Você está na página 1de 16

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

ANÁLISE DE CONCEPÇÕES DE LEITURAS PRESENTES NO LIVRO DIDÁTICO

Claudilene Rocha Teixeira


Jailton Barbosa de Sousa
Laisla Eduarda Teixeira Acioli
Lígia Santos Pereira Nery
Magna de Jesus dos Santos
Magnólia Santos Nascimento
Rayssa Prates Oliveira.¹

Resumo: Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise a partir de livros didáticos do
ensino fundamental dos anos iniciais. Uma pesquisa feita a partir da abordagem qualitativa do
tipo descritivo documental.

Palavras-chave: Formação do leitor; Anos Iniciais; Leitura e Ensino.

I. Introdução

Pode-se destacar que “o conceito de leitura remete inicialmente ao ato de aprender a ler”
Lois (2012), no entanto, podemos destacar que a leitura precede a escrita das palavras quando
nos referimos a leitura de mundo de cada sujeito em sua singularidade. Nesse sentido,
consideramos importante analisar as produções de livros didáticos de língua portuguesa do 1°,
2º e 3º ano trabalhados na rede municipal e privada de ensino com enfoque de evidenciar as
diferentes concepções de leituras presente no livro didático. Além disso, buscamos identificar
as concepções de linguagem que têm sido utilizadas pelos professores em sua prática educativa
e pedagógica no processo de ensino e aprendizagem. Este estudo trata-se de uma pesquisa de
abordagem qualitativa do tipo descritivo documental, pois busca evidenciar o levantamento
bibliográfico de tipos de questões trabalhadas no livro didático apresentando como foco de
análises as concepções de linguagem referente ao foco no texto; foco no autor ou foco na
interação texto-autor-leitor. Partindo deste pressuposto nossa questão problema busca indicar o
porquê a leitura no processo de ensino da criança é trabalhada de forma mecânica,
tradicionalistas e descontextualizada com a realidade das crianças que compõem o chão escolar
das instituições públicas e privadas de ensino?

¹ Discentes do curso de Pedagogia, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.


UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

Nesse sentido, qual a melhor forma de trabalhar a leitura em sala de aula para que ela
não seja desestimulante? Segundo MORAES (2012) não existe uma fórmula mágica. É
necessário que antes de tudo o professor conheça os alunos que compõem sua sala de aula e
identifique suas dificuldades para que a partir disso planeje uma proposta pedagógica com o
objetivo de elas aprenderem e durante isso seja levado em consideração o contexto sócio
histórico cultural que a criança está inserida.
Moraes (2012) destaca que a adoção do enfoque construtivista hoje é a melhor opção,
pois ela explica o que é a escrita alfabética e como os indivíduos se apropriam dela. E os
princípios filosóficos poderiam ser trabalhados a partir delas, estes são:

a) formar pessoas não conformistas, críticas, que lutam por seus direitos; b) formar
pessoas que não só repetem, mecânica ou ordeiramente, o que lhes é transmitido, mas
que criam ou recriam conhecimentos e formas de expressão; c) formar pessoas que se
regem por princípios éticos de justiça social, de redução das desigualdades
socioeconômicas, de respeito à diversidade entre os indivíduos, grupos sociais e
povos; d) formar pessoas respeitando suas singularidades, seus ritmos de
aprendizagem, e levando em conta em quê, especificamente, necessitam ser ajudadas,
para que possam avançar em suas aprendizagens. (MORAES, 2012 p.82).

Para o autor mesmo diante da escolha do enfoque construtivista é preciso também


compreender o professor. Não se deve apenas decidir o método X e Y a ser seguido, sem levar
em consideração as experiências do professor e seus conhecimentos pedagógicos. Esses saberes
são eficazes porque lhes permitem, na sala de aula, tomar boas decisões sobre como usar o
tempo, sobre como organizar as crianças para fazer determinadas atividades, como avaliá-los e
etc.
Além disso, observamos que se deve começar a usar o Sistema de Escrita Alfabética.
Após o fim da educação infantil é necessário que as escolas iniciem no final da educação
infantil, um ensino que permita às crianças não só conviver e desfrutar, diariamente, de práticas
de leitura e produção de textos escritos, mas refletir sobre as palavras, brincando, curiosamente,
com sua dimensão sonora e gráfica. Sobretudo o brincar se faz necessário nessa etapa pois
quebra a ideia de aprender apenas por obrigação e dá prazer a criança a realizar as atividades
propostas.
Um ponto levantado importante é que ao realizar a leitura na sala de aula o aluno se
desenvolve em vários aspectos, assim como ele faz parte da produção textual também os fazem
avançar em seus conhecimentos. O autor faz uma reflexão acerca do letramento, “não se inicia
na escola nem no primeiro ano do ensino fundamental, e que ele durará toda a vida. Nós, adultos
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

