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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES


FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD
Avaliação Presencial 1 (APX1) – 2021.02

PRAZO FINAL PARA POSTAGEM: 10/10/2021, às 11h.

Disciplina: Língua Portuguesa na Educação 1


Coordenadora: Profa. Janaína Moreira Pacheco de Souza
Aluno(a): Estefani Rocha Firmino Bezerra

Matrícula:20212080391 Polo: Resende

Valor: 10,0 pontos Nota obtida: __________

ANTES DE RESPONDER AS QUESTÕES, OBSERVE AS SEGUINTES INSTRUÇÕES:

 A prova contém duas questões com o valor de 5,0 pontos cada, totalizando 10,0 pontos.
 Preste atenção ao que é solicitado no enunciado;
 Procure refletir sobre as questões apresentadas;
 Seja autoral;
 Responda com calma e com atenção.

CRITÉRIOS OBSERVADOS PARA CORREÇÃO:

 Todas as questões devem estar respondidas à caneta azul ou preta, caso não responda no
computador;
 Procure respeitar o limite de linhas colocado na prova; se precisar ultrapassar, trabalhe com
o bom senso;

 Situações de zero:
 Provas com respostas discursivas iguais;
 Desenvolvimento textual totalmente fora do tema proposto;
 Ausência de linha argumentativa própria: cópia do texto de outro autor ou cópia de
outro texto da internet;
 Texto com incoerência generalizada;
 Texto com estruturação caótica de períodos;
 Prova feita a lápis ou com letra ilegível.

Boa prova!
Questão 1: (valor: 5,0)
Sírio Possenti, na obra “Por que não ensinar gramática na escola?” (material disponível na sala de
LP1), traz uma reflexão sobre as concepções dos processos de aprendizagem. Segundo o autor,
“não se aprende por exercícios, mas por práticas significativas”. Além disso, João Wanderley
Geraldi (2011), em O Texto na Sala de Aula, apresenta a seguinte reflexão:

No inventário das deficiências que podem ser apontadas como resultados do que já nos
habituamos a chamar de “crise do sistema educacional brasileiro”, ocupa lugar privilegiado o baixo
nível de desempenho linguístico demonstrado por estudantes na utilização da língua, quer na
modalidade oral, quer na modalidade escrita. Não falta quem diga que a juventude de hoje não
consegue expressar seu pensamento; que, estando a humanidade na “era da comunicação”, há
incapacidade generalizada de articular um juízo e estruturar linguisticamente uma sentença. E, para
comprovar tais afirmações, os exemplos são abundantes: as redações de vestibulandos, o
vocabulário da gíria jovem, o baixo nível de leitura comprovável facilmente pelas baixas tiragens de
nossos jornais, revistas, obras de ficção, etc.
Apesar do ranço de muitas dessas afirmações e dos equívocos de algumas explicações, é
necessário reconhecer um fracasso da escola e, no interior desta, do ensino de língua portuguesa tal
como vem sendo praticado na quase totalidade de nossas aulas.
Reconhecer e mesmo partilhar com os alunos tal fracasso não significa, em absoluto,
responsabilizar o professor pelos resultados insatisfatórios de seu ensino. Sabemos e vivemos as
condições de trabalho do professor, especialmente do professor de primeiro e segundo graus. Mais
ainda, sabemos que a educação “tem muitas vezes sido relegada à inércia administrativa, a
professores mal pagos e mal remunerados, a verbas escassas e aplicadas com tal falta de
racionalidade que nem mesmo a ‘lógica’ do sistema poderia explicar” (Mello, 1979).
Aceitamos, com a mesma autora citada, a “premissa de que apenas a igualdade social e
econômica garante a igualdade de condições para ter acesso aos benefícios educacionais”. Mas
acreditamos também que, no interior das contradições que se presentificam na prática efetiva de
sala de aula, poderemos buscar um espaço de atuação profissional em que se delineie um fazer
agora, na escola que temos, alguma coisa que nos aproxime da escola que queremos, mas que
depende de determinantes externos aos limites da ação da e na própria escola.

Tendo por base essa reflexão e outras produzidas ao longo das aulas, avalie e comente o
posicionamento da professora, na tirinha abaixo, no que tange à importância da autoria no
momento da escrita e à formação de um cidadão crítico a partir das aulas de Produção de
Texto. Para que sua abordagem seja detalhada, produza um texto de 10 a 15 linhas.
R: O conhecimento possibilita a relação do aluno com o que será ensinado e deve ser aproveitado
pelo professor ao máximo, pois o ponto de vista deles também e muito importante. A sala de aula é
uma troca o professor aprender com o aluno, e o aluno com professor, não devemos podar a
criatividade e o conhecimento que este aluno tem, e fazendo isso não deixando expressar seu ponto
de vista, muitas vezes acabamos deixando retraídos, e desestimulados e assim não expressão mais
sua opinião e ponto de vista, devemos sempre estimular e valorizar o conhecimento de cada
individuo e não impor ao aluno que ele tem que fazer igual a todos. Podemos não pensar igual, mas
é fundamental respeitar a opinião dos outros. Realidades e ideologias diferentes da nossa às vezes
geram conflitos ou parecer estranho pra muita gente. Compreender as diversidades, conhecer e
aceitar diferentes formas de pensamento, ideologias e costumes é um grande desafio. O diferencial
de saber que o conhecimento gerado dentro da sala de aula e importantíssimo pois vai ser
armazenado, trabalhado e transformado continuamente ali dentro, em prol da expansão, do
crescimento e do aprimoramento das práticas e dos produtos oferecidos aos seu alunos.

