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Capítulo Dois
1
Famosa rede americana de roupas.
Gemendo, sentiu a aproximação de seu orgasmo. Pensou no pequeno
sorriso nos lábios de Avery, enquanto o olhava. O homem podia parecer
pequeno e inocente, mas algo lhe dizia não era nada disso. A selvageria
queimava naqueles olhos azuis, que intrigavam Landen.
Era estranho... Uma parte sua queria fugir, como fez, mas outra
queria correr para Avery e arrebatá-lo para cima. Segurá-lo perto e beijar seus
lábios cheios, até que ambos estivessem fora do ar.
Gemeu e sua mão bombeou mais rápido. Suas bolas apertaram e
jogou seu gozo quente no jato de água do chuveiro. Empurrou seus quadris
para frente, perseguindo mais da sensação de entorpecimento mental até que
se tornou demais para ele segurar. Sua mão se afastou de seu pênis amolecido
e deixou cair a cabeça em seu peito.
— Preciso transar. — Essa era a única explicação para que estivesse
tão excitado agora. Fazia cerca de quatro meses desde que fez sexo. Quatro
meses era muito tempo.
Landen se enxaguou e saiu do chuveiro. Quando abriu a porta, ouviu
um movimento na cozinha. Jogou a toalha e a roupa suja no cesto, pegou sua
mochila e desceu escadas.
— Bom dia! — Cantou para Kyle.
— Bom dia. — Kyle sorriu para ele por cima do ombro, enquanto fazia
café. — Como foi sua corrida hoje de manhã?
Landen parou de puxar seu livro e seu laptop para olhar para Kyle.
— Interessante.
— Como assim? — Kyle se virou para se apoiar às costas contra o
balcão de mármore.
— Bem, conheci Avery, o irmão mais novo de Will, esta manhã. —
Landen riu. — E vamos apenas dizer que foi de uma forma muito interessante.
— Explicou sobre o carro no jardim da frente e como Will não parecia muito
satisfeito ao ver seu irmão mais novo.
— Ele dirigia bêbado aqui? — Serviu duas xícaras de café, em
seguida, levou-os até a mesa, deu uma para Landen e sentou-se na cadeira ao
lado dele. — E atropelou a bicicleta de Kelsey? — Sacudiu a cabeça. — Que
confusão para acordar numa manhã de sábado. — Kyle soprava o café
fumegante. — Então, como ele era?
Landen olhou para fora das janelas que se alinhavam ao lado da
cozinha. Chupou seu lábio inferior em sua boca enquanto pensava sobre Avery.
Seu pênis empurrou em suas calças e um sorriso pateta se espalhou no seu
rosto.
— Oh, meu Deus! — Kyle começou a rir. — Você gosta dele.
— Quem gosta de quem? — Oliver, o companheiro de Kyle, entrou na
cozinha.
Oliver e Landen tiveram um começo rochoso em sua amizade.
Principalmente porque Landen tinha uma grande paixão por Kyle, mas, para
ser justo, era porque sentiu que Kyle era como ele, um shifter lobo. Mas
depois de saber que Kyle gostava de Oliver, recuou. Só gostava de ser amigo
de Kyle e agora de Oliver, também.
— Nada. — Landen cutucou Kyle com o pé debaixo da mesa.
— Avery, irmão de Will, que por sinal estava tão bêbado quando
chegou na casa de Will, que estacionou o carro no meio do gramado da frente.
— Kyle chutou Landen de volta na canela.
— Não me diga! — Oliver soltou um assobio baixo, enquanto enchia
uma caneca com café.
— Acho que devemos ir lá e encontrá-lo. — Os olhos de Kyle se
iluminaram. — Só ouvi Will mencionar seu irmão uma vez antes, e foi para
responder a pergunta que sim, ele tinha um irmão.
— Não sei, gente. — Landen levantou a mão para empurrar seu
cabelo loiro desgrenhado de seus olhos. Precisava de um corte de cabelo
urgente. — Parecia haver muita tensão entre os dois. Acho que é melhor dar-
lhes um pouco de espaço, se entende o que quero dizer.
Kyle abriu a boca para debater o que Landen sugeriu, mas a
campainha salvou. Kyle pulou da cadeira e correu para a porta da frente.
Landen tinha um mau pressentimento sobre isso.
— Oi, Ian. — Landen podia ouvir a emoção na voz de Kyle enquanto
cumprimentava seu irmão.
— Cara, por que você parece que está preste a ficar doente? — Oliver
perguntou enquanto se sentava na cadeira da qual Kyle acabara de sair.
— Não há razão. — Landen balançou a cabeça de um lado para o
outro e rebocou um sorriso no rosto.
Oliver levantou uma sobrancelha para ele, dando-lhe um olhar
engraçado, mas não disse mais nada.
— Ei, pessoal. — Ian disse entrando na cozinha e, logo atrás dele,
estava Avery.
Landen olhou para o seu livro, mas manteve-se esgueirando olhares
para Avery. Porra, o cara era muito bonito para não encarar.
— Este é Avery, irmão de Will. — Ian apresentou o homem.
— Oi. — Oliver levantou-se e apertou a mão de Avery.
Kyle jogou de bom anfitrião, servindo a todos uma xícara de café
enquanto os outros se sentavam ao redor da mesa. Avery se sentou em frente
a Landen e, mais uma vez, ele podia sentir os olhos nele enquanto um dedo
deslizava sobre o peito.
— Vou direto ao assunto. — Ian virou-se para Avery. — Você não se
importa, não é?
— Não. Vá em frente. Não é como se não fossem descobrir em breve
de qualquer maneira. — Avery deu de ombros.
— Ok, aqui está o negócio. Avery e Will não se dão bem, e Will está
sendo um idiota sobre deixar Avery ficar com a gente. Assim, será que se
importariam de o deixar ficar aqui?
— O quê? — A cabeça de Landen disparou.
— Will e eu cobriremos a sua parte do aluguel. Só precisamos de
algum lugar para ele viver. — Ian olhou entre Kyle e Oliver.
Não importava o quanto tentasse, Landen não conseguia tirar os
olhos de onde Avery estava sentado. Sua língua serpenteou para umedecer os
lábios e os olhos de Landen se arregalaram quando a ponta afiada deslizou
sobre a carne cheia. Um gemido baixo ganhou vida no fundo de seu estômago.
— Sim, claro, Ian. — Respondeu Oliver. — Ainda temos dois quartos
vazios. Ele pode ter um desses.
— Obrigado. — Ian sorriu para Oliver. — Avery ainda vai decidir se
quer se matricular em Hemsworth no próximo semestre, então vai procurar
um emprego por enquanto.
— Oh! — Rosto de Kyle se iluminou. — O Café Early Bean está
contratando. Talvez possa conseguir um emprego lá.
— Isso é realmente uma ótima idéia. — Disse Ian.
Kyle e Ian continuaram a falar, mas Landen não estava escutando.
Estava fascinado pelo homem diante dele. Sabia que deveria desviar o olhar,
mas não podia se forçar a fazê-lo. O pequeno sorriso brincando estava de volta
no rosto de Avery, como se soubesse que tinha Landen em suas garras
sedutoras.
— Então, está resolvido. — Ian bateu palmas e se levantou. — Avery
nos trouxe até aqui e todas as suas coisas estão em seu carro.
— Quer que o leve de volta para a sua casa? — Perguntou Avery.
— Não, posso andar. Não é tão longe. — Ian sorriu. — Kyle, Oliver,
gostariam de andar comigo?
— Claro. — Oliver se levantou. — Landen, pode mostrar para Avery
um dos quartos vazios?
Landen apertou os lábios e balançou levemente a cabeça, indicando
que não podia. Oliver inclinou a cabeça para o lado como se quisesse
perguntar porque não, e Landen fez o seu melhor para se defender com os
olhos, mas não deu certo.
— Tudo bem. — Landen levantou-se e limpou as mãos úmidas na
calça jeans.
Todos se dirigiram para a porta da frente. Ian disse adeus a Avery e
fez com que tivesse seu número de telefone antes que ele, Kyle e Oliver
caminhassem pela calçada.
— Precisa de ajuda com as malas? — Perguntou Landen.
— Não tenho muito, mas com certeza. — Avery abriu a trava do
porta-malas e Landen foi ajudar pegar as suas coisas.
Tudo o que ele tinha era uma mochila e uma mala compacta com
uma bolsa combinando. Landen puxou a mala e a bolsa, deixando a mochila
para Avery. Liderou o caminho até os degraus da frente e a casa. Subiu as
escadas até o segundo andar.
A casa tinha cinco quartos. A suíte principal, que Kyle e Oliver
ocupavam, ficava no térreo, do lado oposto da sala. No andar de cima era
onde os outros quartos estavam localizados. O segundo andar foi projetado de
forma quadrada. Uma vez que chegaram ao topo, se dividia em dois. Um
corredor à direita e outro à esquerda. Dois quartos em cada lado com um
banheiro no final de cada corredor.
