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São Paulo - SP
2021
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo - SP
2021
SANTOS, Adriana H.; SANTOS, Elenice L. da Silva; SILVA, Fernanda M.; ZANETTI,
Gabriela M. Aguiar; COSTA, Márcia A.; Dificuldade de aprendizagem em representação
do pensamento espacial. 71f. Relatório Técnico-Científico. Curso de Licenciaturas –
Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor: Giovanna Sayuri Garbelini Ota. Polo
São Paulo – Heliópolis (Grupo 3N2), 2021.
RESUMO
1. INTRODUÇÃO 1
2. DESENVOLVIMENTO 3
2.1. OBJETIVOS ................................................................................................................. 4
2.2. JUSTIFICATIVA E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ............................................ 4
2.3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 5
2.3.1.DEFINIÇÕES DE PENSAMENTO ESPACIAL E LATERALIDADE .......................................... 6
2.3.2. INADEQUAÇÕES METODOLÓGICAS NO PROCESSO DE ENSINO E INTERVENÇÕES PARA
POTENCIALIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM ..................................................................................... 11
2.3.3. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM: TEORIAS DE VIGOTSKI E PIAGET15
2.3.4. METODOLOGIA E PRÁTICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA – UMA BREVE SÍNTESE SOBRE A
HISTÓRIA DA GEOGRAFIA .......................................................................................................... 22
2.3.5. ADAPTAÇÕES DAS AULAS EM TEMPOS DE PANDEMIA ................................................ 31
2.4. APLICAÇÃO DAS DISCIPLINAS ESTUDADAS NO PROJETO
INTEGRADOR.........................................................................................................................38
2.5.METODOLOGIA ....................................................................................................... 39
3. RESULTADOS 40
3.1. SOLUÇÃO INICIAL ........................................................................................................ 41
3.2. SOLUÇÃO FINAL ........................................................................................................... 41
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS 45
REFERÊNCIAS 47
ANEXOS 51
APÊNDICES 59
APÊNDICE A – .................................................................................................................... 59
APÊNDICE B –..................................................................................................................... 64
1
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Objetivos
Entende-se por pensamento espacial a forma que o ser humano desenvolveu para se
orientar no espaço que o rodeia. Esta habilidade mostra-se essencial para seu convívio em
sociedade, já que através do pensamento espacial torna-se possível resolução de problemas
simples, do cotidiano, como entender a direção de um caminho a ser seguido, ou mais
complexos, que necessitem de habilidades mais específicas, como cálculos para determinar
direcionamentos de antenas ou para lançamentos de satélites.
Juliasz (2017), define o pensamento espacial como o responsável pela associação do
raciocino referente ao espaço, uma atividade cognitiva que se desenvolve no cotidiano e pode
ser sistematizada por e em diversas disciplinas escolares. É por intermédio das práticas do
pensamento espacial que as crianças desenvolvem os conceitos espaciais, como o conceito de
localização, o entendimento dos sistemas de coordenadas geográficas, o cálculo de distâncias,
as unidades de medidas, entre outros.
A autora ainda ressalta que as habilidades relacionadas ao pensamento espacial não
se iniciam no ambiente escolar, apesar de grande parte dessas habilidades se desenvolverem
com mais afinco na escola, mas sim desde cedo as crianças já começam a se relacionar com
objetos, pessoas e locais diferentes: por meio da fala, da nomeação de lugares, deslocamento
de ambientes, além de brincadeiras que auxiliam na organização espacial.
Duarte (2016) discorre sobre a dificuldade de se encontrar uma resposta definitiva
para o conceito de pensamento espacial e um dos motivos dessa dificuldade é o caráter novo
desse campo de conhecimento, ao passo que se mantém atrelado aos processos cognitivos de
ser humano que se mostram extremamente complexos, estas novas definições conceituais
dessa área ainda inexplorada que é o cérebro humano. Por mais que haja estudos dos mais
variados sobre o tema dentro da psicologia, o rápido desenvolvimento da sociedade com o
advento das novas formas de tecnologia de informação e descobertas neurocientíficas
ampliaram as pesquisas e tornaram os conceitos sobre tema interdisciplinares.
7
Souza (2013, Apud Straforini, 2018, p.188) cita que o desenvolvimento da prática
do pensamento espacial está diretamente condicionado as relações sociais. Não se consegue
alterar as relações sociais sem alterar as organizações espaciais em que os envolvidos se
mantêm. Para o autor a prática do pensamento espacial é, antes de tudo, a prática das relações
sociais.
Golledge, Marsh e Battersby (2008 apud Duarte, 2016, p.115) também nos fornecem
uma definição mais abrangente sobre o pensamento espacial:
Pensamento e raciocínio espaciais são comuns à maior parte dos domínios do
conhecimento. Eles são centrais à geografia e a outras geociências e são importantes
a outros domínios onde bases de dados geoespaciais são comuns, indo da
astronomia à zoologia. Outras áreas de conhecimento como dança, música, pintura,
escultura, genética, biologia, física, planejamento, arquitetura, desenho,
neurociência, psicologia e linguística, requerem pensamento espacial e o uso de
conceitos espaciais e metáforas e dependem de representações espaciais: portanto, o
pensamento espacial se estende para muito além do campo da geografia (2008,
p.85, tradução Duarte, 2016).
O primeiro contato que uma criança pode ter com uma forma de conhecimento
sistematizado é no período escolarização infantil, pois é nessa fase de aprendizado em que os
conceitos naturais – no sentido não programados – e os conceitos científicos se aproximam.
