Existem diversos argumentos que sustentam a tese de que a internet está

perdendo seu papel democrático. A seguir, apresento alguns deles:

Desigualdade de acesso: ainda há muitas pessoas que não têm acesso à internet,
principalmente em países em desenvolvimento. Essa desigualdade de acesso limita
a participação dessas pessoas em processos democráticos e aumenta a exclusão
social.

Bolhas de opinião: as redes sociais e outras plataformas online tendem a criar

bolhas de opinião, onde as pessoas são expostas apenas a conteúdos que
confirmam suas crenças e valores. Isso pode dificultar a troca de ideias e o diálogo
construtivo entre pessoas com opiniões diferentes.

Bauman, em sua obra "Modernidade Líquida", argumenta que vivemos em um

mundo onde a mudança é constante e imprevisível, o que pode levar à fragilização
das instituições e das estruturas sociais que sustentam a democracia. Nesse
sentido, é possível relacionar seu pensamento à argumentação sobre a
manipulação política na internet, que pode prejudicar a confiança das pessoas nas
instituições democráticas e levar à erosão da democracia.

Já Hannah Arendt, em sua obra "A Condição Humana", destaca a importância da

ação política e da participação dos indivíduos na vida pública para a construção da
democracia. Em relação à desigualdade de acesso à internet, por exemplo, sua
teoria poderia ser utilizada para argumentar que a exclusão digital limita a
capacidade das pessoas de participarem ativamente da vida política e, portanto,
prejudica a construção e o fortalecimento da democracia.