar para trás, gerando um clima de instabilidade emocional: estado de contradição.
Assim, da transição nasce a contradição. Enquanto a mudança é uma
tendência que se concretiza gradativamente.
Com estes dois ingredientes em ação, o processo de mudança costuma
esbarrar em resistências psicológicas, o que prolonga a transição – quando não a
eterniza e realimenta a insegurança.
As resistências psicológicas às mudanças podem ser:
1. negação – a pessoa nega a situação ameaçadora, acreditando numa
estabilidade que já não existe mais;
2. apatia – a pessoa aqui constrói uma parede que a separa do impacto da
situação ameaçadora;
3. racionalização – a pessoa procura uma explicação, não apenas para a
situação ameaçadora, mas também para o seu comportamento e seus
sentimentos, para evitar a angústia e manter o autorrespeito;
4. projeção – a pessoa projeta a responsabilidade de sua percepção, de seu
comportamento e de seus sentimentos no outro;
5. fuga – a pessoa se afasta da situação ameaçadora;
6. identificação defensiva – a pessoa diminui ou evita a angústia, ao
identificar-se com outras pessoas ou grupos, de forma a se proteger. Desta
forma, a ameaça passa a ser ao grupo e não a ela sozinha. Paradoxalmente,
a pessoa também pode se identificar com grupos aliados a situação
ameaçadora, passando assim de se sentir ameaçada a ameaçar.
As resistências psicológicas podem gerar comportamentos que prolongam a
transição e as contradições, pois camuflam a verdadeira mudança. São eles:
1. compensação de transformações realizadas em algumas áreas pela
estabilidade imutável em outras;
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2. alternância de períodos de estabilidade com períodos de inovações
superficiais;
3. mudança concentrada em aspectos pouco relevantes que trazem poucos
resultados;
4. implementação de mudanças acidentais como forma de evitar as
essenciais. Q quando as resistências, são muitas, ocorre o “vamos mudar
tudo, porém sem mudar em nada”.
5.1.1 Pré-contemplação
Este primeiro estágio está ligado ao nível de informação a que cada um tem
acesso e à forma como ela é percebida e sentida internamente. Se for ao encontro
da necessidade pessoal e considerada como um valor, possivelmente será
transformada em conhecimento quando for internalizada.
Nesse estágio, as pessoas tendem a adotar mecanismos de defesa que as
impedem de enfrentar os problemas que para outros podem ser óbvios.
Um desses mecanismos de defesa é a negação. As pessoas ou grupos
negam que existem problemas e filtram as informações que recebem e, dessa
forma, deixam de ver o que é evidente para outros.
Outro comportamento típico deste estágio é a racionalização – a busca de
explicações plausíveis e racionais, para um comportamento imaturo ou inapropriado
para a situação.
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55
A pessoa procura uma explicação, não apenas para a situação ameaçadora,
mas também para o seu comportamento e seus sentimentos, para evitar a angústia
e manter o autorrespeito.
A melhor defesa é o ataque, parece ser a premissa (não expressa) daqueles
que colocam a culpa de seus problemas em eventos, circunstâncias ou pessoas de
fora de sua área de influência. Os problemas são projetados em alguém ou em algo.
Assim: “os outros não colaboram”, “as condições do financiamento eram tão boas”,
“o fornecedor não tem paciência”; “ninguém quer me ajudar”.
A internalização é um mecanismo de defesa dos mais sérios. Ele se verifica
quando as pessoas ou grupos aceitam passivamente uma possível incompetência para
lidar com determinada situação. As pessoas aqui acreditam que não podem mudar.
Outro mecanismo de defesa é o da identificação defensiva. A pessoa diminui
ou evita a angústia, ao identificar-se com outras pessoas ou grupos, de forma a se
proteger. Desta forma, a ameaça passa a ser ao grupo e não a ela sozinha.
Paradoxalmente, a pessoa também pode se identificar com grupos aliados a
situação ameaçadora, passando assim de se sentir ameaçada a ameaçar.
E uma última forma de defesa é a fuga. A pessoa se isola e procura se
distanciar da situação que a ameaça. Em casos mais críticos, o corpo adoece, como
forma de defesa do indivíduo, tirando-o da situação ameaçadora e levando-o a se
preocupar com a questão da saúde.
Todos os mecanismos de defesa trazem assim um aspecto positivo para a
pessoa, pois a defende das ameaças.
Assim, o processo de mudança só pode começar quando uma pessoa ou
grupo reconhece que tem problema. Este reconhecimento pode surgir de um evento
interno ou externo. Pode ser alcançado também através de alguém que tenha
genuíno interesse no bem-estar da pessoa ou do grupo.
Tendo reconhecido o problema, o próximo passo é tornar-se consciente dos
mecanismos de defesa e reconhecer como eles atuam.
Momentos de dúvida sobre se vale à pena mudar certamente vão surgir.
Nestes momentos fazer algumas perguntas poderá ser fundamental para manter a
decisão de buscar a mudança. Perguntas tais como:
AN02FREV001/REV 4.0
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Quem está do meu lado, aqueles que querem que tudo permaneça como
está, ou aqueles que querem a mudança? Eu estou de que lado? Daqueles que
querem mudar, ou daqueles que desejam manter tudo como está?