educadores, já estão “superletrados”, continuaremos, ano após ano, aprendendo sobre a


linguagem própria dos gêneros escritos, sobre como lê-los e escrevê-los. ” (p.87).
Diferentemente do processo de alfabetização que precisa ser encerrado com qualidade
ao final do no máximo terceiro. E merece, para isso, uma atenção que alguns vinham
negligenciando. Diante disso faz se pensar o quão importante é priorizar a leitura e a produção
de textos nas turmas de alfabetização e desenvolvendo com prioridade o Sistema de Escrita
Alfabética, é preciso pensar “todo dia é dia de linguagem”. Sistematizar o sistema de escrita
alfabética desenvolvida pelo professor trará possibilidades de ótimos resultados aos alunos nos
processos de alfabetização. Nota-se então que não se trata apenas do método ou teoria específica
melhor para o processo de alfabetização o importante é que o professor desenvolva em suas
práticas pedagógicas caminhos que as equilibre e possibilite fazer um bom trabalho em sala de
aula.
Podemos destacar que a oralidade provoca marcas nas produções escritas, nesse sentido
é possível observar que, a aprendizagem da escrita se dá apoiado na oralidade e assim, as marcas
orais passam a ser consideradas no processo de ensino e aprendizagem dando indício de que a
criança está construindo conhecimento sobre a escrita. Diante disso, podemos inferir que um
dos principais trabalhos aqui apresentados serão sequência didática embasadas nos textos
presentes nestes livros para assim, identificarmos a influência que a linguagem tem na vida dos
alunos em sala de aula, pois, percebemos que a linguagem apresenta influências históricas,
sociais e principalmente o cotidiano da vida de cada aluno. A partir desses conjuntos
observamos que as crianças trazem consigo linguagem própria que acarreta especificidade de
sua vivência na produção da sua língua escrita Nobre (2011) especifica que a linguagem oral é
anterior à escrita e estas evoluíram de acordo com passar séculos, no entanto, não podemos
sobrepor uma sobre a outra, pois a escrita é consequência da leitura e cada uma expressa suas
características próprias.

II. Referencial teórico

A formação do leitor é um processo contínuo e multifacetado que envolve o


desenvolvimento das habilidades de leitura, a construção de hábitos de leitura e a promoção do
gosto pela leitura ao longo da vida. A formação do leitor é fundamental para o desenvolvimento
intelectual, emocional e cultural de uma pessoa. Começa com o aprendizado das habilidades
básicas de leitura, como decodificação (a capacidade de reconhecer palavras) e compreensão (a
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

capacidade de entender o significado do que está sendo lido). Essas habilidades são geralmente
adquiridas na infância, durante a educação formal.
Partindo do pressuposto destacado pela autora Irandé Antunes, (2003) sobre o ensino de
língua portuguesa “[...] persiste o quadro nada animador (e quase desesperador) do insucesso
escolar, que se manifesta de diversas maneiras” (p. 20). Podemos evidenciar que o ensino de
língua portuguesa nas escolas está relacionado com o ideário e com uma metodologia
tradicionalista de ensino, na qual os professores detêm e transmitem os saberes e os alunos estão
ali para mera recepção. Diante desse cenário relatado por Antunes (2003) é importante que o
professor identifique e conheça as dificuldades de seus alunos para assim elaborar uma prática
pedagógica a partir do (como meu aluno aprende?) a fim de desenvolver uma metodologia
(horizontal) que leve as especificidades e necessidades de aprendizagem do aluno.
Além disso, "é evidente que causas externas à escola interferem, de forma decisiva, na
determinação desse resultado. [...]. No entanto, é evidente que fatores internos à própria escola
condicionam a qualidade e a relevância dos resultados alcançados. ” (p. 20) Antunes (2003),
Diante do pressuposto podemos observar que as causas externas e internas da escola se
caracterizam como fatores decisivos na aprendizagem da criança. Assim podemos evidenciar
que elas não se sobrepõem, elas formam um conjunto direcionador da aprendizagem, logo, se
a criança não se encontra alimentada ou se ela não dormiu isso irá influenciar em seu
rendimento, assim como toda a estruturação da sala de aula. Sabemos que as realidades e
dificuldades que envolvem a comunidade escolar são inúmeras, mas é importante que o
professor se sensibilize com o fator da fome, pois muitas crianças fazem sua primeira refeição
do dia na escola.
Assim, "é possível documentar, atualmente, uma série de ações que as instituições
governamentais, em todos os níveis, têm empreendido a favor de uma escola mais formadora e
eficiente.” (p. 21) observamos que as dificuldades e limitações que envolvem o ensino da língua
portuguesa são as mesmas, digo isto, pelos exemplos dado por Geraldi (1984) e Antunes (2003)
e entrelaçando essas proposições nos dias atuais. Vemos as criações de um currículo
educacional mais direcionado como os PCNs, PNLD, BNCC que visão principalmente as
questões que envolvem as competências e habilidades do ensino e aprendizagem no processo
educativo, além de envolver principalmente interesses dúbios entre o Estado e as normativas
oficiais desenvolvidas nas escolas.
Contudo, é importante nos atentarmos que o currículo não é neutro ele está posto para
formar um certo modelo de cidadão (acrítico, não pensante) ou seja, o modelo educacional
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

