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Somente o justo pode mover no sobrenatural

O céu só responde a uma pessoa, ao Justo. Somente quem é justo pode ter os céus abertos e
praticar uma vida sobrenatural. Somente justos podem entrar no céu e ter acesso ao Pai. Logo,
a questão é: o que é ser justo? Justificação é o ato de Deus aprovar as pessoas de acordo com
o padrão de justiça d’Ele. Embora pensemos que somos justos, nossa justiça não é nada
quando colocada no prumo da justiça de Deus. Deus mesmo é o padrão. Sendo Deus o
padrão, a sua exigência de justiça é absurdamente alta. Por isso, nenhum homem poderia se
justificar diante de Deus, o padrão é inatingivelmente alto. Os padrões de Deus não são altos,
são inatingíveis.

Diante de Deus, o melhor que eu possa ser é comparado a um “trapo de imundícia” (Is 64.6).
Sendo assim, jamais poderíamos ser usados sobrenaturalmente por Deus, pois não temos
como cumprir as exigências celestiais. Em João 9.31-33, vemos que o cego sabia que Deus
não atende a pecadores e que, se alguém praticar a sua vontade, será ouvido. Mas quem
pode, de fato, praticar a vontade de Deus para merecer ser ouvido? O céu exige perfeição para
responder, e aqui está uma poderosa chave para o sobrenatural e um grande problema, não
temos como cumprir as perfeitas exigências de Deus. O que fazer? Deus quer usar cada um de
nós, seus filhos, porém encontra este problema: o seu padrão de exigência. A súplica que pode
ser ouvida é apenas a oração do justo, e não dos Justos. Aqui está a saída, Cristo.

A Bíblia diz claramente que a eficácia da oração é a do justo, em Tiago 5.16, e tem de ser no
singular mesmo, como se pode ver em Atos 7.52, pois só existe um justo, Cristo.
Justo, dikaios, usado para “aquele cujo modo de pensar, sentir e agir é inteiramente conforme
a vontade de Deus, e por essa razão não necessita de ratificação no coração ou na vida”.  Não
há um justo se quer (Rm 3.10-12), só existe um que de fato é justo, ou seja, somente um
cumpriu o padrão exigido pelo céu, somente um pode ter a resposta do céu, pois somente para
Ele o céu está aberto.

Mais uma vez, olhando para a Palavra, vemos que os céus somente se abrem para o Justo
quanto Ele ora (Lc 3.21,22). O Espírito Santo vem para o justo, e o Pai fala ao Filho amado,
que é justo. Na posição de justo, os céus se abrem, o Espírito vem e o Pai fala nos chamando
de filhos amados. Esta é a condição, esta é a chave. Tornarmo-nos justos n’Ele. Quando existe
a justiça do céu satisfeita, algumas coisas acontecem, não pode mais haver acusação, nem
condenação, nem punição. Mas não somente isso, uma vez que as exigências, o padrão foi
cumprido, os céus são obrigados a se abrir e liberam vida, paz, prosperidade, poder e
sobrenatural.

Fomos colocados em Cristo 

Estou aqui hoje para lhe dar a boa notícia de que o Pai criou a maneira de nos colocarmos
nessa posição poderosa de fé para o sobrenatural, Ele nos colocou em Cristo. Em
Colossenses 3.2-4, acontece o milagre: nós, que não éramos justos, morremos, e agora a
nossa vida está oculta em Cristo. Não somos mais nós que vivemos, ainda que vivos. Vivemos
em Cristo. Isso significa que, quando oramos, não somos nós de fato que estamos orando,
mas é Cristo que está orando; quando nos apresentamos diante do mundo espiritual, é Cristo
que está se apresentando; e, naquele dia, quando comparecermos nas portas dos céus, não
seremos nós, mas Cristo será recebido. Essa verdade deve afetar profunda, poderosa e
definitivamente a sua vida.