Um ponto que merece destaque neste estágio é o da liberdade tola. É o
comportamento de pessoas que, mesmo tendo todas as evidências de que seu
comportamento é destrutivo, ainda assim, persistem nele alegando que são donas
de si mesmas e que fazem as escolhas que bem entendem, afinal serão elas que
arcarão com as consequências. É o caso do consumidor compulsivo, que para se
defender, ataca alegando que ele trabalha, tem sua renda e o problema das dividas
e só dele.
5.1.2 A contemplação
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os contempladores. Nestas condições eles precisam de apoio para continuar a
ampliação do reconhecimento da situação.
Outro comportamento encontrado é o da espera pelo momento mágico. As
pessoas, aqui, falam de seus problemas, mas não tomam nenhuma iniciativa para
solucioná-los e aguardam um momento certo para mudar.
Por vezes, as pessoas são tão pressionadas para iniciar uma ação, que o
fazem com a finalidade de demonstrar que ela é inútil. Este é um risco que correm
aqueles que querem ajudar, mas ficam ansiosos pelos resultados. Se não houver
uma preparação adequada para a ação, poderemos ouvir: “Eu sabia que isto não
daria certo” e a mudança desejada, acaba.
É preciso despertar a emoção, mobilizar energia para a mudança,
preparando cuidadosamente a ação.
A mudança, por vezes, é sofrida e difícil. O ser humano, de um modo geral,
tende a buscar situações de conforto. Mudar qualquer coisa que exija esforço para
sair da rotina, rumo ao desconhecido, constitui um desafio que muitos evitam,
preferindo continuar na situação menos ameaçadora: a permanência.
Emoção de um lado, consciência e razão de outro, chega o momento de
estipular as metas e indicadores de que elas estarão sendo cumpridas. Quais são os
comportamentos que eu pretendo mudar? Como vou verificar se eles estão
mudando de fato? Procure ser o mais específico possível, pois respostas vagas
produzirão resultados também vagos.
Com metas claras, o monitoramento meticuloso passa a ser parte essencial
do processo (o monitoramento começa neste estágio da contemplação e vai até o da
manutenção).
Não deixe de manter registros cuidadosos de cada passo dado e de cada
resultado obtido, por menor que seja.
Na maioria dos comportamentos problemáticos, a frequência muda primeiro
e a intensidade depois. Uma pessoa consumidora impulsiva pode fazer um esforço
enorme para controlar seu comportamento e conseguir isto durante algum tempo,
para repentinamente ter um acesso incontrolável de compra. A revisão dos registros
vai ajudá-lo a ter claro que é capaz de se controlar, e não considerar que não tem
jeito e que nunca mudará.
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58
A construção de um novo comportamento, necessário para se passar deste
estágio ao próximo, começa com a busca de eliminar ações no piloto automático e
pensar antes de fazer. Muitos dos nossos comportamentos são inconscientes e
automáticos. É preciso refletir se há uma melhor forma, com menor dispêndio de
energia, de fazer o que fazemos todos os dias. A proposta aqui é a de pensar
antes de agir.
A criação mental de uma nova imagem é outra ferramenta. Imaginar, como
seria se você deixasse de consumir de forma impulsiva. O que você ganharia? Quem
estaria ao seu lado e te apoiaria? Isto trará benefícios para mim? E para os outros?
Para que a mudança não seja precipitada, é necessário também fazer um
balanço e analisar os prós e contras. Este balanço pode incluir quatro categorias:
1. consequências da mudança para mim;
2. consequências da mudança para os outros;
3. minhas reações frente à mudança;
4. reações das pessoas, em especial da minha família, frente a minha
mudança.
A avaliação deste balanço vai dar mais segurança na decisão de mudar, ao
mesmo tempo em que vai deixar claro que todo o processo de mudança tem
dificuldades.
Um ponto muito destacado pelos que praticaram a mudança com sucesso, é
o valor dos relacionamentos de ajuda, durante os estágios.
A empatia é uma das formas de ajuda. Nesse estágio, a ajuda deve se
restringir a ouvir, dar opinião e suporte. Não é adequado pressionar para a ação.
Mudança e ação são coisas diferentes. Outra forma de ajuda é a de reconhecer todo
o esforço que está sendo feito em direção a mudança, ainda que os resultados
estejam longe de ser observados. É preciso respeitar o processo e o momento de
cada um. Expressões do tipo “eu sei o quanto é difícil mudar a forma de ser, ou de
fazer algo” denota abertura para discutir as dificuldades e é muito mais encorajadora
do que “É claro que você vai conseguir”, pois pode aumentar a ansiedade em
relação à mudança.
Pedir ajuda na forma de informações, de estímulo, também é importante. Por
vezes é difícil pedir ajuda, mas superar esta dificuldade vai proporcionar uma
passagem segura para a próxima etapa.
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Este estágio, portanto, está ligado à vontade de mudar.
5.1.3 A preparação
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aumenta a ansiedade. Para combater esta ansiedade será útil planejar pequenos
passos no início, marcar uma data que seja favorável, disseminar publicamente o
compromisso de mudar e preparar-se, como se fosse passar por uma cirurgia de
grande porte.
Relacionamentos de ajuda serão mais uma vez, extremamente úteis. Será
necessário também preparar as pessoas para tolerarem eventuais comportamentos
ríspidos que a insegurança natural em relação às mudanças poderá provocar.
Envolva a família, na mudança.