forma seus alunos com a finalidade de não questionar e refletir sobre os assuntos que são dados
influenciado diretamente como ele vai viver em sociedade.
Em suma, fazendo todo um retrospecto sobre a leitura é importante destacar sobre o
ensino da oralidade, da leitura, escrita e gramática são indissociáveis e essenciais para o
processo de alfabetização do aluno, logo, nas atividades de ensino da linguagem é essencial que
o professor as entrelace entre si e assim desenvolver o ouvir, o falar, o ler e o escrever do aluno.
Levando em conta também a escrita é a consequência da leitura, logo elas não estão
dissociadas uma da outra. Diante disso é essencial que o professor em seu processo educativo
e pedagógico tenha responsabilidade para com a aprendizagem do seu aluno e assim
desenvolver um trabalho com planejamento, empenho e dinamismo. E assim, promover aulas
significativas, contextualizadas que levam em consideração principalmente contexto sócio
histórico da criança e a forma que a mesma aprende.

III. Metodologia

Esse estudo será feito por meio de uma abordagem de pesquisa qualitativa. Essa
abordagem tem um cunho mais social onde ela ao invés de fazer uma leitura de números faz-se
uma leitura da sociedade segundo Gerhardt e Silveira, (2009) a pesquisa qualitativa não se
preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão
de um grupo social, de uma organização, etc. então através desta pesquisa buscaremos entender
as várias concepções de leitura, e como ela está posta nos livros didáticos. Segundo Minayo
(2010) a pesquisa qualitativa tem por finalidade a interpretação dos fenômenos da sociedade,
fenômenos esses que não podem ser quantificados e nesse sentido dar significado para tais
fenômenos, essa prerrogativa de pesquisa irá contribuir para uma compreensão mais detalhada
e criteriosa de como a leitura vem sendo trabalhada em sala de aula e quais os desdobramentos
de atividades que tem como foco o texto.
Em decorrência dos objetivos da pesquisa, destaca-se como possibilidade o estudo de
cunho bibliográfico onde farei uma sistematização teórica e analise a respeito do tema, através
de levantamento de materiais já publicados por autores e obras, e livros didáticos. (SEVERINO,
2000), faremos uma análise de três livros didáticos, analisando como é trabalhado os textos em
suas atividades e dialogando com teóricos que discutam o tema.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

IV. Apresentação, análise e discussão dos dados levantados

A análise para o levantamento desta pesquisa foi com base em três livros didáticos da
Educação Fundamental dos Anos Iniciais.
O livro didático Buriti Mais Português, do 1º ano, produzido pela Editora Moderna.
Através da leitura e análise de treze textos e das questões trabalhadas a partir deles, foi possível
verificar que a maior parte das questões tem como foco predominante o texto. Dentre os treze
textos, sete tinham questões com foco no texto e foco na interação autor-texto-leitor, e seis
questões apenas com foco no texto. Não foi encontrado nenhuma questão com foco no autor.