A formação desses conceitos se tem como ponto de partida o momento em que a criança
consegue assimilar o significado de algo pela primeira vez por meio da palavra, pois é a
palavra que se torna fio condutor do conceito científico (JULIASZ, 2017).
8
Definição de Lateralidade
1
Fonte: Dicionário Michaelis – Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-
portugues/busca/portugues-brasileiro/lateralidade/. Acesso em: 08/05/2021.
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mesmos e àqueles que estão em seu entorno, suas histórias de vida e as diferenças
dos grupos sociais com os quais se relacionam. O processo de aprendizagem deve
levar em conta, de forma progressiva, a escola, a comunidade, o Estado e o país. É
importante também que os alunos percebam as relações com o ambiente e a ação
dos seres humanos com o mundo que os cerca, refletindo sobre os significados
dessas relações. Nesse período, o desenvolvimento da capacidade de observação e
de compreensão dos componentes da paisagem contribui para a articulação do
espaço vivido com o tempo vivido. O vivido é aqui considerado como espaço
biográfico, que se relaciona com as experiências dos alunos em seus lugares de
vivência (BRASIL, 2018, p. 355).
• suprimir objetivos e conteúdos curriculares que não possam ser alcançados pelo aluno
em razão de sua(s) deficiência(s) e substituí-los por objetivos e conteúdos acessíveis,
significativos e básicos para o aluno (PORTAL EDUCAÇÃO, 2020).
Assim como algumas ferramentas alinhadas a técnicas estratégicas de ensino,
possibilitam um processo de ensino-aprendizagem mais eficaz, como:
- Uso de tecnologias educacionais inovadoras como mecanismos mais atrativos de
aprendizagem (computadores, tablets, quadros interativos, jogos pedagógicos em sites com
plataformas educacionais);
- Mudança no método de ensino tradicional considerando que o sistema educacional
continua reproduzindo formas de ensino que não se encaixam às novas realidades e
necessidades dos alunos, não estimulando o engajamento do mesmo no processo de
aprendizagem e substituir, por exemplo, tarefas tradicionais por questões práticas e voltadas
para os problemas do dia a dia;
- Inclusão de metodologias ativas de aprendizagem colocando o aluno como
protagonista no processo de aprendizagem;
- Investimento na formação contínua dos professores, mantendo-os atualizados,
capacitados e preparados para inovação de estratégias didático pedagógicas e para lidar com
as diferentes necessidades dos alunos (cursos de reciclagem e aprimoramento educacional,
remuneração condizente com as atribuições, quadro de carreira, estímulo à participação
efetiva e liberdade para atuação no desenvolvimento curricular);
- Desenvolvimento de parceria com as famílias, somando responsabilidades
educacionais e contribuindo para emancipação do aluno, através de atividades
extracurriculares, feiras, festividades, rodas de conversa e leitura, dessa maneira, a escola fica
ciente das demandas necessárias para obter uma melhora na aprendizagem dos alunos
(WPENSAR BLOG, 2021).
Portanto, a potencialização da aprendizagem, a partir do professor, está pautada em
questões como:
- Conhecimento do aluno em seu contexto social, cultural e histórico;
- Demonstração de segurança por meio do afeto e compromisso político;
- Reconhecimento do aluno como protagonista do processo de ensino-aprendizagem;
- Interação e desafio; e
- Desconstrução da escola “tradicional”, através de inovação tanto na organização de
espaços como na rotina didático pedagógica.
15
Teoria Vigotskiana
influência do externo para o interno, não sendo um processo de absorção passiva, mas de
transformação. É um processo dialético de absorção, transformação e síntese visando a
internalização.
Teoria Piagetiana
2
Alguns autores, entre eles Iris Barbosa Goulart, chamam de estádio.
20
neurológicos básicos, o bebê constrói esquemas mentais de ação para assimilar o meio
em uma inteligência prática. A criança compreende apenas a ação motora como
resposta ao estímulo, por este motivo tenta agarrar e chupar tudo que vê e alcança;
➢ Estágio Pré-operatório (2 aos 6 ou 7 anos) – É também chamado de estágio da
inteligência simbólica, pois nessa fase se desenvolve o pensamento, vindo a poder
representar objetos no plano mental e não mais apenas em atividades sensoriais ou
motoras, o desenvolvimento do pensamento se aperfeiçoa nos estágios subsequentes.
Apesar de ser esta a fase em que as crianças começam a andar em pares, neste estágio
a criança é dotada de profundo egocentrismo por não conseguir se colocar no lugar do
outro, o que causa conflitos e disputas constantes entre as crianças. O
desenvolvimento da inteligência vai se dando a partir da percepção sobre o meio e do
aperfeiçoamento da linguagem e da representação verbal;
➢ Estágio Operatório-concreto (7 aos 11 ou 12 anos) - No estágio das operações
concretas a criança deve ser capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados
da realidade, porém, dependendo do mundo concreto para chegar à abstração. É o
estágio da inteligência concreta, na qual há compreensão da realidade com a
internalização de conceitos vivenciados. Neste estágio a criança desenvolve o
raciocínio em relação ao tempo, velocidade e espaço, organiza o mundo de forma
lógica a partir de elementos de grandezas e possui capacidade de concentração por
maior período, executando tarefas de exigem maiores prazos com sequências e regras;
➢ Estágio Operatório-formal (a partir dos 12 anos) – É o estágio que permite o
desenvolvimento de um pensamento lógico, no qual a capacidade de pensar pode se
dar por meio de hipóteses e inferências da realidade. Nessa fase há a passagem para a
construção da autonomia.