Será que agora é o momento certo para as mudanças? É difícil dizer com
certeza, qual é o momento certo. Alguns levantamentos estatísticos ajudam na
decisão de começar a agir.
Baseados em estudos realizados em milhares de casos, pesquisadores
descobriram que no balanço de prós e contras, fatores contra a mudança em geral
têm mais peso para as pessoas que estão nos estágios de pré-contemplação e
contemplação, empatando no estágio de preparação e invertendo de posição nos
estágios de ação e manutenção.
5.1.4 A ação
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Para superar o velho padrão de comportamento é conveniente ter um
conjunto de novos comportamentos para contrapor aos velhos hábitos. Um caminho
é exercitar a ação contínua. Em outra direção, momentos de tensão devem ser
contrabalanceados com a busca de harmonia interior, técnicas de relaxamento,
meditação, são úteis.
A contraposição de pensamentos é outra técnica útil. Quando uma situação
se apresenta problemática, esta deve ser colocada no seu devido lugar. Outra forma é
entender o que estamos dizendo para nós mesmos que está nos deixando irritados.
Muitas vezes substituímos pensamentos saudáveis por afirmações
irracionais do tipo: “eu tenho que fazer com que todos gostem de mim”; “eu não
posso suportar que alguém me desaprove”; “eu tenho que ser absolutamente
competente em tudo que faço”; “eu me sinto mal quando cometo um erro”; “eu não
posso controlar a minha ansiedade”; “eu não consigo deixar de consumir”. Este tipo
de afirmações absolutas indica rigidez e não condiz com a flexibilidade exigida
diante das mudanças necessárias a cada momento.
Aliás, é bom perceber e registrar quantas vezes usamos as expressões: eu
só posso se ....; eu tenho que....; eu não posso...; eu não consigo... Pensamentos
saudáveis estão mais na linha de “eu provavelmente estou certo, mas sempre pode
haver alternativas”.
A busca de assertividade é outra forma de impulsionar a ação. Muitas
pessoas não são assertivas porque não se julgam com o direito de poder.
O controle do ambiente é outro elemento importante neste estágio. Uma das
formas para realizar esse controle é evitar ambientes ou situações que favoreçam os
velhos hábitos ou formas de ação. Se determinado grupo de pessoas tem atitude
cética, pessimista, negativista em relação a qualquer proposta de mudança, será
conveniente evitar estar com elas durante algum tempo, pelo menos até que as
mudanças estejam mais consolidadas.
Estas mudanças, entretanto, não podem mascarar o fato de que em algum
momento as dificuldades terão que ser enfrentadas. Buscar antecipar-se a esse
momento mentalmente e vislumbrar como agir pode ser um instrumento facilitador.
Outra ferramenta útil é procurar colocar lembretes em locais apropriados. A
agenda diária pode ter além dos compromissos, lembretes do tipo: manter
atualizado o orçamento; pesquisar preços, só comprar o que seja necessário, etc.
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O controle do ambiente é um mecanismo para prevenir a recorrência dos
comportamentos que estão sendo mudados. Na direção de apoio aos novos
comportamentos, que estão sendo obtidos, as recompensas são importantes para
reforçá-los. Tais recompensas podem ser simples palavras de autoelogio, faladas
interiormente (muito bom, estou conseguindo, valeu!) elas são importantes para
aumentar a autoconfiança e a autoestima.
Outras formas de recompensas podem vir de “contratos “ que a pessoa faz
consigo própria. Por exemplo, para cada semana que conseguir ficar sem comprar,
guardar o dinheiro e ai sim, depois de algum tempo, usar o valor depositado para
comprar um presente para si mesmo.
Além destes instrumentos de uso individual, a ajuda de outras pessoas
também é importante neste estágio da ação.
Tomar decisões com a ajuda de pessoas, em especial os familiares que
estão passando por um processo semelhante pode ser uma ótima iniciativa, pois
todos poderão trocar experiências e se apoiarem. Falar da experiência com a
família, também são interessantes.
Todas estas atividades devem ser programadas com a perspectiva de que
vão durar a vida toda, já que o processo de mudança e evolução pode não ter fim.
5.1.5 A manutenção
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orçamento, e mudar seu comportamento de compra, pode começar sentir pressão
de algum membro de sua família ou de seu grupo de amigos. O que fazer? Voltar
para o padrão anterior? Ou persistir na mudança e em sua capacidade de superar
as dificuldades?
Os desafios internos devem receber atenção especial. Dentre eles, merecem
destaque: o excesso de confiança, as tentações diárias e a autoacusação. O
excesso de confiança faz com que as pessoas se exponham em demasia a
situações em que os comportamentos antigos podem ressurgir.
Aceitar desafios reconhecidamente além dos limites da capacidade pessoal
aumentará a pressão na cobrança de seus resultados.
Autoacusações muito frequentes em geral sinalizam que o estágio de
manutenção não está indo bem, que a autoconfiança está sendo corroída.
Por outro lado, autoacusações ocasionais e bem específicas podem ajudar a
superar pontos fracos desde estágio e aumentar o comprometimento com as
mudanças.
A renovação constante do comprometimento com a mudança parece ser um
dos principais fatores do sucesso das pessoas que mudam para valer. Esta
renovação pode ser feita por meio de recordação periódica de todas as etapas
percorridas até que a mudança fosse implementada. A revisão dos instrumentos
vistos nos estágios anteriores será útil. A celebração é outro instrumento importante.
