Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ao meu pai Edson, a minha madrasta Corrinha, e aos meus irmãos Henrique,
Alinne, Jacklinne, Marcelino e Moisés, por todo apoio a mim oferecidos, sou muito
feliz em ter vocês em minha vida.
Ao meu orientador Ernandes por toda dedicação na elaboração deste trabalho, e por
ter sido um dos professores que mais me influenciou a seguir em frente. Agradeço,
principalmente, por ter acreditado no meu potencial.
Agradeço a todos meus amigos pelo apoio, amizade e carinho, em especial a Mirelle
Dayanne, Ires Vieira e Rosimery Carvalho. Jamais serão esquecidos os momentos
de estudos e de lazer. Obrigada por fazerem parte da minha vida. Espero que nossa
amizade perdure.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
12
1.1 OBJETIVO GERAL
1.3 METODOLOGIA
13
No capítulo 2 descreve-se a importância das águas subterrâneas, como se dá
seu armazenamento e captação, e por fim, faz-se uma breve apresentação da
composição geológica dos principais aquíferos do Brasil.
No capítulo 3 discute-se os principais aspectos teóricos e técnicos do método
eletroresistivo enfatizando as técnicas e arranjos dos dispositivos elétricos utilizados
na coleta de dados de resistividade.
No capítulo 4 apresenta-se os aspectos gerais dos métodos eletromagnéticos,
com ênfase ao método eletromagnético indutivo, em particular o EM 34.
A discussão de alguns resultados utilizando os dados coletados pela CPRM
na região sul do Ceará é feita no capítulo 5.
Finalmente, no capítulo 6 apresenta-se algumas conclusões importantes
dessa pesquisa e menciona-se alguns pontos de possíveis investigações futuras.
14
2 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
15
infiltra no solo, e alimenta os aquíferos. Esse evento é denominado recarga, sendo
responsável pela realimentação da água que aparece nos poços e, em grande parte,
das águas que fluem nos rios e drenagens superficiais (OLIVEIRA, 2008).
Os aquíferos podem ser granulares, fissurais ou cársticos, classificados de
acordo com a porosidade da rocha armazenadora como mostra a Figura 1.
16
subterrâneos e cavernas, determinado como aquífero cárstico, no qual a água flui
por condutos e canais. (EZAKI; IRITANI, 2009).
Os aquíferos também podem ser classificados de acordo com suas
características hidráulicas, podendo ser livre ou confinado, definido de acordo com a
pressão à que estão submetidos, como pode ser visto na Figura 2 (ABAS 2016).
Aquífero livre ou freático: constituído por uma formação geológica permeável
e superficial, aflorante em sua extensão. Sua base é formada por uma
camada impermeável como, por exemplo, a argila, ou pode ser
semipermeável. Neste tipo de aquífero existe uma superfície livre de água
que se encontra sob a pressão atmosférica.
Aquífero confinado ou artesiano ocorre quando a água subterrânea está sob
uma pressão superior a pressão atmosférica, isto acontece devido à presença
de uma camada confinante impermeável acima do aquífero.
17
não é suficiente para suprir a demanda: para fins industriais, irrigação em
agricultura, hotelaria, condomínios residenciais, etc.
A escolha do tipo de obra para captação de águas subterrâneas depende do
tipo e potencialidade do aquífero, da finalidade de uso e da demanda de água,
refletindo diretamente no custo. Usualmente, o poço raso ou profundo, é a forma
mais frequente utilizada para captar águas subterrâneas (EZAKI; IRITANI, 2009).
Poço é um furo ou cava geralmente vertical, escavado no terreno para guiar
às águas subterrâneas até a superfície (TODD apud. VASCONCELOS, 2014).
Os poços que captam águas subterrâneas podem ser dos tipos artesianos ou
tubulares. Estes captam água de aquíferos confinados em que a pressão
hidrostática faz com que a água jorre. Outros tipos de poços são os freáticos ou os
poços cacimba, que são bem mais rasos e mais habituais nos planaltos e chapadas
arenosas do Brasil (NANES, 2012). Alguns tipos de poços são mostrados na Figura
3.
POÇO TUBULAR PROFUNDO: obra de engenharia geológica de acesso a
águas subterrâneas, na qual a perfuração é vertical com diâmetro entre 3 e 4
polegadas, e com profundidade de até 2000 metros, para obtenção de água.
CACIMBA, POÇO RASO, CISTERNA OU POÇO AMAZONAS: possuem
amplos diâmetros, com 1 metro ou mais, os mesmos são escavados
manualmente podendo ser revestidos com tijolos ou anéis de concreto.
18
Frequentemente suas profundidades variam em até 20 metros, além disso,
esses tipos de poços não necessitam de licenciamento ou autorização
governamental dos órgãos gestores.