Levi tinha tomado um dos dois quartos à esquerda e Landen tinha um
dos dois à direita. Tinham espaço suficiente para que não precisassem lotar
um dos lados da casa.
Uma vez que chegaram ao topo, Landen perguntou:
— Qual é o quarto que gostaria? Há um lá e outro aqui. — Landen
apontou para as duas portas abertas.
— Onde fica o seu quarto? — Avery perguntou se virando para olhar
para Landen.
— Aqui. — A voz de Landen rachou enquanto apontava por cima do
ombro em seu quarto.
— Então vou pegar este. — Avery foi em direção ao quarto em frente
ao seu.
Porra!
Landen forçou um sorriso e levou a bolsa de Avery para o quarto. Já
era ruim o suficiente que não conseguisse manter seu pênis quieto perto desse
cara. Agora, seria forçado a dormir no corredor dele, também. E, pelo sorriso
maligno no rosto bonito de Avery, ele sabia exatamente o efeito que tinha
sobre Landen.
— Aqui está. — Landen largou as malas em cima da cama, em
seguida, voltou para a porta.
— Qual é a pressa? — Os dedos frios e suaves de Avery caíram em
volta do seu pulso e Landen congelou por um breve momento, virando-se
lentamente para o enfrentar. — Não gostaria de conhecer seu novo vizinho? —
Avery deixou cair o queixo no peito, olhando para cima através de seus longos
cílios de ouro. Tinha a aparência da inocência, mas também era muito sedutor.
— Acho que conheço o suficiente. — Landen tossiu para limpar a
garganta.
— Você não está curioso como os outros? Quero dizer, inferno. Kyle e
Oliver pareciam estar numa pressa terrível para andar com Ian para casa. —
Avery inclinou a cabeça para o lado. — Tenho certeza que se Will tem alguma
coisa a dizer e seus ouvidos estarão queimando em breve.
— Vocês dois não se dão bem? —Perguntou Landen. A mão em seu
pulso não o soltou, mas o domínio de Avery afrouxou um pouco.
— Não, mas não posso dizer que é por causa de Will. — Avery riu e
caminhou em direção à cama, puxando Landen atrás dele. Sentou e Landen foi
sentar-se ao seu lado. — Sou uma criança mimada egoísta e a tensão entre eu
e meu irmão é minha culpa. — Avery soltou um suspiro profundo. — Droga, foi
bom admitir, mas também me faz sentir como uma merda.
— É bom admitir seus defeitos e aceitar a sua responsabilidade
quando algo dá errado. — Disse, não tendo certeza se Avery realmente queria
uma resposta. — Você é apenas humano e vai cometer erros, mas aceitar
erros faz de você uma pessoa melhor.
— Ah, é? — Avery deslocou-se na cama e puxou a mão de Landen em
seu colo, traçando o dedo sobre a palma da sua mão. — Se disser a Will que
levo a culpa por toda a merda que fiz para ele ao longo dos anos, acha que ele
vai me perdoar?
Landen perdeu a capacidade de respirar e falar quando Avery o olhou
com seus suaves olhos azuis, que se encheram de lágrimas. Queria o
confortar, mas também sabia que isso poderia levar a outras coisas e não
tinha certeza se Ian, Will e Kyle queriam que Avery estivesse fora dos limites,
ou se Avery nem sabia o que eram. Shifters lobo não eram de conhecimento
comum entre o mundo humano.
— Não tenho certeza. — Os olhos de Landen caíram para os lábios
úmidos de Avery. — Mas tudo o que pode fazer é tentar.
— Você faz parecer tão simples. — Avery sussurrou, seu dedo ainda
correndo sobre a palma da mão.
— Às vezes é. — Landen baixou a cabeça para encontrar os olhos
tristes de Avery. — Will é um cara bom. Não posso imaginar que quer ficar
com toda essa raiva e ressentimento, que você acha que ele tem em sua
direção. — Landen encolheu os ombros. — Você é seu irmão e ele te ama. Só
precisa lhe mostrar que mudou. — No fundo de sua mente, Landen estava
morrendo de vontade de saber o que exatamente Avery fez para perturbar
tanto Will, mas talvez fosse melhor não saber.
— Você é um cara doce. — Avery inclinou a cabeça e sorriu para
Landen. — E é fácil de falar. Gosto disso em você. Sinto que poderia lhe dizer
qualquer coisa.
— Hum, obrigado. — Landen não sabia mais o que dizer. Gostava que
Avery gostasse de falar com ele, mas quanto mais ele falava, mais Landen não
conseguia tirar seus os dos lábios cheios e tudo abaixo da cintura ficou muito
duro.
Avery levantou a mão para tocar o rosto de Landen. O toque suave
causou um arrepio nas costas de Landen. Os dedos finos deslizaram através de
seu cabelo, empurrando os fios grossos de seu rosto. Muito lentamente, como
se estivesse num impasse, Avery se inclinou para frente. Landen engasgou
quando os lábios macios tocaram os seus. A outra mão de Avery veio até sua
bochecha e Landen se inclinou para o beijo.
O beijo foi um encontro suave de duas pessoas. Não áspero ou
faminto, mas doce, apenas um roçar macio de lábios contra os lábios.
Estendeu as mãos para envolver seus braços em torno de Avery quando a
súbita vontade de reivindicar Avery uivou em sua cabeça. Seu lobo queria sair
e queria Avery. Landen recuou e tropeçou quando se levantou da cama.
— Qual é o problema? — Avery perguntou quando ele ficou em pé.
— Nada. — Landen passou a mão pelo cabelo. — Eu... Tenho que ir.
— Landen andou tão rápido quanto suas duas pernas permitiam, desceu as
escadas e saiu pela porta da frente. Graças a Deus, tinha as chaves do carro
no bolso e entrou em seu jipe. Não tinha certeza de onde estava indo. Tudo o
que sabia era que tinha que ir embora, antes que algo acontecesse que não
poderia tomar de volta.
Capítulo quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Onze
*****
Fazia mais de uma semana desde que Avery se mudou para Silver
Creek e sua vida entrou numa rotina. Nunca pensou que seria assim, mas
adorava ter uma programação e ter por perto as pessoas que se preocupavam
com ele. A vida estava indo tão bem, que tinha ainda verificado Hemsworth e
preencheu os pedidos para iniciar o próximo semestre.
Landen tinha falado tanto sobre se tornar um professor que Avery
pensou que também queria fazer algo assim. Havia tantas crianças no mundo
que tinham pais ausentes como ele e se pudesse fazer a diferença na vida de
uma criança, se sentiria como se tivesse feito algo.
Também tinha começado a sair com seu irmão. Will passava tempo
com ele e que o gastavam apenas começando a conhecer um ao outro
novamente. Às vezes parecia que eram praticamente estranhos.
Mas a melhor parte era que não tinha recebido uma carta de seu
misterioso perseguidor. A vida era absolutamente perfeita.
— Avery, obrigado novamente por trabalhar até mais tarde. — Disse
Dominic enquanto o ajudava a limpar os balcões.
— Sério, Dominic, não é um problema. — Ele deu de ombros. —
Preciso do dinheiro extra de qualquer maneira. Devo a uma menina uma
bicicleta nova e, vamos apenas dizer, ela tem um gosto caro. — Avery
estremeceu quando se lembrou da longa discussão que ele e Kelsey tinham
tido sobre sua bicicleta mutilada. Num ponto, Avery pensou a pequena iria
bater nele.
— Ainda aprecio isso, cara.
Uma vez que o café estava limpo e tudo foi guardado, Dominic
segurou a porta da frente para Avery e disseram boa noite na calçada. O carro
de Dominic estava estacionado bem na frente e Avery acenou quando foi
embora.
Avery foi para seu carro pela rua. Era uma noite clara e as estrelas
iluminavam o céu enegrecido. Os dias estavam ficando mais frio e as noites
ainda mais. Puxou a gola do paletó apertado em torno de suas orelhas e
abaixou a cabeça, protegendo contra o vento gelado.
Quando chegou ao seu carro, bateu as fechaduras e pulou para
dentro. Ligou o carro e esperou que o aquecedor soprasse um pouco de ar
quente. Relaxou no assento e deixou cair a cabeça para trás. Fechou os olhos
por um momento, apenas curtindo o zumbido de calor soprando a seus pés.
Um carro que passava fez Avery abrir os olhos. Ele se sentou e
começou a puxar o cinto de segurança quando algo branco contra seu pára-
brisa chamou sua atenção. Um calafrio percorreu suas costas, mas não foi por
conta do tempo lá fora. Engoliu o nó na garganta, abriu a porta do carro e
saiu. Olhou para os lados, mas não vi nada fora do comum. Pegando a nota
sob o limpador de pára-brisa, Avery abriu e a leu.
Em breve, meu amor. Nós vamos estar juntos. Logo!
— De novo não. — Avery deixou cair carta de seus dedos trêmulos e o
vento a levou embora. Caiu contra seu carro lutando contra o pânico.