Comemorações de um ano dos sucessos alcançados, e porque não de um mês, de
uma semana? Podem ser momentos significativos para reforçar as novas posturas.
Mas, lembre-se, comemorar de forma simples, sem necessidade de gastos.
A análise crítica de seus pensamentos, para evitar negações, racionalizações e
distorções, é fundamental neste estágio.
No campo dos relacionamentos de ajuda, o estágio de manutenção pode
requerer uma revisão periódica das deliberações compartilhadas com outras
pessoas e o estabelecimento de contratos de opinião, nos quais você possa pedir a
pessoas, que façam comentários sinceros a até provoquem confrontos, quando
observarem comportamentos anteriores, ou algum outro comportamento que possa
comprometer a mudança.
Pode ser útil também criar um “cartão de crise”, no qual constem itens como:
revisar lista de problemas, substituir pensamentos negativos por positivos, relembrar
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os benefícios da mudança, praticar comportamentos alternativos, procurar apoio
naquela pessoa especial... Este cartão pode ser levado no bolso, na carteira, etc.
Paciência e persistência são as marcas deste estágio. O tempo e a prática
constante são os melhores aliados. Uma forma positiva de ver este estágio é que
não há a necessidade de fazer tudo certo ao mesmo tempo.
Relembrar o trabalho realizado nos estágios anteriores vai fornecer uma
análise realista muito importante.
Não importa quanto tempo a mudança demore a se firmar definitivamente, o
fundamental é que sua própria vida e as dos que convivem com você certamente
estarão melhorando a cada momento.
6 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO
FIGURA 15 - GESTÃO
Agora que você já conhece os estágios da mudança, vamos ver o que vem a
ser e como fazer o planejamento financeiro, que é uma ferramenta importante de
apoio à mudança.
A palavra planejar significa programar, traçar um plano, projetar. Desta
forma, Planejamento Financeiro significa programar, planejar, traçar uma estratégia,
ordenar a vida financeira, visando atingir um objetivo. O objetivo de um consumidor
consciente deve ser o de ter reservas financeiras para os imprevistos da vida e
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também para construção de um patrimônio financeiro e imobiliário, que garanta o
futuro, para que se tenha uma vida tranquila e confortável na aposentadoria.
Você já ouviu a famosa frase: “Para o poupador, o importante não é o que
você ganha, mas como você gasta!” Esta é a mais pura verdade. O dinheiro que
você ganha provavelmente não dê para comprar tudo o que você quer, mas é o
suficiente para a maior parte do que você precisa. Assim, saber poupar se torna uma
arte e deve ser a meta do consumidor de hoje. Para tanto, o primeiro passo para o
planejamento é saber quais são seus valores e os de sua família, para o consumo. É
possível viver com qualidade de vida sem ter uma renda muito alta e, também, ter
uma renda alta, mas sem qualidade de vida. Por isto, saber quanto se ganha e como
se gasta, para controlar os gastos, é fundamental para se obter sucesso financeiro.
O planejamento financeiro pode ser feito para curto, médio e longo prazos,
porém sem perder o foco de sua meta, por meio de ações, controles e
procedimentos, ele possibilita, entre outras coisas, montar um orçamento,
acompanhar as contas, tomar decisões de investimentos, no caso de sobra, ou de
tomar providências para nivelar o orçamento, no caso de falta.
Conhecer as disponibilidades financeiras ou sua falta permite o
gerenciamento dos recursos, ou seja, buscar recursos ou fazer investimentos, adiar
compromissos, antecipar projetos, planejar investimentos, antecipar-se aos
problemas, não ser pego de surpresa, atingir metas pessoais ou familiares.
Por todos os motivos expostos, o planejamento financeiro se torna
indispensável à vida das pessoas, pois possibilita saber, com antecedência, que
caminhos estão sendo trilhados, o que ajuda na obtenção e melhora dos resultados
econômico-financeiros e traz tranquilidade e menos estresse à vida das pessoas.
Ao se falar no planejamento financeiro, falamos também no planejamento
financeiro familiar, que vem ganhando importância com as mudanças decorrentes do
grande estímulo comercial e também pelas políticas de crédito e financiamento cada
vez mais voltadas ao consumidor e suas necessidades.
O Planejamento Financeiro Familiar, ou simplesmente PFF, é uma forma de
organizar as finanças domésticas, visando efetivar reservas que possibilitem uma
situação mais favorável ou até mesmo a aquisição de bens.
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Desta forma, o orçamento é uma importante ferramenta do planejamento
financeiro, pois registra a origem e as aplicações dos recursos ganhos, servindo
como base para decisões, sobre quanto e como gastar dinheiro.
Conhecer os recursos e praticar o planejamento financeiro familiar pode
auxiliar as famílias a serem mais conscientes no seu consumo, a exercerem melhor
o seu papel de formadoras de indivíduos críticos e socialmente livres e
independentes.
Assim, o planejamento financeiro ajuda no estabelecimento de metas de
consumo realistas e no planejamento de aquisições de médio e longo prazos, como
aquisição de veículo, imóveis, ou mesmo no investimento em educação.
Realizar sonhos como a compra da casa própria, de veículos, fazer uma
viagem, ou ainda planejar o futuro da família, passa pelo controle financeiro.