POÇO PERFURADO EM ROCHAS CONSOLIDADAS OU CRISTALINAS:
também definido como semi-artesiano.
POÇO PERFURADO EM ROCHAS INCONSOLIDADAS E CONSOLIDADAS:
também chamado de poço misto (poço profundo, construído para captar água
nas rochas e nos sedimentos) bem como semi-artesiano.
POÇO NO AQUÍFERO GUARANI: poço escavado em rochas consolidadas e
inconsolidadas, com grandes diâmetros (até 36 polegadas) e profundidades
(até 1.500 metros).
POÇO SEDIMENTAR: perfurado em rochas geralmente inconsolidadas.
Aquífero Guarani
19
com intervalo de mais de 100 milhões de anos, com porosidades e permeabilidades
muito variáveis, que estão a profundidades entre 0 e 1.800 m (CPRM, 2016).
Segundo a CPRM (2016), no Brasil, oito estados acomodam áreas do
Aquífero Guarani, dentre eles, São Paulo, a cidade de Ribeirão Preto é toda
abastecida por águas subterrâneas oriundas dele, assim como Estrela, no Rio
Grande do Sul e pelo menos outras 19 cidades gaúchas também são abastecidas
pelo Aquífero Guarani. Porém, em Santa Catarina e Paraná, vastas áreas do
aquífero têm águas com elevada salinidade (salobras), não sendo potáveis. Mato
Grosso, Goiás e Minas Gerais necessitam de mais estudos, contudo as águas
tendem a ter boa qualidade nestes estados. Em termos de vazão, a título de
exemplo, podem se obter mais de 200 metros cúbicos (200 mil litros) por hora em
arenitos da Formação Botucatu na região do Alto Rio Uruguai, no Rio Grande do
Sul. Contudo, em arenitos Mata e Caturrita, da região das Missões, no mesmo
estado, são incomuns poços com vazões acima de 5 m³/h. Nos demais estados, já
foram registradas vazões da ordem de 800 m³/h.
20
Aquífero Cabeças
Aquífero Urucuia-Areado
21
300 Km) 109.531 Km², com potencialidades variando de 100 a 600 m³/h e volume
saturado de 9.656 km³.
Aquífero Furnas
De acordo com Feitosa e Vidal (2004), a bacia hidrográfica de Pau dos Ferros
está localizada na porção sudoeste do estado do Rio Grande do Norte, ocupando
uma área em torno de 65 km², que quatro municípios, Pau dos Ferros, Francisco
Dantas, Marcelino Vieira e Rafael Fernandes.
Esta bacia está mapeada como sendo de Formação Antenor Navarro de
idade Cretácea (área de 21 km²), com coberturas colúvio-eluviais de idade Tércio-
Quaternária a qual ocupa uma área de 44 km². Esta é composta, litologicamente, por
arenitos finos a grossos, siltitos e argilitos, logo caracterizando um aquífero de boa a
média potencialidade hidrogeológica para a Região do semiárido. Já sua cobertura,
no caso, a cobertura colúvioeluviais são formadas por areno-argilosos, sedimentos
22
arenosos, e conglomeráticos, os quais apresentam potencialidades hidrogeológica
de fraca a média, por apresentar pequenas espessuras (FEITOSA; VIDAL, 2004).
Esta bacia desempenha grande importância por representar uma alternativa de
complemento às águas superficiais no abastecimento às populações locais (MENTE,
2009).
23
3 MÉTODO ELETRORESISTIVO
3.1 GENERALIDADES
A
R . (3.1)
L
q
J 0, (3.2)
t
25
onde J é a de densidade de corrente e q é a densidade de carga. Caso a corrente
seja estacionária tem-se que
J 0. (3.3)
A densidade de corrente e o campo elétrico E estão relacionados por
1
J E. (3.4)
E V , (3.5)
1
J V . (3.6)
1
V 0,
(3.7)
2V 0 ,
(3.8)
26
Em prospecção eletroresistiva, a corrente é inserida no solo por meio de dois
elétrodos, neste caso, a corrente deve fluir do eletrodo positivo (a fonte) para o
negativo (sorvedouro). O potencial em um ponto (P) devido a esse arranjo “bipolar” é
I 1 1
V , (3.9)
2 r A rB
VM I 1 1 , (3.10)
2 AM BM
e
VN I 1 1 . (3.11)
2 AN BN
27
VMN I 1 1 1 1 . (3.12)
2 AM BM AN BN
V
K , (3.13)
I
onde,
1
1 1 1 1
K 2 , (3.14)
AM BM AN BN
29
Figura 5: Ilustração da técnica de sondagem elétrica vertical com arranjo Schlumberger.