— Cara, você está bem?
Avery soltou um grito de surpresa ao ouvir a voz vindo da parte de
trás do seu carro. Olhou para ver PJ olhando para ele, cansado.
— PJ, você me assustou. — Acalmou-se ao ver um rosto familiar.
— Percebi. — Os olhos de PJ foram para cima e para baixo da rua
como se estivesse procurando algo. — Você está bem agora?
— Sim. — Avery abriu a porta do carro. — Obrigado por verificar.
Acho que a rua tranqüila e escura me assustou.
— Se tem certeza que está tudo bem, vou sair. — PJ acenou por cima
do ombro.
— Estou, obrigado. — Avery voltou para o carro e colocou o cinto de
segurança. Acenou para PJ quando passou por ele.
Quando chegou em casa, correu para a porta. Antes de entrar, olhou
para o bairro tranquilo. Nada parecia fora do lugar. Tomou uma respiração
profunda do ar frio. Talvez fosse apenas uma coincidência. Nada para se
preocupar. Ou, pelo menos, foi o que disse a si mesmo.
Avery entrou e subiu as escadas. Tomou um banho rápido depois se
arrastou ao lado de Landen dormindo. Passou os braços ao redor da cintura de
seu companheiro e apertou forte, como se estivesse tentando se tornar um
com Landen.
O sono não chegou rápido naquela noite. A letra cursiva e inclinada
da carta brilhava em tinta preta por trás de suas pálpebras. Fez uma promessa
que se recebesse mais, diria a Landen. Não queria que o que quer que fosse se
intrometesse em sua vida atual.
Capítulo Doze
2
Call of Duty: Black Ops é um jogo eletrônico de tiro em primeira pessoa.
chegar em casa.
Avery sentiu como se todos estivessem olhando para ele. Tantos
olhos, nenhum familiar. Não gostou nem um pouco. Qualquer uma dessas
pessoas poderia ter escrito aquela carta.
Kelsey deve ter percebido a tensão rolando de Avery em ondas,
porque não disse uma única palavra no carro até em casa. Ele puxou para a
casa de Will e estacionou o carro. Saiu, abriu a porta de Kelsey, pegou sua
mão e praticamente a arrastou para a porta da frente. Uma vez na porta de
madeira grossa, começou a bater com o punho até o ponto de doer. O medo
de estar sendo observado o aterrorizava e achou que ia colocar Kelsey em
perigo sem que soubesse.
— Onde é o fogo? — Will perguntou quando a porta abriu.
— Vamos lá, Kelsey. — Avery empurrou-a para frente e deu mais um
olhar para trás, em direção a rua aberta. Avery fechou a porta e virou a
fechadura. Puxou a cortina que cobria a janela estreita ao lado da porta.
— Avery, o que está acontecendo com você? — Will perguntou,
dando-lhe um olhar engraçado.
— Ele está agindo de forma estranha durante todo o caminho para
casa. — Kelsey por cima do ombro enquanto se dirigia para a cozinha. —
Tenho que admitir. — Kelsey virou e ergueu as mãos. — É um pouco
assustador. — Ela virou-lhe as costas e entrou na cozinha.
— Avery, você está bem? — Will estendeu a mão para descansar no
seu ombro. No contato, Avery pulou e gritou como se tivesse sido atingido. —
Que diabos, Avery! — Will estalou. — O que está acontecendo com você?
— Está começando de novo. — Avery passou os braços ao redor da
cintura e as lágrimas inundaram seus olhos. — Eu... Eu pensei que iria parar
quando me mudei, mas ele me encontrou.
— Quem te encontrou? — Will balançou a cabeça de um modo que
dizia que não entendia.
— Eu não sei! — Avery gemia e seus olhos se arregalaram.
— Tudo bem, acalme-se. — Will estendeu hesitante a mão e puxou
Avery em direção ao seu peito.
Avery se lançou para frente e agarrou seu irmão com tanta força em
torno da cintura, que pensou que poderia quebrá-lo em dois. Avery permitiu
que Will o levasse para o sofá e sentasse com ele. Will o balançou para frente
e para trás, enquanto as lágrimas de Avery umedeciam sua camisa. Avery se
sentia impotente e fraco.
Era um homem adulto que devia ser capaz de lidar com seus próprios
problemas, mas, neste caso, não sabia exatamente com o que estava lidando.
Uma ameaça sem nome e sem rosto que não tinha ideia de como lutar.
— Diga-me o que aconteceu. — Disse Will em voz calma, sua mão
esfregando para cima e para baixo nas costas de Avery.
Avery endireitou-se e apertou as mãos.
— Tudo começou há um ano.
— O que começou?
— Comecei a receber cartas. — Ele deu de ombros. — Como de um
admirador secreto. Dizendo o quão bonito achava que eu era e como qualquer
cara teria a sorte de me ter. Coisas assim, nada assustador. — Avery levou
seu dedo até a boca e começou a mastigar a unha já mordida. — Então
comecei a recebê-las com mais freqüência, como todos os dias. — A voz de
Avery começou a engasgar. — Apareciam sob a porta do meu apartamento, na
minha janela do carro e em meus livros da escola.
— O quê? — Will gritou, mas Avery continuou com sua história.
— Estava sob um monte de estresse com a escola e estava festejando
demais, e então aconteceu a merda com mamãe e papai. Só não sabia o que
fazer. — Avery enxugou os olhos. — Cheguei em casa, depois de estar fora
durante toda a noite, para ver que a nota tinha sido deixada na minha cama. A
cama tinha sido feita, o que nunca faço, nunca! — A voz de Avery caiu tão
baixo que não sabia se Will seria capaz de ouvi-lo. — Na cama havia a marca
de um corpo, como se alguém tivesse sido deitado ali por um bom tempo. A
carta dizia o quão desapontado estava comigo. Que não deveria dar o meu
corpo a qualquer um. — Outro episódio de choro tomou conta de seu corpo e
Will o abraçou enquanto chorava.
Depois de alguns minutos, Will perguntou:
— Quem você acha que está fazendo isso?
— Se soubesse, não estaria tão assustado. — As mãos de Avery
começaram a tremer. — Só recebi cartas, nada mais.
— Por que você não foi a polícia ou disse a mamãe ou papai?
— Oh, sim, certo! — Avery revirou os olhos. — Como se nossos pais
teriam dado a meus problemas um segundo pensamento. Eles só se
preocupam com eles mesmos e só se preocupam se os estou envergonhando.
E a polícia? Não fui, porque... — Avery se lembrava de receber a primeira carta
e como ela animou todo o seu dia. Na verdade, esperou por outra e outra, mas
depois se tornou muito. — Will, gostava de receberas cartas no início. Saber
alguém lá fora, se preocupava comigo.
— Oh, Ave. — Os braços de Will apertaram em seu ombro e Avery
deixou-se ir. Chorou pelo terror que sentia e por sua própria maneira confusa
de pensar que a ter essas cartas era de alguma forma uma coisa boa. Estava
tão carente de amor e atenção que tomaria de qualquer um. O único destaque
de seus dias sombrios era receber essas pequenas notas doces. Que idiota
tinha sido.
— Será Landen saber sobre isto? — Will perguntou, enfiando a mão
no bolso.
— Não. — Avery balançou a cabeça. — Pensei que tinha parado uma
vez me mudei, mas depois comecei a ter as cartas novamente. Uma no meu
carro no outro dia e esta que foi dada a Kelsey. — A voz de Avery quebrou. —
Sinto muito, Will. Nunca iria colocá-la em perigo. Eu juro.
— Eu sei, Avery. Eu sei. — Will beijou o topo de sua cabeça. — Agora
vou chamar Landen e pedir que Levi e Oliver venham com ele. Precisamos que
saibam. Oliver e Levi podem não ser a polícia, mas podem ajudar a protegê-lo.
Avery acenou com a cabeça. Não queria envolver mais ninguém
nessa confusão, mas que outra opção tinha? Seu namorado era um shifter
lobo, o que na mente de Avery fazia dele um pouco mais perigoso do que o ser
humano médio. Em seguida, tinha Levi e Oliver, caçadores que policiavam o
mundo shifter. Não eram da polícia, mas, maldição, estava perto o suficiente
disso.
Capítulo Treze
*****
Meia hora depois, Caleb apareceu. Ele tinha dois meninos com ele.
— Olá, Will. — O homem olhou por cima do ombro para os meninos
de pé atrás dele. — Ia levá-los para jantar. Espero que não se importe que os
trouxe junto. Seth está fora da cidade, conversando com seu editor, por isso
estou de plantão com os garotos nos próximos dias.
— Não tem importância, Caleb. Na verdade, Skyler vai deixar Carson
aqui em poucos minutos também. Ele e Kelsey estão trabalhando em algum
projeto para a escola juntos.
Caleb olhou ao redor da sala lotada.
— Parece que está com a casa cheia.