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mensalidades – são despesas que ocorrem mensalmente, tais
como mensalidades escolares, convênios de saúde, clubes, prestações
da casa própria e do veículo, assinatura de jornais e revistas, TV por
assinatura, internet, academia, etc.;
aluguel e condomínio – o ideal é não comprometer mais do que um
terço do orçamento com o aluguel e o condomínio, e pagar sempre em
dia essas despesas para evitar multas e juros;
despesas sazonais – são despesas previsíveis que ocorrem no ano
em épocas específicas, como gastos com uniforme e material escolar,
presentes nas datas comemorativas (Dia das Mães, dos Pais etc.);
despesas imprevistas – são despesas imprevisíveis e se tornam
um problema para quem não tem reserva e ainda se equilibra no limite
do cheque especial. Entram aí despesas urgentes com serviços de
mecânico, pedreiro, entre outros.
outras despesas – são despesas pequenas, mas frequentes.
Embora não sejam totalmente previsíveis, há margem para previsão.
Englobam contas diversas de manutenção da casa (água, luz, gás,
telefone fixo, telefone celular, alimentação, supermercado, feira,
cafezinho, transporte, estacionamentos, farmácia, lazer e cultura,
vestuário, gastos com pet, salão de beleza, etc.);
4. após listar e categorizar tudo, convoque toda a família, inclusive as
crianças, para analisar cada despesa e categoria;
5. defina os gastos prioritários e quais podem ser cortados. Tenha paciência,
pois este é o momento mais difícil. Mostre que o corte de gastos poderá
efetivar os sonhos e as metas;
6. registre na planilha, acertando as despesas e receitas, e acompanhe
mensalmente sua evolução.
Gustavo Cerbasi, consultor financeiro e autor dos livros “Os Segredos de
Quem Tem” e “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, cita quatro erros clássicos
de quem não consegue enriquecer. São eles:
desprezo por valores pequenos;
não negociar em todas as compras;
não fazer planos;
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não buscar informações continuamente.
É preciso fazer controles financeiros de forma rotineira, porém, simples e
prática, que não exija muito tempo.
Outra sugestão é que se fale mais sobre dinheiro, pois na nossa sociedade há
um tabu; de que finanças não devem ser compartilhadas com ninguém, nem em família.
Assim, compartilhar as preocupações e projetos em família, já é o primeiro passo.
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7 COMO ECONOMIZAR
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1. ensine-o a distinguir as coisas compradas porque se “quer” daquelas de
que se “precisa”;
2. mostre a seu filho a importância de cuidar do dinheiro e a não desperdiçá-lo.
3. ensine-o a controlar o consumo por impulso, mostrando a ele como
elaborar uma lista de compras e obedecê-la no supermercado. Não compre
o que não esteja na lista;
4. explique sobre seu trabalho, sua renda, para que ele entenda a relação
renda x despesas e limite de uso;
5. mostre a diferença entre coisas “caras” e “baratas” nos diversos locais de
compras;
6. assuma suas próprias dificuldades em relação ao dinheiro;
7. estimule seu filho a participar do orçamento doméstico, incentivando-o a
dar sugestão sobre como reduzir despesas e economizar;
8. se puder, dê preferência de semanada, para seu filho que esteja em idade
de três a dez anos, assim, ele vai se acostumando com o dinheiro. O valor a
ser dado deve ter como base o bom senso sempre. Aumente o valor e o tempo
para mesada após esta idade. Fixe um dia para dar a semanada ou mesada;
9. se a criança gastar todo o dinheiro de uma vez, não desanime; reveja
com ele a situação;
10. reforce a ideia de que a ética e a responsabilidade social devem
sempre ser a base para o ganho e uso do dinheiro;
11. ensine a importância de poupar e estimule-o a definir uma meta e a
alcançá-la.
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5. não recrimine seu filho por eventual compra que ele fizer, mas exponha
seu ponto de vista e o que você não concorda;
6. não se torture por não poder dar a seu filho tudo o que você gostaria ou o
que ele pede, pois, assim, ele saberá esperar, trabalhará a frustração e
poderá desenvolver um modo de existência mais para o Ser do que o Ter.
Não faça a ele o que você gostaria de ter recebido. Pense nisto;
7. não compre por impulso. Toda sobra deve ser guardada em algum tipo de
aplicação financeira. Lembre-se de antes de comprar algo, se perguntar: “Eu
preciso? Isto e prioritário? Por que estou comprando? Por vaidade? Por que
não estou bem ou estou muito alegre? Por que está na moda? Esta compra
pode atrapalhar a conquista de meu sonho? Lembre-se que seu sonho é
algo que o deixará muito feliz! Pequenos gastos desnecessários e
inesperados no dia a dia podem gerar cheques devolvidos, aumento na
dívida do cartão de crédito, que, segundo pesquisas, é gasto 25% da renda
em pagamento de juros de cartão de crédito e cheque especial. Faça suas
contas e pense no que poderia economizar;
8. mantenha atualizada sua planilha de orçamento, registrando tudo o que
consome. Você pode se surpreender com os gastos;
9. pagamentos:
pague sempre à vista – procure não sair com talão de cheques e
nem com cartão de crédito. Assim, você se acostumará a pagar a vista.