De acordo com Gálatas 2.19-20, primeiro você precisa estar crucificado, e isso significa o
despojamento da justiça própria e do velho homem. Agora, não sou mais eu, e sim Cristo que
está vivendo a minha vida. Mas isso não significa que eu não estou vivo, mas que estou
vivendo pela fé n’Ele, na obra d’Ele, na justiça d’Ele, e por isso posso viver o sobrenatural. Ser
justificado significa que Deus tomou os meus pecados e colocou sobre Cristo e pegou a justiça
de Cristo e a colocou em mim. O céu não está cheio de ladrões perdoados, está cheio de
justos que não têm passado, que nunca pecaram.

Crer é hoje a única condição

Deus tomou a lei e a substituiu pela fé. Crer é a única lei que Deus exige do homem pecador.
Se o homem crê em Cristo, essa fé lhe é imputada por justiça. É uma experiência espiritual. Em
Cristo Jesus, nós fomos feitos justiça de Deus (2Co 5.21). Você não foi apenas perdoado, você
foi declarado justo. Ser justificado é muito mais que ser perdoado. Ser perdoado significa que o
pecador pode ser liberado de pagar a penalidade que ele merece, mas ser justificado significa
que posso entrar na comunhão com Deus, pois sou justo, jamais cometi pecado. O perdão é
negativo, é o cancelamento de um débito, enquanto a justificação é positiva, é receber um novo
status de justo diante de Deus.

Quando Cristo morreu, eu morri com Ele, e quando Ele ressuscitou, eu renasci para uma nova
vida. Isso tudo se torna uma realidade no momento em que confesso a Jesus. A nossa justiça
é um dom de Deus. Você foi feito tão justo como Jesus, não por meio do seu comportamento,
mas pela fé n’Ele e em sua obra consumada na cruz (Rm 5.17). A razão por que muitos
crentes vivem uma vida de derrota é porque acreditam na mentira de que Deus está zangado
com eles. Por causa da obra consumada de Jesus, a ira de Deus não pode mais estar sobre
nós. Toda a ira de Deus por causa do pecado caiu sobre o Senhor Jesus na cruz. Não estamos
mais debaixo da velha aliança, segundo a qual Deus às vezes estava feliz com você e às
vezes estava zangado. Hoje, Ele tem total prazer em você por causa de Jesus.

ABRAÃO FOI JUSTIFICADO PELA FÉ

Tudo começa pela revelação de que somos justos. Para isso, vamos olhar para Abraão, o pai
da fé, o pai dos que são justos em Cristo. Porque Abraão creu em Deus, ele se tornou justo e
amigo de Deus (Tg 2.23). Abraão agora tinha acesso ao coração de Deus, isso é ser amigo de
Deus. Isso aconteceu porque ele creu e, como justo, pode se aproximar. Preste atenção, Ele é
o pai da fé, logo é uma chave para o sobrenatural, pois ela acontece somente pela fé. Abraão
não foi justificado pela lei, mas pela fé. A lei nos ocupa com o nosso eu, mas a graça nos
ocupa com Cristo. Não precisamos nos preocupar em guardar nenhuma lei mais, porque Cristo
já imprimiu em nosso coração as suas leis. É o que diz em Hebreus 8.6-13.

Tudo é uma questão da justiça de Cristo

Não precisamos viver mais preocupados com o pecado. Não somos justos hoje e então
pecamos amanhã e devemos nos tornar justos amanhã novamente, não, a Bíblia diz que Jesus
veio para trazer justiça eterna, que não acaba nunca mais, não importa o que nos aconteça,
uma vez que nós estamos n’Ele e Ele é a própria justiça (Dn 9.24). A obra do sangue de Cristo
nos tira de um lugar de pecado onde a sua santidade não via nenhuma justiça e nos leva para
um lugar onde Ele não vê nenhum pecado em nós. Voltemos para Abraão, o justo. Ele tinha
pecado, ele mentiu duas vezes em relação a Sara, sua mulher, dizendo que ela não era a sua
esposa. Mentiu covardemente por medo, mas isso não mudou o fato de quem ele era e nem
mesmo de Deus o usar.

Abraão mente para Abimeleque, o qual, por esse motivo, quase é morto por Deus (Gn 20.2-
8,14,16-18). Deus trata duramente com Abimeleque, mas sequer menciona coisa alguma sobre
o pecado de Abraão com ele. No verso 7, Deus diz que ele é profeta. Esta é a primeira menção
para a palavra “profeta” na Bíblia, o que determina em linhas gerais o significado e a condição
para o profeta, os homens que se moviam no sobrenatural. Está claro que o único motivo que
colocou Abraão na condição de ser profeta, de se mover no sobrenatural, é porque ele era
justo, apesar dos seus erros.