— O que posso dizer? Gosto do barulho. — Will conduzido Caleb para
o sofá.
— Pai, posso ir brincar com Kelsey? — O menino mais novo
perguntou.
— Claro, Kamden. — Um sorriso iluminou o rosto de Caleb, enquanto
observava o rapaz fugir para o quarto de Kelsey.
— Ele o está chamando de pai agora? — Perguntou Will.
— Sim. Começou a fazer isso há um mês atrás. Me fez chorar na
primeira vez que nos chamou assim.
O menino atrás de Caleb revirou os olhos e sentou na poltrona no
canto mais distante. Avery podia ver a raiva e a dor nos olhos do garoto.
Sentia-se como uma alma gêmea com o menino. Avery sabia o que era ser
infeliz o tempo todo, mas sabia por que era tão infeliz. Não tinha nenhuma
pista de por que o adolescente mal-humorado estava tão chateado. Mas quem
era Avery para julgar. O que não parecia ser nada para algumas pessoas, era
uma coisa enorme para as outras.
— Caleb, este é meu irmão Avery.
Avery se levantou e apertou a mão de Caleb.
— Prazer em conhecê-lo. — Em outra vida, que parecia ser a muito
tempo, Avery teria dado em cima de Caleb. O homem era cheio de músculos,
tinha cabelo escuro e curto, e era um policial. Avery tinha uma tendência a ir
atrás de um homem de uniforme.
— Da mesma forma. — Caleb sentou no sofá oposto em frente à sua.
— Então, o que está acontecendo?
Avery explicou o que estava acontecendo durante a maior parte do
ano passado. Landen nunca deixou seu lado e estendeu a mão para dar apoio
moral enquanto falava sobre toda sua a roupa suja.
— Ainda tem as cartas? — Perguntou Caleb.
— Aqui esta a de hoje. — Avery puxou o pedaço de papel amassado
do bolso de trás e entregou a Caleb. — Tenho um pouco mais em casa no meu
quarto.
Caleb sentou-se e leu a nota. Sua testa franziu enquanto olhava,
então voltou sua atenção para Avery.
— Não tem idéia de quem pode estar enviando essas cartas? Temos
que perguntar isso a todas as nossas vítimas de assedio, se podem pensar em
alguém que poderia agir como alguém suspeito. Um amigo que sempre se
pareceu um pouco mais pegajoso do que o resto ou alguém que pode ter
mesmo namorado. Esse cara pode ser qualquer um, nenhum nome aparece
em sua mente?
— Não. — Avery balançou a cabeça. — Como disse, festejei muito,
Caleb. Quero dizer muito. Todos os meus amigos eram como eu. Não se
preocupavam com outras pessoas e não se preocupavam comigo. Era tudo
sobre ficar alto e esquecer nosso cotidiano.
Caleb acenou com a cabeça, em seguida, olhou de volta para a carta.
— Então, o que vamos fazer? — Perguntou Landen.
— Odeio dizer isso, mas temos que esperar. — Caleb entregou a carta
de volta para Avery.
— Esperar? — Landen gritou e Avery agarrou sua mão para ajudar a
acalmá-lo.
— Sinto muito, mas sim. Poderia levar a carta para verificar as
impressões, mas muitas pessoas a tocaram por isso provavelmente não vai
nos dar alguma pista, mas as outras cartas podem. Já que é um shifter,
Landen, vou envolver Roderick nisto. É melhor ter o conselho do caçador
envolvido e a polícia. — Caleb olhou de volta para Avery. — Vou precisar das
cartas que tem em casa. Espero que possamos começar de um ponto de
partida, mas, até lá, vamos ter que sentar e esperar. Pessoas assim
geralmente cometem um erro e estaremos lá para pegá-lo.
— Ok. — Avery sussurrou. Sentiu muita vergonha por todos saberem
o que estava acontecendo. Queria ser forte e resistente, mas, afinal, não era
bom em cuidar de si mesmo.
— Acho que deve ligar para Shane e Dominic e dizer-lhes o que está
acontecendo. Pedir uma licença de trabalho. — Sugeriu Landen. Havia tom em
sua voz, como se o que dissesse fosse lei e Avery iria cumpri-la.
— Uh, não. — Avery virou para olhar para seu companheiro. — Não
vou deixar essa aberração controlar minha vida. Tenho vivido para agradar
outras pessoas por muito tempo e não vou deixar este idiota controlar a minha
vida. Sim, estou com medo, mas ficar sentado no meu quarto tranquilo
durante todo o dia vai me deixar louco e não vou deixar que tenha esse poder
sobre mim.
— Avery...
— Landen, vamos conversar na cozinha. — Will interrompeu Landen e
ele e Caleb caminharam com Landen, Levi, Oliver e Kyle para a cozinha.
Avery odiava saber que estavam lá falando sobre ele. Uma batida na porta da
frente fez o garoto na cadeira levantar-se para atendê-lo.
— Ryan, não sabia que estaria aqui. — Disse Carson quando entrou
na casa, seguido por um de seus pais, Skyler.
— Confie em mim, não estou aqui porque quero. — Ryan girou sobre
seus pés e se afastou antes de Carson poder dizer outra palavra.
Avery tinha encontrado Carson e seus pais no café um dia. Eram
umas famílias realmente doces. Fez Avery começar a pensar que queria isso.
Uma família.
— O que está rolando, Avery? — Skyler deu um pequeno salto em sua
caminhada.
— Questões de perseguidor. — Relaxou no sofá.
— Sério?
— Todo mundo está na cozinha. — Avery acenou com a mão nessa
direção. — Eles vão informá-lo.
— Ele está apenas louco, porque se preocupa com você. — Disse
Ryan quando se sentou ao lado de Avery. — Se estivesse no lugar dele me
sentiria da mesma maneira. — Ryan olhou para a sala de jantar onde Kamden,
Kelsey e, agora, Carson estavam sentados. — Se isso estivesse acontecendo
com a pessoa que amasse nada me pararia de protegê-lo. — Os olhos do
garoto seguiram Carson enquanto ele se movia pela sala. — Matar primeiro,
perguntar depois. — Ryan balançou a cabeça e virou-se para Avery. — Bem,
isso é o que eu faria, pelo menos.
Avery olhou de Ryan e Carson e vice-versa. Isso era totalmente
estranho. Pelo que Kelsey lhe dissera, Ryan não gostava de Carson e não tinha
sido amigável com ele desde que se mudou para cá, para viver com Caleb e
Seth. Não importava. Avery tinha outras coisas para tratar e tentar descobrir
por que Ryan estava seguindo Carson com os olhos não fazia parte dos seus
negócios.
Quando voltaram da cozinha, Landen parecia um pouco mais
relaxado. Pegou a mão de Avery e puxou-o de pé. Abraçou-o firmemente em
torno da cintura e pediu desculpas por gritar e disse que ele estava certo.
Avery tinha que continuar a viver a sua vida e não permitir que este homem
tivesse qualquer controle sobre ele.
— Podemos ir para casa? — Perguntou Avery.
— Sim. Caleb virá com a gente para coletar as cartas que tem em seu
quarto. — Landen beijou o topo de sua cabeça. — Vai ficar tudo bem, querido.
Não vou deixar nada lhe acontecer.
— Eu sei que não vai. — Avery enterrou o rosto no peito de Landen e
respirou seu perfume claro, fresco. Isso o fez se sentir seguro e confortado.
Não estava sozinho nisto e acreditava que Landen faria tudo em seu poder
para protegê-lo, mas seria o suficiente?
Capítulo Quatorze
*****
Avery abriu os olhos para ver o quarto ainda envolto em trevas.
Olhou para o relógio e viu que era só um pouco depois das cinco da manhã. O
corpo robusto deitado ao seu lado se mexeu e apertou mais o corpo dele.
Sorriu quando curvou seu corpo menor em torno de Landen. Não importa o
que aconteceu ontem ou no dia anterior, percebeu que não estava sozinho
neste barco. Tinha seu irmão, amigos, o amor de sua vida, ao seu lado.
Passaria por isso.
O cheiro doce rolando de Landen enrijeceu seu pênis. Pressionou
beijos leves na parte de trás do pescoço de Landen e balançou os quadris para
trás e para frente deixando seu comprimento endurecido entre o vinco de
Landen. Landen gemeu e empurrou ainda mais para ele.
Avery moveu as mãos para beliscar e rolar no mamilo esquerdo de
Landen. Então fez o seu caminho lentamente pelas costas lambendo um rastro
molhado ao longo de sua coluna vertebral. Quando alcançou os globos
redondos de sua bunda, mordiscou cada bochecha, o que fez Landen a sacudir
seus quadris contra a cama. Empurrou Landen suavemente, não tendo certeza
se o seu namorado estava acordado. Puxou o cobertor para trás, agarrou cada
lado das bochechas rechonchudas e as afastou. Soprou uma respiração quente
sobre a sua entrada e sacudiu a língua.