Em caso de compra a prazo, conheça e saiba calcular as taxas de
juros; conheça o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a Taxa
de Abertura de Crédito (TAC) do que você está comprando a crédito.
No caso de pagamento antecipado da dívida, é assegurado ao
consumidor a redução proporcional do valor conforme a antecipação;
cartão de crédito – dê preferência a cartões sem anuidade e
cuidado com cartões adicionais que também possuem anuidade e são
de responsabilidade do titular. Pague o total da fatura e evite
parcelamento;
10. aproveite as liquidações. Compre roupas e produtos sazonais (ar
condicionado, ventilador, aquecedores, etc.) fora da estação. Faça o mesmo
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com alimento; compre verduras, legumes e frutas da época. Reaproveite
sobras de alimentos.
11. pesquise preços, marcas e produtos similares que atendam a sua
necessidade com a mesma qualidade. Nem sempre a marca garante a
qualidade.
12. acompanhe sua economia, pois isto pode estimular a poupar mais.
13. não comprometa mais que um terço de sua renda com moradia
(prestação/aluguel e condomínio) e participe de reuniões de condomínio
para analisar as contas ou sugerir economia.
14. em tarifas públicas:
energia – desligue as luzes que não estiver utilizando, não ligue
diversos aparelhos em uma única tomada, verifique os fios e
mantenha-os sem emendas e encapados, pois do contrário haverá
fuga de energia; adote lâmpadas fluorescentes e use com
racionalidade o chuveiro (tempo necessário para o banho e mantenha
os orifícios limpos), o ferro de passar e a máquina de lavar (acumule
roupas para lavar e passar); mantenha a geladeira em espaço livre
para ventilação (sem encostar em outros moveis e longe de fontes de
calor); apague a tela do monitor de seu computador, sempre que você
não for utilizá-lo na sequencia. No calor, utilize o chuveiro no verão;
telefone fixo e celular – conheça as tarifas e procure fazer ligações
em horários promocionais. EWvite fazer ligações para celulares que
são bem mais caras. Atenção às promoções. Procure ter chip de
operadora comum a quem você realiza muitas ligações, pois estas
sairão mais baratas;
água – cuidado com banhos demorados e uso da mangueira para
lavar quintal, calçada e carro. Além de ser antieconômico é
antiecológico. Sempre que possível, feche a torneira nos intervalos de
uso, ao escovar os dentes, ao ensaboar louças, ao fazer a barba;
cuidados com vazamentos e mantenha-os sempre consertados.
15. tarifas bancárias – conheça as tarifas de seu banco para evitar gastos.
Além disto, todos os bancos são obrigados a manter contas sem taxa de
manutenção. Neste caso, o pacote é básico e oferece dez serviços
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essenciais, entre eles, cartão de débito, quatro saques no caixa da agência
ou no caixa eletrônico, dois extratos bancários mensais, retirados no caixa
da agência ou no caixa eletrônico, dez folhas de cheques por mês.
16. transporte – sempre que possível, caminhe, ande de transporte público,
bicicleta. Lembre-se que os custos com automóveis são altos e incluem além
de combustível, troca de óleo, troca de pneu, revisões periódicas, seguro,
estacionamento, etc.
17. lazer e cultura – não corte estas despesas, pois elas são importantes
para seu bem-estar. Há formas de economizar. Muitos programas são
gratuitos, ou a preços populares. Evite lugares de compras, de preferência,
vá a parques ou a encontros sociais com amigos.
18. Manutenção doméstica – aprenda a fazer pequenos consertos. Se não
puder pesquise orçamentos, no mínimo três. Compre você mesmo o que for
preciso.
19. Controle sua conta bancária – cuidado na emissão de cheques, em
especial aos pré-datados, que é um acordo informal, podendo ser
depositado antes do tempo negociado e ao entrar no limite do cheque
especial, não incorpore este limite a sua renda, pois isto sairá caro. Controle
o saldo de seu cartão de crédito e pague sua fatura integralmente. Utilize
nos períodos mais convenientes, em que os valores, só serão lançados no
mês posterior. Avalie a necessidade de ter mais de um cartão.
Neste módulo, você conheceu o perfil do consumidor, pode refletir sobre seu
perfil, conheceu os estágios de mudança, sua complexidade e mecanismos de
defesa. Conheceu também o planejamento financeiro, como elaborá-lo e como
economizar. No próximo módulo, vamos abordar os aspectos práticos do
planejamento.
FIM DO MÓDULO II
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ECONOMIA DOMÉSTICA
Aluno:
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ECONOMIA DOMÉSTICA
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO III
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seja, você poderá contrair um empréstimo, que e um passivo, com uma taxa de juros
bem baixa para usar o dinheiro para comprar um ativo. Mas faça as contas antes,
para comparar o valor da prestação com o retorno do ativo. Outro cuidado que você
deve ter é na escolha do ativo, pois nem sempre dá para prever o retorno financeiro.
Títulos de capitalização
Este tipo de aplicação é vendido pelos bancos como uma forma de
investimento, mas, não se engane, pois embora pareça vantajoso – por oferecer
prêmios, além de ajudar a guardar dinheiro –, na hora do resgate é uma decepção,
pois sua rentabilidade é quase nula. Se informe bem antes de fazer este tipo de
investimento.