Nos versos 14 e 16, tanto Abraão quanto Sara recebem tesouros e prosperam. Meu Deus! O
cara apronta e ainda enriquece! No verso 17, temos também a primeira menção para a palavra
“Sara”, “curar” – rapha – quando Abraão ora e Deus sara Abimeleque, sua mulher e suas
servas. Mais uma vez, o Senhor está nos mostrando pela lei da primeira menção que os
milagres estão totalmente condicionados à revelação de que somos justos. Veja, o erro de
Abraão não pode impedi-lo de ser justo, de vir a ser o pai da fé e nem mesmo de ser o modelo
para os que se movem no sobrenatural.

Precisamos confessar que nossa justiça é irreversível, porque ela não se baseia na nossa
performance, mas unicamente na obra de Cristo. Não é pela minha obediência, é
exclusivamente pela obediência d’Ele que eu me torno justo. Sou justo hoje baseado na
obediência de um homem na cruz. A estratégia do inimigo é que você se ocupe com a sua
obediência ou a falta dela e assim fique deprimido. Precisamos levar cativo todo pensamento à
obediência de Cristo, e não à nossa (2Co 10.5).

Não estamos provando mais do sobrenatural, das bênçãos de Abraão, porque satanás coloca
nosso foco na lei, dizendo que, porque não guardamos os mandamentos, então não podemos
receber, mas Abraão não se tornou herdeiro do mundo por guardar a lei, e sim pela justiça que
vem da fé (Rm 4.13-14). O que anula a fé não é o pecado, e sim a lei, e faz a promessa inútil,
sem efeito (Gl 5.4). Quando perdemos a fé por causa do erro, nos desligamos de Cristo. Isso
não é perder a salvação, mas significa que Cristo não pode nos servir, fica inútil para nós, nos
tira da posição para o sobrenatural, e Ele é tudo de que precisamos.

Hoje, somos justos pela fé porque, há dois mil anos, uma figura solitária foi pendurada na cruz.
Ali, Deus pegou os meus e os seus pecados e colocou sobre Ele. Foi o Pai que deu o Filho,
porque nos ama. E Cristo deu sua vida porque ama o Pai e a nós também. Após três horas de
trevas, Jesus clama chamando o Pai de Deus, a única vez na Bíblia: “Meu Deus, meu Deus,
por que me desamparaste?” Ele falou assim porque estava assumindo nosso lugar. O Pai virou
as costas para Jesus e Jesus gritou: “Está consumado”. Ele fez isso para ficar claro que o
preço foi pago, para que saibamos que agora teremos constantemente a presença do Pai em
nossa vida, a condição para o sobrenatural, mesmo quando fracassamos. Deus virou suas
costas para o seu Filho na cruz e olhou para nós, rasgou o véu e disse: “Sejam bem-vindos!”

Aleluia, em Cristo, os céus estão abertos para nós, o sobrenatural está ao nosso alcance, está
dentro de nós. Não é a sua obediência, e sim a de Cristo que o faz justo. Quando você crê
nisso, a obediência em sua vida não é mais uma raiz, e sim um fruto; ela brotará naturalmente
sem que você perceba. Na velha aliança, o juízo era maior que o sacrifício. Mas, na cruz,
Jesus recebeu todo o juízo e toda a ira de Deus contra nós. Não há mais nenhuma ira ou juízo
sobre nós hoje, aconteça o que acontecer (Is 54.9). Não precisamos mais temer, Ele foi
totalmente suficiente para que não tenhamos de pagar mais coisa alguma. Precisamos apenas
crer e declarar que somos justos e, dessa posição, reinar em vida. Deus o vê justo mesmo
depois de você pecar, Ele não está mentindo. A dádiva da justiça é irreversível. 

Perguntas para compartilhar:

– Você tem respondido a Deus com base em qual justiça?


– O que é ser justificado?

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