Piaget defende que o conhecimento não é algo que possa ser transmitido, posto que
está em constante construção a partir da ação do sujeito sobre o objeto, ou ainda, da ação do
sujeito no meio físico e social, e que essa ação desencadeia desequilíbrios que implicam em
processos de assimilação e adaptação (BECKER, 1998, p. 61-62).
Diante dessa constatação e com base na teoria piagetiana, a teoria construtivista de
educação é entendida como um processo de construção do conhecimento caracterizado pela
possibilidade de formulação de questões, exploração do meio, possibilidades de erros e
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acertos, pois o erro é visto como construtivo, sendo parte do processo de aprendizagem, que
segundo Becker (1998), quando acompanhado ou dirigido, conduz ao aprendizado.
Diante dessa concepção do conhecimento como um processo de construção
contínua, a teoria construtivista de Piaget compreende que o conhecimento não é inato e que
não pode ser adquirido de forma passiva, pois, somente com a interação essencial e
interdependente do sujeito e objeto é que se torna possível compreender, agir e pensar sobre
os fundamentos que constituem o conhecimento.
Nesse processo de construção do conhecimento deve-se enfatizar o papel do aluno e
do professor, pois o desenvolvimento cognitivo do indivíduo, isoladamente, não consegue
lidar com todos os elementos que ele constantemente assimila, portanto, é necessária a ação e
interferência nas explicações sobre a totalidade do sujeito que aprende e o fenômeno da
aprendizagem.
Considerando o mapeamento dos estágios de desenvolvimento cognitivo realizado
por Piaget (1998), o professor precisa trabalhar conteúdos e metodologias que favoreçam a
aprendizagem do aluno de acordo com sua faixa etária.
2.3.4. Metodologia e prática no ensino de geografia – uma breve síntese sobre a história
da Geografia
produzindo saberes para diferentes níveis de ensino. Os livros de Aroldo de Azevedo foram
utilizados e tidos como padrão entre as décadas de 50 a 70. Porém, desde 1950 já começaram
a existir vários questionamentos pelo mundo e pelo Brasil quanto às tendências tradicionais
da Geografia, que compreendiam o espaço geográfico por meio das relações do homem com
a natureza. Surgem a busca de novos paradigmas e novas teorizações pelos geógrafos.
O bacharel e o professor licenciado em Geografia não existiam no Brasil. Existiam
pessoas que vinham das mais diferentes formações, que lecionavam essa disciplina. Eram
professores de Geografia, advogados, engenheiros, médicos e seminaristas. Assim, a
Geografia, no antigo ginásio até a época da fundação da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras (FFCL)/Universidade de São Paulo (USP), em 1934, nada mais era do que a dos livros
didáticos escritos por não geógrafos e expressavam apenas o que foi a ciência até meados do
século XIX, na Europa. Enumeravam nomes de rios, cidades, serras, montanhas, cabos, ilhas,
capitais, totais demográficos de países, dentre outros, e a memorização era a capacidade
principal para o bom resultado nas provas e aqui seguia-se da mesma forma, iniciando a
Geografia aqui no país no início do séc. XIX, começando no Colégio Pedro II, na cidade do
Rio de Janeiro, depois foi sendo incorporado ao currículo oficial das demais escolas do país.
Mantendo uma visão conservadora, se caracterizando por:
Primeiro por ser uma ciência que se articulava de forma neutra; segundo,
elucidadora de uma realidade com base exclusivamente nas descrições, resultando
numa análise sempre sem vida, enfadonha. Terceiro consolidadora de uma visão
fragmentada. Situações que creditamos também ao distanciamento que ocorreu
entre as questões epistêmicas e as questões pedagógicas (SILVA, 1999, p. 107).
Conforme Silva (1999), uma ciência e uma disciplina com tais características que
desconsideravam as contradições presentes na sociedade, pouco contribuía para a análise
crítica da organização espacial, favorecendo a alienação, a descrição, a memorização e a
fragmentação analítica. Afirmando que essa concepção científica também ganhou forças na
década de 1970, quando, durante o regime militar, foi legitimada a falar de temas políticos de
forma despolitizada.
Por esse motivo, os livros de Geografia, por tratarem de temas políticos sem a sua
essência circulavam com desenvoltura em exaltações de realizações do Estado
Ditatorial. Falava-se, por exemplo, das transformações das paisagens da Amazônia,
das novas migrações e assentamentos ao longo das grandiosas obras de redenção da
região norte, mas não se falava das transformações geográficas em curso no campo
brasileiro com o avanço do capitalismo monopolista em busca da terra. Ou quando
esse tema era tratado, a análise ficava limitada ao aspecto fisionômico, descrição
daquilo que os levantamentos empíricos estavam mostrando (SILVA, 1996, p. 130-
131).
24
elementos importantes para a análise dos arranjos espaciais, passando estes a serem
interpretados em sua totalidade e de forma dialética. A nova Geografia proposta,
comprometida com o papel transformador do professor e da sociedade, passou a ser
denominada “Geografia Crítica”. Embora tenha levado muitos anos a chegar às escolas
(ainda temos dúvidas se de fato a Geografia Tradicional desapareceu do cotidiano e da
cultura escolar), essa nova perspectiva de ensino ganhou força nos espaços universitários e de
discussão acadêmica.
Nas escolas, com muitas resistências iniciais, houve necessidade de rearranjos do
ponto de vista dos conteúdos, dos métodos e dos objetivos de ensino. Uma nova concepção
de ciência implicou numa forma diferente de ensinar.