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Previdência privada
Embora seja uma boa opção em longo prazo, para garantir um futuro na
aposentadoria, o cliente deve ficar atento às taxas de administração que variam
bastante entre uma instituição e outra. Portanto, pesquisar taxas, é a
recomendação.
Venda casada
Muitas instituições se utilizam deste recurso, condicionando a liberação de
empréstimo à aquisição de um produto ou serviço, ou aproveitando a situação para
vender um serviço. São muitas as situações que incorrem na venda casada.
Exemplos tais como: concessionárias de veículos que obrigam a contratação de
seguro automóvel de uma empresa própria ou parceira; venda de equipamento
eletro eletrônico, com aquisição de seguro garantia, venda de materiais de
informática com a compra conjunta de um equipamento do programa; escolas que
exigem exclusividade para compra de material escolar, etc. Operação casada,
portanto, é toda a operação que obriga o consumidor a comprar um determinado
produto ou serviço. Fique atento a este tipo de situação.
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Multa aplicada em caso de perda de tíquete e comanda
Muito aplicada em casas noturnas e estacionamentos, a cobrança de multa
por perda de comandas ou tíquetes é ilegal, pois o controle do consumo ou do
horário também é responsabilidade do estabelecimento. Além disso, a falta de
informação desta cobrança ao cliente, segundo o Código de Defesa do Consumidor,
é uma infração do estabelecimento, sujeita a devolução de multa e indenização.
Compras a prazo
Segundo a Serasa Experian, quanto maior o número de parcelas de
financiamento, o risco de inadimplência aumenta. Isto porque o consumidor tem
dificuldade em fazer planejamento em longo prazo e as dívidas acabam se
acumulando, isto porque em cada época do ano, há despesas específicas, seja no
final de ano, com as despesas de Natal, ou no início do ano, com despesas extras,
como IPVA, IPTU, uniforme e materiais escolares;
O site <https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/jsp/index.jsp>, coloca a
disposição uma ferramenta onde você pode fazer diversos cálculos, tais como: valor
total de um financiamento, valor total de aplicação, corrigir valores, etc.
Além disto, o brasileiro tem dificuldade de trabalhar com imprevistos, tais
como o desemprego.
1. não empreste seu nome a terceiros, pois neste caso você assumirá a
responsabilidade;
2. cuidado com telefonemas solicitando seus dados. nunca forneça dados
pessoais por telefone;
3. cuide de seu cartão de crédito. Nunca empreste seu cartão;
4. cuidado com compras pela internet e ofertas fora do normal. Pesquise sobre
o site, veja se há sistema de segurança para a uma transação sem risco.
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Mesmo com os benefícios citados este tipo de empréstimo se caracteriza
como uma armadilha, devido ao fato do consumidor brasileiro não ter educação
financeira e ter dificuldade de planejamento orçamentário, podendo comprometer
sua renda e aumentar o endividamento, pois o consumidor pode solicitar este tipo de
empréstimo para quitar dividas, e ao mesmo tempo, ter dificuldade de sanar a dívida
precedente e ficar com duas dívidas.
Para saber mais sobre empréstimo consignado, acesse o site da
Previdência, disponível em
<http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=342#>
10 DIREITOS DO CONSUMIDOR
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consumidor também ajuda a promover um cidadão mais consciente.
É uma lei ampla que define as responsabilidades, civil, administrativa e
penal das relações de consumo e abrange: a Política Nacional de Relações do
Consumo; os Direitos Básicos do Consumidor, a Qualidade dos Produtos, a
Prevenção e a Reparação dos Danos, a Prática Comercial, a questão da Proteção
em Contratos e as Sanções Administrativas.
Na prática, ele assegura a proteção à vida, a saúde e a segurança contra
riscos provocados no fornecimento de produtos e serviços; protegem contra
publicidade enganosa e abusiva e repara danos patrimoniais e morais.
Fique atento aos seus direitos e consulte sempre o Código de Defesa ao
Consumidor. Ele está disponível em diversos sites.
Para saber mais, acesse os links:
<http://www.idec.org.br/consultas/codigo-de-defesa-do-consumidor>
<http://www.procon.sp.gov.br/categoria.asp?id=573>
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm>
<http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJ7E3E5AAEITEMID736B189700174E6
18C00EF8DA589D98CPTBRIE.htm>
<http://www.brasil.gov.br/para/servicos/defesa-do-consumidor/codigo-
defesa-consumidor>
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brasileiros, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 85%
gasta mais do que ganha.
O primeiro passo para sanear sua vida financeira é usar a racionalidade e
fazer uma lista de todas as dividas e empresas credoras. Ler o contrato e obter
informações sobre juros por atraso e demais punições, é importante para priorizar a
negociação.
Nunca recorra a agiotas, nem fuja dos credores, pois eles te localizarão.
Se tiver investimentos, use-os para pagar as dívidas, caso contrário, negocie
as dívidas, em termos de prazos para pagamento, parcelas e abatimentos,
diretamente com os credores, sem intermediários. Quanto mais cedo você negociar,
melhor será a negociação.
Se você está inadimplente, poderá ser acionado extrajudicialmente, ou seja,
por empresa especializada. Nesse caso, pague o valor principal, juros e mora
previstos no contrato de financiamento. Outras despesas referentes ao serviço
prestado são de responsabilidade da empresa credora e exija tudo por escrito.
Guarde bem os comprovantes de pagamento.