Se Landen não estivesse totalmente acordado, gemeu e empurrou
sua bunda para cima em direção ao rosto de Avery, que lambeu a pequena
abertura, gradualmente empurrando sua saliva para dentro. O sabor salgado e
almiscarado de Landen fez seu pau engrossar ainda mais. Pérolas de pré-
sêmem escorriam da ponta.
Avery empurrou um dedo no canal de Landen enquanto sua língua
transava com ele. Com a umidade somando, foi capaz de inserir outro dedo.
Landen curvou seus quadris no colchão enquanto implorava a Avery para
transar com ele.
Sentando-se, estendeu a mão para a mesa lateral para pegar
lubrificante e rapidamente cobriu seu pênis, dolorosamente ereto, com o
líquido. Com Landen ainda deitado de bruços, posicionou a ponta do seu pênis
inchado em sua entrada e seguiu em frente. Quando a ponta aliviou dentro, o
músculo relaxou, os dois homens soltaram gemidos profundos de prazer.
Afundou todo o seu comprimento na profundidade do apertado canal
até que descansou totalmente em cima de seu amante. O ajuste sufocante
quase o enviou sobre a borda, mas tomou uma respiração após outra para
recuperar o controle de seu próprio corpo.
Nenhuma palavra foi falada enquanto puxava apenas empurrar para
frente, enchendo o canal apertado de Landen. Eles se moveram juntos pelo
que pareceram horas, seus corpos em perfeita harmonia quando se moviam
numa dança erótica de dar e receber, trabalhando em direção a um objetivo
comum.
Sentiu suas bolas subirem para perto de seu corpo e acelerou seus
quadris dando a Landen tudo o que tinha.
— Avery. — Landen gemeu no travesseiro, enquanto seu corpo tremia
embaixo dele.
As paredes apertadas e lisas de Landen apertaram em torno de seu
pau e Avery perdeu a batalha por seu controle. Explodiu num jorro grosso de
esperma.
Quando sua respiração voltou sob controle, puxou muito suavemente
para fora da entrada agredida de Landen e beijou-o no ombro.
— Bom dia, meu amor.
— Bom dia. — Landen esticou os braços sobre a cabeça e virou a
cabeça para olhar para Avery. — Que maneira de acordar.
— Só o melhor para o meu bebê. — Avery piscou para Landen.
— Oh, e tenho certeza que o seu pau não tem nada haver com isso. — Brincou
Landen.
— Com certeza o meu pau tem alguma coisa com isso. — Avery deu-
lhe um beijo casto e subiu sobre o corpo de Landen. — Mas vamos lá? Você
totalmente provocou isso. E sou completamente irresistível.
— E vaidoso. — Landen jogou o travesseiro em que estava deitado
em Avery.
— Entre muitas outras coisas. — Avery pegou o travesseiro e jogou-o
de volta para a cama. — Agora vamos pular para o chuveiro. Tenho que estar
no trabalho em uma hora. Então, vamos levantar, dorminhoco. — Avery bateu
palmas.
O sorriso de Landen caiu de seu rosto quando se moveu para sentar.
Estremeceu um pouco quando se sentou em sua bunda.
— Ainda quer ir para o trabalho, depois de tudo o que aconteceu?
— Landen. — Avery mudou-se para sentar-se ao lado de seu amante.
Pegou a mão de Landen na sua. — Preciso. Não posso deixar este monstro
ditar a minha vida. Vou continuar assim. Se esse cara realmente me quer, não
importa se estou preso aqui em casa ou no trabalho. Se há uma vontade, há
um caminho, e minha vontade diz pra levantar e viver a minha vida. — Ele
trouxe a mão de Landen até seus lábios e beijou-a. — Por favor, entenda que
preciso para fazer isso.
— Ave, eu entendo, mas isso não significa que tenho que gostar. —
Landen passou os braços pesados em torno da fina moldura de Avery. — Posso
pelo menos levá-lo para o trabalho e buscá-lo? Isso vai ajudar a me fazer
sentir melhor sobre tudo isso.
— Então, por todos os meios, pode ser meu chofer. — Avery se
levantou. — Agora vamos passar isso. Preciso de um banho urgente. — Ele
balançou as sobrancelhas. — Se houver tempo suficiente, talvez possamos
fazer algumas outras coisas.
Avery correu para fora do quarto com Landen no seu encalço.
Capítulo 15
3
Produto de pão tradicionalmente feito de massa de farinha de trigo fermentada, na forma de um anel, feito à mão e
que primeiro é fervido em água e depois assado.
— Avery! — Landen estendeu a mão para seu braço, mas ele se
afastou.
— Não! — Retrucou — Estou cansado — Avery acabou em direção à
rua tranquila. — Você está me ouvindo? Estou cansado disso. Foda-se! Pode
tentar tudo para me assustar, mas isso não vai funcionar. Se vier atrás de
mim, estarei pronto para uma luta. Porque não irei de bom grado, seu pedaço
de merda doente! — Levou o braço para trás e jogou o papel enrolado para a
rua.
— Bebê... — Landen veio por trás dele e esfregou as mãos para cima
e para baixo nos braços de Avery. — Acalme-se. Ele não vai ganhar. Como
disse, vamos continuar vivendo nossas vidas. — Ele beijou a nuca de Avery. —
Vamos passar por isso juntos.
Acenou com a cabeça e deixou Landen levá-lo ao seu Jeep. Decidiu
ali mesmo que não permitiria ser uma vítima. Esta era a sua vida e ia superar
isto. Que outra escolha tinha?
*****
Fazia uma semana e meia desde que Avery recebeu a última carta.
Estava começando a ter esperanças de que quem tinha lhe enviado as notas
tinha desistido. Claro que parecia muito improvável, mas tomaria o que
pudesse obter. Nenhuma nota significava um bom dia.
Estava lá em cima no banheiro se preparando. Era dia das bruxas e
prometeu ir com Ian e Kelsey. Será que iria gostar, nunca tinha comemorado
os dia das bruxas, então estava mais do que um pouco animado.
— O que você deveria ser? — Landen ergueu os olhos do livro que
estava lendo quando Avery entrou pela porta do quarto.
— Don Draper4. — Girou, virando para Landen novamente e viu a
expressão vazia no rosto. — De Mad Men.
4
Personagem da série televisa, Mad Men.
Avery pensou bastante em seu traje. Adorava o seriado e viu o terno
perfeito no brechó na cidade. Era um azul marinho com uma fina gravata
preta. Limpou os sapatos pretos, comprou uma camisa branca e usou gel para
alisar o cabelo para trás. Achou que ficou bem parecido.
— Pelo menos não está indo como Joan.— Landen riu.
— Não tenho certeza se o mundo está pronto para ver este corpo
num vestido. — Acenou com a mão na frente dele.
— Se usasse um vestido, não iria deixar o seu pequeno corpo quente
fora de casa. — Landen pulou para fora da cama e passou seus braços ao
redor de sua cintura, inclinou a cabeça beijando-o até precisar de ar em seus
pulmões. — Você está sexy nessa roupa. Podemos jogar quando chegar em
casa?
— Com certeza. — Avery mordiscou o lábio inferior de Landen.
— Tem certeza que não quer que vá com vocês? — Os olhos de
Landen estavam arregalados quando procurou o rosto de Avery.
— Pare de se preocupar, Lan. Ficarei bem. Ian vai me manter seguro.
Se acontecer alguma coisa, que não acho que vá, Ian pode ir todo lobo no
cara. Tudo vai ficar bem.
— Sim, mas ainda...
— Mas nada. — Avery o beijou rapidamente nos lábios e saiu de seus
braços. — É Dia das Bruxas e as ruas vão estar repletas de pessoas. Já
conversamos sobre isso. Esse cara teria que ser um idiota para tentar alguma
coisa hoje à noite com tantas testemunhas ao redor.
— Sei que odeio o fato que não o peguei ainda. — A cabeça de
Landen caiu para frente para apoiar o queixo no peito.
— Bebê, olhe para mim. — Avery estendeu um dedo para levantar o
queixo de Landen. — Ele não deixou mais uma única nota em mais de uma
semana. Todos os testes de Roderick nessas cartas não deram em nada. Tudo
o que podemos fazer é sentar e esperar. Sim, é um saco, mas é desse jeito.
— Não significa que tenho que gostar disso. — Landen fez beicinho.
— Não, não significa, mas tem um trabalho para terminar, então é
melhor começar com isso. — Avery acariciou seu traseiro. — Porque quer
minha bunda quando eu chegar em casa.
A campainha tocou e ambos desceram as escadas.
— Quem é? — Avery ouviu Levi perguntar para a pessoa na porta.
Enquanto descia as escadas viu que eram Ian e Kelsey.
— Sou Peggy. — Kelsey disse quando jogou o cabelo sobre o ombro.
— Peggy? — Levi levantou uma sobrancelha para ela e Ian revirou os
olhos por trás de Kelsey.