Mesmo com as mudanças significativas que ocorreram como fruto das discussões
para promulgação da LDB/96, era necessário repensar os cursos de formação docente, não só
pelo movimento de renovação curricular da escola fundamental e média, mas, sobretudo, dos
problemas dos cursos de licenciatura, considerados, historicamente, muito fracos em relação
à formação satisfatória dos professores. Na década de 90, as propostas curriculares dos
Estados foram discutidas com a finalidade de gerar uma nova proposta, agora com o nome de
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
Brasil (2001), os PCNS-Parâmetros Curriculares Nacionais são um documento
criado com o objetivo principal de expandir as discussões em âmbito educacional no Brasil,
ajudando docentes e discentes na construção de uma educação mais prospectiva e unificada.
É importante salientar que os Parâmetros Curriculares Nacionais se apoiam em normas legais
e procuram contribuir na busca de respostas a problemas identificados no ensino
fundamental.
Os conteúdos propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais organizam-se em
quatro ciclos para duas séries cada um, isto no ensino fundamental, com o fim de não
desintegrar os conteúdos e objetivos propostos, além de permitir que os alunos possam estar
mais habilitados a alcançá-los.
Segundo Costa e Moreira (2016), o Governo Federal criou um novo currículo para o
ensino de primeiro e segundo graus e deu nova nomenclatura a esses níveis de ensino,
denominando-os ensino fundamental e médio. A inovação em termos estruturais na proposta
do Ministério da Educação (MEC) foi a introdução dos Temas Transversais considerados
importantes na construção da cidadania e na prática da democracia. Os PCN de Geografia
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para o ensino fundamental propõem um trabalho pedagógico que visa ampliar as capacidades
dos estudantes de observar, conhecer, explicar, comparar e representar as características do
lugar em que vivem e de diferentes paisagens e espaços geográficos.
Na orientação para o trabalho pedagógico, são apresentados os objetivos, os eixos
temáticos, os conteúdos, os critérios de avaliação e, no final, o documento traz a organização
do trabalho escolar, referindo-se aos procedimentos metodológicos, buscando a pluralidade
no que diz respeito ao embasamento teórico-metodológico, buscando nortear os professores
sobre práticas pedagógicas que permitam colocar aos alunos as diferentes situações de
vivência com os lugares, para que estes possam construir compreensões novas e mais
complexas a seu respeito. Com isso, os alunos irão desenvolver a capacidade de identificar e
refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo a relação sociedade/natureza.
Para isso, essas práticas deverão envolver procedimentos de problematização, observação,
registro, descrição, documentação, representação e pesquisa dos fenômenos sociais, culturais
ou naturais, que compõem a paisagem e o espaço geográfico. Sendo fundamental que o
professor valorize a vivência do aluno para que ele possa perceber que a Geografia faz parte
do seu cotidiano, trazendo para o interior da sala de aula a sua experiência. Dessa forma, por
meio da interação, professores e alunos poderão procurar entender que tanto a sociedade
como a natureza constituem os fundamentos com os quais paisagem, território, lugar e região
são construídos sendo necessário que o professor crie e planeje situações de aprendizagem
em que os alunos possam conhecer e utilizar inúmeros procedimentos geográficos. Assim,
Rincón descreve que:
Dessa maneira, as três características do ensino escolar não devem ser entendidas
nem ensinadas de maneira estanque. Essas especificações do conteúdo compenetram-se e
29
dos alunos e o desenvolvimento da autonomia intelectual, bases para uma atuação crítica e
orientada por valores democráticos.
Reforça que é no Ensino Fundamental nos Anos Iniciais, que é importante valorizar
e problematizar as vivências e experiências individuais e familiares trazidas pelos alunos, por
meio do lúdico, de trocas, da escuta e de falas sensíveis, nos diversos ambientes educativos
(bibliotecas, pátio, praças, parques, museus, arquivos, entre outros). Essa abordagem
privilegia o trabalho de campo, as entrevistas, a observação, o desenvolvimento de análises e
de argumentações, de modo a potencializar descobertas e estimular o pensamento criativo e
crítico.
Neste documento preconiza que ao fazer a leitura do mundo em que vivem, com
base nas aprendizagens em Geografia, os alunos precisam ser estimulados a pensar
espacialmente, desenvolvendo o raciocínio geográfico. O pensamento espacial está associado
ao desenvolvimento intelectual que integra conhecimentos não somente da Geografia, mas
também de outras áreas (como Matemática, Ciência, Arte e Literatura). Essa interação visa à
resolução de problemas que envolvem mudanças de escala, orientação e direção de objetos
localizados na superfície terrestre, efeitos de distância, relações hierárquicas, tendências à
centralização e à dispersão, efeitos da proximidade e vizinhança etc.
O raciocínio geográfico é uma maneira de exercitar o pensamento espacial, aplica
determinados princípios: analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização
e ordem. Ao utilizar corretamente os conceitos geográficos, mobilizando o pensamento
espacial e aplicando procedimentos de pesquisa e análise das informações geográficas, os
alunos podem reconhecer: a desigualdade dos usos dos recursos naturais pela população
mundial; o impacto da distribuição territorial em disputas geopolíticas; e a desigualdade
socioeconômica da população mundial em diferentes contextos urbanos e rurais. Desse modo,
a aprendizagem da Geografia favorece o reconhecimento da diversidade étnico-racial e das
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diferenças dos grupos sociais, com base em princípios éticos (respeito à diversidade e
combate ao preconceito e à violência de qualquer natureza).
