Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES


FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD
Disciplina: Alfabetização 2
Avaliação Presencial 2 – AP2/2019.1
Coordenadora: Stella Maris Moura de Macedo

Aluno (a): ______________________________________________________


Matr.:_________________
Polo: _______________

Questão 1 (2,5 pontos)


(...) Não tem sido comum aos planejadores, implementadores e membros do governo
ligados à educação, considerar os professores como agentes significativos no processo de
reforma educacional. Pelo contrário, a abordagem dominante tem sido preparar os professores
para serem implementadores eficientes de políticas desenvolvidas por quem está fora da
realidade de sala de aula(...) (Zeichener, 2002, p.28)

(...) Este enfoque de cima para baixo da mudança da natureza e qualidade da educação
em sala de aula, junto aos programas de formação inicial e continuada de professores que a têm
acompanhado, não teve muito sucesso. Anunciar mudanças no ensino, ou mesmo exigi-las, não
mudará o que acontece nas salas de aula nas escolas se os professores resistem e subvertem
estas mudanças. Dado o modelo autoritário de transmissão de conhecimento que tem sido
dominante nas escolas ao redor do mundo, os professores irão ensinar de uma maneira
democrática, centrada no aprendiz se eles tomarem como experiência uma reorientação
conceitual fundamental sobre seus papéis e sobre a natureza do ensino e da aprendizagem, o
que o teórico curricular sul-africano Jonathan Jansen chamou de „descolonização mental‟(...)
(Zeichener, 2002, p.29)

Redija um texto, de no mínimo 10 linhas, relacionando as ideias apresentadas nos


dois trechos acima com a temática Professora Alfabetizadora e Pesquisadora de sua prática.

A perspectiva da professora pesquisadora contrapõe-se à ideia de que a professora da


escola básica é uma mera consumidora passiva do conhecimento. A professora-pesquisadora de
sua prática segundo as autoras Esteban e Zaccur “recolhem e processam as informações
recebidas, entretecendo-as a sua história de professora atenta à leitura das sinalizações do
cotidiano.”
A perspectiva da professora-pesquisa defende a difícil superação entre o fazer e o pensar
e entre a teoria e a prática, colocando em discussão “a falsa impressão de que a docência se
caracteriza pela aplicação imediata de metodologias formuladas em alguma instância
„superior‟ à sala de aula, fazendo a sala de aula o locus da ação, como se o agir desobrigasse o
pensar.”
Nesta concepção a prática é considerada ponto de partida e como finalidade, sem que isto
.signifique a supremacia da prática sobre a teoria. A centralidade de todo processo de formação
está no questionamento e no diálogo permanente entre a prática e a teoria, alimentando o
processo reflexivo que estimula a ampliação dos conhecimentos.

Questão 2 (2 pontos)

Relacione cada etapa do Projeto a sua descrição.


(1) Introdução
(2) Justificativa
(3) Objetivos
(4) Público – alvo
(5) Desenvolvimento
(6) Cronograma
(7) Avaliação
(8) Escolha do tema

( 4 ) Nível de escolaridade e suas características.


( 7 ) Compreende a participação individual e coletiva do processo de aprendizagem e dos
conteúdos.
( 3 ) Definição das metas a serem alcançadas no término do projeto.
( 1 ) Apresentação do projeto que tem a finalidade de esclarecer o leitor de forma nítida e
concisa sobre o assunto nele tratado.
( 8 ) Leva em conta a socialização de desejos e necessidades de conhecimento, discussão
coletiva e tomada de decisão. Organização curricular que considera o interesse dos
estudantes.
( 5 ) Consiste em planejar minuciosamente cada etapa do projeto, assim como construir
esquemas de conhecimento por meio da interação e do trabalho cooperativo.
( 6 ) Previsão do tempo para cada etapa do projeto.
( 2 ) Trata da relevância do projeto. Por que o projeto cria um contexto de estudo e pesquisa?

Questão 3 (1,5 pontos)


Em uma turma de alfabetização, de uma escola pública, durante as apresentações das
rodas de livros, é comum algumas crianças não falarem de acordo com o dialeto padrão.
De que modo a concepção de linguagem do(a) professor(a) desta turma pode incidir no
desenvolvimento destes estudantes?
Responda esta questão, empregando argumentos teóricos, discutidos nas aulas de Alfa2,
especialmente, as que têm como temas oralidade e escrita.
Quando elaborei esta questão, parti deste trecho apresentado no volume 2, página
62. Ele pode orientar as respostas dos(as) alunos(as). O conhecimento do professor deve ser
valorizado e é fundamental para analisar e intervir em situações que ocorrem em sala de
aula. É importante considerar que a questão não é falar certo ou errado e sim reconhecer o
contexto da comunicação. Saber coordenar satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo,
considerando a quem e por que se diz algo. A escola é espaço/tempo para ensinar a
oralidade.