( AM AN )
K . (3.15)
MN
K 2a. (3.16)
30
Figura 6: Ilustração do arranjo Wenner utilizado em SEV.
31
falhas e outros elementos que se mostrem como distinções laterais deste parâmetro
(GALLAS, 2003).
O arranjo dipolo-dipolo é utilizado em diversas aplicações, nele o
espaçamento entre os dois eletrodos de corrente e entre os dois eletrodos de
potencial permanece fixo durante todo o levantamento, porém a distância varia entre
eles, ou seja, entre os eletrodos de emissão (A B) e de recepção (M N), de acordo
com o fator de separação “na” (GALLAS; GANDOLFO, 2007).
Cada fator corresponde a um nível de investigação em profundidade, quanto
maior esse fator, maiores profundidades serão alcançadas, sendo aceitáveis leituras
de potencial superiores ao nível de ruído do local estudado (GALLAS; GANDOLFO,
2007). Para esse arranjo, K é calculado da seguinte maneira
1
1 2 1
K 2a . (3.17)
n n 1 n 2
32
Figura 8: Ilustração do arranjo pólo-dipolo da técnica do CE.
33
4 OS MÉTODOS ELETROMAGNÉTICOS
34
4.2 AS EQUAÇÕES DE MAXWELL PARA MEIOS GEOLÓGICOS
B 0, (4.1)
D q, (4.2)
D
H j , (4.3)
t
B
E , (4.4)
t
onde B é o vetor indução magnética, D é vetor deslocamento elétrico, H é ocampo
magnético, e E é o campo elétrico.
Essas quantidades estão relacionadas por:
D E, (4.5)
J E, (4.6)
B H . (4.7)
35
O termo D t é desprezível em comparação com a densidade de corrente de
condução J .
como:
E i 0 H ,
(4.8)
H E, (4.9)
que são as equações que descrevem a propagação dos campos E e H em um
4 HS
a , (4.10)
0 S H P
2
36
(COELHO, 2008). A Figura 9 mostra o arranjo utilizado no método eletromagnético
indutivo.
4.3.1 EM 34
37
As bobinas podem ser dispostas de duas maneiras, de modo a influenciar na
profundidade teórica de investigação. Com as duas bobinas dispostas na horizontal
e a corrente elétrica circulando dentro destas, o campo magnético aponta na direção
vertical, posição denominada de dipolo vertical (VD). Porém quando as bobinas
estão dispostas na vertical o campo magnético está na horizontal (HD) (SOUZA,
2007).
Figura 11: Mapa de localização da área de pesquisa (Porção oriental da Bacia do Araripe).
39
Quadro 2: Coluna estratigráfica da bacia do Araripe no Ceará.
ERA PERIODO GRUPO FORMAÇÃO LITOLOGIA
40
A coluna estratigráfica da bacia é formada pela Formação Mauriti; Grupo Vale
do Cariri - formações Brejo Santo e Missão Velha; Formação Abaiara; Grupo Araripe
- formações Rio da Batateira, Santana, Arajara e Exu, e Depósitos Cenozóicos
Tércio/Quaternários. No Quadro 2 são apresentadas informações sobre a
estratigrafia de toda a bacia do Araripe.
41
Figura 12: Medidas de diferença de potencial em função da corrente aplicada. Os dados de
cada gráfico foram obtidos com os eletrodos de diferença de potencial fixos nas seguintes
distâncias: 0.3, 1, 3, 10 e 30.
2700
2000
2160
1600
Tensão(mv)
1620
Tensão(mv)
1200
1080
800
540
400
0
0
0 15 30 45 60
20 40 60 80
Corrente(mA)
Corrente(mA)
200
400
160
300
Tensão(mv)
Tensão(mv)
120
200
80
100
40
0
0 2 6,5 11 15,5 20 24,5
20 60 100 140 180 Corrente(mA)
Corrente(mA)
350
60
280
Tensão(mv)
45 210
Tensão(mv)
30 140
15 70
0 0
30 65 100 135 170 0 6 12 18 24 30
Corrente(mA) Corrente(mA)
42
22
15
16,5
12
Tensão(mv)
Tensão(mv)
9 11
6
5,5
3
0 0
0 50 100 150 200 250 0 35 70 105 140
Corrente(mA)
Corrente(mA)
6 10
4,5 7,5
Tensão(mv)
Tensão(mv)
3 5
1,5 2,5
0 0
50 105 160 215 270 80 100 120 140 160
Corrente(mA)
Corrente(mA)
43
Figura 13: Medidas de diferença de potencial em função de AB/2. Cada par de gráfico foi
obtido com os eletrodos internos fixos nas seguintes distâncias: 0.3, 1, 3, 10 e 30.