Considerando esses pressupostos, e em articulação com as competências gerais da
Educação Básica e com as competências específicas da área de Ciências Humanas, o
componente curricular de Geografia também deve garantir aos alunos o desenvolvimento de
competências específicas dentro dos seus eixos temáticos.
Dentro do que vimos na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e observando a
problemática do nosso trabalho e o Currículo Municipal da cidade de São Caetano do Sul,
onde explicita a defasagem de aprendizagens dos alunos do terceiro ano, habilidades que
deveriam ter sido trabalhadas no segundo ano do ensino fundamental e não foram. Dentro de
um olhar que o aluno tivesse o mínimo de aprendizagem garantida, o currículo foi
flexibilizado, incorporando esse conteúdo para o terceiro ano, conforme segue:
não acesso à Internet, por outro lado, os docentes também precisaram romper algumas
barreiras de forma rápida para exercer seu trabalho de modo remoto, se adequando ao uso das
mídias e plataformas virtuais, aplicação de conteúdo por uma nova perspectiva didática, sem
esquecer a necessidade de desenvolver formas de envolvimento ativo dos estudantes,
desenvolvimento de atividades compartilhadas e avaliação do desempenho dos alunos
(GATTI, 2020). Nesta transição emergencial para o ensino remoto, importante numa primeira
fase, há a necessidade da criação de modelos de aprendizagem virtuais que incorporem
processos de desconstrução dos modelos presenciais e que promovam ambientes de
aprendizagem colaborativos e construtivistas nas plataformas escolhidas (MOREIRA;
HENRIQUES; BARROS, 2020), já observando a possibilidade de retorno às aulas
presenciais e à incorporação de modalidades de ensino já conhecidas e outras ainda não
consolidadas entre os educadores brasileiros.
A Educação a Distância (EAD) é a modalidade de educação onde alunos e
professores estão em locais diferentes, todo ou grande parte do tempo, durante o processo de
ensino aprendizagem. Assim, pela decorrência da distância física entre ambos dependem de
algum tipo de tecnologia para que haja a troca de informações e a possibilidade de interação
entre si. (MOORE, 2020, p.1). A EAD é um modelo educacional que tem uma história de
mais de um século e sua evolução ocorre concomitantemente ao avanço tecnológico, ou seja,
não surgiu com a difusão da internet, e cada etapa de seu desenvolvimento é classificada ao
longo de cinco gerações (FIGURA 2), de acordo com as principais tecnologias de
comunicação empregadas (MOORE, 2020, p.25).
de programas educacionais por satélite que alcançavam escolas e casas, podendo oferecer os
mais variados temas para os diversos grupos de público (MOORE, 2020, p.39-40).
Na década de 1990 há o desenvolvimento de linhas telefônicas de fibra óptica que
permitiam a transmissão de um número maior de dados proporcionando a videoconferência
nos dois sentidos ou multiponto um meio de comunicação mais fácil e menos onerosa entre
pequenos grupos de alunos ou alunos individuais e seus instrutores com o vídeo mostrado nos
computadores pessoais (MOORE, 2020, p.44).
Quinta Geração: a geração mais recente de educação a distância é baseada pela
facilidade de acesso ao computador pessoal e a internet por um maior número de usuários,
onde temos o processo de ensino e aprendizado on-line, em classes e universidades virtuais,
baseados nos métodos construtivistas de aprendizado em colaboração, e na convergência
entre texto, áudio e vídeo em uma única plataforma de comunicação (MOORE, 2020, p.47).
Em 1971 a Intel inventa o microprocessador e assim produz, em 1975, o primeiro
computador pessoal, o Altair 8800, o que aumentou consideravelmente o uso da instrução
baseada em computador. Já em 1989, segundo o Bureau of Census dos Estados Unidos, cerca
de 15% das residências norte-americanas possuíam um computador pessoal e quase metade
de todas as crianças tinha acesso a computador em casa ou na escola. Além disso, o
desenvolvimento dos recursos gráficos, sonoros e visuais tornaram a instrução baseada em
computador mais fácil e atrativa; em seguida tem a diminuição dos custos facilitando a
aquisição de computadores. Softwares educacionais, ou courseware, são desenvolvidos com
programas de todos os níveis e domínios de conhecimento. Logo outros componentes foram
sendo desenvolvidos e auxiliando ainda mais os processos educacionais: transmissão de
imagens gráficas e arquivos entre computadores por uma linha telefônica, placas de dados e
canetas ópticas, câmeras e scanners. A conexão entre os computadores permitia a interação
entre os alunos e o professor em tempo real (MOORE, 2020, p.44-45).
Com o surgimento do world wide web, o uso de redes de computadores deu um
grande e poderoso impulso para a educação a distância, permitindo o acesso a documentos
por diferentes computadores, separados por qualquer distância. A partir de 1992 há um
progresso no número de páginas criadas na web que cresce simultaneamente ao aumento de
usuários da internet (MOORE, 2020, p. 46-47).
Na década de 1990, algumas universidades começaram a utilizar programas
baseados na web, oferecendo programas de graduação completos por meio da web, criando
Campus On-line, oferecidos por faculdades públicas e comunitárias em números expressivos
36
Ensino Remoto
Ensino Híbrido
O ensino híbrido é um termo pouco utilizado nas instituições de ensino, mas que
refere a um conceito há muito nas salas de aula; trata-se da combinação de vários espaços,
tempos, atividades, metodologias e públicos. Com a mobilidade e a conectividade, este
conceito é mais perceptível, amplo e profundo. Podemos ensinar e aprender de várias formas,
por diversas metodologias, com desafios, atividades, projetos, jogos, de forma coletiva ou
individual. Temos no ensino híbrido a integração das atividades da sala de aula com as
digitais, as presenciais com as virtuais, a articulação de processos de ensino e aprendizagem
mais formais com os informais, a aplicação de metodologias ativas, a mistura e integração de
áreas, profissionais e alunos diferentes, em espaços e tempos distintos (BACICH; TANZI
NETO; TREVISANI, 2015).