—De Mad Men, seu idiota. — Kelsey empurrou Levi, correndo para
dar um abraço em Avery.
— Ei, menina. — Avery se inclinou para lhe dar um abraço e olhou
para seu vestido. Achou-o ao mesmo tempo em que encontrou seu terno e
pensou que seria divertido fazer um tema para as suas fantasias. Kelsey amou
a ideia. Mal sabia que Kelsey assistia a série. — Você está maravilhosa. —
Avery segurou a sua mão enquanto ela girava num círculo.
— Parece que ela pertence a década de setenta com esse pesadelo de
poliéster que está vestindo. — Levi sorriu.
— Você só está com ciúmes porque não tem do seu tamanho. —
Disse Kelsey sem perder o ritmo e os outros começaram a rir.
— Você é muito sarcástica para uma criança. — Levi apontou o dedo
para Ian e então para Avery. — Vocês dois devem ser uma má influência para
meus preciosos jovens.
— Nah! — Ian colocou a mão no ombro de Kelsey. — Ela nasceu
assim. Não tive nada a ver com isso.
— O que posso dizer? É o que me faz incrível. — Kelsey deu de
ombros e se dirigiu para a porta. — Vamos, rapazes. Vamos pegar alguns
doces.
— Você ouviu a senhora. — Avery cutucou Ian no braço.
Ambos seguiram Kelsey de perto, enquanto ela ia de porta em porta.
Depois de um tempo Avery perguntou:
— Então, o que você deveria ser? — Ele estava tentando descobrir o
traje de Ian, mas não estava chegando em lugar nenhum.
— Sou Scott, de Teen Wolf. A série da MTV. — Disse como se fosse
óbvio.
Avery começou a rir.
— Primeiro, é engraçado que assista a esse programa, segundo, você
é um shifter e vai fantasiado de um. — Avery balançou a cabeça. — Muito
engraçado.
— Ei. — Ian o empurrou seu braço, empurrando-o para fora da
calçada. — Já tive bastante merda de seu irmão e minha irmã sobre a minha
escolha.
— E na sua escolha em programas de TV? — Interrompeu Avery.
— Seu merdinha. — Ian passou o braço em volta do pescoço de Avery
e começou a correr os dedos pelo cabelo perfeitamente estiloso.
— Ei, agora, cuidado com o cabelo. — Avery pulou para trás e ajeitou
o cabelo de volta no lugar. — E, merdinha? Por favor. — Ele fez um som com
os lábios. — Sou mais velho que você.
— Mas sou mais alto. — Ian mostrou a língua.
— Agora, crianças, preciso separar vocês? — Avery se virou para ver
Seth, Ryan e Kamden, em pé, no meio da calçada.
— Oi, Seth. — Avery cumprimentou o outro homem. Seth e Caleb
viveram uma quadra deles. — Esta noite Caleb trabalha?
— Sim, está chateado por ir, mas o dever chama, né?
— Mesma coisa para Will. Ele queria tanto ver Kelsey e Avery saírem
hoje à noite. — Ian lançou um sorriso para Avery. — Ele e Avery nunca
participaram do dia das bruxas e queria ver seu irmão na cidade.
— Ah, como é doce! — Seth brincou.
— Você cala a boca, por favor. — Avery cruzou os braços sobre o
peito.
— Carson! Kamden! — Kelsey decolou assim que viu que seus
amigos . — Vocês trouxeram Carson?
— Sim. — Seth acenou com a cabeça. — Noah precisava ir a um baile
no colégio e queria que Skyler fosse com ele, então me ofereci para trazer
Carson com a gente.
Avery observou as três crianças correndo até a calçada para outra
casa e tocarem a campainha. Foi então que percebeu Ryan em pé atrás de
Seth.
— Oi, Ryan, não vai participar? — Perguntou Avery.
— Não. Isso é para as crianças. — Ryan enfiou os dedos nos bolsos.
— Só estou aqui porque o pai número dois não me deixou ficar em casa
sozinho.
— Pai número dois? — Avery arqueou uma sobrancelha para Seth.
— Esse é o novo jeito dele me chamar. Sou o número dois e Caleb é o
pai número um. Vai entender... — Seth virou-se para olhar para Ryan. — Filho,
não havia nenhuma maneira de eu deixá-lo ficar em casa sozinho, porque o
conheço. Mal estaria fora de casa, antes que se esgueirasse para encontrar
seus amigos. Então, desculpe, cara, está preso com a gente.
— Ei, Ryan! Vem com a gente. — Carson correu para Ryan.
— Pela centésima vez, não. — Ryan revirou os olhos e deu um passo
para longe de Carson.
— Filho, iria matá-lo ser bom? — Seth virou-se para acompanhar as
outras crianças.
Avery deixou Ian andar na sua frente e ficou para trás com Ryan.
Caminharam em silêncio por algumas casas.
— Não vou me desculpar se é isso que está pensando. — Ryan
murmurou.
— Não disse uma única palavra. — Avery ergueu as mãos. — Só
achava que você tem um caso grave de babaquice.
— O quê? — Ryan parou de andar e inclinou a cabeça para o lado.
— Bem, é isso ou gosta da criança, mas não quer admitir. — Avery
deu de ombros. — Faça a sua escolha. Ainda não decidi.
— Não gosto de Carson. — Ryan soltou uma risada nervosa. — Ele é
uma praga.
— Todo mundo é, mas com certeza gosta de manter seus olhos sobre
aquele garoto. — Avery ressaltou. Nas poucas vezes que esteve perto de Ryan,
era um pouco idiota e rude com Carson, mas nunca se afastava do garoto.
Quase como se estivesse olhando por Carson.
— Ele é o melhor amigo do meu irmão. Me preocupo com ele, como
faço com Kam. Nada mais do que isso. — Ryan começou a andar novamente.
— Entendo totalmente. — Avery assentiu com a cabeça. — Oh, olhe!
— Avery pegou seu celular para tirar uma foto. — Carson e Kelsey estão de
mãos dadas. — Não estavam, mas queria ver a reação de Ryan.
— O quê? — Ryan gritou e sua mandíbula apertou com tanta força
que podia ouvir os dentes do garoto rangerem.
— Apenas brincando. — Avery deu uma risadinha.
Ryan ficou em silêncio por um tempo.
Avery presumiu que a ira de Ryan vinha dele gostar de Carson, de
uma forma que não estava confortável. O que poderia entender. Ryan tinha
treze anos e Carson apenas onze. Talvez quando ficassem mais velhos, ele
descobriria tudo, mas por agora é mais fácil para Ryan afastar Carson.
Entendia isso.
Observou enquanto as crianças corriam, de casa em casa. Correram
tanto que ficou surpreso que ainda não tinham ficado cansados. Mas então se
lembrou que todas aquelas três crianças eram shifters e, provavelmente,
poderiam correr a noite toda.
Finalmente, por volta das nove, jogou a toalha. Disse boa noite para
o Seth, Ian e todas as crianças e voltou para sua casa.
— Tem certeza que não quer que vá com você? — Perguntou Ian.
— Agradeço a preocupação, mas acho que vou ficar bem. — Ele deu
um tapinha no ombro de Ian. — Te passo uma mensagem quando chegar em
casa.
Ian balançou a cabeça e observou Avery caminhar pela calçada de
volta para casa.
A rua tinha ficado um pouco mais silenciosa, quase não tinham
crianças como havia no início da noite. Notou alguns adolescentes olhando
muito desconfiados enquanto caminhavam pela rua. Avery se lembrou de ser
criança, e foi bom, para que não dissesse nada.
Um carro passou, muito lentamente. Avery olhou o carro, mas não
pensou muito sobre isso. Estava a uma quadra de sua casa. O mesmo carro
passou na outra direção, indo ainda mais lento. Estava escuro demais para ver
como o motorista se parecia.
— Isso é um pouco estranho... — Avery murmurou para si mesmo
enquanto observava o carro chegar até o final da rua, virar-se e voltar para
ele.
Sem pensar duas vezes, começou a correr. O carro passou por ele
novamente e piscou os faróis altos. Avery empurrou as pernas mais e mais
rápido e deu um suspiro de alívio quando a casa ficou à vista. Subiu os
degraus e abriu a porta. Descansou as costas na superfície dura e engoliu um
suspiro atrás do outro.
— Você está bem? — Oliver perguntou saindo de seu quarto.
Avery gritou e apertou a mão ao peito. Sorriu para cobrir seu medo.
— Sim, só me assustei, foi tudo.
— Tenho certeza. — Oliver deu-lhe um olhar para cima e para baixo.
— Bem, boa noite. — Disse quando passou por Oliver para chegar às
escadas.
— Boa noite, Sr. Draper.
Avery riu enquanto subia as escadas. Seu coração ainda estava
correndo a um milhão de quilômetros por hora, mas se recusou a dizer a
alguém o que tinha acontecido. Pelo que sabia, eram apenas mais
adolescentes assustando alguém. E com Avery no limite, era o alvo perfeito.
