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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FIL027 – INTRODUÇÃO A FILOSOFIA


JÉSSICA LEITE DE MELO

IDEOLOGIA E CULTURA POLÍTIC NA ERA DIGITAL (2ª PARTE)

Numa época onde o virtual é vivenciado como real, o desenvolvimento tecnológico


atual favorece ideologicamente a dominação social e alienação política que comprometem a
verdade, que são veiculadas, principalmente, através das fake news. De acordo com o autor, as
fake news não se tratam de um fenômeno a parte, mas sim de uma nova cultura política que se
tornou capaz de formar o indivíduo em sociedade através da vida virtual.
Ele define três espaços que demonstram o “terreno fértil” que são os espaços
cibernéticos para a proliferação das fakes news. Primeiro, nesta sociedade do espetáculo,
como o autor chama, os estímulos visuais constantes e imediatos fazem com que os
indivíduos se tornem uma extensão de seus celulares, tornando-se “sujeitos-tela”. Em
segundo, as fakes news se propagam num ambiente onde a política se estabelece
culturalmente por meios digitais sobrepostos em uma lógica que não permite contraponto
racional. As afirmações são estabelecidas sob uma lógica sutil de comportamento autoritário e
opressor, que se utiliza discursos microfascistas de “bem contra o mal”. E terceiro, a razão
critica encontra-se perdida entre a pluralidade de narrativas de um fato e a unilateralidade
subjetiva de como são vivenciados pelos indivíduos orientados pela política das fake news.
Esse espaço se torna propício de acordo com a necessidade de satisfação imediata e
entorpecente das pessoas, que absorvem noticias sem que haja a utilização de reflexão. Dessa
maneira, incorporasse uma comunidade que acredita facilmente em realidades falsas, capazes
de gerar conflitos em escalas grandes que ameaçam a democracia e podem levar a casos
violentos e, como é relatado no texto, até, a mortes.
O autor questiona “como podemos resgatar um caminho para construir a democracia,
não apenas como regime de governo, mas sobretudo como cultura na era digital”. E, acredito
que, com a educação política engajada, critica, libertadora, que produza sentido e que permita
a elaboração de uma nova realidade seremos capazes de resgatar um caminho para construir a
democracia como cultura na era digital.

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