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Energia é capacidade de gerar trabalho.

Classifica-se a energia conforme a


encontramos na natureza. Há energia primária e energia secundária. A energia
primária é aquela que encontramos in natura e a utilizamos para transformá-la
em fontes de energia úteis ao dia a dia. Exemplo: o Sol, os ventos (eólica), o
petróleo, as quedas d´água nos rios são fontes de energia primária.

A energia secundária, entretanto, é aquela oriunda de alguma fonte primária e


que foi convertida e será usada diretamente em seu consumo final. Exemplo:
eletricidade, vapor, gasolina e diesel.

Os debates ambientais das últimas décadas resultaram na classificação


energética em fontes renováveis de energia e fontes não renováveis de
energia.

Os critérios que se utilizam para classificação (renováveis x não renováveis)


envolvem o meio ambiente e eventual finitude das fontes energéticas. No caso,
quando o consumo da fonte de energia resulta em impactos ambientais e, além
disso, se esse recurso tende a se esgotar no futuro, tal fonte será compreendida
como não renovável. As fontes de origem fósseis (petróleo, carvão e gás) emitem
os gases de efeito estufa (GEE) e por isso deveriam ser substituídas por fontes
alternativas e limpas, segundo a teoria do aquecimento global. Por outro lado,
as fontes energéticas debatidas com forte apelo ambiental porque seu consumo
resulta em menores impactos ao meio ambiente se comparado às fontes não
renováveis, e se essa fonte não se esgotará no longo prazo passa a ser
compreendida como renovável.

As fontes não renováveis, em sua maior parte, são os combustíveis fósseis e a


encontramos em rochas sedimentares. São não renováveis o petróleo, carvão
mineral e gás natural, além da energia nuclear. A energia nuclear é
compreendida como renovável em virtude do resíduo atômico e do risco nuclear
quanto aos eventuais acidentes.

As fontes renováveis são compreendidas como energias alternativas, mas há


enorme pressão de organismos internacionais, ONGs ambientais, partidos
políticos em diversos países, para que tais fontes sejam as únicas utilizadas. São
exemplos de energia renovável a solar, a eólica, a biomassa

Matriz Energética Mundial e do Brasil

A matriz energética mundial ou de um país, de um continente, ou mesmo de um


estado ou província, se refere ao conjunto de fontes energéticas que aquela
região utiliza no período estabelecido.

No caso da matriz energética mundial, o que podemos constatar é a grande


demanda e dependência de fontes não renováveis. Observa-se que a matriz
energética mundial excede os 80% de fontes não renováveis, segundo dados da
Agência Internacional de Energia. O Brasil, entretanto, apresenta maior equilíbrio
entre as fontes renováveis e não renováveis.
O Brasil dispõe de recursos energéticos mais sustentáveis se comparado à
média mundial e nossa matriz energética envolve grande utilização de biomassa,
energia hidráulica – notadamente as hidroelétricas –, além do crescente uso de
fontes renováveis como as energias solar e eólica.

Os países industrializados, no caso, nada têm a ensinar ao Brasil e ao mundo


no quesito meio ambiente, apesar da pressão que países como a França –
governada por Emmanoel Macron – ou mesmo as ameaças explícitas, feitas pelo
presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, em relação aos problemas da
ambientais da Amazônia brasileira. O fato é, tanto Estados Unidos, quanto a
França, são países desenvolvidos com grande parque industrial e que
demandam enorme quantidade energética, a qual é suprida por fontes de
energia não renováveis, especialmente petróleo e carvão mineral.

Observe o infográfico da matriz energética mundial para o ano de 2018:

Figura 1. Fonte: Agência Internacional de Energia

O gráfico destaca o petróleo como a principal fonte energética usada no mundo


(31,5%), seguido do carvão mineral (26,9%) e do gás natural (22,8%), essa
tríade de longe é a única capaz de suprir energia em larga quantidade aos
países. Segue-se a energia nuclear com 5%.

Já o Brasil, apesar de ter no petróleo sua principal fonte energética, apresenta


matriz de energia com razoável participação de fontes energéticas limpas. Veja
o infográfico abaixo para o ano de 2019:
Figura 2. Matriz Energética do Brasil. Fonte: BEN. Disponível em: https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-
abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2018 Acesso: 07/04/2021

O petróleo corresponde a pelo menos 1/3 de nossa matriz energética. Segue ao


petróleo o uso de biomassa (cana-de-açúcar e derivados da cana) e a energia
hidráulica com nossas grandiosas usinas hidrelétricas.

O gráfico abaixo sintetiza o quanto a matriz energética do Brasil é muito mais


renovável quando comparada à matriz mundial:

Figura 3. Comparação entre a matriz energética brasileira e mundial.

Quase a metade da matriz energética do Brasil é renovável (45%),


diferentemente da média mundial que é ao menos três vezes menor que a nossa.
Isso significa que o Brasil emite bem menor quantidade de gases de efeito estufa
(GEE) na atmosfera que a maioria dos países. Reitere-se que os gases de efeito
estufa (GEE) têm origem nos combustíveis fósseis e intensificam o aquecimento
global.
Energia x Energia Elétrica

Há diferença entre a matriz de energia e a energia elétrica. A matriz e geração


de energia envolve diversos tipos energéticos e é toda fonte usada para
movimentar automóveis, cozinhar alimentos, aquecer chuveiros elétricos ou
ainda movimentar caldeiras em fábricas, por exemplos. Já a energia elétrica,
porém, é a própria geração de eletricidade. Por fim, a energia elétrica é parte da
matriz de energia.