Desconsiderou isso e entrou no quarto que dividia com Landen. Dentro dos
braços de Landen era o lugar mais seguro do mundo, pelo menos para Avery.
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Foi se aproximando das 10:30h e Landen ainda não tinha ouvido falar
de Avery. Estava preste a chamá-lo quando Oliver gritou para ele da sala de
estar. Pegou sua carteira, as chaves e desceu as escadas. Ficou surpreso ao
ver Seth na porta da frente, e Oliver e Kyle se preparando para sair dela.
— O que está acontecendo, caras? — Enjoo, pesado e grosso, nadou
em seu estômago.
— Houve um acidente no café. — Seth desviou o olhar, incapaz de
atender o questionamento nos olhos de Landen. — O perseguidor atacou.
Avery está bem, mas Dominic levou um tiro.
Isso foi tudo o Landen ouviu. Saiu pela porta da frente, puxando as
chaves do bolso.
— Landen, espere. — Kyle agarrou pelo ombro e o virou. — Você
precisa se acalmar. Avery está tudo bem, mas precisa para relaxar antes de
chegar ao volante desse carro.
Landen acenou com a cabeça.
— Aqui, você dirige. — Entregou as chaves para Kyle.
Kyle dirigiu o jipe de Landen e Oliver subiu no banco de trás. O
caminho para o café parecia mais longo do que o habitual. Quando Kyle
finalmente parou o jipe em frente ao café, Landen saltou. A porta da frente
estava aberta quando passou por ela. Olhou em volta à procura de seu
companheiro. Numa mesa afastada, Ryan sentava, agarrando-se a Caleb e
Seth correu, passando Landen para chegar a seu filho e companheiro. Vozes
que vinham da parte de trás do café levaram Landen para o escritório
principal. Deitado no sofá estava um Dominic inconsciente. Roderick ajoelhava-
se ao lado dele, segurando um pano manchado de vermelho em sua cabeça.
Outro homem, que não conhecia, estava ao lado, braços cruzados sobre o
peito nu, olhando para Dominic.
Virou-se ao ouvir a voz de seu companheiro, com um tom doloroso.
— Avery! — Landen eliminou a distância entre eles e puxou Avery em
seus braços. Afastou-se para olhar melhor para seu companheiro. Para ver
com os seus próprios olhos que estava tudo bem. — Ele não o machucou,
machucou?
— Não. — O rosto de Avery estava amassado e lágrimas caíam dos
olhos. — Estava tão assustado. Ele atirou em Dominic e bateu em Ryan. Tinha
certeza de que nunca iria você de novo.
— Ah, bebê. — Landen puxou Avery volta em seus braços e balançou-
o para trás e para frente.
— Will está a caminho. — Avery enxugou o rosto no peito de Landen.
— Ele vai verificar em Dominic.
— Ele não deveria estar num hospital? — Perguntou Landen.
— Roderick e Peyton disseram que não há razão para isso. Ele já está
começando a se curar.
Will chegou em seguida. Deu a seu irmão um rápido olhar e o
abraçou com força, depois passou a trabalhar em Dominic.
— Aqui, vamos sair para dar-lhes algum espaço. — Landen sugeriu.
Uma vez que estavam fora do escritório, levou Avery até uma mesa
vazia. Caleb veio em seguida e fez um monte de perguntas, que Landen mal
ouviu. Sua própria mente estava correndo com o que aconteceu.
— Vamos levar o corpo e rebocar o carro. — Caleb esfregou a mão no
seu cabelo. — Isso é algo que não fazemos muito, mas temos que encenar um
acidente.
— Por quê? — Por tudo o que importava, ficaria feliz em ver a
podridão do corpo numa vala.
— O homem perseguindo o seu companheiro era um ex-policial.
Oficial Fredrick Morris, de uma delegacia em Nova York. O conselho dos
caçadores descobriu que o cara estava de licença médica há cerca de três
anos. Depois de ser baleado. Seu parceiro na força foi morto no acidente.
Aparentemente, teve um colapso mental.
— Mas por que estava atrás de Avery? — Perguntou Landen.
— Trabalhava de segurança num dos clubes que eu freqüentava
quando morava em Nova York. — Avery respondeu, não encontrando o olhar
de Landen. — Não o reconheci no início, porque seu cabelo está mais longo
agora e eu estava um lixo cada vez que o vi. — Avery saiu do abraço de
Landen e passou os braços em torno de si.
— Ave, qual é o problema? — Landen se aproximou de Avery, mas ele
se afastou.
— Dormi com ele, Landen. Deixei que o homem me fodesse e não
conseguia nem lembrar dele. Trouxe isso não só para mim, mas para todos
vocês. Minhas ações descuidadas feriram Dominic e Ryan.
— Você não pode culpar a si mesmo. — Landen pegou Avery e o
colocou no colo. Ele deixou seu companheiro chorar em seu ombro, enquanto
esfregava suas costas.
— Ele está certo, Avery. — Caleb bateu os dedos sobre a mesa. —
Morris era um canhão solto. Ninguém poderia ter previsto isso. E sobre o meu
filho, bem, isso é culpa minha e de Seth. Deveríamos ter mantido uma
vigilância maior nele.
— Pai, não diga isso. — Ryan soluçou. — Por favor, não se culpe. Sou
um idiota, que tomou uma decisão estúpida. — Ryan levantou-se e bateu com
o punho contra o peito dele.
— Ei, amigo, acalme-se. — Seth circulou seus braços ao redor da
parte de trás Ryan e Caleb se levantou para abraçá-lo de frente. — Vai ficar
tudo bem, mas, juro por Deus, se puxar algo assim de novo, vou te bater.
— Feito. — Ryan murmurou contra o peito de Caleb.
— Bebê, não pode assumir a responsabilidade por isso. — Landen
usou o dedo para erguer o queixo de Avery. — Dominic só fez o que qualquer
um de nós teria feito. Mesmo Ryan. E sei que você teria feito o mesmo por
qualquer um deles.
— Ele fez. — Ryan disse quando se afastou de seus pais. — Ele
ofereceu a si mesmo, para ir sem uma luta se o cara soltasse a mim e a
Dominic. — Ryan passou a mão em seu olho.
Uma explosão de orgulho encheu o peito de Landen. Seu
companheiro teria se sacrificado por seus amigos e, apesar de estar orgulhoso,
também se irritou. Nunca quis pensar que Avery se colocasse no caminho do
perigo.
— E isso aí é o que faz de você uma boa pessoa, Ave. — Landen
sussurrou no ouvido de Avery.
O silêncio do café foi interrompido por gritos vindos do escritório, que
lentamente ficaram mais altos, até que os ocupantes vieram para a frente da
loja.
— Vou com você! — Uma voz declarou com forte autoridade.
— Diabos, que vai! — A voz de Roderick era ameaçadora. Landen
olhou na direção dos gritos e viu Roderick levando Dominic em seus braços. —
Nem sequer sabemos quem você é.
— Peyton! — Kyle levantou-se e olhou para o recém-chegado
discutindo com Roderick.
— Você conhece esse cara? — Perguntou Roderick.
— Ele era um membro do bando de minha mãe. Bem, mãe adotiva. —
Kyle esclareceu.
— Oh, você realmente não está vindo com a gente, então. — Roderick
virou as costas para Peyton.
— Pare com isso! — Avery gritou e se levantou. — Se não fosse por
Peyton eu estaria muito longe agora com esse maluco. Ele salvou minha vida.
— Avery voltou toda sua atenção para Peyton. — Diga a eles o que me disse.
Todos se viraram para olhar para Peyton e o cara não conseguia
encontrar o olhar de qualquer um.
— Sou meio-irmão de Dominic. Estive procurando por ele durante os
últimos cinco anos.
Landen e, aparentemente, todos os outros não estavam esperando
isso.
— É uma longa história, mas é a verdade. Se não acredita, chamar
Conselho de caçadores de Northwestern. Eles vão corroborar a minha história.
— Conselho de caçadores? — Roderick inclinou a cabeça para o lado.
— Sim. — Peyton passou a mão pelo cabelo ondulado grosso. — Sou
um shifter lobo e um caçador.
— Caleb, ligue. — Roderick ordenou enquanto carregava Dominic fora
da porta, com Peyton indo atrás dele.
— Que loucura é tudo isso? — Perguntou Kyle. — Não conheço Peyton
muito bem, mas era um dos lobos que ajudaram a impedir Sasha de matar o
bando inocente.
— Ele é meio que meu amigo. — Disse Avery pegando a mão de
Landen entre as suas. — Mas o conhecia como PJ. Ele vinha ao café à noite,
quando Dominic trabalhava. Tudo faz sentido agora.
— Com certeza. — Kyle olhou ao redor da sala. — Vamos sair daqui?
— E o corpo? — O aperto de Avery em sua mão chegou a ponto de
doer.
— Já foi tratado. — Caleb bateu Avery no ombro. — Vá para casa e
descanse um pouco. Faça o seu melhor para tirar tudo isso de sua mente,
Avery. E obrigado por proteger meu filho.