Questão 2: (valor: 5,0)


Leia atentamente os fragmentos abaixo.
“As atividades propostas pela maioria dos professores constituem-se de um texto, estudo do
mesmo com questionários quase sempre iguais, como por exemplo, Qual é o nome do texto?
Onde se passa a história? Quais são os personagens dos textos? Passando para o estudo da
gramática que significa retirar palavras do texto e separá-las em sílabas, circular os ditongos,
classificar quanto ao número de sílabas, passar determinada frase do texto para o plural ou o
contrário e assim se segue. Enfatiza-se questões referentes a morfologias, ou seja, classificação e
formação das palavras e a fonética, e raramente há questões de sintaxe encarregada da
organização e formação das frases e textos. Assim, o resultado final do processo de ensino-
aprendizagem nas séries iniciais é o que está presente na nossa realidade, crianças, jovens e
adultos III:
TEXTO sem condições de escrever um texto, pois não conseguem organizar suas ideias, colocá-
las no papel”.
(WAAL, 2009, p. 992)
“A expressão ‘escrever é brincar com as palavras’ objetiva o sentimento desses alunos sobre a
vivência da escrita. A escolha é pertinente devido ao fato de muitos terem apontado o paradoxo
entre a representação da escrita na infância e o seu custo dela nos dias atuais. Ver o lado lúdico
da escrita não significa que ela tenha que ser ausente de regras, de líderes, de acordos e
entendimentos. A proposta é alcançar a aprendizagem, assim como propomos às crianças,
através de algumas brincadeiras, cuja finalidade é promover a aprendizagem da melhor maneira
possível, já que sabemos que a partir do momento em que praticamos atividades que nos dão
prazer, consolidamos a memória afetiva em torno daquela ação e a vontade de repeti-la”.
(SOUZA, 2017, p.94)

Há tempos temos convivido com uma ideologia de que ensinar uma língua é ensinar regras
gramaticais e que procurar uma teoria metalinguística da linguagem é uma procura vã. É importante
destacar que, em momento algum, despreza-se o ensino da gramática, já que ela tem um papel
importante para a aprendizagem, todavia seu domínio não deve estar associado ao princípio
positivista do “saber é poder”, do “aprender a pensar”.

Tendo em vista essa afirmação e a análise dos textos anteriores, construa um texto dissertativo
(autoral), apresentando seu ponto de vista (1ª pessoa) sobre a necessidade de um ensino que
não robotize nossos alunos (ensino prescritivo), mas os auxilie numa prática que desenvolva
sua capacidade, na integralidade, como sujeito social. Paralelamente, utilize a notícia abaixo
como exemplo, em determinado momento de seu texto, para expor como o professor poderia
despertar, através do ensino de Língua Materna, a criticidade do aluno.

Produza um texto de 10 a 20 linhas.


As fotos de um novo centro de distribuição construído pela Amazon em Tijuana, no
México, perto da fronteira com os Estados Unidos, viralizaram em poucas horas pelas
redes sociais.

Para alguns, é uma imagem perfeita das desigualdades do capitalismo.

O gigantesco centro de distribuição da Amazon contrasta fortemente com a pobreza que o


cerca.
E a ironia de ter uma das empresas mais ricas e globalizadas do planeta ao lado de famílias que
vivem precariamente não passou despercebida pelos usuários da internet.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-58520035
R: Não devemos robotizar nossos alunos! Cabe ao professor propor atividades com diferentes
gêneros textuais, pois, por meio do trabalho com diferentes textos, os alunos podem exercer uma
ação linguística sobre a realidade, ampliando, com isso, a sua capacidade individual, assim como o
conhecimento da própria língua. As atividades de leitura, escuta, escrita e fala devem ter como
objetivo desenvolver no aluno as habilidades de compreensão e reflexão sobre os discursos que
circulam socialmente, assim como conscientizar para a importância de produzir e defender as suas
ideias em textos com enunciados reais. A habilidade na língua materna é imprescindível para a
aprendizagem posterior, uma vez que constitui a base do pensamento.
Quando falamos de desigualdade  estamos falando sobre as diferenças nos resultados de
aprendizagem e, portanto, da necessidade de um olhar atento para as políticas públicas educacionais
que busquem reduzir essa desigualdade.
A educação de qualidade é o remédio mais eficaz para o combate à desigualdade: viabilizar
alfabetização na idade certa. É o primeiro passo para quebrar o círculo de reprodução
da desigualdade.  
Enquanto instituições sociais, as escolas podem contribuir para o enfrentamento
das desigualdades sociais, uma das formas em que pode haver a conscientização é fazer com que o
aluno entenda seus direitos e deveres como cidadão, porém, é necessária uma colaboração
empresarial, social, e principalmente dos familiares. A escola se torna responsável pela socialização
de valores pertinentes ao reconhecimento e respeito às diferenças dentro da sociedade, pois é tida
como o local de excelência para a apreciação das diversas formas. A educação sempre será a melhor
arma para combater qualquer diferença ou desigualdade que possa haver no caminho. Pois o que
você aprendeu ninguém nunca poderá tirar, e assim conseguira alcança seus objetivos deum mundo
mais igualitário para todos.

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