A principal matriz elétrica mundial é o carvão mineral e o gás natural. Ambos


correspondem a algo em torno de 60% de toda eletricidade gerada no mundo.
Neste tipo de energia se destaca a eletricidade oriunda de fontes nucleares,
cujos Estados Unidos e França são os dos grandes exemplos. Veja o infográfico
abaixo:

Figura 4. Matriz de geração de eletricidade no mundo, 2018. Fonte: Agência Internacional de Energia - IEA.

Nesse quesito o Brasil é uma grande potência de eletricidade renovável, pois o


Brasil, além de possuir algumas das maiores usinas hidroelétricas do planeta,
tem eletricidade basicamente limpa.

Mais de 2/3 da eletricidade gerada no Brasil se dá em usinas hidroelétricas, se


somarmos biomassa, energia eólica e energia solar, teremos algo superior aos
80% de nossa matriz elétrica. Veja o infográfico abaixo para o ano de 2019:
Figura 5. Matriz elétrica do Brasil. Fonte: Balanço Energético Nacional.

Geopolítica do Petróleo

O petróleo é a mais importante fonte de energia para o abastecimento das diversas atividades
econômicas. Passou a ser utilizado em larga escala e de maneira crescente a partir da Segunda
Revolução Industrial na segunda metade do século XIX. O petróleo se formou na Era Mezosoica
e em ambientes marinhos a partir da deposição de sedimentos de organismos vivos. É
encontrado em estrutura de rochas sedimentares. Pode-se tê-lo em diferentes estados da
matéria: sólido (asfalto), líquido (óleo cru) e gasoso.

Há muitos derivados de petróleo que utilizamos em nosso dia a dia. Pois além dos combustíveis
fósseis (gasolina, óleo diesel e querosene de aviação), são derivados de petróleo também
produtos como asfalto, coque, parafinas, solventes, óleos minerais, óleos graxos e sintéticos.

Reservas, distribuição e consumo de Petróleo Mundial

As grandes reservas comprovadas de petróleo mundial estão em locais específicos da superfície


terrestre e têm sido regiões de enormes tensões geopolíticas, conflitos e, ao mesmo tempo,
geração de riqueza e prosperidade. As maiores reservas de petróleo estão em poucos países, a
exemplo daqueles do Oriente Médio, Venezuela, Norte e Costa Ocidental da África, além da
Rússia e Canadá.

Figura 6. Maiores reservas de petróleo comprovadas em 2017. Fonte: CIA World Fact. Disponível em:
https://www.researchgate.net/figure/Top-middle-and-bottom-oil-producing-countries-per-CIA-World-Factbook-
presented-with_tbl1_324088911 Acesso: 11/05/2021
A tabela acima destaca as maiores reservas comprovadas de petróleo para o
ano de 2017 segundo a CIA WORLD FACTBOOK. Além da Venezuela, cujas
reservas excedem os 300 bilhões de barris, na América há muito petróleo no
Canadá (3° posição) e nos Estados Unidos, que não aparece na tabela, mas
ocupa a 11° posição. No Oriente Médio há as grandes reservas da Arábia
Saudita, do Irã, do Iraque, do Kuwait e dos Emirados Árabes Unidos, além do
Catar que não aparece na tabela, mas ocupa a 14° posição no ranking
internacional. Destaque-se que entre as dez maiores reservas, cinco estão no
Oriente Médio. Outros destaques petrolíferos mundial são a Rússia e os países
africanos, a Líbia e a Nigéria. O Brasil ocupa a 15° posição.

Apesar da Venezuela ter as maiores reservas de petróleo mundial, não é o país


que mais produz petróleo. Além disso, a Venezuela não figura entre os cinco
maiores produtores, nem entre os dez maiores consumidores. Os maiores
produtores de petróleo são os Estados Unidos, a Rússia e a Arábia Saudita.

Os Estados Unidos são os maiores produtores de petróleo mundial desde 2015,


pois a partir do início da década de 2010 os norte-americanos têm investido
pesado na produção do gás de xisto e na metade da década se transformaram
nos maiores produtores mundiais de petróleo. Veja tabela abaixo para os
maiores produtores em 2019:

Figura 7. Maiores produores de petróleo em 2019 em milhões de barris por dia. Fonte:
https://oilprice.com/Energy/Energy-General/Oil-Nations-Scramble-To-Beat-The-Coronavirus.html Acesso:
11/05/2021

Destaca-se como importante produtor a Rússia – que exporta gás natural e


petróleo para países da Europa. No Oriente Médio os grandes produtores são a
Arábia Saudita, o Iraque, o Irã e o Kuwait. Na África o mais importante produtor
é a Nigéria.

Os maiores consumidores de petróleo atualmente são os Estados Unidos e a


China que juntos consomem próximo a 1/3 do petróleo mundial, destacam-se,
ainda, entre os 5 maiores consumidores Índia, Japão e Arábia Saudita. O Brasil
é o 7° maior consumidor, atrás da Federação Russa. Não por acaso esses
países têm enorme economia e importante parque industrial, pois seu consumo
energético é considerável.