Há muitas questões e metodologias que integram o ensino híbrido e, portanto, o
desafio é produzir a melhor combinação de métodos e práticas que produzam os resultados
esperados por educadores e educandos.
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Embora não haja regras quanto aos modelos e as combinações de práticas, existem
quatro modelos de ensino híbrido categorizados (HORN; STAKER, 2015), sendo o modelo
de rotação o mais divulgado:
1. Modelo de rotação: Costuma ser o primeiro modelo utilizado pelos professores. Pode
ser aplicada a qualquer curso ou matéria e o comum é que os estudantes onde ocorre a
alternância entre modalidades de aprendizagem em que pelo menos uma seja on-line.
As outras composições da categoria são o ensino conduzido pelo professor em
pequenos grupos e as tarefas registradas em papel e realizadas em suas mesas. Cada
aluno participa das etapas de um projeto ou plano de estudos por um tempo
determinado pelo professor e ao final deste ele deve trocar de etapa para a próxima
atividade;
2. Flex, neste modelo: neste modelo temos a alternância do aluno entre o ensino
presencial e on-line, que segue uma espinha dorsal de aprendizagem em determinado
curso ou matéria. Há um professor tutor no espaço físico disponíveis para oferecer
ajuda e em alguns programas, iniciam projetos e discussões para enriquecer o
aprendizado. Os estudantes movem-se pelo curso Flex de acordo com suas
necessidades´, de forma personalizada e individual;
3. À la Carte: essa é uma forma de ensino híbrido muito comum no ensino médio, onde
os estudantes vivenciam uma mistura de ensino on-line e ensino tradicional. Assim
como os cursos Flex, os cursos À la Carte podem ter componentes presenciais, mas
este diferencia do primeiro em relação a função do professor; no modelo À la Carte, o
professor tutor é o professor on-line, enquanto no Flex, o professor tutor é o professor
presencial. Os estudantes mesclam podem fazer esses cursos on-line durante o tempo
na sala de estudos ou após a escola, além das disciplinas regulares que estão cursando
na escola;
4. Virtual Enriquecido: neste modelo de ensino híbrido, os cursos oferecem sessões de
aprendizagem presencial, mas permite que os estudantes façam o resto do trabalho on-
line, de onde eles preferirem. Embora as experiências presenciais sejam obrigatórias,
os tempos do aluno entre o presencial e o virtual podem ser customizados, no entanto,
se sua evolução estiver abaixo do esperado deverá aumentar o seu tempo nas aulas
presenciais.
38
2.5. Metodologia
Este estudo caracteriza-se como pesquisa ação, que segundo Lakatos e Marconi
(2003), é uma técnica de observação e análise dos sentidos da realidade na qual não consiste
apenas em ver e ouvir, mas também, em examinar fatos ou fenômenos e intervir na realidade
estudada, em suma, a pesquisa busca observar e interpretar a realidade dos fatos para uma
melhor compreensão, identificando problemas relevantes dentro da situação investigada e
definindo um programa de ação, agindo sobre ela para tentar modificá-la, em busca da
resolução e no acompanhamento dos resultados obtidos.
Inicialmente o grupo realizou reuniões via Collaborate, sistema dentro da
plataforma Blackboard, utilizando a técnica de BrainStorm para decidir qual direcionamento
o trabalho tomaria. Posteriormente foi feito uma consulta à professora Fernanda sobre qual é
a maior dificuldade de aprendizagem de seus alunos no 3º ano do Ensino Fundamental I na
disciplina de Geografia. Identificado o problema, foi discutida em grupo qual a melhor
metodologia para tentar sanar as dificuldades de aprendizagem apontadas pela professora.
Essa metodologia foi aplicada na forma de uma sequência didática sobre noções espaciais e
lateralidade com os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental I da professora Fernanda.
40
3. RESULTADOS
Tendo como eixo orientador a vinculação entre teoria e prática, foram desenvolvidas
atividades planejadas e organizadas em forma de sequência didática que foram aplicadas e,
posteriormente analisadas a luz dos referenciais teóricos que embasam esta investigação,
cujos resultados, corroboram a hipótese inicial de que a partir da adequação metodológica é
possível favorecer a aprendizagem.
Planejamos a proposta didática contemplando momentos de atividades individuais e
coletivas, realizadas com a turma toda na sala de aula online, por entendermos que é
necessário quando se objetiva no ensino a construção do conhecimento pelo aluno para
orientar e potencializar a construção do conhecimento. A condução das atividades propostas e
organizadas em forma de sequência didática ficou a cargo da professora Fernanda que atua da
própria rede pública de ensino e da escola onde a pesquisa foi realizada.
De acordo com Carvalho et al, 2010, p. 7, esta sequência de atividades “deve levá-los a
buscar evidências em seus dados, justificativas para suas respostas, fazê-los sistematizar
raciocínios como “se”/ “então”/ “portanto””. Ou seja, deve levar os alunos a raciocinar sobre o
uso, o porquê e para quê aprender estas representações e deve levá-los a aprender construir um
mapa, então de acordo com a autora e com os resultados da atividade avaliativa, o resultado foi
alcançado.