Leitura: foco no texto e na interação autor-texto-leitor


UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

Leitura: foco no texto


UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

O livro Apis Mais Língua Portuguesa - Ensino Fundamental Anos Iniciais, da editora
Ática, traz uma série de textos com foco no texto-autor. As atividades não focam no leitor,
trazem perguntas que podem ser facilmente encontradas com uma leitura superficial do texto,
não trabalhando as habilidades prévias dos alunos e suas vivências.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

O livro didático Rede Pitágoras do Ensino Fundamental Anos Iniciais de Língua


Portuguesa do 2º ano, caderno 4, da Editora e Distribuidora Educacional. Através da leitura e
análise dos textos referidos como texto 1 e texto 2, foram analisadas 18 questões. Texto 1
páginas 14 e 15 e texto 2 páginas 22 e 23, baseado nas concepções de leitura foco no texto, foco
na interação autor–texto– leitor e foco no autor foi possível concluir que o maior número de
questões tem foco predominante no texto. Com o número pequeno na interação e nem um
número para o autor. Como na análise a seguir:

CONCEPÇÃO 1 – FOCO NO TEXTO


QUESTÃO RELACIONADA AO
TEXTO 1 (PAG 14 - 15)

1- Você leu algumas páginas de uma história em quadrinhos. Agora, responda ás


questões.
A) Qual é o título da história?
B) Onde esse gênero normalmente é publicado?
D) Quais personagens aparecem na história em quadrinhos?

3 – Qual é o conflito (problema) presente na história em quadrinho?

4 - Cascão e Cebolinha usam a palavra faixa com o mesmo significado?

6- Na história em quadrinhos que você leu, alguns quadrinhos apresentam uma moldura
diferente, com o contorno em formato de nuvem. A intenção do uso dessa moldura é:

- Indicar que os quadrinhos ilustram os conselhos informativos pelo guarda de trânsito.

TEXTO 2 (22 – 23)

8- Você leu um conto. Sobre ele, responda o que se pede.

A) Qual é o título do texto?


B) Qual o assunto principal?
C) Onde ele se passa?

9 – No início do texto aparece a expressão a gente.


UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

A) A quem ela se refere?


B) Quais são os personagens da história?

10- Releia o conto e observe que há trechos que iniciam com traços (-) e outros trechos
que iniciam com letra maiúscula sem o traço. Em seguida, faça o que se pede.

A) Sublinhe os trechos que iniciam por letra maiúscula sem o traço (-)
B) Quem conta essa parte da história que você sublinhou é?

12 – No texto, qual é o significado de farol? Na sua cidade, essa palavra é usada? Você
conhece outras palavras que têm o mesmo significado?
CONCEPÇÃO 2 – FOCO NA INTERAÇÃO AUTOR- TEXTO- LEITOR

TEXTO 1 (14 -15)

1 – C) Quem você acha que é o leitor de história desse gênero?

2 – Podemos identificar que há uma tensão na cena. Quais elementos indicam essa
tensão?

5 – Escreva três conselhos citados pelo guarda de trânsito que permitem a segurança
dos pedestres na rua.

TEXTO 2 (22- 23)

11 – Agora, escolha uma dessas frases iniciadas por um traço e faça a ilustração dela
como se fosse uma história de quadrinhos.

CONCEPÇÃO 3 – FOCO NO AUTOR

TEXTO 1 (14-15) E TEXTO 2 (23-24) NÃO FORAM ENCONTRADOS AS QUESTÕES


RELACIONADAS.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

No quadro acima, a primeira concepção que é com foco no texto foi encontrada 6
questões no texto 1 e 8 questões no texto 2. Com isso, é caracterizado o foco no texto por
realizar uma atividade de reconhecimento, de reprodução, onde o leitor é passivo e responde o
que está no contexto. Consequentemente, a leitura é vista como uma atividade que exige do
leitor foco no texto, assim o texto ganha existência própria, independente do contexto e da
situação comunicativa, ou seja, o leitor apenas recebe o saber presente no texto.
Na segunda concepção que é foco na interação autor-texto-leitor, foi encontrada 3
questões do texto 1, e uma questão do texto 2, o foco na interação é construído no contexto
sociocognitivo dos participantes da interação, ou seja, a participação da resposta pessoal do
sujeito ao ler o texto em sua interpretação. Assim os sujeitos são vistos como atores/construtores
sociais, sujeitos ativos que dialogicamente se constroem e são construídos no texto
considerando o próprio lugar de interação e dessa forma o leitor é responsável pela construção
de sentidos, já que a leitura é permeada por seu conhecimento de mundo, adquirido previamente
é através desse conhecimento que ele vai atribuir significado ao texto.
Diante disso, foi pesquisado 9 questões do texto 1 e 9 questões do texto 2, porém não
foi encontrada nenhuma questão relacionada à concepção 3 que seria o foco no autor, que é
somente a ideia do autor e suas intenções. Assim o texto é visto como um produto lógico do
pensamento do autor, nada mais cabendo ao leitor a não ser captar essa representação mental,
juntamente com as intenções do produtor, exercendo assim um papel passivo.