As Sete Irmãs e a OPEP

No contexto da primeira metade do século XX foram e empresas multinacionais


européias e norte-americanas que determinaram a política internacional de
petróleo. Tais empresas ficaram conhecidas como as 7 Irmãs do Petróleo. As
gigantes do petróleo eram a Shell, a British Petroleum (BP), a ESSO, a Mobil, a
Texaco, a Chevron e a Gulf Oil. Tais empresas correspondiam a um oligopólio e
atuavam a fim de dificultar e mesmo impedir que outras empresas entrassem no
mercado. Nas últimas décadas houve a junção de algumas delas resultando em
apenas ‘‘4 irmãs’’ atualmente: BP, Shell, ExxonMobil e ChevronTexaco.
Veja os slogans das maiores empresas petrolíferas:

Figura 8. Slogans das 7 Irmãs. Fonte: http://gulfsecurity.blogspot.com/2008/07/2-generals-working-for-7-


sisters.html

OPEP: a Organização dos Países Exportadores de Petróleo foi fundada em


setembro de 1960. A sede da OPEC (sigla em inglês) situa-se em Viena, na
Áustria. Situou-se em Genebra, na Suíça, até 1965. Reuniram-se na Conferência
de Bagdá os países-membros fundadores: Venezuela, Arábia Saudita, Irã,
Iraque e Kuwait. Até 2020 contava com 14 países-membros, mas em virtude de
crises política e econômica internas o Equador sai da organização. Os demais
países-membros são Angola, Argélia, Congo, Guiné-Equatorial, Líbia, Nigéria,
Gabão, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Em 2018 o Catar saiu da OPEP a
fim de se dedicar à economia de gás natural.

Os países da OPEP têm como língua oficial o inglês, apesar de ser composto
majoritariamente por países de língua árabe. A OPEP se comportou como cartel
petrolífero ao longo de sua história e influenciou significativamente no preço do
petróleo na década de 1970, especialmente. O objetivo da OPEP era se opor ao
oligopólio das 7 irmãs.
As guerras árabe-israelense repercutiram no valor do petróleo por causa das
ações da OPEP no cenário energético mundial. Deriva daí as crises do
petróleo.

Em 1973 a OPEP aumentou o valor do barril do petróleo e diminuiu sua produção


a fim de afetar as economias européias e os Estados Unidos. O objetivo da
OPEP era pressionar as economias ocidentais para não apoiarem expansões
israelenses na Guerra de Yom Kippur. Essa guerra envolveu Israel e nações
árabes. Israel tinha apoio dos EUA e países da Europa Ocidental, os países da
OPEP apoiaram o Egito, a Jordânia e a Síria e impuseram controle de
exportação de petróleo às economias ocidentais, o valor do petróleo
quadruplicou e resultou em crises econômicas em diversos países.

Em 1979 houve outra crise envolvendo a produção de petróleo. A Revolução


Iraniana, bem como a consequente guerra do Irã contra o Iraque, que se
estendeu de 1980 a 1988, desestabilizaram a produção e o preço do barril
petrolífero.

Em 1990 e 1991, em decorrência da Guerra do Golfo, houve nova crise


petrolífera. As crises mais recentes envolvendo o petróleo se deram na década
de 2000 com as guerras do Afeganistão (2001) e Iraque (2003), e com as crises
econômicas mundiais nos Estados Unidos (2008) e países da Europa (2009).

Carvão e Gás

O carvão mineral possou a ser usado em larga escala a partir da Primeira


Revolução Industrial. O carvão é encontrado em rochas sedimentares e sua
formação remonta a Era Paleozoico. Ao considerarmos a geração energética,
podemos constar que houve o ciclo de energia de sólidos (uso do carvão), o ciclo
líquido (uso de petróleo) e o ciclo gasoso com o uso de gás natural. Tais ciclos
estão intimamente ligados às diferentes tecnologias industriais e as revoluções
nesse setor econômico. Entretanto, nas últimas décadas, a demanda por energia
na China, em virtude de sua expansão econômica e industrial, fez com que
houvesse crescimento no uso do carvão mineral. Outro motivo que fez
retomarmos ao uso do carvão em larga escala é quando há crises envolvendo o
petróleo.

Há diferentes tipos de carvão mineral conforme sua origem rochosa e idade


geológica. Os diferentes tipos de carvão mineral serão mais ou menos
energéticos de acordo com sua composição química e o teor de carbono que há
no mineral. Os tipos de carvão são: turfa, linhito, hulha e antracito.

Quanto maior a concentração de carbono no carvão, mais energético será. A


concentração de carbono no carvão varia de 55% a 95%. Os tipos de carvão
turfa, linhito, hulha e antracito representam do menor energético e com menor
poder calorifico para o de maior poder calorifico e consequentemente o mais
energético.

A distribuição geográfica do carvão mineral é interessante, pois sua ocorrência


se dá em maiores quantidades no hemisfério norte e em zonas temperadas. As
maiores reservas de carvão estão nos EUA, na China e na Rússia. A extensão
territorial desses países justifica suas reservas, bem como sua formação
geológica. A China é o maior consumidor, mas também o maior produtor de
carvão. O crescente uso de carvão mineral pela economia chinesa fizera com
que a partir de 2005 o país se transformasse no maior emissor de gases de efeito
estufa (GEE) na atmosfera, passando à frente dos EUA, o qual é o segundo
maior consumidor e produtor. A produção chinesa corresponde a quase a
metade de toda produção mundial. Outros importantes produtores são a União
Européia, Austrália, Indonésia, Rússia. Os maiores exportadores são a Austrália,
o Canadá, a Rússia e os Estados Unidos.

O gás natural é encontrado em rochas sedimentares junto ao petróleo. A


vantagem ecológica em seu uso está associada às menores emissões de CO2 e
CH4 na atmosfera. Os grandes produtores e exportadores de gás são países do
Oriente Médio e a Rússia.

Há enormes vantagens econômicas e de transportes no uso do gás natural, pois


seu transporte feito através de gasodutos é um dos fatores que justificam seu
uso expressivo em regiões distantes das zonas de origem. Os exemplos mais
evidentes de gasodutos são os que ligam a Rússia aos países da Europa, bem
como os da região do Cáucaso que levam gás para países europeus.