Além disso, a alternativa é cortar todos os supérfluos: TV a cabo, internet,
celular, etc. A ordem, neste caso, é economizar e economizar. Se as dividas forem
muito altas, se desfaça de um bem móvel, para pagar as dívidas.
Se pedir dinheiro emprestado a amigos e familiares, não atrase no
pagamento, pois poderá gerar um conflito pessoal e familiar.
Segundo divulgado no portal do governo, sobre o perfil do endividado
brasileiro, a renda comprometida com dívidas aumentou entre as famílias
endividadas de 28% em abril de 2010, para 29,4% de 2011.
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FIGURA 17 - MOTIVOS DO ENDIVIDAMENTO
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Anote todas as despesas, por menor que forem, registre os débitos
pendentes e credores e veja qual é a situação que você se encontra conforme tabela
a seguir e siga suas recomendações.
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Atenção
DI – Despesa Indispensável;
DN – Despesa Necessária, mas Dispensável;
DD – Despesa Desejável, mas totalmente Desnecessária.
Disponível em <http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/educacao-
financeira/livre-se-das-dividas/livre-se-das-dividas>
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geração de empregos, etc. Porém, para cumprir este papel, o crédito deve ser bem
concedido, pois caso contrário gera prejuízos.
Este é um dos motivos dos estabelecimentos comerciais e bancários terem
formas de conhecer o consumidor, para análise de crédito e concessão de
financiamento.
Se você está inadimplente, provavelmente informações sobre você constam
na lista do Cadastro Negativo de Crédito, que é um banco de dados que inclui dados
das pessoas que têm dívidas e pagamentos pendentes, o que o impede de fazer
novas dívidas. As informações são enviadas pelas empresas credoras.
Já o Cadastro Positivo, que passou a vigorar em 2013, é um banco de
dados, com o cadastro de pessoas que pagam suas dívidas em dia e o consumidor
precisa autorizar a inclusão de seu nome neste banco de dados.
O objetivo deste cadastro é permitir que quem é um bom pagador, ou seja,
paga suas contas em dia, seja premiado com alguns benefícios, tais como:
facilidade na obtenção de empréstimos e financiamentos, sem
necessidade de comprovar renda e possuir conta bancária;
taxas de juros menores ao solicitar crédito;
maior facilidade em negociar prazos e formas de pagamento.
O avanço das relações de consumo, seja com a criação do Código de
Defesa do Consumidor, seja com o Cadastro Positivo de Crédito, demonstra um
amadurecimento destas relações e do próprio consumidor, que aos poucos se
conscientiza de seus direitos e muda seu comportamento de consumo, tornando-se
assim, um consumidor mais consciente.
No site do Serasa, você poderá saber detalhes de como regularizar
pendências financeiras com empresas, consultar seus dados, por meio do Cadastro
de Pessoa Física (CPF), e autorizar a inclusão de seus dados no cadastro positivo.
Para saber mais, acesse os links:
<https://www2.boavistaservicos.com.br/consumidorpositivo/educacao-
financeira.php#tabc2>
<http://www.serasaexperian.com.br/>
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12 A AGENDA FINANCEIRA
FIGURA 18 - CONTABILIDADE
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TABELA 2 - AGENDA FINANCEIRA
Dia Entradas Valor Observação
Total
Di DN DD
Desp. Desp. Desp.
Dia Saídas Valor Indisp. Neces. Desneces.
Total
Categoria Despesas Sem 1 Sem 2 Sem 3 Sem 4 Total Analise
DB/DN/D
D
<http://www.tomasvasquez.com.br/blog/microsoft-office/excel/planilhas-de-controle-
financeiro-no-excel>
<http://www.softonic.com.br/s/planilha-financeira-em-excel>
<http://hcinvestimentos.com/planilhas-financeiras/>
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<http://www.baixaki.com.br/download/agenda-financeira-adamantinus-.htm>
<http://dinheirama.com/downloads/>
<http://financasforever.com.br/planilhas-financeiras-gratuitas/#axzz2OnlC80w2>
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90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Paulo: Campus, 2011.
D’ÁQUINO, Cássia de. Dicas de educação financeira para jovens. São Paulo:
Campus, 2008.
KEEFE, Carol. Faça o máximo com o dinheiro que você já tem. São Paulo:
Editora Campus, 2002.
KIYOSAKI, Robert. Pai rico, pai pobre. São Paulo: Editora Campus, 2000.
LUQUET, Mara. Guia econômico de finanças pessoais. São Paulo: Editora Globo,
2007.
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NISEMBAUM, Hugo. A competência essencial. São Paulo: Editora Infinito, 1999.
OGATA, Alberto; MARCHI, Rocardo. Wellness: seu guia de bem estar e qualidade
de vida. São Paulo: Editora Campus, 2004 .
PEREIRA, Glória Maria Garcia. A energia do dinheiro. São Paulo: Editora Campus,
2000.
Disponível em:
<http://www.dinheirointeligente.com.br/website/artigo.asp?cod=1741&idi=1&id=1687
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Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/planeje-suas-
financas/noticia/2509147/veja-motivos-que-levam-homens-mulheres-separacao>
Disponível em:
<http://www.dinheirointeligente.com.br/website/artigo.asp?cod=1741&idi=1&id=1687
7>
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93
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?ORIGEMOEDA>
FIM DO CURSO
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