V. Considerações finais

O professor deve levar a criança [jovem e adulto] a ser ativo diante de imagens, fazendo
perguntas, comentários, dirigindo a atenção, desenvolvendo a capacidade de observação...”
(PARRA, 1972, p. 48). “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”, conforme Freire
(2002, p. 11). Essa leitura nos dá os conhecimentos prévios para que possamos interagir no
mundo em que vivemos facilitando a comunicação. Nesse sentido podemos destacar que o
direcionamento do professor através de problemáticas sobre o assunto relacionando-as com o
uso de ilustração/imagem faz com que o aluno apreenda o que está sendo ensinado de forma
diretiva e simples.
Diante disso, podemos destacar o quão é importante desenvolver o lúdico para a criança,
que o uso de ilustrações são ferramentas facilitadora para o processo de aprendizagem, tendo
em vista que quando o aluno apresenta dificuldades em decodificar o que está escrito ou quando
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

a criança começa a entender o mundo, são o uso de ilustrações que fazem a ligação delas com
o meio na qual elas estão inseridas. Nesse sentido, são através dos símbolos, como placas,
desenhos e figuras ou até mesmo mídias, com a utilização dos desenhos animados para que a
criança aprenda valores e os assuntos que lhes são ensinados no âmbito escolar e familiar.
A leitura de imagem traz uma importante contribuição no processo de desenvolvimento
para uma leitura crítica de si e da realidade do mundo. Quando o professor proporciona ao aluno
a observação dos livros ilustrados, está favorecendo a apreciação pela leitura e,
consequentemente, o desenvolvimento cognitivo desse aluno, ou seja, pode usar as produções
do aluno para que ele possa dar significado ao seu cotidiano.
Diante disso, é essencial que as crianças que estão sendo alfabetizadas possam ser
colocadas diante de imagens sendo-as mais variadas possíveis, desde as de livros ilustrados até
as de pinturas, pois a partir delas as crianças serão estimuladas e capazes de utilizar a sua
imaginação no processo de ensino e aprendizagem. Sendo assim, elas são também a principal
maneira de adquirirmos conhecimento, por isso não podemos dispensar esse meio de
aprendizagem, pois elas possuem um grande potencial de comunicação que deve ser
desenvolvido em sala de aula. Hoje em dia, as imagens trazem informações as mais variadas
possíveis, e o aluno precisa educar seu olhar para o que está escrito nas entrelinhas tanto nas
artes como em outras variedades de imagem. É função do docente ensiná-los desde de cedo
como se deve ter essa sensibilidade estética que Santaella (2012) chama de alfabetização visual.
A formação do leitor é um processo contínuo que envolve a aquisição de habilidades de
leitura, o desenvolvimento de hábitos de leitura e a exploração de uma ampla variedade de
materiais literários ao longo da vida. É um processo que pode enriquecer a vida de uma pessoa,
expandir seus horizontes e promover o desenvolvimento pessoal.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

Referências bibliográficas

Buritimais: português. Editora Moderna, editora responsável Marisa Martins Sanchez. 1. ed. -
São Paulo: Moderna, 2017.

Ensino fundamental, anos iniciais: língua portuguesa, geografia, história: 2º ano: caderno 4:
manual do professor/[Maria Fernandes...et al] – 1.ed. Belo Horizonte: Editora e Distribuidora
Educacional, 2020.

KOCH, Indegore Villaça. As tramas do texto. 2º ed. – São Paulo: Contexto, 2014.

MORAES, Arthur. Sistema de escrita alfabética – São Paulo: Editora Melhoramentos, 2012.

PARRA, Nelson. Planejamento de Currículo. (1972, p. 48).

TRICONI, Ana, Et al. Ápis Mais: Língua Portuguesa 3ª ano - Ensino Fundamental anos
iniciais - manual do professor. 1ª ed. São Paulo:Ática.2021.

Você também pode gostar