Energia Nuclear

Após sua expansão na década de 1970, houve crescentes críticas em relação


aos programas nucleares, sobretudo em países desenvolvidos, em virtude dos
acidentes nucleares de Three Mile Island em 1979, nos Estados Unidos, e de
Chernobyl em 1986, na Ucrânia. São os países desenvolvidos, grupo seleto e
limitado, que dominam a tecnologia nuclear e alguns países emergentes. A
geração de eletricidade em usinas termonucleares corresponde a pelo menos
10% da eletricidade mundial e é essencial a países como Estados Unidos – o
maior produtor – e França, que basicamente depende de suas usinas nucleares
para geração de ao menos 70% de sua eletricidade.

A energia nuclear se expandiu na década 2000, tal expansão se deu em


decorrência dos debates ambientais a respeito dos impactos ocasionados na
natureza com o uso de petróleo, carvão e gás.

O entusiasmo em relação à energia nuclear também se associa às vantagens


energéticas que possuem a quando comparada às demais fontes energéticas.
No caso:

10g urânio = 700kg de petróleo = 1200kg de carvão

para cada 10g de urânio geramos energia equivalente a 700kg de petróleo ou


1200kg de carvão mineral. Ademais, basicamente podemos instalar usinas
nucleares em quaisquer pontos do território.

Apesar disso, em 2011 houve o acidente nuclear em Fukushima, no Japão, e a


partir desse evento os críticos em relação ao uso de energia nuclear
pressionaram fortemente os programas nucleares mundo afora. Fukushima se
localiza na ilha japonesa de Honshu em sua porção nordeste, foi afetada pela
água oriunda da água do tsunami que inundou partes do país em consequência
do maremoto de 11 de maço de 2011.

Figura 9. Maremoto no Japão atinge porção nordeste do País. Fonte:


https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3d/JAPAN_EARTHQUAKE_20110311.svg Acesso: 19/05/2021

Após o acidente nuclear no Japão os ambientalistas pressionaram fortemente e,


diferentes países o uso de energia nuclear. Na Alemanha houve promessas de
abandono gradual de suas centrais nucleares pelo governo de Angela Merkel e
posições dos verdes – grupo em torno do partido ecológico alemão.

Energia Renovável

As fontes energéticas renováveis representam fração muito pequena de toda


geração de energia no planeta Terra, apesar de todo entusiasmo ambiental em
torno dessa fonte de energia. A geração energética através de fontes solar,
eólica e geotérmica são incipientes no mundo. As mais expressivas fontes
energéticas renováveis são as usinas hidroelétrica, cujos destaques são Brasil e
China, e a energia produzida por biomassa através de produtos agrícolas.
Destacam-se Brasil e Estados Unidos na produção de etanol através de cana-
de-açúcar e milho, respectivamente.

Usinas Hidroelétricas

A produção energética através dos corpos d’água utilizam a força da queda


d’água para geração de eletricidade. No Brasil é a principal geradora de
eletricidade e ainda não se explorou toda sua capacidade, nos países
desenvolvidos essa fonte energética está no limite de sua capacidade de uso, já
nos países menos desenvolvidos há potencial gerador e tem se expandido nos
últimos anos.

As maiores usinas hidroelétricas do mundo estão na China e no Brasil.


Destacam-se usinas hidroelétricas na Venezuela, a usina de Guri, nos Estados
Unidos, a usina Grand Coulee nas cataratas de Niagara. Além dessas, Rússia e
Canadá possuem grandes usinas. Esses são os países que dispõem de grande
potencialidade energética em seus rios.

A usina de Guri, na Venezuela, abastece todo o país sul-americano e ainda


fornece energia para o estado brasileiro de Roraima. A usina norte-americana
de Grand Coulee foi considerada por anos a maior do mundo desde sua
inauguração em 1974.

Recentemente a região norte da África se envolveu em disputas geopolíticas no


processo de construção de uma usina hidroelétrica no rio Nilo. Trata-se da
construção da usina Renascimento Etíope, na Etiópia, que levou Sudão e Egito
a discordarem da construção da usina pelo país do Chifre da África. Atualmente
a maior usina hidroelétrica no continente fica em Assuã, na porção meridional do
Egito, cujo principal rio é o Nilo.

É-nos conhecido que o Brasil e Paraguai têm parceria energética e que o Brasil
compra energia do país vizinho, mas a venda de eletricidade entre os países não
acaba aí. O Brasil mesmo compra energia elétrica da Venezuela conforme
supracitado e há interessantes exemplos de relações energéticas semelhantes
no continente africano. A usina hidroelétrica de Cahora Bassa, no rio Zambeze
em Moçambique, gera ao menos 2 mil MW de energia e sua maior parte é
vendida para a África do Sul. Ainda no rio Zambeze, entre os países da Zâmbia
e Zimbábue, há a usina Kariba que gera energia aos dois países.

Eletricidade

As principais fontes de eletricidade no mundo são convencionais: carvão mineral,


gás natural, derivados de petróleo e usinagem nuclear. Sua produção é essencial
ao abastecimento urbano-industrial para as atividades de comércio e de
serviços. O uso de energia elétrica está intimamente relacionado à qualidade de
vida da população. No Brasil a maior parte de nossa eletricidade é renovável e
tem origem nas usinas hidroelétricas, nos demais países do globo a principal
fonte de eletricidade é convencional e se dá em usinas termoelétricas (movidas
a carvão, gás e derivados de petróleo), bem como em usinas termonucleares.