A atividade avaliativa da Figura 5 está enquadrada no que Carvalho et al (2010:13)
denomina “etapa de escrever e desenhar” na sistematização individual do conhecimento, quando
os alunos escrevem ou desenham “sobre o que aprenderam na aula”. Nosso objetivo com esta
atividade era o de perceber as relações estabelecidas pelos alunos bem como avaliar a proposta em
função dos objetivos estabelecidos neste estudo.
Assim, nesta atividade, solicitamos aos alunos que desenhassem um mapa utilizando
tudo que aprenderam com as aulas de representação espacial, pois segundo Carvalho et al 2010,
esse retorno dos alunos é imprescindível para que a professora e nós pesquisadoras possamos
analisar se os alunos conseguiram adquirir as habilidades e competências descritas na BNCC.
A construção dessas habilidades e competências foram pensadas a partir das atividades
práticas constantes na Atividade 2 e na Atividade avaliativa, esse recurso didático tem o intuito de
de motivar e mostrar como fazer, sendo uma estratégia para favorecer a aprendizagem, visto que
possibilita agir sobre o objeto de conhecimento, como preconizado por Piaget (GOULART,
2008).
Os resultados não foram 100%, foi identificado que dois alunos não conseguiram
realizar a atividade avaliativa a contento. Mas para analisar esse universo é preciso conceituar
que a escola em que a pesquisa foi desenvolvida é uma escola de tempo integral que já está
43
em seu segundo ano tendo suas aulas acontecendo online, ou seja, os alunos do terceiro ano
tiveram somente um ano de aulas “normais” na sala de aula com a professora e tiveram que se
adaptar a este novo formato de ensino remoto; também a sala da turma tem 30 alunos, sendo
que somente 23 alunos são ativos participantes das atividades, pois 07 alunos não têm
participado de nada desde que se iniciou o ensino remoto; desses 23 alunos, apenas 14 alunos
participam das aulas online, os 09 restantes só fazem atividades impressas e um deles tem as
atividades impressas adaptadas às suas necessidades especiais.
Informamos ainda que todas as atividades mostradas nesse trabalho preservam o
anonimato dos alunos pois, apesar de termos a anuência da escola e da coordenação para
realizar a pesquisa, não pudemos consultar as famílias dos alunos, portanto, não temos
autorização para citar ou expor nenhum deles.
A observação e análise do grupo em relação a aplicação da sequência didática
permite-nos algumas considerações:
1. Em relação às estratégias de ensino e aprendizagem utilizadas avaliamos que as
atividades práticas são elementos que despertaram o interesse dos alunos pelo assunto e
favoreceram o aprendizado;
2. A proposta de auxiliar a professora a chegar até a escola instigou os alunos a
pensarem sobre a questão de se localizar no mapa e buscarem, por meio da reflexão, como
apontar pontos de referência para ajudá-la, como buscar conhecimentos de direita e esquerda
para a direcionarem e buscar conhecimento de leitura de planta baixa para se localizarem na
imagem que estava sendo mostrada, demonstrando que a atividade fez os alunos mobilizarem
os conhecimentos necessários para a aprendizagem de noções espaciais;
3. As atividades oportunizaram a reflexão sobre como se constrói um mapa, sobre os
instrumentos que se utilizam para se localizar no espaço, os símbolos utilizados nos mapas,
favorecendo não apenas o atingimento da proposta didática, mas também ampliando o
universo de conhecimento dos alunos.
4. Alguns alunos apresentaram conhecimentos prévios bastantes pertinentes sobre o
assunto, sendo que outros não tinham nenhum conhecimento sobre o tema, o que tornou a
condução da aula um desafio para a professora, que soube utilizar o auxílio dos alunos que
sabiam mais sobre o tema para garantir a aprendizagem dos alunos que nada sabiam.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXO A
APÊNDICE A
imagens do Google Maps. Um dos alunos informa que não possui esse aplicativo e a
professora diz que na conta dos alunos da Secretaria da Educação (SEDUCA), tem esse
aplicativo.
O tempo todo a professora parabeniza os alunos pelas informações que eles trazem
dos seus conhecimentos prévios acerca de mapas e localização e seus conhecimentos acerca
do Google Maps. A professora pergunta o que mais os alunos viram na imagem do livro e o
aluno 2 diz que tem uma loja, a professora pergunta se a loja pode servir como ponto de
referência. Os alunos concordam que a loja pode servir como ponto de referência, a professora
reforça que na imagem do livro as crianças carregam os instrumentos de localização o GPS, a
bússola e o mapa. A professora explica que os aplicativos de localização como o Google
Maps, o Moovit e o Waze utilizam a ferramenta GPS para funcionar.
A professora pede para irem para a página 120 do livro, com o título –
Representando os trajetos – que mostra a figura de um quarteirão representado por duas ruas e
uma praça. O subtítulo da atividade é – Mapa da vizinhança – e busca trazer uma
representação do caminho que será percorrido para localizar um posto de saúde. A partir da
imagem da representação da localidade a professora mostra as questões a serem respondidas
no livro:
Qual é o nome da rua em que Rafaela mora? Os alunos respondem corretamente: Rua
das margaridas.
A professora pergunta qual é o nome da rua que em que fica o posto de saúde? Os
alunos respondem corretamente apesar de mal saberem ler e falarem o nome da rua de forma
errônea. Ao invés de falar Rua das Rosas eles pronunciam Rua das Rochas.