3030
2000
2430
1600
Tensão(mv)
Tensão(mv)
1200 1830
800 1230
400 630
0 30
0 2 4 6 8 10 0 1,5 3 4,5 6 7,5
AB/2(m) AB/2(m)
200
400
150 320
Tensão(mv)
Tensão(mv)
240
100
160
50
80
0
5 10 15 20 25 0
0 5 10 15 20 25
AB/2(m)
AB/2(m)
60 350
Tensão(mv)
45 280
210
Tensão(mv)
30
140
15
70
0
15 30 45 60 75 0
0 15 30 45 60 75
AB/2(m)
AB/2(m)
44
25
16
20
Tensão(mv)
12
Tensão(mv)
15
8 10
4 5
0
0
50 100 150 200 250 300
50 90 130 170 210
AB/2(m) AB/2(m)
5 5
4 4
Tensão(mv)
Tensão(mv)
3
3
2
2
1
1
0
0 100 200 300 400 500 600
150 230 310 390 470 550 AB/2(m)
AB/2(m)
45
a resistividade aparente em função do aumento de AB/2: ela tende a decair nos
gráficos 3 e 4, tende a aumentar no gráfico 2 e decai até um valor mínimo e depois
começa a crescer (gráficos 1 e 5).
Quanto à existência de águas subterrâneas não é possível indicar apenas
com essa análise preliminar. Seria necessária a elaboração de um modelo de
resistividade aparente e de um modelo geológico para depois comparar os dois.
Levantar tais dados requer maior tempo de estudo e de análise.
Figura 14: Resistividade aparente em função de AB/2. Cada par de gráfico foi obtido com os
eletrodos de diferença de potencial fixos nas seguintes distâncias: 0.3, 1, 3, 10 e 30.
1 2600 1
500
Resistividade Aparente
(ohm/m)
300
1160
200
680
100
200
0
0 2 4 6 8 10
0 1,5 3 4,5 6 7,5
AB/2(m)
AB/2(m)
170 2 3500 2
Resistividade Aparente
Resistividade Aparente
150
3000
(ohm/m)
130
(ohm/m)
2500
110
2000
90
1500
70
0 5 10 15 20
0 4 8 12 16 20
AB/2(m) AB/2(m)
46
Resistivdade Aparente 120 3 2500 3
Resistividade Aparente
100 2000
(ohm/m)
80
(ohm/m)
1500
60 1000
40 500
20 0
0 25 50 75 10 24 38 52 66 80
AB/2(m)
1000
4 4
Resistividade Aparente
36
Resistividade Aparente
800
32
600
(ohm/m)
(ohm/m)
28 400
24 200
0
20
0 50 100 150 200
50 100 150 200 250
AB/2(m)
AB/2(m)
40 5 200 5
Resistividade Aparente
Resistividade Aparente
160
30
120
(ohm/m)
(ohm/m)
20
80
10
40
0 0
50 200 350 500 650 0 150 300 450 600 750
AB/2(m) AB/2(m)
47
6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS
48
REFERÊNCIAS
49
CHIOSSI, Nivaldo José. Geologia aplicada à engenharia. 2.ed. 1979.
IRITANI, Mara A.; EZAKI, Sibele. As águas subterrâneas no estado de São Paulo.
São Paulo - Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA, 2009.
51
RIBEIRO, Wagner Costa. Aqüífero Guarani: gestão compartilhada e
soberania. Estud. av. [online]. 2008, vol.22, n.64, pp.227-238. ISSN 1806-9592.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142008000300014.
52
ANEXO A – DADOS DE SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL
53
SEV 1
5 44 177,2 150,60
7 38 73,2 144,72
10 64 55,6 135,58
15 58 17,1 104,65
20 140 17,3 77,90
15 50 51,1 116,32
20 140 56,4 84,06
30 80 12,1 70,50
40 100 4,5 37,90
50 180 4 29,17
70 100 1,1 29,02
150 58 2 39,29
200 290 4,3 30,07
250 200 1,9 30,71
300 220 1,2 25,45
400 280 1,2 36,78
500 180 0,5 38,87
54
SEV 2
5 8 364 1717,20
7 12 335 2095,45
10 8 108 2102,48
15 24 162,1 2380,18
20 2,4 11,6 3031,38
15 20 351 1982,04
20 2,4 28,3 2412,89
30 8 26,3 1531,96
40 16 23,1 1201,15
50 6,6 4,3 848,78
70 30 5,4 460,97
50 3,6 8 837,34
70 34 20,6 454,61
100 140 21 231,97
150 120 2 60,11
200 130 0,9 44,08
55