“Quem lida com a alfabetização defronta-se com questões linguísticas extremamente


complexas que requerem, além de uma sólida formação, a perspicácia do pesquisador da
língua. Tanto quanto conhecer bem o funcionamento da escrita, o alfabetizador precisa
conhecer bem o funcionamento da escrita, o alfabetizador precisa conhecer aquele da
oralidade, pois se não foi capaz de desnaturalizar a perspectiva de letrado, de compreender
a alteridade do saber linguístico dos alunos, dificilmente conseguirá promover soluções
adequadas para problemas emergentes na rotina escolar que não são poucos e nem
irrelevantes, alguns deles rememorando dilemas enfrentados pelos primeiros escribas e
gramáticos na infância do processo de alfabetização da língua portuguesa. Além disso, se se
considerar a diferença que separa a aquisição da escrita daquela da oralidade, mais
patente foi a necessidade de a formação do alfabetizador contemplar em profundidade a
dimensão linguística.

Questão 4 ( 2 pontos)

Ao participar de uma entrevista o autor Foucambert foi indagado pelo entrevistador da


revista Nova Escola (março/1993) com a seguinte questão - “ É possível leiturizar jovens adultos que
não são leitores?” Foucambert - “É possível fazer essa transformação, tanto na escola quanto fora dela,
ajudando jovens e adultos a ter contato com textos escritos que tenham alguma relação com os problemas que esses
jovens e adultos se colocam. Aí entra a questão da produção de textos sobre sua realidade, de fazê-los ter contato
com o poder que tem a escrita de lhes permitir ver e compreender de outra maneira a sua própria experiência.
Esses problemas são bastante amplos – o momento da infância, da adolescência, a imagem de si mesmo, a relação
com os outros e também, mas, não somente, problemas sociais, de desigualdade, de injustiça, de desemprego. E
com esses textos produzidos a partir da experiência que os toca diretamente, que será possível ir ao encontro de
uma produção mais distante, a dos textos literários. Portanto, acaba acontecendo um vaivém constante entre o que
se vive e aquilo que já foi escrito e se encontra nas bibliotecas. Quer dizer, um trabalho de relacionar vários
gêneros de textos, de jornais, inclusive, para perceber como são tratados, de maneiras diferentes, os problemas que
vivemos. Repito: é uma experiência que podemos fazer tanto na escola quanto em locais de trabalho, associações
de bairro etc.”
A resposta do autor nos convida a pensar em currículos que considerem e valorizem o
interesse e as experiências dos(as) jovens alunos(as). Descreva duas atividades pedagógicas de
leitura que estejam de acordo com as ideias de Foucambert.

Não há uma resposta padrão. Ela pode ser avaliada de acordo com os
conhecimentos discutidos em Alfa2. É importante considerarmos as experiências dos(as)
alunos(as) nos planejamentos das atividades.
Questão 5 (2 pontos)

A autora Maria Tereza Esteban defende o critério da heterogeneidade na formação de


turmas. Um de seus argumentos é a possibilidade de interação entre os (as) alunos(as).
Com base nas ideias da autora, pense em mais um argumento e o apresente num breve texto.

O texto que contemplar as ideias de cooperação, diversidade e interação, na


dimensão reflexiva da avaliação, defendida pela autora, deverá ter pontuação
máxima. A autora insere a discussão de avaliação na perspectiva de reflexão sobre
os mecanismos que constituem o fracasso escolar, não se restringindo a discutir os
instrumentos e os procedimentos de avaliação. A autora se contrapõe às práticas
pedagógicas homogeneizantes, que ignoram, negam e evitam as diferenças dos
alunos em sala de aula.
Foi o trecho abaixo que me inspirou para pensar a questão: Página 52, volume 3.
“A sala de aula é um espaço extremamente marcado pela diferença, se nós
pensamos qualquer coletivo, qualquer grupo é marcado pela diferença. E a
diferença, no processo educacional, ela é compreendida como algo a ser evitado, há
uma série de procedimentos no sentido de produzir turmas homogêneas, de criar
mecanismos para reduzir essa diferença, isso me parece o inverso do movimento
mais produtivo. A heterogeneidade, ela potencializa, quanto mais diferentes nós
formos, mais nós temos a ensinar e a aprender uns com os outros. Se todos sabemos
a mesma coisa, a nossa possibilidade de troca é muito reduzida. Então, a sala de
aula, que é constituída por pessoas diferentes, com histórias diferentes, vai sendo
um espaço marcado por formas diferentes de aprender, processos diferenciados e
também resultados diferenciados.”

Você também pode gostar