O carvão mineral é a principal fonte de eletricidade nas usinas termelétricas


globais, seguido do gás natural e do petróleo. Já as usinas termonucleares
correspondem a mais de 10% da geração de eletricidade no mundo. Os países
que mais consomem eletricidade de origem nuclear são Estados Unidos, França,
Japão e Rússia, que juntos correspondem a mais da metade. Entretanto às
vantagens energéticas e geográficas da energia nuclear, pois 1kg de urânio tem
a mesma capacidade de geração de eletricidade de 150 toneladas de carvão e
podemos instalar usinas em quaisquer partes do território, a energia nuclear
encontra alguns obstáculos ambientais e geopolíticos. No quesito meio ambiente
há fortes críticas ao uso de energia nuclear por causa do lixo atômico e dos
acidentes envolvendo usinas nucleares. E sobre as questões de natureza
geopolítica há debates que giram em torno da possibilidade que os países têm
de desenvolverem armas atômicas.

Fontes de Energia no Brasil

O Brasil é um grande exemplo de exploração de energia através de usinas


hidroelétricas, mas em fins do século XIX e até meados do século XX era a lenha
a principal fonte energética em nosso País. A iluminação de espaços urbanos
era feita à óleo de baleia ou a querosene, a depender do quanto as cidades
nascentes no Brasil se integravam à economia dos combustíveis fósseis. O
Brasil predominantemente rural explorava madeira das vegetações de Araucária
e Mata Atlântica para produção energética. Ainda hoje, entretanto, em alguns
rincões do Brasil se explora a madeira – notadamente na Caatinga do Brasil –
para geração energética a fim de cozer alimentos, bem como para a atividade
industrial local.

O Petróleo no Brasil

A matriz energética no Brasil é à base de petróleo. Quando analisamos nosso


uso energético por fonte é o petróleo nossa principal matriz, o qual corresponde
a pelo menos 34%, seguido de fontes renováveis como a biomassa e
hidroeletricidade.

Os setores que consomem grande quantidades de óleo no Brasil são o de


transportes, seguido do industrial. A geração de eletricidade, através de petróleo,
subsidia nosso setor elétrico e complementa nosso uso residencial. A indústria
petroquímica consome em torno de 10% do País, trata-se de uso não energético.

Veja as bacias petrolíferas do Brasil no mapa abaixo


Figura 10. Bacias produtoras de petróleo: Marítimas e Terrestres. Fonte: PETROBRAS.

Marcos históricos: em 1938 houve a criação do Conselho Nacional do Petróleo


(CNP) e nacionalização do petróleo por parte do Estado nacional. No ano
seguinte, em 1939, houve a descoberta de petróleo em Lobato (BA). Em 1953
era criada a Petrobras com perspectiva fortemente nacionalista e a CNP passa
a ser órgão fiscalizador. Nas décadas de 1960 e 1970 há aumento da demanda
por petróleo e derivados no Brasil em virtude da expansão urbano-industrial no
País. No ano de 1997 houve o fim do monopólio de extração e refino de óleo e
gás no território nacional e criou-se a Agência Nacional do Petróleo (ANP) que é
responsável pela concessão de ‘’blocos’’ petrolíferos à exploração privada em
território nacional. Em 2006 se declaram as descobertas do Pré-Sal. No ano de
2009 houve o marco regulatório que determina que as jazidas de petróleo
pertencem à União, mas que sua produção poderá ser feita por empresas
privadas. No ano de 2016 se revoga a obrigatoriedade da Petrobras de participar
da exploração das jazidas do Pré-Sal.

A demanda por energia no Brasil tem sido crescente. Na década de 1970 o


governo do Brasil buscou diminuir nossa dependência de importação energética
em virtude dos choques de petróleo envolvendo os grandes produtores do
Oriente Médio. Os projetos de usinas hidroelétricas, o Pró-Álcool e nossas usinas
nucleares se inserem nesse contexto.
O Pró-Álcool tinha como finalidade diminuir nossa necessidade energética em
relação aos derivados petrolíferos (diesel e gasolina). O governo brasileiro
beneficiou nossos produtores canavieiros, por meio de incentivos ficais, a fim de
que produzissem etanol para abastecer o setor de transportes. Resultou daí que
as indústrias automobilísticas passaram a produzir automóveis movidos a álcool
por incentivos governamentais. Até os donos de veículos à álcool receberam
incentivos através de redução tributária em seus automóveis. Nos anos 1980
quase a totalidade dos automóveis produzidos no País eram movidos à etanol.
Entretanto, em fins da década de 1980 o preço do barril petrolífero já não estava
tão elevado e os subsídios governamentais à produção canavieira estava
reduzido, tais fatores desenvolveram crise no setor alcooleiro brasileiro. A fim de
minimizar a crise no setor de produção de álcool de cana o governo permitiu
mistura de gasolina e álcool.

A produção de etanol permaneceu em pauta, pois alguns analistas defendem


sua produção a fim de termos menor dependência em relação às oscilações de
preço de petróleo no mercado internacional. Nos anos 2000 houve novamente
aumento no valor do barril petrolífero pressionando a demanda energética por
novas fontes, aumentou o uso de álcool combustível. Nos anos 2010 entra no
mercado de automóveis do País os carros flex, cuja produção cresceu de
maneira significativa na última década.

Outro debate a respeito do etanol se refere às questões ambientais, pois se


discute que a emissão de gases de efeito estufa (GEE) através da queima de
álcool-combustível é menor que a emissão de derivados do petróleo (diesel e
gasolina). Tais debates fazem figurar o uso de etanol como fonte energética
renovável. Entretanto, a produção canavieira traga uma série de impactos ao
meio ambiente a exemplo da monocultura, uso de defensivos agrícolas e e a
prática de queimadas.