A questão 3 pede para citar duas referências que Rafaela pode observar no trajeto de
sua casa até o posto de saúde, a professora retoma o conceito do que é um ponto de referência,
um mercado, uma loja, algo que sirva de marcador de localização. Alguns alunos escolhem a
padaria outros respondem na praça Violeta como ponto de referência. Um aluno com mais
dificuldade de entender o que é um ponto de referência faz a professora explicar que uma
referência é algo que vocês identificam como localizador para chegar em algum lugar.
Um aluno entra na aula aos 16 minutos e 39 segundos e pede a professora para que o
ajude a localizar a atividade que está sendo feita. A professora pausa a aula para situá-lo a
respeito de tudo que já foi discutido e as respostas das questões. O aluno que ingressou
pergunta a professora o que significa a palavra trajeto. A professora pergunta aos outros
alunos se alguém pode ajudar o amiguinho respondendo o que significa trajeto. O aluno 2
responde que trajeto é todo local que ela passa para chegar aonde ela quer (se referindo a
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Os alunos percebem que o símbolo que identifica a farmácia é só uma casinha e que
se não estivesse escrito não conseguiriam identificar, a professora concorda com eles e diz
que isto pode ficar como sugestão para que atualizem o livro ou para que atualizem a
confecção do mapa posteriormente. Um aluno pergunta se esse lugar existe mesmo e pergunta
onde fica essa localidade para que ele a visite e confira as informações, a professora pede
então para que eles leiam a legenda para ver onde fica o local e eles então verificam que é na
cidade de Cuiabá no estado do Mato Grosso.
Na próxima atividade a professora apresenta então uma imagem (print) do Google
Maps da localidade da EMEF Elvira Paolilo Braido, a escola onde os alunos estudam e
pergunta se os alunos estão identificando a localidade daquele mapa.
Um dos alunos responde que é o mapa do bairro Oswaldo Cruz, os alunos então
identificam a escola e outros alunos então já perguntam se podem ver as suas casas ou ainda
como entrar no Google Maps e procurar a escola. A professora informa então que esta é uma
atividade em que ela está na Rua Silvia e que essa rua é muito extensa e que ela precisa ir
desta rua até a escola EMEF Elvira Paolilo Braido e precisa da ajuda dos alunos para chegar
até lá:
– Eu sou nova no bairro, sou nova na escola e não sei como chegar lá, olhando por
este mapa que pontos de referências vocês me dariam para me ajudar a chegar na escola?
Observem o mapa, eu estou no mercadinho da Rua Silvia, vejam no mapa o local em que eu
estou apontando com o cursor é onde eu estou, me ajudem a chegar na escola.
Um dos alunos começa a dar as coordenadas e a professora o incentiva. – “Vai reto
professora. – Vai reto até onde aluno 2?” O outro aluno informa que essa rua é contramão.
A professora informa que está a pé, mas que é bom saber que naquela rua não se pode trafegar
com veículo naquela direção.
A professora também mostra os alunos outro print do bairro com imagens do Google
Earth explicando que aquilo é uma imagem do satélite, que é uma imagem mas fidedigna e
que mostra fotos reais do bairro, mas que para se localizar não é tão clara quanto a foto
anterior do Google Maps que é uma representação.
Os alunos concordam que a foto anterior é melhor para se localizarem e continuam
na imagem anterior na atividade de tentar conduzir a professora do ponto A até a escola.
Os alunos vão dando as coordenadas pedindo para que ela vá reto até o ponto de
referência MB Uniformes e continue reto até a curva, enquanto isso a professora vai
marcando o trajeto na imagem com um marcador colorido na cor verde. Um aluno pede para
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que ela siga reto até o número 1603 ela pergunta o que há neste número ele disse que é o
número do apartamento em que ele mora.
Professora pede para que eles utilizem os conhecimentos de direita e esquerda e
informem para que lado ela deve virar quando chegar na curva da Rua Silvia, os alunos
informam então que ao chegar na curva ela deve virar à esquerda e logo avistará a escola. Um
dos alunos pede então para que quando acabar a covid-19 todos se reúnam em um dos
restaurantes apontados na imagem do Google Maps localizado na Rua Silvia próximo a
escola. A professora pergunta então onde está localizado o restaurante e o aluno diz que ele
está à esquerda da EMEF.
Os alunos começam a dizer que a aula acabou e a professora encerra a aula.
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APÊNDICE B
PLANO DE AULA
PROJETO INTEGRADOR PARA LICENCIATURA III
SÃO PAULO – HELIOPÓLIS 1 – 3N.2
Planejamento: Adriana Hernandes dos Santos RA 1903017
Elenice Luduvina da Silva Santos RA 1902880
Fernanda Maria da Silva RA 1904592
Gabriela Maria Aguiar Zanetti RA 1902749
Marcia Aparecida Costa RA 1905104
Orientadora: Profa. Giovanna Sayuri Garbelini Ota
Componente: Geografia
Objetivos:
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Posteriormente, como avaliação, faremos uma proposta para que os alunos produzam
um mapa criativo com casas, ruas, rio, árvore, praça e depois um convite de aniversário, nele,
além do texto explicativo aos convidados, os alunos devem fazer um pequeno mapa
orientando os convidados a chegar em sua casa, (pág. 125 do livro).
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Verificação da aprendizagem:
Referências bibliográficas:
ROSENI de Rudek, LILIAN Sourient. PNLD: Akpalô Geografia, 3º ano. - 4ª ed.- São
Paulo: Editora do Brasil, 2017. (Coleção Akpalô)
BRASIL. Ministério da Educação - Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC,
2018. p. 372 - 373