— Não fiz muita coisa, mas, com certeza, ele entrou em ação quando
as coisas ficaram difíceis. — Avery sorriu para o adolescente. — Acho que pode
estar seguindo seus passos para ser um policial.
— Deus nos ajude a todos, então. — Caleb riu. — Não tenho certeza
se meu coração poderia suportar o stress.
Landen passou o braço em volta dos ombros de Avery, levou-o para
fora do café e para seu jipe. Ajudou a Avery entrar e afivelou o cinto de
segurança para ele. Avery estava estranhamente quieto no caminho de casa e
entendia por que. As coisas que viu naquela noite e a culpa de não ser capaz
de impedir, estariam com ele para sempre.
Uma vez em casa, Avery caminhou em silêncio até o banheiro e
entrou no chuveiro.
Landen disse um rápido ‘boa noite’ para seus amigos e seguiu Avery
para cima. Seu telefone começou a tocar e atendeu.
— Olá.
— Ei, Landen, sou eu, Will. Como ele está? — Will perguntou.
— Ok, acho. Realmente tranqüilo demais.
— Acho que era de se esperar. — Will soltou um suspiro pesado. — Se
precisar de alguma coisa, não hesite em chamar, ok?
— Ok, o homem, vai fazer. — Landen desligou o telefone e jogou-o
em sua cômoda.
Landen tirou a cueca e estava jogando suas roupas no cesto, quando
Avery entrou pela porta. A água pingava de seu cabelo e a calça folgada do
pijama se agarrava a seus quadris. Seus olhos estavam manchados de
vermelho e tinha manchas avermelhadas nas bochechas de tanto chorar.
— Venha aqui, querido. — Landen estendeu os braços para Avery,
mas não se moveu. Não queria perturbar ou afastar Avery. Isto tinha de ser do
jeito de Avery, que com um passo lento, finalmente, caiu nos seus braços. —
Quer falar sobre isso? — Uma parte de Landen precisava saber o que
aconteceu, mas outra seria feliz sem nunca saber.
— Não, realmente. — Avery sufocou uma risada. — Mas quero dizer a
você. Conversar com você sempre me faz sentir melhor. — Landen os moveu
para sentar na cama, com as costas encostadas na cabeceira. — O mais
engraçado de tudo isso, agora que sei quem ele era, é que não consigo tirar
seu rosto da minha mente. Toda vez que fecho meus olhos o vejo, mas não o
homem que estava lá fora esta noite. O que encontrei no clube. Eu o conhecia,
Landen. Deixei-o entrar na minha cama. — Avery quebrou novamente.
— Ouça-me, Ave. Não havia nenhuma maneira de você ou qualquer
outra pessoa saber que ele iria reagir desta maneira. Todos temos as nossas
conexões de uma noite ou amigos de foda, que não desenvolvem
comportamento perseguidor. Esse cara estava quebrado de maneiras que
ninguém sabia. Não pode se culpar.
— Logicamente, entendo isso, mas ainda dói. — Avery levou um
minuto antes de falar novamente. Falou sobre como Morris os surpreendeu no
beco quando ajudava Dominic a carregar seu carro. Então, como Dominic
tentou parar Morris e levou o tiro. — Nunca vi nada como isso antes. A arma
nem sequer fez um som. Caleb disse que tinha algum tipo de silenciador, mas
ainda não tirou os seus efeitos. O corpo de Dominic caiu no chão como uma
boneca de pano. — Avery cobriu os olhos enquanto chorava mais com a
lembrança. Tudo que Landen podia fazer era abraçá-lo e o fez. — Ele estava
me empurrando contra o carro, Landen. Teria me estuprado, se não fosse por
Peyton. Se Peyton não estivesse lá... — A voz de Avery sumiu quando mais
lágrimas venceram.
Landen apertou Avery. Realisticamente, sabia que poderia ter sido
uma possibilidade e estava tão agradecido a Peyton por parar Morris antes que
ele tivesse a chance. Se tivesse acontecido não sabia se Avery teria se
recuperado.
— Mas ele estava lá e isso é tudo que importa. — Landen devia muito
a esse cara, Peyton. Ele manteve seu companheiro seguro e eliminou o doente
que atormentava Avery a mais de um ano. Era uma dívida que não tinha
certeza de que poderia reembolsar integralmente.
— Eu te amo tanto, Landen. — Avery mudou-se para escarranchar no
colo de Landen. Beijou ao longo de suas bochechas até o pescoço. — O
pensamento de nunca mais te ver novamente fez meu coração bater tão
rápido, que pensei que ia morrer sozinho. — Avery sugou o ombro de Landen e
ele inclinou a cabeça para o lado, para lhe dar mais espaço para se
movimentar.
— Não tem que se preocupar mais com isso. — Landen passou os
dedos pelo cabelo úmido de Avery. — Não vou a lugar nenhum e nem você. —
Ele gemeu quando Avery lambeu e chupou sua clavícula, indo para o outro
lado de seu pescoço. — Diga-me o que precisa, bebê.
— Você e só você. — Avery se sentou e olhou nos olhos de Landen. —
Preciso fazer amor com você. — A mão de Avery deslizou entre seus corpos e
foi até a protuberância na boxer de Landen. — Por favor, preciso estar dentro
de você.
— Sim. — Landen disse sem fôlego, deixando Avery deitá-lo de
costas.
Avery puxado para baixo a boxer de Landen e a chutou para fora.
Observou os movimentos frenéticos de Avery enquanto ele tirava as calças e
subia entre suas pernas abertas. Landen lhe entregou lubrificante, que pegou
da mesa do lado, e Avery fez um rápido trabalho de umedecer seu pau duro.
Avery não teve o tempo para prepará-lo e Landen não se importava. Podia
sentir a urgência de seu companheiro para fazer sua reivindicação. Para fazer
algo em que poderia ter o controle e Landen estava feliz em lhe dar isto.
A ponta lisa encontrou sua entrada e Avery empurrou para frente,
sem parar, até que estava completamente encaixado no corpo de Landen, que
mordeu o lábio para segurar seu grito de dor. Avery parou por um momento
enquanto estava em cima do corpo de Landen. O pênis de Landen suavizou um
pouco com a dor lancinante, mas lentamente começou a endurecer quando
Avery puxou suavemente para fora e voltou para dentro.
O ato de amor começou lentamente. Compartilharam beijos suaves,
doces, línguas dançando juntas enquanto seus corpos trabalhavam juntos,
chegando perto da felicidade entorpecente que precisavam.
— Nunca quero ficar sem você. — Disse Avery enquanto seus quadris
começavam a bater com mais força contra seu traseiro.
— Nunca irá ficar. — Landen gemeu quando a cabeça do pênis de
Avery massageou sua próstata, enviando pequenas ondas de choque de suas
bolas até o topo de sua cabeça. — Estamos juntos para sempre.
Avery se moveu para ter espaço suficiente para envolver os dedos
finos ao redor do pênis de Landen e começou a bombear seu punho.
— Goze para mim, Lan. Preciso te sentir você se desfazendo em volta
do meu pau. Preciso disso.
O desespero na voz de Avery mandou Landen para um lugar que
apenas ele e Avery existiam. Suas bolas lançavam seu gozo pegajoso. O calor
líquido escorreu pelos dedos de Avery, que grunhiu enquanto afundava mais
duro em Landen. Sentiu o corpo de Avery ficar tenso e depois com um gemido
alto seu corpo se rendeu ao seu orgasmo. Landen abraçou o corpo de seu
companheiro, que balançava com cada jato de esperma que saia de seu pênis.
— Eu te amo mais do que tudo, Avery Watterson. — Landen beijou o
topo da cabeça de Avery. — Estamos juntos nessa, por isso não sinta
necessidade de esconder nada de mim. Estou aqui para você.
— Também te amo, Lan. — Avery beijou ao longo do pescoço de
Landen. — E confie em mim, vou lhe dizer qualquer coisa que queira saber.
Mesmo as coisas que não quiser. — Avery sentou-se o suficiente para sorrir
para Landen.
— Bem, não disse tudo isso... — Landen brincou.
— Você, seu idiota. — Avery começou a fazer cócegas ao longo dos
lados de Landen, causando-lhe um ataque de risos. — Lembre-se, isto é para o
melhor ou o pior, meu amigo.
Landen rolou, prendendo Avery sob ele.
— Para o melhor ou o pior. — Ele se inclinou para beijar os lábios
inchados de Avery.
Avery enroscou seu corpo ao redor de seu corpo e o beijo se
aprofundou, Landen percebeu que não havia nenhum outro lugar no mundo
onde preferisse estar ou alguma outra pessoa. Avery era tudo para ele. Seu
humano o deixava louco às vezes, mas era amor e era o amor de sua vida, de
modo que poderia assumir qualquer coisa que seu companheiro quisesse.
Capítulo Dezoito
FIM