No cenário nacional a produção de álcool ocorre sobretudo em São Paulo. O


Brasil, aliás, concorre com a produção norte-americana derivada de milho. Ainda
que o Estados Unidos seja o maior produtor, o Brasil é o maior exportador de
etanol. A propósito é o Estados Unidos quem consome nosso etanol, pois o
álcool oriundo da cana-de-açúcar é mais energético e mais barato para produção
quando comparado com álcool oriundo do milho.

A produção de álcool-combustível acompanhou as políticas do Brasil de


depender menos da importação petrolífera, pois nos anos 1980 o petróleo era
um dos grandes problemas em nossa balança comercial. Desde então nosso
País buscou a autossuficiência no setor.

Até a década de 1970 a produção de petróleo no Brasil se restringia às reservas


do Recôncavo Baiano (BA) e da Bacia Sedimentar do Nordeste (SE e AL). Houve
ampliação de pesquisas e prospecção por parte da PETROBRAS junto à
Universidade Federal do Rio de Janeiro e a consequente descobertas de bacias
petrolíferas no litoral brasileiro na região da plataforma continental.
A maior bacia petrolífera do País é a de Campos (RJ) e sua descoberta se deu
na década de 1980. A partir de então o cenário de produção de petróleo no Brasil
mudaria e nosso país bateria recordes de prospecção petrolífera até se
especializar na produção de petróleo em águas profundas.

A PETROBRAS nasceu na década de 1950 com o governo de Getúlio Vargas.


A empresa era estatal e detinha o monopólio da prospecção, produção, refino e
distribuição de petróleo e derivados no mercado brasileiro. Nos anos 1980 o
Brasil não produzia 1/5 da necessidade do mercado interno, nos anos 1990
nossa produção interna já era superior à metade do consumo interno e foi em
2006 que o País declarou autossuficiência na produção interna de petróleo.
Nossa autossuficiência se deu por meio de descobertas de grandes reservas na
região conhecida como Pré-Sal. Apesar disso, nossa produção não acompanhou
nossa capacidade de refino e apesar de produzirmos petróleo em larguíssima
escala, o Brasil ainda importa petróleo no mercado internacional. O Brasil produz
petróleo de alta densidade, que é exportado, mas importa petróleo de baixa
densidade.

A partir de 1998 a PETROBRAS se transformou em empresa de capital misto.


Administra a maior parte das refinarias em território nacional. As refinarias
petrolíferas do Brasil se concentram próximas aos mercados consumidores. Veja
o mapa abaixo de nossas refinarias:

Figura 11. Refinarias de Petróleo no Brasil. Fonte: PETROBRAS

O Pré-Sal é uma região petrolífera que se estende pelas zonas costeiras e


litorâneas do Brasil desde o Espírito Santo até Santa Catarina – são
aproximadamente 1000km de extensão. O petróleo aí se localiza em
profundidades consideráveis e pode chegar a 7 mil metros. A distância da costa
brasileira é acima de 200km. Essas características dificultam o acesso ao
petróleo nessas reservas e conforme o valor do barril do petróleo sua exploração
não compensa.

Carvão Mineral e Gás Natural no Brasil


Situa-se na porção meridional do Brasil nosso Cinturão Carbonífero. No caso,
destacam-se em estruturas rochosas sedimentares a presença de carvão
mineral no Brasil que se estendem pelos estados do Rio Grande do Sul, de Santa
Catarina, do Paraná e de São Paulo.

Duas características são importantes sobre o carvão encontrado na região Sul


do Brasil, cujos maiores produtores são Santa Catarina e Rio Grande do Sul:

- 1° nosso carvão é pouco energético;


- 2° nosso carvão é muito poluente.

Essas características fazem com que importemos pelo menos metade de nosso
carvão mineral.

A geração de energia elétrica no Brasil através de termoelétricas é reduzida, pois


nossa histórica opção pela hidroeletricidade fez com que tivéssemos matriz
elétrica bem diferente da mundial. Nossas termoelétricas utilizam o bagaço da
cana-de-açúcar (biomassa) como principal fonte geradora de eletricidade que é
consumida nas próprias usinas sucroalcooleiras. Segue-se à biomassa as fontes
convencionais de carvão, gás, termonuclear e, só por fim, petróleo e derivados.

Ou seja, no Brasil as termoelétricas utilizam carvão mineral. A geração elétrica


em termelétricas na região Sul, notadamente o Rio Grande do Sul, utiliza como
fonte principal o carvão, enquanto isso na região Amazônica, há forte
dependência de termoelétricas movidas à diesel.

Nas últimas décadas o Brasil passou a comprar gás oriundo da Bolívia e


construiu enorme gasoduto que interliga nosso país vizinho à importantes
cidades da região Sul e do estado de São Paulo.

Figura 12. Gasoduto Bolívia-Brasil integrado aos gasodutos já existentes entre RJ, SP e MG. Disponível em:
https://www.ecen.com/eee10/gasp.htm

A partir das relações econômicas entre Brasil e Bolívia em torno do gás natural,
o Brasil passou a utilizar mais eletricidade térmica nas regiões Sudeste e Centro-
Oeste baseadas no gás que importamos.
No ano de 2006 o governo boliviano, do ex-presidente socialista e nacionalista,
nacionalizou a prospecção de gás em seu país que era feita pela empresa
brasileira PETROBRAS. Ademais, o governo boliviano se apropriou das duas
usinas refinarias da Petrobras naquele país. Nos últimos anos o Brasil tentou
reaver nossas refinarias através de acordos diplomáticos, mas sem sucesso. O
Brasil, entretanto, continua comprando gás da Bolívia. Nossos vizinhos
alegavam que o Brasil enriquecia às custas da riqueza natural boliviana e que
seria justo que nós pagássemos mais pelos hidrocarbonetos que compramos.

Energia Nuclear no Brasil

Abastecem o estado do Rio de Janeiro nossas usinas nucleares de Angra I e


Angra II. O projeto nuclear brasileiro com fins energéticos tivera início em 1969
quando compramos uma empresa norte-americana de nome Westinghouse.
Trata-se do projeto de Angra I, cuja usina só foi inaugurada em 1985 com
capacidade acima dos 600 MW. Nesse meio tempo o Brasil buscou parceria
nuclear com a Alemanha e começamos o projeto de energia Nuclear de Angra II
e Angra III em 1975. O projeto nuclear entre Brasil e Alemanha foi interrompido
na década de 1980 por causa de crises econômicas no Brasil, só foi retomado
em 1991 e concluído em 2001 quando se inaugurou Angra II. No contexto do
regime militar brasileiro havia o interesse de alçar o Brasil ao clube de países
com tecnologia de armas nucleares, além da produção energética de origem
nuclear. No contexto do governo Lula (2003-2010) houve ensaios para retomada
da construção de Angra III, mas o projeto não avançou. Ademais, com o acidente
na usina nuclear em Fukushima, no Japão em 2011, retrocedeu ainda mais o
projeto de Angra III por causa das críticas ambientais ao uso de energia nuclear.

A posição geográfica de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, foi fundamental para
instalação das usinas nucleares nacionais. Localiza-se próximo aos grandes
mercados consumidores de energia e busca atender às necessidades elétricas
do triângulo São Paulo-Rio de Janeiro-Belo Horizonte. Apesar de se temer
acidentes nucleares e vazamento de radiatividade que poderiam impactar
sobremaneira o País, pois estamos diante da maior concentração demográfica
nacional.

As sucessivas interrupções na geração de eletricidade em Angra I, seja por


motivos técnicos ou para manutenção, levaram às pessoas chamarem a usina
de vaga-lume.

Usinas Hidroelétricas

Diferentemente da maioria absoluta dos países, o Brasil possui geração de


eletricidade baseada na hidroeletricidade, conforme supracitado. Nossa
eletricidade que se produz em usinas hidroelétricas é algo próximo aos 70%.
Outros 20% se produzem em termoelétricas e próximo a 6% é importado.

No Brasil há o Sistema Interligado Nacional, que integra quase todo o território


brasileiro em mais de 60 mil km de extensão, numa rede de transmissão de
eletricidade que leva ‘’luz’’ às diversas regiões do País. A rede de transmissão
só não abastece o estado de Roraima que compra energia elétrica da Venezuela,
cuja produção se dá nas usinas de Guri e Macaguá. O Sistema Interligado
Nacional é quem produz e distribui eletricidade no Brasil e conecta os mercados
consumidores às centrais produtoras.

A Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, no rio Tocantins e no estado de Goiás,


funciona como elo entre as porções norte e sul do território nacional. A empresa
responsável pela eletricidade no Brasil é a ELETROBRAS, estatal que
administra 4 subsidiárias regionais.

A ELETROBRAS subsidiou energia ao mercado interno até meados da década


de 1990, mas crises de ordem financeira mudou essa realidade no País. A
propósito, é a atividade industrial a que mais consome eletricidade no Brasil. A
ELETROBRAS entrou no Programa Nacional de Privatizações, bem como suas
subsidiárias em 1995. Em 1996 o governo criou a ANEEL – Agência Nacional de
Energia Elétrica – para fiscalizar a geração e distribuição de energia elétrica no
Brasil. Apesar de esforços a fim de privatizar a ELETROBRAS, o governo do ex-
presidente Lula interrompeu o programa de privatizações.

As subsidiárias da ELETROBRAS são:

- CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) - empresa fundada em


1945 para administrar as usinas hidroelétricas do rio São Francisco. É
responsável por 14 usinas hidrelétricas e 1 usina termelétrica. Sua fundação teve
como objetivo desenvolver a região Nordeste do Brasil a fim de suprir a demanda
energética regional. No rio São Francisco opera as usinas Paulo Afonso, Moxotó
(Antônio Sales), Sobradinho, Itaparica (Luiz Gonzaga) e Xingó. No alto curso do
velho chico há a usina de Três Marias que é administrada pela Furnas. A CHESF
foi essencial para o desenvolvimento regional do País por meio da SUDENE. A
usina de Tucuruí, no rio Tocantins, faz a interligação entre a energia da
Eletronorte e a CHESF. Tucuruí é essencial para a região do Semi-árido
brasileiro porque supre a necessidade regional quando há picos de consumo.
- Furnas Centrais Elétricas - empresa fundada em 1953. Faz a operação de 15
usinas hidroelétricas e 2 termoelétricas. Administra as usinas localizadas nas
bacias hidrográficas do Tietê-Paraná, Tocantins, Atlântico Leste e Paraguai. A
Furnas opera a usina Serra da Mesa.
- Eletronorte - fundada em 1973 com objetivos de desenvolver e integrar a
região Amazônica ao Brasil. É a Eletronorte quem opera a usina de Balbina que
é vista como um péssimo exemplo de execução ambiental, pois causou impactos
na região da Floresta Amazônica e gera somente 250MW. Os projetos da década
de 2000 para a região Amazônica, notadamente, as usinas de Jirau e de Santo,
no rio Madeira em Rondônia, bem como da usina de Belo Monte, no rio Xingu no
estado paraense, levaram em consideração impactos ambientais, sociais e
econômicos que a usina de Balbina desconsiderou. A usina de Jirau, próximo à
Bolívia, e a usina de Santo Antônio nas redondezas de Porto Velho entraram em
operação em 2012. O governo boliviano questionou o Brasil quando do projeto
de Jirau e da área a ser alagada e seus impactos ambientais. A usina de Belo
Monte gerou significativos debates em torno das questões ambientais da
Amazônia (desmatamento, diminuição da biodiversidade, alteração micro-
climática) e dos impactos sociais (alagamento de reservas indígenas e de
regiões com populações ribeirinhas). Apesar das controversas, a usina de Belo
Monte foi inaugurada em 2019 e é a maior usina totalmente brasileira e conta
com capacidade de atender 18 milhões de residências.
- Eletrosul - fundada em 1968 com objetivos de administrar a geração de
eletricidade na região Sul do país e no estado de Mato Grosso do Sul.

As maiores usinas do Brasil são:


1. Itaipu. Que é binacional e pertence também ao Paraguai.
2. Belo Monte. Totalmente brasileira. Inaugurada em 2019.
3. Tucuruí. Totalmente brasileira.

Energia Renovável

O setor energético no Brasil de fontes alternativas e renováveis tem crescido nos


últimos anos. Além das supracitadas energias de biomassa e do etanol,
destacam-se os parques eólicos e alguns parques de energia solar. Em 2002,
sob o comendo do Ministério de Minas e Energia, o governo brasileiro criou o
PROINFA. No caso, o Programa de Incentivo às Fontes de Energia Elétrica com
objetivo de incentivar a geração de energia renovável.

A energia eólica é apontada como vantajosa em aspectos ambientais no que


diz respeito à emissão de gases de efeito estufa. O maior potencial da energia
eólica brasileira está na região Nordeste em virtude de ventos constantes, na
mesma direção e sem rajadas significativas, nem mudanças bruscas de direção.
Alguns aspectos negativos da energia eólica estão associados à poluição sonora
e da paisagem, por vezes a irregularidade dos ventos podem afetar sua
produtividade e as pás dos aerogeradores afetam pássaros e suas rotas
migratórias.

O maior potencial instalado de energia eólica no Brasil está na região Nordeste,


seguido da região Sul. Mas há significativa diferença entre ambas as regiões,
apesar do Rio Grande do Sul já ter liderado a eletricidade eólica quando
inaugurara o maior parque eólico do País em Osório. O maior parque eólico do
País hoje se localiza no sudoeste da Bahia, trata-se do Complexo Eólico Alto
Sertão I.

Recentemente a energia eólica passou a ser a segunda maior fonte de


eletricidade no Brasil, atrás da hidroeletricidade, mas à frente da biomassa. A
safra dos ventos, como é conhecido o período de grande potencial de ventos no
Brasil, se estende entre os meses de julho a novembro. Os ventos na região são
consequência da Circulação Geral da Atmosfera e são conhecidos como Ventos
Alísios. Além da eletricidade, a energia eólica tem sido muito utilizada no Brasil
para atividades agrícolas de irrigação.

No mundo os maiores produtores de energia eólica são de longe a China, que é


seguida pelos Estados Unidos, Alemanha, Índia, Espanha, Reino Unido e
França. Em oitavo lugar há o Brasil. O Brasil possui os maiores parques eólicos
da América do Sul. Entretanto, nosso país ainda não investiu em energia eólica
offshore, que seria produzida no oceano cujos potenciais são superiores aos
continentais. Destacam-se na produção eólica marítima o Reino Unido,
Alemanha, China, Dinamarca e Holanda.
Os estados que mais produzem energia eólica no Brasil são:

- Rio Grande do Norte;


- Bahia;
- Ceará;
- Rio Grande do Sul; e
- Piauí.

Figura 13. Energia Eólica no Brasil. Fonte: ABEEólica.

Apesar do Brasil ser um país de grande potencial para geração de energia solar,
pois nossa insolação é superior aos 200 dias por ano, nosso País ainda não
explora todo seu potencial. O Brasil ocupa a 14° posição quanto a geração
energética oriunda do Sol.

A energia solar aproveita a radiação solar para gerar eletricidade e calor, através
de células fotovoltaicas ou um sistema hélio-térmico, respectivamente. Por se
tratar de fonte convencional é compreendida como fonte limpa, mas há alguns
empecilhos em sua expansão: custos de construção dos painéis solares,
variação climática para captação de raios solares conforme condições
atmosféricas, dificuldade de produção em latitudes maiores. Por vezes a
construção de painéis solares consomem maior quantidade de energia do que
sua produção à médio e longo prazo.

No mundo os principais líderes da produção de energia solar são a China, a


Alemanha, o Japão e os Estados Unidos.
Observe os mapas abaixo para nossas principais regiões para geração de
eletricidade eólica e solar, respectivamente, em termos de potencial.

Energia Eólica – observe que quanto mais se aproxima da cor vermalha, maior
será o potencial de geração energética.

Figura 14. Potencial eólico no Brasil. Fonte: Global Wind Atlas. Disponível em: https://globalwindatlas.info/ Acesso:
24/05/2021
Energia Solar – interessante observar que, apesar da região Norte apresentar
elevadas temperaturas anuais, não se trata da região mais promissora para
geração de energia solar, pois a grande nebulosidade regional dificulta a geração
penetração de radiação solar na região, se comparada com o Nordeste e Centro-
Oeste do País.

Figura 15. Potencial de geração de energia solar. Fonte: Por GHI Solar Map © 2014 GeoModel Solar, <a
href="https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0" title="Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0">CC
BY-SA 3.0</a>, <a href="https://commons.wikimedia.or

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